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BIOLOGIA
5 min de leitura
Por Richard Gunderman, professor de Medicina, Artes Liberais e Filantropia na Universidade de Indiana,
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04 Jan 2020 - 14h50 | Atualizado em 04 Jan 2020 - 14h50
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Poucos tópicos levantam tanto interesse e controvérsias quanto o sexo. Isso é bem
pouco surpreendente. A continuação da espécie depende dele — se seres humanos
parassem de fazer sexo, em pouco tempo não haveriam mais seres humanos. A cultura
popular transborda com sexo, do cinema à publicidade até, isso mesmo, a política. E,
para muita gente, o sexo representa uma das formas mais íntimas de conexão humana.
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Sexo e corpo
Alfred Kinsey (1894-1956) foi um biólogo de insetos cuja preocupação com a
“ignorância generalizada sobre a estrutura sexual e fisiologia” o levaram a se tornar
talvez a primeira grande figura no estudo do sexo. Os Relatórios Kinsey, publicados
em 1948 e 1953, apresentaram uma taxonomia altamente estatística de preferências e
práticas sexuais. Embora tenha tirado todo erotismo do sexo, os livros chegaram a
vender cerca de 750 mil cópias.
O clima intelectual para os estudos de Kinsey sobre o sexo foram fortemente moldados
pelos trabalhos de Sigmund Freud (1856-1939). Médico e fundador da psicanálise,
Freud criou um modelo da psique humana que colocou a libido ou SEX DRIVE em seu
centro. Ele postulou que as vidas sociais e psicológicas são fortemente moldadas por
suas tensões com as convenções de comportamentos civilizados. De acordo com
Freud, o fracasso ao tentar resolver tais tensões poderia se manifestar em uma
variedade de doenças mentais e físicas.
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O palco para a psicanálise, por sua vez, foi montado por Charles Darwin (1809-1882).
Em “Seleção em Relação ao Sexo" (1871), Darwin argumentou que seres humanos
são animais, comparando as diferenças de corpo e comportamento de machos e
fêmeas com as observadas em espécies como a dos pavões, e enfatizando a
capacidade de escolha das fêmeas e competição direta entre os machos. Do ponto de
vista de Darwin, e mais tarde o de Freud, até algumas das armadilhas mais sofisticadas
da civilização humana refletem imperativos biológicos básicos. O assunto de atração
não heterossexual requer uma análise diferente.
Sexo e a psique
O escritor Leo Tolstoy (1828-1910) apresenta um entendimento mais amplamente
humanístico sobre o propósito do sexo. Em “Anna Karenina”, frequentemente
considerada uma das maiores novelas de todos os tempos, o sexo é a fundação da
família. Personagens que tratam sexo como uma aventura sem relação com a família
acabam mal, enquanto aqueles que se dedicaram À felicidade da família terminam bem.
Na visão de Tolstoy, as alegrias aparentemente mundanas da vida familiar, possíveis
graças ao sexo, constituem as alegrias mais verdadeiras acessíveis aos seres
humanos.
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SAIBA MAIS
Considere a descrição de Tolstoy da vida de uma mãe devota, Dolly, perturbada pela
doença de seus filhos:
“Embora fosse difícil para a mãe suportar o terror da doença, as doenças por si só, e os
sinais de propensões malignas em seus filhos — seus filhos estavam até agora
pagando-a pelos sofrimentos em pequenas alegrias . Essas alegrias eram tão pequenas
que passavam despercebidas, como ouro na areia, e em momentos ruins ela não
conseguia ver nada além da dor, nada a não ser areia; mas havia bons momentos
também, quando ela via nada além da alegria, nada a não ser ouro.”
No primeiro livro de “Anna Karenina”, dois homens discutem as teorias sobre amor no
diálogo de Platão (428-348 a.C.), “O Simpósio”. Um de seus personagens, o poeta
cômico Aristófanes, baseia o sexo no nosso desejo por plenitude. Aristófanes conta a
história de criaturas que eram plenas, mas por causa do orgulho foram cortadas em
dois, dando origem aos seres humanos, que agora vagueiam pela terra buscando
plenitude em suas outras metades. Para Aristófanes, o sexo representa acima de tudo
um desejo por plenitude.
Sexo e o espírito
Augustine de Hippo (354-430), um Santo no Catolicismo, também subordina o sexo a
outros propósitos na vida humana. Como um jovem adulto, Augustine aproveitou os
prazeres da vida sexual, e tinha até uma concubina que deu a ele um filho. Mais tarde,
em suas “Confissões”, ele descreveu a si mesmo como um antigo escravo para seus
impulsos sexuais. Ele reconheceu que tais impulsos poderiam encontrar uma expressão
apropriada no casamento e na família, mas considerava suas preocupações com o sexo
perigosas, porque as preveniram de orientar sua vida em torno de seu propósito, Deus.
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(Foto: Pexels)
Em uma era na qual sexo e religião são frequentemente retratados como antagonistas,
pode ser um pouco difícil compreender a visão de alguns rabinos que a Canção das
Canções representa o Divino dos Divinos, capturando a corrente do amor divino e a
restauração da harmonia entre Deus e a criação, Da mesma forma, intérpretes
Cristãos frequentemente leram a Canção das Canções como uma analogia do amor
entre Deus e o homem, na qual ambos exigem em total acordo. Em ambas as tradições,
o sexo é visto como um símbolo terrestre de união maior.
Sexo e a saúde
Hoje, nós médicos tomamos como certo que sexo e saúde estão conectados. Infecções
sexualmente transmissíveis como gonorreia, clamídia e HIV/AIDS, imunização contra o
vírus do papiloma humano (HPV), e as implicações de saúde de uma gravidez são
corretamente consideradas tópicos essenciais em educação sexual. Do mesmo modo,
há interesse crescente nos benefícios do sexo para a saúde — sexo como um
exercício bom para o coração, intimidade como uma forma de liberar a tensão, e os
benefícios do sexo para as funções imunes e senso geral de saúde.
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Mesmo assim, biólogos, psicólogos e teólogos do sexo nos convidam a pensar mais
profundamente sobre os propósitos do sexo. De um ponto de vista biológico, o sexo
permite que cada ser humano participe na perpetuação da espécie, entrelaçando cada
geração com seus antepassados e descendentes. Psicologicamente falando, o sexo
nos aproxima de um jeito que 1+1=3, transformando-nos em co-criadores. E,
espiritualmente, o sexo serve como uma metáfora rica para a união de coisas
mundanas com as de propósito mais elevados.
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