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PROJECTO DA HIDRO-ELÉCTRICA DE

MAVUZI II PROVÍNCIA DE MANICA

ELECTRICIDADE DE MOÇAMBIQUE

Moçambique

Março de 2022

Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito -


EPDA
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Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e
Definição de Âmbito - EPDA

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Maputo - Moçambique

Revisão Encontro Status Autor Verificado Aprovado


Dr F. Negrassus /
0 25 de Janeiro de 2022 Em processo Think Tank Consultants, SA Dr R. Siebel
F. Mestre
Dr F. Negrassus /
1 24 de Marco de 2022 Em processo Think Tank Consultants, SA Dr R. Siebel
F. Mestre
Projecto hidroeléctrica Mavuzi II
Avaliação do Impacto Ambiental e Social

PROJECTO DA HIDRO-ELÉCTRICA DE MAVUZI II

RESUMO NÃO TÉCNICO

A Electricidade de Moçambique (EDM), pretende reforçar a produção de energia em Moçambique


através da implementação do Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II no rio Revué,
Distrito de Sussundenga, província de Manica. Este projecto tem como objectivo aumentar a produção e
o fornecimento de energia gerada pelas fontes renováveis na região.
O desenvolvimento do projecto obedecerá a implementação da opção 1a que visa garantir uma produção
de cerca de 18 MW e através desta, melhorar a taxa de cobertura da rede eléctrica, melhorar a gestão dos
recursos hídricos, aumentar a fonte de energia e o período da disponibilidade, melhorar o desenvolvimento
regional, e criar novos empregos.

Objectivos do EPDA
Para viabilização do projecto, obedecendo o regulamento ambiental e conjugado com o da engenharia,
define-se o projecto de construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II como sendo a chave para
produzir electricidade para fins de comercialização. Aumentando a capacidade de produção de energia
eléctrica para abastecer Moçambique.
Para esta concretização, o projecto devera ser rígido pelas normas do EPDA:

 Avaliação da situação Biofísica e Socioeconómica do local;


 A identificação Preliminar dos Impactos Ambientais e Sociais;
 Os aspectos a serem avaliados na fase do Estudo de Impacto Ambiental; e
 Definição dos Termos de Referencia.

As acções acima serão alcançadas através da implementação de regulamentos, experiencia do Consultor,


com vista a salvaguardar o ambiente, a vida social e a implementação do projecto.

Justificativa do Projecto
Estando em operação a barragem de Mavuzi I, foi detectada a necessidade de incremento da sua
capacidade instalada de modo a responder cabalmente a demanda presente e futura através da
construção da Mavuzi II que terá uma capacidade de 18 MW.
As condições topográficas do local, permitem a viabilidade do projecto, visto que quando o rio Revué
aproxima-se da barragem (Mavuzi I), a água represada e a velocidade das águas do rio diminuem tornando
o canal do rio mais largo e profundo.

Descrição do Projecto
O presente projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II com capacidade de 18MW, será
implantado no rio Revué, Distrito de Sussundenga, província de Manica. Tendo sido categorizado pelos
SPA de Manica em Dezembro de 2021, sendo que o projecto é da categoria A, está sujeito a elaboração
do Estudo de Impacto Ambiental e Social (EIAS)
As condições topográficas do local, permitem a viabilidade do projecto, visto que quando o rio Revué
aproxima-se da barragem (Mavuzi I), a velocidade das águas do rio diminuem tornando o canal do rio mais
largo e profundo.
A figura ilustrativa do local a ser desenvolvido o projecto central hidroeléctrica de Mavuzi II que se localiza
directamente a jusante de Mavuzi I, é apresentada abaixo.

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Devendo se considerar que o projecto agrega cerca de três opções, dentre elas foi seleccionada a opção
1a pelas suas vantagens;
A Opção 1a o local de desvio localizado mais a montante, conectando-se directamente através de um túnel
recto com uma central na margem esquerda no local mais a jusante da área de concessão. A diferença
entre as Opções 1a e 1b é ter um local de barragem alternativo localizado cerca de 700 m a jusante em
relação à secção do açude da Opção 1a, proporcionando assim algum, bastante limitado, armazenamento
operacional para permitir algumas horas de operação de pico.

Outro local de barragem alternativo está localizado a mais 450 m a jusante do local 1b, no total cerca de
1,3 km a jusante da saída central hidroeléctrica de Mavuzi I. Para um FSL novo, a barragem terá mais de
40 m de altura. Este local de barragem faz parte da Opção 2, bem como da Opção 3.

Potenciais locais de açude e barragem

Investimento total
O projecto espera investir 63M de USD (sessenta e três milhões de dólares norte-americanos). Para além
de recursos próprios da EDM existentes no local do projecto.

Localização do Projecto
O Mapa que se segue ilustra a Província de Manica, distrito de Sussundenga, local onde será implantado
o projecto de construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II.
O distrito de Sussundenga tem uma superfície total de 7.107 km 2 e de acordo com o Censo 2017 com uma
população de 148.277 habitantes, o distrito tem uma densidade populacional de 20,9 hab/km 2. A maioria
da população é jovem (44,8%, com menos de 15 anos).

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Id Distrito Local do Projecto X- Latitude Y- Longitude


1 Sussundenga Rio Rovue 19°00' - 20°30' 34°00'

Coordenadas geográficas do local do projecto

Localização Geral do projecto

Situação de Referência Biofísica e Sócio-económica

Referencia Biofísica

Clima
O clima do distrito não foge ao padrão geral prevalecente no Centro de Moçambique, a temperatura
durante a maior parte do ano é elevada, especialmente durante a estação chuvosa, com uma média de
aproximadamente 30ºC, excepto nas terras altas mais frescas do interior do país.
O clima de Sussundenga é savânico e possui uma estação chuvosa e outra seca, com temperatura média
anual de 28ºC, a precipitação média é sempre superior a 378mm. Não chove 189 dias por ano, a umidade
média é de 71%.
No dia 28 de Dezembro de 2021, foi realizada uma visita de pré-avaliação ambiental do projecto e os
termómetros registavam uma temperatura máxima de 28 °C e mínima de 17 °C, com a sessação térmica
de 30 °C e com o céu limpo.

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Dados da Precipitação e Temperatura

Hidrologia
A região de Sussundenga encontra-se na bacia Hidrográfica do rio Revue e seus afluentes. Por sua vez,
drena suas águas para o rio Buzi, que é a principal bacia hidrográfica da região.
O período de excesso de água ocorre no mês de Novembro a Março, em que a precipitação é maior em
relação à evapotranspiração.
A região apresenta apenas um período de crescimento do tipo normal com um período de seca que ocorre
de Maio a Outubro.
Contudo, o recurso hídrico que ocorre na área do projecto é o rio Revué. Havendo a necessidade de
aprofundar o estudo hidrológico na fase do EIA.

Relevo e solos
A oeste do distrito, existe uma área montanhosa (Maciço de Chimanimani) e uma superfície de cerca de
1.050 km2, onde se situa o ponto mais alto de Moçambique, o Monte Binga com 2.436 m de altitude.
Os solos predominantes são Leptosols, ocorrendo principalmente em áreas montanhosas. Os Arenossolos
também ocupam grandes áreas nos pontos administrativos de Dombe, Rotunda e Muhoa. Existindo outros
materiais que ocupam pequenas áreas da zona central do distrito.
A área do projecto é caracterizada por solos argilosos de cor acastanhada e com forte presença de rochas.
Esta informação deverá ser aprofundada na fase do EIA.

Vegetação e Fauna
O distrito de Sussundenga é caracterizado por uma variedade de espécies que compõem a sua vegetação,
dentre eles, o miombo ocupando cerca de 90% da região, também se destacam espécies como a Panga-
Panga, Umbila, Mapepe, Mussussa e Muocha.
Na área de implantação do projecto foi possível visualizar a existência de uma floresta ribeirinha composta
por diversas espécies arbóreas, arbustivas e gramíneas.

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Das variedades dos recursos faunísticos do distrito de Sussundenga, pode-se destacar a predominância
de gazela, cabrito de mato, galinhas do mato e ratos. A pesca que constitui o peixe do rio e das lagoas
artificiais de irrigação, como fonte de alimentação das famílias.
Na área do projecto foi possível verificar a existência de macacos. Tendo sido relatada a existência de
variados tipos de peixes, que poderão migrar durante a fase de construção. Por estão razão que na fase
do EIA deverá se estudar ao fundo a questão da migração dos peixes e outras espécies faunísticas e
propostas medidas para garantir a conservação da biodiversidade.
Os recursos florestais podem ser da espécies para madeira, construção, lenha, carvão, como também em
plantas medicinais. O desflorestamento e a erosão são problemas que afectam o distrito de Sussundenga,
a falta de suporte financeiro para os programas de reflorestamento nas áreas exploradas e outros meios
de conservação dos recursos florestais existentes são questões que impedem um maior aproveitamento
desta potencialidade.

Vegetação do local de implementação do projecto Evidência de existência de Macacos

Referencia Socio-economica
Vias de Acesso
O Distrito tem ligação rodoviária com os principais pontos do Sul, Centro e Norte do país através da ligação
à Estrada Nacional Chimoio-Beira, por via da EN216 Chimoio-Sussundenga-Mossurize e pela Estrada
Nacional nº 1.
A via que dá acesso rápido ao local de implantação do projecto é a que parte de Chimoio e passa pelo
distrito de Macati, numa extensão total de aproximadamente 50 km de estrada de terra batida.

Estrada que dá acesso ao local do projecto

Energia e Água

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O distrito de Sussundenga, tem uma percentagem baixa da população com acesso a energia e a maior
parte da população usa vela, lenha, bateria, gerador.
No que concerne às fontes de abastecimento de água, verifica-se que na sua maioria a população do
distrito é abastecida por Poços e furos (40%) ou recorre directamente aos rios ou lagos (60%), existindo
comunidades que têm que se deslocar 2 km até ao Rio Nhambamba para se abastecerem.
Na área do projecto poucas famílias beneficiam da corrente eléctrica da rede nacional, apesar de se
encontrarem próximos da Central Hidroelectrica de Mavuzi I.

Educação e Saúde
O investimento no sector tem estado a crescer, elevando o número de escolas do distrito, mesmo
prevalecendo o baixo rácio de escola por habitantes e professor por alunos.
Devido ao baixo número de profissionais de saúde, para a maternidade o distrito tem privilegiado a
participação de parteiras tradicionais de modo a compensar o défice.
O crescimento da rede escolar e de saúde desde 2000 e a melhoria do atendimento do pessoal têm
permitido aumentar o acesso da população aos serviços do Sistema Nacional de Educação e da Saúde
que, porém, está ainda a um nível bastante insuficiente.

Actividade Económica
Considerando a fertilidade dos solos do distrito, a produção é diversificada, sendo o algodão e o tabaco
consideradas culturas comerciais, produzidas em monoculturas. Este sistema de produção é ainda
complementado pela pecuária, como criação de gado bovino, caprino e avícola.
A ocupação principal da população local em idade activa é a agricultura familiar de subsistência, o que
indica tratar-se duma população desfavorecida, extremamente dependente da agricultura para assegurar
a sua sobrevivência e desenvolvimento.
Uma vez que grande parte das famílias têm a sua economia baseada na agricultura de subsistência, estas
são afectadas pela insegurança alimentar provocada pela roptura dos stocks alimentares provenientes da
produção agrícola.
A caça é sobretudo de animais de pequeno porte, principalmente ratos, coelhos, ratazanas, galinhas do
mato e perdizes. Contudo existem também porcos do mato e gazelas.
No âmbito da visita de campo foi possível constatar que a população local tem a agricultura como principal
actividade económica e de subsistência. Seguida pela criação de animais domésticos (galinhas, gado
bovino e caprino, patos, entre outros) e a peca praticada no rio Revué.

Constatações das visitas de campo


A equipe socio-ambiental visitou a área do projecto por duas ocasiões. Essas visitas permitiram à equipe
o conhecimento necessário do local onde será desenvolvido o projecto hidroeléctrico Mavuzi II, bem como
as principais questões socio-ambientais a serem investigadas durante o Estudos de Avaliação de Impacto
Ambiental e Social (ESIA).
A área de influência do projecto inclui a cidade de Chimoio, distrito de Sussundenga (sede de Muribane e
Nhambiriri); distrito de Macate (zona de Maconha). Isso implica que as reuniões de consulta pública devem
abranger as áreas acima.
Confirmamos o que já era esperado de que a execução do projecto hidroeléctrico Mavuzi-II está associada
a impactos positivos e negativos. O último abrangerá o ambiente social e biofísico).

Os impactos positivos potenciais do projecto serão investigados durante a ESIA e podem incluir:
• Oportunidades de Emprego (durante a fase de construção e operação).

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• Fornecimento de Energia Eléctrica (que vai impulsionar o crescimento económico e desenvolvimento


social).
• Desenvolvimento Comunitário (durante a construção e operação);
Os potenciais impactos negativos serão investigados durante o ESIA e podem incluir:

Biofísico
• Mudança de uso da terra e perda de terras agrícolas;
• Perda ou perturbação do habitat natural devido ao desmatamento da vegetação;
• Deterioração das águas subterrâneas;
• Aumento dos níveis de ruído (durante a construção e operação);
• Impactos na Qualidade da Água Superficial do Rio Revue (durante a construção);
• Contaminação/poluição do solo e recursos hídricos (durante a construção e operação);
• Lesão indirecta/mortalidade de espécies, incluindo peixes (durante a fase de construção);
• Diminuição da Qualidade do Ar (durante a construção);
• Declínio nos níveis de água de superfície;
• Colisões / electrocussão na linha de energia por grandes espécies de aves.

Socioeconómico:
• Deslocamento físico e económico (baixo);
• Poluição causada pelas obras civis (durante a construção);
• Impacto das mudanças na superfície terrestre em vestígios arqueológicos não descobertos e sítios
culturais (construção);
• Influxo de População a busca de oportunidades de emprego e negócios (construção);
• Exposição à violência baseada no gênero e exploração e abuso sexual (construção e operação);
• Impactos na Saúde (Malária; TB; HIV/AIDS; DSTs; riscos relacionados ao Solo e Resíduos; Substâncias
Perigosas) (construção e operação);
• Impactos nas actividades pesqueiras (durante a construção e operação).

Outros potenciais riscos que serão investigados durante a ESIA:


• Impactos Cumulativos que resultam de sucessivas intervenções na mesma zona (Vanuzi I e Mavuzi II);
• O impacto nas mudanças climáticas.

Identificação preliminar dos impactos Ambientais e Sociais


Tendo em conta as questões biofísicas, não haverá impactos muito significativos para implantação do
projecto pois a área em estudo não irá sofrer nenhuma destruição, mas em contrapartida terá impactos
positivos no domínio socioeconómicos, pois o projecto irá empregar muita mão-de-obra local, contribuindo
para o aumento da renda familiar, melhoria das condições de vida e arrecadação de receitas para os cofres
do estado.

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A seguir a tabela ilustra o resumo dos impactos sócio ambientais que foram identificados de forma
preliminar. Importa referir que estes impactos são os que a equipa técnica responsável pela elaboração
do EPDA considerou relevante, mas este assunto será tratado ao detalhe na fase do EIA.

Impactos positivos
Do ponto de vista dos ganhos, o projecto vai gerar emprego privilegiando a mão-de-obra local por forma a
melhorar o padrão de vida das comunidades locais, garantindo o aumento da renda familiar. Tratando- se
dum projecto de Engenharia, dos postos de trabalho derivados do projecto, teremos a contratação de
pessoal sem formação, técnicos nacionais e estrangeiros (caso se julgue necessário).

Resumo de Impactos Sociais e Ambientais

Impacto Estatuto
Perda de fauna e flora local com a implantação do projecto; Negativo[VSL1]
Compactação do solo durante a fase de construção e Negativo
devido a circulação de veículos e máquinas pesadas;
Emissão de poeiras e gases para atmosfera devido a actividades Negativo
de demolição e circulação de veículos e máquinas pesadas
Contaminação do aquífero na fase de operação devido a Negativo
refrigeração dos painéis de águas;
Perda de culturas e animais pelo consumo de radiação do sistema Negativo
de controlo e linha de alta tensão;
Geração de empregos; Positivo
Geração de renda e arrecadação de receitas para os cofres do Positivo
estado;
Redução da criminalidade e animais peçonhentos com a Positivo
implantação da central;
Conflitos homem-animal devido a existência de fauna bravia; Negativo
Geração de resíduos sólidos durante a fase de construção e Negativo
operação;
Proliferação de doenças sexualmente transmissíveis e conflitos Negativo
sociais devido à contratação de mão-de-obra forasteira por parte
do empreiteiro e/ou pelo proponente.
Perda parcial ou total de bens imóveis (casas, terras ou Negativo
Machambas) no local proposto para construção da central
eléctrica.

Aspectos a investigar na fase do EIA


Com a realização do EIA será feita uma abordagem detalhada e devidamente fundamentada da situação
sócio ambiental de referência e dos potenciais impactos preliminarmente identificados durante esta fase.
A seguir são arrolados alguns aspectos que devem ser considerados prioritários na fase do EIA:
 Qualidade do ar atmosférico e ruído;
 Qualidade e quantidade da água;
 A captação de água e a rejeição de efluentes líquidos;
 A variação do estado de tempo;
 Os valores ecológicos (fauna ou flora) de maior interesse conservacionista e identificar
todas espécies que ocorrem no local do projecto. Bem como o fenômeno de migração de

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peixes e outras espécies faunísticas;


 Os usos da terra e os valores socioeconómicos e de herança cultural. Bem como questões
relacionadas ao reassentamento por perda total ou parcial de terras, culturas agrícolas ou
infra-estruturas;
 As perspectivas de desenvolvimento e de segurança e bem-estar das populações a nível local.
 Envolvimento activo da comunidade local (e de outros intervenientes) na discussão das
questões relativas ao Projecto que poderão afectar os modos de vida da comunidade, para
melhor fundamentar as decisões sobre o Projecto e o próprio EIAS, visando minimizar os
impactos negativos e potenciar os impactos positivos do Projecto;
 Identificação e análise do impacto potencial do Projecto sobre as mudanças climáticas e os
mecanismos locais de adaptação;
 Registo e análise das perspectivas e expectativas de desenvolvimento e de bem-estar da
população, face às oportunidades de desenvolvimento que podem ser proporcionadas pelo
Projecto, de modo a considerá-las na identificação e análise de impactos;
 Identificação e análise dos mecanismos locais de abordagem de questões relativas a
HIV/SIDA, Género e Grupos Vulneráveis e de como o Projecto pode contribuir para a inclusão
social destes grupos.

Termos de referência do EIAS


Os presentes Termos de Referência (TdRs) são preparados no âmbito da execução da fase de Estudo de
Pré-viabilidade e Definição de Âmbito (EPDA) do Processo de Impacto Ambiental (AIA) do Projecto de
Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II.
O processo de AIA do Projecto teve início com a submissão da Instrução do Processo tendo sido após a
pré-avaliação classificado como sendo da categoria “A” pelo Serviço Provincial do Ambiente (SPA)
de Manica (através da Nota no 1027/SPAM/DA/200 datada de 30 de Dezembro de 2021. Sendo assim,
o Projecto está sujeito à realização de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
Na presente fase da AIA, os presentes TdRs, anexos ao EPDA do Projecto reflectem os contributos obtidos
na pesquisa de campo efectuada e são submetidos para aprovação pelo Ministério da Terra e Ambiente
(MTA).
Na etapa seguinte o EIA deverá ser executado com base nos TdRs aprovados, em conformidade com o
estipulado no artigo 11 do Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto
54/2015 de 31 de Dezembro).
Os TdRs constituem, assim, um instrumento de orientação da equipa técnica multidisciplinar de
consultores ambientais no desenvolvimento dos trabalhos inerentes à elaboração do EIA.
O EIA será realizado em conformidade com a Lei – quadro do Ambiente (Lei 20/97, de 1 de Outubro) e
com o Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (referido Decreto nº 54/2015,
de 31 de Dezembro), orientando-se igualmente pela Directiva Geral para Elaboração de Estudos de
Impacto Ambiental (Diploma Ministerial nº 129/2006).

Metodologia
O EIA será desenvolvido tendo em conta a Legislação de Moçambicana e as boas práticas e orientações
disponíveis internacionais e o seu conteúdo obedecerá ao disposto no Artigo 11 do Regulamento do
Processo de Avaliação de Impacto Ambiental, tendo igualmente em atenção o disposto na Directiva Geral
para a Elaboração de Estudos do Impacto Ambiental. O Artigo 11 do Regulamento do Processo de
Avaliação de Impacto Ambiental refere, a propósito do conteúdo mínimo do EIA.

Componentes Sobre as quais Incorrerá o EIA

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O EIA será um documento de natureza técnico-administrativa que tem como finalidade identificar e avaliar
os impactos ambientais associados ao projecto durante as diferentes fases de sua implantação
(construção, operação e desactivação) e propor as medidas de mitigação e programas ambientais
relacionados aos impactos identificados.
A partir do levantamento do meio biofísico e socioeconómico da área de influência do empreendimento,
consubstanciado no Diagnóstico Ambiental, serão qualificados e, quando possível, quantificados todos os
impactos nos meios supracitados, positivos e negativos, decorrentes do projecto em todas as fases de sua
execução do projecto (construção/implantação, operação até a desactivação).
O estudo deverá apontar as acções de monitoria e gestão dos impactos negativos, assim como medidas
de mitigação dos impactos negativos, indicando ainda as alternativas para potenciar os impactos positivos
do projecto.

Questões Fatais para implementação do Projecto


No contexto de um processo de AIA uma questão fatal é entendida como qualquer problema, lacuna ou
conflito que, pela sua gravidade, possa inviabilizar um processo ou uma actividade. Trata-se, noutros
termos, de um efeito negativo que não pode ser mitigado a níveis considerados aceitáveis no contexto da
protecção ambiental, social e/ou da saúde e segurança e a determinação da sua existência é um dos
objectivos principais de um EPDA, enquanto documento em que se discute a pré-viabilidade ambiental de
um dado projecto.
No caso em apreço e recorrendo aos conhecimentos técnico-científicos actuais não se identificou
nenhuma questão fatal, ou seja, qualquer impacto sobre o meio biofísico e socioeconómico que possa
levantar dúvidas sobre a sustentabilidade do Projecto ou que possa condicionar significativamente a sua
implementação.

Considerações finais
Consideramos que a implementação do projecto poderá responder a varias situações no local de
implementação, não só e com todas condições possíveis para a preservação biofísica e alavancar as
condições socioeconomicas.
A magnitude do projecto remete a preparação de varias opções técnicas para que o alinhamento destas
com o ambiente, pode-se traduzir projecto de classe A livre de impactos prejudiciais.
Devido a escassez de recursos hídricos, haverá necessidade de identificação e instalação de estacoes
hidrométricas para avaliação.

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PROJECTO DA CENTRAL HIDROELÉCTRICA DE MAVUZI II

Estrutura do Relatório do EPDA

O presente Relatório do Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA) e Termos de


Referência (TdRs), foi elaborado tendo em consideração as especificações do Regulamento sobre o Processo
de Avaliação do Impacto Ambiental (AIA), aprovado pelo Decreto nº54/2015 de 31 de Dezembro. O presente
relatório é constituído por dois volumes, a saber:
Primeiro Volume: Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA) conforme apresentado
abaixo:
 Capítulo 1 – Introdução: neste capítulo é feita a apresentação a contextualização sobre o processo
de elaboração deste EPDA e dos TdR, descrição do processo de AIA e os objectivos, dados gerais
do EPDA, a identificação do proponente do projecto e a identificação da equipa do EIA;
 Capítulo 2 – Enquadramento Legal da actividade: este capítulo descreve os requisitos legais, regras
e orientações aplicáveis ao Projecto;
 Capítulo 3 – Descrição do Projecto: neste capítulo é feita a descrição do Projecto de um modo
geral, descrevendo sobretudo as actividades de construção da Barragem de Mavuzi II
 Capítulo 4 – Situação de Referência Biofísica e Socioeconómica: neste capítulo é descrita a
situação de referência no meio biótico, físico e socioeconómico da área de influência do projecto;
 Capítulo 5 – Identificação Preliminar dos Impactos Ambientais e Sociais: neste capítulo é
apresentada a metodologia de identificação e avaliação dos impactos da implementação do projecto
em todas as suas fases, onde são listados e descritos, de um modo geral, os impactos que poderão
advir nas componentes ambientais e social em todas as fases do Projecto e que deverão ser
aprofundadas no Relatório do Estudo do Impacto Ambiental e Social;
 Capítulo 6 – Aspectos a Investigar na Fase do EIA: este capítulo faz uma abordagem detalhada e
devidamente fundamentada da situação ambiental de referência e dos potenciais impactos
preliminares identificados durante esta fase;
 Capítulo 7 – Questões Fatais para Implementação de Projectos: neste capítulo é feita menção de
não identificação de questões fatais que possam condicionar significativamente a sua
implementação.
 Capítulo 8 – Bibliografia: está reservado às referências bibliográficas que de alguma forma
sustentaram as informações pertinentes contidas neste EPDA & TdR em forma de citações ou
consultas bibliográficas.

Segundo Volume: Termos de Referência (TdRs), que respondem aos requisitos do Artigo 11 do Decreto no
54/2015 de 31 de Dezembro (Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental), conforme
apresentado abaixo:
 Capítulo 1 – Introdução: neste capítulo é feita uma apresentação sobre o processo de elaboração
dos TdRs.
 Capítulo 2 – Metodologia: é feita uma abordagem dos procedimentos e conteúdo mínimo na
elaboração do EIA.
 Capítulo 3 – Identificação das Componentes Ambientais sobre as quais incidirá o Estudo: este
capítulo tem como finalidade identificar e avaliar os impactos ambientais associados ao projecto
durante as diferentes fases de sua implementação e propor as medidas de mitigação.
 Capítulo 4 – Estudos Especializados: é feita uma descrição do projecto e arrolados todos os
estudos do meio físico, biótico e socioeconómico.
 Capítulo 5 – Identificação de Potenciais Impactos da Actividade: neste capítulo é feita uma

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apresentação da estrutura de conteúdos mínimos que serão apresentados.


 Capítulo 6 – Avaliação dos Impactos Ambientais e Sociais do Projecto: neste capítulo é feito um
prognóstico ambiental onde, a partir do diagnóstico e dos elementos constituintes do projecto, se
esboçam perspectivas de uma qualidade ambiental futura e se estabelecem os impactos
ambientais.
 Capítulo 7 – Processo de Consulta Pública: aqui é feita uma apresentação de como será conduzido
o processo de consulta pública com vista a garantir a participação das partes interessadas e
afectadas pelo projecto e criando um espaço para uma análise imparcial dos impactos.
 Capítulo 8 – Relatório do Estudo de Impacto Ambiental: é feita uma apresentação da estrutura
imprescindível que o relatório deverá seguir.

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Projecto hidroeléctrica Mavuzi II
Avaliação do Impacto Ambiental e Social

Lista de abreviaturas

AIAS Avaliação do Impacto Ambiental e Social


AID Área de Influência Directa
AII Área de Influência Indirecta
DINAB Direcção Nacional do Ambiente
EDM Electricidade de Moçambique, E.P.
EIA Estudo de Impacto Ambiental
EPDA Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito
FSL Nível de abastecimento total
GdM Governo de Moçambique
GRP Plástico reforçado de vidro
UHE Central Hidroeléctrica
ICOLD Comissão Internacional de Grandes Barragens
INE Instituto Nacional de Estatística
JV Joint Venture
LiDAR Detecção e Alcance de Imagem de Luz
MIREME Ministério dos Recursos Minerais e Energia
MOL Nível Mínimo Operacional
MTA Ministério da Terra e Ambiente
NATM Novo Método Austríaco de Tunelamento
NAS Normas Ambientais e Sociais
PA Posto Administrativo
PES Plano Económico e Social
PGA Plano de Gestão Ambiental
PIB Produto interno bruto
PI&As Partes Interessadas e Afectadas
REIAS Relatório do Estudo de Impacto Ambiental e Social
SPA Serviço Provincial do Ambiente
TE Tractebel Engineering GmbH / Alemanha
TPF Consultores de Engenharia e Arquitetura, SA / Portugal
TTC Think Tank Consultants, SA

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Lista de unidades

GWh Giga Watt por Hora


h Hora
ha Hectare
km Quilómetro
km2 Quilómetros Quadrado
kV Quilovolt
KWh Quilowatt por Hora
m Metro
M Milhão
Masl Metros Acima do Nível do Mar
Mm Mil Milímetros
MW Megawatt
m2 Metro Quadrado
m3 Metro Cúbico
Mm3 Milhão de Metros Cúbicos
m3/s Metro Cúbico por Segundo
s Segundos
°C Graus Celsius

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Avaliação do Impacto Ambiental e Social

VOLUME I

RELATÓRIO DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E DEFINIÇÃO DE


ÂMBITO (EPDA)

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Índice

VOLUME I - RELATÓRIO DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E


DEFINIÇÃO DE ÂMBITO (EPDA)

VOLUME I ............................................................................................................................................... v
RELATÓRIO DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E DEFINIÇÃO DE ÂMBITO
(EPDA) v
VOLUME I - RELATÓRIO DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E DEFINIÇÃO DE
ÂMBITO (EPDA) ...................................................................................................................................... i

1 BREVE DESCRIÇÃO ....................................................................................................................67


1.1 Introdução e objectivos do projecto ...................................................................................... 67
1.2 Apresentação do Proponente e do Consultor...................................................................... 68
1.3 Processo da AIA e Dados Gerais do EPDA ........................................................................ 70
1.4 Metodologia Adoptada na Elaboração do EPDA................................................................. 73

2 ENQUADRAMENTO LEGAL.......................................................................................................74
2.1 Constituição da República de Moçambique ................................................................................. 74
2.2 Recursos Hidráulicos ..................................................................................................................... 76
2.3 Poluição e Gestão de Resíduos .................................................................................................... 77
2.4 Património Histórico e Cultural ...................................................................................................... 77
2.5 Gestão de Terras e Reassentamento ........................................................................................... 77
2.6 Ecossistemas Naturais e Habitat .................................................................................................. 78
2.7 Energia ............................................................................................................................................ 79
2.8 Condições de Trabalho, Saúde e Segurança no Trabalho ......................................................... 79
2.9 Legislação sobre HIV, género e grupos vulneráveis ................................................................... 80
2.10 Normas Ambientais e Sociais do Banco Mundial ...................................................................... 80
2.11 Directrizes da SAPP (Southern African Power Pool) ................................................................ 83

3 DESCRIÇÃO DO PROJETO .......................................................................................................86


3.1 JUSTIFICATIVA DO PROJECTO ................................................................................................. 86
3.2 LOCALIZAÇÃO GERAL DO PROJECTO .................................................................................... 86
3.3 CARACTERÍSTICAS DO RESERVATÓRIO................................................................................ 88
3.4 FUNDAÇÃO DA BARRAGEM ....................................................................................................... 90
3.5 CONSTRUÇÃO DE TÚNEL .......................................................................................................... 91
3.6 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E ÁREAS DE EMPRÉSTIMO ................................................ 91
3.7 OPÇÕES DE LAYOUT................................................................................................................... 91
3.8 ASPECTOS COMUNS DE LAYOUT ............................................................................................ 94
3.8.1 Desvio Temporário do Rio .......................................................................................................94

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3.8.2 Saída Inferior ............................................................................................................................94


3.8.3 Acesso ......................................................................................................................................94
3.8.4 Linha de Transmissão ..............................................................................................................96
3.10 DESCRIÇÃO DA OPÇÃO DO LAYOUT 1a ............................................................................... 97
3.10.1 Principais Obras .....................................................................................................................97
3.10.2 Descarregador......................................................................................................................100
3.10.3 Circuitos ...............................................................................................................................100
3.10.4 Central - Margem Esquerda .................................................................................................100
3.11 DESCRIÇÃO DA OPÇÃO 1B .................................................................................................... 101
3.11.1 Principais Obras ...................................................................................................................101
3.11.2 Vertedouro............................................................................................................................103
3.11.3 Circuitos ...............................................................................................................................103
3.11.4 Central - Margem Esquerda .................................................................................................103
3.12 DESCRIÇÃO DA OPÇÃO 2 ...................................................................................................... 104
3.12.1 Principais Obras ...................................................................................................................104
3.12.2 Descarregador......................................................................................................................106
3.12.3 Circuitos ...............................................................................................................................106
3.12.4 Central - Pé de Barragem ....................................................................................................106
3.13 DESCRIÇÃO DA OPÇÃO 3 ...................................................................................................... 107
3.13.1 Principais Obras ...................................................................................................................107
3.13.2 Circuitos ...............................................................................................................................107
3.13.3 Central - Margem Direita ......................................................................................................108
3.14 CAPACIDADE INSTALADA ...................................................................................................... 108
3.14.1 Desenvolvimento de Cascata de Energia Hidroeléctrica .....................................................109
3.14.2 Dimensionamento da UHE Mavuzi II ...................................................................................109
3.15 RECURSOS E MATERIAIS....................................................................................................... 109
3.15.1 Uso de Água e Energia ........................................................................................................109
3.15.2 Material e Equipamento .......................................................................................................110
3.15.3 Mão-de-obra .........................................................................................................................110
3.16 ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRECTA E INDIRECTA DO PROJECTO ................................... 111
3.17 PRINCIPAIS ACTIVIDADES DO PROJECTO ......................................................................... 112
3.18 ALTERNATIVAS DO PROJECTO ............................................................................................ 113
3.18.1 Alternativa à Implementação do Projecto ............................................................................113
3.18.2 Alternativa de Localização ...................................................................................................113

4 SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA BIOFÍSICAS E SÓCIO-ECONÔMICAS DA ÁREA DE


PROJETO ................................................................................................................................................114
4.1 Principais características biofísicas da área do projecto .................................................. 114
4.2 Principais características socioeconômicas da área do projeto ....................................... 117
4.1.1 Vias de acesso ..................................................................................................................117
4.2.2 Energia e Água.......................................................................................................................119
4.2.3 Educação e Saúde .................................................................................................................119
4.2.4 Alfabetização e escolaridade .................................................................................................119
4.2.5 Economia ...............................................................................................................................119

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4.3 Constatações das visitas de campo............................................................................................ 120

5 IDENTIFICAÇÃO PRELIMINAR DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS ................122


5.1 Impactos Biofísicos .............................................................................................................. 122
5.2 Impacto sobre o meio Socioeconómico ............................................................................. 123

6 ASPECTOS A INVESTIGAR NA FASE DO EIA ....................................................................124

7 QUESTÕES FATAIS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PROJECTO ....................................125

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................125

9 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................1

Lista de Figuras
Figura 1: Processo de Licenciamento Ambiental ........................................................................................71
Figura 2: Processo de EIA...........................................................................................................................72
Figura 3: Mapa do distrito de Sussundenga ................................................................................................87
Figura 4: Mapa regional do projecto ............................................................................................................87
Figura 5: Potencial locais de açude e barragem .........................................................................................88
Figura 6: Curva de elevação-área-capacidade, Barragem - site 2 .............................................................89
Figura 7: Curva de elevação-área-capacidade, local da Barragem 3 .........................................................90
Figura 8: Opções principais de layout .........................................................................................................93
Figura 9: Casa das Máquinas Mavuzi I .......................................................................................................93
Figura 10: Rede rodoviária mais ampla na área do projecto ......................................................................95
Figura 11: Layout esquemático da opção 1a ..............................................................................................97
Figura 12: Rio Revue fluindo da esquerda para a direita, directamente d/s da saída central eléctrica de
Mavuzi I .......................................................................................................................................................98
Figura 13: Vista para montante do novo local do açude e casa de força Mavuzi I à esquerda .................98
Figura 14: Vista a jusante na localização do açude ....................................................................................99
Figura 15: Seção transversal no local da represa 1a ..................................................................................99
Figura 16: Margem esquerda da localização da central ...........................................................................100
Figura 17: Layout esquemático da opção 1b ............................................................................................101
Figura 18: Local de barragem potencial 1b - vista para jusante ...............................................................101
Figura 19: Local de barragem potencial 1b - vista a montante .................................................................102
Figura 20: Seção transversal no local da barragem, opção 1b.................................................................103
Figura 21: Layout esquemático da opção 2 ..............................................................................................104
Figura 22: Local da barragem potencial, opções 2 e 3 - vista para jusante .............................................105
Figura 23: Local de barragem potencial 2, opções 2 e 3 - vista para jusante (close up) .........................105
Figura 24: Seção transversal no local da barragem, opções 2 e 3 ...........................................................106
Figura 25: Layout esquemático da opção 3 ..............................................................................................107
Figura 26: Vista em direcção à alternativa de potência da margem direita ..............................................108
Figura 27: Área de influência directa do projecto ......................................................................................112
Figura 28: Dados de Precipitação e Temperatura ....................................................................................114
Figura 29: Hidrologia do Distrito ................................................................................................................115
Figura 30: Vegetação do Local de Implantação do Projecto ....................................................................116

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Figura 31: Evidência de existência de Macacos .......................................................................................117


Figura 32: Estrada que dá acesso ao local do projecto ............................................................................118

Lista de Tabelas

Tabela 1: Equipa de Consultores Responsável pelo EIA ...........................................................................69


Tabela 2: Características do reservatório para diferentes níveis de água, Barragem - local 2 ..................89
Tabela 3: Características do reservatório para diferentes níveis de água, local da Barragem 3 ...............90
Tabela 4: Características das opções de layout .........................................................................................93
Tabela 5: Alternativas de acesso para opções de layout ............................................................................95
Tabela 6: Lista dos principais equipamentos e materiais de obra ............................................................110
Tabela 7: População, por nível de alfabetização ......................................................................................119
Tabela 8: Resumo de Impactos Socio Ambientais ...................................................................................122
Tabela 3: Critérios e Parâmetros de Avaliação dos Impactos do Projecto ..................................................III
Tabela 4: Determinação da Escala de Significância ................................................................................... IV
Tabela 5: Classificação dos Riscos .............................................................................................................. V

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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

1 BREVE DESCRIÇÃO
1.1 Introdução e objectivos do projecto
A EDM (Electricidade de Moçambique, E.P), que está sob tutela do Ministério dos Recursos Minerais
e Energia (MIREME) do Governo de Moçambique (GdM), como Empresa Estatal, foi criada em 27 de
Agosto de 1977, há sensivelmente dois anos depois da independência de Moçambique. Tendo sido
criada pelo Decreto Lei nº 38/77, de 27 de Agosto, como a entidade responsável pelo estabelecimento
e exploração do serviço público de produção, transporte, distribuição e comercialização da energia
eléctrica no país.
A EDM está a planificar o reforço da produção de electricidade em Moçambique com a implementação
do Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II, cujo principal objectivo é aumentar
a produção e o fornecimento de electricidade gerada pelas fontes renováveis na região. O Projecto
está localizado no centro de Moçambique, concretamente no rio Revué, na província de Manica, distrito
de Sussundenga.
Ciente dos potenciais impactos ambientais e sociais associados com as actividades do projecto de
Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II, bem como a necessidade de garantir que as
actividades sejam desenvolvidas respeitando os padrões de qualidade ambiental estipulados na
legislação nacional, a EDM, enveredou pelo licenciamento ambiental do mesmo. Para o efeito, a EDM,
através de um concurso público, contratou o Consórcio de duas empresas, a TRACTEBEL e a TPF.
Por sua vez, a TPF subcontratou a Think Tank Consultants, SA (TTC-SA), empresa de consultoria
ambiental e engenharia devidamente credenciada pelo Ministério da Terra e Ambiente (MTA) para
realizar Avaliação do Impacto Ambiental (AIA) para empreendimentos de desenvolvimento no país
(Vide Anexo 1).
O presente EPDA é elaborado em cumprimento ao previsto no Artigo 10 do Regulamento Sobre o
Processo de Avaliação do Impacto Ambiental em Moçambique e conforma-se com a classificação do
presente projecto como sendo de categoria “A” pelo Serviço Provincial do Ambiente (SPA) de
Manica (através da Nota no 1027/SPAM/DA/200 datada de 30 de Dezembro de 2021, que envia o
Relatório da Pré-avaliação do Projecto-Vide Anexo 2), tendo em vista o cumprimento dos seguintes
objectivos principais:
 Determinar, de uma forma preliminar, os principais potenciais impactos ambientais do
projecto proposto e as questões que devem ser detalhadamente investigadas na fase de
EIA;
 Determinar se existem questões fatais, ou seja, qualquer problema, lacuna ou conflito em
termos ambientais que, pela sua gravidade, possa inviabilizar a intervenção pretendida e,
como tal, determinem a suspensão do processo tendente à sua concretização;
 Descrever o Projecto e caracterizar de um modo preliminar as condições físicas, bióticas
e socioeconómicas do ambiente receptor;
 Identificar as alternativas do Projecto;
 Identificar de um modo preliminar os potenciais impactos ambientais do Projecto;

 Identificar as lacunas de informação e os principais aspectos a serem estudados em


detalhe na fase do EIAS; e
 Determinar os aspectos bióticos, físicos e socioeconómicos a serem incorporados nos
Termos TdR do Estudo de Impacto ambiental e Social (EIAS), para serem estudados em
detalhe no EIA.
No pressuposto de que não existem questões fatais, formular uma proposta de Termos de Referência
(TdR) para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), a ser submetida à análise e aprovação pelos órgãos
competentes.

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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

Objectivos do projecto
O proponente (EDM) pretende realizar o projecto de construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II
com o objectivo de produzir electricidade para fins de comercialização. O objectivo geral de
desenvolvimento do presente projecto é aumentar a capacidade de produção de energia eléctrica
através da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II, com foco em Moçambique. Para atingir este objectivo,
o projecto realizará as seguintes acções:

 Melhorar a taxa de cobertura da rede eléctrica;


 Melhorar a gestão dos recursos hídricos;
 Aumentar a fonte de energia e períodos de disponibilidade;
 Melhorar o desenvolvimento regional; e
 Criar novos empregos.

As acções acima serão alcançadas através da implementação da legislação nacional e das melhores
práticas internacionais relevantes, bem como as especificações técnicas do projecto executivo. Esta
abordagem é adoptada em projectos recentes e visa garantir a sustentabilidade de projectos de
desenvolvimento do ponto de vista económico, ambiental e social.
1.2 Apresentação do Proponente e do Consultor
Identificação do Proponente
A Electricidade de Moçambique (EDM) é uma empresa de produção, transporte, distribuição e
comercialização de energia eléctrica. Esta empresa, criada em 1977,
A EDM está localizada no seguinte endereço:
Avenida: Filipe Samuel Magia,
Número 368 Telefone fixo
(+258)
21353600/21353603/30/42
Fax: (+258) 21322074
Maputo - Moçambique

Identificação do consultor
O Consultor para o estudo de viabilidade do Projecto da Hidreléctrica de Mavuzi II é uma Joint Venture
de duas empresas, nomeadamente, Tractebel Engineering da Alemanha (TE) (ex-Lahmeyer
International - LI) e TPF Consultores de Engenharia e Arquitetura, SA de Portugal.
A TE é um consultor internacional que opera em todo mundo com vasta experiência em projectos de
gestão de recursos hídricos e projetos hidrelétricos em todos os níveis de desenvolvimento do projeto,
do plano mestre à implementação.
A TPF é provedor global de serviços de Engenharia, Arquitetura e Gestão, com 39 anos de experiência
em Águas, Saneamento e Agricultura, Edificações, Energia e Transporte, actuando nos mais diversos
mercados. A TPF Moçambique é uma subsidiária com escritório em Maputo a trabalhar como uma
empresa de consultoria em engenharia de direito moçambicano.
A Think Tank Consultants SA (TTC, SA) é uma empresa moçambicana devidamente registrada no
Ministério da Terra e Ambiente (MTA) pela licença nº 53/2018 para exercer a actividade de consultoria
e auditoria ambiental. A TTC SA é reconhecida na provisão de serviços de consultoria ao Governo,
Organizações Não-Governamentais, Sector Privado, Agências Internacionais de Desenvolvimento e
outras instituições do sector público e privado. A TTC fornece seus serviços para este projecto como

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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

sub-consultor da TPF, para conduzir o processo de Avaliação do Impacto Ambiental e Social com vista
ao licenciamento ambiental do projecto.
Think Tank Consultants SA, tem o seu nome registrado na Cidade de Maputo, localizado no seguinte
endereço:
Avenida: Francisco Orlando Magumbwé, nº 250, Polana
Cimento A, Nº 250 Número de telefone: 21 494984
Celular: +258 84 427 2197/86 437 2195
O email: thinktank@thingtank.co.mz

Tabela 1: Equipa de Consultores Responsável pelo EIA

NOME POSIÇÃO EDUCAÇÃO RESPONSABILIDADE DA EQUIPA


PROPOSTA
Eduardo Langa Especialista Nível de Educação: Mestrado Coordenação do Processo de Avaliação
Ambiental/Chefe da em Gestão Ambiental do Impacto Ambiental e Social;
Equipa Instituição: Universidade de East Controlo da qualidade e validação
Anglia, Inglaterra documental; Revisão da documentação
técnica;
Avaliação dos Impactos Ambientais;
Eduardo Macuácua Especialista em Nível de Educação: Mestrado em Levantamento socioeconómico; Avaliação
Socioeconómica e Economia Instituição: dos Impactos Sociais;
Reassentamento Universidade de Western Cape, Condução do Processo das Consultas as
África do Sul pessoas afectadas e interessadas
(Consultas Pública, Grupos Focais e
contactos interpessoais);
Elaboração de programas de monitoria
social; Elaboração do Relatório das
Consultas Públicas;
Elaboração do Plano de Acção para o
Reassentamento Abreviado.
Kiril Chivangue Engenheiro Nível de educação: Estudante Avaliação da gestão de recursos hídricos e
Hidráulico do Mestrado em Hidráulica e infra-estruturas hidráulicas;
Recursos Hídricos; Licenciatura Elaboração do relatório de especialidade;
em Engenharia Hidráulica.
Participação na elaboração do EIA e PGAS
Salomão Bandeira Ecologista Nível de educação: Pós- Elaboração da situação de referência do
Doutorado em Botânica ambiente biológico (fauna e flora);
Identificação e avaliação de possíveis
impactos e proposta de medidas de
mitigação;
Elaboração do relatório de
especialidade/informação para o
REIA+PGA.
Humberto Saeze Especialista em Nível de educação: Estudante Elaboração do relatório de hidrologia e
Hidrologia do Mestrado em Hidráulica e geologia;
Recursos Hídricos; Actualmente Responsável por conduzir todos estudos
está na fase final do seu hidrológicos e geológicos;
doutoramento em hidrologia pela
Universidade de Western Cape - Avaliação da gestão de recursos hídricos;
RSA. Elaboração do relatório de especialidade

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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

NOME POSIÇÃO EDUCAÇÃO RESPONSABILIDADE DA EQUIPA


PROPOSTA
Sérgio Maló Geógrafo Nível de Educação: Licenciatura Gestão de desastres naturais;
(Especialista em Geografia pela Universidade Adaptação às mudanças climáticas
em SIG) Eduardo Mondlane; aplicadas à cartografia; SIG e tecnologias
Pós-graduação em de informação e comunicação para
Desenvolvimento agrário, ramo de análise de vulnerabilidade.
Gestão de Recursos Florestais e
Faunísticos;
Pós-graduação em Gestão de
Empresas pelo
Instituto Superior de Ciências e
Tecnologia
António Cumbane Especialista da Nível de Educação: Elaboração de mapas e/ou gráficos;
Qualidade do
Licenciatura em Engenharia Classificação de parâmetros da qualidade
Ar, Ruído e
Química, Mestrado e do ar, ruído e vibrações;
Vibrações
Doutoramento em Identificação dos impactos na qualidade
Processamento de Recursos do ar e suas respectivas medidas de
Minerais e Gestão Ambiental. mitigação
Elaboração do relatório de especialidade.
Mirela Romão Assistente Nível de Educação: Licenciatura Coordenar os aspectos Administrativos do
Langa Social de em projecto
Campo Sociologia Colecta de dados secundários e primários
Instituição: Universidade São (base para a avaliação socioeconómico)
Tomás de Moçambique
Viriato Uamusse Assistente Nível de Educação: Licenciatura Identificar e Avaliar impactos ambientais e
Ambiental de em Educação Ambiental sociais;
Campo Instituição: Universidade Organizar a logística do processo de
Eduardo Mondlane participação pública e redacção das Actas
das reuniões;
Elaboração do EPDA & TdR;
Colecta de dados secundários e primários
(base para a avaliação sócio-ambientais);
Compilar os estudos de especialidade e
elaborar o REIA & PGA.

1.3 Processo da AIA e Dados Gerais do EPDA

Processo de Avaliação do Impacto Ambiental e Licenciamento Ambiental


O Processo de Avaliação do Impacto ambiental e Social (AIAS) é regulamentado pelo Decreto 54/2015
de 31 de Dezembro, e corresponde a um instrumento de gestão ambiental que tem como objectivo, a
identificação e análise prévia, qualitativa e quantitativa, dos efeitos ambientais positivos e negativos de
uma actividade proposta e a identificação das medidas de mitigação adequadas, de modo a minimizar
os efeitos negativos e potenciar os efeitos positivos. De acordo com o artigo 4 do presente
regulamento, para efeitos de definição do tipo de AIA a ser realizada, as actividades são categorizadas
da seguinte forma:
 Categoria A+: projectos que devido a sua complexidade, localização, e/ou
irreversibilidade e magnitude dos possíveis impactos merecem não só um elevado nível
de vigilância social e ambiental, necessitando da realização de um Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) e supervisão por Revisores Especialistas independentes com experiência
comprovada;

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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

 Categoria A: trata-se de actividades que afectam significativamente seres vivos e áreas


ambientalmente sensíveis e os impactos são de maior duração, intensidade, magnitude e
significância, necessitando da realização de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA);
 Categoria B: trata-se de projectos ou acções que não afectam significativamente os seres
vivos, nem áreas ambientalmente sensíveis comparativamente às actividades das
categorias superiores (A+ e A), necessitando da realização de um Estudo Ambiental
Simplificado (EAS);
 Categoria C: são empreendimentos ou acções que provocam impactos negligenciáveis,
insignificantes ou mínimos. Não existem impactos irreversíveis e os impactos positivos
superam significativamente os impactos negativos, dispensando-se a realização de
quaisquer tipos de estudos, contudo devem ser apresentados Procedimentos de Boas
Práticas de Gestão Ambiental a serem elaborados pelo proponente do projecto e
aprovados pela entidade que superintende a área de AIA.
O mesmo Decreto no 54/2015 de 31 de Dezembro, no seu Artigo 5, indica que estão isentas de
realização de EIA ou EIAS, as acções imediatas que visam fazer face a situações de emergência
derivadas de desastres ou calamidades naturais, assim como situações de emergência resultantes de
actividades de desenvolvimento que não é o caso deste projecto.
O processo de avaliação do impacto ambiental em Moçambique, é orientado conforme o diagrama
apresentado a seguir:

Figura 1: Processo de Licenciamento Ambiental

Processo de EIA e objectivos


O projecto foi categorizado pelos SPA de Manica em Dezembro de 2021, sendo que o projecto é da
categoria A, está sujeito a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e Social (EIAS). O EIAS é um

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 71


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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

instrumento que é usado para investigar com detalhe que tipo de impactos (com efeito benéfico ou
adverso) a implementação deste projecto terá sobre o ambiente social, económico e biofísico na área
de influência directa (AID) e área de influência indirecta (AII), bem como propor as devidas medidas
de mitigação para os impactos negativos e maximização dos impactos positivos. Estas medidas devem
ser implementadas em todas as fases do projecto.
Na figura que se segue está ilustrado o processo de AIA para projectos de categoria A, mostrando as
fases a seguir para o licenciamento ambiental. As três fases fundamentais do processo de AIA, cingem-
se na IP, o EPDA & TdR e por ultimo o EIA, sendo este o documento da fase dois, EPDA & TdR.

Figura 2: Processo de EIA

De acordo com o Decreto (54/2015 de 31 de Dezembro), após a conclusão da pré-avaliação ambiental,


deverá ser definido o âmbito e as questões prioritárias que deverão ser analisadas através da
elaboração dos Termos de Referência (TdR) para os estudos especializados num leque mais amplo
de potenciais impactos ambientais e sociais associados ao Projecto.
O presente EPDA & TdR serão submetidos à Direcção Nacional do Ambiente (DINAB) e ao Serviço
Provincial do Ambiente (SPA para revisão e aprovação com vista a se proceder com a elaboração do
Estudo do Impacto Ambiental e do respectivo Plano de Gestão Ambiental do projecto.

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1.4 Metodologia Adoptada na Elaboração do EPDA


Para a elaboração do EPDA o Consultor baseou-se na colecta e compilação de dados primários e
secundários, estudos similares, informações diversas disponíveis e recolha de dados por meio de
visitas de campo, para avaliação do cenário actual da área do Projecto.
No âmbito da Pré-avaliação do projecto, foi realizada no dia 28 de Dezembro de 2021 uma visita de
campo ao local de implantação do projecto que conscide com a opção 1 a (Aternativa escolhida). . Esta
visita foi realizada com o objectivo principal de obter uma visão geral da área de implantação do
Projecto, identificar de forma preliminar os impactos, às estruturas públicas, privadas e actividade
sócio-económicas existentes, de forma a facilitar a preparação dos Termos de Referência para o
estudo de especialidade. Na área do projecto, a única instituição que foi contactada é a Direcção da
Central Hidroeléctrica de Mavuzi I. Tendo sido esta que condicionou a visita guiada da equipa de
consultores da TTC-SA e do SPA Manica.
Foi igualmente levada em consideração a permanente interacção entre equipas multidisciplinares e
com a coordenação geral, imprimindo os resultados do EPDA a necessária visão sistémica que deve
servir de base para o EIA.
Os métodos seguidos foram basicamente a pesquisa/consulta bibliográfica, observação directa,
dedução directa, descrição, comparação, consultas públicas, análise e compilação de dados e
produção do relatório final, conforme descrito abaixo:
 Pesquisa bibliográfica – A pesquisa bibliográfica consistiu na aquisição e revisão da
documentação existente relacionada ao projecto, bem como estudos similares realizados
ao nível nacional e internacional, literatura relevante;
 Observação directa – A observação directa foi utilizada para situar o projecto em mapas
na área de inserção e na envolvente, seus limites territoriais e respectiva confrontação.
Com base na observação foi feita também a identificação in-situ da situação do meio
biofísico e socioeconómico local e adjacente que serão eventualmente afectados ou
influenciados pelo projecto. Visando a determinação dos reais impactos sobre o meio
circundante. Com base neste método foi possível verificar a área de inserção do projecto e
registar os aspectos negativos e positivos, bem como apreciar minuciosamente a paisagem
local e na envolvente para se ter cenários actualizados;
 Dedução – A dedução foi baseada na experiência da equipe técnica, assim como em obras
científicas e normativas em matéria de avaliação de impacto ambiental. Com este método
foi possível analisar os efeitos positivos e negativos que poderão surgir da actividade;
 Descrição – Este método de trabalho foi utilizado para descrever e apresentar as condições
ambientais da área do empreendimento e outros aspectos pertinentes para a realização do
estudo;
 Comparação geográfica – A comparação geográfica foi utilizada para fins de suporte das
análises e explicações sobre as condições geográficas e ambientais da região, partindo da
área de influência e com semelhanças nas particularidades e traços que melhor
caracterizam a faixa de inserção do projecto;
 Consulta Pública – Com esta metodologia de estudo será possível buscar e colher a
informação pertinente sobre a importância do projecto sob o ponto de vista das Partes
Afectadas e/ou Interessadas (PI&As);
 Análise e Compilação de dados – Foi adoptado o método de análise de dados para fins
de avaliação quantitativa e qualitativa das informações reunidas para o trabalho como
suporte para a sua discussão técnica.

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Março 2022
Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

No que se refere ao conteúdo do EPDA, foram seguidas essencialmente as recomendações do Artigo


10 do Decreto nº 54/2015 de 31 de Dezembro, que refere que este documento deve conter no mínimo
a seguinte informação:
a) Resumo não-técnico com as principais questões abordadas, conclusões e propostas;
b) Identificação e endereço do proponente bem como da equipa interdisciplinar responsável
pela elaboração do EIA;
c) Os limites e os padrões do uso da terra nas áreas de influência directa e indirecta da
actividade;
d) A descrição da actividade e das diferentes acções nela prevista, bem como as respectivas
alternativas, nas etapas de planificação, construção, exploração e quando for o caso de
actividade temporária e sua desactivação;
e) Descrição biofísica e socioeconómica do local, incluindo a identificação preliminar dos
serviços de ecossistemas e a vulnerabilidade às mudanças climáticas;
f) Identificação e avaliação das questões fatais da actividade, caso existam;
g) Identificação dos potenciais impactos ambientais de caracter relevante da actividade,
incluindo as mudanças climáticas se aplicável;
h) Identificação e descrição dos aspectos a investigar em detalhe durante o EIA;
i) O relatório de participação pública de acordo com o estipulado no n° 9 do artigo 15.
Para além do mínimo de informação exigida por Lei, foram igualmente adicionadas informações
julgadas relevantes para melhor qualificar o Estudo.

2 ENQUADRAMENTO LEGAL
As actividades de construção e operação deste projecto serão realizadas com base em vários
dispositivos legais, entre os quais é importante considerar os seguintes:
2.1 Constituição da República de Moçambique
A constituição da República de Moçambique é o documento que define a forma de organização e
funcionamento do Estado bem como reconhece os direitos, deveres e liberdades fundamentais dos
cidadãos.
Os artigos 45, 90 e 117, da Constituição da República de Moçambique, consagram as políticas e
princípios gerais que orientam a protecção e preservação do meio ambiente. Este documento enfatiza
nos artigos 45 e 90 que toda a comunidade tem direito de viver em um ambiente equilibrado e tem o
dever de protegê-lo. O Artigo 117 por seu turno estabelece que todos têm direito a um ambiente
ecologicamente equilibrado, bem como o uso comum das pessoas e indispensável a uma qualidade
de vida saudável, impondo ao poder público e à comunidade o dever de defendê-lo e preservá-lo, sem
comprometer a geração futura.

Política Nacional do Meio Ambiente (Resolução nº 5/95, de 3 de Agosto)


Essa política estabelece bases para toda a legislação ambiental em vigor no país. Referindo no seu
artigo 2, número 1, que o seu principal objectivo é garantir o desenvolvimento sustentável, a fim de
manter um equilíbrio aceitável entre o desenvolvimento socioeconómico e a protecção ambiental. Para
alcançar o objectivo mencionado, esta política deve garantir, entre outros requisitos, a integração das
considerações ambientais no planeamento socioeconómico, a gestão dos recursos naturais do país e
a protecção dos ecossistemas e processos ecológicos essenciais.

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 74


Março 2022
Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

Lei do Ambiente (Lei n.º 20/97 de 1 de Outubro)


Essa lei define a base legal para o bom uso e gestão do meio ambiente para o desenvolvimento
sustentável do país. A lei do ambiente aplica-se a todas as actividades públicas e privadas que, directa
ou indirectamente, afectam o meio ambiente.
A Lei do Ambiente define o processo de AIA como um instrumento de prevenção para a gestão
ambiental de projectos e apoia o Governo na tomada de decisão quanto à atribuição da licença
ambiental para o desenvolvimento de projectos, e estabelece que o licenciamento ambiental destes
projectos precede de qualquer outra licença. Estipulando ainda a criação de corpos de agentes de
fiscalização ambiental encarregues de zelar pela implementação da legislação, sendo as pessoas
responsáveis pelas actividades sujeitas à fiscalização e o dever de colaborarem com os corpos fiscais.

Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto n.º 54/2015 de 31


de Dezembro)
Este decreto estabelece que um dos instrumentos fundamentais para a gestão ambiental é o processo
de Avaliação do Impacto Ambiental (AIA), que visa mitigar os impactos negativos dos projectos do
sector público e privado, que podem causar danos ao meio ambiente natural e socio- económico. A
mitigação pode ser por meio da realização de estudos ambientais antes do início das
actividades do projecto. O processo de AIA define os estudos ambientais necessários, o processo de
participação pública, o processo de revisão do estudo, o processo de decisão, de viabilidade ambiental
e a emissão de uma licença ambiental.

Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental (Decreto nº 25/2011 de 15 de Junho)


Este decreto define a auditoria ambiental como instrumento de gestão e avaliação sistemática para
garantir a protecção do meio ambiente. Tem por objectivo avaliar a conformidade dos processos
operacionais e de trabalho com o plano de gestão ambiental, incluindo os requisitos ambientais legais
em vigor, aprovado para um determinado empreendimento.

Decreto n.º 11/2006 de 15 de Junho (Regulamento de Inspecções Ambientais) conjugado com o


Decreto n.º 02/2016 de 10 de Fevereiro (Controlo da Qualidade Ambiental)
Este decreto regula a supervisão, controle e verificação da conformidade do projecto com as normas
de protecção ambiental a nível nacional. A inspecção ambiental na sua actuação guia-se pelos
princípios de independência e legalidade dos seus actos.
Em matéria de inspecção ambiental compete ao Ministério da Terra e Ambiente:
 Realizar actividades inspectivas nos termos deste Regulamento e demais legislação
aplicável;
 Verificar o cumprimento das leis, normas e Regulamentos relativos ao ambiente em todo o
território nacional;
 Accionar os mecanismos legais para, em coordenação com as entidades competentes,
embargar, mandar destruir obras ou cancelar actividades que degradem a qualidade do
ambiente; e
 Participar ao Ministério Público todas as infracções que atentem contra os valores
ambientais protegidos por lei e passíveis de procedimento criminal.

Directiva Geral para a Elaboração de Estudos de Impacto Ambiental (Diploma Ministerial nº


129/2006 de 19 de Julho)
Uma directiva é um conjunto de orientações e parâmetros globais a que deverá submeter-se a
realização da avaliação do impacto ambiental nas diferentes áreas da actividade económica e social.

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 75


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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

Sendo assim, esta directiva fornece detalhes sobre os procedimentos para a obtenção de uma licença
ambiental, bem como o formato, a estrutura geral e o conteúdo do relatório de avaliação de impacto
ambiental. O objectivo desta directiva é padronizar os procedimentos seguidos no processo de EIA.

Directiva Geral para o Processo de Partição Pública no processo AIA (Diploma Ministerial n.º
130/2006 de 19 de Julho)
Este define os princípios básicos relacionados à participação pública, metodologias e procedimentos.
Considerando a participação do público um processo interactivo que começa na fase do projecto e
continua ao longo da vida do projecto.

Regulamento sobre a Qualidade Ambiental e Padrões de Emissão de Efluentes (Decreto nº


18/2004 de 02 de Junho, conjugado com o Decreto nº67/2010 de 31 de Dezembro)
Este Regulamento aplica-se a todas as actividades públicas e privadas que directa ou indirectamente
possam influir nos componentes ambientais. Regulamentando os padrões de qualidade de água,
inclusive para uso agrícola ou recreativo, bem como limites de emissão para efluentes industriais e
domésticos.
De acordo com o este decreto, não deve haver descargas, acúmulo de lixo ou acções que impliquem
a contaminação dos corpos de água bem como descarga de efluentes sem tratamento prévio. O Artigo
9.1 do regulamento proíbe a libertação de substâncias poluentes ou tóxicas na atmosfera, para além
dos limites legalmente estabelecidos.

2.2 Recursos Hidráulicos

Lei da Água (Lei nº 16/91 de 3 de Agosto)


De acordo com a Lei de Água, as águas interiores, as superficiais e os respectivos leitos, as
subterrâneas, quer brotem naturalmente ou não, são propriedades do Estado, constituindo domínio
público hídrico. Constituem ainda domínio público hídrico, as obras, equipamentos hidráulicos e suas
dependências realizadas pelo Estado ou por sua conta com o objectivo de utilidade pública.
Esta Lei tem como objectivo, segundo o Artigo 2, definir uma série de parâmetros ligados à política de
gestão dos recursos hídricos, ao regime jurídico geral das actividades de protecção, conservação,
inventário, uso e aproveitamento, controlo e fiscalização dos recursos hídricos bem como a definição
das competências atribuídas ao Governo em relação ao domínio público hídrico.

Regulamento Sobre a Qualidade da Água para Consumo Humano (Diploma Ministerial n.º
180/2004 de 15 de Setembro)
Define os parâmetros de qualidade da água para consumo humano e apresenta medidas para o seu
controle, a fim de proteger a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes de qualquer contaminação
que possa ocorrer nas diferentes etapas do sistema de abastecimento de água desde a captação até
à disponibilização ao consumidor.

Regulamento sobre os Sistemas Públicos de Distribuição de Água e Drenagem de Águas


Residuais (Decreto n.º 30/2003 de 1 de Julho)
Estabelece normas técnicas para projectos de drenagem, que devem garantir a protecção do meio
ambiente, bem como a saúde pública e o valor das estruturas. As normas a aplicar para o controlo de
qualidade de materiais e de controlo de qualidade das obras, devem ser Normas moçambicanas. Na
ausência destas, devem ser adoptadas as Normas Internacionais (ISO) ou outras que, em articulação
com a entidade competente no domínio da normalização e qualidade, sejam consideradas adequadas.

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 76


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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

2.3 Poluição e Gestão de Resíduos

Lei do Ambiente (Lei n.º 20/97 de 1 de Outubro)


Limita a produção e deposição de quaisquer substâncias tóxicas ou poluentes no solo, subsolo, água
ou atmosfera, bem como proíbe quaisquer actividades que possam acelerar qualquer forma de
degradação ambiental além dos limites estabelecidos por lei.

Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Decreto n.º 94/2014 de 31 de


Dezembro)
O presente regulamento estabelece as regras para a gestão de resíduos sólidos urbanos no território
moçambicano e é aplicável a todas as pessoas singulares e colectivas, públicas e privadas, que se
envolvem na produção e gestão de resíduos sólidos urbanos ou resíduos industriais e hospitalares
equivalentes a resíduos urbanos.
O regulamento classifica os resíduos urbanos de acordo com a Norma Moçambicana NM339 –
Resíduos Sólidos. O regulamento obriga todas as entidades públicas e/ou privadas que desenvolvem
actividades relacionadas com a gestão de resíduos sólidos urbanos, a desenvolver e implementar um
plano de gestão integrada dos resíduos sólidos urbanos por si geridos.

Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto n.º 83/2014 de 31 de Dezembro)


O regulamento estabelece as regras para a produção e gestão de resíduos perigosos no território
moçambicano e é aplicável a todas as pessoas singulares e colectivas, públicas e privadas envolvidas
na gestão de resíduos perigosos e na importação, distribuição e venda.

2.4 Património Histórico e Cultural

Lei de Protecção Cultural (Lei nº 10/88 de 22 de Dezembro)


Esta Lei visa proteger o património cultural material ou imaterial. Património cultural é definido nesta
lei como o “conjunto de bens materiais e imateriais criados ou integrados pelo povo moçambicano ao
longo da história, com relevância para a definição da identidade cultural moçambicana”.
Os bens culturais de outros países existentes em Moçambique, beneficiarão da protecção prevista na
presente Lei, desde que haja reciprocidade.

2.5 Gestão de Terras e Reassentamento

Lei de Terras (Lei nº 19/97 de 1 de Outubro)


Classifica os terrenos de domínio público em áreas de protecção parcial e total. As zonas de protecção
total são reservadas para a conservação da natureza, segurança e defesa nacional.

Directiva Sobre o Processo de Expropriação para efeitos de Ordenamento Territorial (Diploma


Ministerial nº 181/2010 de 3 de Novembro)
É um conjunto de orientações e parâmetros globais a que se deve submeter o processo de
expropriação, podendo ser seguidas todas linhas de orientação para maior clareza do processo.

Regulamento da Lei de Terras (Decreto nº 66/98 de 8 de Dezembro)


As zonas de protecção parcial compreendem, entre outras, a faixa da orla marítima e o contorno das
ilhas, baías e estuários, medidos desde a linha das marés máximas até 100m para o interior, os
terrenos ocupados por estradas, de 30m para estradas primárias e 15m para estradas secundárias e

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 77


Março 2022
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terciárias, 50m de faixa para condutores de telecomunicações, electricidade e água, e 100m para
militares e outras instalações de defesa e segurança do Estado.

Regulamento sobre Ordenamento Territorial (Decreto no23/2008 de 1 de Julho)


O regulamento atribui competência aos Governos Provinciais, Distritais e Municipais para preparar e
aprovar instrumentos de planeamento do território mais abrangentes/estratégicos, que nortearão o uso
e organização espacial nas suas respectivas áreas de jurisdição.
Os referidos instrumentos incluem o Plano Provincial de Desenvolvimento Territorial (Artigos 27 e 28),
que devem versar, entre outros, detalhes sobre o uso e ocupação da terra e articulações entre os
centros económicos e sociais e redes de infra-estruturas (e também futuros requisitos para a
ocupação), e o Plano Distrital de Uso da Terra (Artigos 33 e 34), que versa, entre outros, nas decisões
sobre as redes de infra-estruturas públicas e aglomerados urbanos.
Nos termos desta mesma legislação, os Municípios são competentes por aprovar os seguintes planos:
Plano de Estrutura Urbano (Artigos 42 e 43), o qual deverá incluir a definição das redes primária (e
intermunicipal), e a identificação de áreas com importância ecológica; O Plano Geral e o Parcial de
Urbanização (Artigos 44 e 45), os quais incluem mais elementos sobre a urbanização, redes de
transportes, saneamento, reassentamento e requalificação de áreas; devem-se juntar os respectivos
projectos executivos; e o Plano de Detalhe (Artigos 46 e 47), de forma sucinta mas muito detalhado; é
este que versará sobre a matéria das expropriações.

Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas


(Decreto no 31/2012 de 6 de Agosto)
O presente regulamento estabelece regras e princípios básicos para o processo de reassentamento,
resultante de actividades económicas de iniciativa pública ou privada, efectuadas por pessoas
singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, com vista a promoção da qualidade de vida dos
cidadão e protecção do ambiente.
Contudo, as disposições do presente regulamento aplicam-se em todo território nacional e as pessoas
singulares ou colectivas, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras envolvidas no processo de
reassentamento.

Directiva Técnica do Processo de Elaboração e Implementação dos Planos de Reassentamento


(Diploma Ministerial no 156/2014 de 19 de Setembro)
A presente directiva pretende operacionalizar as regras e procedimentos definidos pelo Regulamento
sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas, compatibilizando-o
como Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental e com a Directiva sobre o
Processo de Expropriação para Efeitos de Ordenamento Território. Especificamente esta Directiva,
classifica e orienta os passos a serem seguidos e os produtos a apresentar nas diferentes fases do
processo de elaboração dos planos de reassentamento de acordo com o previsto na Secção II do
Regulamento sobre o Processo de Reassentamento, Resultante de Actividades Económicas.

2.6 Ecossistemas Naturais e Habitat

Decreto nº 12/2002 de 6 de Junho, conjugado com a Lei nº 10/99 de 7 de Julho (Lei de Florestas
e Fauna Bravia.
Essa lei define zonas de protecção, como parques nacionais, reservas nacionais e zonas de valor
histórico e cultural. Tendo como objectivo proteger, conservar, desenvolver e utilizar de forma racional
e sustentável os recursos florestais e faunísticos para o benefício económico, social e ecológico da
actual e futura geração dos moçambicanos.

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 78


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Lei da Biodiversidade (Lei n.º 16/2004, de 20 de Junho)


É aplicável ao conjunto dos valores e recursos naturais existentes no território nacional e nas águas
sob jurisdição nacional, abrangendo todas as entidades públicas ou privadas que directa ou
indirectamente possam influir no sistema nacional das áreas de conservação do país.
O objectivo desta lei é estabelecer os princípios e padrões básicos sobre a protecção, conservação,
restauração e uso sustentável da diversidade biológica em áreas de conservação, bem como o quadro
de uma gestão integrada, para o desenvolvimento sustentável do país.

2.7 Energia

Regulamento de Segurança de Linhas Eléctricas (Decreto nº 57/2011 de 11 de Novembro)


Neste documento pode-se ter formas de regulamento, a execução das modificações ou
adaptações que se tornarem necessários para imediata segurança das pessoas ou de
exploração das linhas de alta tensão.

Regulamento de normas e procedimento (Decreto nº 42/2005)


Regulamento que estabelece as normas referentes à planificação, financiamento,
construção, manutenção e operação de instalações de produção, transporte, distribuição e
comercialização de energia eléctrica , as normas e procedimentos relativos a gestão,
operação e desenvolvimento global da rede nacional de transporte.

Operação e Planeamento da rede nacional (Diploma Ministerial nº 184/2014 de 12 de Novembro)


Regras e procedimentos para operação, planeamento da rede nacional de transporte de
energia eléctrica.

Lei de Energia (Lei nº27/91, de 1 de Outubro)


A Lei de Energia (Lei nº27/91, de 1 de Outubro) aplica-se à produção, transporte, distribuição e
comercialização da energia eléctrica no território moçambicano, bem como a importação e exportação
para o território nacional. A Lei permite que a produção, transporte e distribuição de energia possa ser
exercida por pessoas singulares ou colectivas.

2.8 Condições de Trabalho, Saúde e Segurança no Trabalho

Decreto nº 62/2013 de 4 de Dezembro


Regulamento que estabelece o regime jurídico de acidentes de trabalho e doenças
profissionais.

Decreto nº 4/2022 de 18 de Fevereiro conjugado o Decreto nº 2/2022 de 19 de Janeiro


Revisão das medidas para a contenção da propagação da pandemia da COVID-19,
enquanto durar a situação de calamidade publica.

Lei do Trabalho (Lei n.º 23/2007 de 1 de Agosto)


Define princípios gerais e estabelece o regime jurídico aplicável às relações individuais e colectivas de
trabalho subordinado, prestado por conta de outrem e a título remuneratório. Entre outras, a lei
determina as condições de higiene, segurança e saúde dos trabalhadores. Esta lei estabelece

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 79


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igualmente os requisitos de saúde e segurança no trabalho, obrigando ao patronato a disponibilizar


equipamentos de protecção individual e condições seguras de trabalho.

2.9 Legislação sobre HIV, género e grupos vulneráveis

Lei de protecção da pessoa, do trabalhador e do candidato a emprego vivendo com HIV e SIDA
(Lei nº 18/2014 de 27 de Agosto)
Estabelece o quadro jurídico para o exercício da liberdade sindical na administração publica.

2.10 Normas Ambientais e Sociais do Banco Mundial

Avaliação e Gestão de Riscos e Impactos Sócio ambientais (NAS1)


A NAS1 define as responsabilidades do Mutuário no que diz respeito à avaliação, gestão e
monitorização de riscos e impactos socio-ambientais associados a cada fase de um projecto apoiado
pelo Banco Mundial por meio do Financiamento de Projectos de Investimento para a consecução de
resultados ambientais e sociais consistentes com as Normas Ambientais e Sociais (NAS).
Os principais objectivos Da NAS1, são os seguintes: (i) Identificar, avaliar e gerir os riscos e impactos
sócio ambientais do projecto de modo consistente com as NAS; (ii) Adoptar uma abordagem de
hierarquia de mitigação para: antecipar e evitar riscos e impactos; quando não for possível evitar,
minimizar ou reduzir os riscos e impactos para níveis aceitáveis; uma vez que os riscos e impactos
tenham sido minimizados ou reduzidos, mitigá-los; quando permanecerem impactos significativos
residuais, compensá-los ou neutralizá-los, quando for viável do ponto de vista técnico e financeiro; (iii)
Adoptar medidas diferenciadas para que os impactos negativos não recaiam desproporcionalmente
sobre os desfavorecidos ou vulneráveis e que estes não sejam prejudicados na partilha dos benefícios
e oportunidades de desenvolvimento resultantes do projecto; (iv) Utilizar as instituições ambientais e
sociais nacionais, sistemas, leis, regulamentos e procedimentos na avaliação, desenvolvimento e
implementação de projectos, quando apropriado; (v) Promover melhores desempenhos sócio
ambientais, de forma a reconhecer e fortalecer a capacidade do Mutuário.

Mão de obra e Condições de Trabalho (NAS2)


A NAS2 reconhece a importância da criação de emprego e geração de rendimento na busca da
redução da pobreza e crescimento económico inclusivo. Ao assegurar que os trabalhadores do projecto
sejam tratados de forma justa, com condições de trabalho seguras e saudáveis, os Mutuários podem
promover relações sólidas entre trabalhadores e empregadores e potenciar os benefícios do
desenvolvimento de um projecto. Os principais objectivos desta NAS são os seguintes: (i) Promover
condições de trabalho seguras e saudáveis; (ii) Promover o tratamento justo, a não discriminação e a
igualdade de oportunidades para os trabalhadores do projecto; (iii) Proteger os trabalhadores do
projecto, incluindo categorias vulneráveis de trabalhadores, como mulheres, indivíduos com
deficiências, crianças (em idade laboral, em conformidade com esta NAS) e trabalhadores migrantes,
trabalhadores contratados, trabalhadores comunitários e trabalhadores de fornecimento primário; (iv)
Evitar o uso de todas as formas de trabalho forçado e infantil; (v) Apoiar os princípios de liberdade de
associação e negociação colectiva dos trabalhadores do projecto de maneira compatível com a
legislação nacional; (vi) Fornecer meios acessíveis aos trabalhadores do projecto para levantar
preocupações no local de trabalho.

Eficiência de Recursos, Prevenção e Gestão da Poluição (NAS3)


A NAS3 reconhece que as actividades económicas e a urbanização geralmente causam poluição do
ar, água e terra, bem como consomem recursos finitos que podem ameaçar os indivíduos, os serviços

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 80


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dos ecossistemas e o ambiente a nível local, regional e mundial. A concentração atmosférica actual e
projectada de gases de efeito estufa (GEE) ameaça o bem-estar das gerações actuais e futuras. Ao
mesmo tempo, o uso mais eficiente e eficaz dos recursos, a prevenção da poluição e as práticas de
anulação do efeito estufa, e as tecnologias e práticas de mitigação tornaram-se mais acessíveis e
alcançáveis.
Está NAS estabelece os requisitos para a abordagem da eficácia dos recursos e prevenção e gestão
da poluição durante o ciclo de vida do projecto. O requisitos estabelecidos por esta NAS, são os
seguintes: (i) Promover o uso sustentável dos recursos, incluindo energia, água e matérias-primas; (ii)
Evitar ou minimizar os impactos negativos na saúde humana e meio ambiente, evitando ou
minimizando a poluição proveniente das actividades do projecto; (iii) Evitar ou minimizar as emissões
relacionadas com o projecto de poluentes de curta e longa duração; (iv) Evitar ou minimizar a geração
de resíduos perigosos e não perigosos; (v) Minimizar e gerir os riscos e impactos associados ao uso
de pesticidas.

Saúde e Segurança Comunitária (NAS4)


A NAS4 reconhece que as actividades, equipamentos e infraestrutura do projecto podem aumentar a
exposição da comunidade a riscos e impactos. Além disso, as comunidades que já foram submetidas
aos impactos das alterações climáticas também podem sofrer uma aceleração ou intensificação dos
impactos em decorrência das actividades do projecto
A NAS4 aborda riscos e impactos para a saúde e segurança de comunidades afectadas pelos
projectos, bem como a correspondente responsabilidade dos Mutuários de evitar ou minimizar tais
riscos e impactos, com especial atenção a indivíduos que, em virtude das suas circunstâncias
específicas, possam ser vulneráveis. Está NAS tem os seguintes objectivos: (i) Antecipar e evitar
impactos adversos na saúde e segurança das comunidades afectadas pelo projecto durante o seu ciclo
de vida, tanto em circunstâncias rotineiras como não rotineiras; (ii) Promover a qualidade e segurança,
bem como considerações relacionadas com alterações climáticas, na concepção e construção de
infraestrutura, incluindo barragens; (iii) Evitar ou minimizar a exposição da comunidade aos riscos de
segurança rodoviária e de trânsito relacionados com o projecto, doenças e materiais perigosos; (iv)
Dispor de medidas eficazes para enfrentar emergências; (v) Garantir a protecção dos funcionários e
da propriedade de forma a evitar ou minimizar os riscos para as comunidades afectadas pelo projecto.

Segurança de Barragens (NAS4-Anexo1)


No concernente a Segurança de Barragens, o Mutuário deve contratar profissionais experientes e
competentes para a supervisão da concepção e construção de novas barragens e exigir que o
proprietário da barragem adopte e implementa medidas de segurança de barragens durante a
concepção, licitação, construção, operação e manutenção da barragem e obras associadas.
Os requisitos de segurança de barragens estabelecidos na NAS4-Anexo 1 aplicam-se a: (i) Grandes
barragens”, que são definidas como barragens com altura de 15 metros ou mais, desde a base mais
baixa até a crista, ou barragens entre 5 e 15 metros com uma vazão de mais de 3 milhões de metros
cúbicos; (ii) Todas as demais barragens, independentemente da dimensão ou da capacidade de
retenção (referidas como “pequenas barragens”) que (i) possam causar riscos para a segurança, como
uma barragem com requisitos de controlo de inundações acima do normal, localização numa área
altamente sísmica, fundações complexas e difíceis de preparar, retenção de materiais tóxicos, ou
possibilidade de impactos significativos a jusante ou que (ii) devem tornar-se grandes barragens
durante a sua vida operacional.
As referidas barragens requerem: (i) Revisão por parte de um painel independente de especialistas da
investigação, concepção e construção da barragem e início das operações; (ii) Preparação e
implementação dos seguintes planos detalhados, conforme descrito detalhadamente na Seção C:8 um

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 81


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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

plano para a supervisão da construção e garantia da qualidade, um plano de instrumentação, um plano


de operação e manutenção e um plano de preparação para emergências; (iii) Pré-qualificação de
licitantes durante a aquisição e o processo liciatório; (iv) Inspecções periódicas de segurança da
barragem após a conclusão, e implementação de medidas requeridas para lidar com deficiências de
segurança.
Os riscos associados a uma barragem são específicos do projecto e situação e variam dependendo
dos componentes estruturais, dos factores socioeconômicos e do ambiente em que a barragem está a
ser construída e no qual operará.

Aquisição de Terras, Restrições do Uso de Terras e Reassentamento Involuntário (NAS5)


A NAS5 reconhece que a aquisição do direito de ter acesso ao uso das terras pode ter impactos
adversos nas comunidades e indivíduos. A aquisição de terras para o projecto1 ou restrições ao uso
das terras podem provocar o desalojamento físico (relocalização, perda de terras residenciais ou de
abrigo), perdas económicas (perda de terras, activos, ou acesso a activos incluindo os que levem à
perda de fontes de rendimentos ou outros meios de subsistência) ou ambos. O termo “reassentamento
involuntário” refere-se a estes impactos. O reassentamento é considerado involuntário quando os
indivíduos ou comunidades afectadas não têm o direito de recusar a aquisição de terras ou as
restrições ao uso de terras que geram relocalização.
A NAS5 tem os seguintes objectivos: (i) Evitar o reassentamento involuntário ou, quando inevitável,
minimizar o reassentamento involuntário, explorando alternativas de concepção do projecto; (ii) Evitar
a despejo forçado; (iii) Mitigar os impactos sociais e económicos negativos inevitáveis ligados à
aquisição de terras ou restrições ao uso da terra, mediante as seguintes estratégias: (a) fornecer
compensação, de forma atempada, pela perda de activos a custo de reposição e (b) ajudar os
indivíduos deslocados nos seus esforços para melhorar, ou pelo menos restaurar, os seus meios de
subsistência e padrão de vida, em termos reais, aos níveis prevalecentes antes do início da
implementação do projecto, o que for maior. (iv) Melhorar as condições de vida dos indivíduos pobres
ou vulneráveis, que estão fisicamente desalojadas, por meio da provisão de habitação adequada,
acesso a serviços e instalações, e segurança da posse de terra; (v) Conceber e executar as actividades
de reassentamento como programas de desenvolvimento sustentável, fornecendo recursos de
investimento suficientes para permitir que os indivíduos deslocados se beneficiem directamente do
projecto, conforme a natureza do projecto possa justificar; (vi) Garantir que as actividades de
reassentamento sejam planeadas e implementadas com a divulgação adequada de informação,
consulta relevante e participação informada dos indivíduos afectados.

Conservação da Biodiversidade e Gestão Sustentável dos Recursos Naturais Vivos (NAS6)


A NAS6 reconhece que a protecção e conservação da biodiversidade e a gestão sustentável dos
recursos naturais vivos são fundamentais para o desenvolvimento sustentável. Biodiversidade é
definida como a variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens, incluindo,
nomeadamente, os ecossistemas terrestres, marinhos e aquáticos de outro tipo e os complexos
ecológicos dos quais fazem parte; inclui a diversidade no âmbito das espécies, entre as espécies e
nos ecossistemas. A biodiversidade geralmente é a base dos serviços ecossistêmicos que os seres
humanos valorizam. Os impactos na biodiversidade, portanto, podem afectar negativamente a
prestação dos serviços ecossistêmicos.
A NAS6 reconhece a importância da manutenção das funções ecológicas essenciais dos habitats,
incluindo florestas e a biodiversidade que sustentam. Habitat é definido como uma unidade geográfica
terrestre, marinha, de água doce ou aérea que sustenta conjuntos de organismos vivos e as suas
interacções com o ambiente não vivo. Todos os habitats apoiam uma complexidade de organismos
vivos e variam em termos da diversidade de espécies, abundância e importância.

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 82


Março 2022
Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

Está NAS também aborda a gestão sustentável da produção primária e a extracção de recursos
naturais vivos. A NAS6 reconhece a necessidade de considerar os meios de subsistência das partes
afectadas pelo projecto, incluindo os Povos Indígenas, cujo acesso ou uso da biodiversidade ou dos
recursos naturais vivos possa ser afectado por um projecto. Também será considerado o possível
papel positivo das partes afectadas pelo projecto, incluindo os Povos Indígenas, na conservação da
biodiversidade e na gestão sustentável dos recursos naturais vivos.

Povos Indígenas/Comunidades Locais Tradicionais Historicamente Desfavorecidas da África


Subsariana (NAS7)
Está NAS aplica-se a grupos sociais e culturais distintos que são devidamente identificados. A
terminologia utilizada para esses grupos varia de um país a outro e, muitas vezes, reflecte
considerações nacionais. O termo “Povos Indígenas/Comunidades Locais Tradicionais Historicamente
Desfavorecidas da África Subsaariana'' é usado reconhecendo que os grupos identificados nos nesta
NAS podem ser referidos por termos diferentes em diferentes países. Estes termos incluem
“comunidades locais tradicionais subsaarianas historicamente desfavorecidas”, "minorias étnicas
indígenas”, “aborígenes”, “tribos das colinas”, “grupos marginalizados e vulneráveis”, “nacionalidades
minoritárias”, “tribos programadas”, “primeiras nações” ou “grupos tribais”.
A NAS7 contribui para a redução da pobreza e o desenvolvimento sustentável, garantindo que os
projectos apoiados pelo Banco Mundial aumentem as oportunidades dos Povos
Indígenas/Comunidades Locais Tradicionais Historicamente Desfavorecidas da África Subsaariana de
participar e beneficiar do processo de desenvolvimento, de uma forma que não ameace a sua
identidade cultural única e o seu bem-estar.

Envolvimento das Partes Interessadas e Divulgação das Informações (NAS10)


A NAS10 reconhece a importância de um processo de envolvimento aberto e transparente das partes
interessadas como elemento essencial das boas práticas internacionais. O envolvimento eficaz das
partes interessadas pode melhorar a sustentabilidade ambiental e social dos projectos, melhorar a
aceitação e oferecer contribuições significativas para a concepção e implementação eficaz do projecto.
O envolvimento das partes interessadas é um processo inclusivo conduzido durante todo o ciclo de
vida do projecto. Quando devidamente concebido e implementado, apoia o desenvolvimento de
relações fortes, construtivas e receptivas, que são importantes para o êxito da gestão de impactos
socioambientais do projecto. O envolvimento das partes interessadas é mais eficaz quando realizado
na etapa inicial do processo de desenvolvimento do projecto, sendo uma parte fundamental das
decisões iniciais do projecto, e da avaliação, gestão e monitorização dos seus riscos e impactos
socioambientais.
Está NAS deve ser lida em conjunto com a NAS1. Os requisitos referentes ao envolvimento dos
trabalhadores podem ser encontrados na NAS2. Disposições especiais sobre a preparação e resposta
a emergências são cobertas nas NAS2 e NAS4. No caso de projectos que envolvam reassentamento
involuntário, Povos Indígenas ou património cultural, o Mutuário também aplicará os requisitos
específicos de divulgação e consulta estabelecidos nas NAS5, NAS7 e NAS8 respectivamente.

2.11 Directrizes da SAPP (Southern African Power Pool)

Estratégia de Mudanças Climáticas da SAPP


A Estratégia de Mudança Climática da SAPP descompacta o compromisso com esse desafio através
dos seguintes objectivos;

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 83


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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

 Sensibilizar e promover a formação e capacitação dentro de das respectivas organizações em


todos os níveis;
 No contexto da política nacional de seus respectivos países membros, apoiar o
estabelecimento de um inventário de gases de efeito estufa aplicáveis e Comunicações
Nacionais sobre Mudanças Climáticas;
 Contribuir e envolver-se em projectos de mudança climática, particularmente em projectos de
energia na região da SADC;
 Organização e facilitação de workshops relacionados às mudanças climáticas, conferências,
seminários, etc. para membros da SAPP;
 Facilitar a colaboração com outras organizações para promover iniciativas de capacitação em
mudanças climáticas;
 Facilitar a cooperação e o apoio a instituições de pesquisa e centros de excelência em relação
às mudanças climáticas e Actividades relacionadas;
 Facilitar e/ou coordenar a pesquisa e a investigação os impactos das mudanças climáticas e
medidas de resposta;
 Assegurar que as questões das alterações climáticas são incorporadas na SAPP a longo prazo
processos de planeamento para garantir diversificado de geração de energia com objectivo de
reduzir as tecnologias emissoras de carbono, tendo em conta a inter-relação entre os factores
socioeconômicos e o meio Ambiente;
 Identificar e implementar tecnologias energeticamente eficientes para reduzir demanda e
emissões de gases de efeito estufa;
 Identificar e explorar oportunidades relacionadas às mudanças climáticas, por exemplo,
oportunidades fornecidas através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e o Fundo
Ambiental Global, para o fornecimento de financiamento, capacitação e transferência de
tecnologia;
 Apoiar e coordenar serviços públicos na região para estar em conformidade com todas as
obrigações nacionais sobre mudanças climáticas;
 Apoiar e coordenar as concessionárias da região para entender todos riscos de impacto das
mudanças climáticas relacionados e as opções de adaptação;
 Apoiar e coordenar as concessionárias da região em seu clima político de resposta à mudança
e processos de desenvolvimento de estratégia em linha e conforme definido pelas políticas
nacionais;
 Identificar e implementar medidas de adaptação ao impacto negativo do clima como o aumento
do número e da severidade das secas e inundações. As medidas de adaptação de curto prazo
incluem a consideração de resfriamento a seco em novas usinas, reduzindo assim o consumo
em cerca de 90%. Médio a longo prazo medidas incluem melhorar a resiliência da
infraestrutura incorporando questões de adaptação na planificação e estratégias de mitigação
de riscos de longo prazo;
 Interagir com várias organizações sobre Advocacia e colaboração no âmbito das mudanças
climáticas;
 Identificar oportunidades e recomendar para aprovação pelo Comité de Gestão, declarações
a serem feitas em nome da SAPP nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas,
como a Conferência das Partes.
Os esforços de adaptação às mudança climática específicos para as actividades do SAPP serão
coordenados pelo Subcomité Ambiental da SAPP, sujeito a supervisão do Comité de Gestão da SAPP.

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 84


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Quadro de Políticas de Gestão Ambiental e Social da SAPP


O objectivo é deste Quadro de Políticas de Gestão Ambiental e Social no contexto do Programa de
Aceleração Transformacional de Projectos Energéticos da SAPP é fornecer orientação técnica para o
diagnóstico ambiental e social, avaliação de escopo, gestão e monitoria durante a preparação de
projectos de energia prioritários abrangendo geração e transmissão. Abordando as políticas, padrões
e diretrizes que aplicam salvaguardas para investimentos que possam ter um impacto em larga escala
sobre os aspectos biofísicos e sociais.
Com base nos dados e informações existentes, o Quadro de Políticas de Gestão Ambiental e Social
fornece ao SAPP as ferramentas para integrar a devida diligência ambiental e social em suas
actividades de assistência técnica.
Este Quadro de Políticas identifica potenciais riscos e impactos ambientais e sociais relevantes que
possam surgir da proposta, com base nas lições aprendidas de projetos de energia na África.
Fornecendo uma visão geral de requisitos de política nacional, regional e internacional para a gestão
ambiental e social que um proponente precisa abordar durante a preparação e implementação do
projecto. Além disso, apresenta uma metodologia de diagnóstico e avaliação para projectos potenciais
para permitir identificação e classificação de riscos e impactos e especifica as funções e
responsabilidades apropriadas das partes interessadas.
O Quadro de Políticas de Gestão Ambiental e Social apresenta um conjunto de termos de referência
para os principais estudos especializados e planos de gestão que se alinhem às políticas, padrões e
normas ambientais e sociais internacionais. Também inclui directrizes com exemplos de planos que
abordam engajamento, reassentamento e gestão da construção e implementação do projecto.
Finalmente, arranjos institucionais e processos para implementação do Quadro de Políticas de Gestão
Ambiental e Social, bem como a estimativa de custos de alto nível para treinamento e capacitação das
partes interessadas são apresentados.

Directrizes da Avaliação do Impacto Ambiental e Social de Infra-estruturas de Transmissão da


SAPP
Estas directrizes fornecem uma estrutura recomendada e um guião para uma abordagem sistemática
para desempenho da avaliação de impacto ambiental para Infraestruturas de Transmissão de energia
na região da SAPP. A adopção de tal abordagem sistemática é essencial quando se considera a
natureza da transfronteiriça dos projectos. A abordagem apresentada baseia-se geralmente na do
Banco Mundial e do
Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
As directrizes fornecem uma visão geral da necessidade e relevância regional da Avaliação do Impacto
Ambiental para Infra-estruturas de Transmissão, seguido uma apresentação detalhada do formato e
componentes recomendados. O guia também aborda a necessidade e a abordagem para o
desenvolvimento de um Plano de gestão ambiental, participação pública, identificação de impactos e
possíveis medidas de mitigações e relatórios ambientais contínuos.
Estas directrizes constituem uma ferramenta destinada a auxiliar na conclusão bem sucedida da
Avaliação do Impacto Ambiental. A adesão às etapas fornecidas nas directrizes garantirá que a
Avaliação do Impacto Ambiental esteja completa e que todos os requisitos ambientais do país anfitrião
e das instituições financeiras são abordadas.
Além disso, as directrizes foram elaborados para auxiliar no desenvolvimento futuro de serviços,
especializados dentro da região da SAPP e seus reguladores, sectores académico e público e
minimizar a necessidade de assistência externa na realização das Avaliações de Impacto Ambiental.

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 85


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Directrizes da Avaliação do Impacto Ambiental e Social de Hidroeléctricas da SAPP


Estas directrizes fornecem uma estrutura recomendada e guião para uma abordagem sistemática para
realização de estudos de impacto ambiental para projectos de hidreléctricas na Região da SAPP. A
adopção de tal abordagem sistemática é essencial quando se considera a gestão e impactos do uso
da água, um recurso natural muitas vezes transfronteiriço e cada vez mais sensível. A abordagem
apresentada baseia-se geralmente na do Banco Mundial e do Banco Asiático de Desenvolvimento,
sendo este último muito mais activo no desenvolvimento de projectos hidreléctricos nos últimos anos.
As directrizes fornecem ainda uma visão geral da necessidade e relevância regional da Avaliação do
Impacto Ambiental para hidreléctricas, seguido de uma apresentação detalhada do formato e
componentes recomendados. Abordando também a necessidade e a abordagem para o
desenvolvimento de um Plano de Gestão, participação pública, identificação de impactos e possíveis
medidas de mitigação e monitoramento e relatórios ambientais contínuos.
Estas directrizes também fornecem uma base para consideração mais deliberada e satisfação
sistemática de Objectivos de Desenvolvimento do Milénio que são relevantes para projectos
hidreléctricos e reiteram a necessidade de Avaliação do Impacto Ambiental consistentes e sistemáticas
em apoio à gestão regional de energia e meio ambiente, como provavelmente será incorporado na
Avaliação Ambiental Estratégica no futuro.
Concluindo, com tudo, com observações sobre a necessidade de uma abordagem regionalmente
consistente para Avaliação do Impacto Ambiental em todo o sector de energia. As directrizes também
recomendam um maior desenvolvimento de uma Avaliação do Impacto Ambiental baseada na Web e
recurso de gestão ambiental, programa de treinamento e programa de actualização do sistema e
gestão de funções de treinamento sob os auspícios do Subcomité Ambiental da SAPP e o Responsável
Ambiental da SAPP.

3 DESCRIÇÃO DO PROJETO

3.1 JUSTIFICATIVA DO PROJECTO


Estando em operação a barragem de Mavuzi I, foi detectada a necessidade de incremento da sua
capacidade instalada de modo a responder cabalmente a demanda presente e futura através da
construção da Mavuzi II que terá uma capacidade de 18 MW e uma linha de transmissão com nível de
132 kV de tensão.
As condições topográficas do local, permitem a viabilidade do projecto, visto que quando o rio Revué
aproxima-se da barragem (Mavuzi I), a água represada e a velocidade das águas do rio diminuem
tornando o canal do rio mais largo e profundo.

3.2 LOCALIZAÇÃO GERAL DO PROJECTO


O projecto está localizado no distrito de Sussundenga que está localizado na província de Manica entre
as latitudes 19° 00'- 20° 30' Sul e 34° 00' Este e é limitado a norte pelos distritos de Manica e Gondola,
a sul por Mossurize e Chibabava (na província de Sofala), a leste pelos distritos de Gondola e
Chibabava (na província de Sofala), e a oeste pela República do Zimbabwe.
O distrito de Sussundenga tem uma superfície total de 7.107 km2 e de acordo com o Censo 2017 com
uma população de 148.277 habitantes, o distrito tem uma densidade populacional de 20,9 hab/km 2. A
maioria da população é jovem (44,8%, com menos de 15 anos).

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Figura 3: Mapa do distrito de Sussundenga

Concretamente, o local do projecto é no rio Revué, que se localiza a cerca de 50 km ao sul da Cidade
de Chimoio, a quinta maior cidade de Moçambique e capital da província de Manica, que fica em uma
importante estrada e ferrovia nacional ligando a cidade portuária de Beira, no leste, a Harare, capital
do Zimbabwe (Vide a Figura 4).

Figura 4: Mapa regional do projecto

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3.3 CARACTERÍSTICAS DO RESERVATÓRIO


As principais opções para armazenar e desviar o fluxo do Rio Revué a jusante da estação da central
hidreléctrica de Mavuzi I antes que o rio flua através das planícies de inundação mais amplas foram
identificadas como segue:
 local 1, açude (represa com altura menor que 15 m), 150 m a jusante de Estação
Hidroeléctrica Mavuzi I;
 local 2, barragem, cerca de 850 m a jusante da estrutura de saída do Mavuzi I;
 local 3, barragem, cerca de 1,300 m a jusante da estrutura de saída Mavuzi I.
Esses locais são preliminares e não possuem detalhes de uma avaliação geológica. Seu único
propósito é estabelecer volumes potenciais de armazenamento dentro da área do projecto. Os
reservatórios potenciais considerados são mostrados na figura abaixo (Figura 5); os locais
considerados são marcados pela linha azul escuro. A extensão do reservatório mostrada em azul é
para um FSL (nível de abastecimento total) de 155.2 msn. Com o auxílio das curvas de nível, foram
determinados os volumes dos reservatórios e também as áreas inundadas para os diferentes níveis
de água.

Figura 5: Potencial locais de açude e barragem

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Local 1 – Açude/Represa
Para o açude (local 1), próximo à estrutura de saída da central hidreléctrica de Mavuzi I, nenhuma
curva de volume de armazenamento foi derivada devido à operação pretendida sem armazenamento
activo e altura mínima (<15 m) da estrutura de desvio em si.
O volume de armazenamento é bastante limitado, com capacidade máxima de cerca de 146.000 m3;
a área inundada é de cerca de 36 ha, estendendo-se até 450 m para montante.

Local 2 - Barragem
Para o local intermediário da barragem (local 2), cerca de 850 m a jusante da estrutura de saída de
Mavuzi I, a tabela e a figura abaixo (Tabela 2 e Figura 6) indicam o armazenamento limitado disponível
neste local com apenas 1,8 Mm 3 de armazenamento total com FSL máximo de 154,2 msn. A área
inundada é de cerca de 150 ha, estendendo-se até 1,15 km para montante.

Tabela 2: Características do reservatório para diferentes níveis de água, Barragem - local 2

FSL, Área inundada, Volume do


masl km² reservatório, Mm³
132,6 0 0
135 0,033 0,039
140 0,061 0,278
145 0,089 0,756
150 0,127 1,267
155 0,150 1,771
155,2 0,151 1,791
160 0,173 2,275

Storage capacity, Mm3


2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
160

155
FSL = 155.2 masl
Elevation, masl

150

145

140

135 Inundated area, km2


Storage Capacity, Mm3
130
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25
Inundated area km2
Figura 6: Curva de elevação-área-capacidade, Barragem - site 2

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Local 3 - Barragem
Para a barragem do local mais a jusante (local 3), cerca de 1,350 m a jusante da estrutura de saída de
Mavuzi I, os números são mostrados na tabela e na figura abaixo (Tabela 3 e Figura 7). O
armazenamento total máximo no FSL máximo de 155,2 msn é cerca de 4,2 Mm 3; a área inundada é
de cerca de 279 ha, estendendo-se até 1,6 km para montante.

Tabela 3: Características do reservatório para diferentes níveis de água, local da Barragem 3

FSL, Área inundada, Volume do


masl km² reservatório, Mm³
117,1 0 0
120 0,044 0,024
125 0,130 0,031
130 0,316 0,045
135 0,642 0,095
140 1,230 0,137
145 2,382 0,189
150 3,430 0,248
155 4,210 0,277
155,2 4,241 0,278
160 4,990 0,306

Storage capacity, Mm3


7 6 5 4 3 2 1 0
160
FSL = 155.2 masl
155
150
Elevation, masl

145
140
135
130
125
Inundated area, km2
120
Storage Capacity, Mm3
115
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35
Inundated area km2
Figura 7: Curva de elevação-área-capacidade, local da Barragem 3

3.4 FUNDAÇÃO DA BARRAGEM


As formações rochosas presentes na base do rio apresentam boas características de resistência e
deformabilidade. Na margem esquerda a rocha encontra-se à superfície com um afloramento que

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indica a boa qualidade da rocha. Na margem direita é possível observar que a morfologia é mais lisa,
mas espera-se encontrar rochas de boa qualidade para a fundação da barragem próximo à superfície.
As camadas profundas das rochas apresentam uma direcção principal perpendicular ao alinhamento
do rio com uma inclinação de cerca de 30º para Este. Sendo importante notar que devido à presença
próxima da falha imediatamente a jusante da central, espera-se que as formações rochosas
apresentam um grau de fracturamento médio a alto.

3.5 CONSTRUÇÃO DE TÚNEL


Relativamente às obras de construção do túnel não se pode antever grandes dificuldades na sua
construção visto que o afloramento rochoso onde vai ser executado parece ser de qualidade medíocre
e mesmo com um maior grau de fracturação pode ser facilmente escavado seguindo o Novo Método
Austríaco de Tunelamento (NATM) metodologia de construção.
No portal a jusante pode-se esperar a presença de entulhos de declive que levarão à execução deste
portal mais o afloramento de montanha sem dificuldades nas soluções de previsão. Devido ao possível
maior grau de fracturação, provavelmente será necessário prever a execução de um revestimento
impermeável de betão, projectado para reduzir ao mínimo as perdas de água e pressão.

3.6 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E ÁREAS DE EMPRÉSTIMO


A cerca de um quilómetro e meio a jusante da localização da barragem e próximo ao local da casa de
equipamento, na margem oposta do rio (na margem direita do rio) existe uma extensa área de areia e
sedimentos no meandro do rio onde será provável explorar a areia a ser usada nas obras para a
produção de betão ou para materiais de filtro / drenagem. No entanto, é importante notar que devido à
sua extensão, localização e natureza deste tipo de depósitos, é muito provável que sejam previamente
lavados e limpos de suas fracções de sedimentos e argilas antes de serem usados como materiais de
construção. Depósitos semelhantes podem ser encontrados nas margens esquerda e direita do rio a
jusante do local de construção da barragem.
Em relação aos materiais rochosos a serem usados como agregados para o betão, como materiais
rochosos para preenchimentos de rochas e como materiais de drenagem, o local de empréstimo mais
óbvio será a escavação do próprio túnel. No entanto, devido ao planeamento da construção, pode ser
difícil planear a escavação do túnel ter os materiais escavados prontos para uso quando necessário,
principalmente no início das obras. Tendo isto em conta, pode-se verificar pela informação disponível
que na margem esquerda do rio, a cerca de 1 km da central de Mavuzi I, existe um afloramento rochoso
que provavelmente pode ser utilizado como empréstimo de materiais rochosos. Afloramento rochoso
semelhante pode ser encontrado provavelmente a uma distância maior de cerca de 6 km do local da
construção.

3.7 OPÇÕES DE LAYOUT


O nível do lago principal é limitado a 155,2 msn para evitar qualquer impacto na geração de energia
na Hidroeléctrica de Mavuzi I.
O nível mínimo de água na central não vai ser abaixo 100 msn (fim da área de concessão). Quatro
opções de layout teoricamente possíveis foram identificadas com três locais de casa de maquinas
diferentes. Esses arranjos são indicados na figura abaixo (Figura 8). Suas principais características e
dimensões preliminares estão resumidas na tabela abaixo (Tabela 4).

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Opção 1a

Opção 1b

Opção 2

Opção 3

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Figura 8: Opções principais de layout

Tabela 4: Características das opções de layout


Parâmetro Unidade Opção 1a Opção 1b opção 2 Opção 3
Headworks
Estrutura Weir Barragem Barragem Barragem
Altura aprox. m 15 26 45 45
Armazenamento total Milímetros3 0 1,8 4,2 4,2
Armazenamento activo Milímetros3 0 1,8 3,0 3,0
FSL msn 155,2 155,2 155,2 155,2
MOL msn 155,2 136,5 140,0 140,0
Circuitos
Tipo de Headrace Túnel Túnel directo Canal e forebay
Comprimento m 1.700 1.200 --- 1.500
Penstock m 200 200 50 450
Canal Tailrace m 150 150 --- 430
Casa de força
Localização Margem Margem Pé de
esquerda esquerda barragem Banco de betão
Tailwater msn 103 103 117 104
Cabeça bruta m 52,2 33,5 - 52,2 23,2 - 38,2 36,2 - 51,2

Para qualquer localização de açude, o nível da lagoa principal não deve exceder 156,5 msn. Todos os
locais são preliminares e foram escolhidos para demonstrar diferenças no volume de armazenamento.
Os locais viáveis para barragens serão escolhidos de acordo com o solo e as condições geológicas.

Figura 9: Casa das Máquinas Mavuzi I

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3.8 ASPECTOS COMUNS DE LAYOUT


Poucos elementos dos projectos são comuns a todas as opções. Algumas delas ainda não foram mais
elaboradas e / ou projectadas. No entanto, por serem comuns a todas as opções, o seu impacto no
custo dos projectos é considerado semelhante nestes casos e, portanto, não influencia a classificação
das opções entre si.

3.8.1 Desvio Temporário do Rio


Para construir o açude ou barragem, será necessário um desvio temporário do fluxo do rio. Dado que
o açude será uma estrutura de betão por gravidade e que não deve demorar mais de um ano para ser
construído, juntamente com suas obras adjacentes, é considerado aceitável fornecer segurança contra
galgamento das obras apenas até uma inundação de período de retorno de 20 anos (ou seja, 2.160
m3/s).
Visto que terá mais do que 100 m de largura do leito do rio, isto pode ser gerido por meio de desvio no
rio usando ensecadeiras de enchimento de terra de 5 a 7 m de altura, que irão colocar as metades
esquerda e direita do açude alternadamente.
A segunda fase desse desvio no rio deve ser feita durante a estação seca, pois, com metade da
estrutura do açude já construída, será necessário aproveitar a saída do fundo do açude para escoar o
fluxo do rio enquanto na segunda metade do açude está sendo construído.
Uma abordagem semelhante será escolhida para a construção de barragens de betão para a Opção
1b ou Opções 2/3. Devido à natureza de betão das barragens, um transbordamento temporário da
estrutura ou parte dela durante a estação das cheias pode ser aceito para evitar arranjos de
ensecadeiras dispendiosos.

3.8.2 Saída Inferior


Qualquer uma das três estruturas de betão, açude ou barragem, terá uma descarga de fundo. Este
recurso será dimensionado para ser suficiente para escoar a vazão ambiental, para esvaziar o
reservatório rapidamente em casos emergenciais, e para servir na segunda fase da construção como
dispositivo de desvio temporário e para escoar a vazão do rio.

3.8.3 Acesso
O acesso é um elemento que pode ter um impacto significativo nos custos ou um impacto significativo
no programa geral de construção.
O acesso à área do projecto é feito por estrada de Chimoio, na estrada menor a leste de duas estradas
que levam ao sul em direcção às pequenas aldeias de Assicante e Dombe (vide a Figura 10). A área
do projecto fica a cerca de 50 km ao sul de Chimoio. A estrada existente passa pela central
Hidroeléctrica de Mavuzi I e, portanto, também pelo lago principal da área de Mavuzi II.

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Figura 10: Rede rodoviária mais ampla na área do projecto

Embora o acesso regional da Beira para a área do projecto seja o mesmo para todas as opções, as
situações de acesso local são diferentes e variam entre as opções. A situação para as várias estradas
de acesso necessárias está resumida na Tabela 5.

Tabela 5: Alternativas de acesso para opções de layout

Opção
Parâmetro Unidade
1a 1b 2 3

Acesso a principais obras


Nova margem direita da
km 0,2 0,7 1,9 1,9
estrada

Acesso à casa de força


Nova margem direita da
km 2,1 2,1 --- 2,5
estrada
Nova margem esquerda
km 0,3 0,3 --- ---
da estrada
Ponte m 290 290 --- ---
Opcional: 2WL Acesso km 8,5 8,5 --- ---
Acesso ao tanque de compensação / forebay
Temp. estrada para
km 0,75 0,75 --- ---
tanque de compensação
Temp. estrada para
km --- --- --- 0,3
forebay

Todas as estradas permanentes têm uma largura de 7,5 m e uma superfície asfaltada de 5,0 m de
largura. Estradas de construção temporárias, por exemplo, como acesso ao tanque de compensação,
têm uma largura de 5,0 m e 3,5 m de superfície de cascalho.

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Para as opções 1a e 1b, existe uma alternativa envolvendo uma nova estrada de acesso de 8 km de
comprimento apenas na margem esquerda. Esta pode ser uma alternativa para evitar a construção de
uma ponte cara cruzando o rio Revué ou fornecer uma segunda possibilidade de acesso independente
para a central.
A central do novo projecto pode estar localizada na margem esquerda ou na margem direita. Uma
central na margem direita exigiria apenas uma estrada curta, menor que dois quilómetros da estrada
principal.
No entanto, um grande esforço é necessário para estabelecer o acesso a uma central na margem
esquerda. As opções mais curtas envolvem uma estrada de acesso curta de 2 km mais uma ponte
principal com vão significativo cruzando o rio próximo à curva de 90 °. A alternativa é uma nova estrada
de acesso com 8 km de extensão pelo Nordeste, o que evitaria o elevado custo da construção de uma
ponte. No entanto, um longo desvio seria necessário para o pessoal operacional ao se mudar da central
hidroeléctrica de Mavuzi I para a de Mavuzi II.

3.8.4 Linha de Transmissão


Todas as opções estão projectadas para se conectar ao pátio de manobra da central hidroeléctrica de
Mavuzi I no nível de tensão de 132 kV. A distância entre as opções varia apenas ligeiramente: A
distância mais longa em linha recta é para a Opção 3 com o comprimento da linha aérea em torno de
2,1 km. As opções 1a e 1b são 200 m mais curtas a 1,9 km e a opção 2 tem o comprimento de linha
mais curta de 1,2 km. No entanto, essas diferenças de distância dificilmente têm impacto no custo da
linha de transmissão. Os próprios custos da linha de transmissão são insignificantes para este projecto.

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3.10 DESCRIÇÃO DA OPÇÃO DO LAYOUT 1a


A Opção 1a é o local de
desvio localizado mais a
montante, conectando-se
directamente através de um
túnel recto com uma central
na margem esquerda no
local mais a jusante da área
de concessão (Figura 11)
Com FSL = 155,2 msn/m e
nível de água residual em
103,0 msn (primeira
estimativa grosseira), a
queda bruta disponível será
155,2 - 103,00 = 52,2 m. A
perda de carga ao longo de
cerca de 2 km de circuito
hidráulico foi estimada em
cerca de 5 m, resultando
em uma queda de carga
preliminar de 47,2 m.

Figura 11: Layout esquemático da opção 1a

3.10.1 Principais Obras


A obra principal será uma estrutura de betão por gravidade, um açude (com ou sem portões). A altura
deve permanecer abaixo de 15 m de altura para evitar a classificação como uma “barragem”,
resultando em restrições de projecto mais severas, por exemplo, inundação de projecto.
Um local potencial é mais provável de açude ter sido identificado localizado a cerca de 140 m a jusante
da secção de saída do Mavuzi I.

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Observação: eixo da represa marcado com linha tracejada marrom

Figura 12: Rio Revue fluindo da esquerda para a direita, directamente d/s da saída central
eléctrica de Mavuzi I

Afloramentos rochosos são vistos em ambas margens, bem como no leito do rio. O leito do rio e as
margens são espalhados por rochedos de médio a grande porte, com até vários metros de diâmetro.
A largura do rio é inferior a 100 m. A altura do açude de betão seria inferior a 15 m. A inclinação do rio
é da ordem de 2%.

Figura 13: Vista para montante do novo local do açude e casa de força Mavuzi I à esquerda

No que diz respeito ao enquadramento geológico, o vale do rio é constituído maioritariamente por
Paragnaisses Migmatíticos com elevado grau de metamorfismo e de muito boa qualidade. O maciço
rochoso apresenta três famílias principais de fracturas com uma distribuição muito ampla que
geralmente são fechadas, mas, as fracturas que são paralelas à direcção do rio, são geralmente
abertas e preenchidas com Quartzo e Biotita de segunda geração. Ao longo das margens e no leito do
rio podem-se observar pequenos depósitos de materiais granulares e blocos rochosos de grande a
médio porte (Figura 12 à 14).
Conforme observado no local, a principal fonte de materiais rochosos para os primeiros estágios de
construção podem ser os blocos rochosos presentes no leito do rio e margens que precisam ser limpos
para a construção da estrutura.

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Figura 14: Vista a jusante na localização do açude

A secção transversal de uma possível localização do açude - conforme derivado do levantamento


LiDAR - mostra uma elevação mais baixa de 145,5 ms (Figura 15), que permite projectar um portal de
entrada e túnel na margem esquerda. Neste local, o comprimento da crista é de cerca de 110 m.

Figura 15: Seção transversal no local da represa 1a

O volume do tanque de armazenamento é bastante limitado. Sua capacidade máxima é de cerca de


146.000 m3; a área inundada é de cerca de 36 ha, estendendo-se até 450 m para montante.

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3.10.2 Descarregador
Se a altura total do açude permanecer abaixo de 15 m, isso pode permitir projectar o vertedouro de
transbordamento para a inundação de 100 anos, o que pode fornecer alguma economia. A inundação
de 100 anos foi estimada em 3.920 m 3/s, que é menos de 60% da inundação de 1.000 anos, ou menos
de 40% da inundação de 10.000 anos.
Portanto, se necessário, um vertedouro fechado pode ser previsto para ajudar a atingir o objectivo de
manter baixos a altura da barragem e o nível de inundação, mesmo em inundações mais altas.

3.10.3 Circuitos
Dada a topografia íngreme e irregular da margem esquerda (inadequada para uma estrutura de canal,
bem como para um gasoduto pressurizado ao longo do rio), o circuito hidráulico terá que ser
materializado por um túnel, pelo menos parcialmente.
Um layout convencional para a Opção 1a compreende um túnel de saída de 1.460 m de comprimento,
tanque de compensação e cerca de uma comporta de 360 m de comprimento (aço ou GRP),
alimentando duas ou três unidades geradoras.
O layout da opção 1a é preferível para controlar os efeitos do golpe de aríete do desligamento da
turbina, mas trará as seguintes desvantagens:
 As comportas terão de ser assentadas em encostas extremamente íngremes (60%), o que
tornará os procedimentos de construção mais complexos.
 A construção de estradas para a aceder a câmara de válvulas (transição entre túnel e
conduta forçado) e o tanque de compensação pode ser cara.

3.10.4 Central - Margem Esquerda


A localização da central favorita é na margem esquerda, logo abaixo da curva de 90 ° à esquerda do
rio. A central deve estar localizada o mais próximo possível do maciço rochoso para evitar fundação
em solo macio que exigiria estacas.

Figura 16: Margem esquerda da localização da central

O canal de fuga tem cerca de 100 a 150 m de comprimento, dependendo da micro-localização da


central que melhor estaria situada onde a rocha se transforma em detritos de Clúvio.
A geração de energia utilizará a queda de carga líquida de 47,2 m na descarga de projecto em FSL
155,2 ms, nível de água residual normal de 103 ms, e perdas de carga estimadas de 5,0 m.

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3.11 DESCRIÇÃO DA OPÇÃO 1B


A diferença entre as Opções 1a
e 1b é ter um local de barragem
alternativo localizado cerca de
700 m a jusante em relação à
secção do açude da Opção 1a,
proporcionando assim algum -
bastante limitado -
armazenamento operacional -
para permitir algumas horas de
operação de pico (Figura 17).
O túnel headrace é cerca de
500 m mais curto, mantendo a
localização da central da
margem esquerda.
Devido a circuitos mais curtas,
as perdas máximas de carga
são de cerca de 4 m. Assim, a
potência máxima de saída será
um pouco maior (cerca de 2%
para uma queda líquida de 48,2
m) ao operar o FSL a 155,2 ms.

Figura 17: Layout esquemático da opção 1b

3.11.1 Principais Obras


Um local potencial para uma barragem baixa de cerca de 26 m de altura - com o mesmo nível de
abastecimento total do local do açude - foi identificado cerca de 840 m a jusante da seção de saída de
Mavuzi I, ou 700 m a jusante do local do açude (Figura 18 e 19).

Figura 18: Local de barragem potencial 1b - vista para jusante

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O leito do rio tem cerca de 120 m de largura, um pouco mais largo do que no local do açude, mas as
margens são menos íngremes. No entanto, no FSL de 155,2 msn/m, que fica cerca de 26 m acima do
leito do rio, o comprimento da crista será de cerca de 280 m. Afloramentos rochosos podem ser vistos
no leito do rio e em ambas margens. Logo acima do rio, ambas as margens estão cobertas por
vegetação florestal.

Figura 19: Local de barragem potencial 1b - vista a montante

A menor elevação do solo pesquisada na secção transversal é de 132,7 msn/m (Figura 20). O cenário
geológico neste local é muito semelhante ao descrito para o local 1a da represa.

FSL = 155.2 masl

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Figura 20: Seção transversal no local da barragem, opção 1b

O volume do pequeno reservatório ainda é bastante limitado. Sua capacidade máxima é de cerca de
1,8 Mm3 enquanto que o escoamento médio diário é de cerca de 3,2 milhões de metros cúbicos. A
área inundada é de cerca de 150 ha, estendendo-se até 1,15km para montante.
Se o lago for operado para operação de pico, a produção de energia reduzirá rapidamente com a
redução do nível do lago principal. O rebaixamento reduz o cabeçote disponível.

3.11.2 Vertedouro
Uma barragem de cerca de 26 m de altura exigirá o projecto de um vertedouro para a inundação de
1.000 ou 10.000 anos (6.880 m 3/ se 10.270 m3/ s, respectivamente). Portanto, como provavelmente
necessário, um enorme vertedouro fechado terá que ser acomodado no projecto para descarregar com
segurança a enchente e manter baixo o nível de enchente na água residual da central de Mavuzi I.

3.11.3 Circuitos
Como a topografia íngreme e irregular da margem esquerda permanece inadequada para uma
estrutura de canal, bem como para uma tubulação pressurizada ao longo do rio, o circuito hidráulico
será um túnel. Com um layout convencional para a Opção 1b, o túnel terá 970 m de comprimento,
seguido por tanque de compensação e cerca de 360 m de conduto forçado (aço ou GRP), alimentando
duas ou três unidades geradoras, que descarregam em um canal de fuga de 100 m de comprimento.

3.11.4 Central - Margem Esquerda


A localização da central permanece a mesma da Opção 1a.
O lago principal pode ser operado em nível de abastecimento total para a produção de energia máxima
ou para operação de pico permitindo esvaziar o reservatório. Para mobilizar 1,5 Mm 3 de
armazenamento activo para operação de pico, um rebaixamento de 15 m deve ser permitido. Nesse
nível operacional mínimo (MOL), 15 m a menos de altura manométrica (ou seja, 48,2 - 15 = 33,2 m)
reduz a potência de saída de cada unidade de 100% para cerca de 70% apenas. A produção de energia
reduziria para cerca de 85% em relação à operação em FSL, se todo o volume activo fosse mobilizado
durante o período de pico.

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3.12 DESCRIÇÃO DA OPÇÃO 2


Outro local de barragem
alternativo está localizado a mais
450 m a jusante do local 1b
(Figura 21), no total cerca de 1,3
km a jusante da restituição da
central de Mavuzi I. Para um FSL
novamente fixado em 155,2
msn/m, a barragem terá mais de
40 m de altura. Este local de
barragem faz parte da Opção 2,
bem como da Opção 3.
Esta é a opção mais compacta. A
central está instalada ao pé da
barragem, minimizando o
comprimento dos cursos de água.
O nível de água residual é
considerado em cerca de 117
msn/m. Permitindo uma perda de
carga de 1,5 m ao longo dos
condutos de pressão através da
barragem, a queda de carga
máxima resultante é de 36,7 m.
Portanto, a potência máxima de
saída desta opção 2 é cerca de
78% da opção 1a e 76% da opção 1b.
Figura 21: Layout esquemático da opção 2

3.12.1 Principais Obras


Um local potencial para uma barragem fornecendo armazenamento máximo para este projecto foi
identificado preliminarmente durante a visita ao local e a partir do mapa (Figura 21 à Figura 23) Este
local está a mais 400 m a jusante da Opção 1b, ou seja, cerca de 1.240 m a jusante da saída Mavuzi
I. A altura da barragem para um FSL de 155,2 msn/m seria superior a 40 m, dependendo da borda livre
e dos requisitos de escavação.

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Figura 22: Local da barragem potencial, opções 2 e 3 - vista para jusante

Figura 23: Local de barragem potencial 2, opções 2 e 3 - vista para jusante (close up)

A largura da secção no leito do rio é de cerca de 130 m e as encostas das margens são de cerca de
40° a 45° (Figura 24). As configurações e características geológicas são semelhantes às do local 1b,
assim como a cobertura vegetal. A elevação mais baixa do levantamento na secção transversal é 117,8
msn/m. No nível de abastecimento total, que está a mais de 37 m acima do leito do rio, o comprimento
da crista seria de cerca de 220 m.

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FSL = 155.2 masl

Figura 24: Seção transversal no local da barragem, opções 2 e 3

O volume da opção de maior reservatório ainda é limitado. Sua capacidade máxima é de cerca de 4,26
Mm3; a área inundada é de cerca de 279 ha, estendendo-se até 1,6 km para montante.
Se o lago for operado para operação de pico, a produção de energia reduzirá rapidamente com a
redução do nível do lago principal. O rebaixamento reduz o cabeçote disponível.

3.12.2 Descarregador
O projecto de inundação apropriado de acordo com as directrizes do ICOLD terá que ser levado em
consideração e a inundação finalmente aplicável pode ser menor do que a inundação de 10.000 anos.
Mas ainda será maior para uma barragem alta do que para uma estrutura de açude sem reservatório
de volume substancial atrás dela. Uma barragem com mais de 40 m de altura exigirá que o vertedouro
seja pelo menos projectado contra a mesma enchente da Opção 1b, senão contra uma descarga mais
alta.
O tipo de barragem para a Opção 2 (e Opção 3), de acordo com as informações limitadas disponíveis
até agora, provavelmente será gravidade de betão ou enrocamento com face de betão, mas o grande
tamanho do vertedouro provavelmente favorece a primeira hipótese.

3.12.3 Circuitos
Os cursos de água são limitados à comporta curta ou arranjo de conduta que transfere a água do
reservatório através da barragem directamente para as turbinas dentro da central. Perdas máximas de
carga total de 1,5 m foram permitidas para todo o sistema de conduta na descarga projectada.

3.12.4 Central - Pé de Barragem


A central está localizada directamente ao pé da barragem.
O lago principal pode ser operado em nível de abastecimento total para a produção de energia máxima
ou para operação de pico permitindo esvaziar o reservatório. Com 15 m rebaixados, 3 Mm 3 o
armazenamento activo pode ser mobilizado enquanto o escoamento diário médio é de cerca de 3,2

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milhões de metros cúbicos. Nesse nível operacional mínimo (MOL), 15 m a menos de altura
manométrica (ou seja, 36,7 - 15 = 21,7 m) reduz a potência de saída de cada unidade de 100% para
menos de 60%. A produção de energia seria reduzida para cerca de 80% em relação à operação em
FSL, se todo o volume activo fosse mobilizado durante o período de pico.
Quando comparado com a Opção 1a, a saída de energia seria reduzida para entre 46% no MOL e 78%
no FSL; ou os valores de potência são reduzidos a um nível entre 76% no FSL e 65% no MOL em
comparação com a Opção 1b.

3.13 DESCRIÇÃO DA OPÇÃO 3


A opção 3 usa a mesma
barragem da opção 2, mas
apresenta uma localização
alternativa para a central na
margem direita. Ela está
localizada no início da planície
de inundação. Uma vantagem
de ter a central na margem
direita é evitar a necessidade
de construir o acesso à
margem esquerda, como é
necessário para as Opções 1a
e 1b.
Outra vantagem da opção 3
sobre a opção 2 é uma queda
bruta mais alta utilizando o
nível de água residual a 104
msn/m. Isso é apenas um
pouco mais alto (1,0 m) do que
para a central da margem
esquerda. Assim, este layout
oferece a possibilidade de
ganhar cerca de 11 m de
queda bruta em comparação
com a Opção 2.
Figura 25: Layout esquemático da opção 3

As perdas de carga resultantes do canal de entrada e da comporta são estimadas em 4,0 m e resultam
em uma queda líquida de 47,2 m; o mesmo que para a Opção 1a.

3.13.1 Principais Obras


A barragem é a mesma da Opção 2.

3.13.2 Circuitos
Como a topografia na margem direita é mais baixa, o arranjo de um túnel headrace de baixa pressão
não é economicamente viável. A alternativa é um canal em contorno de 1.500 m.
Para uma descarga projectada na ordem de 45 m 3/ s as dimensões de tal canal de fluxo por gravidade
seriam algo como 5 m de largura x 4 m de profundidade ou 6,0 m de largura x 3,5 m de profundidade.

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O canal da soleira termina onde cerca de 240 m de conduta forçada transportavam a água para a
central localizada no início da planície de inundação. Da saída da central, um canal de fuga de 450 m
de comprimento se conecta ao curso do rio original em um nível de água de cauda em torno de 104
ms.
No caso de considerar a operação de pico, o que requer utilização do armazenamento do reservatório,
um rebaixamento significativo deve ser permitido. Isso elimina a opção de canal aberto, pois o
rebaixamento seria perdido como carga em todos os níveis do reservatório. Uma consideração técnica
alternativa é a instalação de cerca de 1.000 m de conduta de alta pressão entre a barragem e a central.
No entanto, as perdas de custo e de carga serão significativas e tornarão o projecto economicamente
pouco atraente.

3.13.3 Central - Margem Direita


Durante o estudo inicial das opções de layout, a possibilidade de uma alternativa de potência na
margem direita foi investigada. Uma possibilidade teórica foi identificada. A Figura 26 é uma vista para
a margem direita do rio através do canal de fuga natural com uma potencial localização de usina de
força ao fundo.

Figura 26: Vista em direcção à alternativa de potência da margem direita

A seta azul indicando um possível canal de fuga e mostra o canal existente conforme se desenvolveu
após a inundação extrema do Ciclone Idai (>5.200 m 3/s) em Março de 2019, que não está representado
nas elevações actuais na pesquisa LiDAR de 2014.

3.14 CAPACIDADE INSTALADA


As centrais hidreléctricas operadas pela EDM são a espinha dorsal do abastecimento de energia da
região central. Chicamba 44 MW e Mavuzi I 54 MW são os maiores contribuintes. A adição potencial
de 50 MW de Tsate (e também cerca de 25 MW de Muenezi) impulsionaria ainda mais a geração de
energia a partir do desenvolvimento da cascata de energia hidroeléctrica. A adição de Mavuzi II seria
uma adição a isso.
A optimização da capacidade instalada de Mavuzi II deve ser alcançada em estreita discussão com a
EDM para fornecer o máximo de benefícios de todas as centrais hidroeléctricas ao longo do
desenvolvimento da cascata do Rio Revué.
A operação dos reservatórios no desenvolvimento da cascata no rio Revué, ou seja, principalmente
em Chicamba, mas também em um futuro Muenezi, e apenas em uma extensão limitada em Tsate e
Mavuzi I devido ao seu pequeno armazenamento, afectará directamente a geração de energia de todo

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o desenvolvimento da cascata. Portanto, a optimização da capacidade instalada deve considerar o


funcionamento de toda a cascata.

3.14.1 Desenvolvimento de Cascata de Energia Hidroeléctrica


O potencial hidreléctrico do rio Revué está sendo explorado em uma cascata de duas centrais
hidroeléctricas existentes, a UHE Chicamba e a UHE Mavuzi. Está planeado adicionar até mais três
centrais hidroeléctricas a esta cascata, ou seja, a UHE Muenezi, a UHE Tsate e a UHE Mavuzi II.
O único armazenamento significativo disponível actualmente é no reservatório de Chicamba, que pode
armazenar o equivalente a três escoamentos anuais. Tsate e Mavuzi I são centrais a fio de água e
fornecem potencia diária ou semanal para pico limitado, na melhor das hipóteses. Muenezi é uma
planta menor, mas com um reservatório que pode fornecer uma capacidade significativa de
armazenamento e regulação.
A geração de energia simulada anual total para Chicamba (58 GWh) e Mavuzi I (296 GWh) é sobre
354 GWh; as duas centrais hidroeléctricas planejadas de Tsate e Muenezi acrescentariam por volta de
385 GWh.

3.14.2 Dimensionamento da UHE Mavuzi II


A UHE Mavuzi II utilizará a secreção liberada de Mavuzi I; seja por meio de sua saída de fuga após a
geração de energia e / ou água derramada de seu reservatório devido ao excesso de fluxo e
armazenamento insuficiente a montante.
A nova central hidroeléctrica usará a queda bruta disponível entre o nível máximo de água residual na
saída da UHE Mavuzi I em 155,2 msn/m, e o nível de água residual em um valor estimado de 103
msn/m ou acima.
A distância entre a saída de Mavuzi I e as águas residuais de Mavuzi II é de cerca de 2,3 km no
máximo. Qualquer reservatório apreendido por uma barragem não excederá 4,2 Mm 3 de
armazenamento total; o armazenamento activo será apenas uma fração disso, porque o rebaixamento
no reservatório reduz a carga de geração e, portanto, a geração de energia substancialmente. Portanto,
quase não há capacidade de re-regulação disponível; As liberações à montante devem ser turbinadas
directa e imediatamente.
Para obter uma indicação do potencial de energia no local do açude Mavuzi II, os dados de vazão
combinados da UHE Mavuzi I e do reservatório, após simulação da cascata a montante, incluindo as
usinas Chicamba, Muenezi, Tsate e Mavuzi I, foram aplicados a alguns cálculos simplificados para as
séries temporais disponíveis com dados mensais de 1961 a 2019. A energia total anual que pode ser
gerada na UHE Mavuzi II pode girar em torno de 110 GWh/a. A capacidade instalada relacionada será
provavelmente entre 15 e 20 MW.

3.15 RECURSOS E MATERIAIS

3.15.1 Uso de Água e Energia


As actividades directas do projecto na fase de construção, necessitam do uso da água, por isso têm
interferência significativa no consumo de água, tornando-se um factor limitante para estimativa do
consumo da água. A água usada no âmbito do projecto será estritamente as actividades inerentes à
construção da Central Hidroeléctrica e para o consumo doméstico. A fonte de abastecimento de água
que será usada é o Rio Revué.

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Será usada igualmente na fase de construção, a energia eléctrica para iluminação no


acampamento/estaleiros, no local do projecto e para o funcionamento de diversos equipamentos.
Nesta fase poderão ser usados geradores ou mesmo energia da rede nacional de electricidade.

3.15.2 Material e Equipamento


Os equipamentos e materiais a serem usados na implementação do projecto serão seleccionados de
acordo com as melhores práticas nacionais e internacionais de construção civil. Os equipamentos
principais, sem prejuízo dos demais a serem usados durante as actividades são:

Tabela 6: Lista dos principais equipamentos e materiais de obra


Equipamentos Materiais
 Retroescavadora;  Solos;
 Máquina de perfuração de tuneis;  Cimento;
 Gruas/Camião Grua;  Betão;
 Geradores;  Aditivos para produção do betão;
 Betoneiras;  Pedra/brita;
 Vibradores;  Diversos produtos químicos (óleos de
 Equipamentos de solda; cofragem, descofragem);
 Andaimes;  Ferro/Aço (diversos diâmetros);
 Material de cofragem;  Blocos;
 Pás;  Pavês;
 Picaretas;  Tubos PVC;
 Peneiradora;  Material eléctrico;
 Camiões  Plástico;
 Veículos diversos, etc.  Explosivos, etc.

3.15.3 Mão-de-obra
A mão-de-obra será maioritariamente de origem local, e serão contratados um número considerável
de trabalhadores, não sendo possível estimar nesta fase. Contudo os trabalhadores poderão incluir:
 Director de obra;
 Encarregado de obra;
 Engenheiro Hidráulico;
 Engenheiro Eléctrico;
 Técnicos de saúde, segurança e ambiente;
 Técnicos de medicina;
 Manobradores\
 Motoristas;
 Pedreiros;
 Carpinteiros;
 Ajudantes de diversas especialidades;
 Guardas;
 Ajudantes de limpeza, etc.

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3.16 ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRECTA E INDIRECTA DO PROJECTO


Tendo em vista que as áreas de influência são definidas pelos espaços geográficos directa ou
indirectamente afectados pelos impactos ambientais de uma actividade, verifica-se que suas
respectivas delimitações são distintas para os meios físicos e bióticos e para o meio socio- económico.
Esta distinção decorre do facto de que os efeitos dos impactos sobre componentes sociais e
económicos apresentam-se, geralmente, de forma mais ampliada no território, pela própria natureza
de sua configuração em redes e cadeias socioeconómicas, que aqueles que afectam os componentes
dos meios físico e biótico.
A área de influência do projecto é aquela que de alguma forma sofre e exerce interferência sobre o
projecto, seja em aspectos físicos, bióticos, socioeconómicos e culturais. Estas áreas estão
susceptíveis a sofrer impactos com a implantação do projecto.
A Área de Influência Directa (AID) corresponde àquela que directamente sofrerá devido a
implantação, operacionalização e exploração do projecto, atendendo às suas diferentes componentes
(solo, vegetação, fauna, recursos hídricos, socio-economia, etc.). Onde, portanto, se verificaram as
alterações directas provocadas pelo projecto. Sendo assim, a área de influência directa do projecto
corresponde ao leito do Rio Revué, suas margens, a linha de transmissão eléctrica com uma servitude
de 50 m e vias de acesso, sem descurar a área circunvizinha num raio de aproximadamente 1 km. Na
figura abaixo é apresentada a área de influência directa do projecto, onde será construído o açude de
Mavuzi II (marcado a vermelho) e mais a jusante na margem esquerda onde será construída a Central
Hidroeléctrica de Mavuzi II (marcado a amarelo).

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Figura 27: Área de influência directa do projecto

A Área de Influência Indirecta (AII) corresponde a uma área mais extensa, ou seja, até onde se possa
fazer sentir indirectamente as actividades de implementação do projecto. Assim sendo, estabelece-se
a área de influência indirecta (AII) do Projecto, tendo em conta sobretudo os possíveis impactos sobre
o meio socioeconómico, passíveis de se fazerem sentir numa área mais alargada do que os impactos
sobre o meio biofísico. Preconiza-se que a AII do Projecto corresponda, em primeiro lugar, a toda a
área dos distritos de Sussundenga e Macate, em seguida as cidades de Chimoio, Beira e Tete, e por
fim a toda zona centro ou mesmo ao território nacional em geral.

3.17 PRINCIPAIS ACTIVIDADES DO PROJECTO


A execução do projecto obedecerá três fases fundamentais, construção, operação de desactivação.
Na fase de construção, serão realizadas varias actividades, podendo se mencionar:
 Limpeza e desmatação, com cuidado de não desmatar as zonas tampão e à volta da central
hidroeléctrica;
 Construção da vedação à volta de toda área de trabalho;
 Construção das vias de acesso internas;
 Construção do desvio do rio obedecendo todas componentes hidrológicas do local e não só;

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 Escavação para as células da central hidroeléctrica, de acordo como indicam as peças


desenhadas;
 Remoção das terras escavadas para a zona reservada para as terras de cobertura;
 Colocação e compactação de solos na base e das taludes a fim de garantir a
impermeabilização;
 Construção do sistema de drenagem;
 Construção da vala de drenagem de águas periféricas;
 Colocação da sinalização a partir da estrada de acesso.

Na fase de operação devera se considerar a colocação de uma equipa de técnicos qualificados e


semiqualificados para assegurar a operação e manutenção das central hidroeléctrica. Parte desse
pessoal deverá ser local, devendo ser tomadas iniciativas com vista ao alcance deste objectivo, sendo
este um impacto potencial positivo do projecto. Devera ser constituído um manual de operação a ser
implementado de modo a se estabelecer um procedimentos claros evitando a riscos derivados da
operação.

Na fase de desactivação deve-se garantir a reposição da situação inicial da área de trabalho, solos,
cobertura vegetal, hidrologia local (curso normal do rio), entre outas.

3.18 ALTERNATIVAS DO PROJECTO

3.18.1 Alternativa à Implementação do Projecto


Na fase de estudo preliminar foram identificadas três opções de localização da infraestrutura, destas,
obteve-se quatro layouts das três opções, sendo 1a, 1b, 2 e 3, e foi definida como alternativa de estudo
a opção 1a. Esta alternativa é analisada sob duas vertentes considerando por um lado, os benefícios
que poderão advir da implementação do projecto e por outro, se os impactos negativos esperados
podem ser mitigados a níveis aceitáveis.
Um dos principais factores que impulsionam a economia moçambicana é o desenvolvimento do sector
de produção e distribuição de energia de qualidade. Por isso que considera-se o Projecto da Central
de Mavuzi II fulcral para o desenvolvimento económico local, regional e nacional, pois constitui
objectivo geral estratégico da EDM o alcance do acesso universal à energia eléctrica no país até 2030.
Numa perspectiva mais abrangente, a construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II contribuirá no
incremento do potencial eléctrico do sistema de energia eléctrica da região centro, com a possibilidade
de sua integração na rede nacional. Considerando os benefícios arrolados acima pode-se depreender
que o projecto irá agregar valor aos esforços da EDM em garantir acesso universal da energia eléctrica
(ao nível nacional nas zonas urbanas e rurais).
Contudo, no que concerne à sua viabilidade sócioambiental, o consultor acredita que a implementação
do projecto deve ser considerada, salvo indicação em contrário que possa advir dos estudos
especializados a serem levados a cabo neste processo de Avaliação do Impacto Ambiental e Social.

3.18.2 Alternativa de Localização


A EDM detém o Direito de Uso e Aproveitamento do local de implantação do projecto e como prova
disso é a existência da Central Hidroeléctrica de Mavuzi I, vedação e vias de acesso. A construção da
Central Hidroeléctrica de Mavuze II será implementado no mesmo curso de agua e foi definida como
alternativa ambientalmente viável a opção 1 a (com destaque para sua produtividade), de cerca de
quatro alternativas estudadas.

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4 SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA BIOFÍSICAS E SÓCIO-ECONÔMICAS DA


ÁREA DE PROJETO
O presente capítulo apresenta uma breve descrição das condições de referência ambiental e socio-
económica da área abrangida pelo projecto.

4.1 Principais características biofísicas da área do projecto


Clima
Apesar da grande estação de latitude de Moçambique, o país pode ser considerado como sendo do
tipo de clima tropical, tanto úmido quanto seco. A taxa de precipitação varia consideravelmente entre
as diferentes partes do país e as taxas de precipitação relativamente baixas que cobrem as partes do
sul e do interior contrastam com o clima úmido no norte e ao longo da costa. A temperatura durante a
maior parte do ano é elevada, especialmente durante a estação chuvosa, com uma média de
aproximadamente 30ºC, excepto nas terras altas mais frescas do interior do país.
O clima de Sussundenga é savânico e possui uma estação chuvosa e outra seca, com temperatura
média anual de 28ºC, a precipitação média é sempre superior a 378 mm e a umidade média é de 71%.
No dia 28 de Dezembro de 2021, foi realizada uma visita de pré-avaliação ambiental do projecto e os
termómetros registavam uma temperatura máxima de 28 °C e mínima de 17 °C, com a sessação
térmica de 30 °C e com o céu limpo.

Figura 28: Dados de Precipitação e Temperatura

Hidrologia
A região de Sussundenga encontra-se na bacia Hidrográfica do rio Revue e seus afluentes. Por sua
vez, drena suas águas para o rio Buzi, que é a principal bacia hidrográfica da região.
O período de excesso de água ocorre no mês de Novembro a Março, em que a precipitação é maior
em relação à evapotranspiração.

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A região apresenta apenas um período de crescimento do tipo normal com um período de seca que
ocorre de Maio a Outubro.
Contudo, o recurso hídrico que ocorre na área do projecto é o rio Revué. Havendo a necessidade de
aprofundar o estudo hidrológico na fase do EIA.

Figura 29: Hidrologia do Distrito

Relevo e solos
A oeste do Distrito, ao longo da fronteira com o Zimbabwe, existe uma área montanhosa (Maciço de
Chimanimani) com picos que se elevam acima de 1500 metros cobrem uma superfície de cerca de
1.050 km2, onde se situa o ponto mais alto de Moçambique, o Monte Binga com 2.436 m de altitude.
Os solos predominantes são Leptosols, ocorrendo principalmente em áreas montanhosas. Os
Arenosolos também ocupam grandes áreas nos pontos administrativos de Dombe. Ferralsolos e
Acrisolos ocupam pequenas áreas na área mais central do Distrito, enquanto Haplic Arenosolos,

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Cambissolos, Lixissolos e Fluvisolos aparecem predominantemente mais ao sul, com maior


abundância.
A área do projecto é caracterizada por solos argilosos de cor acastanhada e com forte presença de
rochas. Esta informação deverá ser aprofundada na fase do EIA.

Vegetação e Fauna
Na região do Distrito de Sussundenga a vegetação predominante é a de miombo ocupando cerca de
90% da região, de onde destacam as espécies do género Brachystegia, Julbernadia e Isuberlinia.
Também se destacam espécies como a Panga-Panga, Umbila, Mapepe, Mussussa e Muocha.
Na área de implantação do projecto foi possível visualizar a existência de uma floresta ribeirinha
composta por diversas espécies arbóreas, arbustivas e gramíneas.

Figura 30: Vegetação do Local de Implantação do Projecto

Os recursos faunísticos do Distrito de Sussundenga incluem a caça, onde encontramos os seguintes


animais: as gazelas, os cabritos de mato, lebres, galinhas do mato e ratos. A pesca que constitui o
peixe do rio e das lagoas artificiais de irrigação, como fonte de alimentação das famílias. Na área do
projecto foi possível verificar a existência de macacos.

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Figura 31: Evidência de existência de Macacos

O Distrito de Sussundenga é potencial não só em recursos florestais e em espécies para madeira,


construção, lenha, carvão, como também em plantas medicinais. Os recursos florestais são usados
pelas famílias para a construção de casas, fabricação de cordas e como estacas para a construção de
cercas. A lenha e o carvão são as fontes de energia mais utilizadas para a confecção de alimentos,
muito embora muitas comunidades tenham que percorrer entre 3 a 10 km até à fonte de lenha mais
próxima. Desflorestamento e a erosão são problemas que afectam o distrito de Sussundenga, a falta
de suporte financeiro para os programas de reflorestamento nas áreas exploradas e outros meios de
conservação dos recursos florestais existentes são questões que impedem um maior aproveitamento
desta potencialidade.

4.2 Principais características socioeconômicas da área do projeto

4.2.1 Vias de acesso


O Distrito tem ligação rodoviária com os principais pontos do Sul e Centro do país através da ligação
à Estrada Nacional Chimoio-Beira, por via da EN216 Chimoio-Sussundenga-Mossurize. A rede
rodoviária do Distrito compreende, para além da EN216, cinco Estradas Regionais totalmente
reabilitadas. A via que dá acesso rápido ao local de implantação do projecto é a que parte de Chimoio
e passa pelo Distrito de Macati, numa extensão total de aproximadamente 50 km de estrada de terra
batida.

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Figura 32: Estrada que dá acesso ao local do projecto

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4.2.2 Energia e Água


O Distrito de Sussundenga, tem baixa percentagem da população com acesso a energia eléctrica e a
maior parte da população usa vela, lenha, bateria, gerador.
No que concerne às fontes de abastecimento de água, verifica-se que na sua maioria a população do
distrito é abastecida por Poços e furos (40%) ou recorre directamente aos rios ou lagos (60%), existindo
comunidades que têm que se deslocar 2 km até ao Rio Nhambamba para se abastecerem.
Na área do projecto poucas famílias beneficiam da corrente electrica da rede nacional, apesar de se
encontrarem próximos da Central Hidro-electrica de Mavuzi I.

4.2.3 Educação e Saúde


O investimento no sector tem estado a crescer, tendo 119 escolas no distrito, mesmo prevalecendo o
baixo rácio de escola por habitantes e professor por alunos.
Devido ao baixo número de profissionais de saúde, para a maternidade o distrito tem privilegiado a
participação de parteiras tradicionais de modo a compensar o défice.
O crescimento da rede escolar e de saúde desde 2000 e a melhoria do atendimento do pessoal têm
permitido aumentar o acesso da população aos serviços do Sistema Nacional de Educação e da Saúde
que, porém, está ainda a um nível bastante insuficiente.

4.2.4 Alfabetização e escolaridade


Com 73% da população, predominantemente mulheres, a taxa de escolaridade no distrito é baixa,
sendo que apenas 32% dos habitantes frequentam a escola.

Tabela 7: População, por nível de alfabetização

Taxa de analfabetismo
Total Homens Mulheres
DISTRITO DE SUSSUNDENGA 73,4% 61,9% 83,4%
5–9 92,9% 91,7% 94,0%
10 – 14 66,2% 61,2% 71,6%
15 – 44 64,7% 45,7% 79,2%
45 e mais 84,5% 72,1% 96,0%
PA de Sussundenga 65,6% 52,6% 77,3%
PA de Dombe 86,5% 77,1% 93,9%
PA de Muhoa 61,4% 50,3% 72,5%
PA de Rotanda 66,3% 57,0% 75,0%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística

4.2.5 Economia
Moçambique é considerado por ter uma economia diversificada em comparação com os seus países
vizinhos, com o comércio e os serviços contribuindo mais para o PIB, seguido pela agricultura.
Considerando a fertilidade dos solos do distrito, pode-se esperar uma convergência de agricultores
interessados na agricultura e, consequentemente, uma maior pressão sobre os recursos.

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A fertilidade permite uma produção diversificada, sendo o algodão e o tabaco consideradas culturas
comerciais, produzidos em monoculturas. Este sistema de produção é ainda complementado pela
pecuária, como criação de gado bovino, caprino e avícola.
A ocupação principal da população local em idade activa é a agricultura familiar de subsistência, o que
indica tratar-se duma população desfavorecida, extremamente dependente da agricultura para
assegurar a sua sobrevivência e desenvolvimento.
Uma vez que grande parte das famílias têm a sua economia baseada na agricultura de subsistência,
estas são afectadas pela insegurança alimentar provocada pela ruptura dos stocks alimentares
provenientes da produção agrícola. A produção e a produtividade da agricultura familiar e os aspectos
com eles relacionados são variáveis com uma forte influência na vulnerabilidade das famílias, por via
da insegurança alimentar.
Devido a sua dependência, de todos, a terra é o principal recurso de sobrevivência e desenvolvimento
dos agregados familiares, representando: (1) um bem essencialmente económico pela função
dominante que a actividade agrícola, o plantio de árvores e a criação de animais têm nas povoações
desta área, para consumo e para venda, mas também porque a terra assume um valor material na
transmissão da herança e noutras formas de acesso à terra; (2) um bem com valor social e cultural por
desempenhar um papel importante na vida e bem-estar dos agregados familiares e das comunidades
em geral, principalmente enquanto fornecedora de materiais para construção, para fabrico de utensílios
domésticos e ainda pelo seu carácter sagrado e cultural, como um bem transmitido de geração em
geração e o local onde viveram os antepassados.
A caça é sobretudo de animais de pequeno porte, principalmente ratos, coelhos, ratazanas, galinhas
do mato e perdizes. Contudo existem também porcos do mato e gazelas.
Os recursos florestais tem vários aspectos que conferem valor no bem-estar espiritual e material dos
agregados familiares, assim como nos seus meios de subsistência como a seguir se menciona: (1) o
carácter sagrado da floresta, o uso dos recursos florestais como materiais de construção, como fontes
de produção de energia, a disponibilidade de produtos florestais para alimentação dos agregados
familiares, para a produção de utensílios domésticos e de artesanato e ainda como fonte de obtenção
de rendimento através da sua venda.
No âmbito da visita de campo foi possível constatar que a população local tem a agricultura como
principal actividade económica e de subsistência. Seguida pela criação de animais domésticos
(galinhas, gado bovino e caprino, patos, entre outros) e a peca praticada no rio Revué.

4.3 Constatações das visitas de campo


A equipe socio-ambiental visitou a área do projecto por duas ocasiões. Essas visitas permitiram à
equipe o conhecimento necessário do local onde será desenvolvido o projecto hidroléctrico Mavuzi II,
bem como as principais questões socio-ambientais a serem investigadas durante o Estudos de
Avaliação de Impacto Ambiental e Social (ESIA).
A área de influência do projecto inclui a cidade de Chimoio, distrito de Sussundenga (sede de Muribane
e Nhambiriri); distrito de Macate (zona de Maconha). Isso implica que as reuniões de consulta pública
devem abranger as áreas acima.
Confirmamos o que já era esperado de que a execução do projecto hidroelétrico Mavuzi-II está
associada a impactos positivos e negativos. O último abrangerá o ambiente social e biofísico).

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Os impactos positivos potenciais do projecto serão investigados durante a ESIA e podem


incluir:
• Oportunidades de Emprego (durante a fase de construção e operação);
• Fornecimento de Energia Eléctrica (que vai impulsionar o crescimento económico e desenvolvimento
social);
• Desenvolvimento Comunitário (durante a construção e operação).

Os potenciais impactos negativos serão investigados durante o ESIA e podem incluir:


Biofísico
• Mudança de uso da terra e perda de terras agrícolas;
• Perda ou perturbação do habitat natural devido ao desmatamento da vegetação;
• Deterioração das águas subterrâneas;
• Aumento dos níveis de ruído (durante a construção e operação);
• Impactos na Qualidade da Água Superficial do Rio Revue (durante a construção);
• Contaminação/poluição do solo e recursos hídricos (durante a construção e operação);
• Lesão indirecta/mortalidade de espécies, incluindo peixes (durante a fase de construção);
• Diminuição da Qualidade do Ar (durante a construção);
• Declínio nos níveis de água de superfície;
• Colisões / electrocussão na linha de energia por grandes espécies de aves.

Socioeconómico:
• Deslocamento físico e económico (baixo);
• Poluição causada pelas obras civis (durante a construção);
• Impacto das mudanças na superfície terrestre em vestígios arqueológicos não descobertos e sítios
culturais (construção);
• Influxo de População a busca de oportunidades de emprego e negócios (construção);
• Exposição à violência baseada no género e exploração e abuso sexual (construção e operação);
• Impactos na Saúde (Malária; TB; HIV/AIDS; DSTs; riscos relacionados ao Solo e Resíduos;
Substâncias Perigosas) (construção e operação);
• Impactos nas actividades pesqueiras (durante a construção e operação).

Outros potenciais riscos que serão investigados durante a ESIA:


• Impactos Cumulativos que resultam de sucessivas intervenções na mesma zona (Mavuzi I e Mavuzi
II)

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5 IDENTIFICAÇÃO PRELIMINAR DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS


Tendo em conta as questões biofísicas, não haverá impactos muito significativos para a implantação
do projecto pois a área em estudo não irá sofrer nenhuma destruição, mas em contrapartida terá
impactos positivos no domínio socioeconómico, pois o projecto irá empregar muita mão-de-obra local,
contribuindo para o aumento da renda familiar, melhoria das condições de vida e arrecadação de
receitas para os cofres do estado.
A seguir a tabela ilustra o resumo dos impactos socio-ambientais que foram identificados. Importa
referir que estes impactos são os que a equipa técnica responsável pela elaboração do EPDA
considerou relevante, mas este assunto será tratado ao detalhe na fase do EIA.

Tabela 8: Resumo de Impactos Socio Ambientais

Impacto Estatuto
Perda de fauna e flora local com a implantação do projecto; Negativo
Compactação do solo durante a fase de construção e Negativo
devido a circulação de veículos e máquinas pesadas;
Emissão de poeiras e gases para atmosfera devido a actividades Negativo
de demolição e circulação de veículos e máquinas pesadas
Contaminação do aquífero na fase de operação devido a Negativo
refrigeração dos painéis de águas;
Perda de culturas e animais pelo consumo de radiação do sistema Negativo
de controlo e linha de alta tensão;
Geração de empregos; Positivo
Geração de renda e arrecadação de receitas para os cofres do Positivo
estado;
Redução da criminalidade e animais peçonhentos com a Positivo
implantação da central;
Conflitos homem-animal devido a existência de fauna bravia; Negativo
Geração de resíduos sólidos durante a fase de construção e Negativo
operação;
Proliferação de doenças sexualmente transmissíveis e conflitos Negativo
sociais devido à contratação de mão-de-obra forasteira por parte
do empreiteiro e/ou pelo proponente.
Perda parcial ou total de bens imóveis (casas, terras ou Negativo
Machambas) no local proposto para construção da central
eléctrica.

5.1 Impactos Biofísicos


Impacto sobre o Clima
Não se prevê que o Projecto possa ter quaisquer efeitos sobre as características climáticas ou mesmo
microclimáticas na sua área de influência. Mas mesmo assim deverão ser tomadas medidas
mitigadoras para reduzir ou mesmo evitar a emissão de poluentes que a longo prazo contribuam
significativamente para as mudanças climáticas.

Impactos sobre os Solos

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As alterações fisiográficas induzidas pela construção da central hidroeléctrica serão de reduzida


expressão e significado. Pois o projecto será implantado numa área sem habitantes e de baixa
intervenção do homem no meio ambiente.
De qualquer forma e em termos gerais, a perda da vegetação é um problema típico em qualquer novo
projecto, sempre implicando a remoção de vegetação e a degradação da qualidade da produtividade
dos solos na área directamente ocupada pelas novas construções.
Qualquer trabalho de construção que implique movimentação de terras pode implicar problemas de
erosão, fenómeno que acontece com maior frequência nos períodos chuvosos.
Durante a mobilização de veículos e máquinas pesadas para transporte de materiais e equipamentos
e actividades de escavação, poderá ocorrer a compactação dos solos.
Qualquer um destes aspectos potencialmente negativos justifica a adopção de medidas,
prioritariamente preventivas mas também, se necessário, correctivas. Estas medidas terão expressão
ao nível dos estaleiros de apoio às obras, bem como nas frentes de trabalho.

Impactos sobre a Água


Na fase de construção poderão sempre ocorrer descargas ou derrames acidentais passiveis de originar
contaminação de água. Sendo de igual modo, a qualidade da água também afecta em resultado da
ocorrência de fenómenos erosivos durante a realização dos trabalhos de movimentação de terras,
sobretudo nos períodos chuvosos.
A prevenção dos fenómenos de erosão hídrica, bem como a prevenção da descarga/derramamento
de substâncias contaminantes do meio hídrico (água superficial e subterrânea) deverá ser uma
preocupação sempre presente no planeamento e execução dos trabalhos de construção.

Impactos sobre a Fauna e Flora


Visto que não existem na área do projecto espécies endémicas, protegidas e em vias de extinção, o
impacto sobre a flora não será significativa.

Impacto sobre a Qualidade do Ar


Durante a fase de construção da central as acções ou actividades susceptíveis de gerar impactos
negativos na qualidade do ar são as seguintes: Instalação, circulação de maquinaria e veículos.

Ruído e Vibrações
Durante a fase de construção, verificar-se-á a ocorrência de ruído e vibrações resultantes das
actividades combinadas de construção civil, como a operação de máquinas e circulação de veículos
pesados. Os trabalho de perfuração do túnel com o uso de máquina de perfuração e explosivos poderá
causar ruídos e vibrações.

5.2 Impacto sobre o meio Socioeconómico


Capacitação da mão-de-obra local, para o desenvolvimento de algumas tarefas será necessária mão-
de-obra local. A capacidade das pessoas envolvidas no projecto poderá melhorar a qualidade de vida
da comunidade de Mavuzi e outras afectadas directa ou indirectamente pelo projecto.
As actividades de construção da central hidroeléctrica irão necessitar de mão-de-obra qualificada,
semiqualificada e não- qualificada. Dando oportunidade aos jovens e mulheres para obterem alguma
renda que os permitirá a posterior desenvolver seus próprios negócios.

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Desenvolvimento da economia local - A contratação de mão-de-obra local e trabalhadores de fora de


Mavuzi podem estimular a economia local. À volta do local de implantação do projecto, durante a fase
de construção, desenvolve-se actividades como comércio informal de diversos tipos de produtos.
A circulação de veículos e máquinas pesadas pode resultar em um maior risco de acidentes.
Lesionando parcial ou totalmente as vítimas ou mesmo resultando em perda de vidas humanas.
Perturbação das comunidades locais devido as realização das actividades de perfuração do túnel com
o uso de máquina de perfuração e explosivos.
Propagação de ITS e HIV/SIDA, é comum considerar-se que a presença de um contingente de
trabalhadores contratados pelo empreiteiro/proponente, na maior parte dos casos do sexo masculino,
não acompanhados pelas suas famílias e auferindo salários relativamente altos em relação às
condições de vida local, cria condições para que estes procurem contactos sexuais com mulheres
locais. Comportamentos de risco ou conhecimento insuficiente sobre as formas de prevenção de ITS
e HIV/SIDA por parte dos trabalhadores do projecto poderão concorrer para a disseminação destas
doenças na área do projecto.
Perda parcial ou total de bens imóveis (casas, terras ou Machambas) no local proposto para construção
da central eléctrica de Mavuzi II, pois existem nas imediações do local de implantação do projecto
alguns assentamentos e áreas agrícolas.

6 ASPECTOS A INVESTIGAR NA FASE DO EIA


Com a realização do EIA será feita uma abordagem detalhada e devidamente fundamentada da
situação sócioambiental de referência e dos potenciais impactos preliminarmente identificados durante
esta fase. A seguir são arrolados alguns aspectos que devem ser considerados prioritários na fase do
EIA:
 Qualidade do ar atmosférico e ruído;
 Qualidade e quantidade da água;
 A captação de água e a rejeição de efluentes líquidos;
 A variação do estado de tempo;
 Os valores ecológicos (fauna ou flora) de maior interesse conservacionista e
identificar todas espécies que ocorrem no local do projecto. Bem como o fenómeno
de migração de peixes e outras espécies faunísticas;
 Os usos da terra e os valores socioeconómicos e de herança cultural. Bem como questões
relacionadas ao reassentamento por perda total ou parcial de terras, culturas agrícolas ou
infra-estruturas;
 As perspectivas de desenvolvimento e de segurança e bem-estar das populações a nível
local.
 Envolvimento activo da comunidade local (e de outros intervenientes) na discussão das
questões relativas ao Projecto que poderão afectar os modos de vida da comunidade, para
melhor fundamentar as decisões sobre o Projecto e o próprio EIAS, visando minimizar os
impactos negativos e potenciar os impactos positivos do Projecto;
 Identificação e análise do impacto potencial do Projecto sobre as mudanças climáticas e
os mecanismos locais de adaptação;
 Registo e análise das perspectivas e expectativas de desenvolvimento e de bem-estar da
população, face às oportunidades de desenvolvimento que podem ser proporcionadas
pelo Projecto, de modo a considerá-las na identificação e análise de impactos;

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 Identificação e análise dos mecanismos locais de abordagem de questões relativas a


HIV/SIDA, Género e Grupos Vulneráveis e de como o Projecto pode contribuir para a
inclusão social destes grupos.
A análise mais detalhada dos impactos ambientais deverá contribuir, antes de mais, para a formulação
de recomendações a serem tidas em consideração no desenvolvimento do projecto, sobretudo ao nível
da solução final relativa a implantação do projecto e permitir a definição das medidas mitigadoras
(preventivas, correctivas ou compensatórias) e dos sistemas de monitorização ambiental a
implementar no quadro da gestão ambiental.
Para além do papel formal do EIA no âmbito do processo de licenciamento ambiental, a definição do
plano de gestão ambiental do Projecto constituirá, conjuntamente com a participação das partes
interessadas e afectadas, o principal objectivo a alcançar nas etapas seguintes do processo de AIA.

7 QUESTÕES FATAIS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PROJECTO


No contexto de um processo de AIA uma questão é entendida como qualquer problema, lacuna ou
conflito que, pela sua gravidade, possa inviabilizar um processo ou uma actividade. Trata-se, noutros
termos, de um efeito negativo que não pode ser mitigado a níveis considerados aceitáveis no contexto
da protecção ambiental e/ou da saúde e segurança e a determinação da sua existência é um dos
objectivos principais de um EPDA, enquanto documento em que se discute a pré-viabilidade ambiental
de um dado projecto. No caso em apreço e recorrendo aos conhecimentos técnico-científicos actuais
não se identificou nenhuma questão fatal ou seja, qualquer impacto sobre o meio biofísico e
socioeconómico que possa levantar dúvidas sobre a sustentabilidade do Projecto ou que possa
condicionar significativamente a sua implementação. Ou seja, todos impactos são possíveis de gerir
mediante a correcta implementação das medidas de mitigação.
Efectivamente, os impactos negativos identificados não são irreversíveis e prevê-se que o Projecto
possa inclusivamente proporcionar, sobretudo na área socioeconómica, benefícios relevantes, para
além daqueles que se prendem directamente com a justificação da actividade.
Não obstante, haverá que prever a adopção de um conjunto de medidas que permitirão prevenir,
corrigir ou compensar alguns dos impactos negativos esperados. A adopção destas medidas, no
quadro de um adequado plano de gestão ambiental constituirá um aspecto muito importante para
assegurar a sustentabilidade pretendida para o Projecto. Em síntese, considera-se que o “Projecto de
Construção da Barragem Hidroeléctrica de Mavuzi é ambientalmente viável e, como tal, o respectivo
processo de AIA deverá ter continuidade com a elaboração do correspondente EIA, em conformidade
com os termos de referência que constam do Volume 2.
Contudo, de acordo com o Decreto n o 54/2015 de 31 de Dezembro (Regulamento sobre o Processo
de Avaliação do impacto Ambiental) no seu Anexo 5 não existem questões fatais pois a área do projecto
não é de protecção total ou de conservação total com as seguintes características: Ausência de
espécies criticamente em perigo de extensão; Ausência de uma gama de espécies endémicas;
Ausência de espécies migratórias; e, não ser um área crucial para provisão de serviços ecossistêmicos.
Bem como a existência de um projecto similar a montante (Central Hidroeléctrica de Mavuzi I).

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II irá, sem dúvidas, introduzir grandes benefícios em
termos de produção de energia eléctrica, assim como reforçar a capacidade da Central Hidroeléctrica
de Mavuzi I, para além de garantir o fornecimento e acesso a energia eléctrica de qualidade.

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 125


Março 2022
Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

A fase de Construção e operação da Central Hidroeléctrica irá gerar oportunidades de emprego para
as populações locais, que constituirá uma fonte adicional de renda para as famílias locais, traduzindo-
se no aumento do poder de compra, melhoria do bem-estar das famílias, e consequentemente redução
da pobreza bastante visível na região. Existirão ainda oportunidades de pequenos negócios para servir
os trabalhadores do projecto.

O facto de se tratar de um projecto que se realizará no meio hídrico prevê-se impactos significativos
mitigáveis. Alguns dos impactos que se destacam são, a emissão de ruídos devido perfuração de
rochas por meio de explosões e equipamento de perfuração, perturbação da fauna aquática e terrestre,
perda da flora na abertura de acessos, entre outros..

Este relatório do EPDA apresenta diversos potenciais impactos que poderão ocorrer com a
implementação do projecto. Esses impactos deverão ser confirmados ou identificar outros que não
foram aqui arrolados na fase do EIA e apresentadas as medidas de mitigação (para impactos
negativos) ou potenciação (para impactos positivos). Por seu turno os TdRs em anexo apresentam o
detalhe do que deverá ser estudado na fase do EIA, bem como as abordagens metodológicas.

O processo de participação pública será realizado com vista a garantir que as comunidades locais,
organizações governamentais e não governamentais e o público em geral possa ter acesso a
informação detalhada sobre o projecto, seus impactos e respectivas medidas de mitigação.

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page Vol-I 126


Março 2022
Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

9 BIBLIOGRAFIA

 Constituição da Republica de Moçambique;


 Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro (Regulamento Sobre o Processo de Avaliação do Impacto
Ambiental);
 Decreto n18/2004 de 2 de Junho (Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de
Emissão de Efluentes);
 Decreto nº 11/2006 de 15 de Julho (Regulamento Relativo às Inspecções Ambientais);
 Decreto nº 25/2011 de 15 de Junho (Regulamento do Processo de Auditoria Ambiental);
 Diploma Ministerial n.º 129/2006 de 19 de Julho (Directiva Geral para Estudos de Impacto
Ambiental);
 Diploma Ministerial n.º 130/2006 de 19 de Julho (Directiva Geral para o Processo de
Participação Pública);
 INE (2017). Censo Geral da População - 2017. Instituto Nacional de Estatística. Moçambique;
 Lei da Protecção e Conservação da Biodiversidade (Lei nº 16/2014 de 20 de Junho);
 Lei de Florestas e Fauna Bravia (Lei 10/99); 11. Lei de água (Lei nº 16/91, de 3 de Agosto);
 Lei de Ordenamento do Território (Lei n⁰ 19/2007 de 18 de Julho);
 Lei do Ambiente (Decreto-lei No 20/97, de 1 de Outubro);
 Lei do Trabalho (Lei nº 23/2007 de 1 de Agosto);
 Ministério da Administração Estatal, Perfil do Distrito de Sussundenga (2005).

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VOLUME II

TERMOS DE REFERÊNCIA (TdR’s) PARA O ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL


(EIA)

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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

Índice

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................................................I

2 METODOLOGIA DO EIA.......................................................................................................................II

3 IDENTIFICAÇÃO DAS COMPONENTES AMBIENTAIS SOBRE AS QUAIS INCORERÁ O


EIA ................................................................................................................................................................II

4 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS DO PROJECTO ............................. IX

5 PROCESSO DE CONSULTA PÚBLICA .......................................................................................... XI

6 RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL; ........................................................... XIII

7 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL............................................................................. XIV

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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

PROJECTO DA HIDRO-ELÉCTRICA DE MAVUZI II

TERMOS DE REFERÊNCIA (TdR’s) PARA O ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL


(EIA)

1 INTRODUÇÃO
Os presentes Termos de Referência (TdRs) são preparados no âmbito da execução da fase de Estudo de
Pré-viabilidade e Definição de Âmbito (EPDA) do Processo de Impacto Ambiental (AIA) do Projecto de
Construção da Barragem de Mavuzi.
O processo de AIA do Projecto teve início com a submissão da Instrução do Processo tendo sido após a
pré-avaliação classificado como sendo da categoria “A” pelo Serviço Provincial do Ambiente (SPA)
de Manica (através da Nota no 1027/SPAM/DA/200 datada de 30 de Dezembro de 2021. Sendo assim,
o Projecto está sujeito à realização de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
Na presente fase da AIA, os presentes TdRs, anexos ao EPDA do Projecto reflectem os contributos obtidos
na pesquisa de campo efectuada e são submetidos para aprovação pelo Ministério da Terra e Ambiente
(MTA).
Na etapa seguinte o EIA deverá ser executado com base nos TdRs aprovados, em conformidade com o
estipulado no artigo 11 do Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto
54/2015 de 31 de Dezembro).
Os TdRs constituem, assim, um instrumento de orientação da equipa técnica multidisciplinar de
consultores ambientais no desenvolvimento dos trabalhos inerentes à elaboração do EIA.
O EIA tem como objectivos, os seguintes:
 Identificar e avaliar os principais impactos ambientais potenciais (negativos e positivos) do
Projecto nas suas áreas de influência directa e indirecta, tendo em conta as actividades
previstas para as fases de construção, operação e desactivação;
 Identificar medidas de gestão ambiental que permitam minimizar os potenciais impactos
negativos do projecto, de modo a assegurar que este possa ser implementado de forma
ambientalmente adequada, ou seja, com o mínimo de interferência negativa sobre suas as
áreas de influência;
 Identificar medidas de gestão ambiental que possam conduzir à maximização dos potenciais
impactos positivos do projecto proposto, com o fim de incrementar os benefícios do
empreendimento;
 Definir um Plano de Gestão Ambiental (PGA) que sistematize as acções a serem levadas a
cabo durante a implementação do Projecto tendo em vista a sua sustentabilidade ambiental. O
PGA deverá, assim, identificar as responsabilidades, planificação e metodologias para a
concretização dessas acções.
 Envolver os principais actores no projecto (partes afectadas e interessadas).

O EIA será realizado em conformidade com a Lei – quadro do Ambiente (Lei 20/97, de 1 de Outubro) e
com o Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (referido Decreto nº 54/2015,
de 31 de Dezembro), orientando-se igualmente pela Directiva Geral para Elaboração de Estudos de
Impacto Ambiental (Diploma Ministerial nº 129/2006).

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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

2 METODOLOGIA DO EIA
O EIA será desenvolvido tendo em conta a Legislação de Moçambicana e as boas práticas e orientações
disponíveis internacionais e o seu conteúdo obedecerá ao disposto no Artigo 11 do Regulamento do
Processo de Avaliação de Impacto Ambiental, tendo igualmente em atenção o disposto na Directiva Geral
para a Elaboração de Estudos do Impacto Ambiental.

3 IDENTIFICAÇÃO DAS COMPONENTES AMBIENTAIS SOBRE AS QUAIS


INCORERÁ O EIA

O EIA será um documento de natureza técnico-administrativa que tem como finalidade identificar e avaliar
os impactos ambientais associados ao projecto durante as diferentes fases de sua implantação
(construção, operação e desactivação) e propor as medidas de mitigação e programas ambientais
relacionados aos impactos identificados.
A partir do levantamento do meio biofísico e socioeconómico da área de influência do empreendimento,
consubstanciado no Diagnóstico Ambiental, serão qualificados e, quando possível, quantificados todos os
impactos nos meios supracitados, positivos e negativos, decorrentes do projecto em todas as fases de sua
execução do projecto (construção/implantação, operação até a desactivação).
O estudo deverá apontar as acções de monitoria e gestão dos impactos negativos, assim como medidas
de mitigação dos impactos negativos, indicando ainda as alternativas para potenciar os impactos positivos
do projecto. O Estudo Ambiental deverá ser desenvolvido considerando-se as seguintes componentes:

3.1 Aspectos Gerais


Deverão ser apresentados os procedimentos metodológicos utilizados para a execução dos estudos de
especialidade, considerando os aspectos a seguir seleccionados:
 Descrição do projecto, nas diferentes etapas de execução e das componentes afins;
 Definição da área afectada pelos impactos, denominada área de influência do projecto;
 O diagnóstico ambiental da área de inserção do projecto deverá contemplar a descrição dos
recursos ambientais e suas interacções. O diagnóstico do meio biofísico e socio-económico
deverão ser apresentados a partir de levantamentos básicos primários e secundários e de
forma multo interdisciplinar.
 Deverão ser apresentadas descrições e análises dos factos ambientais e das suas interacções,
caracterizando a situação ambiental da área de influência antes da implantação do projecto,
englobando as variáveis susceptíveis de sofrer directa ou indirectamente os efeitos das acções
referentes às diferentes fases do projecto, bem informações cartográficas, com a área de
estudo e de influência devidamente caracterizada, em escalas compatíveis com o nível de
detalhes dos factores ambientais estudados.
 Para cada factor ambiental deverá ser considerada uma área de abrangência específica,
definida e caracterizada conforme a natureza de cada factor ambiental, tendo em consideração,
também a abrangência temporal do projecto.
 A abordagem metodológica do meio socioeconómico deverá considerar o histórico das relações
entre o homem e a natureza na área de influência, analisando, de forma dinâmica, as
interacções entre os diversos grupos socioculturais ao longo do tempo de forma a possibilitar
o estabelecimento de tendências e cenários.
 Quanto à apresentação dos mapas, estes devem ser representados em escala adequada ao
fim determinado.
 O prognóstico ambiental deverá ser elaborado a partir do diagnóstico ambiental considerando
as alternativas do projecto. O prognóstico ambiental deverá considerar também a inserção
regional do projecto, com a participação efectiva das comunidades afectadas e dos parceiros
institucionais, considerando a proposição ou a existência de outros projectos na região.

Tarefa 6 Ambiental e Triagem Social Page II


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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

 Os programas ambientais propostos devem ser capazes de minimizar as consequências


negativas do projecto e flexibilizar os reflexos positivos da actividade.
 Os planos de monitoria e gestão de risco deverão receber enfoque especial.
 Os programas ambientais contidos no estudo deverão no mínimo conter: objectivo, meta,
indicadores ambientais, recursos humanos e materiais, instituições envolvidas.
 O estudo deverá ser apresentado devidamente assinado e identificados os respectivos
profissionais da equipa multidisciplinar responsável pela elaboração do estudo.

3.1 Critérios de Avaliação dos Impactos


A previsão dos impactos ambientais do Projecto foi baseada nos pressupostos da situação do ambiente
actual de referência socio-ambiental que será susceptível de sofrer alterações significativas como
resultado da implementação do projecto nas suas diferentes fases de execução. O nível de confiança das
previsões dos impactos foi determinado à partir de actividades similares ao projecto em várias partes do
mundo, no geral, e em Moçambique em particular, assim como da experiência do consultor do estudo em
matérias de avaliação de impacto ambiental de projectos similares no País.

A análise dos impactos ambientais propostos baseia-se nos parâmetros de classificação de impactos
estabelecidos pela Directiva Geral para EIA no País (Diploma Ministerial no. 129/2006, de 19 de Julho),
recorrendo a Metodologia de Listagem de Impactos (Check-List), considerando (i) alternativa “sem
projecto” e (ii) a alternativa com projecto. O método de Check-List é um instrumento prático, fácil de usar
e útil em estudos para identificação de impactos relevantes (Sánchez, 2008; Tomasi, 1993), sendo assim
um dos métodos mais utilizados em AIA em fase inicial (Costa et. al. (2005).

Analisando as duas alternativas constata-se que a alternativa “sem o projecto” implicaria manter o estado
actual das condições ambientais em detrimento dos benefícios esperados do Projecto.

O critério de avaliação do impacto consiste na identificação e enumeração dos impactos, a partir de


diagnósticos realizados do meio biofísico, assim como socioeconómico, e permite relacionar os impactos
decorrentes das fases do projecto, classificados em positivos ou negativos, conforme o tipo da modificação
que esteja sendo introduzida no sistema sócio-ambiental analisado. O Método de Listagem de Impactos
tem a vantagem comparativa de reunir os mais prováveis impactos de um determinado projecto susceptível
de causar interferências no sistema sócio-ambiental. A Tabela que se segue apresenta os critérios e
parâmetros de avaliação dos impactos do projecto.

Tabela 9: Critérios e Parâmetros de Avaliação dos Impactos do Projecto

Critérios Escala Descrição


Positivo Alteração ambiental Benéfica
Estatuto
Negativo Alteração ambiental Adversa
Improvável Possibilidade de ocorrência Baixa
Probabilidade
Provável Existe possibilidade de ocorrência

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Altamente Provável
Quando a sua ocorrência é quase certa
Regional O impacto ocorre ao nível da região ou província
Na área envolvente O impacto ocorre nos arredores da área do projecto
Extensão
O impacto ocorre em locais de intervenção do
Local
projecto
Impacto verifica-se em um período inferior a 6 (seis)
Curto prazo*
meses
Impacto verifica-se em um período máximo de 10
Médio prazo*
Duração anos
Impacto que se verifica em um período superior a
Longo prazo**
10 anos
Permanente** Impacto que se verifica mesmo após a vida útil
Ocorrem alterações severas no meio ambiente e
Alta
social
Ocorrem alterações relevantes ao meio ambiente e
Média
Intensidade social
Ocorrem alterações menores ao meio ambiente e
Baixa
social
Nula Não ocorrem alterações no meio ambiente e social

A avaliação da significância do impacto é efectuada através de combinação dos diversos critérios acima
anunciados. A escala de significância foi determinada por seis pontos definidos na Tabela abaixo.

Tabela 10: Determinação da Escala de Significância

Escala de Significância Descrição


Magnitude elevada e geralmente ocorre alteração permanente do
Muito Alta (impacto muito ambiente natural e / ou social, e resulta em efeitos graves ou muito
significativo) graves, ou efeitos benéficos ou muito benéficos. De escala
temporal de longo prazo.
Estes impactos normalmente irão resultar em efeitos a longo prazo
Alta (impacto muito sobre o ambiente social e / ou natural. São geralmente de escala
significativo) regional e duração de médio prazo ou de escala local e duração
de longo prazo.
Esses impactos normalmente resultam em impactos de médio à
Moderada (impacto
longo prazo sobre o ambiente social e / ou natural, geralmente são
significativo)
de médio prazo.
Baixa (impacto pouco Esses impactos normalmente serão de médio a curto prazo sobre

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Escala de Significância Descrição


significativo) o ambiente social e / ou natural. Esses impactos não são
substanciais e são susceptíveis de ter pouco efeito real.
Muito Baixa (impacto Estes impactos têm magnitude reduzida mas limitado ao local de
residual) implantação directa do projecto e à fase de construção.
Estes impactos têm magnitude nula com qualquer combinação de
Nula (impacto nulo)
âmbito espacial e sua duração.

Em seguida foi efectuado o cruzamento da avaliação da probabilidade de ocorrência e a intensidade do


impacto que possibilitou classificar os riscos sob ponto de vista da sua significância, como apresentado na
Tabela a seguir.

Tabela 11: Classificação dos Riscos

Probabilidade de Improvável Provável Altamente provável


ocorrência
Nula Nula Muito Baixa Baixa
Intensidade

Baixa Muito Baixa Baixa Moderada


Media Baixa Moderada Alta
Alta Moderada Alta Muito Alta

Para a predição das medidas de mitigação e/ou de potenciação dos impactos foi necessário analisar o
grau de alcance e dificuldade através da sua eficácia, praticabilidade e custo associado. O grau de
dificuldade de mitigar os impactos varia de muito difícil à facilmente alcançável. As quatro categorias
utilizadas são apresentadas na tabela a seguir.

A viabilidade financeira prática e a potencial eficácia das medidas de mitigação foram levadas em
consideração na decisão sobre o grau adequado de dificuldade de mitigação do impacto.

Grau de Dificuldade Descrição


O impacto pode ser mitigado, mas seria muito difícil garantir a eficácia e /
Muito Difícil
ou viabilidade técnica ou financeira.
O impacto pode ser atenuado mas haveria alguma dificuldade em
Difícil
assegurar a eficácia e / ou implementação.
O impacto pode ser efectivamente atenuado sem muita dificuldade ou
Alcançável
custo elevado.
Facilmente Alcançável O impacto pode ser facilmente mitigado de uma forma simples.

Para determinar o risco associado a cada impacto foi comparada a significância do impacto com a

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dificuldade de sua mitigação, a tabela abaixo apresenta a matriz de riscos associados a cada impacto:

Significância do Impacto
Potencial de Mitigação
Baixa Moderada Alta Muito Alta
Muito difícil Médio risco Maior risco Risco extremo Risco extremo
Difícil Menor risco Médio risco Maior risco Risco extremo
Alcançável Menor risco Menor risco Médio risco Maior risco
Facilmente Alcançável Menor risco Menor risco Menor risco Risco médio

Os impactos que vão de ‘’alta’’ à ‘’muito alta’’ significância e de ‘’difícil’’ a ‘’muito difícil’’ de mitigar são
considerados riscos ambientais ou sociais "extremos" para o projecto. Aqueles impactos que são de menor
significância e mais fáceis de mitigar são classificados como risco ‘’médio’’ ou ‘’menor’’ ou seja, todos
impactos de baixa significância para os quais a mitigação é alcançável à facilmente alcançável. Os
impactos podem ser potencialmente de elevada importância, mas se a mitigação é facilmente alcançável,
são classificados como sendo de risco "médio", conforme descrito abaixo:

 Risco Extremo: as medidas de mitigação significativas seriam necessárias para reduzir esses
riscos. Em alguns casos, pode não ser possível reduzir significando que poderiam ser
considerados como sendo fatais;

 Risco Maior: estes riscos são de natureza grave, e sem medidas efectivas de mitigação e
seriam principais obstáculos ao projecto. Estes teriam de ser monitorados e geridos, e podem
exigir a utilização de uma opção diferente para alcançar os objectivos do projecto;

 Risco Médio: riscos de natureza menos grave, mas ainda importantes, e devem ser reduzidos
para tão baixo quanto possível, em benefício do meio ambiente ou rede social afectado.
Isoladamente esses riscos são geralmente insuficientes para impedir o projecto de prosseguir;

 Risco Menor: estes riscos são geralmente aceitáveis para o projecto e o ambiente e a medida
de mitigação é desejável, mas não essencial. As melhores práticas de gestão ambiental
devem ser implementadas para prevenir efeitos cumulativos dos tais impactos.

De acordo com o Artigo 11 do Regulamento do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental refere, a


propósito do conteúdo mínimo do EIA, o seguinte:
a) O resumo não técnico com as principais questões abordadas, conclusões e propostas;
b) Identificação e endereço do proponente;
c) A identificação da equipa interdisciplinar que elaborou o EIA;
d) O enquadramento legal da actividade, incluindo reassentamento e/ou o contrabalanço, se
forem necessários e as suas inserções nos Planos de Ordenamento Territorial existentes para
a área de influência directa e indirecta da actividade;
e) A descrição da actividade e das diferentes acções nela prevista nas etapas de planificação,
construção, exploração e desactivação;
f) A descrição e comparação detalhadas das diferentes alternativas;
g) A delimitação e representação geográfica da área de influência da actividade;

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h) A caracterização da situação ambiental e social de referência, incluindo a avaliação qualitativa


dos serviços de ecossistema actualmente providenciados e a identificação da vulnerabilidade
aos efeitos das mudanças climáticas;
i) A previsão da situação ambiental futura com ou sem medidas de mitigação;
j) Resumo dos impactos e viabilidade ambiental, e socioeconómica das alternativas propostas;
k) Identificação e análise dos impactos do projecto sobre a saúde e género das comunidades
afectadas e as medidas de mitigação propostas;
l) Identificação e avaliação dos impactos directos, indirectos, residuais e cumulativos, e das
respectivas medidas de mitigação, potenciação e/ou compensação;
m) Apresentação do DUAT provisório ou definitivo da área disponível para o desenvolvimento do
projecto;
n) O Plano de Gestão Ambiental (PGA) da actividade, que inclui a monitorização dos impactos,
programas de educação ambiental, de comunicação, de emergência e contingência de
acidentes;
o) Plano de Gestão de Contrabalanços da Biodiversidade como anexa; quando for necessário;
p) Relatório do Levantamento Físico e Socioeconómico (RLFSE), como anexo separado, quando
for necessário e a ser submetido à unidade orgânica que superintende o reassentamento,
devendo o mesmo incluir o relatório de participação pública contendo no mínimo duas consultas
públicas a saber: (i) Uma, para informar os interessados sobre os objectivos, pertinência e
impactos do processo de reassentamento; e (ii) Outra, para apresentação e discussão das
alternativas de áreas para o reassentamento;
q) O relatório de participação pública de acordo com o estipulado no número 9 do artigo 15;
r) Apresentação de comprovativo de pagamento do Imposto sobre o Rendimento dos consultores
não domiciliados em Moçambique, registados em regime de subcontratação.

3.2 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL E SOCIAL


Nesta fase, deverá ser: (i) elaborado o diagnóstico ambiental do meio físico, biótico e socioeconómico e
cultural da área do projecto, contemplando suas inter-relações. O diagnóstico ambiental deverá seguir uma
metodologia compatível e consagrada cientificamente, a partir do levantamento, organização,
consolidação e análise dos dados, bem como através de procedimentos que propiciem o levantamento,
consolidação e análise de dados primários; (ii) descrição da metodologia de recolha, preservação e análise
dos dados primários colectados. Os dados geográficos deverão ser apresentados em mapas e cartas em
escala adequada à finalidade específica pretendida; (iii) diagnóstico ambiental deve caracterizar a situação
ambiental actual da área de influência do projecto sob aspectos físico, biótico, socioeconómico e cultural,
de forma a permitir o entendimento da dinâmica e das interacções existentes na área antes de implantação
do projecto. O diagnóstico ambiental servirá como referência para a avaliação dos impactos advindos das
fases de construção, operação e desactivação do projecto; (iv) os resultados dos levantamentos, assim
como dos estudos deverão ser apresentados com auxílio e apoio de mapas, gráficos, tabelas, fotografias
e demais recursos necessários que auxiliem o entendimento das informações.

Meio físico
A caracterização do meio físico será feita com base em dados secundários, complementados com os
levantamentos específicos realizados no campo tendo em conta os seguintes elementos:

Clima e Meteorologia
Descrição do padrão climático local e regional com classificação climática da região, observados os
parâmetros meteorológicos, tais como temperatura, evaporação, insolação, direcção predominante e
velocidade média dos ventos, regime de chuvas, levando-se em consideração a sua sazonalidade.

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O estudo deve ser baseado em séries históricas obtidas em estações climatológicas existentes na área de
influência do projecto e em bibliografia especializada.

Qualidade do ar
Para além de se proceder a uma descrição adequada do clima e da qualidade do ar na área de influência
do Projecto, este estudo especializado abordará de forma diferenciada a análise dos impactos expectáveis
nas fases de construção e de exploração, tal como descrito no ponto seguinte.
 Caracterização das emissões de poluentes atmosféricos e das fontes de emissão associados
ao funcionamento da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II.

Geologia e Geomorfologia
Descrição da geologia e geomorfologia da área de influência do projecto, abordando a fisiografia e
morfologia do terreno, incluindo aspectos de declividade e forma do relevo.
Elaboração de perfis geológicos da área de influência directa do projecto, tendo por base a interpretação
de imagens de satélite, fotografias aéreas e observações de campo.
Elaboração de mapas geomorfológicos da área de influência do empreendimento, com base em mapas
existentes, na interpretação de imagens de satélite, fotografias aéreas e observações de campo, levando
em conta formas de relevo dominantes, a caracterização e classificação das formas de relevo quanto a
sua génese, características dinâmicas do assoreamento e inundações, instabilidade, etc.), caracterização
de declividade.
Análise lito-estrutural, com escala compatível, enfatizando as zonas de falhas, fracturas e atitudes dos
demais elementos estruturais.
Delimitação das formas superficiais, incluindo estimativas de espessura e caracterização macroscópica.

Pedologia
Descrição da pedologia local (formação e tipos de solo) com apresentação de mapa de classificação dos
solos, com escala adequada, com escala baseada nas observações de campo e comparada com as cartas
existentes e com ajuda das interpretações de imagens de satélite e fotografias aéreas.

Recursos hídricos
Para que sejam salvaguardadas as características dos recursos existentes, a necessidade de (i) descrever
a fisionomia local; (ii) caracterizar o sistema hidrográfico e regime hidrológico da área de influência através
de séries históricas de dados, incluindo a localização de postos pluviométricos e fluviométricos; (iii)
caracterizar a pluviosidade e a evapotranspiração, bem como parâmetros hidrológicos da área de
influência; (iv) identificação e mapeamento dos corpos de água presentes na área de influência do projecto,
classificando-os segundo os parâmetros físicos, químicos e biológicos; (v) situação da área directamente
afectada pelo empreendimento em relação aos corpos receptores, com a identificação de eventuais pontos
de lançamento de efluentes industriais e domésticos e águas residuais que deverão merecer algum
tratamento; (vi) caracterizar os principais usos das águas superficiais e subterrâneas, suas demandas
actuais e futuras em termos quantitativos e qualitativos, bem como a análise das disponibilidades frente
as utilizações actuais e projectadas.

Hidrogeologia
Nesta etapa é necessário considerar a (i) área de ocorrência, tipo, geometria, litologia, estruturas
geológicas, propriedades físicas e hidrodinâmicas e outros aspectos do aquífero presente, estabelecendo
a relação das águas subterrâneas com superficiais; (ii) permeabilidade média das camadas saturadas; (iii)
determinação, em cartas hidrogeológicas, das áreas de recarga, circulação e descarga dos aquíferos
existentes.

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Meio biótico
O diagnóstico do meio biótico será elaborado com base em estudos existentes, complementados por
levantamentos de campo para identificação das espécies presentes na AID. Será importante avaliar a
vulnerabilidade do meio biótico em relação às actividades propostas e propor formas de preservação.
Caracterização da flora, da fauna e uso da terra da área de influência do projecto, com a descrição dos
tipos de habitats encontrados, sem descurar o estudo do fenómeno de migração de peixes e outras
espécies faunisticas, (i) os tipos de habitats deverão ser mapeados; (ii) devem ser descritos os
procedimentos metodológicos utilizados, caracterizando e localizando em mapas todas as fontes de
informação utilizadas no trabalho; (iii) selecção dos parâmetros bioindicadores da qualidade ambiental
para serem acompanhados pelo Programa de Monitoria Ambiental incluído no PGA.

Meio socioeconómico
A caracterização do meio socioeconómico da área de influência do projecto será feita a partir de dados
secundários levantados em fontes de referência e reconhecidas oficialmente e de recolha de dados
primários, obtidos por meio de inquéritos, contactos com técnicos da administração pública, lideranças
(formais e informais) e secretário do Bairro.
Deverá ser apresentada a caracterização do meio socioeconómico e cultural da área de influência do
projecto, através das informações a seguir apresentadas.
 História e dinâmica da ocupação do território e principais processos de transformação;
 Dinâmica e distribuição espacial da população, incluindo análise de densidade, evolução e
composição de população, movimentos migratórios e comunidades indígenas e tradicionais
próximas;
 Diagnosticar e descrever os usos e culturas das comunidades indígenas identificadas na área
de influência do meio socioeconómico e cultural do projecto com destaque a locais de caça,
pesca, colecta de recursos naturais e de usos ritualísticos;
 Apresentação do quadro referencial do nível de vida da população local, considerando
qualidade dos assentamentos humanos, índices de educação, saúde e segurança pública,
características culturais e de lazer significativas, levando em conta programas e projectos
governamentais e privados;
 Caracterizar o uso e ocupação do solo na área de influência do projecto, através de
mapeamento e análise, incluindo zoneamento e outros instrumentos normativos, usos urbanos,
principais usos rurais, áreas de valor histórico ou científica, áreas ambientalmente protegidas,
regime de propriedade e padrões estruturais de ocupação e aproveitamento da terra para
diferentes fins;
 Caracterização dos principais usos dos recursos hídricos na área do projecto, apresentando a
listagem das utilizações levantadas, suas demandas actuais e futuras;
 Caracterização e mapeamento da infra-estrutura regional (sistema rodoviário, energia, redes
de comunicação, água e saneamento), bem como compatibilidade da infra-estrutura existente
face a demanda actual e prevista do projecto;
 Caracterização da organização social, cultural e político-institucional (conselhos comunitários,
voluntariado, ONGs que actuam na área, entidades comunitárias, patronais, de trabalhadores
e partidos políticos actuantes, lideranças formais e informais, situações de conflitos,
expectativas, etc;
 Caracterização da estrutura produtiva e de serviços, incluindo economia regional e suas
tendências, caracterização da actividade económica, empreendedorismo local, trabalho
informal, índices de desemprego, trabalho infantil, etc.

4 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS DO PROJECTO

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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

O prognóstico ambiental constitui-se numa etapa onde, a partir do diagnóstico e dos elementos
constituintes do projecto, se esboçam perspectivas de uma qualidade ambiental futura e se estabelecem
os impactos ambientais.
O juízo ambiental deverá considerar o quadro prospectivo com e sem o projecto, e deverá ser constituído
por um conjunto de cenários futuros, contendo características das fases de planeamento, construção,
operação e encerramento do projecto. O prognóstico deverá contemplar a inserção regional do projecto
considerando, sempre que possível, a proposta ou existência de outros empreendimentos, planos e
programas na sua área de influência.
Com base nas interferências previstas do projecto sobre o meio físico, biótico e socio-económico deverão
ser identificados e avaliados os impactos ambientais positivos e adversos associados, caracterizando-se
os mesmos. Para a realização da avaliação dos impactos ambientais do projecto deverá ser utilizada a
metodologia estabelecida pela directiva sobre EIA no país. Uma vez identificados os impactos ambientais
deverão se proceder a análise e avaliação desses impactos considerando suas sinergias, de forma a
subsidiar as acções de controlo, mitigação e compensação adequadas.

A avaliação deverá propiciar as propostas de medidas destinadas a melhorias no controlo ambiental do


projecto, a mitigação dos impactos ambientais adversos, a compensação dos impactos não mitigáveis e a
maximização dos impactos positivos. Na análise dos impactos identificados, deverão constar:
 Metodologia de identificação dos impactos ambientais, bem como os critérios adoptados para
interpretação e análise de suas interacções possíveis;
 Descrição detalhada dos impactos sobre o factor cada ambiental considerando os efeitos das
actividades do projecto geradoras de impacto;
 Síntese conclusiva dos impactos relevantes a serem originados nas fases de construção e
operação, acompanhada de suas interacções ambientais;
 Valorização, magnitude e importância dos impactos;
 Análise e avaliação dos impactos ambientais, considerando os efeitos positivos e negativos,
sobre os meios físicos, bióticos e socio-económicos, destacando a flora, a fauna, solos,
recursos hídricos, saúde e segurança ocupacional, etc.

Metodologia de Classificação dos Impactos


Nas linhas que seguem são descritos os parâmetros de valorização e/ou classificação de impactos, que
serão igualmente usados para a qualificação e quantificação dos impactos.
Probabilidade: refere-se ao grau de possibilidade de ocorrência do impacte e será classificada em:
 Improvável: o risco do impacto ocorrer é reduzido dada a sua natureza de ocorrência;
 Provável: o risco do impacto ocorrer é evidente, muito embora não seja definitivo como a
geração do ruído durante o processo de operação do projecto;
 Definitiva: quando há certeza de ocorrência do impacto, ou seja, não existe qualquer
possibilidade deste impacto não ocorrer por mais que sejam aplicadas as medidas de mitigação
e/ou de prevenção como, por exemplo, a remoção da vegetação nos limites ocupados pelas
infra-estruturas do projecto.
 Extensão: refere-se ao comportamento no perímetro da actividade sobre os seus impactos nos
limites locais, regionais ou nacional.
 Duração: refere-se ao tempo de vida do impacto que poderá ser classificada em:
a) De Curto prazo: (0 a 1 anos) muitos dos impactos têm efeitos de curta duração;

b) De Médio prazo: (1 a 5 anos) refere-se aos impactos que se manifestam durante este
período de tempo.

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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

c) De Longo prazo: os impactos ambientais e sociais têm efeitos durante este período de
tempo, podendo ou não terminar mesmo quando cessar a actividade;
d) Permanente: o impacto da actividade prolonga-se mesmo depois de terminar a
actividade.
 Intensidade: este parâmetro avalia geralmente a magnitude com que os impactos infligem as
normas e regulamentos, atingem populações e processos sociais e afectam a acção dos
processos ambientais. Neste âmbito, a intensidade será classificada em:
a) Baixa: o impacto ocorre sem afectar o funcionamento dos processos naturais e
socioculturais;
b) Média: o impacte altera o funcionamento dos processos naturais, sociais ou culturais
de forma temporária; e
c) Alta: o impacto altera o funcionamento dos processos naturais, culturais ou sociais de
forma duradoura ou definitiva.
 Significância: refere-se a importância natural ou social sobre o meio ambiente afectado
através de adopção de critérios tecnicamente fundamentados, objectivos e determináveis
através da síntese dos parâmetros, assim como aspectos anteriores (extensão, duração,
intensidade e probabilidade) e será classificada como:
a) Baixa: os impactos produzem efeitos não substanciais e provavelmente com
mudanças reais muito reduzidas e/ou não muito importantes. Os impactos ambientais
são geralmente de curto prazo sobre o ambiente social e/ou natural;
b) Média: são impactos que resultam em mudanças geralmente importantes e reais mas
não substanciais, cujos efeitos são facilmente mitigáveis ou potenciáveis. Os efeitos
são geralmente de médio prazo sobre o ambiente receptor;
c) Alta: são impactes ambientais cujos efeitos são de difícil contenção, qualquer que
seja o grau de mitigação. Esses impactos resultarão em efeitos de longo prazo,
produzindo mudanças importantes sobre o ambiente social e/ou natural. São
impactos bastante sérios sob ponto de vista da sociedade humana.
O carácter dos impactos ambientais do projecto será ainda classificado em positivo ou negativo.
 Impacto positivo: melhoria da situação existente em relação ao estado de um determinado
recurso ou população e a sua satisfação sentida/previsíveis derivados do projecto em apreço;
e
 Impacto negativo: quando a afectação de recursos de importância ou grau considerável decorre
de forma irreversível. Outrossim, significa violação sistemática de uma norma imperativa como,
por exemplo, perda de uso de recursos naturais pelos locais em consequência da concretização
de um projecto determinado.

5 PROCESSO DE CONSULTA PÚBLICA


O processo de participação pública para as actividades de ‘’Categoria A’’ é obrigatório, e tem como
principal objectivo aproximar os diferentes interesses, criando um ambiente de negociação entre as partes
envolvidas e possibilitando a discussão e a análise imparcial dos impactos que uma actividade proposta
possa vir a causar, contribuindo para evitar e corrigir danos e para optimizar os benefícios esperados.
O processo de consulta pública é exigido pelo Regulamento sobre o Processo de AIA (Decreto nº. 54/2015,
de 31 Dezembro). O processo serve para a auscultação de sensibilidade dos interessados e afectados
sobre os assuntos chave relacionados com as actividades a serem implementadas por um determinado
empreendimento. De igual modo, o processo de consulta pública serve para fornecer esclarecimentos
sobre assuntos ligados ao projecto.
Assim sendo, no decurso do estudo ambiental serão realizadas as reuniões de Consulta Pública
observando todos os procedimentos legais estipulados pelo Diploma Ministerial nº. 130/2006, de 9 de
Julho. As reuniões de audiência pública serão realizadas na área de inserção do projecto, e todas as

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PI&AS serão previamente comunicadas, nomeadamente as comunidades locais e as suas lideranças,


assim como as autoridades do governo e o público em geral.
São objectivos específicos do Processo de participação Pública, os seguintes:
 Informar ao Público sobre o Projecto;
 Promover discussão sobre os potenciais impactos ambientais e sociais associados a implementação
do Projecto proposto;
 Auscultar e registar contribuições dos participantes no que concerne a outros impactos ambientais e
sociais associados às actividades propostas com vista a melhorar os instrumentos de mitigação dos
impactos negativos durante a fase de construção e operação.

Reuniões de Consulta Pública

As Consultas Públicas não devem ser consideradas como uma acção isolada, mas como parte integrante
da avaliação de impacto ambiental, devendo contribuir para subsidiar o exercício da identificação e
discussão das consequências da actividade proposta sobre o ambiente natural e socioeconómico da sua
área de influência. As Consultas Públicas deverão ser planificadas com antecedência, assegurando que
sejam identificadas todas as PI&As e que a informação prévia seja disseminada a tempo.

As reuniões de consulta Pública para apresentação e discussão da versão preliminar do EPDA serão
realizadas nos locais propostos na tabela abaixo em datas ainda por anunciar, a partir das 10 horas.
Cronograma das reuniões de consulta pública

Distrito/Localidade Proposta do Local Data Hora


Cidade de Chimoio Hotel Inter-Chimoio 10.05.2022 10:00
Sede do Distrito de Sala de Sessões 11.05.2022 10:00
Sussundenga
Distrito de Sussundenga Central Hidro-eléctrica de Mavuzi I 12.05.2022 10:00

Com vista a garantir o cumprimento das medidas de prevenção da Covid-19 o consultor garantirá o
cumprimento das medidas de controlo sanitário, respeitando o distanciamento social de pelo menos 1,5
m. Garantindo também que os participantes entrem no local usando máscaras e providenciando álcool-gel
e/ou sistema de balde com torneira para desinfecção e/ou lavagem das mãos com água e sabão. Podendo
igualmente, na medida do Possível, a medição de temperatura.

Identificação das Partes Interessadas e Afectadas (PI&As) pelo projecto


Para identificação das PI&As, foram considerados os seguintes grupos de interesse, entre outros:
 O Proponente do Projecto ao EDM Sede, EDM- Provincia de Manica, EDM-Distrito de Sussundenga e
Direcção da Central Hidro-electrica de Mavuzi I).
 Associações ou Grupos de Mulheres;
 Entidades do Estado e do poder local, com actuação na área de influência do projecto;
 Entidades ambientais;
 Entidades governamentais e não-governamentais;
 Associações, entidades e organizações da sociedade civil;
 Comunidades da área de influência do projecto;
 Agentes económicos;
 Empreiteiros e fiscais da obra
 Pessoas Afectadas pelo Projecto (PAPs).

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Elaboração do Documento de discussão e de Divulgação da Actividade

Para efeitos da realização da 1a Reunião de Consulta Pública será elaborado um documento para
discussão, redigido de forma simples, clara e acessível, apresentando as principais características do
projecto e uma síntese dos estudos que serão realizados, de modo a informar as PI&As e possibilitar o
seu efectivo envolvimento durante o processo. O mesmo será feito na 2 a Reunião de Consulta Pública
para apresentação da Versão preliminar do REIA.

Divulgação das Consultas Públicas

A realização das reuniões será divulgada através de cartas formais dirigidas as PI&As e anúncios
publicados no Jornal Notícias e rádios comunitárias, com quinze (15) dias de antecedência, constando na
convocação, informações sobre contactos e sobre a disponibilização do documento de informação do
projecto. Na fase do EIA a divulgação da 2a Reunião de Consulta Pública obedecerá os mesmos
procedimentos.

Relatório de Consulta Pública


Serão elaborados relatórios finais de todas as reuniões realizadas, com o seguinte conteúdo no:

 Introdução, apresentando a actividade e o Proponente, os objectivos, o local e a data da reunião;


 Métodos usados na identificação das PI&As;
 Registo fotográfico;
 Actas das reuniões, com foco na transcrição das perguntas formuladas pelo plenário e das respostas
fornecidas pelo Proponente/Consultor;
 Resoluções e/ou compromissos assumidos;
 Síntese e conclusões;
 Indicações de como as contribuições dos participantes foram tidas em consideração na planificação
das actividades do projecto.
Deverão constar como anexos do relatório:

 Lista de presenças;
 Apresentações utilizadas;
 Fichas de Avaliação preenchidas pelo plenário.

6 RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL;


As informações técnicas deverão ser expressas em linguagem acessível ao público em geral e ilustradas
por mapas, em escalas adequadas, quadros, gráficos, ou outras técnicas de comunicação visual, de modo
que se possam entender claramente as possíveis consequências ambientais do projecto e de suas
alternativas comparando as vantagens e desvantagens de cada delas.
Conforme estabelecido pela Directiva geral para EIAs, o REIAS final deverá conter a seguinte estrutura:
 Resumo Não-Técnico;
 Localização e descrição do projecto;
 Enquadramento legal da actividade;
 Descrição da situação de referência ambiental e social;
 Delimitação da área de influência da actividade;
 Identificação e avaliação de impactos ambientais e sociais;
 Proposta das medidas de mitigação e/ou de potenciação;
 Plano de Gestão Ambiental e Social;
 Relatório do Processo de Consulta Pública;

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Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II

 Conclusões e Recomendações;
 Anexos.

7 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL


O Plano de Gestão Ambiental (PGA) irá recomendar medidas adequadas sob ponto de vista de custo e
sustentabilidade para a prevenção ou redução de impactos negativos para níveis aceitáveis.
Compensações para impactos negativos cuja mitigação não é possível serão consideradas. Caso haja
necessidade, o consultor irá preparar um plano de gestão curto e conciso que inclua uma proposta de
actividades, estimativas de orçamento, cronogramas, exigências em termos de recursos humanos e
capacitação e outros serviços de suporte para a implementação de medidas de mitigação. O PGA irá
incorporar igualmente as principais recomendações do EIA e será desenvolvido pelo Proponente depois
de aprovado o estudo pelo MTA.

Acções de Controlo, Mitigação e Compensação (Programas Ambientais e Sociais)

Programas Ambientais
Deverão ser propostos programas integrados para a monitoria ambiental, a partir do Prognóstico
Ambiental, com o objectivo de acompanhar a evolução da qualidade ambiental e permitir a adopção de
medidas complementares de controlo.
Essas medidas devem contemplar eventuais melhorias nas acções de controlo do projecto, acções de
mitigação dos impactos adversos, acções de valorização dos impactos benéficos, e a compensação dos
impactos não mitigáveis. Tais acções incluem planos de monitoria que deverão ser expressas em nível
específico.
A apresentação dos Programas Ambientais deverá descrever a justificação, objectivo, metas, indicadores
ambientais, metodologia, actividades, instituições envolvidas e quando exigível, atendimento a requisitos
legais para sua efectiva implantação.
Para além das medidas de mitigação, o PGA incluirá ainda alguns programas de gestão ambiental para
facilitar a implementação das referidas medidas de mitigação, tais como:
 Programa de Gestão de Recursos Hídricos;
 Programa de Gestão da Qualidade do Ar;
 Programa de Gestão de Solos;
 Programa de Controlo de Ruído e Vibrações;
 Programa de gestão de Efluentes industriais;
 Programa de Gestão da Fauna e Flora;
 Programa de Gestão de Resíduos Sólidos;
 Programa de Educação Ambiental e Comunicação Social;
 Plano de Acção para Emergência.

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Projecto hidroeléctrica Mavuzi II
Avaliação do Impacto Ambiental e Social

ANEXO 1: CERTIFICADO DE CONSULTOR EIA

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Fevereiro 2022
Avaliação

Projecto hidroeléctrica Mavuzi II


Avaliação do Impacto Ambiental e Social
do Impacto Ambiental e Social

ANEXO 2: CATEGORIZAÇÃO DO PROJECTO


Avaliação

Projecto hidroeléctrica Mavuzi II


Avaliação do Impacto Ambiental e Social
do Impacto Ambiental e Social
Avaliação

Projecto hidroeléctrica Mavuzi II


Avaliação do Impacto Ambiental e Social
do Impacto Ambiental e Social
Avaliação

Projecto hidroeléctrica Mavuzi II


Avaliação do Impacto Ambiental e Social
do Impacto Ambiental e Social

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