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Plano Diretor de Guarujá - SP https://www.leismunicipais.com.

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Versão consolidada, com alterações até o dia 08/12/2014

LEI COMPLEMENTAR Nº 156/2013.

INSTITUI O PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE GUARUJÁ E DÁ


OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

MARIA ANTONIETA DE BRITO, Prefeita Municipal de Guarujá, faço saber que a Câmara Municipal
decretou em Sessão Extraordinária, realizada no dia 17 de dezembro de 2013, e eu sanciono e
promulgo o seguinte:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Em atendimento ao disposto na Constituição da República Federativa do Brasil (artigo 182, §


Art. 1º

1º), no Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/2001 - Capítulos II e III) e na Lei Orgânica do Município
de Guarujá, fica aprovado, nos termos desta Lei Complementar, o Plano Diretor do Município de
Guarujá.

Art. 2º O Plano Diretor, abrangendo a totalidade do território municipal, a ilha de Santo Amaro,

constitui-se no instrumento básico da política de desenvolvimento urbano do Município de Guarujá e


parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes
orçamentárias e o orçamento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas.

O Plano Diretor instituído por esta Lei Complementar deverá, a contar de sua publicação, ser
Art. 3º

revisto no máximo a cada 10 (dez) anos, estando seus planos e instrumentos sujeitos a avaliação em
até 5 (cinco) anos.

TÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS

Art. 4º São princípios condutores da política urbana:

I - a função social da Cidade;

II - a função social da propriedade;

III - a eqüidade;

IV - o desenvolvimento sutentável da Cidade;

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V - a gestão democrática e participativa.

A função social da Cidade será cumprida quando atender às diretrizes da política urbana
Art. 5º

estabelecidas na Constituição Federal de 1988, na Constituição do Estado de São Paulo, na Lei


Orgânica do Município de Guarujá e no Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/2001), compreendendo
os direitos à terra urbana, à moradia digna, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, aos
serviços públicos, ao transporte coletivo, à mobilidade urbana, ao trabalho, à cultura e ao lazer.

Art. 6º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de

ordenação da cidade expressas neste Plano Diretor, respeitando as diretrizes e os objetivos nele
previstos e assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à
justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas.

Parágrafo Único - Caberá ao Poder Público fiscalizar o cumprimento da função social da propriedade.

Art. 7ºO princípio da eqüidade será cumprido quando as diferenças entre as pessoas e os grupos
sociais forem respeitadas e, na implementação da política urbana, as disposições legais forem
interpretadas e aplicadas de forma a reduzir as desigualdades socioeconômicas no uso e na ocupação
do solo deste Município.

Art. 8º Sustentabilidade urbana é o desenvolvimento local socialmente justo, ambientalmente

equilibrado e economicamente viável, visando garantir qualidade de vida para a presente e as futuras
gerações, por meio de políticas setoriais urbanas que incorporem essas dimensões de forma integrada
e harmônica, respeitando as diferenças sociais e culturais da população.

A gestão da política urbana será feita de forma democrática, incorporando a participação dos
Art. 9º

diferentes segmentos da sociedade em sua formulação, execução e acompanhamento.

CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS

Art. 10 Os objetivos gerais fixados para a política urbana do Município são os seguintes:

I - promover o desenvolvimento econômico do Município e o uso socialmente justo e ambientalmente


equilibrado de seu território, de modo a assegurar o bem-estar de seus habitantes da presente e das
futuras gerações;

II - valorizar e incentivar o turismo, promovendo os planos e os projetos voltados para esse segmento;

III - consolidar e ampliar as atividades portuárias e retroportuárias e a operação do aeroporto


metropolitano, em áreas e localizações apropriadas para cada atividade e, ainda, compatibilizando o
uso e a ocupação do solo no seu entorno;

IV - associar o planejamento e a execução das políticas públicas locais às regionais por intermédio da
cooperação e da articulação com os demais Municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista e
da Macrometrópole Paulistana, contribuindo para a gestão integrada e para o desenvolvimento dos
projetos de interesse regional;

V - aumentar a eficiência econômica da Cidade, de forma a ampliar os benefícios sociais e reduzir os


custos operacionais para os setores público e privado, inclusive por meio do aperfeiçoamento
administrativo do setor público;

VI - garantir o direito à moradia digna, ampliando a oferta de áreas para a habitação de interesse social

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com qualidade e promovendo a urbanização e a regularização fundiária das áreas ocupadas por
população de baixa renda;

VII - elevar a qualidade de vida da população pelo desenvolvimento de políticas de saneamento


ambiental, infra-estrutura, serviços públicos de qualidade, equipamentos sociais e espaços verdes e de
lazer qualificados a serem distribuídos eqüitativamente;

VIII - elevar a qualidade do ambiente urbano com a preservação, proteção e recuperação dos
ambientes natural e construído, por meio do efetivo monitoramento e controle ambiental;

IX - garantir a justa distribuição dos benefícios e dos ônus decorrentes do processo de urbanização,
recuperando e transferindo para a coletividade a valorização imobiliária decorrente da ação do Poder
Público;

X - promover a inclusão social, reduzindo as desigualdades por meio de políticas públicas sustentáveis
e afirmativas nas diretrizes dos planos e projetos setoriais, de interesse coletivo;

XI - regular o uso, ocupação e parcelamento do solo urbano considerando-se as características


naturais e paisagísticas, além da capacidade de suporte do meio físico e da infra-estrutura instalada,
evitando sua sobrecarga ou ociosidade e efeitos negativos sobre o meio ambiente;

XII - controlar ou promover o adensamento construtivo de acordo com as condições de infra-estrutura


de cada área;

XIII - consolidar um sistema de centralidades nos bairros do Município com a ampliação da infra-
estrutura e a dinamização de serviços e cultura;

XIV - manter e aperfeiçoar um sistema de informações geo-referenciadas, com dados sobre as


diferentes utilizações da terra urbana, seu parcelamento e tipologias construtivas, assim como da
parcela do território municipal não ocupado, para subsidiar a gestão do uso e ocupação do solo;

XV - combater a especulação imobiliária da qual resulte a subutilização ou não utilização de imóveis


urbanos;

XVI - proteger e valorizar o patrimônio histórico, artístico, urbanístico e paisagístico, contribuindo para a
preservação e a difusão da memória e da identidade da Cidade;

XVII - estimular parcerias entre os setores público e privado, locais, regionais, nacionais e
internacionais, em projetos de urbanização, ampliação e transformação de espaços públicos, quando
for de interesse público e subordinado à função social da Cidade;

XVIII - incrementar as funções econômicas e sociais da Cidade;

XIX - melhorar a qualidade e a eficácia dos elementos de identificação dos logradouros e a orientação
para sua acessibilidade por veículos, pedestres e bicicletas;

XX - facilitar o acesso de todos os cidadãos a qualquer ponto do território municipal, por intermédio da
rede viária e do sistema de transporte coletivo;

XXI - criar mecanismos democráticos no planejamento e na gestão da Cidade;

XXII - rever, consolidar e adequar a legislação municipal vigente aos preceitos definidos no Plano
Diretor instituído por esta Lei Complementar.

Parágrafo Único - Com base nos objetivos gerais fixados neste artigo para a política urbana do

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Município, serão especificadas, particularizadas e implementadas, por meio de normas específicas, as


diretrizes das políticas setoriais relacionadas no Título III e outras que venham a ser implementadas
pelo Poder Público Municipal.

TÍTULO III
DAS POLÍTICAS SETORIAIS

CAPÍTULO I
DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

Art. 11 São diretrizes da política de desenvolvimento econômico e social:

I - estimular o desenvolvimento econômico local endógeno associado aos interesses de


desenvolvimento da Baixada Santista e do País;

II - incentivar as iniciativas e as oportunidades de investimentos públicos e privados, inclusive por meio


de parcerias e convênios com órgãos e instituições nacionais e internacionais, das quais resultem a
ampliação dos setores econômicos locais, a melhoria da infra-estrutura da Cidade e a dinamização da
sua cadeia produtiva;

III - aproveitar o potencial de áreas disponíveis para implantar e desenvolver atividades econômicas,
incluindo-se a ampliação das atividades portuárias, retroportuárias e industriais, a instalação do
aeroporto metropolitano da Baixada Santista e o desenvolvimento das áreas de entorno;

IV - estimular o associativismo, o empreendedorismo e a formação de redes de cooperação


empresarial de micro e pequenas empresas como alternativas para a geração de trabalho e renda;

V - valorizar e preservar os recursos naturais e paisagísticos, bem como assegurar a suficiência no


abastecimento de energia e água para consumo nos meses de alta temporada, como ações para
aumentar os atrativos para o turismo e o lazer;

VI - incentivar e qualificar a pesca, o artesanato e as demais atividades geradoras de renda para as


comunidades tradicionais caiçaras;

VII - fortalecer as atividades comerciais, de qualquer porte e segmento, e os serviços de apoio à


produção em geral, qualificando as áreas onde houver concentração das mesmas e buscando a
participação dos agentes envolvidos;

VIII - fortalecer a indústria de construção civil, relacionando-a com o adequado uso do solo urbano e da
infra-estrutura instalada;

IX - combater a exclusão e as desigualdades sociais, adotando políticas públicas que promovam e


ampliem a melhoria da qualidade de vida dos seus munícipes.

X - incentivar e qualificar a agricultura, a avicultura, a pecuária, a pesca, o artesanato e as atividades


geradoras de renda para as comunidades tradicionais caiçaras.

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA DE TURISMO

Art. 12 Constituem diretrizes da política de turismo do Município:

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I - elaborar e implementar planos, projetos e programas destinados a criar e a incentivar a melhoria da


infra-estrutura do turismo, o aproveitamento sustentável do potencial paisagístico da ilha de Santo
Amaro, incentivando a consolidação de diversas modalidades, como o turismo de negócios, de
eventos, histórico-cultural e gastronômico, além de prever a inclusão de importantes segmentos como
a terceira idade;

II - elaborar estudos e implementar políticas que visem à redução dos impactos da sazonalidade sobre
a atividade turística, bem como a otimizar a ocupação de imóveis de segunda residência, de modo a
projetar o crescimento dos fluxos turísticos durante o ano e do tempo de permanência do turista no
Município;

III - construir infra-estrutura de apoio às atividades produtivas nas áreas de interesse turístico, em
especial na orla marítima, adequando o mobiliário urbano, quiosques e demais equipamentos à
necessidade de desocupação da faixa de areia e de uso racional do espaço físico de calçadões e
áreas de circulação de pessoas, respeitando a legislação, em particular a relativa à matéria ambiental;

IV - implementar formas de articulação regional para o desenvolvimento de atividades turísticas;

V - executar programas de sensibilização, conscientização e capacitação de recursos humanos,


visando à melhoria da qualidade dos serviços turísticos;

VI - executar ações que visem à formatação de produtos turísticos, bem como sua promoção e apoio à
comercialização;

VII - manter serviços de informações ao turista;

VIII - consolidar a política municipal de turismo por meio da elaboração de um Plano Gestor de Turismo
do Município pelo Conselho Municipal de Turismo.

Parágrafo Único - O Poder Público municipal poderá implementar ações, políticas públicas ou
equipamentos turísticos por meio de convênios celebrados com empresas públicas ou privadas e
instituições.

CAPÍTULO III
DA POLÍTICA DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL

Art. 13 São diretrizes da política de proteção ao patrimônio histórico e cultural do Município:

I - proteger e recuperar o patrimônio natural e cultural;

II - revitalizar e divulgar as expressões materiais e imateriais do legado cultural da Cidade, inclusive


pela criação de equipamentos como museus e bibliotecas com acervos que possibilitem a sua difusão;

III - promover o reconhecimento, pelos munícipes, do valor cultural do patrimônio de sua Cidade e do
seu papel na preservação e recuperação desse patrimônio;

IV - promover o uso, a conservação e o restauro do patrimônio material histórico, cultural e


paisagístico, de forma compatível com as suas características físicas e seus requisitos legais;

V - implementar os mecanismos e os instrumentos para a preservação do patrimônio, como o restauro,


a fiscalização ostensiva e qualificada, as compensações, os incentivos e os estímulos à preservação e
os mecanismos de captação de recursos para a política de preservação e conservação;

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VI - favorecer a manutenção das atividades econômicas tradicionalmente exercidas pelas


comunidades caiçaras por meio de melhorias do padrão urbanístico e fundiário;

VII - implementar, por meio de Conselho Municipal, um plano municipal de proteção do patrimônio
histórico e cultural;

VIII - promover o reconhecimento territorial e cultural nas comunidades tradicionais de caiçaras,


ribeirinhas, descendentes de quilombolas e indígenas, assim também, promover geração de renda e
de subsistência através do cultivo nas áreas não urbanizadas e da pesca, trazendo dignidade às
pessoas dessas comunidades.

§ 1º Entende-se como patrimônio material as expressões e transformações de cunho histórico,


artístico, arquitetônico, paisagístico, urbanístico, científico e tecnológico.

§ 2º Entende-se como patrimônio imaterial os conhecimentos e modos de criar, fazer e viver


identificados como elementos pertencentes à cultura comunitária, tais como os rituais e festas que
marcam a vivência coletiva do trabalho, a religiosidade, o entretenimento e outras práticas da vida
social, bem como as manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas.

§ 3º São consideradas comunidades tradicionais caiçaras ocupações antigas da Ilha de Santo Amaro
que conservam algumas de suas características históricas e culturais e são residentes na Prainha
Branca, na Ponta da Armação, no Sítio Cachoeira, no Sítio Limoeiro, no Sítio Pedrinha, no Sítio Bom
Jardim, no Sítio Tijucopava, na Ponta Grossa e no Sítio Sambaqui, no Canal de Bertioga, em parte da
Praia do Perequê, assim como na Praia do Góes, na Praia de Santa Cruz dos Navegantes e no Sítio
Conceiçãozinha, conforme delimitações constantes no Anexo 1 - Mapa 3.

CAPÍTULO IV
DA POLÍTICA DE PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Art. 14 São diretrizes da política de proteção do meio ambiente:

I - proteger e recuperar o patrimônio natural, urbano e cultural;

II - conscientizar a população sobre a importância da preservação ambiental, assim como da utilização


sustentável de seus recursos, a fim de manter um ambiente equilibrado e saudável;

III - aplicar os instrumentos de gestão ambiental estabelecidos na legislação pertinente;

IV - criar mecanismos de compensação ambiental que garantam a implantação e a manutenção de


reservas públicas e privadas em áreas de interesse ambiental e paisagístico;

V - garantir a insolação das praias, impedindo intervenções urbanas e edilícias que provoquem o
sombreamento das áreas públicas de banho, excetuando-se as áreas de alta densidade, já edificadas
em seu conjunto;

VI - adotar medidas que garantam a conservação dos manguezais e seu uso sustentável para pesca,
turismo e educação ambiental;

VII - controlar a redução dos níveis de poluição e de degradação em quaisquer de suas formas,
incluindo-se a visual, sonora, atmosférica, das águas e do solo;

VIII - garantir que as atividades em áreas públicas mantenham a integridade dos locais, antes, durante

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e após os eventos, através de práticas sustentáveis;

IX - incentivar a adoção de hábitos, costumes, posturas, práticas sociais e econômicas que visem à
proteção e à restauração do meio ambiente, incluindo-se o uso de fontes de energia com menor
potencial poluidor;

X - ampliar e manter a gestão democrática das áreas verdes;

XI - estabelecer o zoneamento ambiental compatível com as diretrizes para a ocupação do solo e a


conservação dos recursos naturais e da paisagem;

XII - elaborar e implementar mecanismos municipais de controle e de licenciamento ambiental


relacionados à implantação e ao funcionamento de fontes poluidoras de impacto local;

XIII - promover ações visando ao saneamento urbano, em especial a coleta e o tratamento de resíduos
sólidos e líquidos, a drenagem urbana e a efetiva separação de líquidos provenientes de resíduos dos
esgotos em relação aos de drenagem;

XIV - promover ações para que as águas de drenagem não separadas de forma garantida dos
resíduos do esgoto urbano recebam tratamento semelhante ao destinado aos esgotos;

XV - aplicar os instrumentos de gestão ambiental estabelecidos nas legislações federal, estadual e


municipal, bem como criar outros instrumentos, adequando-os às metas estabelecidas pelas políticas
ambientais.

XVI - garantir a produção e a divulgação do conhecimento sobre o meio ambiente por um sistema de
informações integrado;

XVII - criar incentivos ao estabelecimento de unidades de conservação de manejo sustentável;

XVIII - dinamizar a utilização do Fundo Municipal de Meio Ambiente - FMMA com a finalidade de dar
suporte financeiro a planos, programas e projetos que visem ao uso racional e sustentável de recursos
naturais, ao controle, à fiscalização, defesa e recuperação do meio ambiente e às ações de educação
ambiental;

XIX - implantar unidades de conservação de manejo sustentável nos maciços florestais do Município e
nas áreas de interesse ambiental especialmente protegidas, como a Área de Proteção Ambiental da
Serra do Guararú, do Parque Ecológico do Perequê, do Parque Ecológico do Saco do Funil, a partir da
cota de 10 metros, nos termos da legislação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação -
SNUC.

XX - instituir a Política Municipal de Meio Ambiente e o Plano Diretor Ambiental através da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente - SMA, e do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente
(CONDEMA).

XXI - garantir a conservação e a ampliação da arborização urbana existente, através de um Plano


Municipal de Arborização.

XXII - garantir a implementação de corredores ecológicos para as áreas de fragmentos florestais.

SEÇÃO I
DA PROTEÇÃO DAS ÁREAS VERDES DO MUNICÍPIO

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As áreas verdes do Município são constituídas por espaços ajardinados e arborizados, de


Art. 15

propriedade pública ou privada, existentes e os que vierem a ser criados, necessários à manutenção
da qualidade ambiental urbana, tendo por objetivo a preservação, a proteção, a recuperação e a
ampliação desses espaços.

Art. 16 São diretrizes do plano de proteção de áreas verdes do Município:

I - tratar adequadamente a vegetação como elemento integrador na composição da paisagem urbana;

II - ampliar a relação área verde por habitante no Município por meio da manutenção e ampliação da
arborização de ruas, praças, parques;

III - criar instrumentos legais destinados a regulamentar a implantação e manutenção de áreas verdes
e de espaços ajardinados ou arborizados assim como da arborização urbana em vias públicas,
estimulando parcerias entre setores público e privado.

IV - recuperar áreas verdes degradadas, especialmente as de importância paisagístico-ambiental e


cultural;

V - disciplinar as atividades culturais, esportivas e de interesse turístico, nas praças e nos parques
municipais, compatibilizando-as ao caráter de interesse ecológico desses espaços;

VI - criar programas para a efetiva implantação das áreas verdes previstas em conjuntos habitacionais
e loteamentos;

VII - estimular o envolvimento da população na criação e na manutenção de áreas verdes, em especial


nas áreas urbanas;

VIII - restringir as derrubadas de árvores em bosque ou mata;

IX - criação de corredores verdes no sistema viário e nos parques lineares para circulação da fauna
entre os maciços preservados de vegetação natural da ilha de Santo Amaro.

SEÇÃO II
DA PROTEÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Art. 17 São diretrizes do plano de proteção de recursos hídricos no Município:

I - garantir a existência e o desenvolvimento das condições básicas de conservação da qualidade e da


quantidade de recursos hídricos do Município;

II - implantar mecanismos que garantam a manutenção ou a ampliação de áreas permeáveis,


especialmente nas áreas de recarga dos aqüíferos;

III - recuperar e preservar as matas ciliares, as cabeceiras de drenagem e a cobertura vegetal existente
nas áreas de mananciais de água do Município;

IV - recuperar e preservar as matas ciliares e a cobertura vegetal existente nas margens dos rios do
Município;

V - recuperar e conservar a qualidade das águas subterrâneas;

VI - criar e aperfeiçoar ações sustentáveis para a produção e o abastecimento de água para a

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comunidade;

VII - criar alternativas de reutilização de água e de captação, seja por iniciativa individual, coletiva ou
pública;

VIII - obrigar os responsáveis pelas edificações de grande porte e atividades de grande consumo de
água pela implantação de instalações para reuso de água para fins não potáveis;

IX - incentivar a economia de água, desestimulando o desperdício e promovendo a redução das perdas


físicas da água tratada;

X - incentivar a alteração de hábitos e iniciativas que resultem na redução dos padrões de consumo;

XI - implantar instalações para reuso de água para fins não potáveis;

XII - adotar medidas que garantam a recuperação das águas litorâneas e dos níveis de balneabilidade
das praias.

SEÇÃO III
DO SANEAMENTO AMBIENTAL INTEGRADO

Art. 18 São diretrizes do plano de saneamento ambiental integrado do Município:

I - fornecer serviços de saneamento ambiental adequados a todo o território municipal, especialmente


nas áreas deficitárias;

II - investir prioritariamente no serviço de esgotamento sanitário buscando reduzir a vulnerabilidade de


contaminação da água potável por infiltração de esgotos e demais poluentes nas redes de
abastecimento e de drenagem das águas pluviais;

III - estabelecer metas progressivas de redução de perdas de água em toda a Cidade mediante
entendimentos com a concessionária e instalação de hidrômetros individuais ou outra tecnologia de
medição, com vistas a restringir o consumo supérfluo de água;

IV - fornecer água para consumo residencial e outros usos, de qualidade compatível com os padrões
de potabilidade, em quantidade suficiente para atender às necessidades básicas;

V - implantar sistema de drenagem própria para o escoamento das águas pluviais em toda a área
ocupada do Município, de modo a propiciar a proteção do solo, a recarga dos aqüíferos e a segurança
e o conforto aos seus habitantes;

VI - criar mecanismos para evitar a contaminação da rede de águas pluviais por esgotos e resíduos
sólidos, coibindo ligações clandestinas e realizando monitoramentos periódicos;

VII - garantir que todas as águas de drenagem que estejam misturadas com resíduos de esgoto
urbano, incluindo-se aqueles provenientes de assentamentos informais ou de áreas sem coleta
adequada de esgotos, sejam encaminhadas para tratamento semelhante ao dispensado aos esgotos;

VIII - elaborar e implementar um sistema de gestão de resíduos sólidos, garantindo a ampliação da


coleta seletiva de lixo e da reciclagem, bem como a redução de sua geração;

IX - criar oportunidades de trabalho e de renda para a população de baixa renda pelo aproveitamento
de resíduos domiciliares, comerciais e de construção civil, desde que aproveitáveis, em condições

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seguras e saudáveis, buscando contribuir para a erradicação do trabalho infantil;

X - realizar tratamento ou disposição ambientalmente seguro dos resíduos sólidos não aproveitáveis;

XI - repassar o custo das externalidades negativas aos agentes responsáveis pela produção de
resíduos que sobrecarregam as finanças públicas;

XII - destinar recursos financeiros necessários à implementação da política de saneamento ambiental,


bem como das fontes de financiamento e das formas de aplicação;

XIII - implementar programas de investimento em obras e outras medidas relativas à utilização,


recuperação, conservação e proteção do sistema de saneamento ambiental.

CAPÍTULO V
DA PAISAGEM URBANA

Art. 19 São diretrizes para a proteção da paisagem urbana do Município:

I - proteger e recuperar as paisagens notáveis do Município;

II - garantir o direito do cidadão à fruição da paisagem pela identificação, leitura e apreensão de seus
elementos constitutivos por meio de instrumentos técnicos, institucionais e legais de gestão da
paisagem urbana;

III - garantir a qualidade ambiental do espaço público, assegurando a harmonia entre os diversos
elementos que compõem a paisagem urbana, evitando a poluição visual;

IV - fiscalizar o cumprimento das disposições normativas a respeito da instalação de publicidade


exterior.

V - implementar programas de educação ambiental visando conscientizar a população a respeito da


valorização da paisagem urbana como fator de melhoria da qualidade de vida;

VI - criar novos padrões de comunicação institucional, informativa ou indicativa;

VII - estabelecer critérios, normas e padrões para quiosques de vendas de mercadorias, alimentação e
bebidas na orla, bem como bicicletários, paradas de ônibus, lixeiras, totens de informação turísticas e
demais itens do mobiliário urbano;

VIII - definir parâmetros de dimensões, posicionamento, quantidade e interferência mais adequados à


sinalização de trânsito, aos elementos construídos e à vegetação, considerando a capacidade de
suporte da região;

IX - garantir a eficiência na fiscalização das diversas intervenções na paisagem urbana.

CAPÍTULO VI
DA POLÍTICA DE HABITAÇÃO

Art. 20 São diretrizes da política de habitação do Município:

I - garantir a moradia digna, dispondo de instalações sanitárias e infra-estrutura urbana adequadas,

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serviços públicos essenciais e acesso aos equipamentos sociais básicos;

II - requalificar os parâmetros urbanísticos e de regularização fundiária dos assentamentos


habitacionais precários e irregulares;

III - estimular o adensamento em áreas vazias ou subutilizadas, com infra estrutura já implantada e
adequada, inibindo a ampliação de núcleos habitacionais precários;

IV - coibir a não utilização ou subutilização da terra urbana para o uso habitacional nas áreas
consolidadas, utilizando para esse fim, os instrumentos previstos na Lei Federal 10.257/2001 - Estatuto
da Cidade e nesta lei complementar;

V - criar Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS, definidas em lei complementar específica;

VI - prever mecanismos para estimular a oferta e a melhoria das condições de habitabilidade da


população de baixa renda pela iniciativa privada, na produção de Habitação de Interesse Social - HIS e
de Habitação do Mercado Popular - HMP, principalmente nas Zonas Especiais de Interesse Social -
ZEIS,

VII - priorizar os procedimentos de aprovação dos projetos de produção habitacional;

VIII - incentivar e apoiar a formação de agentes promotores e financeiros não estatais, a exemplo das
cooperativas e associações comunitárias de autogestão, na execução de programas habitacionais;

IX - garantir alternativas habitacionais para a população removida das áreas de risco ou de


preservação ambiental, coibindo novas ocupações nessas áreas;

X - promover a recuperação ambiental de áreas legalmente protegidas, ocupadas por moradia, não
passíveis de urbanização e de regularização fundiária;

XI - promover ações de fiscalização para inibir que novas ocupações irregulares ocorram no Município,
em especial em áreas ambientalmente frágeis, como mangues e encostas de morros;

XII - formular instrumentos normativos, operacionais e financeiros que viabilizem a constituição de um


banco de terras destinado a programas habitacionais de interesse social;

XIII - reabilitar e repovoar áreas não ocupadas, utilizando-se de instrumentos que estimulem a
permanência da população e atraiam moradores de diferentes segmentos de renda;

XIV - promover, apoiar e orientar programas e projetos de acesso à moradia, seja pela aquisição,
locação, auto-construção ou mutirão;

XV - proteger o meio ambiente, adotando tecnologias de projeto, construção e manutenção de


empreendimentos habitacionais voltados para o desenvolvimento sustentável, incluindo-se alternativas
de conservação de água e de disposição de resíduos sólidos, além de recuperação de áreas verdes,
preservação ambiental e de reciclagem dos resíduos;

XVI - estimular a realização de parcerias com universidades e institutos de pesquisa para o


desenvolvimento de alternativas de menor custo e maior qualidade e produtividade das edificações
residenciais;

XVII - utilizar parte dos recursos provenientes da valorização imobiliária em programas habitacionais
de interesse social nas áreas equipadas de infraestrutura e serviços urbanos, empregando, para esse
fim, os instrumentos previstos na Lei Federal 10.257/2001 - Estatuto da Cidade;

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XVIII - facilitar o acesso da população de baixa renda à moradia, por meio de mecanismos de
financiamento de longo prazo, investimento de recursos orçamentários a fundo perdido, permissão de
uso e subsídio direto, pessoal, intransferível e temporário na aquisição ou locação social,
reservando-se parcela das unidades habitacionais para o atendimento aos idosos e às pessoas com
deficiência;

XIX - realizar periodicamente as Conferências Municipais da Habitação para definição da Política


Municipal de Habitação;

XX - articular planos e políticas de financiamento habitacional da Baixada Santista, do Estado e da


União, a fim de potencializar suas ações e criar um banco de dados de uso compartilhado com
informações sobre a demanda e a oferta de moradias, programas de financiamento, custos de
produção e projetos;

XXI - elaborar o Plano Municipal de Habitação;

XXII - instituir o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH e demais


instâncias de participação necessárias, para promover a definição de programas, projetos e prioridades
da política urbana e habitacional do Município;XXIII - instituir o Fundo Municipal de Desenvolvimento
Urbano para o financiamento de infraestrutura e equipamentos urbanos e o Fundo Municipal de
Habitação de Interesse Social - FMHIS para o financiamento de habitações populares.

Art. 21 Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:

I - Habitação de Interesse Social - HIS - é aquela destinada à população com renda familiar mensal até
6 (seis) salários mínimos, ou até o limite definido pela política habitacional do Governo Federal,
produzida diretamente pelo Poder Público municipal ou com sua expressa anuência, possuindo, no
máximo, 1 (um) banheiro por unidade habitacional e 1 (uma) vaga de estacionamento;

II - Habitação de Mercado Popular - HMP é aquela destinada à população com renda familiar mensal
situada na faixa entre 6 (seis) e 10 (dez) salários mínimos, ou entre os limites definidos pela política
habitacional do Governo Federal, produzida pelo mercado imobiliário, possuindo, no máximo, 1 (um)
banheiro e 1 (uma) vaga de estacionamento por unidade habitacional;

III - Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS são áreas do território municipal com destinação
específica e normas próprias de uso e ocupação do solo, destinadas primordialmente à produção,
manutenção e sustentabilidade de habitação de interesse social.

Parágrafo Único - Os parâmetros e elementos caracterizadores para os empreendimentos


habitacionais descritos nos incisos I e II serão regulamentados em legislação específica

CAPÍTULO VII
DA POLÍTICA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Art. 22 São diretrizes da política de regularização fundiária:

I - regularizar a ocupação informal de áreas urbanas, promovendo melhorias na qualidade de vida da


população ali residente, respeitada a legislação ambiental e outros preceitos normativos aplicáveis;

II - garantir o direito à moradia da população de baixa renda;

III - garantir assessoria técnica, social e jurídica à população de baixa renda;

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IV - oferecer segurança jurídica da posse como forma de garantir a permanência das pessoas nos
locais que ocupam;

V - promover condições adequadas de habitabilidade;

VI - permitir a participação da população beneficiada em todas as etapas do processo de regularização


fundiária com a apresentação das propostas de intervenção;

VII - promover a articulação dos diversos agentes envolvidos no processo de regularização como
representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário, do Cartório de Registros Públicos, dos
Governos Federal, Estadual e Municipal, da Secretaria do Patrimônio da União, bem como dos grupos
sociais envolvidos;

VIII - promover a inclusão social por meio de programas pós-regularização fundiária;

IX - promover parcerias com o Governo Federal, para solucionar questões relativas aos terrenos de
marinha, em todo o território do Município;

X - dar prioridade às áreas de Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS e as comunidades


tradicionais caiçaras, de ribeirinhos, pescadores, quilombolas, indígenas e áreas de ocupação já
consolidadas, respeitados os direitos adquiridos nesta;

XI - regularizar a terra urbana em áreas que ainda tenham inscrição no Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária - INCRA.

Parágrafo Único - As áreas irregulares ocupadas por população de média e alta renda poderão sofrer
processos de regularização jurídica mediante contrapartida em favor da Cidade, de acordo com
regulamentação específica.

CAPÍTULO VIII
DOS IMÓVEIS PÚBLICOS

Art. 23 São diretrizes da gestão e do uso dos imóveis públicos:

I - estabelecer programas que assegurem que toda e qualquer propriedade pública atenda à função
social da Cidade e da propriedade;

II - promover a regularização fundiária e de urbanização dos imóveis públicos ocupados por população
de baixa renda;

III - complementar política de ações de reintegração de posse, associada, quando pertinente, a


programas habitacionais, das áreas públicas que não cumprirem função social;

IV - estabelecer efetivo controle sobre os bens imóveis públicos, com o apoio da comunidade do
entorno de cada área quando necessário;

V - estabelecer critérios para a utilização de imóveis públicos por terceiros, com fiscalização
permanente da adequação do uso aos termos da cessão;

VI - gerenciar e monitorar o uso de logradouros públicos, no subsolo, em suas superfícies e no espaço


aéreo, por redes de infraestrutura e mobiliário urbano;

VII - possibilitar alienação de forma onerosa dos imóveis considerados inaproveitáveis para uso

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público, em especial aqueles com dimensões reduzidas, topografia inadequada, condições de solo
inadequadas à edificação e com formato inadequado, respeitadas as cautelas legais;

VIII - viabilizar formas de aquisição de imóveis a fim de atender à utilidade e à necessidade pública e
ao interesse social e que não se enquadrem em casos de desapropriação;

IX - disciplinar por meio do Código de Posturas, revisto quando necessário, as condições e os


parâmetros para uso das áreas e espaços públicos por atividades, equipamentos, infraestrutura,
mobiliário e outros elementos subordinados à melhoria da qualidade da paisagem urbana, ao interesse
público, às funções sociais da cidade e às diretrizes deste Plano Diretor;

X - formular instrumentos normativos, operacionais e financeiros para permitir as cessões das áreas
públicas com o objetivo de compatibilizar sua finalidade com as necessidades da cidade, inclusive para
habitação de interesse social, adequar as contrapartidas tendo em conta os valores do mercado
imobiliário, avaliar e reparar irregularidades, cobrando indenizações e demais combinações previstas
na legislação.

Nos programas de regularização fundiária dos terrenos de Marinha ocupados por população de
Art. 24

baixa, média e alta renda, poderão ser utilizados os instrumentos previstos na legislação federal, que
serão gratuitos, quando outorgados para população de baixa renda, e onerosos, para a população de
média e alta renda.

Parágrafo Único - Toda e qualquer inscrição de ocupação de terrenos de marinha pela União
dependerá de aprovação prévia do Poder Público Municipal, que analisará as necessidades relativas
ao planejamento urbano do Município e os requisitos de regularização de parcelamento do solo
disciplinados por esta Lei Complementar.

CAPÍTULO IX
DA POLÍTICA DE MOBILIDADE URBANA

Art. 25 São diretrizes da política de mobilidade e acessibilidade urbana:

I - dar prioridade à acessibilidade cidadã - pedestres, ciclistas, idosos, crianças, pessoas com
necessidades especiais e mobilidade reduzida;

II - adequar o Município ao que preconizam as Leis Federais nº 10.048/2000, nº 10.098/2000, e


Decreto nº 5.296/2004, para atender às pessoas com necessidades especiais de acessibilidade;

III - melhorar e ampliar a rede de transporte público coletivo, aumentando a acessibilidade e a


mobilidade da população de baixa renda e garantindo o acesso ao sistema público de transporte de
toda a população;

IV - adotar políticas tarifárias para a promoção da inclusão social;

V - dar prioridade ao transporte coletivo em relação ao transporte motorizado e individual;

VI - implantar o sistema cicloviário;

VII - readequar o sistema viário considerando as demandas manifestas referentes à mobilidade


urbana;

VIII - articular o sistema de mobilidade municipal com o regional e o estadual;

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IX - garantir e melhorar a circulação e o transporte urbano, proporcionando deslocamentos intra e


interurbanos que atendam às necessidades da população;

X - minimizar o impacto de tráfego de passagem, notadamente nas áreas de ocupação


predominantemente residencial;

XI - reduzir a necessidade de deslocamento;

XII - garantir fluidez do trânsito e do transporte de cargas e mercadorias, mantendo-se os níveis de


segurança definidos pela comunidade técnica;

XIII - garantir a restrição ao transporte pesado de cargas, especialmente aquele destinado às


atividades portuárias e retroportuárias, em áreas urbanas que não sejam adequadas para essas
atividades, conforme definido no zoneamento proposto por esta Lei Complementar;

XIV - promover alternativas de sistema viário que garantam a separação do tráfego de cargas
destinado ao porto e ao retroporto, dos demais tráfegos da Cidade;

XV - implementar o avanço tecnológico-ambiental nos componentes do sistema;

XVI - promover a segurança, a educação e a paz no trânsito;

XVII - adotar medidas de fiscalização, ostensiva e eletrônica, para controle de velocidade e indução da
obediência à legislação do trânsito;

XVIII - ampliar e aperfeiçoar a participação comunitária na gestão, fiscalização e controle do sistema


de transporte;

XIX - garantir o acesso universal às praias do município, bem como, às demais zonas de interesse
turístico, ou seja, bens públicos.

XX - ampliar a oferta de sistemas de transporte público hidroviário, ferroviário e aeroviário.

CAPÍTULO X
DA POLÍTICA DE SAÚDE

Art. 26 Constituem diretrizes da política de saúde:

I - garantir o acesso universaLEIgualitário aos serviços de saúde para a população, por meio de ações
de promoção, prevenção e recuperação da saúde;

II - articular as ações da Secretaria Municipal de Saúde referentes à gestão estratégica e participativa,


com os diversos setores, governamentais e não-governamentais, relacionados com os condicionantes
e determinantes da saúde;

III - elaborar o Plano Municipal de Saúde e sua discussão com representações da sociedade civil e
outras esferas de Governo em conformidade com a legislação pertinente;

IV - elaborar a proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde - SUS - em conformidade com o


Plano de Saúde;

V - incrementar o programa de assistência farmacêutica básica no Município;

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VI - estabelecer métodos e mecanismos para a análise da viabilidade econômico-sanitária de


empreendimentos em saúde;

VII - implantar os complexos reguladores, de assistência ambulatorial e hospitalar, no intuito de


aperfeiçoar e de organizar a relação entre a oferta e a demanda, qualificando o acesso da população
aos serviços de saúde no Sistema Único de Saúde - SUS;

VIII - divulgar informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário
do Sistema Único de Saúde - SUS;

IX - implementar e fortalecer a atenção básica à saúde e à promoção da saúde, tendo como principal
mecanismo a estratégia do Programa Saúde da Família - PSF;

X - garantir a oferta efetiva e significativa de cursos de qualificação e de especialização dos


profissionais de saúde e de regulação profissional no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS;

XI - promover Plenárias e Conferências de Saúde em parceria com os setores governamentais e não


governamentais, para o fortalecimento do Conselho Municipal de Saúde;

XII - apoiar o processo de controle social do Sistema Único de Saúde - SUS, para o fortalecimento da
ação do Conselho Municipal de Saúde;

XIII - formular e coordenar a política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social,
a redução de riscos de doenças e outros agravos à saúde da população, melhorando o perfil
epidemiológico do Município;

XIV - utilizar epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a


orientação programática;

XV - implantar o Código Sanitário Municipal para fortalecer as ações de Vigilância à Saúde e garantir a
qualidade dos produtos e serviços oferecidos à população.

CAPÍTULO XI
DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 27 A Política Municipal de Assistência Social, que tem por base as diretrizes previstas na Lei

Orgânica de Assistência Social, Lei Federal 8.742/1993, na Política Nacional de Assistência Social e
demais normas reguladoras, tem por objetivo planejar, regular e nortear a gestão do Sistema Único de
Assistência Social no Município, através de um conjunto integrado de ações da iniciativa pública e da
sociedade civil organizada, que assegurem a proteção integral aos indivíduos, grupos e famílias em
situação de vulnerabilidade social, risco sociaLEInsegurança alimentar.

Parágrafo Único - Constituem diretrizes da política de assistência social:

I - Fortalecer o órgão gestor da Política Municipal de Assistência Social, para consolidar sua
competência na formulação, implantação, implementação e gerenciamento de serviços, programas,
projetos e benefícios, operando em rede os serviços de proteção social básica, proteção social
especial, de segurança alimentar e nutricional e de gestão e planejamento, com os seguintes objetivos:

* ampliar o acesso das pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade e risco social às


oportunidades de desenvolvimento social;
* elevar a eficácia das ações integradas para garantia de direitos;
* ampliar o acesso à alimentação suficiente e adequada para a população em situação de insegurança

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alimentar;
* implantar e implementar política de gestão do trabalho com foco na valorização de trabalhadores
sociais, conselheiros, gestores, organizações não governamentais e governamentais, usuários, entre
outros atores, orientada por princípios éticos, políticos e técnicos, para garantir a qualidade na
prestação dos serviços socioassistenciais;
* implementar sistemas de informação, mediante levantamento de indicadores e índices
territorializados das situações de vulnerabilidade social, executando ações de monitoramento a
avaliação dos serviços assistenciais; e,
* ampliar a inclusão de pessoas e famílias em situação de extrema pobreza, integrando as ações da
Assistência Social com as demais políticas públicas.

II - Intensificar a participação popular da sociedade civil na formulação e controle da política de


assistência social, através do Conselho Municipal de Assistência Social, instituído pela Lei 2.538/1997,
assim como de conferências e fóruns ampliados de assistência social.

CAPÍTULO XII
DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO

Art. 28 Constituem diretrizes da política de educação:

I - atender a totalidade da demanda para a educação infantil e o ensino fundamental, assegurando o


cumprimento da Lei de Diretrizes e Bases;

II - buscar a superação progressiva do analfabetismo, objetivando atender as pessoas com 15 (quinze)


anos e mais, não alfabetizadas ou que apenas concluíram curso de alfabetização de adultos;

III - adequar os cursos profissionalizantes, às novas demandas do mercado de trabalho, articulando


com outros projetos voltados à inclusão social e em regiões com maiores índices de exclusão social;

IV - implementar a Política Municipal de Educação, garantindo os preceitos da educação inclusiva;

V - adequar as estruturas físicas de educação, garantindo os princípios de acessibilidade universal;

VI - garantir a capacitação dos profissionais de educação assegurando os princípios e diretrizes da


educação inclusiva, bem como garantir acesso à informação para o combate de qualquer forma de
preconceito nas relações pedagógicas e educacionais;

VII - assegurar a qualidade da educação;

VIII - elaborar o Plano Municipal de Educação, em conjunto com representações da sociedade civil e
outras esferas de governo;

IX - implantar a gestão democrática da educação, por meio da implementação do Conselho Municipal


de Educação e dos conselhos gestores das unidades educacionais, bem como realizar as
Conferências Municipais de Educação.

TÍTULO IV
DO ORDENAMENTO TERRITORIAL

Consoante os objetivos gerais da política urbana, o ordenamento territorial obedece às


Art. 29

seguintes diretrizes:

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I - o planejamento do desenvolvimento da Cidade, da distribuição espacial da população e das


atividades econômicas do Município, de modo a evitar e a corrigir as distorções do crescimento urbano
e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;

II - a integração e a complementaridade entre a destinação da porção urbanizada do território e as


áreas de interesse ambiental;

III - a ordenação e o controle do uso e da ocupação do solo, de forma a combater e a evitar:

I - a utilização inadequada dos imóveis urbanos;

II - a proximidade ou conflitos entre usos e atividades incompatíveis ou inconvenientes;

III - o uso ou o aproveitamento excessivo ou inadequado em relação à infra-estrutura urbana;

IV - a retenção especulativa do imóvel urbano que resulte na sua subutilização ou não utilização;

V - a deterioração das áreas urbanizadas e dotadas de infra-estrutura, especialmente as centrais;

VI - o uso inadequado dos espaços públicos;

VII - a poluição e a degradação ambiental;

VIII - novas ocupações irregulares do território.

CAPÍTULO I
DO MACROZONEAMENTO E DO ZONEAMENTO

Art. 30 O Macrozoneamento fixa as regras fundamentais de ordenamento do território municipal, tendo

como referência: as características geomorfológicas, os ecossistemas predominantes, as


características de uso e ocupação do solo, bem como da paisagem, a partir dos quais serão
estabelecidas as diretrizes, ações e normas de preservação, de uso e ocupação do solo.

Art. 31O território do Município fica dividido em 2 (duas) macrozonas distintas e integradas entre si,
delimitadas no Anexo 1 - Mapa 1, assim definidas:

I - a Macrozona Urbana;

II - a Macrozona de Proteção Ambiental.

Parágrafo Único - A divisão em macrozonas tem como objetivos:

I - fazer cumprir as funções sociais da Cidade e da propriedade urbana, tendo em vista o estado de
urbanização, as condições de implantação da infra-estrutura de saneamento básico, do sistema viário
e do meio físico;

II - atribuir diretrizes específicas de preservação, uso e ocupação do solo por setores;

III - direcionar e otimizar investimentos públicos e privados em infra-estrutura urbana;

IV - facilitar a análise de novos empreendimentos, pelos setores públicos e privados;

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V - reduzir conflitos de uso e a degradação do patrimônio ambiental do Município;

VI - viabilizar o uso sustentável do solo e reduzir conflitos com a legislação ambiental.

Art. 32 As Macrozonas são constituídas por setores que qualificam os espaços em seu interior, por

meio dos seguintes aspectos:

I - características geomorfológicas;

II - grau de preservação dos ecossistemas naturais;

III - uso e ocupação do solo;

IV - infra-estrutura;

V - situação fundiária;

VI - uso predominante;

VII - equipamentos públicos;

VIII - extensão, importância e significação da cobertura vegetal;

IX - importância e significação paisagística;

X - possibilidade de ocupação antrópica com vistas ao desenvolvimento econômico controlado;

XI - existência de ocupação antrópica prévia com possibilidade de expansão.

Art. 33 A Setorização institui as regras gerais de uso e ocupação do solo para cada um dos setores que

compõem a macrozona urbana e a macrozona de proteção ambiental, delimitados no Anexo 1 - Mapa


2.

SEÇÃO I
DA MACROZONA URBANA

Art. 34A Macrozona Urbana corresponde à porção urbanizada do Município, sendo caracterizada pelo
ambiente construído reconhecido por pelo menos 2 (dois) dos requisitos seguintes, previstos na
legislação federal:

I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;

II - rede de abastecimento de água potável;

III - sistema de esgotos sanitários;

IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;

V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 km (três quilômetros) do imóvel
considerado.

Art. 35A Macrozona Urbana apresenta diferentes graus de consolidação e infra-estrutura básica
instalada, tendo como objetivos:

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I - controlar e direcionar o adensamento urbano, adequando-o à infra-estrutura disponível;

II - garantir a utilização dos imóveis não edificados, subutilizados e não utilizados;

III - possibilitar a instalação de usos múltiplos no território do Município, desde que atendidos os
requisitos de instalação definidos nesta Lei Complementar, no Código de Edificações e Instalações, no
Código de Posturas e nas normas que os complementarem ou sucederem.

Art. 36Na Macrozona Urbana, ao longo das águas nascentes, correntes ou dormentes e dos
reservatórios de água deverão ser constituídas áreas envoltórias de proteção, nos termos da legislação
de proteção ambiental.

Art. 37 (VETADO).

Art. 38 A Macrozona Urbana é constituída pelos seguintes setores, delimitados no Anexo 1 - Mapa 2:

I - Setor de Urbanização Qualificada;

II - Setor de Qualificação Urbana;

III - Setor de Reestruturação Urbana;

IV - Setor de Recuperação Urbana.

SUBSEÇÃO I
DO SETOR DE URBANIZAÇÃO QUALIFICADA

Art. 39O Setor de Urbanização Qualificada caracteriza-se pelo uso urbano e infraestrutura
consolidada, nas áreas delimitadas no Anexo 1 - Mapa 2.

Art. 40 São objetivos no Setor de Urbanização Qualificada:

I - ordenar o adensamento construtivo;

II - evitar a saturação do sistema viário;

III - permitir o adensamento construtivo onde este ainda for possível, como forma de aproveitar a infra-
estrutura disponível;

IV - ampliar a disponibilidade de equipamentos públicos, os espaços verdes e de lazer;

V - valorizar e proteger o patrimônio cultural.

VI - manter e otimizar a qualidade do espaço urbanizado.

SUBSEÇÃO II
DO SETOR DE QUALIFICAÇÃO URBANA

Art. 41O Setor de Qualificação Urbana caracteriza-se pelo uso urbano e infraestrutura a ser
consolidada, nas áreas delimitadas no Anexo 1 - Mapa2.

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Art. 42 São objetivos no Setor de Qualificação Urbana:

I - promover o adensamento construtivo nas áreas disponíveis;

II - compatibilizar a capacidade do sistema viário;

III - complementar a infra-estrutura urbana;IV - ampliar a disponibilidade de equipamentos públicos, os


espaços verdes e de lazer;

V - investir na qualificação do espaço urbano.

VI - valorizar e proteger o patrimônio cultural.

SUBSEÇÃO III
DO SETOR DE REESTRUTURAÇÃO URBANA

O Setor de Reestruturação Urbana caracteriza-se pelo uso urbano, carência de equipamentos


Art. 43

públicos e infra-estrutura a ser consolidada, nas áreas delimitadas no Anexo 1 - Mapa 2.

Art. 44 São objetivos no Setor de Reestruturação Urbana:

I - promover o adensamento construtivo nas áreas disponíveis e evitar a expansão da área urbanizada;

II - reconverter e implantar novos usos e atividades, separando os incompatíveis;

III - requalificar a paisagem;

IV - estabelecer um controle ambiental eficiente;

V - complementar a infra-estrutura e os equipamentos públicos;

VI - valorizar e proteger o patrimônio cultural;

SUBSEÇÃO IV
DO SETOR DE RECUPERAÇÃO URBANA

Art. 45 O Setor de Recuperação Urbana caracteriza-se pelo uso informal, desqualificado ou obsoleto,

carência de infraestrutura e equipamentos, nas áreas delimitadas no Anexo 1 - Mapa 2.

Art. 46 São objetivos no Setor de Recuperação Urbana:

I - requalificar o uso e a ocupação do solo;

II - implantar e complementar a infraestrutura;

III - complementar os equipamentos públicos;

IV - promover a regularização fundiária;

V - adequar os usos existentes em relação à capacidade de suporte das áreas;

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VI - estabelecer um controle ambiental eficiente;

VII - valorizar e proteger o patrimônio cultural.

SEÇÃO II
DA MACROZONA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

Art. 47 A Macrozona de Proteção Ambiental é caracterizada pelos elementos geomorfológicos naturais

do Município, abrangendo as Serras do Guararú e de Santo Amaro, os morros, as praias, os costões,


os manguezais e as restingas da ilha de Santo Amaro.

Art. 48 A Macrozona de Proteção Ambiental tem, como critério fundamental para a definição dos usos e

atividades, a compatibilidade destes com a proteção dos recursos ambientais em cada setor que a
compõe.

Art. 49 A Macrozona de Proteção Ambiental tem como objetivos:

I - garantir a proteção dos recursos naturais e da paisagem do Guarujá;

II - recuperar as áreas ambientalmente degradadas e promover a regularização urbanística e fundiária


dos assentamentos nelas existentes;

III - contribuir com o desenvolvimento econômico sustentável;

IV - servir de banco de terras para compensações ambientais em processos de licenciamento de


empreendimentos no Município.

V - permitir ocupação urbana nos setores de Desenvolvimento Compatível e Ocupação Dirigida


observando-se os aspectos de sustentabilidade, preservação e compensação ambiental.

VI - permitir as atividades de agricultura, avicultura, pecuária e pesca, exceto em áreas de preservação


ambiental como mangues, encostas, margens de cursos d` água e cobertas com mata atlântica.

Parágrafo Único - O imposto predominante sobre a propriedade da terra nesta Macrozona será
definido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, excetuando-se partes do
Setor de Desenvolvimento Compatível e do Setor de Ocupação Dirigida, onde incidirá o Imposto sobre
a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU.

Art. 50 A Macrozona de Proteção Ambiental subdivide-se em:

I - Setor de Preservação Ambiental;


II - Setor de Proteção da Orla;
III - Setor de Recuperação Ambiental;
IV - Setor de Desenvolvimento Compatível;
V - Setor de Ocupação Dirigida.

Art. 50 A Macrozona de Proteção Ambiental subdivide-se em:

I - Setor de Preservação Ambiental;

II - Setor de Proteção da Orla;

III - Setor de Recuperação Ambiental;

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IV - Setor de Desenvolvimento Compatível;

V - Setor de Ocupação Dirigida;

VI - Setor Rural. (Redação dada pela Lei Complementar nº 176/2014)

Art. 51É permitido aos proprietários de lotes em loteamentos aprovados e averbados em áreas
situadas na Macrozona de Proteção Ambiental, nos setores de Preservação Ambiental, de Ocupação
Dirigida, de Desenvolvimento Compatível e de Recuperação Ambiental e que não estejam ocupados, a
transferência de potencial construtivo para outras áreas situadas na Macrozona Urbana, como
mecanismo de compensação, nos termos desta lei.

As definições sobre a forma de ocupação e de preservação, bem como o monitoramento sobre


Art. 52

a Macrozona de Proteção Ambiental, serão acompanhadas de parecer da autoridade competente de


proteção do meio ambiente, sendo exigido ainda o cumprimento das seguintes obrigações para a
implantação de novos empreendimentos nesta Macrozona ou a expansão dos existentes:

I - solicitar e obter autorização prévia da Secretaria de Planejamento e Gestão, da Secretaria de


Infraestrutura e Obras e da Secretaria do Meio Ambiente ou órgãos municipais equivalentes que os
sucedam;

II - obter aprovação do CMDUH - Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental e do


CONDEMA - Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente;

III - obter licença ambiental emitida pelo órgão competente;

IV - adotar medidas compensatórias voltadas à preservação ambiental, observada a legislação vigente.

SUBSEÇÃO I
DO SETOR DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

O Setor de Preservação Ambiental é composto pelas áreas de alta restrição à ocupação devido
Art. 53

às características geomorfológicas, topográficas e/ou por apresentarem aspectos geológicos,


biológicos, hidrológicos ou paisagísticos de interesse ambiental, estando delimitado no Anexo 1 - Mapa
2.

Art. 54 São objetivos no Setor de Preservação Ambiental:

I - garantir a preservação dos recursos naturais e da paisagem;

II - garantir a manutenção da qualidade do ar, das águas e do solo;

III - dar sustentabilidade ao ecoturismo, à preservação do patrimônio histórico e paisagístico e à pesca


artesanal;

IV - controlar a ocupação e impedir atividades que comprometam a conservação dos ecossistemas;

V - incentivar a criação de reservas públicas e privadas e atividades compatíveis com a conservação


dos recursos naturais, incluindo ações ou medidas de compensação ambiental de empreendimentos.

VI - permitir as atividades de agricultura, avicultura, pecuária e pesca, em áreas já ocupadas com


essas atividades.

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Art. 55 O Setor de Preservação Ambiental se estende por serras, morros isolados e manguezais e
inclui trechos contíguos de florestas de restinga preservadas, devendo ser observada a legislação
florestal vigente no tocante a áreas protegidas.

SUBSEÇÃO II
DO SETOR DE PROTEÇÃO DA ORLA

Art. 56 O Setor de Proteção da Orla é definido para toda a orla do Município, considerando-se as

seguintes definições:

I - Praia - área coberta e descoberta periodicamente pelas águas, acrescida da faixa subseqüente de
material detrítico, tal como areias, cascalhos, seixos e pedregulhos, até o limite onde se inicie a
vegetação natural, ou, em sua ausência, onde comece outro ecossistema;

II - Costão - trecho de encosta que penetra em direção ao oceano, terminando abruptamente em forma
de escarpa.

III - Manguezal - ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e aquático onde há
encontro de águas de rios com a do mar, que está sujeito ao regime das marés, sendo dominado por
espécies vegetais típicas, às quais se associam outros componentes vegetais e animais, instalados em
substratos de vasa de formação recente, de pequena declividade.

IV - Margens do estuário - sem vegetação de mangue, com ou sem ocupação humana.

Parágrafo Único - A delimitação do Setor de Proteção da Orla deverá abranger, no mínimo, os terrenos
de marinha, correspondentes à faixa de 33 (trinta e três) metros a contar da linha de preamar média do
ano de 1831, assim como os acrescidos de marinha.

Art. 57 São objetivos no Setor de Proteção da Orla:

I - garantir o uso compatível com as características ambientais de cada elemento considerado;

II - garantir a conservação dos recursos costeiros;

III - garantir a conservação ou preservação dos elementos de paisagem natural;

IV - garantir a balneabilidade das praias por meio de medidas adequadas de saneamento e drenagem;

V - promover a utilização adequada para o turismo, o lazer e as atividades náuticas e portuárias.

Art. 58 Para fins de gerenciamento do uso e ocupação deste Setor, as praias, costões, manguezais e

demais margens do estuário estão classificados em Zonas em função de suas características e grau
de restrição de uso decrescente estabelecidas pelo Zoneamento Ecológico Econômico do
Gerenciamento Costeiro em nível federal e estadual.

SUBSEÇÃO III
DO SETOR DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

O Setor de Recuperação Ambiental caracteriza-se pela existência de ocupações desordenadas


Art. 59

e ambientalmente inadequadas, possuindo elevada densidade populacional e deficiência de

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equipamentos públicos e infra-estrutura urbana básica, bem como áreas degradadas por
desmatamentos, pela extração mineral ou disposição de resíduos sólidos ou materiais de dragagem,
com polígonos delimitados no Anexo 1 - Mapa2 .

Art. 60 São objetivos no Setor de Recuperação Ambiental:

I - a reabilitação ambiental de áreas impactadas pela urbanização ou por outras atividades que tenham
provocado a supressão da cobertura vegetal;

II - a diminuição das áreas habitacionais de risco;

III - a recuperação da paisagem;

IV - a recuperação e a proteção dos recursos naturais de forma compatível com o uso estabelecido.

SUBSEÇÃO IV
DO SETOR DE DESENVOLVIMENTO COMPATÍVEL

Art. 61 O Setor de Desenvolvimento Compatível caracteriza-se por apresentar baixa ocupação

antrópica, ecossistemas e paisagem pouco alterados e potencial para novas atividades urbanas e/ou
econômicas compatíveis com a conservação da paisagem e dos recursos naturais, com polígonos
delimitados no Anexo 1 - Mapa 2.

Art. 62 São objetivos no Setor de Desenvolvimento Compatível:

I - permitir a ocupação urbana e/ou atividades econômicas compatíveis com a conservação dos
recursos naturais e da paisagem;

II - promover a manutenção da qualidade ambiental;

III - incentivar a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Naturais - RPPNs e outras formas de
preservação de áreas naturais.

SUBSEÇÃO V
DO SETOR DE OCUPAÇÃO DIRIGIDA

O Setor de Ocupação Dirigida caracteriza-se por apresentar atividades em áreas já ocupadas


Art. 63

ou antropizadas em ambientes de interesse de preservação da paisagem e dos ecossistemas naturais


e com potencial de uso misto, predominantemente pelas atividades turística e habitacional, com
polígonos delimitados no Anexo 1 - Mapa 2, com os seguintes objetivos:

I - Compatibilizar a ocupação existente ou novas ocupações com as necessidades de ocupação da


paisagem e dos recursos naturais;

II - Qualificar urbanisticamente as atividades e assentamentos existentes;

III - Promover a manutenção ou recuperação da qualidade ambiental;

IV - Promover a melhoria paisagística.

Parágrafo Único - As glebas existentes no interior destes perímetros, ainda não loteadas, terão uso

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sujeito a licenciamento ambiental.

SUBSEÇÃO VI
DO SETOR RURAL

O Setor Rural caracteriza-se por abrigar atividades Rurais, compreendendo agricultura, pecuária
Art. 64

e aquicultura.

CAPÍTULO II
DOS DISTRITOS REGIÕES E BAIRROS

O território do Município é dividido em dois Distritos, conforme estabelece a lei estadual 8.092
Art. 65

de 28 de fevereiro de 1964:

I - Distrito Sede de Guarujá;

II - Distrito de Vicente de Carvalho.

§ 1º O Distrito Sede de Guarujá está dividido em duas Regiões: Região I e Região III.

§ 2º O Distrito de Vicente de Carvalho está dividido em duas Regiões: Região II e Região IV.

Art. 66 São os seguintes os bairros oficiais do Município de Guarujá, distribuídos nas 4 (quatro) regiões:

I - Região I: Pitangueiras, Astúrias, Tombo, Guaiúba, Santa Cruz dos Navegantes, Barra Grande,
Marinas, Vila Ligia, Santa Maria, Santa Rosa, Las Palmas, Helena Maria, Santo Antonio e Cachoeira;

II - Região II: Itapema, Bocaina, Parque Estuário, Paecará, Jardim Progresso, Vila Áurea, Boa
Esperança, Conceiçãozinha e Porto de Guarujá;

III - Região III: Enseada, Cidade Atlântica, Virgínia, Pedreira, Península, Mar e Céu, Pernambuco,
Acapulco, Santo Amaro, Perequê e Guararú;

IV - Região IV: Morrinhos, Vila Zilda, Retroporto, Vargem Grande e Saco do Funil.

Parágrafo Único - A delimitação dos Distritos, Regiões e Bairros está indicada no Anexo 1 - Mapa 3.

CAPÍTULO III
DAS MICRO-REGIÕES

Micro-regiões são conjuntos de vias e quadras onde serão admitidos tratamentos diferenciados,
Art. 67

às expensas dos contribuintes diretamente envolvidos, com relação aos serviços públicos e ao uso do
solo, salvaguardadas as atribuições legalmente atribuídas ao Poder Público fixadas nesta Lei
Complementar e na legislação vigente.

Será permitida a criação de micro-regiões na Macrozona Urbana e nos Setores de


Art. 68

Desenvolvimento Compatível e de Ocupação Dirigida da Macrozona de Proteção Ambiental.

Art. 69 Serão prerrogativas das micro-regiões:

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I - controle do acesso, em conformidade com o que for estabelecido no decreto de criação de cada
micro-região, sendo impedido o fechamento absoluto de áreas públicas para qualquer cidadão;

II - definição do zoneamento e do uso do solo em seu perímetro, restrito às vias locais, conforme
definido nesta Lei Complementar.

Art. 70 Serão obrigações mínimas a serem cumpridas nas micro-regiões:

I - coleta e disposição final de lixo não domiciliar produzido em seu perímetro;

II - manutenção de vegetação e paisagismo urbano em seu perímetro;

III - serviços de segurança patrimonial no interior de seu perímetro.

Parágrafo Único - Entende-se por lixo não domiciliar, aquele proveniente de áreas coletivas.

As micro-regiões que já tenham sido aprovadas por decreto municipal na publicação desta Lei
Art. 71

Complementar terão 12 (doze) meses para se adaptar às novas condições previstas neste capítulo
para manterem essa condição.

Os projetos para a criação de novas micro-regiões serão aprovados pelo Conselho Municipal de
Art. 72

Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH e oficializados por meio de Decreto do Executivo


Municipal.

Art. 73As micro-regiões têm personalidade jurídica própria, podendo definir o funcionamento e a
estruturação de acordo com estatuto próprio, aprovado no mínimo por três quartos de seus
participantes, além de um plano de ação para a sua delimitação, implantação e funcionamento.

TÍTULO V
DAS ZONAS ESPECIAIS

Art. 74As Zonas Especiais compreendem a áreas do território que exigem tratamento especial na
definição de parâmetros reguladores de usos e ocupação do solo, sobrepondo-se ao zoneamento e
sendo classificadas em:

I - Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS;

II - Zonas Especiais de Interesse Público - ZEIP;

III - Zonas Especiais de Interesse Turístico - ZEIT;

IV - Zonas Especiais de Proteção do Patrimônio - ZEIPAT;

§ 1º Todos os empreendimentos propostos para as zonas especiais referidas neste artigo deverão
realizar o Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV.

§ 2º Os empreendimentos localizados na Macrozona de Proteção Ambiental também deverão ser


submetidos ao licenciamento ambiental.

§ 3º Os parâmetros urbanísticos serão definidos pelas leis municipais que regulamentarão cada uma
das classes nomeadas nos incisos I a IV, conforme proposição aprovada pelo Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH.

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§ 4º As leis referidas no parágrafo anterior deverão estabelecer diretrizes para compatibilização entre
diferentes classes de zonas especiais, na hipótese de sobreposição das mesmas.

Art. 75 Outras áreas do território poderão ser definidas como Zonas Especiais por meio de legislação

específica.

CAPÍTULO I
DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL

Art. 76 As Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS são áreas do território municipal com normas

próprias de uso e ocupação do solo, destinadas primordialmente à produção, manutenção e


sustentabilidade de habitação de interesse social e estão indicadas no Anexo 1, Mapa 9.

Art. 77 As Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS subdividem-se nas seguintes categorias:

I - Zonas Especiais de Interesse Social 1 - ZEIS-1: áreas públicas ou privadas ocupadas


espontaneamente, parcelamentos ou loteamentos irregulares, habitados por população de baixa renda
familiar, onde exista interesse em se promover a regularização jurídica da posse, a legalização do
parcelamento do solo e sua integração à estrutura urbana;

II - Zonas Especiais de Interesse Social 2 - ZEIS-2: áreas públicas ou privadas não edificadas ou não
utilizadas ou subutilizadas que, por sua localização e características, sejam de interesse para a
implantação de programas habitacionais de interesse social.

CAPÍTULO II
DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE PÚBLICO

As Zonas Especiais de Interesse Público - ZEIP são áreas do território municipal com normas
Art. 78

próprias de uso e ocupação do solo, destinadas primordialmente à implantação de projetos


estratégicos de grande impacto no desenvolvimento urbano e econômico do Município, incluindo-se
equipamentos públicos, privados ou em regime de parceria público-privada, com parâmetros de uso e
ocupação do solo diferenciados.

As Zonas Especiais de Interesse Público delimitadas neste Plano constam do Anexo 1 - Mapa 5
Art. 79

e são as seguintes:

I - a área do Retroporto, localizado a leste da Via Cônego Domenico Rangoni;

II - as áreas do CING - Complexo Industrial e Naval de Guarujá e seu entorno;

III - a Zona Aeroportuária e Portuária;

IV - o prologamento da Avenida D. Pedro I, no sentido da Enseada para Perequê, até a Rodovia


Ariovaldo de Almeida Viana;

V - a ligação da Avenida D. Pedro I até a Avenida Marjory Prado pela Avenida do Bosque;

VI - a faixa de transmissão de energia da Companhia Docas do Estado de São Paulo - CODESP,


localizada em Vicente de Carvalho, entre as Ruas Mato Grosso e Guilherme Guinle e a Prainha, com
vistas à ligação seca com a Ilha de São Vicente;

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VII - o sistema viário de transporte de cargas;

VIII - a região da praia e do parque do Perequê;

IX - área entre o morro do Sítio Morrinhos e a Rodovia Cônego Domenico Rangoni, à beira do canal da
Bertioga.

Art. 80 Os projetos para o aproveitamento, expansão, ampliação, implantação e funcionamento nas

zonas especiais tratadas neste Capítulo deverão ser objeto de lei específica.

Parágrafo Único - Para o cumprimento do que dispõe o "caput", o Projeto de Lei deverá conter parecer
do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH.

CAPÍTULO III
DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE TURÍSTICO

Art. 81 As Zonas Especiais de Interesse Turístico são áreas destinadas à dinamização da atividade
turística do Município, nas quais, desde que respeitadas as limitações legais, poderão ser implantados
equipamentos públicos, privados ou em regime de parceria público-privada, com parâmetros de uso e
ocupação do solo diferenciados.

Parágrafo Único - Estas áreas estão delimitadas no Anexo 1 - Mapas 5, compreendendo Ponta das
Galhetas; área de preservação permanente do Rio Santo Amaro; Reserva do Saco do Funil; Anfiteatro
da Pedreira, no bairro da Enseada, no sopé da serra do Santo Amaro; Ilha do Mar Casado; Morro do
Pernambuco; Praia e Parque do Perequê; Morro da Armação das Baleias; Forte do Itapema e seu
entorno ao longo do Estuário, desde a Estação das Barcas de Itapema até a Base Aérea, o Aeroporto
Metropolitano, a faixa entre o canal de Bertioga e a cota 20, ao longo da Rodovia Guarujá - Bertioga
(SP - 55), mirantes localizados nos morros na Ponta das Galhetas, Morro da Campina e Morro Grande
de Santo Amaro e vias à beira mar nas praias do Guaiúba, Tombo, Guarujá (Astúrias), Pitangueiras,
Enseada, Penambuco e Perequê.

Outras regiões poderão receber a classificação de Zonas Especiais de Atividade Turística,


Art. 82

sendo necessária a sua aprovação pelo Conselho Municipal de Turismo e pelo Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH.

Os projetos para aproveitamento dessas zonas deverão ser aprovados pelo Conselho Municipal
Art. 83

de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH e os respectivos planos de ação para a sua


implantação deverão ser aprovados por Decreto Municipal.

CAPÍTULO IV
DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE DO PATRIMÔNIO

As Zonas Especiais de Interesse do Patrimônio - ZEIPAT são áreas formadas por sítios, ruínas e
Art. 84

conjuntos de relevante expressão arquitetônica, histórica, cultural e paisagística, cuja manutenção seja
necessária à preservação do patrimônio cultural do Município.

As Zonas Especiais de Interesse do Patrimônio - ZEIPAT estão delimitadas no Anexo 1 - Mapa


Art. 85

5, compreendendo: o conjunto da Fortaleza da Barra Grande; a Capela de Santo Amaro e Fortim da


Praia do Góes; o conjunto da armação das Baleias, as Ruínas da Capela de Santo Antônio do Guaibê;
as Ruínas da Fortaleza São Felipe; o Forte Vera Cruz do Itapema; o Instituto Santa Emília e as áreas

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de preservação natural tombadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico,


Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo - CONDEPHAAT nos morros do Botelho, Monduba,
do Pinto, do Icanhema, e na Serra do Guararú.

Art. 86 Outros sítios ou regiões poderão requerer a classificação de Zonas Especiais de Interesse do

Patrimônio, devendo para tanto ser aprovados como tais pelo Conselho Municipal de Cultura e pelo
Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH.

CAPÍTULO V
DOS PROJETOS ESTRATÉGICOS

Os projetos estratégicos municipais consistem em ações e propostas prioritárias de intervenção


Art. 87

no espaço geográfico municipal, urbano ou de preservação ambiental, destinados à melhoria da


qualidade de vida por meio da recuperação, reestruturação, requalificação e melhoria de áreas
degradadas do Município, bem como destinados ao desenvolvimento econômico equilibrado.

§ 1º Os projetos estratégicos municipais estão incluídos nas Zonas Especiais de Interesse Público -
ZEIP; Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS, Zonas Especiais de Interesse Turístico - ZEIT,
Zonas Portuária/Industrial - ZPI, Retroportuária/Industrial - ZRI e Aeroportuária/Portuária - ZAP e nas
ampliações dos sistemas viário e de drenagem.

§ 2º O Poder Público Municipal poderá incluir, alterar ou excluir os projetos estratégicos relacionados
neste capítulo de acordo com os critérios estabelecidos pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento
Urbano e Habitacional - CMDUH.

§ 3º O poder público municipal somente poderá alterar, incluir ou substituir os projetos estratégicos
relacionados nesse capítulo mediante aprovação do plenário da Câmara Municipal.

TÍTULO VI
DA OCUPAÇÃO, DO USO E DO PARCELAMENTO DO SOLO NA MACROZONA URBANA

CAPÍTULO I
DA OCUPAÇÃO DO SOLO NA MACROZONA URBANA

Art. 88 São parâmetros urbanísticos reguladores da ocupação do solo:

I - taxa de ocupação (TO);

II - coeficiente de aproveitamento (CA);

III - altura das edificações (h);

IV - recuos;

V - taxa de permeabilidade do solo.

Art. 89 A taxa de ocupação do lote (TO) é a relação máxima entre a projeção horizontal das áreas

edificadas (PE) e a área do terreno ou lote (AT), estabelecida pela seguinte fórmula: TO = PE/AT.

O coeficiente de aproveitamento do lote (CA) é a relação entre a soma das áreas computáveis
Art. 90

de todos os pavimentos da edificação (AC) e a área do terreno ou lote (AT), estabelecida pela seguinte

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fórmula: CA = AC/AT, não sendo computáveis as áreas de garagens, áreas comuns, circulações
horizontais e verticais, caixas d`água, barrilete, casas de máquinas de elevadores e a área em balanço
das varandas.

§ 1º O coeficiente de aproveitamento (CA) se subdivide em três parâmetros:

I - O coeficiente de aproveitamento mínimo, indica o valor abaixo do qual o lote passa a ser
considerado desocupado ou subutilizado, podendo ser objeto de utilização compulsória;

II - O coeficiente de aproveitamento básico, é o maior coeficiente de aproveitamento que o proprietário


pode utilizar sem ônus;

III - O coeficiente de aproveitamento máximo, é o maior coeficiente de aproveitamento que o


proprietário pode utilizar, adquirindo a diferença de potencial construtivo em relação ao coeficiente de
aproveitamento básico, através de outorga onerosa pelo Poder Público ou de transferência de outros
imóveis.

§ 2º O coeficiente de aproveitamento máximo somente pode ser outorgado nas quadras com frente
para vias estruturais e coletoras.

Art. 91 A altura das edificações (h) é a dimensão vertical máxima em metros entre o nível do piso do

pavimento térreo e o ponto mais alto da edificação, excluindo caixas de água, casas de máquinas de
elevadores e antenas.

Art. 92 Os recuos são definidos pela distância mínima da construção às divisas do lote.

§ 1º Será permitida a construção de varandas abertas em balanço, nos recuos acima de 3 metros,
acima do embasamento, com profundidade máxima de 1/4 (um quarto) do recuo em até 25% das
fachadas laterais e de fundos e em 50% da fachada frontal.

§ 2º Nas edificações será permitida a construção de saliências ou balanço de áreas fechadas acima do
pavimento térreo, sobre o recuo frontal obrigatório, em até 50 % da fachada com profundidade que
somada à de varandas abertas não deverá ocupar mais de 1/4 do recuo frontal.

§ 3º A projeção dos beirais da cobertura não deve ultrapassar 1,20 metros sobre os recuos mínimos,
garantindo-se que as águas pluviais não se projetem sobre os lotes vizinhos.

Art. 93 Os parâmetros e os incentivos à adoção de taxa de permeabilidade do solo, para os imóveis

construídos, serão definidos no Código de Edificações.

Art. 94 Os parâmetros urbanísticos de ocupação do solo para a Macrozona Urbana são aqueles
definidos no Anexo 3 - Zoneamento de Ocupação e a distribuição da Zonas de Ocupação do Solo no
território da Município encontra-se descrita no Anexo 1, Mapa 4.

§ 1º O Anexo 3 estabelece os parâmetros de ocupação nas diferentes Zonas, indicando a Taxa de


Ocupação Máxima (TO), os Coeficientes de Aproveitamento (CA) Mínimo, Básico e Máximo, o
Gabarito Máximo e os Recuos Mínimos.

§ 2º Os parâmetros de ocupação nas áreas tombadas e em seus entornos, são estabelecidos em


Resoluções do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do
Estado de São Paulo.

§ 3º O Anexo 3b estabelece os recuos mínimos das edificações em relação às divisas dos lotes,
conforme as diferentes formas de lotes, altura das edificações e vias em que se localizam.

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Excluem-se de regras definidas neste Título as Zonas de Especial Interesse Público, Interesse
Art. 95

Social, Interesse do Patrimônio e Interesse Turístico, que deverão ter legislações municipais próprias
para sua ocupação, aproveitamento e uso de solo.

SEÇÃO I
DAS ZONAS DE ALTA DENSIDADE

As Zonas de Alta Densidade são caracterizadas pelo alto índice de aproveitamento do solo, com
Art. 96

coeficiente de aproveitamento (CA) mínimo de 0,1 (um décimo), básico de 4 (quatro) e máximo de 5
(cinco) e localizadas nos bairros de Pitangueiras e parte de Astúrias, na Macrozona Urbana.

A altura máxima das edificações nas zonas de alta densidade é de 75 (setenta e cinco) metros
Art. 97

de altura, o recuo frontal é de 5 (cinco) metros e o de fundos de 4 (quatro) metros, observando-se os


recuos laterais de acordo com os seguintes critérios:

A altura máxima das edificações nas zonas de alta densidade é de 75 (setenta e cinco) metros
Art. 97

de altura, o recuo frontal é de 5 (cinco) metros, observando-se os recuos laterais e de fundos de


acordo com os seguintes critérios: (Redação dada pela Lei Complementar nº 176/2011)

I - em edificações com altura até 8 (oito) metros de altura, recuos laterais de 1,5 (um e meio) metros;

I - em edificações com altura até 8 (oito) metros, recuos laterais de 1,5 (um e meio) metros e o de
fundos de 3 (três) metros; (Redação dada pela Lei Complementar nº 176/2014)

II - em edificações de 8 (oito) a 11 (onze) metros de altura, recuos laterais de 1,5 (um e meio) metros +
(h - 8 metros)/2;

II - em edificações de 8 (oito) a 11 (onze) metros de altura, recuos laterais de 1,5 (um e meio) metros +
(h - 8)/2 metros e o de fundos de 3 (três) metros; (Redação dada pela Lei Complementar nº 176/2014)

III - em edificações com altura entre 11 m (onze metros) e 75 m (setenta e cinco metros), recuos
laterais de 3 m (três metros) mais h/20 (altura do edifício dividida por vinte).

III - em edificações com altura entre 11 (onze) metros e 75 (setenta e cinco) metros, recuos laterais de
3 (três) metros + h/20 (altura do edifício dividida por vinte) metros e o de fundos de 4 (quatro) metros.
(Redação dada pela Lei nº 176/2014)

Parágrafo Único - Em edificações com altura superior a 11m (onze metros), poderá ocorrer
embasamento como volume destacado da torre, com altura de até 11 m (onze metros) e recuos
obedecendo ao inciso II deste artigo.

Art. 98 Nas Zonas de Alta Densidade, a taxa de ocupação (TO) máxima será de 0,6 (seis décimos) da

área dos respectivos lotes.

As unidades residenciais na Zona de Alta Densidade deverão dispor de 2 (duas) vagas de


Art. 99

garagem, no mínimo.

SEÇÃO II
DAS ZONAS DE MÉDIA DENSIDADE

Art. 100 As Zonas de Média Densidade, estão situadas na Macrozona Urbana, nas áreas afastadas do

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Centro de Guarujá, das praias e dos morros e são caracterizadas pelo coeficiente de aproveitamento
(CA) mínimo de 0,1 (um décimo), básico de 2,5 (dois e meio) e máximo equivalente a 3 (três).

Parágrafo Único - Poderão ser criadas Zonas de Média Densidade nos setores de Desenvolvimento
Compatível da Macrozona de Proteção Ambiental, desde que licenciadas nos órgãos de proteção
ambiental.

A altura máxima das edificações nas Zonas de Média Densidade I é de 60 (sessenta) metros
Art. 101

de altura e nas Zonas de Média Densidade II é de 30 metros, com recuo frontal de 5 (cinco) metros, de
fundos de 4 (quatro) metros e recuos laterais de acordo com os seguintes critérios:

I - em edificações com altura até 8 (oito) metros de altura, recuos laterais de 1,5 (um e meio) metros;

II - em edificações de 8 (oito) a 11 (onze) metros de altura, recuos laterais de 1,5 (um e meio) metros +
(h - 8 metros)/2;

III - em edificações com altura entre 11 m (onze metros) e 60 m (sessenta metros), recuos laterais de 3
m (três metros) mais h/20 (altura do edifício dividida por vinte).

Parágrafo Único - Em edificações com altura acima de 11m (onze metros) o embasamento com altura
de até 11 m (onze metros) poderá formar volume destacado com recuos obedecendo ao inciso II deste
artigo.

Nas Zonas de Média Densidade, a taxa de ocupação (TO) máxima será de 0,6 (seis décimos)
Art. 102

da área dos respectivos lotes.

Nas Zonas de Média Densidade I as unidades residenciais unifamiliares e multifamiliares com


Art. 103

até 50 m² (cinqüenta metros quadrados) de área útil, deverão dispor de no mínimo uma vaga de
garagem, e com mais de 50 m² de área útil, deverão dispor de pelo menos 2 (duas) vagas de garagem.

Nas Zonas de Média Densidade II as unidades residenciais unifamiliares e multifamiliares


Art. 104

deverão dispor de 1 (uma) vaga de garagem, no mínimo.

SEÇÃO III
DAS ZONAS DE BAIXA DENSIDADE

As Zonas de Baixa Densidade constituem-se em áreas especiais, seja por proteção ambiental,
Art. 105

seja pela preservação da paisagem, quando próximas da orla marítima, em loteamentos residenciais,
pela proximidade do Aeroporto Metropolitano ou para manter baixo o custo dos lotes em áreas
residenciais de população de baixa renda.

Parágrafo Único - Poderão ser criadas Zonas de Baixa Densidade nos setores de Ocupação Dirigida e
Desenvolvimento Compatível da Macrozona de Proteção Ambiental, desde que licenciados nos órgãos
de proteção ambiental.

As Zonas de Baixa Densidade permitem coeficiente de aproveitamento (CA) mínimo de 0,1 (um
Art. 106

décimo), básico de 1 (um) e máximo de 1,2 (um e dois décimos), gabarito máximo de 11 (onze) metros,
recuo frontal de 5 m (cinco metros) e recuos laterais e de fundos de acordo com os seguintes critérios,
indicados no Anexo 3a:

I - em edificações com altura até 8 (oito) metros de altura, recuos laterais de 1,5 (um e meio) metros;

II - em edificações de 8 (oito) a 11 (onze) metros de altura, recuos laterais de 1,5 (um e meio) metros +

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(h - 8 metros)/2;

§ 1º Para terrenos em desnível, a altura da edificação será definida a partir do nível do piso do
pavimento térreo, acompanhando o perfil natural do terreno conforme demonstrado no Anexo 3b.

§ 2º Nos lotes das zonas de baixa densidade inseridos nas zonas mistas turísticas poderão ser
construídos motéis e condohoteis com altura máxima de 12,5m (doze virgula cinco metros).

Art. 107 Nas Zonas de Baixa Densidade, a taxa de ocupação (TO) máxima será de 0,6 (seis décimos)

da área dos respectivos lotes.

Nas Zonas de Baixa Densidade as unidades residenciais unifamiliares e multifamiliares,


Art. 108

deverão dispor de no mínimo uma vaga de garagem.

CAPÍTULO II
DO USO DO SOLO NA MACROZONA URBANA

Art. 109 Na Macrozona Urbana encontram-se as seguintes zonas de uso do solo:

I - GUARUJÁ:

a) Zonas Residenciais;
b) Zonas Mistas Turísticas;
c) Zonas Mistas;
d) Zona Industrial Naval e Pesqueira.

II - VICENTE DE CARVALHO:

a) Zona Mistas;
b) Zona Portuária e Industrial;
c) Zona Retroportuária e Industrial;
d) Zona Aeroportuária e Portuária.

Art. 110 Os usos e atividades a se instalarem na Macrozona Urbana devem obedecer às condições

estabelecidas neste Capítulo, determinadas em função:

I - das características das zonas;

II - dos objetivos do planejamento;

III - de sua potencialidade como geradores de incomodidades, de impacto à vizinhança e interferência


no tráfego.

Os usos permitidos no Município de Guarujá, classificados conforme o Código Nacional de


Art. 111

Atividades Econômicas - CNAE do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, constam do


Anexo 4a, agrupados em categorias e subcategorias.

Os usos não permitidos no Município de Guarujá classificados conforme o Código Nacional de


Art. 112

Atividades Econômicas - CNAE, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, constam do


Anexo 4b.

As categorias e subcategorias dos usos e atividades permitidas em cada Zona de Uso do Solo
Art. 113

e em cada categoria de via (local, coletora ou estruturadora) estão indicadas no Anexo 4c.

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Art. 114O licenciamento do uso residencial e das atividades econômicas de comércio, serviços e
indústria deverão obedecer à distribuição nas Zonas de Uso do Solo estabelecidas no Anexo 1, Mapa
5 e às restrições indicadas nas tabelas do Anexo 4.

SEÇÃO I
DOS USOS RESIDENCIAIS

Art. 115 Os usos residenciais destinam-se à habitação permanente, e podem correspondera uma

habitação por lote (R1) ou a mais de uma habitação por lote, dispostas em agrupamentos horizontais
(R2), agrupamentos verticais (R3) e apart-hotéis (R4).

Parágrafo Único - As categorias dos usos residenciais e as exigências para sua implantação constam
dos Anexos 4a e 4c.

Art. 116As residências unifamiliares agrupadas horizontalmente ou verticalmente com mais de uma
torre, com acesso interno pelo lote, deverão atender às seguintes exigências:

I - as vias de acesso interno deverão ter largura mínima de 9 metros, com leito carroçável de 6 metros
de largura e passeios de 1,50 metros de largura;

II - as vias com comprimento acima de cem metros, a partir do acesso, deverão incluir balão de retorno
com diâmetro mínimo de 18 metros no leito carroçável;

III - para efeito das frações ideais do terreno, não serão computadas as áreas doadas ao Município e
as reservadas a comércio fora do condomínio;

IV - as vagas de garagem podem ser cobertas ou descobertas, integradas à respectiva unidade


residencial, ou localizadas externamente em estacionamento coletivo, sem cômputo para efeito de
coeficiente de aproveitamento e taxa de ocupação; as vagas cobertas não poderão estar dentro dos
recuos mínimos exigidos.

V - se a área onde for instalado o agrupamento horizontal ou vertical com mais de uma torre, com
acesso interno, não pertencer a loteamento aprovado (no caso de glebas) será exigida doação de
áreas públicas, fora da área condominial, correspondentes a 5% (cinco por cento) da gleba para fins
institucionais e de 10% (dez por cento) para o sistema de lazer;

VI - é obrigatória a implantação de sistema de tratamento do esgoto do condomínio, com instalações


de fossa séptica, filtro anaeróbio e estação de tratamento dos efluentes, quando não existir rede
coletora de esgoto na via pública.

SEÇÃO II
DOS USOS COMERCIAIS, DE SERVIÇOS E INDUSTRIAIS

Os usos comerciais são classificados conforme o porte das mercadorias oferecidas e o


Art. 117

mercado atendido, a saber: comércio varejista de âmbito local (C1), comércio varejista diversificado
(C2) e comércio atacadista (C3).

Art. 118 Os usos referentes à prestação de serviços são classificados conforme o porte das atividades e

o mercado atendido, a saber: serviços de âmbito local (S1), serviços de apoio ao turismo (S2), serviços
diversificados especializados (S3), serviços de médio porte (S4), serviços de transporte rodoviário (S6),

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serviços náuticos (S), serviços portuários (S8), serviços ferroviários (S9), serviços de transportes
especiais (S10), serviços de transporte aéreo (S11) e serviços de carga e descarga em geral (S12).

Os uso industriais são classificados conforme o porte das atividades e o mercado atendido, a
Art. 119

saber: indústrias de pequeno porte não incômodas (I1), indústrias diversificadas, (I2), indústrias de
grande porte (I3), indústrias pesqueiras e navais (I4).

Art. 120São proibidas no Município de Guarujá as atividades que são nocivas ao patrimônio natural e
cultural do Município em função de sua extensão territorial, características geomorfológicas, acervo de
fauna e flora assim como pelo potencial dano ambiental.

Nos loteamentos, já existentes, com cláusulas mais restritivas em relação ao uso, serão
Art. 121

adotadas as regras determinadas pelos mesmos, salvo em caso de anuência expressa, aprovada em
assembléia da entidade representativa, apresentada por escrito, com a respectiva ata de aprovação.

Os usos permitidos ao longo das vias coletoras e estruturadoras poderão ser permitidos na
Art. 122

primeira quadra das vias transversais, a critério do CMDUH com base em parecer técnico favorável.

Art. 123 Atividade não prevista dependerá de análise e aprovação do Conselho Municipal de

Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH e do Conselho Municipal de Defesa do Meio


Ambiente - CONDEMA, quando comprovado que não é geradora de incomodidades, de impacto à
vizinhança e interferência no tráfego.

SEÇÃO III
DAS ZONAS RESIDENCIAIS

Consideram-se Zonas Residenciais aquelas situadas em Zonas de Baixa Densidade,


Art. 124

destinadas à moradia unifamiliar e multifamiliar, correspondente a uma ou mais habitações


permanentes por lote.

§ 1º As zonas residenciais correspondem aos loteamentos com cláusulas restritivas em relação ao uso,
previstas no registro de imóveis desses parcelamentos, onde devem ser adotadas as regras
determinadas pelos mesmos, salvo em casos de decisão judicial ou de anuência expressa, aprovada
com maioria qualificada de 2/3 (dois terços) dos proprietários em assembléia da entidade
representativa, apresentada por escrito, com a respectiva ata de aprovação.

§ 2º Nas zonas residenciais serão permitidos, além de residências unifamiliares, outros usos de âmbito
local ou turístico previstos no registro dos loteamentos.

Art. 125 São objetivos das Zonas Residenciais:

I - ordenar a distribuição de usos preservando o uso residencial para população fixa e flutuante;

II - manter as características residenciais de alto padrão em loteamentos criados com essa finalidade.

SEÇÃO IV
DAS ZONAS MISTAS

Art. 126 Consideram-se Zonas Mistas aquelas situadas nas Zonas de Alta, Média e Baixa Densidades,

que permitem atividades urbanas voltadas para habitação, comércio, serviços e uso institucional e de
interesse turístico, além de indústrias de pequeno porte, autorizadas conforme a categoria da via em

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que venham a se situar, compatíveis com os critérios de incomodidade definidos nesta Lei
Complementar.

§ 1º Em Guarujá ficam criadas as Zonas Mistas Turísticas em que os usos residenciais são
complementados com atividades de comércio e serviços voltadas às atividades turísticas;

§ 2º Em Guarujá ficam criadas também Zonas Mistas que além de abrigar os usos residenciais e
urbanos em geral, compreendem aqueles que dão suporte às atividades das Zonas Industriais Navais
e Pesqueiras.

§ 3º Em Vicente de Carvalho ficam criadas Zonas Mistas que além de abrigar usos residenciais e
urbanos compreendem aqueles que dão suporte às atividades das seguintes Zonas: Portuária e
Industrial; Retroportuária e Industrial; Aeroportuária e Portuária.

§ 4º O zoneamento dos usos nas Zonas Mistas constam no Anexo 4c.

Art. 127 São objetivos na Zona de Uso Misto:

I - garantir as áreas urbanas para o uso habitacional da população fixa e flutuante;

II - complementar a oferta dos serviços essenciais à população;

III - promover a diversificação de atividades comerciais e de serviços;

IV - promover a diversificação de usos na cidade;

V - contribuir para a geração de emprego e renda no Município;

VI - preservar o ambiente urbano, restringindo as atividades incômodas.

SEÇÃO V
DA ZONA PORTUÁRIA E INDUSTRIAL

Art. 128 Considera-se Zona Portuária aquela restrita às atividades operacionais direta ou indiretamente

ligadas ao porto, envolvendo atracação de navios e embarcações, grande fluxo de mercadorias e


veículos pesados de carga, incompatíveis com a atividade habitacional, sendo admitido comércio,
serviços e usos institucionais de apoio às referidas atividades.

§ 1º A Zona Portuária situa-se às margens do Estuário, devendo ter acesso direto, sem interferência
com as Zonas Residenciais e Zonas Mistas, à Rodovia SP-55 Cônego Domenico Rangoni, à Zona
Retroportuária e às ligações secas com as áreas portuárias da ilha de São Vicente.

§ 2º A implantação de novas instalações portuárias às margens do Estuário devem ser acompanhadas


do respectivo Estudo de Impacto Ambiental - EIA e Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, bem como
do Relatório de Impacto de Vizinhança - RIV, com atribuição das compensações ambientais previstas
na legislação pertinente, além de compensações sociais e urbanísticas definidas pelo CONDEMA E
CMDUH e obrigatoriamente deverão passar pela aprovação da Câmara Municipal, conforme dispõe o
art. 80 desta Lei.

§ 3º O aproveitamento, uso e ocupação do solo desta zona portuária, bem como demais regramentos
urbanísticos e ambientais deverão ser objeto de legislação municipal específica, contendo a
normatização da atividade portuária no município.

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SEÇÃO VI
DA ZONA RETROPORTUÁRIA E INDUSTRIAL

Art. 129Na Zona Retroportuária e Industrial são permitidas atividades operacionais de apoio ao porto,
como depósitos de mercadorias e contêineres, parqueamento de veículos de carga e apoio aos
caminhoneiros, indústrias não poluidoras e serviços de grande porte, incompatíveis com as áreas
habitacionais e geradores de incomodidade, além de comércio, serviços e usos institucionais de apoio
às referidas atividades, principalmente centros de pesquisa, desenvolvimento e ensino tecnológico.

§ 1º Para a Zona Retroportuária e Industrial deverá ser desenvolvido um Projeto de Lei específico, com
definições de uso e ocupação de solo, aproveitando o regramento das atividades, seguindo as
diretrizes deste Plano Diretor.

§ 2º A implantação de novos empreendimentos na Zona Retroportuária e Industrial ou a expansão dos


existentes requer o cumprimento das obrigações de licenciamento previstas na Macrozona de
Proteção Ambiental.

§ 3º As atividades retroportuárias hoje existentes entre a Avenida Santos Dumont e a Rodovia Cônego
Domenico Rangoni, em especial aquelas destinadas a armazenamento, movimentação e reparação de
contêineres, deverão manter um afastamento mínimo de 50 metros das zonas onde são permitidos
usos residenciais.

SEÇÃO VII
DA ZONA AEROPORTUÁRIA E PORTUÁRIA

Art. 130 A Zona Aeroportuária e Portuária caracteriza-se por ser de uso aeroviário, portuário e

retroportuário, onde podem ser desenvolvidas atividades de movimentação de cargas e passageiros,


incluindo instalações de apoio e estruturas intermodais, incompatíveis com as áreas habitacionais.

Parágrafo Único - A Zona Aeroportuária e Portuária localiza-se integralmente na área da atual Base
Aérea, a oeste da Rodovia Cônego Domenico Rangoni, limitada ao norte pelo Canal de Bertioga e ao
Sul pela área urbana de Vicente de Carvalho.

Art. 131 O desenvolvimento da Zona Aeroportuária e Portuária deverá ser baseado em Projeto de Lei

específico, definindo sua ocupação e que leve em conta:

I - Base Aérea da Aeronáutica;

II - Aeroporto Civil Metropolitano de Guarujá;

III - usos portuários;

IV - pista para pouso e decolagem de aeronaves de asa fixa;

V - plataformas para pouso e decolagem de aeronaves de asa móvel;

VI - sistema viário para veículos de carga;

VII - sistema viário para veículos de passageiros;

VIII - estudo de impacto nas áreas residenciais próximas;

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IX - áreas com restrições de uso e gabarito no cone de aproximação da pista;

Parágrafo Único - A implantação de empreendimentos nesta Zona requer o cumprimento das


obrigações de licenciamento previstas na Macrozona de Proteção Ambiental, além da adoção de
medidas que minimizem impactos nas áreas urbanas próximas, especialmente quanto a ruídos e uso
do sistema viário.

SEÇÃO VIII
DA ZONA INDUSTRIAL NAVAL E PESQUEIRA

Considera-se Zona Industrial Naval e Pesqueira aquela restrita às atividades de transformação,


Art. 132

ligadas às atividades navais e pesqueiras, com graus variáveis de incomodidade devido ao porte,
geração de ruídos, odores e fluxo de veículos.

Parágrafo Único - A implantação de empreendimentos nesta Zona requer a adoção de medidas que
minimizem impactos nas áreas urbanas próximas, especialmente quanto a ruídos e uso do sistema
viário.

CAPÍTULO II
DOS USOS GERADORES DE INCÔMODO, IMPACTO À VIZINHANÇA E INTERFERÊNCIA NO
TRÁFEGO

SEÇÃO I
DOS USOS GERADORES DE INCÔMODO

Art. 133Considera-se incomodidade urbana o estado de desacordo de uso ou atividade com os


condicionantes locais, causando reação adversa sobre a vizinhança, tendo em vista suas estruturas
físicas e vivências sociais.

Art. 134 Para análise do nível de incomodidade deverão ser observados os seguintes fatores:

I - poluição sonora: geração de impacto causada pelo uso de máquinas, utensílios ruidosos, aparelhos
sonoros ou similares no entorno próximo;

II - poluição atmosférica: lançamento na atmosfera de matéria ou energia provenientes do uso de


combustíveis nos processos de produção ou, simplesmente, lançamento de material particulado inerte
na atmosfera acima dos níveis admissíveis;

III - poluição hídrica: descarte de efluentes líquidos que alterem a qualidade da rede hidrográfica ou a
integridade do sistema coletor de esgotos ou poluição do lençol freático;

IV - geração de resíduos sólidos: produção, manipulação ou estocagem de resíduos sólidos, com


riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública;

V - vibração: impacto provocado pelo uso de máquinas ou equipamentos que produzam choques
repetitivos ou vibração sensível, causando riscos potenciais à propriedade, ao bem estar ou à saúde
pública;

VI - periculosidade: atividades que apresentem risco ao meio ambiente e à saúde, em função de


produção, comercialização, uso ou estocagem de materiais perigosos, como explosivos, gás liquefeito

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de petróleo (GLP), inflamáveis, tóxicos e equiparáveis, conforme normas técnicas e legislação


específica.

Parágrafo Único - A avaliação das categorias de incomodidades permitidas em relação ao sistema


viário no qual se encontrem cada atividade ou empreendimento seguirá as diretrizes colocadas no
Anexo 4, devendo ser regulamentada por legislação específica e em conformidade com o Código de
Posturas e a legislação ambiental pertinente.

SEÇÃO II
DOS EMPREENDIMENTOS DE IMPACTO À VIZINHANÇA

Art. 135Os empreendimentos de impacto à vizinhança são todos aqueles que possam vir a causar
alteração significativa no ambiente natural ou construído, ou sobrecarga na capacidade de atendimento
da infra-estrutura básica, quer se instalem em empreendimentos públicos ou privados, residenciais ou
não-residenciais.

Art. 136 São considerados empreendimentos que causam impacto à vizinhança:

I - as edificações não-residenciais com área construída igual ou superior a 1.500 m² (um mil e
quinhentos metros quadrados);

II - os empreendimentos residenciais com mais de 100 (cem) unidades habitacionais ou implantados


em terrenos com metragem igual ou maior que 10.000 m² (dez mil metros quadrados).

III - os empreendimentos residenciais ou não residenciais com mais de 200 (duzentas) vagas de
estacionamento.

Parágrafo Único - Empreendimentos habitacionais condominiais em glebas não loteadas, sem abertura
de vias públicas, devem reservar 5% de sua área, para fins institucionais, com acesso para via pública
oficial.

Art. 137 São considerados empreendimentos causadores de impacto à vizinhança, independentemente

da área construída:

I - centrais de armazenamento e movimentação de carga e contêineres;

II - pátios e linhas ferroviárias e estações de carga ou transbordo de mercadorias;

III - centrais de abastecimento;

IV - estações de tratamento de efluentes ou lixo;

V - terminais de transportes rodoviário, ferroviário, aeroviário e hidroviário;

VI - transportadoras;

VII - garagens de veículos de transporte de passageiros e cargas, máquinas e equipamentos;

VIII - cemitérios e crematórios;

IX - presídios e centros de triagem e detenção;

X - postos de serviço com venda de combustível;

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XI - depósitos de gás liquefeito de petróleo (GLP);

XII - depósitos de inflamáveis, tóxicos e equiparáveis;

XIII - supermercados, hipermercados, lojas de departamentos e shopping centers;

XIV - casas de espetáculos, boates e locais com música ao vivo;

XV - estações de rádio-base, tais como antenas de telecomunicações e de repetidoras de televisão;

XVI - antenas transmissoras de telefonia celular;

XVII - centros de convenções, casas de festas ou eventos e entretenimento;

XVIII - comércio atacadista, armazenamento e beneficiamento de resíduos e sucatas;

XIX - recondicionamento e recuperação de motores;

XX - construção e reparação de embarcações;

XXI - manutenção de aeronaves;

XXII - manutenção e fabricação de reboques e carrocerias;

XXIII - abate e preparação de produtos de carne e pescado;

XXIV - templos, igrejas e locais de culto;

XXV - hospitais;

XXVI - oficinas mecânicas, funilaria e pintura, serralherias e marcenarias;

XXVII - academias de ginástica e artes marciais;

XXVIII - restaurantes;

XXIX - clubes recreativos ou esportivos, boliches;

XXX - empreendimentos que requeiram movimento de terra com volume igual ou superior a trinta mil
metros cúbicos;

XXXI - túneis, viadutos e vias expressas rodoviárias e metroviárias;

XXXII - edificações ou grupamento de edificações com uso industrial, qualquer que seja sua área
construída ou de terreno.

Parágrafo Único - As atividades portuárias, retroportuárias, aeroportuárias e industriais deverão contar


com plano de contingência, controle e emergência de logística objetivando garantir a qualidade da
saúde pública.

A instalação, a ampliação e o funcionamento de empreendimentos causadores de impacto à


Art. 138

vizinhança são condicionados à aprovação pelo Poder Executivo Municipal de Estudo de Impacto de
Vizinhança - EIV, além de Estudo de Impacto Ambiental - EIA quando requerido pela legislação
ambiental pertinente.

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§ 1º As compensações exigidas pelo poder público decorrentes dos impactos de vizinhança causados
pelo empreendimento, não devem ultrapassar 5% do custo do empreendimento e serão destinados ao
Fundo de Desenvolvimento Urbano.

§ 2º A exigência de compensações superiores a 5% decorrentes de impactos de vizinhança


extraordinários devem ter a aprovação do CMDUH - Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e
Habitacional.

SEÇÃO III
DOS USOS GERADORES DE INTERFERÊNCIA NO TRÁFEGO

Art. 139 Para os fins desta Lei Complementar são considerados usos geradores de interferência no

tráfego as seguintes atividades:

I - geradoras de carga e descarga;

II - geradoras de embarque e desembarque;

III - geradoras de tráfego de pedestres;

IV - caracterizadas como pólos geradores de tráfego.

Os parâmetros para enquadramento como Uso Gerador de Interferência no Tráfego e as


Art. 140

exigências da análise técnica serão definidos pela legislação municipal.

§ 1º A análise dos usos geradores de interferência no tráfego será feita pelo órgão municipal
competente.

§ 2º A análise técnica dos Usos Geradores de Interferência no Tráfego não dispensa o Estudo de
Impacto de Vizinhança - EIV e o licenciamento ambiental, quando requerido pela legislação ambiental
pertinente.

CAPÍTULO III
DO PARCELAMENTO DO SOLO

O parcelamento do solo será regulado pelos capítulos IV e V da Lei Complementar 14, de 21


Art. 141

de maio de 1992, e seguindo as seguintes diretrizes para os loteamentos residenciais:

I - Loteamento tipo "A";

II - Loteamento tipo "B".

Os loteamentos tipo "A" serão permitidos em todas as zonas de uso onde os usos residenciais
Art. 142

e mistos sejam admitidos, atendidas as disposições da legislação pertinente.

§ 1º Da área total do terreno destinado à implantação dos loteamentos previstos no caput deverá ser
doada uma área não inferior a 35 % (trinta e cinco por cento) para as áreas públicas ao Município,
sendo no mínimo 5% para edifícios públicos e 10% para sistema de lazer.

§ 2º A área mínima dos lotes será de 250m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e frente mínima

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de 10 m (dez metros).

§ 3º Nos loteamentos existentes, por iniciativa do proprietário de um lote individual, será admitido o
fracionamento em dois lotes de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados), desde que a frente
tenha no mínimo 5 (cinco) metros, sendo permitida a geminação da edificação na divisa com o outro
lote fracionado, respeitando-se os recuos frontais e de fundos do lote original.

§ 3º Nos loteamentos existentes, por iniciativa do proprietário de um lote individual, será admitido o
fracionamento em dois lotes de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados), desde que a frente
tenha no mínimo 5 (cinco) metros, sendo permitida a geminação da edificação na divisa com o outro
lote fracionado, respeitando-se os recuos frontais, laterais e de fundos do lote original. (Redação dada
pela Lei Complementar nº 176/2014)

Os loteamentos tipo "B" são tidos como sendo de interesse social em áreas de urbanização
Art. 143

específica e atenderão as características urbanísticas e edilícias especiais estabelecidas pela lei


complementar que dispõe sobre uso e ocupação das Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS.

Os lotes remanescentes de loteamentos aprovados anteriormente à vigência desta Lei


Art. 144

Complementar que contrariem as dimensões mínimas ora indicadas poderão manter inalteradas suas
dimensões.

O parcelamento do solo implantado irregularmente poderá obter a devida regularização


Art. 145

cumprindo:

I - os requisitos jurídicos e urbanísticos dispostos em Legislação Específica;

II - o estabelecimento de procedimentos que garantam o cumprimento das obrigações do loteador


irregular, ainda que as obras necessárias à regularização sejam executadas pelo Poder Público
Municipal ou por associação de moradores;

III - as normas que garantam as condições de habitabilidade, acessibilidade, salubridade e segurança


do sítio.

Art. 146 Os loteamentos novos deverão seguir os requisitos jurídicos e urbanísticos dispostos na Lei

Federal 6.766/1979, com suas alterações e regulamentações posteriores.

TÍTULO VII
DO USO, OCUPAÇÃO E PARCELAMENTO DO SOLO NA MACROZONA DE PROTEÇÃO
AMBIENTAL

O uso, a ocupação e o parcelamento do solo na Macrozona de Proteção Ambiental deve


Art. 147

observar as características e os objetivos previstos para cada um de seus setores.

CAPÍTULO I
DO USO DO SOLO NA MACROZONA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

Art. 148 A Macrozona de Proteção Ambiental tem como critério fundamental para a definição dos usos

e atividades a compatibilidade destes com a proteção dos recursos ambientais em cada setor.

Art. 149 O uso do solo na Macrozona de Proteção Ambiental fica classificado em:

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I - residencial;

II - não-residencial;

III - misto.

§ 1º Considera-se uso residencial aquele destinado à moradia unifamiliar e multifamiliar.

§ 2º Considera-se uso não-residencial aquele destinado ao exercício das seguintes atividades:

a) industrial;
b) comercial;
c) de prestação de serviços;
d) institucional;
e) de ecoturismo e turismo sustentável;
f) de agricultura, pecuária e avicultura;
g) de aqüicultura;
h) manejo de espécies nativas.

§ 3º Considera-se uso misto aquele constituído pelos usos residencial e não-residencial no mesmo
setor.

A instalação ou ampliação de qualquer uso ou atividade na Macrozona de Proteção Ambiental


Art. 150

deverá ser submetida a licenciamento ambiental, conforme legislação pertinente, além das medidas de
recuperação e compensação ambiental estabelecidas pela autoridade ambiental competente.

SEÇÃO I
DO USO NO SETOR DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Art. 151 No Setor de Preservação Ambiental serão admitidos o uso residencial controlado e usos

referentes à pesquisa, educação, ecoturismo e turismo sustentável e atividades humanas, desde que
compatíveis com o objetivo de preservação deste setor:

I - preservação integral dos ecossistemas;

II - implantação de unidades de conservação, públicas ou privadas;

III - infra-estrutura e atividades de pesquisa científica e ensino ligados à preservação ambiental;

IV - infra-estrutura e atividades de ecoturismo de baixo impacto;

V - atividades de educação ambiental;

VI - atividades de manufatura sustentável de produtos da floresta;

VII - compensações ambientais;

VIII - atividades agrícolas e de pesca artesanal controlada;

IX - ocupação humana de baixos efeitos impactantes.

O Poder Público municipal poderá criar um plano específico para a ocupação deste setor
Art. 152

prevendo a normatização de uso e mecanismos tributários de incentivo e compensações à

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preservação ambiental.

SEÇÃO II
DO USO NO SETOR DA ORLA

Art. 153Para fins de gerenciamento do uso e ocupação, as praias e costões estão classificados em 3
(três) categorias em função de suas características e grau de restrição de uso decrescente:

I - Categoria 1: praias e costões preservados, sem acesso por veículos terrestres e com suas
características ambientais naturais próximas à situação original, onde é prevista preservação integral
dos ecossistemas, além de atividades de pesquisa científica e ensino ligados à preservação e à
educação ambiental;

II - Categoria 2: praias e costões urbanos, de uso limitado, situados em áreas de baixa densidade de
ocupação, onde é previsto: preservação dos ecossistemas; implantação de unidades de conservação,
públicas ou privadas; infra-estrutura e atividades de pesquisa científica e ensino ligados à preservação
ambiental; infra-estrutura e atividades de ecoturismo de baixo impacto; atividades de educação
ambiental; atividade pesqueira artesanal controlada; ocupação humana de baixos efeitos impactantes.

III - Categoria 3: praias e costões urbanos, freqüentados pela população fixa e flutuante, situados em
Zonas de baixa, média e alta densidade de ocupação, onde é prevista atividade humana de baixos
efeitos impactantes, ligados ao turismo e ao lazer.

Art. 154Os manguezais são considerados áreas de preservação permanente que podem abrigar
atividades de pesquisa científica e ecoturismo sustentável admitindo-se uso e ocupação apenas em
casos de intervenções localizadas, de interesse público, com licenciamento ambiental.

Art. 155 O uso e a ocupação das margens do estuário sem vegetação de mangue, com ou sem

ocupação humana poderão abrigar atividades turísticas, culturais, náuticas ou portuárias, compatíveis
com as zonas em que se inserem e com o Zoneamento Ecológico Econômico do Gerenciamento
Costeiro.

Art. 156O Poder Público Municipal disciplinará o uso sustentável do Setor da Orla, nos termos deste
Plano Diretor, por meio de um plano específico para o uso e a ocupação, em conformidade com as
diretrizes do Zoneamento Ecológico Econômico do Gerenciamento Costeiro em nível estadual e
federal, prevendo ainda incentivos à preservação ambiental do entorno, em conformidade com o
Código de Posturas do Município.

SEÇÃO III
DO USO NO SETOR DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

Art. 157 Os usos permitidos no Setor de Recuperação Ambiental são os seguintes:

I - obras e melhorias para a reabilitação ambiental de áreas impactadas ou redução de riscos de


acidentes;

II - urbanização de áreas ocupadas de forma a contribuir com o equilíbrio ambiental;

III - implantação de equipamentos públicos de cultura, lazer, esporte e apoio a serviços urbanos.

Parágrafo Único - Nas áreas atualmente ocupadas por atividades de transbordo de resíduos sólidos, e

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apoio aos serviços de limpeza urbana, deverá ser promovida a recuperação ambiental.

SEÇÃO IV
DO USO NO SETOR DE DESENVOLVIMENTO COMPATÍVEL

Art. 158 Os usos permitidos no Setor de Desenvolvimento Compatível são:

I - assentamentos de média e baixa densidade;

II - estruturas de hospedagem;

III - atividade retroportuária e industrial;

IV - outros usos a serem definidos pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional
- CMDUH.

V - demais usos previstos no Setor de Preservação Ambiental.

Parágrafo Único - No Setor de Desenvolvimento Compatível, serão adotados os índices de ocupação


mais restritivos previstos na Tabela de Zoneamento de Ocupação para este Setor e para a Zona de
Ocupação da Macrozona Urbana que lhe está sobreposta. (Redação acrescida pela Lei Complementar
nº 176/2014)

SEÇÃO V
DO USO NO SETOR DE OCUPAÇÃO DIRIGIDA

Art. 159 Os usos permitidos no Setor de Ocupação Dirigida são:

I - estruturas de hospedagem;

II - atividades de interesse ambiental, cultural ou de preservação do patrimônio histórico e


arqueológico;

III - assentamentos urbanos compatíveis de baixa densidade;

IV - estruturas e atividades comerciais e de serviços de baixo impacto voltados ao turismo e ao lazer;

V - equipamentos comunitários básicos;

VI - demais usos previstos no Setor de Preservação Ambiental.

Parágrafo Único - No Setor de Ocupação Dirigida, serão adotados os índices de ocupação mais
restritivos previstos na Tabela de Zoneamento de Ocupação para este Setor e para a Zona de
Ocupação da Macrozona Urbana que lhe está sobreposta. (Redação acrescida pela Lei Complementar
nº 176/2014)

CAPÍTULO II
DO PARCELAMENTO DO SOLO NA MACROZONA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

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O parcelamento do solo na Macrozona de Proteção Ambiental, será aplicável somente nos


Art. 160

setores de Desenvolvimento Compatível e Ocupação Dirigida, nos termos da Lei Federal 6.766/1979 e
mediante licenciamento ambiental.

TÍTULO VIII
SISTEMA VIÁRIO

O Sistema Viário do Município fica definido por este Plano Diretor por meio dos seguintes
Art. 161

modos de acessibilidade:

I - rodoviário;

II - ferroviário;

III - hidroportuário;

IV - aeroportuário.

§ 1º Em qualquer parte do território do Município é proibida a implantação de instalações rodoviárias,


ferroviárias, hidroportuárias e aeroportuárias sem a prévia autorização do Poder Público Municipal.

§ 2º A implantação de qualquer sistema de transporte que altere a estrutura física e geomorfológica do


Município, deverá ser compatível com os objetivos e diretrizes desta Lei Complementar e aprovada
pelo Executivo Municipal mediante parecer favorável do Conselho Municipal de Desenvolvimento
Urbano e Habitacional (CMDUH) e Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (CONDEMA).

§ 3º Todos os modos do sistema viário municipal, existente e a ser implantado, deverão obedecer aos
critérios de mobilidade e acessibilidade universal e passar por reformas para atender aos requisitos
estabelecidos nesta Lei Complementar.

Considera-se sistema rodoviário o conjunto de vias terrestres, existentes no Município,


Art. 162

destinadas à circulação pública de veículos rodoviários e de pedestres e outras formas de mobilidade,


como a cicloviária.

Art. 163Considera-se sistema ferroviário o conjunto de linhas, estações, terminais, equipamentos e


máquinas destinadas ao transporte de carga ou passageiros que tenham seus percursos fixados por
trilhos ou outros elementos condicionadores do trajeto.

Parágrafo Único - Para os efeitos desta Lei Complementar e de acordo com as características
operacionais, o sistema ferroviário obedecerá à seguinte classificação:

I - transporte de passageiros;

II - transporte de carga.

Considera-se sistema hidroviário o conjunto das rotas de navegação, cais, dársenas, marinas,
Art. 164

clubes náuticos, piers, equipamentos e máquinas destinadas ao transporte de passageiros ou de


mercadorias que, direta ou indiretamente, utilizam os recursos hídricos do Município.

Parágrafo Único - A localização dos terminais de navegação marítima, dos respectivos pátios de
cargas e descargas de mercadorias e acessos de passageiros, assim como a utilização de rotas
fluviais para navegação e a localização dos respectivos embarcadouros, ficam sujeitos a orientação e
controle das autoridades competentes, obedecidas as disposições da legislação municipal de uso e

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ocupação do solo.

Considera-se sistema aeroviário o conjunto de pistas de pouso e decolagem, helipontos,


Art. 165

estações, terminais, hangares, equipamentos e vias de circulação rodoviária destinadas ao transporte


de carga ou passageiros por via aérea.

Parágrafo Único - Para os efeitos desta Lei Complementar e de acordo com as características
operacionais, o sistema aeroviário obedecerá à seguinte classificação:

I - aeroportos;

II - helipontos.

CAPÍTULO I
DO SISTEMA RODOVIÁRIO URBANO

Art. 166 O sistema rodoviário urbano está subdividido nas seguintes categorias, indicadas no Anexo 1 -

Mapas 6, 7 e 8, e descritas nos anexos 5 e 6:

I - Vias Estruturais:

a) de Interesse Macrometropolitano;
b) de Interesse Metropolitano;

II - Vias Coletoras ou de Interesse Metropolitano Secundário;

III - Vias Locais;

IV - Ciclovias;

V - Vias de Pedestres.

São consideradas Vias Estruturais todas aquelas que têm importância macrometropolitana ou
Art. 167

metropolitana, ou seja, atendem aos principais destinos do Município e também servem para as
conexões regionais, fazendo a ligação com as vias de Interesse Viário Metropolitano Secundário ou
Coletoras.

Art. 168 São consideradas Vias Estruturais de Interesse Macrometropolitano aquelas que realizam as

ligações do Município com o sistema viário macrometropolitano, sendo constituídas por:

I - rodovias estaduais, que correspondem às ligações do Município, os sistemas viários da Baixada


Santista e do Estado;

II - marginais das rodovias, que cumprem o papel de interligação das rodovias com os bairros ou áreas
lindeiras às mesmas.

As Vias Estruturais de Interesse Metropolitano compreendem a malha formada pelas ligações


Art. 169

das vias macrometropolitanas com as áreas centrais do Município, os polos de atividade econômica e
os núcleos de assentamentos urbanos, devendo atender aos seguintes requisitos:

I - ter canteiro central, dividindo as mãos de direção, ciclovia unidirecional em cada mão de direção,
uma via em cada mão de direção para suporte de transporte coletivo e no mínimo mais uma para
transporte individual;

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II - devem suportar estacionamento;

III - ter calçada com largura de 4 (quatro) metros.

Art. 170 As Vias de Interesse Metropolitano Secundário ou Coletoras, são aquelas que realizam a
interligação entre as Vias Estruturais e as Vias Locais e consistem na rede viária formada pelas vias
municipais que permitem a circulação entre os bairros do Município e o acesso a equipamentos e
instituições de porte e interesse urbano ou relacionados ao sistema de transporte e trânsito de
interesse para a região metropolitana.

Art. 171As Vias de Interesse Metropolitano Secundário ou Coletoras devem atender aos seguintes
requisitos:

I - podem ter uma ou duas mãos de direção;

II - devem suportar transporte coletivo e individual;

III - devem comportar estacionamento e ciclovia e ter calçadas com no mínimo 3 (três) metros de
largura.

Art. 172 As Vias Locais são todas as que não estão indicadas nas condições descritas nas
classificações acima, servindo de acesso aos lotes e glebas e à circulação intra-urbana de veículos de
baixo fluxo e prioritariamente a pedestres ou ciclovias delimitadas no Anexo 01, Mapa 06 e descritas
no Anexo 05.

As Vias Locais deverão prever circulação de transporte individual, estacionamento, ciclovia e


Art. 173

calçadas.

Art. 174 As Vias Cicloviárias consistem em vias exclusivas para utilização de bicicletas, demarcadas e

sinalizadas no sistema viário da cidade.

Art. 175As Vias de Pedestres consistem em passeios públicos, calçadões, passeios junto às faixas da
orla, vielas e vias de passagem exclusiva em loteamentos.

Art. 176 As vias de pedestres poderão contar com leito carroçável com até 3,00 metros de largura

quando tiverem largura superior a doze metros.

CAPÍTULO II
DAS DIRETRIZES VIÁRIAS

Art. 177 Constituem diretrizes de expansão do sistema rodoviário:

I - ligação seca da Ilha de Santo Amaro com a Ilha de São Vicente, com ligação por via expressa com a
Rodovia Cônego Domenico Rangoni;

II - ligação seca da Estrada da Bertioga com o continente, sobre o Canal da Bertioga;

III - implantação da Avenida Perimetral Portuária junto à Avenida Santos Dumont, com separação dos
fluxos urbano e portuário;

IV - implantação de ligação da Avenida Perimetral Portuária com a Rodovia Cônego Domenico


Rangoni para fluxo exclusivo do tráfego portuário, sem travessia da área urbanizada;

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V - implantação do sistema viário retroportuário, articulado com a Rodovia Cônego Domenico Rangoni
e os acessos à área portuária e à área aeroportuária;

VI - implantação de ligação viária da área aeroportuária com a Rodovia D. Domenico Rangoni e com o
Retroporto;

VII - reformulação, melhoria e ampliação do sistema viário de acesso da Rodovia Cônego Domenico
Rangoni à Avenida D. Pedro I;

VIII - implantação da ligação entre o prolongamento da Avenida D. Pedro I até a Avenida Marjory
Prado, utilizando o traçado da Avenida do Bosque;

IX - implantação da ligação entre o prolongamento da Avenida D. Pedro I e a estrada da Bertioga


(SP-61);

X - implantação de sistema viário interligando a Avenida Antonio Pimentel em Morrinhos com a


Avenida Rafael Vitiello na Vila Zilda;

XI - reestruturação do binário das Ruas Guilherme Guinle e Mato Grosso;

XII - consolidação do eixo formado pelas Avenidas Mário Daige, Antonio Freire, Projetada "A" e
Acaraú;

XIII - interligação da Avenida Mario Daige com Avenida Lídio Martins Correa;

XIV - complementação viária de ligação do bairro das Astúrias com o bairro de Santa Cruz dos
Navegantes.

XV - Prolongamento das Avenidas 1, 2 e 3 de Morrinhos para permitir a expansão deste bairro em


direção ao Norte.

Art. 178As definições quanto a classificação, dimensionamento, capacidades, geometria e demais


especificações técnicas das ruas e avenidas, estão presentes no Anexo 5.

Art. 179 Constitui diretriz de expansão do sistema cicloviário o Mapa 7, de mobilidade cicloviária, do

Anexo I.

Constitui diretriz do sistema ferroviário implantação de sistema de transporte de passageiros


Art. 180

urbano e metropolitano.

Art. 181 Constituem diretrizes de expansão do sistema hidroviário:

I - implantar linhas de transporte coletivo hidroviário interligando os diversos terminais hidroviários do


Município;

II - implantar linhas de transporte coletivo hidroviário interligando com os demais Municípios da


Baixada Santista, o aproveitamento dos rios e do estuário.

III - implantar linhas e terminais de transporte hidroviário de cargas interligando os terminais


hidroviários de cargas do Município e da Baixada Santista.

Art. 182 Constituem diretrizes do sistema aeroportuário:

I - Implantação do Aeroporto Civil Metropolitano na área da Base Aérea em Vicente de Carvalho;

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II - Implantação de sistema de helipontos para acesso de passageiros aos diversos bairros do


Município e para estabelecer sistema de salvamento de banhistas e embarcações nas praias, no mar e
no Estuário.

CAPÍTULO III
DAS DIRETRIZES DE DRENAGEM URBANA

Art. 183 As diretrizes de drenagem urbana serão definidas no Plano de Macrodrenagem do Município, a

ser instituído por legislação específica após aprovação pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento
Urbano e Habitacional - CMDUH e pelo Conselho de Defesa do meio Ambiente - CONDEMA.

Art. 184 As diretrizes definidas no Plano de Macrodrenagem deverão ser obedecidas pelos proprietários

de glebas e terrenos quando da implantação de parcelamento ou arruamento.

Art. 185As diretrizes incidentes em lotes ou glebas já parceladas serão consideradas como de
interesse público.

TÍTULO IX
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA

Art. 186Para a promoção, planejamento, controle e gestão do desenvolvimento urbano, serão


adotados, dentre outros, os instrumentos de política urbana estabelecidos na Constituição da
República Federativa do Brasil (artigo 182, § 4º)e no Estatuto da Cidade(Lei Federal 10.257/2001,
artigos 5º a 8º).

CAPÍTULO I
DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS

Art. 187 São passíveis de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, os imóveis nas

seguintes condições:

I - não edificados, entendendo-se como tais os terrenos e glebas cujas áreas sejam superiores a
3.000m² (três mil metros quadrados), que não tenham sido objeto de parcelamento e estejam
localizados na Macrozona Urbana ou no Setor de Desenvolvimento Compatível da Macrozona de
Proteção Ambiental com área limítrofe à área urbana;

II - não edificado, entendendo-se como tal o lote urbano cujo coeficiente de aproveitamento verificado
seja igual a 0 (zero), desde que seja legalmente possível sua utilização.

III - subutilizados, entendendo-se como tais os terrenos e glebas cujo coeficiente de aproveitamento
(CA) seja inferior ao coeficiente de aproveitamento mínimo definido para o setor onde se situam;

IV - não utilizados, entendendo-se como tais as edificações não terminadas que estejam com as obras
paralisadas há mais de 5 (cinco) anos.

V - não utilizado entendendo-se assim o lote urbano de uso residencial ou não residencial, que tenha
sua área construída desocupada e não utilizada, para o fim para a qual foi edificada, há mais de 5
(cinco) anos e que apresente uma ou mais das seguintes características:

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a) uso não residencial:


1 - última licença municipal de funcionamento encerrada há mais de 5 (cinco) anos;
2 - corte de energia elétrica;
3 - corte ou supressão do fornecimento de água;
4 - obra paralisada.
b) uso residencial:
1 - corte de energia elétrica;
2 - corte ou supressão do fornecimento de água;
3 - obra paralisada.

§ 1º Em qualquer uma das situações descritas nos incisos I a IV, são ressalvados os imóveis que
comprovem a impossibilidade de sua utilização devido a litígio judicial ou onde haja incidência de
restrições jurídicas, alheias à vontade do proprietário, que inviabilizem atingir o coeficiente de
aproveitamento mínimo.

§ 2º Excetuam-se do disposto neste artigo os terrenos destinados ao uso não residencial que, para seu
pleno funcionamento, necessitem de área construída inferior ao coeficiente de aproveitamento mínimo,
tais como estacionamentos de automóveis e pátios de contêineres com situação regular perante a
Prefeitura.

§ 3º A utilização do imóvel ou parte dele para o efeito de guarda ou vigilância da propriedade não
configura a utilização do lote urbano de que trata este artigo.

§ 4º A utilização temporária ou sazonal do imóvel não configura a utilização do lote urbano de que trata
este artigo.

§ 5º A comprovação da não utilização do imóvel dar-se-á de acordo com os procedimentos


administrativos a cargo do órgão de fiscalização de obras da Prefeitura.

§ 6º Fica facultado, aos proprietários dos imóveis de que trata o caput, propor ao Executivo o
estabelecimento do Consórcio Imobiliário como forma de viabilização financeira do aproveitamento do
imóvel, conforme disposições do artigo 46 do Estatuto da Cidade.

Art. 188Os imóveis nas condições a que se refere o artigo anterior serão identificados e seus
proprietários notificados pela Prefeitura do Município de Guarujá para promover o adequado
aproveitamento.

§ 1º A notificação far-se-á, por determinação do Chefe do Poder Executivo:

I - por funcionário do órgão competente ao proprietário do imóvel ou, no caso de este ser pessoa
jurídica, a quem tenha poderes de gerência geral ou administração e será realizada:

a) pessoalmente para os proprietários que residam no Município de Guarujá;


b) por carta registrada com aviso de recebimento quando o proprietário for residente fora do território
do Município de Guarujá;

II - por edital, quando frustrada por 3 (três) vezes a tentativa de notificação na forma prevista pelo
inciso I deste artigo.

§ 2º A notificação referida no "caput" deste artigo deverá ser averbada na matrícula do imóvel no
Cartório de Registro de Imóveis, pela Prefeitura do Município de Guarujá.

§ 3º Uma vez promovido, pelo proprietário, o adequado aproveitamento do imóvel na conformidade do


que dispõe esta lei, caberá à Prefeitura do Município de Guarujá efetuar o cancelamento da averbação

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tratada no § 2º deste artigo.

Art. 189Os proprietários notificados deverão, no prazo máximo de 1 (um) ano, a partir do recebimento
da notificação, comunicar à Prefeitura do Município de Guarujá uma das seguintes providências:

I - início da utilização do imóvel;

II - protocolamento de um dos seguintes pedidos:

I - alvará de aprovação de projeto de parcelamento do solo;

II - alvará de aprovação e execução de edificação.

§ 1º Quando a área não possuir cadastro urbano, o proprietário deverá solicitá-lo junto à Prefeitura.

§ 2º As obras de parcelamento ou edificação deverão iniciar-se no prazo máximo de 2 (dois) ano, a


partir da expedição do alvará de aprovação do projeto de parcelamento do solo ou alvará de aprovação
e execução de edificação, exigindo-se no ato o cronograma de execução das obras e o termo de
compromisso de cumprimento das etapas previstas no cronograma.

§ 3º O proprietário terá o prazo de até 5 (cinco) anos, a partir do início de obras previsto, para
comunicar a conclusão do parcelamento do solo, ou da edificação do imóvel.

§ 4º O prazo para conclusão das obras poderá sofrer apenas uma dilação de até 180 dias corridos,
caso tenha havido motivo justificado e comprovado para o atraso, desde que seja aceito pela Prefeitura
Municipal.

§ 5º Em empreendimentos de grande porte, em caráter excepcional, poderá ser prevista a conclusão


em etapas, assegurando-se que o projeto aprovado compreenda o empreendimento como um todo.

§ 6º A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa mortis, posterior à data da notificação,
transfere as obrigações de parcelamento, edificação ou utilização, sem interrupção de quaisquer
prazos.

Ficam estabelecidos, para aplicação de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios,


Art. 190

os seguintes perímetros:

I - Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS - 2A e ZEIS 2B, delimitadas pela legislação em vigor.

II - Imóveis situados na Macrozona Urbana e nos Setores de Desenvolvimento Compatível da Macro


Zona de Proteção Ambiental, com condições de acesso e infraestrutura lindeiros que justifiquem a
utilização urbana.

Parágrafo Único - Ficam excluídos da obrigação de parcelamento, edificação ou utilização compulsória


os imóveis:

I - utilizados para a instalação de atividades econômicas que não necessitem de edificações para
exercer suas finalidades;

II - que exerçam função ambiental essencial, tecnicamente comprovada pelo órgão municipal
competente;

III - de interesse do patrimônio histórico cultural ou ambiental.

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CAPÍTULO II
DO IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO

Art. 191 Em caso de descumprimento das condições e dos prazos estabelecidos na notificação de
parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, o Município aplicará alíquotas progressivas do
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU, majoradas anualmente, pelo prazo de
5 (cinco) anos consecutivos até que o proprietário cumpra com a obrigação de parcelar, edificar ou
utilizar, conforme o caso.

§ 1º Lei específica baseada no parágrafo 1º do artigo 7º do Estatuto da Cidade e neste artigo


estabelecerá a gradação anual das alíquotas progressivas e a aplicação deste instituto, não excedendo
duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de 15% (quinze por cento).

§ 2º Caso a obrigação de parcelar, edificar e utilizar não esteja atendida no prazo de 5 (cinco) anos, o
Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação.

§ 3º É vedada a concessão de isenções ou de anistias relativas à tributação progressiva de que trata


este artigo.

CAPÍTULO III
DA DESAPROPRIAÇÃO COM PAGAMENTO EM TÍTULOS

Decorridos os 5 (cinco) anos de cobrança do IPTU Progressivo prevista no capítulo anterior,


Art. 192

sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o


Município poderá proceder a desapropriação do imóvel com pagamento em títulos da dívida pública,
nos termos da Lei Federal 10.257/2001.

CAPÍTULO IV
DO ABANDONO

Art. 193 O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com intenção de não mais o conservar em seu

patrimônio, e que não se encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado como bem vago e
passar, 3 (três) anos depois, para a propriedade do Município.

Parágrafo Único - Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo quando,
cessados os atos da posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais.

No caso de qualquer imóvel se encontrar na situação descrita no artigo anterior, o Poder


Art. 194

Público Municipal deverá instaurar processo administrativo para arrecadação do imóvel como bem
vago em conformidade com a legislação vigente.

CAPÍTULO V
DO USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEL URBANO

Poderá haver outorga de título de domínio para usucapião de imóvel urbano em conformidade
Art. 195

com o disposto no Estatuto da Cidade.

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CAPÍTULO VI
DO DIREITO DE SUPERFÍCIE

Art. 196 O Direito de Superfície poderá ser exercido em todo o território municipal, nos termos da

legislação federal pertinente.

O Poder Público poderá conceder onerosamente o Direito de Superfície do solo, subsolo ou


Art. 197

espaço aéreo nas áreas públicas integrantes do seu patrimônio, para exploração por parte das
concessionárias de serviços públicos.

O Município poderá receber em concessão, diretamente ou por meio de seus órgãos,


Art. 198

empresas ou autarquias, o direito de superfície, nos termos da legislação em vigor, para viabilizar a
implementação de diretrizes constantes desta Lei Complementar, inclusive mediante a utilização do
espaço aéreo e subterrâneo.

Art. 199 Este instrumento poderá ser utilizado para realização de consórcios imobiliários, operações

urbanas consorciadas e na implantação de redes de equipamentos de infra-estrutura urbana instalados


no solo, subsolo ou espaço aéreo de logradouros e bens públicos.

CAPÍTULO VII
DO DIREITO DE PREEMPÇÃO

O direito de preempção confere ao Poder Público Municipal preferência para aquisição de


Art. 200

imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares, em conformidade com o disposto no
Estatuto da Cidade.

Art. 201 O direito de preempção poderá incidir nas áreas nas quais está prevista a implementação dos

Projetos Estratégicos, assim como na Macrozona Urbana e nas áreas de Desenvolvimento Compatível
da Macrozona de Preservação Ambiental limítrofes com a Macrozona Urbana, a partir da promulgação
de lei específica, com prazo de vigência não superior a 5 (cinco) anos, renovável após o decurso do
prazo inicial de vigência.

Art. 202 O Poder Executivo Municipal deverá notificar os proprietários dos imóveis sobre os quais

incidirá o direito de preempção, no prazo disposto, a partir da vigência da lei municipal específica
referida no artigo anterior.

Art. 203 Lei estabelecerá os mecanismos para compra e venda de imóveis em áreas em que incida o

direito de preempção.

CAPÍTULO VIII
DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 204O Executivo Municipal poderá exercer a faculdade de outorgar onerosamente o exercício do
direito de construir acima do coeficiente de aproveitamento básico adotado, mediante contrapartida
financeira a ser prestada pelo beneficiário, conforme disposições dos artigos 28 a 31 do Estatuto da
Cidade, e de acordo com os critérios e procedimentos definidos em lei.

Art. 205 As áreas passíveis de Outorga Onerosa situam-se na Macrozona Urbana e nas áreas definidas

para as Operações Urbanas Consorciadas, com base nos índices da Tabela de Zoneamento de Uso e
Ocupação do Solo, mediante análise e aprovação do Conselho Municipal do Desenvolvimento Urbano

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e Habitacional - CMDUH.

A concessão da Outorga Onerosa do Direito de Construir poderá ser negada pelo Conselho
Art. 206

Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH caso se verifique a possibilidade de


impacto não suportável pela infra-estrutura ou o risco de comprometimento da paisagem urbana.

Art. 207 Lei específica estabelecerá as condições a serem observadas para a outorga onerosa do

direito de construir determinando:

I - o cálculo da área construída computável máxima que pode ser adicionada a um imóvel por outorga
onerosa;

II - o cálculo para a cobrança da contrapartida financeira, bem como os meios para a sua efetivação;

III - os casos passíveis de isenção do pagamento da contrapartida financeira;

IV - as formas de pagamento da contrapartida financeira;

V - o prazo para sua utilização.

CAPÍTULO IX
DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR

O direito de construir poderá ser transferido de setores da Macrozona de Proteção Ambiental


Art. 208

para os setores de Desenvolvimento Compatível e setores da Macrozona Urbana.

A transferência de potencial construtivo para outras áreas situadas na Macrozona Urbana,


Art. 209

como mecanismo de compensação de glebas ou lotes em loteamentos aprovados e averbados em


áreas situadas nos setores de Preservação Ambiental, de Ocupação Dirigida, de Desenvolvimento
Compatível e de Recuperação Ambiental e não ocupados, obedecerá aos seguintes critérios:

§ 1º A regulamentação da transferência do potencial construtivo será definida em lei municipal e


aprovada pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH.

§ 2º A transferência do potencial construtivo deverá ser averbada à matrícula do lote, passando o


mesmo, a figurar como reserva particular do patrimônio natural - RPPN.

§ 3º As reservas particulares do patrimônio natural - RPPN criadas a partir da venda de potencial


construtivo não poderão figurar como compensação ambiental de novos empreendimentos.

§ 4º As áreas onde será permitida a aplicação do potencial construtivo transferido nos termos previstos
neste artigo, serão os imóveis localizados na Macrozona Urbana e nos Setores de Desenvolvimento
Compatível da Macrozona de Preservação Ambiental.

§ 5º Caso incida Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU, na área que
transmitiu potencial construtivo, será permitida a redução do imposto a partir da reavaliação do valor
venal, em conformidade com o Código Tributário Municipal.

CAPÍTULO X
DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS

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Art. 210Operação Urbana Consorciada é o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo


Poder Público Municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e
investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área, transformações urbanísticas
estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental.

Art. 211 As operações urbanas consorciadas têm como finalidades:

I - implantar equipamentos estratégicos para o desenvolvimento urbano;

II - otimizar áreas envolvidas em intervenções urbanísticas de porte e reciclagem de áreas


consideradas subtilizadas;

III - implantar programas de Habitação de Interesse Social - HIS;

IV - ampliar e melhorar a rede estrutural de transporte público coletivo;

V - implantar espaços públicos;

VI - valorizar e criar bens do patrimônio ambiental, histórico, arquitetônico, cultural e paisagístico;

VII - melhorar e ampliar a infra-estrutura e a rede viária estrutural;

VIII - dinamizar atividades econômicas.

Cada Operação Urbana Consorciada será criada por lei específica que, de acordo com as
Art. 212

disposições dos artigos 32 a 34 do Estatuto da Cidade, conterá, no mínimo:

I - delimitação do perímetro da área de abrangência;

II - finalidades da operação;

III - programa básico de ocupação da área e intervenções previstas;

IV - Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança - EIV;

V - programa de atendimento econômico e social para a população diretamente afetada pela operação;

VI - solução habitacional dentro de seu perímetro ou vizinhança próxima, no caso da necessidade de


remover os moradores de favelas e cortiços;

VII - garantia de preservação dos imóveis e espaços urbanos de especial valor cultural e ambiental,
protegidos por tombamento ou lei;

VIII - contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários permanentes e investidores privados em
função dos benefícios recebidos;

IX - forma de controle e monitoramento da operação, obrigatoriamente compartilhado com


representação da sociedade civil;

X - conta ou fundo específico que deverá receber os recursos de contrapartidas financeiras


decorrentes dos benefícios urbanísticos concedidos.

Art. 213 Todas as Operações Urbanas Consorciadas deverão ser previamente aprovadas pelo

Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH.

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Os recursos obtidos como contrapartida pelo Poder Público em operações urbanas


Art. 214

consorciadas serão aplicados exclusivamente no programa de intervenções, definido na lei de criação


da Operação Urbana Consorciada.

Art. 215 Poderão ser previstas nas Operações Urbanas Consorciadas, entre outras medidas:

I - a modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem


como alterações das normas edilícias, considerado o impacto ambiental delas decorrente;

II - a regularização de construções, reformas ou ampliações executadas em desacordo com a


legislação vigente.

Art. 216 Serão permitidas as operações urbanas em áreas isoladas, desde que exista uma

compensação social, aplicada diretamente através do aporte de recursos ao Fundo Municipal de


Desenvolvimento Urbano e Habitacional.

Parágrafo Único - O valor do aporte de recursos será definido pelo Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano e Habitacional, para cada proposta de operação urbana apresentada,
levando-se em consideração, no mínimo, um décimo da valorização a ser obtida em cada
empreendimento.

Para os projetos de operações urbanas isoladas, será obrigatório o estudo de impacto de


Art. 217

vizinhança não sendo incluídos no aporte de recursos as possíveis intervenções urbanas necessárias
para a viabilização de cada empreendimento.

Art. 218 As operações urbanas isoladas poderão acontecer de duas formas distintas:

I - Em áreas de média densidade: para terrenos com área maior ou igual a três mil metros quadrados,
será possível o aumento do potencial construtivo, para até três vezes a área do terreno, sendo
considerado como aumento do potencial a diferença entre duas e meia vezes e a área proposta,
limitada a três vezes, incluída neste cálculo toda e qualquer área construída.

II - Em áreas de alta densidade:

a) será permitido o acréscimo de área, desde que restrito ao gabarito de onze metros de altura;
b) para estes projetos, será possível esgotar o potencial de construção definido para a alta densidade,
na torre dos andares tipo, ficando a parte inferior do edifício, como possível área para acréscimo de
potencial construtivo;
c) para esta parte inferior do projeto, não será permitida a construção de unidades habitacionais, sendo
permitido atividades de uso múltiplo, garagens e atividades para outros usos que não habitacional;
d) para o caso de outros usos, como comércio ou serviços, por exemplo, deverão ser observadas,
especialmente, as normas gerais de zoneamento deste plano.

Parágrafo Único - Para todos os casos será obrigatório o respeito às regras gerais constantes do Plano
Diretor e do Código de Obras do Município de Guarujá.

CAPÍTULO XI
DO CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO

Art. 219Considera-se Consórcio Imobiliário a forma de viabilização de planos de urbanização ou


edificação, por meio do qual o proprietário transfere ao Poder Público Municipal o seu imóvel e, após a
realização das obras, recebe como pagamento, unidades imobiliárias devidamente urbanizadas ou
edificadas.

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O Poder Público Municipal poderá aplicar o instrumento do Consórcio Imobiliário além das
Art. 220

situações previstas no artigo 46 do Estatuto da Cidade, para viabilizar empreendimentos de Habitação


de Interesse Social - HIS, na Zona de Reestruturação Urbana, na Zona de Recuperação Urbana e nas
Zonas de Especial Interesse Social - ZEIS.

Parágrafo Único - O Executivo Municipal poderá promover o aproveitamento do imóvel que receber por
transferência nos termos deste artigo, direta ou indiretamente, mediante concessão urbanística ou
outra forma de contratação.

Art. 221 O valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao proprietário será correspondente ao

valor do imóvel antes da execução das obras, observado o disposto no parágrafo 2º do artigo 8º do
Estatuto da Cidade.

Art. 222 O Consórcio Imobiliário aplica-se tanto aos imóveis sujeitos à obrigação legal de parcelar,

edificar ou utilizar nos termos desta Lei, quanto àqueles por ela não abrangidos, mas necessários à
realização de intervenções urbanísticas previstas nesta Lei Complementar.

Art. 223 Os consórcios imobiliários deverão ser formalizados por termo de responsabilidade e

participação pactuado entre o proprietário urbano e a Municipalidade, visando à garantia da execução


das obras do empreendimento, bem como das obras de uso público.

Art. 224 O consórcio imobiliário deverá ser efetuado em conformidade com a Lei Federal 8.666/1993.

CAPÍTULO XII
DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA

Art. 225 Os empreendimentos que causarem grande impacto urbanístico e ambiental, adicionalmente

ao cumprimento dos demais dispositivos previstos na legislação urbanística, terão sua aprovação
condicionada à elaboração e aprovação de Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV e do Relatório de
Impacto de Vizinhança - RIV, a ser apreciado pelos órgãos competentes da Administração Municipal
para obtenção das licenças ou autorizações de construção, ampliação ou funcionamento.

Parágrafo Único - Casos não previstos na legislação poderão ser submetidos a esta obrigatoriedade
por determinação do Executivo Municipal.

Art. 226O Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV será realizado pelo empreendedor de atividades
habitacionais, de serviços, comerciais, industriais, portuárias, retroportuárias, de transporte ou
infraestrutura, sempre que obrigatório por esta Lei Complementar, sendo analisado e aprovado pela
Secretaria Municipal do Meio Ambiente ou órgão técnico que venha a sucedê-la.

Parágrafo Único - O relatório será um documento técnico oficial, com responsabilidade técnica
comprovada pelos respectivos Conselhos Profissionais, por meio de recolhimento de Anotação ou
Registro de Responsabilidade Técnica.

O Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV deverá contemplar os aspectos positivos e negativos


Art. 227

do empreendimento sobre a qualidade de vida da população residente ou usuária da área em questão


e seu entorno, devendo incluir, no que couber, a análise e a proposição de solução para as seguintes
questões:

I - adensamento populacional resultante;

II - uso e ocupação do solo permitido pela legislação e previsto no projeto;

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III - valorização e desvalorização imobiliária;

IV - impactos na paisagem urbana e no patrimônio natural e cultural;

V - capacidade da infraestrutura urbana, incluindo abastecimento de água e de energia elétrica, bem


como geração e destinação de resíduos sólidos, líquidos e efluentes;

VI - equipamentos comunitários, como os de saúde e educação;

VII - sistema de circulação e transportes, incluindo, entre outros, tráfego gerado, acessibilidade,
estacionamento, carga e descarga, embarque e desembarque;

VIII - poluição sonora, atmosférica e hídrica;

IX - vibração;

X - periculosidade;

XI - geração de resíduos sólidos;

XII - riscos ambientais;

XIII - impacto socioeconômico na população residente ou atuante no entorno.

O Executivo Municipal, para eliminar ou minimizar impactos negativos a serem gerados pelo
Art. 228

empreendimento, deverá solicitar como condição para aprovação do projeto alterações e


complementações no mesmo, bem como a execução de melhorias na infra-estrutura urbana e de
equipamentos comunitários, tais como:

I - ampliação das redes de infra-estrutura urbana;

II - área de terreno ou área edificada para instalação de equipamentos comunitários em percentual


compatível com o necessário para o atendimento da demanda a ser gerada pelo empreendimento;

III - ampliação e adequação do sistema viário, faixas de desaceleração, ponto de ônibus, faixa de
pedestres, semaforização;

IV - proteção acústica, uso de filtros e outros procedimentos que minimizem incômodos da atividade;

V - manutenção de imóveis, fachadas ou outros elementos arquitetônicos ou naturais considerados de


interesse paisagístico, histórico, artístico ou cultural, bem como recuperação ambiental da área;

VI - cotas de emprego e cursos de capacitação profissional, entre outros;

VII - percentual de habitação de interesse social no empreendimento;

VIII - possibilidade de construção de equipamentos sociais em outras áreas da cidade;

IX - manutenção de áreas verdes.

§ 1º As exigências previstas nos incisos anteriores deverão ser proporcionais ao porte e ao impacto do
empreendimento.

§ 2º A aprovação do empreendimento ficará condicionada à assinatura de Termo de Compromisso pelo

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interessado, em que este se compromete a arcar integralmente com as despesas decorrentes das
obras e serviços necessários à minimização dos impactos decorrentes da implantação do
empreendimento e demais exigências apontadas pelo Poder Executivo Municipal, antes da finalização
do empreendimento.

§ 3º O Certificado de Conclusão da Obra ou o Alvará de Funcionamento só serão emitidos mediante


comprovação da conclusão das obras previstas no parágrafo anterior.

Art. 229 A elaboração do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV não substitui o licenciamento

ambiental requerido nos termos da legislação ambiental.

Dar-se-á publicidade aos documentos integrantes do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV e


Art. 230

Relatório de Impacto de Vizinhança - RIV, que ficarão disponíveis para consulta, no órgão municipal
competente, por qualquer interessado.

§ 1º Serão fornecidas cópias do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV e Relatório de Impacto de


Vizinhança - RIV, quando solicitadas pelos moradores da área afetada ou suas associações.

§ 2º O órgão público responsável pelo exame do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV e Relatório de
Impacto de Vizinhança - RIV deverá realizar audiência pública, antes da decisão sobre o projeto,
sempre que sugerida, na forma da lei, pelos moradores da área afetada ou suas associações.

TÍTULO X
DA GESTÃO DA POLÍTICA URBANA

CAPÍTULO I
DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

Fica criado o Sistema Municipal de Planejamento e Gestão - SMPG, instituindo estruturas e


Art. 231

processos democráticos e participativos, que visam ao desenvolvimento contínuo, dinâmico e flexível


do planejamento e gestão da política urbana.

Art. 232 São objetivos do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão:

I - criar canais de participação da sociedade na gestão municipal da política urbana;

II - garantir eficiência e eficácia à gestão, visando a melhoria da qualidade de vida;

III - instituir um processo permanente e sistematizado de detalhamento, atualização e revisão do Plano


Diretor.

Art. 233 O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão deve atuar nos seguintes temas:

I - formulação das estratégias, das políticas e da atualização do Plano Diretor;

II - gerenciamento do Plano Diretor assim como a formulação e aprovação dos programas e projetos
para a sua implementação;

III - monitoramento e controle dos instrumentos urbanísticos e dos programas e projetos aprovados.

Art. 234 O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão é composto por:

I - Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão;

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II - Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH;

III - Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU;

IV - Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social - FMHIS.

V - Sistema de Informações Municipais.

SEÇÃO I
DA SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

Art. 235 A Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão é o órgão do Poder Executivo Municipal

encarregado de implantar, desenvolver e controlar o sistema municipal de planejamento e gestão.

SEÇÃO II
DO CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO E HABITACIONAL

O Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH é órgão consultivo


Art. 236

e deliberativo sobre a política urbana municipal, vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão,


composto por representantes do Poder Público, da sociedade civil e dos movimentos sociais.

O Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional será composto por 17


Art. 237

(dezessete) membros titulares e respectivos suplentes, conforme segue:

I - 6 (seis) representantes do Poder Público Municipal, assim distribuídos, ou pelso órgãos que venham
a substituí-los:

a) 1 (um) da Secretaria Municipal de Habitação;


b) 1 (um) da Secretaria Municipal de Meio Ambiente;
c) 1 (um) da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão;
d) 1 (um) da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Portuário;
e) 1 (um) da Advocacia Geral do Município;
f) 1 (um) da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras;

II - 11 (onze) representantes da sociedade civil, organizações não-governamentais, entidades técnicas


ou profissionais, assim distribuídos:

a) 1 (um) representante do setor imobiliário e construção civil;


b) 1 (um) representante do setor de turismo;
c) 1 (um) representante do setor portuário;
d) 1 (um) representante do setor do comércio;
e) 1 (um) representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia;
f) 1 (um) representante da Ordem dos Advogados do Brasil;
g) 1 (um) representante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo;
h) 2 (dois) representantes de associações de bairros;
i) 1 (um) representante do movimento de moradia;
j) 1 (um) representante do movimento ambientalista.

§ 1º Os representantes do Conselho terão mandato de 2 (dois) anos, podendo haver reeleição.

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§ 2º O presidente do Conselho fará parte do grupo do Poder Público Municipal, e será o representante
da Secretaria de Planejamento e Gestão.

§ 3º Os representantes do Poder Público serão indicados pelo Chefe do Executivo municipal.

§ 4º O Poder Público Municipal deverá possibilitar todas as condições para a participação dos
representantes da sociedade civil, inclusive por meio de ajuda de custo, nos casos em que se fizer
necessário.

§ 5º O Poder Público Municipal nomeará, sempre que julgar necessário ou quando solicitado pelo
Conselho, uma Comissão Técnica composta por membros do quadro técnico da Prefeitura Municipal
ou por especialistas contratados quando o assunto o exigir, para a elaboração de pareceres técnicos.

Art. 238 Compete ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH:

I - Fiscalizar, assessorar, estudar, propor e aprovar diretrizes para o desenvolvimento urbano e


regional, com participação sociaLEIntegração das políticas fundiárias e planejamento territorial e de
habitação, saneamento ambiental, trânsito, transporte, mobilidade urbana e rural e políticas de caráter
ambiental;

II - acompanhar permanentemente a implementação e a revisão do Plano Diretor, analisando e


deliberando sobre questões relativas à sua aplicação;

III - definir as questões relevantes para o desenvolvimento socioeconômico e preservação ambiental


de todo o território de Guarujá, em especial aquelas com rebatimento urbano;

IV - deliberar, a partir de parecer técnico elaborado pela Comissão Técnica com esse fim, sobre
proposta de alteração da Lei do Plano Diretor;

V - deliberar, a partir de parecer técnico elaborado pela Comissão Técnica com este fim, a
regulamentação dos instrumentos urbanísticos previstos no Plano de Diretor;

VI - acompanhar e fiscalizar a aplicação dos instrumentos urbanísticos no Município;

VII - acompanhar e fiscalizar a execução de planos e projetos de interesse do desenvolvimento urbano,


inclusive os planos setoriais;

VIII - deliberar sobre projetos de lei de interesse da política urbana, antes de seu encaminhamento à
Câmara Municipal;

IX - definir a política municipal de habitação, integrando-a com as políticas estaduais e federais


relativas ao desenvolvimento habitacional e urbano;

X - gerir através de Grupos Gestores os recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano -


FMDU e do Fundo Municipal de Habitação;

XI - aprovar a concessão de Outorga Onerosa do Direito de Construir e a aplicação da transferência do


direito de construir;

XII - aprovar e acompanhar a implementação das Operações Urbanas Consorciadas;

XIII - acompanhar e fiscalizar a implementação dos demais instrumentos urbanísticos;

XIV - aprovar a implantação de empreendimentos e obras,a partir de parecer técnico elaborado pela
Comissão Técnica com este fim, quando exigido por lei;

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XV - zelar pela integração das políticas setoriais;

XVI - deliberar sobre as omissões e casos não perfeitamente definidos pela legislação urbanística
municipal;

XVII - convocar, organizar e coordenar as Conferências e Assembléias Territoriais;

XVIII - convocar Audiências Públicas;

XIX - elaborar e aprovar o Regimento Interno.

Art. 239 O Poder Executivo Municipal garantirá suporte técnico e operacional exclusivo ao Conselho

Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH, necessário para seu pleno


funcionamento.

Art. 240 O Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH terá suas

principais diretrizes fixadas durante a realização das Conferências da Cidade.

Art. 241Os integrantes do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH


representantes da sociedade civil, organizações não governamentais e entidades técnicas ou
profissionais serão eleitos em Audiência Pública, convocada na forma definida pelo Regimento, com
mandato de 2 (dois) anos.

O Regimento Interno do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional -


Art. 242

CMDUH será aprovado definido em Audiência Pública e estabelecido por decreto do Poder Executivo.

SEÇÃO III
DOS FUNDOS MUNICIPAIS DE DESENVOLVIMENTO HABITACIONAL E URBANO E DE
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Art. 243 Ficam criados o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU e o Fundo Municipal de

Habitação de Interesse Social- FMHIS.

§ 1º O Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano será formado pelos seguintes recursos:

I - próprios do Município;

II - transferências intergovernamentais, do Estado e da União;

III - transferências de instituições privadas nacionais, com ou sem fim lucrativo;

IV - transferências do exterior de entidades privadas com ou sem fim lucrativo;

V - transferências de pessoas físicas;

VI - receitas provenientes da Concessão do Direito Real de Uso de áreas públicas, exceto nas zonas
especiais de interesse social - ZEIS;

VII - recursos provenientes das operações urbanas;

VIII - rendas provenientes da aplicação financeira dos seus recursos próprios;

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IX - receitas provenientes de doações;

X - outras receitas que lhe sejam destinadas por lei.

§ 2º O Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social será formado pelos seguintes recursos:

I - próprios do Município;

II - transferências intergovernamentais, do Estado e da União;

III - transferências de instituições privadas nacionais, com ou sem fim lucrativo;

IV - transferências do exterior de entidades privadas com ou sem fim lucrativo;

V - transferências de pessoas físicas;

VI - receitas provenientes de Outorga Onerosa do Direito de Construir;

VII - receitas provenientes da Concessão do Direito de Superfície;

VIII - recursos provenientes das operações urbanas;

IX - rendas provenientes da aplicação financeira dos seus recursos próprios;

X - receitas provenientes de doações;

XI - outras receitas que lhe sejam destinadas por lei.

Os recursos dos Fundos Municipais de Desenvolvimento Urbano e de Desenvolvimento


Art. 244

Habitacional serão controlados por Grupos Gestores compostos por membros do Conselho Municipal
de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH.

Os recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU e do Fundo Municipal de


Art. 245

Desenvolvimento Habitacional - FMDH poderão ser empregados integrados a programas e parcerias


com entidades públicas e privadas, nacionais ou internacionais.

A regulamentação do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU e do Fundo


Art. 246

Municipal de Desenvolvimento Habitacional - FMDH será uma prerrogativa do Conselho Municipal de


Desenvolvimento Urbano e Habitacional - CMDUH.

SEÇÃO IV
DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES MUNICIPAIS

O Sistema de Informações Municipais - SIM - tem como objetivo fornecer informações para o
Art. 247

planejamento, o monitoramento, a implementação e a avaliação da política urbana, subsidiando a


tomada de decisões ao longo do processo.

§ 1º O Sistema de Informações Municipais deverá conter e manter atualizados dados, informações e


indicadores sociais, culturais, econômicos, financeiros, patrimoniais, administrativos, físico-territoriais,
inclusive cartográficos, ambientais, imobiliários e outros de relevante interesse para o Município.

§ 2º Para a consecução dos objetivos do SIM, as Secretarias Municipais deverão compilar e manter
atualizadas as informações referentes a suas áreas de atuação, enviando-as anualmente, ou sempre

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que solicitadas, à Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão.

§ 3º A Secretaria de Planejamento e Gestão será a unidade administrativa e executora de


planejamento e controle do SIM.

Art. 248 O Sistema de Informações Municipais deverá obedecer aos princípios:

I - da simplificação, economicidade, eficácia, clareza, precisão e segurança, evitando-se a duplicação


de meios e instrumentos para fins idênticos;

II - democratização, publicização e disponibilização das informações, em especial as relativas ao


processo de implementação, controle e avaliação do Plano Diretor.

CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DE DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO

Art. 249 Fica assegurada a participação da população em todas as fases do processo de gestão

democrática da política urbana, mediante as seguintes instâncias de participação:

I - Conferências Municipais de Política Urbana;

II - Assembléias Territoriais de Política Urbana;

III - Audiências públicas;

IV - Iniciativa popular de projetos de lei, de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;

V - Plebiscito e referendo popular;

VI - Conselho Municipais de Desenvolvimento Urbano e Habitacional,

Art. 250 Anualmente, o Executivo encaminhará ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e

Habitacional - CMDUH relatório de gestão do exercício, Plano Plurianual e Plano Local de


Desenvolvimento Sustentável.

SEÇÃO I
DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE POLÍTICA URBANA

As Conferências Municipais de Política Urbana ocorrerão ordinariamente a cada dois anos e,


Art. 251

extraordinariamente, quando convocadas pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e


Habitacional - CMDUH.

Parágrafo Único - As conferências serão abertas à participação de todos os cidadãos.

Art. 252 A Conferência Municipal de Política Urbana deverá, dentre outras atribuições:

I - estabelecer as diretrizes da política urbana do Município;

II - propor ao Executivo adequações nas ações estratégicas destinadas a implementação dos


objetivos, diretrizes, planos, programas e projetos;

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III - deliberar sobre plano de trabalho para o biênio seguinte;

IV - sugerir propostas de alteração da Lei do Plano Diretor, a serem consideradas no momento de sua
modificação ou revisão.

SEÇÃO II
DAS ASSEMBLÉIAS TERRITORIAIS DE POLÍTICA URBANA

Art. 253 As Assembléias Territoriais de Política Urbana ocorrerão, sempre que necessário, com o

objetivo de consultar a população das unidades territoriais de planejamento sobre as questões urbanas
relacionadas àquela territorialidade, de forma a ampliar o debate e dar suporte à tomada de decisões
do Poder Executivo, do Poder Legislativo e dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Urbano e
Habitacional - CMDUH e de Defesa do Meio Ambiente - CONDEMA.

SEÇÃO III
DA GESTÃO ORÇAMENTÁRIA PARTICIPATIVA

A gestão orçamentária participativa incluirá a realização de debates, audiências e consultas


Art. 254

públicas sobre as propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento


anual, como condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal.

TÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 255 O Município de Guarujá deve manter atualizados os seguintes diplomas legais:

I - Regulamentação dos dispositivos do Estatuto da Cidade;

II - Lei regulamentando a implantação e a manutenção de arborização urbana e áreas verdes;

III - Lei complementar do Código de Obras;

IV - Lei complementar do Código de Posturas;

VI - Lei complementar das Zonas Especiais de Interesse Social;

VII - Lei complementar do Código Sanitário Municipal;

VIII - Lei Complementar do Plano de Mobilidade Urbana;

IX - Lei do Plano Diretor de Saneamento Ambiental;

X - Lei do Plano Diretor de Macrodrenagem;

XI - Lei de Resíduos Sólidos.

Art. 256 Fazem parte integrante desta Lei Complementar, os seguintes Anexos:

I - Anexo 1 - MAPAS

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Mapa 1 - Macrozoneamento;
Mapa 2 - Macrozoneamento e Setorização;
Mapa 3 - Distritos, Regiões, Bairros e Comunidades Tradicionais;
Mapa 4 - Zoneamento de Ocupação do Solo;
Mapa 5 - Zoneamento de Uso do Solo;
Mapa 6 - Mobilidade 1: rodovias, ferrovias e hidrovias;
Mapa 7 - Mobilidade 2: ciclovias e vias de pedestres;
Mapa 8 - Mobilidade 3: rodovias para transporte de cargas;
Mapa 9 - Zonas Especiais de Interesse Social.

II - Anexo 2 - Parâmetros de Classificação dos Setores;

III - Anexo 3 - Zoneamento de Ocupação do Solo;

Anexo 3a - Zoneamento de Ocupação do Solo;


Anexo 3b - Recuos mínimos das Edificações nos lotes;

IV - Anexo 4 - Zoneamento de Usos do Solo;

Anexo 4a - Classificação dos Usos;


Anexo 4b - Usos Não Permitidos;
Anexo 4c - Zoneamento de Usos na Macrozona Urbana.

V - Anexo 5 - Quadro de Hierarquia do Sistema Viário.

VI - Anexo 6 - Padrões de Dimensionamento do Sistema Viário.

VII - Anexo 7 - Padrões para urbanização de glebas.

Parágrafo Único - Todos os mapas relacionados neste artigo estão baseados no Mapeamento
Planialtimétrico Digital da Região Metropolitana da Baixada Santista - RMBS, Sistema Cartográfico
Metropolitano da Baixada Santista, SCM-BS.

Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as
Art. 257

disposições em contrário, em especial a Lei Complementar nº 108, de 26 de janeiro de 2007, e o artigo


41 da Lei nº 1.259, de 21 de dezembro de 1975.

Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação ficando revogadas as
Art. 258

disposições em contrário.

Prefeitura Municipal de Guarujá, em 20 de dezembro de 2013.

PREFEITA

Proc. nº 11369/70351/2005.
Registrada no Livro Competente

Renata Disaró Lacerda


Pront. nº 11.130, que a digitei e assino

Download: Lei Complementar nº 156/2013 - Guarujá-SP


(www.leismunicipais.com/SP/GUARUJA/VANEXO-LEI-COMPLEMENTAR-156-2013-GUARUJA-SP.zip)

Data de Publicação no Sistema LeisMunicipais: 17/12/2014

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