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Sociedade Missionária Internacional dos adventistas do Sétimo dia

Movimento de Reforma –Quelimane

Departamento de Jovens

Liçáo 1, Sábado, 21 de janeiro de 2024

UM JOVEM, UM DISCÍPULO

POR: Bento C. Mucoiue

Hino padrão: 321

UM JOVEM, UM DISCIPULO BENTO C. MUCOIUE


Introdução e etimologia

A palavra discípulo deriva do latim discípulus, sendo que no primeiro século depois de Cristo,
transmitia a ideia de aluno ou aprendiz. Essa palavra está estreitamente relacionada à ideia de
“disciplina”. Ela implica na exigência de que se renuncie a tudo. A raiz verbal desse vocábulo
vem do latim discere, que traduzido significa ensinar.

Nas Sagradas Escrituras a ideia de discípulo aparece no Antigo Testamento. No primeiro Livro
das Crônicas 25.8 podemos ler: “Deitaram sortes para designar os deveres, tanto do pequeno
como do grande, tanto do mestre como do discípulo”. Essa passagem refere-se aos alunos da
escola de música do templo de Jerusalém. O termo hebraico ali utilizado é talmyd, que tem sua
raiz na palavra lamad, e pode ser traduzido por aprender ou ensinar. No judaísmo do pós-exílio,
o discípulo (talmyd), que escolhe subordinar-se a um rabino segue-o em todo lugar aprendendo
dele, e, sobretudo servindo a ele. A obrigação do aluno para servir é uma parte essencial da
aprendizagem da Torá, e a capacidade de praticá-la em toda e qualquer situação.

Ainda no Antigo Testamento a palavra discípulo aparece no livro do profeta Isaías 8.16:
“Resguarda o testemunho, sela a lei no coração dos meus discípulos”. Esse profeta usa o termo
“discípulos” para se referir àqueles que eram ensinados ou instruídos. Dessa vez a palavra usada
é limmud, que pode ser traduzida por ensinado, instruído ou discipulado e também é derivada da
palavra lamad. A Septuaginta (LXX), versão modelar do Antigo Testamento em língua grega,
verteu para mathetés, que traduz o mesmo significado de aluno, aprendiz, pupilo, discípulo.

Essa era a palavra favorita de Jesus Cristo para aqueles que tiveram suas vidas ligadas
entranhadamente com a dele. No Novo Testamento, as palavras que tem vínculo com o
discipulado se aplicam, mormente aos seguidores de Jesus e descrevem a vida de fé.

Temos ainda o termo Akolouthéo (“seguir”); este indica a ação de um homem que responde ao
chamado de Jesus, e cuja vida recebe novas diretrizes em obediência. No grego clássico, esse
vocábulo se forma de keleuthos, “um caminho”. Significa “ir para algum lugar com outra
pessoa”, “acompanhar”, “ir atrás de alguém”, “seguir”.

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Já o vocábulo mathetés (“discípulo”) refere-se a alguém que ouve a chamada de Jesus e se torna
seu seguidor. Mimeomai (“imitar”) pode se distinguir disto, na medida em que enfatiza
principalmente a natureza de um tipo específico de comportamento, modelado em outra pessoa.9

As circunstâncias em que cada um foi chamado

Nem todos foram chamados em iguais circunstancias. Entre os discípulos, uma foram chamados
a beira mar com a profissão de pescadores (Pedro e André), outro na alfândega, como recoletor
de impostos (Mateus), um se oferecera a si mesmo como discípulos (Judas Iscariotes), etc.
Atualmente, os discípulos igualmente são chamados em circunstâncias e de lugares diversos. Uns
foram chamados na escola, outros na estrada e ainda outros em hospitais.

Importanta ainda referir que esses discípulos, tanto da antiguidade como os da atualidade não
possuem a mesma idade. Essas diferenças são necessários para o avanço da obra de Deus e
também são motivos de muita perturbação entre os discípulos. Uns se acham melhores e outros
se inferiorizam por não possuírem as mesmas habilidades ou talentos que os demais. Há quem
até inveje a circunstância que que seu outra irmão foi chamado. Isso não é necessário. Assim diz
a Palavra inspirada:

Diz o apóstolo: “Irmãos, cada um fique diante de Deus no estado em que foi chamado.” 1
Coríntios 7:24. O comerciante pode dirigir os seus negócios de modo a glorificar seu Senhor
por sua fidelidade. Se é fiel seguidor de Cristo, levará sua religião para tudo que faz, revelando
aos homens o espírito de Cristo. O operário pode ser diligente e fiel representante dAquele que
labutava em trabalhos humildes, entre as montanhas da Galiléia. Todo que adota o nome de
Cristo deve trabalhar de tal modo que os outros, vendo suas boas obras, sejam levados a
glorificar seu Criador e Redentor.

Muitos se têm escusado de pôr os seus dons ao serviço de Cristo, pelo motivo de haver outros
que possuem dons e vantagens superiores. Tem prevalecido a opinião de que só dos possuidores
de talentos especiais requer Deus que consagrem suas habilidades ao Seu serviço. Têm muitos a
idéia de que os talentos só são concedidos a uma classe privilegiada, com exclusão das outras,
os quais, naturalmente, não são convidados a participar nem dos trabalhos nem das
recompensas. Não é isto, porém, o que se acha representado na parábola. Quando o dono da
casa chamou seus servos, deu a cada um a sua obra. Caminho a Cristo pag. 82.
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Deus toma os homens tais como são, com os elementos humanos de seu caráter, e os prepara
para Seu serviço, caso queiram ser disciplinados e dEle aprender. Não são escolhidos por
serem perfeitos, mas apesar de suas imperfeições, para que, pelo conhecimento e observância
da verdade, mediante a graça de Cristo, se possam transformar à Sua imagem. O Desejado de
Todas as Nações, pag. 201.

Os discípulos de Jesus diferiam e diferem largamente em hábitos e disposição

Todos os discípulos tinham sérias falhas de caráter quando Jesus os chamou ao Seu serviço. O
próprio João, que chegou a ter mais íntimo convívio com o Manso e Humilde, não era de si
mesmo dócil e submisso. Ele e seu irmão foram chamados “filhos do trovão”. Marcos 3:17.
Durante o tempo em que viveram com Jesus, todo menosprezo a Ele mostrado lhes despertava a
indignação e a combatividade. Mau gênio, vingança, espírito de crítica, tudo se encontrava no
discípulo amado. Era orgulhoso e ambicioso de ser o primeiro no reino de Deus.

Mas dia a dia, em contraste com seu próprio espírito violento, contemplava a ternura e
longanimidade de Jesus, e aprendia-Lhe as lições de humildade e paciência. Abriu o coração à
divina influência, e tornou-se, não somente ouvinte, mas cumpridor das palavras do Mestre. O
próprio eu escondeu-se em Cristo. Aprendeu a levar o jugo de Jesus, a suportar-Lhe o fardo. O
Desejado de Todas as Nações, pag. 202.

Os apóstolos diferiam largamente em hábitos e disposição. Havia o publicano Levi Mateus e o


ardente zelote Simão, o intransigente inimigo da autoridade romana; o generoso e impulsivo
Pedro, e Judas, de vil espírito; Tomé, leal, se bem que tímido e temeroso; Filipe, tardio de
coração e inclinado à dúvida, e os ambiciosos e francos filhos de Zebedeu, com seus irmãos.

Estes foram reunidos, com suas diferentes faltas, todos com herdadas e cultivadas tendências
para o mal; mas, em Cristo e por meio dEle, deviam fazer parte da família de Deus, aprendendo
a tornar-se um na fé, na doutrina, no espírito. Teriam suas provas, suas ofensas mútuas, suas
divergências de opinião; mas enquanto Cristo habitasse no coração, não poderia haver
discórdia. Seu amor levaria ao amor de uns pelos outros; as lições do Mestre conduziriam à
harmonização de todas as diferenças, pondo os discípulos em unidade, até que fossem de um
mesmo espírito, de um mesmo parecer. Cristo é o grande centro, e eles se deveriam aproximar

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uns dos outros exatamente na proporção em que se aproximassem do centro. O Desejado de
Todas as Nações, pag. 202.

Aquele que chamou os pescadores da Galiléia, chama ainda homens ao Seu serviço. E está tão
disposto a manifestar por nosso intermédio o Seu poder, como por meio dos primeiros
discípulos. Imperfeitos e pecadores como possamos ser, o Senhor estende-nos o oferecimento da
comunhão com Ele, do aprendizado com Cristo. Convida-nos a colocar-nos sob as instruções
divinas, para que, unindo-nos a Cristo, possamos realizar as obras de Deus.

Características do verdadeiro discipulado

Tornar-se discípulo de Cristo é negar o próprio eu e seguir a Jesus tanto nas más como nas
boas circunstâncias. ... Toda acariciada condescendência que prejudica nossa vida religiosa
precisa ser eliminada. ... O galardão da vida eterna é de infinito valor. Faremos esforços e
sacrifícios proporcionais ao valor do objetivo a ser alcançado? Maranata, pag. 70.

Hoje, muitos há que não compreendem o verdadeiro sentido de chamar-se: “discípulo de Jesus”.
Se contentam com alguma coisa superficial que não tem nada ver com o rear sentido dessa frase.
Ora vejamos: O Mestre Jesus disse: Não é o servo maior do que o seu SENHOR. João 15.20,
querendo simplesmente dizer que:

O verdadeiro discípulo de Cristo esforçar-se-á por imitar Seu exemplo. Cogitará em fazer a
vontade de Deus na Terra como é feita no Céu. Testemunho para Igreja, vol.5, pag. 613.

Essa será a meta do verdadeiro discípulo, esforcar-se por imitar o exemplo do Seu Mestre.
Vejamos então as características do verdadeiro discipulado. Só assim saberemos se realmente
merecemos ser chamados de discípulos de Jesus ou não.

1. Abnegação

A pena inspirada diz: “É o servo maior do que o seu Senhor”? João 15:20. Há de o Redentor
do mundo praticar abnegação e sacrifício em nosso favor, e os membros do corpo de Cristo
entregarem-se à complacência consigo mesmos? A abnegação é condição essencial do
discipulado.-Testemunho para Igreja, vol.3, pag. 387.

Mas, oque realmente significa ABNEGAÇÃO?

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Segundo o dicionário online de português, a palavra abnegação deriva do latim
"abnegatio,onis", que significa recusa, negação.

A fonte ainda acrescenta: Ação contrária ao egoísmo; desapego completo de suas próprias
vontades em função de uma outra pessoa, causa ou ideologia; altruísmo.

[Religião] Renúncia da própria vontade ou dos desejos pessoais e naturais por princípios
religiosos; indiferença ao que não está relacionado com Deus. Ação de abnegar, de desistir de
alguma coisa; renúncia.

Assim, percebemos que o verdadeiro discípulo não é egoísta, isto é: não finge seguir a Jesus
enquanto satisfaz os seus próprios interesses.

“Se alguém quer vir após Mim’ — disse Cristo, — ‘a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua
cruz e siga-Me.’ Lucas 9.23. Esta é a prova do discipulado. Se os membros da igreja fossem
praticantes da Palavra, como solenemente se comprometeram a ser quando receberam o
batismo, eles amariam os irmãos e estariam constantemente procurando a unidade e harmonia
[...] — Este Dia com Deus, p. 373.

“Alguns há que estão buscando, sempre buscando a boa pérola. Mas não fazem uma renúncia
completa de seus maus hábitos. Não morrem para o próprio eu, para que Cristo neles viva. Por
isso não encontram a preciosa pérola. Não venceram suas ambições profanas e amor aos
atrativos mundanos. Não tomam a cruz, para seguir a Cristo na vereda da abnegação e
sacrifício do próprio eu. Nunca sabem o que é ter paz e harmonia na alma; pois sem a entrega
completa não há descanso, não há alegria. Quase cristãos, mas não cristãos integrais, parecem
perto do reino dos Céus, mas nele não entram. Quase salvo, mas não completamente, significa
estar não quase, mas completamente perdido.” Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 399,400.

Abnegação, quão poucos a praticam, mesmo se dizendo discípulos de Jesus! A pena inspirada
ainda acrescenta:

Cristo exige tudo. Caso Ele exigisse menos, Seu sacrifício teria sido demasiado precioso,
demasiado grande para nos levar a tal nível. Nossa santa fé clama por separação. Não nos
devemos conformar com o mundo, nem com professos crentes mortos, sem coração.
“Transformai-vos pela renovação do vosso entendimento.” Romanos 12:2.
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Este é o caminho da renúncia. E quando pensarem que ele é demasiado estreito, que há
demasiada abnegação neste caminho estreito; quando disserem: Quão duro é renunciar a tudo,
dirijam a si mesmos a pergunta: Que renunciou Cristo por mim? Isto ofusca tudo quanto
possamos chamar de abnegação. Contemplem-nO no jardim, suando grandes gotas de sangue.
Um solitário anjo é enviado do Céu para fortalecer o Filho de Deus. Sigam-nO à sala do
julgamento, enquanto é ridicularizado, escarnecido e insultado por aquela turba enfurecida.
Contemplem-nO vestido com o velho manto real de púrpura. Ouçam os gracejos vulgares e a
zombaria cruel. Vejam-nos a colocarem naquela nobre fronte a coroa de espinhos, batendo-Lhe
depois com a cana, fazendo com que os espinhos se Lhe enterrem nas fontes, e o sangue a correr
daquela fronte santa. Ouçam aquela turba assassina clamando ansiosamente pelo sangue do
Filho de Deus. Ele é entregue em suas mãos, e conduzem dali o nobre Sofredor, pálido, fraco,
desfalecido, ao lugar de Sua crucifixão. É estendido no madeiro, e os cravos são-Lhe enterrados
nas tenras mãos e pés. Contemplem-nO pendurado na cruz durante aquelas horríveis horas de
agonia, a ponto de os anjos cobrirem o rosto para ocultá-lo da horrorosa cena, e o Sol esconder
sua luz, recusando-se a contemplá-la. Pensem nessas coisas, e então perguntem: É o caminho
demasiado estreito? Não, não. Testemunhos para Igreja, vol.1, p. 240.

Em uma vida dividida, indiferente, vocês encontrarão dúvidas e obscuridade. Não poderão fruir
as consolações da religião, nem a paz que o mundo oferece. Não se assentem na cadeira de
descanso de Satanás, do pouco-fazer, mas ergam-se, e mirem à elevada norma que é privilégio
seu atingir. Bendito é o privilégio de renunciar a tudo por Cristo.

Não olhem a vida de outros nem os imitem, sem se elevar mais acima. Vocês só têm um único
Modelo verdadeiro, infalível. Só é seguro seguir a Jesus. Decidam que, se outros procedem
segundo o princípio da indolência espiritual, vocês os deixarão, e marcharão adiante, rumo a
um elevado caráter cristão. Formem um caráter para o Céu. Não durmam em seu posto. Lidem
fiel e sinceramente com a própria vida. Testemunhos para Igreja, vol.1, pp. 240, 241.

Com os textos acima, eu ouso dizer que a abnegação e a base do discipulado. É por meio dela
que podemos identificar quem são os verdadeiros discípulos de Jesus aqui na Terra, pois pelos
frustos os conhecereis, disse o Grande Mestre. Vamos a outra característica.

2. Não demora em atender a ordem do Mestre


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Hoje, as pessoas estão se tornando surdas por tanta ignorância. São chamadas e não respondem.
Se respondem, se demoram a ir ao encontro a pessoa que as chamou. E se vão, ouvem as
instruções, o fazem com a atenção virada noutra coisa (ao celular), e não na pessoa que as
comunica. Confirmam que ouviram as instruções, mas não a cumprem. E se cumprem, deve ser
por algo em troca. Isso é simplesmente um absurdo. O pior é que tal mal se está alastrando até
entre os que se dizem “discípulos de Jesus”.

Ora, oque a Bíblia e o testemunho dizem sobre a prontidão ao mando do Mestre? Vejamos
algumas passagens:

Quando andavam pelo caminho, alguém disse a Jesus: “Eu o seguirei aonde quer que vá”. Jesus
respondeu: “As raposas têm tocas onde morar e as aves têm ninhos, mas o Filho do Homem não
tem sequer um lugar para recostar a cabeça”.E a outra pessoa ele disse: “Siga-me”. O homem,
porém, respondeu: “Senhor, deixe-me primeiro sepultar meu pai”.Jesus respondeu: “Deixe que
os mortos sepultem seus próprios mortos. Você, porém, deve ir e anunciar o reino de
Deus”.Outro, ainda, disse: “Senhor, eu o seguirei, mas deixe que antes me despeça de minha
família”.Mas Jesus lhe disse: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o
reino de Deus”. — Lucas 9.57–62

Temos aqui 3 situação bem delicadas e diferentes: na primeira temos alguém se oferecendo para
ser seguidor de Jesus. Na segunda, temos o Mestre convidando alguém a ser seu discípulo e o
convidado aceita contudo sob uma condição e na terceira temos ainda um auto-convinte
condicional. Vamos analisar cada uma delas.

Primeiro Caso

Quando andavam pelo caminho, alguém disse a Jesus: “Eu o seguirei aonde quer que vá”.
Jesus respondeu: “As raposas têm tocas onde morar e as aves têm ninhos, mas o Filho do
Homem não tem sequer um lugar para recostar a cabeça”. Lucas 9.57,58.

Nesta situação, vemos alguém que conhecia aparentemente o seu Mestre e por isso Lhe faz a
promessa de segui-Lo “aonde quer que fosse”. É como se esse discípulo soubesse muito bem que
perto de Jesus, não há fome, nem calor e nenhum desconforto. Mas vemos, pela resposta do
Mestre, que esse pedido era simplesmente interesseiro. Que diz a pena inspirada a respeito?

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“Enquanto Jesus estava preparando os discípulos para sua ordenação, um que não fora
chamado se esforçou para ser contado entre eles. Foi Judas Iscariotes, que professava ser
seguidor de Cristo. Adiantou-se então, solicitando um lugar nesse círculo mais íntimo de
discípulos. Com grande veemência e aparente sinceridade, declarou: ‘Senhor, seguir-Te-ei para
onde quer que fores.’ Jesus nem o repeliu, nem o acolheu com mostras de agrado, mas proferiu
apenas as tristes palavras: ‘As raposas têm covis, e as aves do céu ninhos, mas o Filho do
homem não tem onde reclinar a cabeça.’ Mateus 8.19, 20. Judas acreditava que Jesus fosse o
Messias; e, ao unir-se aos discípulos, esperava assegurar para si alta posição no novo reino.
Essa esperança quis Jesus tirar com a declaração de Sua pobreza.” O Desejado de Todas as
Nações, p. 200.

Lição 1: Se quiserer se ingressar ao discipulado, faça-o, mas sem esperar nada em troca.

Segundo Caso

E a outra pessoa Ele disse: “Siga-me”. O homem, porém, respondeu: “Senhor, deixe-me
primeiro sepultar meu pai”. Jesus respondeu: “Deixe que os mortos sepultem seus próprios
mortos. Você, porém, deve ir e anunciar o reino de Deus”. Lucas 9.59–60

Aqui, o Mestre faz um especial convite a alguém a se tornar seu discípulo. O convidado aceita,
porém sob uma condição: “ir enterra seu pai”.

Hoje, temos desculpas piores que essas. Atualmente o Mestre ouve: “Eu te seguirei, mas deixe-
me primeiro ir terminar àquele jogo, àquela novela ou série”. E ainda Ele ouve: “eu farei o que
Senhor me mandou, mas primeiro deixe-me terminar com os meus estudos e alcançar a
independência financeira. Depois disso, eu serei o seu melhor discípulo.”

A inspiração nos admoesta da seguinte maneira: “Pontualidade e decisão na obra e causa de


Deus são muito necessárias. Atrasos são virtualmente defeitos. Os minutos são áureos e devem
ser aproveitados da melhor das maneiras. Relações terrenas e interesses pessoais devem sempre
ser secundários. Nunca deve a causa de Deus ser levada a sofrer em qualquer particular por
causa de nossos amigos terrestres ou os mais queridos parentes.” Mente, Caráter e
Personalidade, volume 2, p. 598.
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“Nenhum laço terreno, nenhuma consideração terrena, devia pesar um só momento na balança
contra o dever à causa e obra de Deus. Jesus cortou Sua ligação com todas as coisas para
salvar um mundo perdido, e Ele requer de nós consagração plena e total. Há sacrifícios a serem
feitos pelos interesses da causa de Deus. O sacrifício do sentimento é o mais incisivo que é
requerido de nós; mas afinal é um sacrifício pequeno.” Testemunhos Para a Igreja vol. 3, p.
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“Ao tempo em que as almas estão no ponto de decidir pró ou contra a verdade, não consintais,
eu vos rogo, em ser afastado de vosso campo de labor. Não o abandoneis ao inimigo, eu diria,
ainda que alguém esteja morto em vossa casa. Cristo disse: ‘Segue-Me; e deixa aos mortos o
enterrar os seus mortos.’ Se tão-somente pudésseis ver a importância da obra segundo ela me
foi apresentada, seria sacudida para longe a paralisia de que muitos estão possuí-dos, e haveria
uma ressurreição e reavivamento mediante Jesus Cristo. ...

“Caso assumamos firmemente nossa posição como obreiros de Deus, dizendo: ‘O Senhor nos
deu uma mensagem, e não podemos ser fiéis atalaias a menos que estejamos em nosso posto de
dever; levaremos a obra avante através de todos os perigos’, então verificaremos que anjos de
Deus ministrarão à nossa família no lar, e dirão ao inimigo: ‘Para trás.’” Evangelismo, p. 655.

Deus nos diz em Sua Palavra: Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus
e aquilo que Deus quer, e Ele lhes dará todas essas coisas. Mateus 6.33 | NTLH.

Lição 2: Quando o Mestre te chamar e mandar, vá sem pensar duas vezes.

Terceiro Caso

Outro, ainda, disse: “Senhor, eu o seguirei, mas deixe que antes me despeça de minha
família”.Mas Jesus lhe disse: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o
reino de Deus”.— Lucas 9.61, 62.

Neste caso, uma terceira pessoa se disponibiliza ser igualmente Seu discípulo, porém com apenas
uma condição: “Se despedir da família“. Casos como esses são mais comuns atualmente que
naquele tempo. Hoje ouvimos: “Jesus, eu vou te seguir, mas antes tenho que saber se meus pais
irão me permitir” Ainda escutamos: Vou seguir Jesus, mas tenho que consultar antes meu

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marido, minha esposa, namorada/o. Infelizmente, muitos que decidiram se despedir dos seus
familiares para depois seguir Jesus, nunca mais voltaram a segui-Lo. Porquê?

Respondo: Foram simplesmente impedidos com ameaça de que se tornassem essa decisão, o laço
familiar seria rompido e outros (jovens) ouviram que: “se você tomar essa decisão, nunca mais
me chame de pai, mãe, tio ou primo. Esse teu Jesus irá pagar os teus estudos e você vai morar
nessa tua igreja.”

Mas amados, é a opinião das pessoas que nos rodeiam mais importante que a ordem de Deus?

O Mestre, conhecendo o quão poderoso é o laço familiar nos advertiu dizendo:

“Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim não é digno de mim; e quem ama seu filho ou
sua filha mais que a mim não é digno de mim. —Mateus 10.37 | Nova Versão Transformadora

Vocês pensam que vim trazer paz à terra? Não! Eu vim causar divisão! De agora em diante,
numa mesma casa cinco pessoas estarão divididas: três contra duas e duas contra três.“O pai
ficará contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra
contra a nora e a nora contra a sogra”. —Lucas 12.51-53 | Nova Versão Transformadora

Seus inimigos estarão em sua própria casa’. Mateus 10.36 | Nova Versão Transformadora

“O Senhor requer uma lealdade tão suprema, individual e compacta, de modo que a mais
sagrada das relações a ela se submeta. ‘E outro disse: Casei, e portanto não posso ir.’ Lucas
14.20.” Living by Principle, pp. 26,27. (Traduzido).

“As súplicas da afeição e do amor, o desejo de amizades não o levarão a desviar-se da verdade
e do dever; não abrirá mão do dever por causa da inclinação.” Mensagens aos Jovens, p. 437

“Nenhum laço terreno, nenhuma consideração terrena, devia pesar um só momento na balança
contra o dever à causa e obra de Deus.” Testemunhos Para a Igreja, vol. 3, p. 500

Lição 3: Não deixe que as opiniõe dos outros ti impeçam de seguir a Jesus.

Lição 4: Não deixe que o relacionamento familiar, marital ou as amizades afetem o teu
relacionamento com o Mestre.

O exemplo de Paulo
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Entre os pregadores da igreja primitiva, nenhum é mais destacado como Paulo. Este, apesar de
ser sério pregador da Palavra, ele tinha ocupações seculares. Lemos em atos dos apóstolos que:
e, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas.
Atos 18.3

Como é que Paulo conseguiu ter tanto êxito na pregação do evangelho ao mesmo tempo em que
era fazedor de tendas como meio de autosustento? Ele mesmo nos responde nas suas cartas:

Não, irmãos, não a alcancei, mas concentro todos os meus esforços nisto: esquecendo-me do
passado e olhando para o que está adiante, prossigo para o final da corrida, a fim de receber o
prêmio celestial para o qual Deus nos chama em Cristo Jesus. — Filipenses 3.13

Suporte comigo o sofrimento, como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado se deixa
envolver em assuntos da vida civil, pois se o fizesse não poderia agradar o oficial que o
alistou.O atleta não conquista o prêmio se não seguir as regras. II Timóteo Cap. 2.35 | Nova
Versão Transformadora

A pena inspirada acrescenta:

Paulo fazia muitas coisas. Era professor sábio. Suas muitas cartas estão repletas de instrutivas
lições, expondo princípios corretos. Trabalhava com as mãos, pois era fazedor de tendas, e
desta maneira ganhava seu pão de cada dia. Sentia pesada responsabilidade pelas igrejas.
Esforçava-se muito fervorosamente para apresentar aos membros os seus erros, a fim de que os
pudessem corrigir, e não fossem enganados e desviados de Deus.

Estava sempre procurando ajudá-los em suas dificuldades; e no entanto declara: ‘Uma coisa
faço.’ Filipenses 3.13. ... Muitas eram as responsabilidades de sua vida, no entanto sempre
tinha presente essa ‘uma coisa.’ A constante intuição da presença de Deus constrangia-o a
manter os olhos fitos em Jesus, Autor e Consumador de sua fé.” Cuidado de Deus, p. 213.

O teu exemplo

Em Mateus 28.19, 20 lemos:Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em


nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos
tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.

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O Mestre disse ainda: Vocês se lembram do que eu lhes disse: ‘O escravo não é maior que o seu
senhor’?... E, se obedeceram à Minha palavra, também obedecerão à sua. João 15.20 | Nova
Versão Transformadora

Eis a santa comissão. O maior Mestre que o mundo já conheceu, dando poder e autoridade de os
seus discípulos fazerem discípulos. Por meio destas palavras, o Senhor quer fazer-nos enteder
que as pessoas, antes de seguirem a Ele, seguirão primeiramente a nós como seus discípulos e
isso é indiscutível, pois fomos feitos ministros de Cristo e cartas vivas e um espetáculo tanto para
os anjos como para os homens.

A irmã White comenta: Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário.
Aquele que bebe da água viva, faz-se fonte de vida. O depositário torna-se doador. A graça de
Cristo no coração é uma vertente no deserto, fluindo para refrigério de todos, e tornando os que
estão quase a perecer, ansiosos de beber da água da vida. O Desejado de Todas as Nações, p.
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É importante nos questionarmos: Sou eu um verdadeiro discípulo de Cristo? Qual é o poder da


minha influência na vidas dos que me rodeiam? Para onde estou levando as almas? Estou eu
refrigerando os outros com as águas que recebi? Tenho eu um cheiro de vida para vida ou de
morte para morte?

Irmãos jovens, consideremos o que a nossa irmã Ellen nos diz: Sua influência pode ser tal que
contamine outros e venha a ser a causa da ruína dos que poderiam ter levado a Cristo. Podem
desviá-los de Cristo, da justiça, da santidade e do Céu. No juízo, os perdidos podem apontar
para vocês, dizendo: “Se não fosse sua influência, eu não teria tropeçado e zombado da
religião. Ele tinha luz, conhecia o caminho para o Céu. Eu era ignorante e fui de olhos
vendados no caminho da destruição.” Oh, que resposta podemos dar a semelhante acusação?
Quão importante é que cada um considere para onde está guiando as pessoas! Estamos à vista
do mundo eterno, e quão diligentemente devemos calcular o custo de nossa influência. Não
devemos deixar a eternidade fora de nosso cálculo, mas acostumar-nos a perguntar
continuamente a nós mesmos: Será este procedimento agradável a Deus? Qual será a influência
de meu ato sobre a mente dos que tiveram muito menos luz e evidências quanto ao que é justo?
Mensagens aos Jovens, p. 31
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Assim, é importante nos mantermos vigilantes de modo a não escandalizarmos nenhum dos
pequeninos do nosso Mestre.

Apelo final

Ainda estamos no princípio do ano. O departamento da juventude desafiate, ó jovem irmã(o) a te


tornares um exemplo digno de ser imitado, uma carta viva cuja leitura atrairá almas para o
Mestre. Te desafiamos ainda, que até ao final deste ano possas conseguir firmar na verdade
presente pelo menos duas almas. Se conseguires levar mais que isso amém. Que a Graça e a paz
do nosso Mestre Jesus esteja com todos vós. Amém.

Perguntas para Meditar

1. Depois de ler as três respostas que Jesus deu àqueles chamados a ser discípulos, que clara
diferença existe entre o conceito humano de discipulado e o de Jesus?

2. Portanto, o que devemos fazer?

3. De acordo com Jesus, necessitamos simplesmente mudar nossas idéias ou colocar nossa
mão no arado e dedicar-nos à sua obra?

4. Se estivesse no lugar dos discípulos, teria aceitado de boa vontade o convite de Jesus?

5. Estaria disposto e confiante a abandonar o lago, as redes e a profissão para ser um de


Seus discípulos?

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Referencias bibliograficas

1. https://faculdadecristadecuritiba.com.br/2020/10/09/discipulado-segundo-jesus/

2. (https://googleweblight.com/i?u=https%3A%2F%2Fwww.dicio.com.br%2Fabnegacao
%2F&s=1&geid=NSTNR)

3. Lição da escola sabatina, II semestre, 2018

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