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Cântico dos Cânticos e as labaredas vindas de Yah

O projeto Reavivados por Sua Palavra (#rpsp, no


Twitter) chegou ao livro Cântico dos Cânticos, “a mais
bela das canções de Salomão” (1:1, NTLH). O projeto,
desenvolvido pela Igreja Adventista em nível mundial,
incentiva a leitura de um capítulo da Bíblia por dia,
entre 2012 e 2015.

“Não podemos empreender a leitura de Cântico dos


Cânticos sem antes compreender duas coisas.
Primeira: o livro contém requintados poemas de amor.
Segunda: os poemas são de conteúdo explicitamente
sexual. [...] Alguns eliminariam o sexo ao falar de
amor, supondo que o estão tornando mais santo.
Outros, quando pensam em sexo, não consideram o amor.” Em um mundo que parece se especializar
no sexo sem amor, Deus reservou um livro inteiro da Sua Palavra para tratar de amor e sexo (além de
muitos outros textos ao longo da Bíblia). Cântico dos Cânticos retrata o amor como “as labaredas
[vindas] de Yah [abreviação de Yahweh, o nome próprio de Deus]” (8:6, tradução literal).

Esse poema bíblico “é uma testemunha convincente de que homens e mulheres foram criados física,
emocional e espiritualmente para viver em amor. [...] Apesar de nossas sórdidas falhas em amar,
vemos aqui a razão de sermos criados, [vemos] que Deus planejou o êxtase e a satisfação para nós,
celebrados na poesia de Cântico dos Cânticos”.

O livro provavelmente foi “escrito por ocasião de um casamento real. A poesia romântica era comum
em todo o Oriente Médio, mas em outros países [fora de Israel] geralmente incluía referência a
deuses e deusas da fertilidade. A infidelidade e o ciúme eram temas comuns. Em contraste, Cântico
dos Cânticos celebra o amor fiel - nem mesmo chega a insinuar que o sexo em orgias tivesse lugar na
adoração a Deus” (A Mensagem: Bíblia em linguagem contemporânea [São Paulo: Editora Vida: 2011],
p. 919).

“No Cântico dos Cânticos, retornamos ao Jardim do Éden. O poema descreve o ideal paradisíaco para
o amor sexual humano, mesmo após o surgimento do pecado. Ele possui as seguintes ênfases: (1) a
sexualidade foi criada por Deus; (2) a sexualidade é monogâmica e heterossexual; (3) há plena
igualdade entre os companheiros na relação de amor; (4) a sexualidade é holística, na qual os
amantes necessitam um do outro para serem completos, e o amor deles envolve todo o ser (não
apenas o aspecto físico); (5) o amor sexual constitui uma relação exclusiva, permanente e íntima; (6)
a sexualidade existe primariamente por causa do amor, não para a procriação; e (7) a sexualidade é
uma dádiva sadia e alegre concedida por Deus” (Andrews Study Bible [Berrien Springs, MI: Andrews
University Press, 2010], p. 847).

Alguns comentários sobre o trecho lido hoje e que será lido amanhã no Reavivados por Sua Palavra:
• Cântico 3:6-4:15 descreve a cerimônia de casamento, com o Elogio ao Noivo (3:6-11) e o Elogio à
Noiva (4:1-15).

• Em 4:16-5:1, chegamos ao centro exato do livro. É o auge de todo o poema e se refere ao ato
sexual, a consumação do casamento. Cântico dos Cânticos é um livro perfeitamente simétrico: há 111
linhas poéticas (ou 60 versículos) antes de 4:16, e 111 linhas (ou 60 versículos) depois de 5:1.

• A aliança do casamento é solenizada no fim de 5:1, quando a Voz Onisciente concede Sua
aprovação ao casal.

O estudo adventista sobre o Cântico dos Cânticos progrediu muito nas últimas décadas. O Comentário
Bíblico Adventista, produzido na década de 1950, continha apenas 16 páginas sobre o livro. O
material, de autoria de Leon L. Caviness, ia pouco além de apresentar informações sobre plantas,
locais e outras palavras obscuras para o leitor atual (Seventh-day Adventist Bible Commentary
[Washington, DC: Review and Herald, 1954], v. 3, p. 1.109-1.124).

Já em 2007, Richard M. Davidson, professor de Antigo Testamento na Andrews University (EUA),


publicou o livro Flame of Yahweh: A Theology of Sexuality in the Old Testament[Labaredas de
Yahweh: uma teologia da sexualidade no Antigo Testamento] (Peabody, MA: Hendrickson, 2007). Essa
obra, que contém 880 páginas, já foi resenhada por dezenas de estudiosos (cristãos, judeus e não
religiosos), e é considerada a pesquisa mais importante já desenvolvida sobre a sexualidade no Antigo
Testamento. Obviamente, o Cântico dos Cânticos ocupa lugar de destaque: quase 100 páginas são
dedicadas ao seu estudo (p. 545-632).

Sexualidade precoce
A revista IstoÉ [da semana passada] trata dos riscos do sexo precoce. A
reportagem faz uma discussão ampla, incluindo os perigos da erotização
de crianças e adolescentes na era da internet. O principal gancho da
reportagem é um vídeo erótico com crianças, que foi veiculado na
internet. O vídeo provocou um escândalo na pequena cidade gaúcha de
Ibirubá. Uma menina de onze anos e um garoto de 14, com ajuda de um
coleguinha, produziram um vídeo de sexo explícito. O que era pra ser uma
brincadeira, vazou pela internet e causou um estrago nas famílias dos
envolvidos. Com a reportagem, a revista IstoÉ procurou alertar os pais e
educadores sobre os riscos da sexualidade precoce. (...)

Os pais, quase sempre, têm enorme dificuldade para tratar dos temas envolvendo a sexualidade. Por
isso, são surpreendidos quando descobrem que os filhos já têm vida sexual ativa. E ficam ainda mais
assustados e desorientados quando aparece uma notícia de gravidez.

Por mais que muitos pais queiram negar, a garotada inicia cada vez mais precocemente a vida sexual.
Os dados mais recentes do Ministério da Saúde apontam que, entre os meninos, 47% dos menores de
15 anos já tiveram a primeira experiência. Isso significa quase metade deles. Já o índice de meninas
é de 33%. 
Isso acontece por várias razões. A mídia é uma delas. Vivemos uma cultura extremamente erotizada.
Por conta dos desenhos, filmes, novelas, jogos e revistas para adolescentes, nossos filhos acabam
tendo uma visão distorcida do sexo. Isso desperta neles o desejo sexual. E contra a natureza, nem
sempre argumentos são eficientes. 

A internet também facilita o acesso das crianças a conteúdos proibidos. A reportagem daIstoÉ cita
que essa menor de onze anos aprendeu com filmes pornôs disponíveis na internet e aparece fazendo
na sequência de cenas do vídeo caseiro. 

Além disso, há pais que estimulam os filhos à sexualidade. Tem pai que ainda faz uso de ditados
baixos como aquele: “Prendam suas cabras, pois o meu bode está solto.” Esses homens acham bonito
o filho ter fama de namorador, de “pegador”. Também existem mães que ficam orgulhosas de ver as
meninas vestidas e maquiadas como moças, mesmo quando elas ainda têm apenas onze ou doze
anos. 

Sabe, amigo, o contexto social colabora para a sexualidade precoce. E, por parte da sociedade, não é
possível esperar mudanças. É utopia acreditar que voltaremos ao mundo da inocência. Entretanto,
ainda é possível evitar surpresas desagradáveis. Mas isso depende muito dos pais. 

E quando falo do comportamento ativo dos pais, não estou sugerindo um clima de aquartelamento
em casa, com proibições absurdas, regras fora de contexto e punições exageradas. Falo da
necessidade de confiança, capacidade de dialogar. Mas dialogar não é só fazer discurso, é
fundamentalmente ouvir os filhos. E, hoje, os pais precisam estar ligados às novas tecnologias.
Monitorar o que os adolescentes fazem na internet, o que falam no MSN, o que publicam no Orkut é
necessidade básica. Pais alheios a essas tecnologias certamente ficam de fora da vida dos filhos.
Quase sempre são facilmente enrolados pela garotada. E, detalhe, essa ignorância nas tecnologias é
muitas vezes a porta de entrada dos filhos para uma vida sexual precoce. 

(Ronaldo Nezo, Fato Pensado)

Os exemplos que vêm dos games


Se a liberdade sexual ainda é um tema incompreendido por grande
parte da sociedade – basta ler as acusações entre candidatos sobre o
casamento entre indivíduos do mesmo sexo – nos games a regra é o
“liberô geral”, pelos menos na cabeça das equipes de
desenvolvimento. Apesar das tentativas de produzir games com
personalidades heterogêneas, as ideias “avançadas” nem sempre eram
bem aceitas e a censura comia solta, no bom sentido. Pensando nesses
personagens que deixaram os videogames coloridos como um arco-íris,
o MSN Jogos preparou uma galeria que “abalou o Bangu” e resolveu
“sair do armário”: 

Armário 1: Birdo | Primeira Aparição: Super Mario Bros. 2 -Não se engane apesar da cor rosa e do
lacinho na cabeça, Birdo é um transexual. E a notícia de suas escolhas de vida diferenciada se
espalhou pelo Reino dos Cogumelos como água do mar após tsunami. Resultado: o pobre bicho foi
obrigado a esconder sua real sexualidade e dar uma de mulher. [...]
Armário 2: Ash | Primeira Aparição: Streets of Rage III –  Enquanto a Nintendo representava os
“valores familiares”, colocando entre os critérios para licenciar um game para o seu sistema a
sexualidade, a Sega era “terra de ninguém”. Os jogos sempre chegavam com sangue, violência e
temas polêmicos sem muitas restrições. A coisa mudou com o chefão Ash, do “Streets of Rage III”,
um marombado ao estilo Village People. Para o jogo chegar aos EUA sem polêmicas, o bofe foi
retirado da fase! Porém, existem soluções pra tudo e ele ainda pode ser acessado por cheat.

Armário 3: Poison | Primeira aparição: Final Fight –  Se em outros casos, os personagens
desapareceram ou foram modificados para não causar polêmicas quanto à sexualidade, o caso da
Poison é exatamente o oposto. Para evitar problemas na receptividade do público americano, os
produtores de “Final Fight” disseram que a personagem se tratava de um travesti. Pensaram eles que
assim tudo ficaria bem e ninguém os processaria por “incentivar a violência contra as mulheres”. O
tiro saiu pela culatra e a Nintendo considerou inaceitável ter uma Poison transexual na conversão do
game...

Armário 4: Rain Qin | Primeira aparição: Fear Effect 2 Retro Helix –  Em 2001 os games já estavam
mais maduros, abordando histórias mais ardilosas e permitindo ao jogador fumar um cigarrinho no
controle de Solid Snake. Outro game, “Fear Factory 2”, colocou no palco uma protagonista
declaradamente lésbica: Rain Qin. Para deixar as coisas mais enigmáticas, a relação da personagem
com a outra protagonista, Hana Tsu Vachel, mexe com a imaginação de muitos jogadores...

Armário 5: Beijo de Persephone em Niobe | Primeira (e única) aparição: Enter the Matrix -  Em
uma cena do game “Enter the Matrix” a protagonista Niobe (Jada Pinkett-Smith) precisa passar por
Persephone (Monica Bellucci) para prosseguir. As condições: que Niobe a beijasse como se fosse a
pessoa amada. Após uma primeira tentativa enojada, a parceira de Ghost (Anthony Wong) beija a
Persephone novamente! Para quem viu a trilogia, vai se lembrar de uma cena parecidíssima com o
Neo (Keanu Reeves).

Armário 6: Gay Tony | Primeira aparição: Episodes of Liberty City: The Ballad of Gay Tony
- Empreendedor das noites de Liberty City, Anthony Price é poderoso e tem pulso firme para os
negócios. Como seu apelido sugere, é gay assumido. Esta talvez tenha sido uma das aparições mais
brilhantes de personagens homossexuais em games. A sexualidade de Tony simplesmente serve como
pano de fundo, enquanto o personagem tem valores e características marcantes, que independem de
suas escolhas pessoais. Tudo a favor de um mundo heterogêneo nos games. [...]

(MSN)

Nota: Segundo o site Folha.com, “o Pot Farm (fazenda de maconha, em tradução livre), cujo número
de usuários ativos ultrapassa 1,8 milhão, permite que o usuário crie um avatar e plante a erva livre e
virtualmente. [...] O usuário começa o ‘negócio’ em uma área aberta e, gradativamente, vai
adquirindo e barganhando objetos - e, é claro, maconha. À medida que vai progredindo no jogo, o
espaço virtual da ‘fazenda’ vira algo similar a uma comunidade hippie, com adereços e plantas
geralmente vinculados a esse estilo de vida. [...]
Padres gays, orgias e filhos clandestinos
“Os dois acompanhantes lhe homenageiam, espremendo-o no meio, em um
sanduíche. Envolvem-no em uma dança muito sensual. Esfregam-se,
rodeiam, esmagam-se, abrem a sua camisa, o acariciam, tocam nele. Dirty
dancing a três em uma variação homossexual. O grupo olha para eles de
cima a baixo. Apreciam. Aplaudem. Incitam. Assobiam. Cutucam. O francês
[no meio dos acompanhantes] é um padre. Poucos dias antes havia
celebrado a missa da manhã na basílica de São Pedro. No Vaticano.” A cena
é de uma festa em Roma, uma entre as muitas nas quais padres, bispos e
cardeais exercem a sexualidade que as regras da sua própria Igreja Católica
restringem e condenam, de acordo com a descrição feita pelo jornalista
italiano Carmelo Abbate em seu novo livro, Sex and the Vatican - Viaggio segreto nel regno dei
casti (em tradução livre, Sexo e o Vaticano - Viagem secreta no reino dos castos).

O fenômeno da sexualidade na Igreja Católica, segundo o autor, é gigantesco e complexo. Fazem


parte desse mundo os padres gays que optam por uma vida dupla; os sacerdotes que se relacionam
com mulheres clandestinamente; e mesmo os filhos desses relacionamentos, que são abortados,
escondidos ou privados de um pai pela vida inteira, para que se evite escândalos. “Entre os
sacerdotes que não respeitam a castidade, há muitos que têm uma verdadeira vida paralela, uma
companhia fixa com a qual não apenas fazem sexo, mas com quem vivem uma vida escondida, como
marido e mulher”, afirmou Abbate, em uma entrevista exclusiva ao UOL Notícias.

O jornalista conta que a investigação, nascida de uma reportagem publicada na revista italiana
Panorama, terminou como um extenso mergulho nesse mundo, munido de uma câmera escondida
para garantir “provas sobre aquilo que iria contar”. E apesar de ter seu foco em Roma, Abbate
garante que o cenário que ele descreve não está restrito ao núcleo do Vaticano. “Da Alemanha à
França, da Espanha à Irlanda, da Suíça à Áustria, da Polônia à África, da América Latina aos Estados
Unidos e ao Canadá. Acontece a mesma coisa em toda parte do mundo”, afirma.

Procurada pela reportagem, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disse que não tinha
conhecimento do livro e por isso não poderia comentar os temas citados. Acompanhe abaixo os
principais trechos da entrevista.

Em seu livro, o senhor denuncia vários casos de padres que têm uma vida religiosa tradicional ao
mesmo tempo em que também exercem sua sexualidade. Como o senhor fez a investigação para
chegar a essas histórias? Qual era o seu objetivo em publicar o livro?

Realizei a reportagem com uma câmera escondida, isso com o objetivo de ter provas sobre aquilo
que iria contar. O objetivo do meu trabalho é trazer à tona a vida escondida de grande parte do clero
católico, como padres que têm uma vida sexual secreta, tanto homossexuais quanto heterossexuais.
Há padres que têm uma companhia fixa e até mesmo filhos. E me choca especialmente a atitude da
alta hierarquia eclesiástica, o comportamento dos bispos, quando tomam conhecimento das relações
secretas dos religiosos, as tentativas de convencer as mulheres a abortarem, dar o filho para adoção,
os contratos que garantem o sustento e compram o silêncio das mães com relação à identidade dos
pais dessas crianças.

O senhor diz que o Vaticano conhece a questão dos padres gays e mesmo dos abortos. Quais são
as verdadeiras dimensões do fenômeno?

Coletar dados para dimensionar o fenômeno é uma tarefa difícil. Difícil porque, como é óbvio, não há
estudos e tabelas oficiais, é preciso se contentar com estimativas parciais, que não têm a pretensão
de trazer a verdade científica, mas que podem ajudar a entender quão grande é o terreno sobre o
qual caminhamos. As tentativas mais articuladas vêm dos Estados Unidos. Segundo vários estudos do
psiquiatra Richard Sipe, ex-monge beneditino e ex-sacerdote, 25% dos padres americanos tiveram
relações com mulheres depois da ordenação. Outros 20% estiveram envolvidos em relações
homossexuais ou se identificam como homossexuais ou se sentiram em conflito com essa questão.

No Brasil, o Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris) realizou uma pesquisa
anônima com 758 padres católicos: 41% admitiram ter tido relações sexuais. Metade se diz contrária
ao celibato.

Vamos à Europa. Eugene Drewermann, escritor, crítico, teólogo e ex-padre, afirma que na Alemanha,
em um total de 18 mil sacerdotes, pelo menos seis mil vivem com uma mulher.

O jornal The Guardian fala de milhares de casos de filhos de padres católicos no Reino Unido.


Segundo Pat Buckley, bispo irlandês que fundou um grupo de apoio para amantes de padres, pelo
menos 500 mulheres na Irlanda têm uma relação com um padre católico.

E na Itália? Nada de nada. Ninguém nunca tentou esboçar qualquer levantamento. E tente entrar em
contato com os psiquiatras que acompanham os casos mais difíceis de padres envolvidos
em affaires sexuais. Evitam você como se fosse a peste.

Então seria possível afirmar que esse é um fenômeno presente no mundo inteiro?

Da Alemanha à França, da Espanha à Irlanda, da Suíça à Áustria, da Polônia à África, da América


Latina aos Estados Unidos e ao Canadá. Acontece a mesma coisa em toda parte do mundo, não só em
Roma e nas vizinhanças do Vaticano.

O seu livro conta de padres que procuram espaços para expressar a sexualidade, seja em bares,
seja na internet, com perfis secretos no Facebook nos quais assumem a homossexualidade, mas
que ao mesmo tempo não desejam abandonar a vida religiosa. Depois de tudo que o senhor
conheceu, como vê exigência do celibato?

O celibato não funciona, é óbvio. Nunca funcionou. O sexo é onipresente. Estão envolvidos nesses
casos não só padres, mas bispos e cardeais. A cultura do sigilo que permeia a Igreja existe há
milênios, ditada pelos eclesiásticos. Os eclesiásticos são um círculo restrito que controla toda a
igreja e detém todo o poder, e o poder exige um nível de sigilo. O resto do mundo que fique na
ignorância.

O Vaticano nega os casos? Como reage a Igreja?

Para o Vaticano, o centro do problema é o escândalo, não o pecado individual. Porque o escândalo
vai além da questão individual e alcança a instituição, alimenta uma série de dúvidas fortes sobre
quem é envolvido. O escândalo coloca o problema de uma Igreja que mantém a seu serviço aqueles
que não cumprem com sua missão universal, aqueles que traem essa missão. Em resumo, o escândalo
afugenta os fiéis da Igreja.

Durante o tempo em que estive envolvido com essa questão, entendi uma coisa: a Igreja não quer
problemas. O respeito aos pobres fiéis ingênuos, salvo raríssimas exceções, é fator secundário. Muito
diligente nas declarações de princípio, muito hipócrita nas questões práticas: esta é hierarquia
vaticana. Esta é a Igreja de Roma. Seu primeiro mandamento é salvaguardar sua espécie, uma
espécie a caminho da extinção.

(UOL Notícias)

Nota: Existe, sim, o dom do celibato e alguns personagens bíblicos foram celibatários. Mas é um erro
querer impor esse estilo de vida a todas as pessoas, indiscriminadamente. A Bíblia recomenda que os
líderes espirituais tenham uma esposa e lhe sejam fieis (o próprio Pedro, suposto “primeiro papa”,
era casado). Logo na criação do mundo, antes de trazer a mulher à existência, Deus disse: “Não é
bom que o homem esteja só” (Gn 2:18). Esse é o pleno de Deus. Fugir disso por conve

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