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ELECTRICIDADE DE MOÇAMBIQUE
Moçambique
Março de 2022
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Tractebel Engineering GmbH
Dr. Ruediger Siebel
Friedberger Str. 173
61118 Bad Vilbel, Alemanha
ruediger.siebel@tractebel.engie.com
Telefone: +49 6101 55 1745 / Fax: +49 6101 55 1633
Subconsultor: Contacto:
Think Tank Consultants, SA
Av.: Francisco Orlando Mugumbwe, No. 250
Telefone: 21 494984
Cell: +258 84 427 2197/86 437 2195
Email: thinktank@thingtank.co.mz
Maputo - Moçambique
Objectivos do EPDA
Para viabilização do projecto, obedecendo o regulamento ambiental e conjugado com o da engenharia,
define-se o projecto de construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II como sendo a chave para
produzir electricidade para fins de comercialização. Aumentando a capacidade de produção de energia
eléctrica para abastecer Moçambique.
Para esta concretização, o projecto devera ser rígido pelas normas do EPDA:
Justificativa do Projecto
Estando em operação a barragem de Mavuzi I, foi detectada a necessidade de incremento da sua
capacidade instalada de modo a responder cabalmente a demanda presente e futura através da
construção da Mavuzi II que terá uma capacidade de 18 MW.
As condições topográficas do local, permitem a viabilidade do projecto, visto que quando o rio Revué
aproxima-se da barragem (Mavuzi I), a água represada e a velocidade das águas do rio diminuem tornando
o canal do rio mais largo e profundo.
Descrição do Projecto
O presente projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II com capacidade de 18MW, será
implantado no rio Revué, Distrito de Sussundenga, província de Manica. Tendo sido categorizado pelos
SPA de Manica em Dezembro de 2021, sendo que o projecto é da categoria A, está sujeito a elaboração
do Estudo de Impacto Ambiental e Social (EIAS)
As condições topográficas do local, permitem a viabilidade do projecto, visto que quando o rio Revué
aproxima-se da barragem (Mavuzi I), a velocidade das águas do rio diminuem tornando o canal do rio mais
largo e profundo.
A figura ilustrativa do local a ser desenvolvido o projecto central hidroeléctrica de Mavuzi II que se localiza
directamente a jusante de Mavuzi I, é apresentada abaixo.
Devendo se considerar que o projecto agrega cerca de três opções, dentre elas foi seleccionada a opção
1a pelas suas vantagens;
A Opção 1a o local de desvio localizado mais a montante, conectando-se directamente através de um túnel
recto com uma central na margem esquerda no local mais a jusante da área de concessão. A diferença
entre as Opções 1a e 1b é ter um local de barragem alternativo localizado cerca de 700 m a jusante em
relação à secção do açude da Opção 1a, proporcionando assim algum, bastante limitado, armazenamento
operacional para permitir algumas horas de operação de pico.
Outro local de barragem alternativo está localizado a mais 450 m a jusante do local 1b, no total cerca de
1,3 km a jusante da saída central hidroeléctrica de Mavuzi I. Para um FSL novo, a barragem terá mais de
40 m de altura. Este local de barragem faz parte da Opção 2, bem como da Opção 3.
Investimento total
O projecto espera investir 63M de USD (sessenta e três milhões de dólares norte-americanos). Para além
de recursos próprios da EDM existentes no local do projecto.
Localização do Projecto
O Mapa que se segue ilustra a Província de Manica, distrito de Sussundenga, local onde será implantado
o projecto de construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II.
O distrito de Sussundenga tem uma superfície total de 7.107 km 2 e de acordo com o Censo 2017 com uma
população de 148.277 habitantes, o distrito tem uma densidade populacional de 20,9 hab/km 2. A maioria
da população é jovem (44,8%, com menos de 15 anos).
Referencia Biofísica
Clima
O clima do distrito não foge ao padrão geral prevalecente no Centro de Moçambique, a temperatura
durante a maior parte do ano é elevada, especialmente durante a estação chuvosa, com uma média de
aproximadamente 30ºC, excepto nas terras altas mais frescas do interior do país.
O clima de Sussundenga é savânico e possui uma estação chuvosa e outra seca, com temperatura média
anual de 28ºC, a precipitação média é sempre superior a 378mm. Não chove 189 dias por ano, a umidade
média é de 71%.
No dia 28 de Dezembro de 2021, foi realizada uma visita de pré-avaliação ambiental do projecto e os
termómetros registavam uma temperatura máxima de 28 °C e mínima de 17 °C, com a sessação térmica
de 30 °C e com o céu limpo.
Hidrologia
A região de Sussundenga encontra-se na bacia Hidrográfica do rio Revue e seus afluentes. Por sua vez,
drena suas águas para o rio Buzi, que é a principal bacia hidrográfica da região.
O período de excesso de água ocorre no mês de Novembro a Março, em que a precipitação é maior em
relação à evapotranspiração.
A região apresenta apenas um período de crescimento do tipo normal com um período de seca que ocorre
de Maio a Outubro.
Contudo, o recurso hídrico que ocorre na área do projecto é o rio Revué. Havendo a necessidade de
aprofundar o estudo hidrológico na fase do EIA.
Relevo e solos
A oeste do distrito, existe uma área montanhosa (Maciço de Chimanimani) e uma superfície de cerca de
1.050 km2, onde se situa o ponto mais alto de Moçambique, o Monte Binga com 2.436 m de altitude.
Os solos predominantes são Leptosols, ocorrendo principalmente em áreas montanhosas. Os Arenossolos
também ocupam grandes áreas nos pontos administrativos de Dombe, Rotunda e Muhoa. Existindo outros
materiais que ocupam pequenas áreas da zona central do distrito.
A área do projecto é caracterizada por solos argilosos de cor acastanhada e com forte presença de rochas.
Esta informação deverá ser aprofundada na fase do EIA.
Vegetação e Fauna
O distrito de Sussundenga é caracterizado por uma variedade de espécies que compõem a sua vegetação,
dentre eles, o miombo ocupando cerca de 90% da região, também se destacam espécies como a Panga-
Panga, Umbila, Mapepe, Mussussa e Muocha.
Na área de implantação do projecto foi possível visualizar a existência de uma floresta ribeirinha composta
por diversas espécies arbóreas, arbustivas e gramíneas.
Das variedades dos recursos faunísticos do distrito de Sussundenga, pode-se destacar a predominância
de gazela, cabrito de mato, galinhas do mato e ratos. A pesca que constitui o peixe do rio e das lagoas
artificiais de irrigação, como fonte de alimentação das famílias.
Na área do projecto foi possível verificar a existência de macacos. Tendo sido relatada a existência de
variados tipos de peixes, que poderão migrar durante a fase de construção. Por estão razão que na fase
do EIA deverá se estudar ao fundo a questão da migração dos peixes e outras espécies faunísticas e
propostas medidas para garantir a conservação da biodiversidade.
Os recursos florestais podem ser da espécies para madeira, construção, lenha, carvão, como também em
plantas medicinais. O desflorestamento e a erosão são problemas que afectam o distrito de Sussundenga,
a falta de suporte financeiro para os programas de reflorestamento nas áreas exploradas e outros meios
de conservação dos recursos florestais existentes são questões que impedem um maior aproveitamento
desta potencialidade.
Referencia Socio-economica
Vias de Acesso
O Distrito tem ligação rodoviária com os principais pontos do Sul, Centro e Norte do país através da ligação
à Estrada Nacional Chimoio-Beira, por via da EN216 Chimoio-Sussundenga-Mossurize e pela Estrada
Nacional nº 1.
A via que dá acesso rápido ao local de implantação do projecto é a que parte de Chimoio e passa pelo
distrito de Macati, numa extensão total de aproximadamente 50 km de estrada de terra batida.
Energia e Água
O distrito de Sussundenga, tem uma percentagem baixa da população com acesso a energia e a maior
parte da população usa vela, lenha, bateria, gerador.
No que concerne às fontes de abastecimento de água, verifica-se que na sua maioria a população do
distrito é abastecida por Poços e furos (40%) ou recorre directamente aos rios ou lagos (60%), existindo
comunidades que têm que se deslocar 2 km até ao Rio Nhambamba para se abastecerem.
Na área do projecto poucas famílias beneficiam da corrente eléctrica da rede nacional, apesar de se
encontrarem próximos da Central Hidroelectrica de Mavuzi I.
Educação e Saúde
O investimento no sector tem estado a crescer, elevando o número de escolas do distrito, mesmo
prevalecendo o baixo rácio de escola por habitantes e professor por alunos.
Devido ao baixo número de profissionais de saúde, para a maternidade o distrito tem privilegiado a
participação de parteiras tradicionais de modo a compensar o défice.
O crescimento da rede escolar e de saúde desde 2000 e a melhoria do atendimento do pessoal têm
permitido aumentar o acesso da população aos serviços do Sistema Nacional de Educação e da Saúde
que, porém, está ainda a um nível bastante insuficiente.
Actividade Económica
Considerando a fertilidade dos solos do distrito, a produção é diversificada, sendo o algodão e o tabaco
consideradas culturas comerciais, produzidas em monoculturas. Este sistema de produção é ainda
complementado pela pecuária, como criação de gado bovino, caprino e avícola.
A ocupação principal da população local em idade activa é a agricultura familiar de subsistência, o que
indica tratar-se duma população desfavorecida, extremamente dependente da agricultura para assegurar
a sua sobrevivência e desenvolvimento.
Uma vez que grande parte das famílias têm a sua economia baseada na agricultura de subsistência, estas
são afectadas pela insegurança alimentar provocada pela roptura dos stocks alimentares provenientes da
produção agrícola.
A caça é sobretudo de animais de pequeno porte, principalmente ratos, coelhos, ratazanas, galinhas do
mato e perdizes. Contudo existem também porcos do mato e gazelas.
No âmbito da visita de campo foi possível constatar que a população local tem a agricultura como principal
actividade económica e de subsistência. Seguida pela criação de animais domésticos (galinhas, gado
bovino e caprino, patos, entre outros) e a peca praticada no rio Revué.
Os impactos positivos potenciais do projecto serão investigados durante a ESIA e podem incluir:
• Oportunidades de Emprego (durante a fase de construção e operação).
Biofísico
• Mudança de uso da terra e perda de terras agrícolas;
• Perda ou perturbação do habitat natural devido ao desmatamento da vegetação;
• Deterioração das águas subterrâneas;
• Aumento dos níveis de ruído (durante a construção e operação);
• Impactos na Qualidade da Água Superficial do Rio Revue (durante a construção);
• Contaminação/poluição do solo e recursos hídricos (durante a construção e operação);
• Lesão indirecta/mortalidade de espécies, incluindo peixes (durante a fase de construção);
• Diminuição da Qualidade do Ar (durante a construção);
• Declínio nos níveis de água de superfície;
• Colisões / electrocussão na linha de energia por grandes espécies de aves.
Socioeconómico:
• Deslocamento físico e económico (baixo);
• Poluição causada pelas obras civis (durante a construção);
• Impacto das mudanças na superfície terrestre em vestígios arqueológicos não descobertos e sítios
culturais (construção);
• Influxo de População a busca de oportunidades de emprego e negócios (construção);
• Exposição à violência baseada no gênero e exploração e abuso sexual (construção e operação);
• Impactos na Saúde (Malária; TB; HIV/AIDS; DSTs; riscos relacionados ao Solo e Resíduos; Substâncias
Perigosas) (construção e operação);
• Impactos nas actividades pesqueiras (durante a construção e operação).
A seguir a tabela ilustra o resumo dos impactos sócio ambientais que foram identificados de forma
preliminar. Importa referir que estes impactos são os que a equipa técnica responsável pela elaboração
do EPDA considerou relevante, mas este assunto será tratado ao detalhe na fase do EIA.
Impactos positivos
Do ponto de vista dos ganhos, o projecto vai gerar emprego privilegiando a mão-de-obra local por forma a
melhorar o padrão de vida das comunidades locais, garantindo o aumento da renda familiar. Tratando- se
dum projecto de Engenharia, dos postos de trabalho derivados do projecto, teremos a contratação de
pessoal sem formação, técnicos nacionais e estrangeiros (caso se julgue necessário).
Impacto Estatuto
Perda de fauna e flora local com a implantação do projecto; Negativo[VSL1]
Compactação do solo durante a fase de construção e Negativo
devido a circulação de veículos e máquinas pesadas;
Emissão de poeiras e gases para atmosfera devido a actividades Negativo
de demolição e circulação de veículos e máquinas pesadas
Contaminação do aquífero na fase de operação devido a Negativo
refrigeração dos painéis de águas;
Perda de culturas e animais pelo consumo de radiação do sistema Negativo
de controlo e linha de alta tensão;
Geração de empregos; Positivo
Geração de renda e arrecadação de receitas para os cofres do Positivo
estado;
Redução da criminalidade e animais peçonhentos com a Positivo
implantação da central;
Conflitos homem-animal devido a existência de fauna bravia; Negativo
Geração de resíduos sólidos durante a fase de construção e Negativo
operação;
Proliferação de doenças sexualmente transmissíveis e conflitos Negativo
sociais devido à contratação de mão-de-obra forasteira por parte
do empreiteiro e/ou pelo proponente.
Perda parcial ou total de bens imóveis (casas, terras ou Negativo
Machambas) no local proposto para construção da central
eléctrica.
Metodologia
O EIA será desenvolvido tendo em conta a Legislação de Moçambicana e as boas práticas e orientações
disponíveis internacionais e o seu conteúdo obedecerá ao disposto no Artigo 11 do Regulamento do
Processo de Avaliação de Impacto Ambiental, tendo igualmente em atenção o disposto na Directiva Geral
para a Elaboração de Estudos do Impacto Ambiental. O Artigo 11 do Regulamento do Processo de
Avaliação de Impacto Ambiental refere, a propósito do conteúdo mínimo do EIA.
O EIA será um documento de natureza técnico-administrativa que tem como finalidade identificar e avaliar
os impactos ambientais associados ao projecto durante as diferentes fases de sua implantação
(construção, operação e desactivação) e propor as medidas de mitigação e programas ambientais
relacionados aos impactos identificados.
A partir do levantamento do meio biofísico e socioeconómico da área de influência do empreendimento,
consubstanciado no Diagnóstico Ambiental, serão qualificados e, quando possível, quantificados todos os
impactos nos meios supracitados, positivos e negativos, decorrentes do projecto em todas as fases de sua
execução do projecto (construção/implantação, operação até a desactivação).
O estudo deverá apontar as acções de monitoria e gestão dos impactos negativos, assim como medidas
de mitigação dos impactos negativos, indicando ainda as alternativas para potenciar os impactos positivos
do projecto.
Considerações finais
Consideramos que a implementação do projecto poderá responder a varias situações no local de
implementação, não só e com todas condições possíveis para a preservação biofísica e alavancar as
condições socioeconomicas.
A magnitude do projecto remete a preparação de varias opções técnicas para que o alinhamento destas
com o ambiente, pode-se traduzir projecto de classe A livre de impactos prejudiciais.
Devido a escassez de recursos hídricos, haverá necessidade de identificação e instalação de estacoes
hidrométricas para avaliação.
Segundo Volume: Termos de Referência (TdRs), que respondem aos requisitos do Artigo 11 do Decreto no
54/2015 de 31 de Dezembro (Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental), conforme
apresentado abaixo:
Capítulo 1 – Introdução: neste capítulo é feita uma apresentação sobre o processo de elaboração
dos TdRs.
Capítulo 2 – Metodologia: é feita uma abordagem dos procedimentos e conteúdo mínimo na
elaboração do EIA.
Capítulo 3 – Identificação das Componentes Ambientais sobre as quais incidirá o Estudo: este
capítulo tem como finalidade identificar e avaliar os impactos ambientais associados ao projecto
durante as diferentes fases de sua implementação e propor as medidas de mitigação.
Capítulo 4 – Estudos Especializados: é feita uma descrição do projecto e arrolados todos os
estudos do meio físico, biótico e socioeconómico.
Capítulo 5 – Identificação de Potenciais Impactos da Actividade: neste capítulo é feita uma
Lista de abreviaturas
Lista de unidades
VOLUME I
Índice
VOLUME I ............................................................................................................................................... v
RELATÓRIO DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E DEFINIÇÃO DE ÂMBITO
(EPDA) v
VOLUME I - RELATÓRIO DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E DEFINIÇÃO DE
ÂMBITO (EPDA) ...................................................................................................................................... i
2 ENQUADRAMENTO LEGAL.......................................................................................................74
2.1 Constituição da República de Moçambique ................................................................................. 74
2.2 Recursos Hidráulicos ..................................................................................................................... 76
2.3 Poluição e Gestão de Resíduos .................................................................................................... 77
2.4 Património Histórico e Cultural ...................................................................................................... 77
2.5 Gestão de Terras e Reassentamento ........................................................................................... 77
2.6 Ecossistemas Naturais e Habitat .................................................................................................. 78
2.7 Energia ............................................................................................................................................ 79
2.8 Condições de Trabalho, Saúde e Segurança no Trabalho ......................................................... 79
2.9 Legislação sobre HIV, género e grupos vulneráveis ................................................................... 80
2.10 Normas Ambientais e Sociais do Banco Mundial ...................................................................... 80
2.11 Directrizes da SAPP (Southern African Power Pool) ................................................................ 83
9 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................1
Lista de Figuras
Figura 1: Processo de Licenciamento Ambiental ........................................................................................71
Figura 2: Processo de EIA...........................................................................................................................72
Figura 3: Mapa do distrito de Sussundenga ................................................................................................87
Figura 4: Mapa regional do projecto ............................................................................................................87
Figura 5: Potencial locais de açude e barragem .........................................................................................88
Figura 6: Curva de elevação-área-capacidade, Barragem - site 2 .............................................................89
Figura 7: Curva de elevação-área-capacidade, local da Barragem 3 .........................................................90
Figura 8: Opções principais de layout .........................................................................................................93
Figura 9: Casa das Máquinas Mavuzi I .......................................................................................................93
Figura 10: Rede rodoviária mais ampla na área do projecto ......................................................................95
Figura 11: Layout esquemático da opção 1a ..............................................................................................97
Figura 12: Rio Revue fluindo da esquerda para a direita, directamente d/s da saída central eléctrica de
Mavuzi I .......................................................................................................................................................98
Figura 13: Vista para montante do novo local do açude e casa de força Mavuzi I à esquerda .................98
Figura 14: Vista a jusante na localização do açude ....................................................................................99
Figura 15: Seção transversal no local da represa 1a ..................................................................................99
Figura 16: Margem esquerda da localização da central ...........................................................................100
Figura 17: Layout esquemático da opção 1b ............................................................................................101
Figura 18: Local de barragem potencial 1b - vista para jusante ...............................................................101
Figura 19: Local de barragem potencial 1b - vista a montante .................................................................102
Figura 20: Seção transversal no local da barragem, opção 1b.................................................................103
Figura 21: Layout esquemático da opção 2 ..............................................................................................104
Figura 22: Local da barragem potencial, opções 2 e 3 - vista para jusante .............................................105
Figura 23: Local de barragem potencial 2, opções 2 e 3 - vista para jusante (close up) .........................105
Figura 24: Seção transversal no local da barragem, opções 2 e 3 ...........................................................106
Figura 25: Layout esquemático da opção 3 ..............................................................................................107
Figura 26: Vista em direcção à alternativa de potência da margem direita ..............................................108
Figura 27: Área de influência directa do projecto ......................................................................................112
Figura 28: Dados de Precipitação e Temperatura ....................................................................................114
Figura 29: Hidrologia do Distrito ................................................................................................................115
Figura 30: Vegetação do Local de Implantação do Projecto ....................................................................116
Lista de Tabelas
1 BREVE DESCRIÇÃO
1.1 Introdução e objectivos do projecto
A EDM (Electricidade de Moçambique, E.P), que está sob tutela do Ministério dos Recursos Minerais
e Energia (MIREME) do Governo de Moçambique (GdM), como Empresa Estatal, foi criada em 27 de
Agosto de 1977, há sensivelmente dois anos depois da independência de Moçambique. Tendo sido
criada pelo Decreto Lei nº 38/77, de 27 de Agosto, como a entidade responsável pelo estabelecimento
e exploração do serviço público de produção, transporte, distribuição e comercialização da energia
eléctrica no país.
A EDM está a planificar o reforço da produção de electricidade em Moçambique com a implementação
do Projecto de Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II, cujo principal objectivo é aumentar
a produção e o fornecimento de electricidade gerada pelas fontes renováveis na região. O Projecto
está localizado no centro de Moçambique, concretamente no rio Revué, na província de Manica, distrito
de Sussundenga.
Ciente dos potenciais impactos ambientais e sociais associados com as actividades do projecto de
Construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II, bem como a necessidade de garantir que as
actividades sejam desenvolvidas respeitando os padrões de qualidade ambiental estipulados na
legislação nacional, a EDM, enveredou pelo licenciamento ambiental do mesmo. Para o efeito, a EDM,
através de um concurso público, contratou o Consórcio de duas empresas, a TRACTEBEL e a TPF.
Por sua vez, a TPF subcontratou a Think Tank Consultants, SA (TTC-SA), empresa de consultoria
ambiental e engenharia devidamente credenciada pelo Ministério da Terra e Ambiente (MTA) para
realizar Avaliação do Impacto Ambiental (AIA) para empreendimentos de desenvolvimento no país
(Vide Anexo 1).
O presente EPDA é elaborado em cumprimento ao previsto no Artigo 10 do Regulamento Sobre o
Processo de Avaliação do Impacto Ambiental em Moçambique e conforma-se com a classificação do
presente projecto como sendo de categoria “A” pelo Serviço Provincial do Ambiente (SPA) de
Manica (através da Nota no 1027/SPAM/DA/200 datada de 30 de Dezembro de 2021, que envia o
Relatório da Pré-avaliação do Projecto-Vide Anexo 2), tendo em vista o cumprimento dos seguintes
objectivos principais:
Determinar, de uma forma preliminar, os principais potenciais impactos ambientais do
projecto proposto e as questões que devem ser detalhadamente investigadas na fase de
EIA;
Determinar se existem questões fatais, ou seja, qualquer problema, lacuna ou conflito em
termos ambientais que, pela sua gravidade, possa inviabilizar a intervenção pretendida e,
como tal, determinem a suspensão do processo tendente à sua concretização;
Descrever o Projecto e caracterizar de um modo preliminar as condições físicas, bióticas
e socioeconómicas do ambiente receptor;
Identificar as alternativas do Projecto;
Identificar de um modo preliminar os potenciais impactos ambientais do Projecto;
Objectivos do projecto
O proponente (EDM) pretende realizar o projecto de construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II
com o objectivo de produzir electricidade para fins de comercialização. O objectivo geral de
desenvolvimento do presente projecto é aumentar a capacidade de produção de energia eléctrica
através da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II, com foco em Moçambique. Para atingir este objectivo,
o projecto realizará as seguintes acções:
As acções acima serão alcançadas através da implementação da legislação nacional e das melhores
práticas internacionais relevantes, bem como as especificações técnicas do projecto executivo. Esta
abordagem é adoptada em projectos recentes e visa garantir a sustentabilidade de projectos de
desenvolvimento do ponto de vista económico, ambiental e social.
1.2 Apresentação do Proponente e do Consultor
Identificação do Proponente
A Electricidade de Moçambique (EDM) é uma empresa de produção, transporte, distribuição e
comercialização de energia eléctrica. Esta empresa, criada em 1977,
A EDM está localizada no seguinte endereço:
Avenida: Filipe Samuel Magia,
Número 368 Telefone fixo
(+258)
21353600/21353603/30/42
Fax: (+258) 21322074
Maputo - Moçambique
Identificação do consultor
O Consultor para o estudo de viabilidade do Projecto da Hidreléctrica de Mavuzi II é uma Joint Venture
de duas empresas, nomeadamente, Tractebel Engineering da Alemanha (TE) (ex-Lahmeyer
International - LI) e TPF Consultores de Engenharia e Arquitetura, SA de Portugal.
A TE é um consultor internacional que opera em todo mundo com vasta experiência em projectos de
gestão de recursos hídricos e projetos hidrelétricos em todos os níveis de desenvolvimento do projeto,
do plano mestre à implementação.
A TPF é provedor global de serviços de Engenharia, Arquitetura e Gestão, com 39 anos de experiência
em Águas, Saneamento e Agricultura, Edificações, Energia e Transporte, actuando nos mais diversos
mercados. A TPF Moçambique é uma subsidiária com escritório em Maputo a trabalhar como uma
empresa de consultoria em engenharia de direito moçambicano.
A Think Tank Consultants SA (TTC, SA) é uma empresa moçambicana devidamente registrada no
Ministério da Terra e Ambiente (MTA) pela licença nº 53/2018 para exercer a actividade de consultoria
e auditoria ambiental. A TTC SA é reconhecida na provisão de serviços de consultoria ao Governo,
Organizações Não-Governamentais, Sector Privado, Agências Internacionais de Desenvolvimento e
outras instituições do sector público e privado. A TTC fornece seus serviços para este projecto como
sub-consultor da TPF, para conduzir o processo de Avaliação do Impacto Ambiental e Social com vista
ao licenciamento ambiental do projecto.
Think Tank Consultants SA, tem o seu nome registrado na Cidade de Maputo, localizado no seguinte
endereço:
Avenida: Francisco Orlando Magumbwé, nº 250, Polana
Cimento A, Nº 250 Número de telefone: 21 494984
Celular: +258 84 427 2197/86 437 2195
O email: thinktank@thingtank.co.mz
instrumento que é usado para investigar com detalhe que tipo de impactos (com efeito benéfico ou
adverso) a implementação deste projecto terá sobre o ambiente social, económico e biofísico na área
de influência directa (AID) e área de influência indirecta (AII), bem como propor as devidas medidas
de mitigação para os impactos negativos e maximização dos impactos positivos. Estas medidas devem
ser implementadas em todas as fases do projecto.
Na figura que se segue está ilustrado o processo de AIA para projectos de categoria A, mostrando as
fases a seguir para o licenciamento ambiental. As três fases fundamentais do processo de AIA, cingem-
se na IP, o EPDA & TdR e por ultimo o EIA, sendo este o documento da fase dois, EPDA & TdR.
2 ENQUADRAMENTO LEGAL
As actividades de construção e operação deste projecto serão realizadas com base em vários
dispositivos legais, entre os quais é importante considerar os seguintes:
2.1 Constituição da República de Moçambique
A constituição da República de Moçambique é o documento que define a forma de organização e
funcionamento do Estado bem como reconhece os direitos, deveres e liberdades fundamentais dos
cidadãos.
Os artigos 45, 90 e 117, da Constituição da República de Moçambique, consagram as políticas e
princípios gerais que orientam a protecção e preservação do meio ambiente. Este documento enfatiza
nos artigos 45 e 90 que toda a comunidade tem direito de viver em um ambiente equilibrado e tem o
dever de protegê-lo. O Artigo 117 por seu turno estabelece que todos têm direito a um ambiente
ecologicamente equilibrado, bem como o uso comum das pessoas e indispensável a uma qualidade
de vida saudável, impondo ao poder público e à comunidade o dever de defendê-lo e preservá-lo, sem
comprometer a geração futura.
Sendo assim, esta directiva fornece detalhes sobre os procedimentos para a obtenção de uma licença
ambiental, bem como o formato, a estrutura geral e o conteúdo do relatório de avaliação de impacto
ambiental. O objectivo desta directiva é padronizar os procedimentos seguidos no processo de EIA.
Directiva Geral para o Processo de Partição Pública no processo AIA (Diploma Ministerial n.º
130/2006 de 19 de Julho)
Este define os princípios básicos relacionados à participação pública, metodologias e procedimentos.
Considerando a participação do público um processo interactivo que começa na fase do projecto e
continua ao longo da vida do projecto.
Regulamento Sobre a Qualidade da Água para Consumo Humano (Diploma Ministerial n.º
180/2004 de 15 de Setembro)
Define os parâmetros de qualidade da água para consumo humano e apresenta medidas para o seu
controle, a fim de proteger a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes de qualquer contaminação
que possa ocorrer nas diferentes etapas do sistema de abastecimento de água desde a captação até
à disponibilização ao consumidor.
terciárias, 50m de faixa para condutores de telecomunicações, electricidade e água, e 100m para
militares e outras instalações de defesa e segurança do Estado.
Decreto nº 12/2002 de 6 de Junho, conjugado com a Lei nº 10/99 de 7 de Julho (Lei de Florestas
e Fauna Bravia.
Essa lei define zonas de protecção, como parques nacionais, reservas nacionais e zonas de valor
histórico e cultural. Tendo como objectivo proteger, conservar, desenvolver e utilizar de forma racional
e sustentável os recursos florestais e faunísticos para o benefício económico, social e ecológico da
actual e futura geração dos moçambicanos.
2.7 Energia
Lei de protecção da pessoa, do trabalhador e do candidato a emprego vivendo com HIV e SIDA
(Lei nº 18/2014 de 27 de Agosto)
Estabelece o quadro jurídico para o exercício da liberdade sindical na administração publica.
dos ecossistemas e o ambiente a nível local, regional e mundial. A concentração atmosférica actual e
projectada de gases de efeito estufa (GEE) ameaça o bem-estar das gerações actuais e futuras. Ao
mesmo tempo, o uso mais eficiente e eficaz dos recursos, a prevenção da poluição e as práticas de
anulação do efeito estufa, e as tecnologias e práticas de mitigação tornaram-se mais acessíveis e
alcançáveis.
Está NAS estabelece os requisitos para a abordagem da eficácia dos recursos e prevenção e gestão
da poluição durante o ciclo de vida do projecto. O requisitos estabelecidos por esta NAS, são os
seguintes: (i) Promover o uso sustentável dos recursos, incluindo energia, água e matérias-primas; (ii)
Evitar ou minimizar os impactos negativos na saúde humana e meio ambiente, evitando ou
minimizando a poluição proveniente das actividades do projecto; (iii) Evitar ou minimizar as emissões
relacionadas com o projecto de poluentes de curta e longa duração; (iv) Evitar ou minimizar a geração
de resíduos perigosos e não perigosos; (v) Minimizar e gerir os riscos e impactos associados ao uso
de pesticidas.
Está NAS também aborda a gestão sustentável da produção primária e a extracção de recursos
naturais vivos. A NAS6 reconhece a necessidade de considerar os meios de subsistência das partes
afectadas pelo projecto, incluindo os Povos Indígenas, cujo acesso ou uso da biodiversidade ou dos
recursos naturais vivos possa ser afectado por um projecto. Também será considerado o possível
papel positivo das partes afectadas pelo projecto, incluindo os Povos Indígenas, na conservação da
biodiversidade e na gestão sustentável dos recursos naturais vivos.
3 DESCRIÇÃO DO PROJETO
Concretamente, o local do projecto é no rio Revué, que se localiza a cerca de 50 km ao sul da Cidade
de Chimoio, a quinta maior cidade de Moçambique e capital da província de Manica, que fica em uma
importante estrada e ferrovia nacional ligando a cidade portuária de Beira, no leste, a Harare, capital
do Zimbabwe (Vide a Figura 4).
Local 1 – Açude/Represa
Para o açude (local 1), próximo à estrutura de saída da central hidreléctrica de Mavuzi I, nenhuma
curva de volume de armazenamento foi derivada devido à operação pretendida sem armazenamento
activo e altura mínima (<15 m) da estrutura de desvio em si.
O volume de armazenamento é bastante limitado, com capacidade máxima de cerca de 146.000 m3;
a área inundada é de cerca de 36 ha, estendendo-se até 450 m para montante.
Local 2 - Barragem
Para o local intermediário da barragem (local 2), cerca de 850 m a jusante da estrutura de saída de
Mavuzi I, a tabela e a figura abaixo (Tabela 2 e Figura 6) indicam o armazenamento limitado disponível
neste local com apenas 1,8 Mm 3 de armazenamento total com FSL máximo de 154,2 msn. A área
inundada é de cerca de 150 ha, estendendo-se até 1,15 km para montante.
155
FSL = 155.2 masl
Elevation, masl
150
145
140
Local 3 - Barragem
Para a barragem do local mais a jusante (local 3), cerca de 1,350 m a jusante da estrutura de saída de
Mavuzi I, os números são mostrados na tabela e na figura abaixo (Tabela 3 e Figura 7). O
armazenamento total máximo no FSL máximo de 155,2 msn é cerca de 4,2 Mm 3; a área inundada é
de cerca de 279 ha, estendendo-se até 1,6 km para montante.
145
140
135
130
125
Inundated area, km2
120
Storage Capacity, Mm3
115
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35
Inundated area km2
Figura 7: Curva de elevação-área-capacidade, local da Barragem 3
indica a boa qualidade da rocha. Na margem direita é possível observar que a morfologia é mais lisa,
mas espera-se encontrar rochas de boa qualidade para a fundação da barragem próximo à superfície.
As camadas profundas das rochas apresentam uma direcção principal perpendicular ao alinhamento
do rio com uma inclinação de cerca de 30º para Este. Sendo importante notar que devido à presença
próxima da falha imediatamente a jusante da central, espera-se que as formações rochosas
apresentam um grau de fracturamento médio a alto.
Opção 1a
Opção 1b
Opção 2
Opção 3
Para qualquer localização de açude, o nível da lagoa principal não deve exceder 156,5 msn. Todos os
locais são preliminares e foram escolhidos para demonstrar diferenças no volume de armazenamento.
Os locais viáveis para barragens serão escolhidos de acordo com o solo e as condições geológicas.
3.8.3 Acesso
O acesso é um elemento que pode ter um impacto significativo nos custos ou um impacto significativo
no programa geral de construção.
O acesso à área do projecto é feito por estrada de Chimoio, na estrada menor a leste de duas estradas
que levam ao sul em direcção às pequenas aldeias de Assicante e Dombe (vide a Figura 10). A área
do projecto fica a cerca de 50 km ao sul de Chimoio. A estrada existente passa pela central
Hidroeléctrica de Mavuzi I e, portanto, também pelo lago principal da área de Mavuzi II.
Embora o acesso regional da Beira para a área do projecto seja o mesmo para todas as opções, as
situações de acesso local são diferentes e variam entre as opções. A situação para as várias estradas
de acesso necessárias está resumida na Tabela 5.
Opção
Parâmetro Unidade
1a 1b 2 3
Todas as estradas permanentes têm uma largura de 7,5 m e uma superfície asfaltada de 5,0 m de
largura. Estradas de construção temporárias, por exemplo, como acesso ao tanque de compensação,
têm uma largura de 5,0 m e 3,5 m de superfície de cascalho.
Para as opções 1a e 1b, existe uma alternativa envolvendo uma nova estrada de acesso de 8 km de
comprimento apenas na margem esquerda. Esta pode ser uma alternativa para evitar a construção de
uma ponte cara cruzando o rio Revué ou fornecer uma segunda possibilidade de acesso independente
para a central.
A central do novo projecto pode estar localizada na margem esquerda ou na margem direita. Uma
central na margem direita exigiria apenas uma estrada curta, menor que dois quilómetros da estrada
principal.
No entanto, um grande esforço é necessário para estabelecer o acesso a uma central na margem
esquerda. As opções mais curtas envolvem uma estrada de acesso curta de 2 km mais uma ponte
principal com vão significativo cruzando o rio próximo à curva de 90 °. A alternativa é uma nova estrada
de acesso com 8 km de extensão pelo Nordeste, o que evitaria o elevado custo da construção de uma
ponte. No entanto, um longo desvio seria necessário para o pessoal operacional ao se mudar da central
hidroeléctrica de Mavuzi I para a de Mavuzi II.
Figura 12: Rio Revue fluindo da esquerda para a direita, directamente d/s da saída central
eléctrica de Mavuzi I
Afloramentos rochosos são vistos em ambas margens, bem como no leito do rio. O leito do rio e as
margens são espalhados por rochedos de médio a grande porte, com até vários metros de diâmetro.
A largura do rio é inferior a 100 m. A altura do açude de betão seria inferior a 15 m. A inclinação do rio
é da ordem de 2%.
Figura 13: Vista para montante do novo local do açude e casa de força Mavuzi I à esquerda
No que diz respeito ao enquadramento geológico, o vale do rio é constituído maioritariamente por
Paragnaisses Migmatíticos com elevado grau de metamorfismo e de muito boa qualidade. O maciço
rochoso apresenta três famílias principais de fracturas com uma distribuição muito ampla que
geralmente são fechadas, mas, as fracturas que são paralelas à direcção do rio, são geralmente
abertas e preenchidas com Quartzo e Biotita de segunda geração. Ao longo das margens e no leito do
rio podem-se observar pequenos depósitos de materiais granulares e blocos rochosos de grande a
médio porte (Figura 12 à 14).
Conforme observado no local, a principal fonte de materiais rochosos para os primeiros estágios de
construção podem ser os blocos rochosos presentes no leito do rio e margens que precisam ser limpos
para a construção da estrutura.
3.10.2 Descarregador
Se a altura total do açude permanecer abaixo de 15 m, isso pode permitir projectar o vertedouro de
transbordamento para a inundação de 100 anos, o que pode fornecer alguma economia. A inundação
de 100 anos foi estimada em 3.920 m 3/s, que é menos de 60% da inundação de 1.000 anos, ou menos
de 40% da inundação de 10.000 anos.
Portanto, se necessário, um vertedouro fechado pode ser previsto para ajudar a atingir o objectivo de
manter baixos a altura da barragem e o nível de inundação, mesmo em inundações mais altas.
3.10.3 Circuitos
Dada a topografia íngreme e irregular da margem esquerda (inadequada para uma estrutura de canal,
bem como para um gasoduto pressurizado ao longo do rio), o circuito hidráulico terá que ser
materializado por um túnel, pelo menos parcialmente.
Um layout convencional para a Opção 1a compreende um túnel de saída de 1.460 m de comprimento,
tanque de compensação e cerca de uma comporta de 360 m de comprimento (aço ou GRP),
alimentando duas ou três unidades geradoras.
O layout da opção 1a é preferível para controlar os efeitos do golpe de aríete do desligamento da
turbina, mas trará as seguintes desvantagens:
As comportas terão de ser assentadas em encostas extremamente íngremes (60%), o que
tornará os procedimentos de construção mais complexos.
A construção de estradas para a aceder a câmara de válvulas (transição entre túnel e
conduta forçado) e o tanque de compensação pode ser cara.
O leito do rio tem cerca de 120 m de largura, um pouco mais largo do que no local do açude, mas as
margens são menos íngremes. No entanto, no FSL de 155,2 msn/m, que fica cerca de 26 m acima do
leito do rio, o comprimento da crista será de cerca de 280 m. Afloramentos rochosos podem ser vistos
no leito do rio e em ambas margens. Logo acima do rio, ambas as margens estão cobertas por
vegetação florestal.
A menor elevação do solo pesquisada na secção transversal é de 132,7 msn/m (Figura 20). O cenário
geológico neste local é muito semelhante ao descrito para o local 1a da represa.
O volume do pequeno reservatório ainda é bastante limitado. Sua capacidade máxima é de cerca de
1,8 Mm3 enquanto que o escoamento médio diário é de cerca de 3,2 milhões de metros cúbicos. A
área inundada é de cerca de 150 ha, estendendo-se até 1,15km para montante.
Se o lago for operado para operação de pico, a produção de energia reduzirá rapidamente com a
redução do nível do lago principal. O rebaixamento reduz o cabeçote disponível.
3.11.2 Vertedouro
Uma barragem de cerca de 26 m de altura exigirá o projecto de um vertedouro para a inundação de
1.000 ou 10.000 anos (6.880 m 3/ se 10.270 m3/ s, respectivamente). Portanto, como provavelmente
necessário, um enorme vertedouro fechado terá que ser acomodado no projecto para descarregar com
segurança a enchente e manter baixo o nível de enchente na água residual da central de Mavuzi I.
3.11.3 Circuitos
Como a topografia íngreme e irregular da margem esquerda permanece inadequada para uma
estrutura de canal, bem como para uma tubulação pressurizada ao longo do rio, o circuito hidráulico
será um túnel. Com um layout convencional para a Opção 1b, o túnel terá 970 m de comprimento,
seguido por tanque de compensação e cerca de 360 m de conduto forçado (aço ou GRP), alimentando
duas ou três unidades geradoras, que descarregam em um canal de fuga de 100 m de comprimento.
Figura 23: Local de barragem potencial 2, opções 2 e 3 - vista para jusante (close up)
A largura da secção no leito do rio é de cerca de 130 m e as encostas das margens são de cerca de
40° a 45° (Figura 24). As configurações e características geológicas são semelhantes às do local 1b,
assim como a cobertura vegetal. A elevação mais baixa do levantamento na secção transversal é 117,8
msn/m. No nível de abastecimento total, que está a mais de 37 m acima do leito do rio, o comprimento
da crista seria de cerca de 220 m.
O volume da opção de maior reservatório ainda é limitado. Sua capacidade máxima é de cerca de 4,26
Mm3; a área inundada é de cerca de 279 ha, estendendo-se até 1,6 km para montante.
Se o lago for operado para operação de pico, a produção de energia reduzirá rapidamente com a
redução do nível do lago principal. O rebaixamento reduz o cabeçote disponível.
3.12.2 Descarregador
O projecto de inundação apropriado de acordo com as directrizes do ICOLD terá que ser levado em
consideração e a inundação finalmente aplicável pode ser menor do que a inundação de 10.000 anos.
Mas ainda será maior para uma barragem alta do que para uma estrutura de açude sem reservatório
de volume substancial atrás dela. Uma barragem com mais de 40 m de altura exigirá que o vertedouro
seja pelo menos projectado contra a mesma enchente da Opção 1b, senão contra uma descarga mais
alta.
O tipo de barragem para a Opção 2 (e Opção 3), de acordo com as informações limitadas disponíveis
até agora, provavelmente será gravidade de betão ou enrocamento com face de betão, mas o grande
tamanho do vertedouro provavelmente favorece a primeira hipótese.
3.12.3 Circuitos
Os cursos de água são limitados à comporta curta ou arranjo de conduta que transfere a água do
reservatório através da barragem directamente para as turbinas dentro da central. Perdas máximas de
carga total de 1,5 m foram permitidas para todo o sistema de conduta na descarga projectada.
milhões de metros cúbicos. Nesse nível operacional mínimo (MOL), 15 m a menos de altura
manométrica (ou seja, 36,7 - 15 = 21,7 m) reduz a potência de saída de cada unidade de 100% para
menos de 60%. A produção de energia seria reduzida para cerca de 80% em relação à operação em
FSL, se todo o volume activo fosse mobilizado durante o período de pico.
Quando comparado com a Opção 1a, a saída de energia seria reduzida para entre 46% no MOL e 78%
no FSL; ou os valores de potência são reduzidos a um nível entre 76% no FSL e 65% no MOL em
comparação com a Opção 1b.
As perdas de carga resultantes do canal de entrada e da comporta são estimadas em 4,0 m e resultam
em uma queda líquida de 47,2 m; o mesmo que para a Opção 1a.
3.13.2 Circuitos
Como a topografia na margem direita é mais baixa, o arranjo de um túnel headrace de baixa pressão
não é economicamente viável. A alternativa é um canal em contorno de 1.500 m.
Para uma descarga projectada na ordem de 45 m 3/ s as dimensões de tal canal de fluxo por gravidade
seriam algo como 5 m de largura x 4 m de profundidade ou 6,0 m de largura x 3,5 m de profundidade.
O canal da soleira termina onde cerca de 240 m de conduta forçada transportavam a água para a
central localizada no início da planície de inundação. Da saída da central, um canal de fuga de 450 m
de comprimento se conecta ao curso do rio original em um nível de água de cauda em torno de 104
ms.
No caso de considerar a operação de pico, o que requer utilização do armazenamento do reservatório,
um rebaixamento significativo deve ser permitido. Isso elimina a opção de canal aberto, pois o
rebaixamento seria perdido como carga em todos os níveis do reservatório. Uma consideração técnica
alternativa é a instalação de cerca de 1.000 m de conduta de alta pressão entre a barragem e a central.
No entanto, as perdas de custo e de carga serão significativas e tornarão o projecto economicamente
pouco atraente.
A seta azul indicando um possível canal de fuga e mostra o canal existente conforme se desenvolveu
após a inundação extrema do Ciclone Idai (>5.200 m 3/s) em Março de 2019, que não está representado
nas elevações actuais na pesquisa LiDAR de 2014.
3.15.3 Mão-de-obra
A mão-de-obra será maioritariamente de origem local, e serão contratados um número considerável
de trabalhadores, não sendo possível estimar nesta fase. Contudo os trabalhadores poderão incluir:
Director de obra;
Encarregado de obra;
Engenheiro Hidráulico;
Engenheiro Eléctrico;
Técnicos de saúde, segurança e ambiente;
Técnicos de medicina;
Manobradores\
Motoristas;
Pedreiros;
Carpinteiros;
Ajudantes de diversas especialidades;
Guardas;
Ajudantes de limpeza, etc.
A Área de Influência Indirecta (AII) corresponde a uma área mais extensa, ou seja, até onde se possa
fazer sentir indirectamente as actividades de implementação do projecto. Assim sendo, estabelece-se
a área de influência indirecta (AII) do Projecto, tendo em conta sobretudo os possíveis impactos sobre
o meio socioeconómico, passíveis de se fazerem sentir numa área mais alargada do que os impactos
sobre o meio biofísico. Preconiza-se que a AII do Projecto corresponda, em primeiro lugar, a toda a
área dos distritos de Sussundenga e Macate, em seguida as cidades de Chimoio, Beira e Tete, e por
fim a toda zona centro ou mesmo ao território nacional em geral.
Na fase de desactivação deve-se garantir a reposição da situação inicial da área de trabalho, solos,
cobertura vegetal, hidrologia local (curso normal do rio), entre outas.
Hidrologia
A região de Sussundenga encontra-se na bacia Hidrográfica do rio Revue e seus afluentes. Por sua
vez, drena suas águas para o rio Buzi, que é a principal bacia hidrográfica da região.
O período de excesso de água ocorre no mês de Novembro a Março, em que a precipitação é maior
em relação à evapotranspiração.
A região apresenta apenas um período de crescimento do tipo normal com um período de seca que
ocorre de Maio a Outubro.
Contudo, o recurso hídrico que ocorre na área do projecto é o rio Revué. Havendo a necessidade de
aprofundar o estudo hidrológico na fase do EIA.
Relevo e solos
A oeste do Distrito, ao longo da fronteira com o Zimbabwe, existe uma área montanhosa (Maciço de
Chimanimani) com picos que se elevam acima de 1500 metros cobrem uma superfície de cerca de
1.050 km2, onde se situa o ponto mais alto de Moçambique, o Monte Binga com 2.436 m de altitude.
Os solos predominantes são Leptosols, ocorrendo principalmente em áreas montanhosas. Os
Arenosolos também ocupam grandes áreas nos pontos administrativos de Dombe. Ferralsolos e
Acrisolos ocupam pequenas áreas na área mais central do Distrito, enquanto Haplic Arenosolos,
Vegetação e Fauna
Na região do Distrito de Sussundenga a vegetação predominante é a de miombo ocupando cerca de
90% da região, de onde destacam as espécies do género Brachystegia, Julbernadia e Isuberlinia.
Também se destacam espécies como a Panga-Panga, Umbila, Mapepe, Mussussa e Muocha.
Na área de implantação do projecto foi possível visualizar a existência de uma floresta ribeirinha
composta por diversas espécies arbóreas, arbustivas e gramíneas.
Taxa de analfabetismo
Total Homens Mulheres
DISTRITO DE SUSSUNDENGA 73,4% 61,9% 83,4%
5–9 92,9% 91,7% 94,0%
10 – 14 66,2% 61,2% 71,6%
15 – 44 64,7% 45,7% 79,2%
45 e mais 84,5% 72,1% 96,0%
PA de Sussundenga 65,6% 52,6% 77,3%
PA de Dombe 86,5% 77,1% 93,9%
PA de Muhoa 61,4% 50,3% 72,5%
PA de Rotanda 66,3% 57,0% 75,0%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística
4.2.5 Economia
Moçambique é considerado por ter uma economia diversificada em comparação com os seus países
vizinhos, com o comércio e os serviços contribuindo mais para o PIB, seguido pela agricultura.
Considerando a fertilidade dos solos do distrito, pode-se esperar uma convergência de agricultores
interessados na agricultura e, consequentemente, uma maior pressão sobre os recursos.
A fertilidade permite uma produção diversificada, sendo o algodão e o tabaco consideradas culturas
comerciais, produzidos em monoculturas. Este sistema de produção é ainda complementado pela
pecuária, como criação de gado bovino, caprino e avícola.
A ocupação principal da população local em idade activa é a agricultura familiar de subsistência, o que
indica tratar-se duma população desfavorecida, extremamente dependente da agricultura para
assegurar a sua sobrevivência e desenvolvimento.
Uma vez que grande parte das famílias têm a sua economia baseada na agricultura de subsistência,
estas são afectadas pela insegurança alimentar provocada pela ruptura dos stocks alimentares
provenientes da produção agrícola. A produção e a produtividade da agricultura familiar e os aspectos
com eles relacionados são variáveis com uma forte influência na vulnerabilidade das famílias, por via
da insegurança alimentar.
Devido a sua dependência, de todos, a terra é o principal recurso de sobrevivência e desenvolvimento
dos agregados familiares, representando: (1) um bem essencialmente económico pela função
dominante que a actividade agrícola, o plantio de árvores e a criação de animais têm nas povoações
desta área, para consumo e para venda, mas também porque a terra assume um valor material na
transmissão da herança e noutras formas de acesso à terra; (2) um bem com valor social e cultural por
desempenhar um papel importante na vida e bem-estar dos agregados familiares e das comunidades
em geral, principalmente enquanto fornecedora de materiais para construção, para fabrico de utensílios
domésticos e ainda pelo seu carácter sagrado e cultural, como um bem transmitido de geração em
geração e o local onde viveram os antepassados.
A caça é sobretudo de animais de pequeno porte, principalmente ratos, coelhos, ratazanas, galinhas
do mato e perdizes. Contudo existem também porcos do mato e gazelas.
Os recursos florestais tem vários aspectos que conferem valor no bem-estar espiritual e material dos
agregados familiares, assim como nos seus meios de subsistência como a seguir se menciona: (1) o
carácter sagrado da floresta, o uso dos recursos florestais como materiais de construção, como fontes
de produção de energia, a disponibilidade de produtos florestais para alimentação dos agregados
familiares, para a produção de utensílios domésticos e de artesanato e ainda como fonte de obtenção
de rendimento através da sua venda.
No âmbito da visita de campo foi possível constatar que a população local tem a agricultura como
principal actividade económica e de subsistência. Seguida pela criação de animais domésticos
(galinhas, gado bovino e caprino, patos, entre outros) e a peca praticada no rio Revué.
Socioeconómico:
• Deslocamento físico e económico (baixo);
• Poluição causada pelas obras civis (durante a construção);
• Impacto das mudanças na superfície terrestre em vestígios arqueológicos não descobertos e sítios
culturais (construção);
• Influxo de População a busca de oportunidades de emprego e negócios (construção);
• Exposição à violência baseada no género e exploração e abuso sexual (construção e operação);
• Impactos na Saúde (Malária; TB; HIV/AIDS; DSTs; riscos relacionados ao Solo e Resíduos;
Substâncias Perigosas) (construção e operação);
• Impactos nas actividades pesqueiras (durante a construção e operação).
Impacto Estatuto
Perda de fauna e flora local com a implantação do projecto; Negativo
Compactação do solo durante a fase de construção e Negativo
devido a circulação de veículos e máquinas pesadas;
Emissão de poeiras e gases para atmosfera devido a actividades Negativo
de demolição e circulação de veículos e máquinas pesadas
Contaminação do aquífero na fase de operação devido a Negativo
refrigeração dos painéis de águas;
Perda de culturas e animais pelo consumo de radiação do sistema Negativo
de controlo e linha de alta tensão;
Geração de empregos; Positivo
Geração de renda e arrecadação de receitas para os cofres do Positivo
estado;
Redução da criminalidade e animais peçonhentos com a Positivo
implantação da central;
Conflitos homem-animal devido a existência de fauna bravia; Negativo
Geração de resíduos sólidos durante a fase de construção e Negativo
operação;
Proliferação de doenças sexualmente transmissíveis e conflitos Negativo
sociais devido à contratação de mão-de-obra forasteira por parte
do empreiteiro e/ou pelo proponente.
Perda parcial ou total de bens imóveis (casas, terras ou Negativo
Machambas) no local proposto para construção da central
eléctrica.
Ruído e Vibrações
Durante a fase de construção, verificar-se-á a ocorrência de ruído e vibrações resultantes das
actividades combinadas de construção civil, como a operação de máquinas e circulação de veículos
pesados. Os trabalho de perfuração do túnel com o uso de máquina de perfuração e explosivos poderá
causar ruídos e vibrações.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A construção da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II irá, sem dúvidas, introduzir grandes benefícios em
termos de produção de energia eléctrica, assim como reforçar a capacidade da Central Hidroeléctrica
de Mavuzi I, para além de garantir o fornecimento e acesso a energia eléctrica de qualidade.
A fase de Construção e operação da Central Hidroeléctrica irá gerar oportunidades de emprego para
as populações locais, que constituirá uma fonte adicional de renda para as famílias locais, traduzindo-
se no aumento do poder de compra, melhoria do bem-estar das famílias, e consequentemente redução
da pobreza bastante visível na região. Existirão ainda oportunidades de pequenos negócios para servir
os trabalhadores do projecto.
O facto de se tratar de um projecto que se realizará no meio hídrico prevê-se impactos significativos
mitigáveis. Alguns dos impactos que se destacam são, a emissão de ruídos devido perfuração de
rochas por meio de explosões e equipamento de perfuração, perturbação da fauna aquática e terrestre,
perda da flora na abertura de acessos, entre outros..
Este relatório do EPDA apresenta diversos potenciais impactos que poderão ocorrer com a
implementação do projecto. Esses impactos deverão ser confirmados ou identificar outros que não
foram aqui arrolados na fase do EIA e apresentadas as medidas de mitigação (para impactos
negativos) ou potenciação (para impactos positivos). Por seu turno os TdRs em anexo apresentam o
detalhe do que deverá ser estudado na fase do EIA, bem como as abordagens metodológicas.
O processo de participação pública será realizado com vista a garantir que as comunidades locais,
organizações governamentais e não governamentais e o público em geral possa ter acesso a
informação detalhada sobre o projecto, seus impactos e respectivas medidas de mitigação.
9 BIBLIOGRAFIA
VOLUME II
Índice
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................................................I
2 METODOLOGIA DO EIA.......................................................................................................................II
1 INTRODUÇÃO
Os presentes Termos de Referência (TdRs) são preparados no âmbito da execução da fase de Estudo de
Pré-viabilidade e Definição de Âmbito (EPDA) do Processo de Impacto Ambiental (AIA) do Projecto de
Construção da Barragem de Mavuzi.
O processo de AIA do Projecto teve início com a submissão da Instrução do Processo tendo sido após a
pré-avaliação classificado como sendo da categoria “A” pelo Serviço Provincial do Ambiente (SPA)
de Manica (através da Nota no 1027/SPAM/DA/200 datada de 30 de Dezembro de 2021. Sendo assim,
o Projecto está sujeito à realização de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
Na presente fase da AIA, os presentes TdRs, anexos ao EPDA do Projecto reflectem os contributos obtidos
na pesquisa de campo efectuada e são submetidos para aprovação pelo Ministério da Terra e Ambiente
(MTA).
Na etapa seguinte o EIA deverá ser executado com base nos TdRs aprovados, em conformidade com o
estipulado no artigo 11 do Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto
54/2015 de 31 de Dezembro).
Os TdRs constituem, assim, um instrumento de orientação da equipa técnica multidisciplinar de
consultores ambientais no desenvolvimento dos trabalhos inerentes à elaboração do EIA.
O EIA tem como objectivos, os seguintes:
Identificar e avaliar os principais impactos ambientais potenciais (negativos e positivos) do
Projecto nas suas áreas de influência directa e indirecta, tendo em conta as actividades
previstas para as fases de construção, operação e desactivação;
Identificar medidas de gestão ambiental que permitam minimizar os potenciais impactos
negativos do projecto, de modo a assegurar que este possa ser implementado de forma
ambientalmente adequada, ou seja, com o mínimo de interferência negativa sobre suas as
áreas de influência;
Identificar medidas de gestão ambiental que possam conduzir à maximização dos potenciais
impactos positivos do projecto proposto, com o fim de incrementar os benefícios do
empreendimento;
Definir um Plano de Gestão Ambiental (PGA) que sistematize as acções a serem levadas a
cabo durante a implementação do Projecto tendo em vista a sua sustentabilidade ambiental. O
PGA deverá, assim, identificar as responsabilidades, planificação e metodologias para a
concretização dessas acções.
Envolver os principais actores no projecto (partes afectadas e interessadas).
O EIA será realizado em conformidade com a Lei – quadro do Ambiente (Lei 20/97, de 1 de Outubro) e
com o Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (referido Decreto nº 54/2015,
de 31 de Dezembro), orientando-se igualmente pela Directiva Geral para Elaboração de Estudos de
Impacto Ambiental (Diploma Ministerial nº 129/2006).
2 METODOLOGIA DO EIA
O EIA será desenvolvido tendo em conta a Legislação de Moçambicana e as boas práticas e orientações
disponíveis internacionais e o seu conteúdo obedecerá ao disposto no Artigo 11 do Regulamento do
Processo de Avaliação de Impacto Ambiental, tendo igualmente em atenção o disposto na Directiva Geral
para a Elaboração de Estudos do Impacto Ambiental.
O EIA será um documento de natureza técnico-administrativa que tem como finalidade identificar e avaliar
os impactos ambientais associados ao projecto durante as diferentes fases de sua implantação
(construção, operação e desactivação) e propor as medidas de mitigação e programas ambientais
relacionados aos impactos identificados.
A partir do levantamento do meio biofísico e socioeconómico da área de influência do empreendimento,
consubstanciado no Diagnóstico Ambiental, serão qualificados e, quando possível, quantificados todos os
impactos nos meios supracitados, positivos e negativos, decorrentes do projecto em todas as fases de sua
execução do projecto (construção/implantação, operação até a desactivação).
O estudo deverá apontar as acções de monitoria e gestão dos impactos negativos, assim como medidas
de mitigação dos impactos negativos, indicando ainda as alternativas para potenciar os impactos positivos
do projecto. O Estudo Ambiental deverá ser desenvolvido considerando-se as seguintes componentes:
A análise dos impactos ambientais propostos baseia-se nos parâmetros de classificação de impactos
estabelecidos pela Directiva Geral para EIA no País (Diploma Ministerial no. 129/2006, de 19 de Julho),
recorrendo a Metodologia de Listagem de Impactos (Check-List), considerando (i) alternativa “sem
projecto” e (ii) a alternativa com projecto. O método de Check-List é um instrumento prático, fácil de usar
e útil em estudos para identificação de impactos relevantes (Sánchez, 2008; Tomasi, 1993), sendo assim
um dos métodos mais utilizados em AIA em fase inicial (Costa et. al. (2005).
Analisando as duas alternativas constata-se que a alternativa “sem o projecto” implicaria manter o estado
actual das condições ambientais em detrimento dos benefícios esperados do Projecto.
Altamente Provável
Quando a sua ocorrência é quase certa
Regional O impacto ocorre ao nível da região ou província
Na área envolvente O impacto ocorre nos arredores da área do projecto
Extensão
O impacto ocorre em locais de intervenção do
Local
projecto
Impacto verifica-se em um período inferior a 6 (seis)
Curto prazo*
meses
Impacto verifica-se em um período máximo de 10
Médio prazo*
Duração anos
Impacto que se verifica em um período superior a
Longo prazo**
10 anos
Permanente** Impacto que se verifica mesmo após a vida útil
Ocorrem alterações severas no meio ambiente e
Alta
social
Ocorrem alterações relevantes ao meio ambiente e
Média
Intensidade social
Ocorrem alterações menores ao meio ambiente e
Baixa
social
Nula Não ocorrem alterações no meio ambiente e social
A avaliação da significância do impacto é efectuada através de combinação dos diversos critérios acima
anunciados. A escala de significância foi determinada por seis pontos definidos na Tabela abaixo.
Para a predição das medidas de mitigação e/ou de potenciação dos impactos foi necessário analisar o
grau de alcance e dificuldade através da sua eficácia, praticabilidade e custo associado. O grau de
dificuldade de mitigar os impactos varia de muito difícil à facilmente alcançável. As quatro categorias
utilizadas são apresentadas na tabela a seguir.
A viabilidade financeira prática e a potencial eficácia das medidas de mitigação foram levadas em
consideração na decisão sobre o grau adequado de dificuldade de mitigação do impacto.
Para determinar o risco associado a cada impacto foi comparada a significância do impacto com a
dificuldade de sua mitigação, a tabela abaixo apresenta a matriz de riscos associados a cada impacto:
Significância do Impacto
Potencial de Mitigação
Baixa Moderada Alta Muito Alta
Muito difícil Médio risco Maior risco Risco extremo Risco extremo
Difícil Menor risco Médio risco Maior risco Risco extremo
Alcançável Menor risco Menor risco Médio risco Maior risco
Facilmente Alcançável Menor risco Menor risco Menor risco Risco médio
Os impactos que vão de ‘’alta’’ à ‘’muito alta’’ significância e de ‘’difícil’’ a ‘’muito difícil’’ de mitigar são
considerados riscos ambientais ou sociais "extremos" para o projecto. Aqueles impactos que são de menor
significância e mais fáceis de mitigar são classificados como risco ‘’médio’’ ou ‘’menor’’ ou seja, todos
impactos de baixa significância para os quais a mitigação é alcançável à facilmente alcançável. Os
impactos podem ser potencialmente de elevada importância, mas se a mitigação é facilmente alcançável,
são classificados como sendo de risco "médio", conforme descrito abaixo:
Risco Extremo: as medidas de mitigação significativas seriam necessárias para reduzir esses
riscos. Em alguns casos, pode não ser possível reduzir significando que poderiam ser
considerados como sendo fatais;
Risco Maior: estes riscos são de natureza grave, e sem medidas efectivas de mitigação e
seriam principais obstáculos ao projecto. Estes teriam de ser monitorados e geridos, e podem
exigir a utilização de uma opção diferente para alcançar os objectivos do projecto;
Risco Médio: riscos de natureza menos grave, mas ainda importantes, e devem ser reduzidos
para tão baixo quanto possível, em benefício do meio ambiente ou rede social afectado.
Isoladamente esses riscos são geralmente insuficientes para impedir o projecto de prosseguir;
Risco Menor: estes riscos são geralmente aceitáveis para o projecto e o ambiente e a medida
de mitigação é desejável, mas não essencial. As melhores práticas de gestão ambiental
devem ser implementadas para prevenir efeitos cumulativos dos tais impactos.
Meio físico
A caracterização do meio físico será feita com base em dados secundários, complementados com os
levantamentos específicos realizados no campo tendo em conta os seguintes elementos:
Clima e Meteorologia
Descrição do padrão climático local e regional com classificação climática da região, observados os
parâmetros meteorológicos, tais como temperatura, evaporação, insolação, direcção predominante e
velocidade média dos ventos, regime de chuvas, levando-se em consideração a sua sazonalidade.
O estudo deve ser baseado em séries históricas obtidas em estações climatológicas existentes na área de
influência do projecto e em bibliografia especializada.
Qualidade do ar
Para além de se proceder a uma descrição adequada do clima e da qualidade do ar na área de influência
do Projecto, este estudo especializado abordará de forma diferenciada a análise dos impactos expectáveis
nas fases de construção e de exploração, tal como descrito no ponto seguinte.
Caracterização das emissões de poluentes atmosféricos e das fontes de emissão associados
ao funcionamento da Central Hidroeléctrica de Mavuzi II.
Geologia e Geomorfologia
Descrição da geologia e geomorfologia da área de influência do projecto, abordando a fisiografia e
morfologia do terreno, incluindo aspectos de declividade e forma do relevo.
Elaboração de perfis geológicos da área de influência directa do projecto, tendo por base a interpretação
de imagens de satélite, fotografias aéreas e observações de campo.
Elaboração de mapas geomorfológicos da área de influência do empreendimento, com base em mapas
existentes, na interpretação de imagens de satélite, fotografias aéreas e observações de campo, levando
em conta formas de relevo dominantes, a caracterização e classificação das formas de relevo quanto a
sua génese, características dinâmicas do assoreamento e inundações, instabilidade, etc.), caracterização
de declividade.
Análise lito-estrutural, com escala compatível, enfatizando as zonas de falhas, fracturas e atitudes dos
demais elementos estruturais.
Delimitação das formas superficiais, incluindo estimativas de espessura e caracterização macroscópica.
Pedologia
Descrição da pedologia local (formação e tipos de solo) com apresentação de mapa de classificação dos
solos, com escala adequada, com escala baseada nas observações de campo e comparada com as cartas
existentes e com ajuda das interpretações de imagens de satélite e fotografias aéreas.
Recursos hídricos
Para que sejam salvaguardadas as características dos recursos existentes, a necessidade de (i) descrever
a fisionomia local; (ii) caracterizar o sistema hidrográfico e regime hidrológico da área de influência através
de séries históricas de dados, incluindo a localização de postos pluviométricos e fluviométricos; (iii)
caracterizar a pluviosidade e a evapotranspiração, bem como parâmetros hidrológicos da área de
influência; (iv) identificação e mapeamento dos corpos de água presentes na área de influência do projecto,
classificando-os segundo os parâmetros físicos, químicos e biológicos; (v) situação da área directamente
afectada pelo empreendimento em relação aos corpos receptores, com a identificação de eventuais pontos
de lançamento de efluentes industriais e domésticos e águas residuais que deverão merecer algum
tratamento; (vi) caracterizar os principais usos das águas superficiais e subterrâneas, suas demandas
actuais e futuras em termos quantitativos e qualitativos, bem como a análise das disponibilidades frente
as utilizações actuais e projectadas.
Hidrogeologia
Nesta etapa é necessário considerar a (i) área de ocorrência, tipo, geometria, litologia, estruturas
geológicas, propriedades físicas e hidrodinâmicas e outros aspectos do aquífero presente, estabelecendo
a relação das águas subterrâneas com superficiais; (ii) permeabilidade média das camadas saturadas; (iii)
determinação, em cartas hidrogeológicas, das áreas de recarga, circulação e descarga dos aquíferos
existentes.
Meio biótico
O diagnóstico do meio biótico será elaborado com base em estudos existentes, complementados por
levantamentos de campo para identificação das espécies presentes na AID. Será importante avaliar a
vulnerabilidade do meio biótico em relação às actividades propostas e propor formas de preservação.
Caracterização da flora, da fauna e uso da terra da área de influência do projecto, com a descrição dos
tipos de habitats encontrados, sem descurar o estudo do fenómeno de migração de peixes e outras
espécies faunisticas, (i) os tipos de habitats deverão ser mapeados; (ii) devem ser descritos os
procedimentos metodológicos utilizados, caracterizando e localizando em mapas todas as fontes de
informação utilizadas no trabalho; (iii) selecção dos parâmetros bioindicadores da qualidade ambiental
para serem acompanhados pelo Programa de Monitoria Ambiental incluído no PGA.
Meio socioeconómico
A caracterização do meio socioeconómico da área de influência do projecto será feita a partir de dados
secundários levantados em fontes de referência e reconhecidas oficialmente e de recolha de dados
primários, obtidos por meio de inquéritos, contactos com técnicos da administração pública, lideranças
(formais e informais) e secretário do Bairro.
Deverá ser apresentada a caracterização do meio socioeconómico e cultural da área de influência do
projecto, através das informações a seguir apresentadas.
História e dinâmica da ocupação do território e principais processos de transformação;
Dinâmica e distribuição espacial da população, incluindo análise de densidade, evolução e
composição de população, movimentos migratórios e comunidades indígenas e tradicionais
próximas;
Diagnosticar e descrever os usos e culturas das comunidades indígenas identificadas na área
de influência do meio socioeconómico e cultural do projecto com destaque a locais de caça,
pesca, colecta de recursos naturais e de usos ritualísticos;
Apresentação do quadro referencial do nível de vida da população local, considerando
qualidade dos assentamentos humanos, índices de educação, saúde e segurança pública,
características culturais e de lazer significativas, levando em conta programas e projectos
governamentais e privados;
Caracterizar o uso e ocupação do solo na área de influência do projecto, através de
mapeamento e análise, incluindo zoneamento e outros instrumentos normativos, usos urbanos,
principais usos rurais, áreas de valor histórico ou científica, áreas ambientalmente protegidas,
regime de propriedade e padrões estruturais de ocupação e aproveitamento da terra para
diferentes fins;
Caracterização dos principais usos dos recursos hídricos na área do projecto, apresentando a
listagem das utilizações levantadas, suas demandas actuais e futuras;
Caracterização e mapeamento da infra-estrutura regional (sistema rodoviário, energia, redes
de comunicação, água e saneamento), bem como compatibilidade da infra-estrutura existente
face a demanda actual e prevista do projecto;
Caracterização da organização social, cultural e político-institucional (conselhos comunitários,
voluntariado, ONGs que actuam na área, entidades comunitárias, patronais, de trabalhadores
e partidos políticos actuantes, lideranças formais e informais, situações de conflitos,
expectativas, etc;
Caracterização da estrutura produtiva e de serviços, incluindo economia regional e suas
tendências, caracterização da actividade económica, empreendedorismo local, trabalho
informal, índices de desemprego, trabalho infantil, etc.
O prognóstico ambiental constitui-se numa etapa onde, a partir do diagnóstico e dos elementos
constituintes do projecto, se esboçam perspectivas de uma qualidade ambiental futura e se estabelecem
os impactos ambientais.
O juízo ambiental deverá considerar o quadro prospectivo com e sem o projecto, e deverá ser constituído
por um conjunto de cenários futuros, contendo características das fases de planeamento, construção,
operação e encerramento do projecto. O prognóstico deverá contemplar a inserção regional do projecto
considerando, sempre que possível, a proposta ou existência de outros empreendimentos, planos e
programas na sua área de influência.
Com base nas interferências previstas do projecto sobre o meio físico, biótico e socio-económico deverão
ser identificados e avaliados os impactos ambientais positivos e adversos associados, caracterizando-se
os mesmos. Para a realização da avaliação dos impactos ambientais do projecto deverá ser utilizada a
metodologia estabelecida pela directiva sobre EIA no país. Uma vez identificados os impactos ambientais
deverão se proceder a análise e avaliação desses impactos considerando suas sinergias, de forma a
subsidiar as acções de controlo, mitigação e compensação adequadas.
b) De Médio prazo: (1 a 5 anos) refere-se aos impactos que se manifestam durante este
período de tempo.
c) De Longo prazo: os impactos ambientais e sociais têm efeitos durante este período de
tempo, podendo ou não terminar mesmo quando cessar a actividade;
d) Permanente: o impacto da actividade prolonga-se mesmo depois de terminar a
actividade.
Intensidade: este parâmetro avalia geralmente a magnitude com que os impactos infligem as
normas e regulamentos, atingem populações e processos sociais e afectam a acção dos
processos ambientais. Neste âmbito, a intensidade será classificada em:
a) Baixa: o impacto ocorre sem afectar o funcionamento dos processos naturais e
socioculturais;
b) Média: o impacte altera o funcionamento dos processos naturais, sociais ou culturais
de forma temporária; e
c) Alta: o impacto altera o funcionamento dos processos naturais, culturais ou sociais de
forma duradoura ou definitiva.
Significância: refere-se a importância natural ou social sobre o meio ambiente afectado
através de adopção de critérios tecnicamente fundamentados, objectivos e determináveis
através da síntese dos parâmetros, assim como aspectos anteriores (extensão, duração,
intensidade e probabilidade) e será classificada como:
a) Baixa: os impactos produzem efeitos não substanciais e provavelmente com
mudanças reais muito reduzidas e/ou não muito importantes. Os impactos ambientais
são geralmente de curto prazo sobre o ambiente social e/ou natural;
b) Média: são impactos que resultam em mudanças geralmente importantes e reais mas
não substanciais, cujos efeitos são facilmente mitigáveis ou potenciáveis. Os efeitos
são geralmente de médio prazo sobre o ambiente receptor;
c) Alta: são impactes ambientais cujos efeitos são de difícil contenção, qualquer que
seja o grau de mitigação. Esses impactos resultarão em efeitos de longo prazo,
produzindo mudanças importantes sobre o ambiente social e/ou natural. São
impactos bastante sérios sob ponto de vista da sociedade humana.
O carácter dos impactos ambientais do projecto será ainda classificado em positivo ou negativo.
Impacto positivo: melhoria da situação existente em relação ao estado de um determinado
recurso ou população e a sua satisfação sentida/previsíveis derivados do projecto em apreço;
e
Impacto negativo: quando a afectação de recursos de importância ou grau considerável decorre
de forma irreversível. Outrossim, significa violação sistemática de uma norma imperativa como,
por exemplo, perda de uso de recursos naturais pelos locais em consequência da concretização
de um projecto determinado.
As Consultas Públicas não devem ser consideradas como uma acção isolada, mas como parte integrante
da avaliação de impacto ambiental, devendo contribuir para subsidiar o exercício da identificação e
discussão das consequências da actividade proposta sobre o ambiente natural e socioeconómico da sua
área de influência. As Consultas Públicas deverão ser planificadas com antecedência, assegurando que
sejam identificadas todas as PI&As e que a informação prévia seja disseminada a tempo.
As reuniões de consulta Pública para apresentação e discussão da versão preliminar do EPDA serão
realizadas nos locais propostos na tabela abaixo em datas ainda por anunciar, a partir das 10 horas.
Cronograma das reuniões de consulta pública
Com vista a garantir o cumprimento das medidas de prevenção da Covid-19 o consultor garantirá o
cumprimento das medidas de controlo sanitário, respeitando o distanciamento social de pelo menos 1,5
m. Garantindo também que os participantes entrem no local usando máscaras e providenciando álcool-gel
e/ou sistema de balde com torneira para desinfecção e/ou lavagem das mãos com água e sabão. Podendo
igualmente, na medida do Possível, a medição de temperatura.
Para efeitos da realização da 1a Reunião de Consulta Pública será elaborado um documento para
discussão, redigido de forma simples, clara e acessível, apresentando as principais características do
projecto e uma síntese dos estudos que serão realizados, de modo a informar as PI&As e possibilitar o
seu efectivo envolvimento durante o processo. O mesmo será feito na 2 a Reunião de Consulta Pública
para apresentação da Versão preliminar do REIA.
A realização das reuniões será divulgada através de cartas formais dirigidas as PI&As e anúncios
publicados no Jornal Notícias e rádios comunitárias, com quinze (15) dias de antecedência, constando na
convocação, informações sobre contactos e sobre a disponibilização do documento de informação do
projecto. Na fase do EIA a divulgação da 2a Reunião de Consulta Pública obedecerá os mesmos
procedimentos.
Lista de presenças;
Apresentações utilizadas;
Fichas de Avaliação preenchidas pelo plenário.
Conclusões e Recomendações;
Anexos.
Programas Ambientais
Deverão ser propostos programas integrados para a monitoria ambiental, a partir do Prognóstico
Ambiental, com o objectivo de acompanhar a evolução da qualidade ambiental e permitir a adopção de
medidas complementares de controlo.
Essas medidas devem contemplar eventuais melhorias nas acções de controlo do projecto, acções de
mitigação dos impactos adversos, acções de valorização dos impactos benéficos, e a compensação dos
impactos não mitigáveis. Tais acções incluem planos de monitoria que deverão ser expressas em nível
específico.
A apresentação dos Programas Ambientais deverá descrever a justificação, objectivo, metas, indicadores
ambientais, metodologia, actividades, instituições envolvidas e quando exigível, atendimento a requisitos
legais para sua efectiva implantação.
Para além das medidas de mitigação, o PGA incluirá ainda alguns programas de gestão ambiental para
facilitar a implementação das referidas medidas de mitigação, tais como:
Programa de Gestão de Recursos Hídricos;
Programa de Gestão da Qualidade do Ar;
Programa de Gestão de Solos;
Programa de Controlo de Ruído e Vibrações;
Programa de gestão de Efluentes industriais;
Programa de Gestão da Fauna e Flora;
Programa de Gestão de Resíduos Sólidos;
Programa de Educação Ambiental e Comunicação Social;
Plano de Acção para Emergência.