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A vida conforme a conhecemos desenvolve-se em nosso planeta por causa de fatores como sua distância em
relação ao Sol, que, como estrela, é o astro responsável por iluminar e aquecer não só a Terra, mas também todos
os demais corpos celestes do sistema. Assim, é de extrema importância compreender os mais diversos fenômenos
ocorridos no planeta, entre os quais estão a translação e a rotação, os seus principais movimentos.
Translação é o movimento que a Terra descreve ao se deslocar em torno do Sol, perfazendo uma órbita
elíptica, ou seja, com a forma de uma elipse. O tempo que a Terra leva para completar essa órbita é de um ano,
ou 365 dias e 6 horas. Essa contagem do tempo, no entanto, sofre variações, o que dá origem ao ano sideral, ao
tropical (também conhecido como ano solar ou trópico) e ao civil. O ano civil é aquele por meio do qual nossas
vidas são reguladas. Por convenção, ele dura 365 dias, sem considerar as horas a mais que a Terra leva para
completar a órbita em torno do Sol. Isso facilita a organização econômica e social do planeta, mas origina uma
diferença na duração do ano, que é acertada a cada quatro anos com a introdução de um dia a mais no calendário,
o dia 29 de fevereiro. Quando isso ocorre, temos o ano bissexto. O ano sideral corresponde ao período de
revolução verdadeiro da Terra, que tem duração de 365,256363 dias (365d 6h 9min 10s). Já o tempo transcorrido
entre duas estações sucessivas é chamado ano trópico, com duração de 365,242191 dias (365d 5h 48min 45s). A
rigor, ele representa o tempo decorrido entre “duas passagens sucessivas do Sol” pelo equinócio de outono. Em
função do grau de precisão, o ano sideral e trópico, são bastante usados pelos astrônomos para cálculos sobre o
tempo.
Devido à forma elíptica da órbita da Terra, há um determinado ponto, denominado afélio, que corresponde ao
afastamento máximo do Sol. Isso geralmente ocorre nos primeiros dias de julho, quando à distância Terra-Sol
atinge cerca de 152 milhões de quilômetros. Em oposição está o ponto de máxima aproximação, o periélio, que
geralmente ocorre nos primeiros dias de janeiro, quando à distância Terra-Sol atinge cerca de 147 milhões de
quilômetros.
Figura 2
Como a superfície terrestre é aquecida fundamentalmente pelos raios solares, a forma como eles atingem a
superfície terrestre é um fator importante. Os termos perpendicularmente, diretamente, verticalmente, a pino ou o
Sol no zênite, significa a incidência formando um ângulo de 90° graus com a superfície terrestre (figura 3).
Quando a incidência não é perpendicular o Sol estará atingindo a superfície da Terra de maneira inclinada ou
oblíqua (figura 4). Os raios solares podem também tangenciar a superfície da Terra, ou seja, tocar em um único
local (figura 5). O grau de inclinação que os raios solares apresentam ao incidir sobre a Terra, determinam a
intensidade de insolação recebida pela superfície terrestre. Se os raios solares atingem a superfície
perpendicularmente, eles estão mais concentrados, e, portanto, irão aquecer a superfície com maior intensidade
do que quando a mesma quantidade de radiação chega de forma oblíqua, pois neste caso se distribuem por uma
área maior (figura 6).
Como podemos observar na figura 2, a inclinação do eixo da Terra no plano de sua órbita é sempre na mesma
direção no espaço. Portanto, durante o movimento de translação a incidência solar irá ocorrer com diferentes
inclinações em diferentes posições da Terra.
Há apenas dois dias em que a posição da Terra é tal que os raios do Sol ficam em posição perpendicular à
Linha do Equador. São os dias de equinócio (do latim equi e nocce, "noites iguais").
Em dois dias há máxima desigualdade na distribuição de luz e calor entre os hemisférios. É quando os raios
solares incidem perpendicularmente às linhas dos trópicos (Capricórnio e Câncer), temos então os solstícios (do latim
sol stare, "parada do Sol ").
Figura 7: Movimento de translação e os solstícios e equinócios 3
Figura 9
Os trópicos distam 23°27’ (vinte e três graus e vinte e
sete minutos) do Equador, e indicam os limites máximos ao sul e ao
norte em que os raios solares incidem verticalmente sobre a Terra
durante o solstício de verão, o que justifica a “parada do Sol” em sua
direção aos polos, mudando de direção rumo ao outro trópico. Outra
consequência relacionada com as posições dos trópicos é que, ao
longo do ano, a incidência vertical irá ocorrer apenas uma vez nos
trópicos e duas vezes nas áreas compreendidas entre eles.
Ao norte do Trópico de Câncer e ao sul do Trópico de Capricórnio,
os raios solares atingem a superfície terrestre sempre de forma
inclinada (oblíqua nas zonas temperadas e tangente ou oblíqua nas
zonas polares). A distância angular dos trópicos coincide com o ângulo
de inclinação do eixo terrestre em relação a sua órbita.
Os círculos polares distam 66°33’ da linha do Equador e assinalam
o limite máximo de iluminação das regiões polares nos solstícios de verão.
As cidades localizadas acima desta latitude no hemisfério Norte, podem presenciar o fenômeno do “Sol da meia
noite”, durante parte do verão.
As conquistas tecnológicas das últimas décadas vêm desvendando cada vez mais antigos enigmas que
perduraram durante séculos.
A corrida espacial disputada pelas duas superpotências então existentes no decorrer da chamada Guerra
Fria, Estados Unidos e ex-União Soviética, trouxe à tona evidências de muitos mistérios que povoaram a
mente dos homens no decorrer de milênios.
Entretanto, por mais incrível que possa parecer, ainda hoje há quem acredite que o homem não tenha
pisado na Lua. Possivelmente, na época de Cabral e de Colombo, muitos não acreditaram nas narrativas dos
navegadores.
Os avanços tecnológicos constituídos ao longo dos tempos acabaram por proporcionar a superação de
quaisquer dessas desconfianças e, possivelmente, o futuro nos reservará ainda mais surpresas.
A forma do Planeta que habitamos, atualmente de compreensão um tanto óbvia, em função das imagens
de satélites disponibilizadas em nosso dia-a-dia pelos meios de comunicação, foi motivo de violentas
execuções num passado nem tão distante.
Desde a época do apogeu da antiga Grécia, muitos pensadores já acreditavam que a Terra possuía uma
superfície esférica. Os antigos gregos, observando a sombra da Terra sobre a Lua durante os eclipses, já
tinham certeza da esfericidade de nosso planete. O desaparecimento progressivo das embarcações que se
distanciavam no horizonte do mar também fornecia argumentos aos defensores dessa ideia. Dessa forma,
muitos pensadores buscavam encontrar formas de calcular sua circunferência.
No entanto, foi Eratóstenes (276-194 a.C.), filósofo, astrônomo e matemático grego, o primeiro a
calcular, há mais de 2200 anos a.P. (antes do presente), com uma precisão impressionante para a época, a
circunferência da Terra. Ao ler um papiro na Biblioteca de Alexandria, no Egito, da qual era diretor, que no dia
do solstício de verão para o Hemisfério Norte, ao meio-dia, em Siena, cidade localizada nas proximidades do
rio Nilo e ao Trópico de Câncer, os raios do Sol iluminavam todo o fundo de um poço, portanto
perpendicularmente, sem formar sombras. Nessa mesma data, em Alexandria, cidade localizada mais ao
norte, ele observou que os raios solares estavam inclinados em relação à vertical, uma vez que não incidiam
diretamente no fundo de outro poço como ocorrera em Siena.
Eratóstenes realizou, então, um experimento. Colocando uma estaca vertical ao terreno em Siena e outra
em Alexandria, acabou por observar que, ao meio-dia de 21 de junho, enquanto a estaca colocada em Siena
não apresentava sombra, a de Alexandria apresentava uma sombra no terreno. Verificou ainda que, em
Alexandria, essa sombra projetada apresentava os raios solares com uma inclinação, em relação à estaca
vertical, de cerca de 1/50 de circunferência, ou seja, 7°12'.
Dando continuidade ao seu trabalho e não dispondo, na época, de instrumentalização adequada, estimou
a distância entre as cidades, com base em informes, em 5.000 estádios, o que equivale a, aproximadamente,
925.000 metros ou 925 km (1 estádio é aproximadamente 185 metros).
A partir desses dados, torna-se relativamente simples a realização do cálculo da circunferência, pois:
Finalmente, x = 250.000 estádios, ou seja, cerca de 46.250.000 metros (bastante próximo dos aproximados
41.700 km reais). Segundo o Elipsóide Internacional de Referência, a medida é de 41.761.478,94 metros
(Oliveira, 1993). 5
Finalmente, x = 250.000 estádios, ou seja, cerca de 46.250.000 metros (bastante próximo dos
aproximados 41.700 km reais). Segundo o Elipsóide Internacional de Referência, a medida é de
41.761.478,94 metros (Oliveira, 1993).
PROJEÇÃO DE SOMBRAS
nascer e no ocaso do Sol, e é mínima ao meio-dia. Ao longo de um ano (à mesma hora do dia), a sombra é máxima
no solstício de inverno, e mínima no solstício de verão. A bissetriz entre as direções dos raios solares nos dois
solstícios define o tamanho da sombra correspondente aos equinócios, quando o Sol está sobre o equador.
Exercício.
No passado, muitas comunidades aprenderam a observar a natureza e nela descobrir sinais que, por
exemplo, indicavam o momento de se dedicar à determinada atividade. Esses sinais eram buscados
principalmente na observação do céu, em especial da Lua e do Sol. Graças a essas observações, muitas
civilizações antigas conseguiram determinar as datas aproximadas dos solstícios e as dos equinócios.
Algumas crenças e as primeiras divindades das comunidades humanas estiveram ligadas a esses ritmos
observados na natureza, para os quais ainda não possuíam explicação. Em função dessas observações
promoviam grandes festividades; acredita-se que as festas dos solstícios, por exemplo, começaram a ser
celebradas há mais de 12 mil anos. 6
As comemorações do solstício de inverno geralmente são interpretadas como um ritual que buscaria
trazer a força do Sol de volta, pois até essa data os dias cada vez mais curtos e as noites cada vez mais
longas indicariam que o Sol, aparentemente, "estaria indo embora". As comemorações do solstício de verão
teriam o mesmo sentido, só que invertido; então estimulavam o Sol a manter a plenitude de sua força,
justamente no dia mais longo do ano, para que o ritmo da vida fosse bom naquele período.
Na Roma Antiga, do dia 17 até o dia 23 de dezembro comemoravam-se as "Saturnais", festa popular em
homenagem a Saturno, deus da agricultura. Provavelmente a origem desses festejos deve estar ligada ao
término dos trabalhos no campo por causa do inverno; na Europa, o rigor do clima diminuía acentuadamente
o trabalho diário das famílias camponesas. Essa festa tinha uma grande participação popular, e eram
praticamente esquecidas as diferenças sociais. Havia ainda o costume de presentear os amigos e as pessoas a
quem se devia algum favor.
No século VI, a Igreja Católica estabeleceu o dia 25 de dezembro com a data de nascimento de Jesus
Cristo, e essa data preserva muitas características dos antigos festejos romanos.
As festas juninas, particularmente a festa de São João, que tradicionalmente ocorre ao redor de uma fogueira,
também têm origem na Antigüidade e apresentam relação com o solstício, só que, neste caso, com o de
inverno.
Nessa data, os gregos homenageavam o deus Apolo com grandes fogueiras, que teriam um caráter
purificador. Os romanos também dedicavam a festa à deusa Minerva com fogueiras e costumavam saltar
sobre as chamas. As fogueiras sempre estiveram presentes nesses ritos e festas e representavam,
geralmente, um ritual de purificação.
O costume de utilizar fogueiras para comemorar a data de São João, a partir do catolicismo, apresenta
alguns elementos interessantes: São João é o único santo que a Igreja Católica comemora no dia do
nascimento, em 24 de junho, e não no da morte, como os outros santos. Na doutrina católica, São João
Batista é quem anuncia a chegada do Messias, e é atribuído a ele o ritual do batismo, que libertaria o homem
do pecado original - o que pode ser considerado também um ritual de purificação, como nos festejos do
solstício de verão de eras muito antigas.
No Brasil, a tradição das festas juninas é uma herança das tradições européias, e, quando isso ocorreu, as
origens ligadas ao solstício de verão já tinham sido esquecidas há muito tempo: eram apenas as festas de São
João, embora no sul estas se realizem na época do solstício de inverno.
Calendário Gregoriano
O ser humano, ao longo de sua história, sempre se preocupou em dividir e contar o tempo. Assim, surgiram
diversos calendários baseados nos movimentos dos astros. Persas, egípcios, maias e astecas criaram calendários
próprios. Outros calendários, como o dos judeus, dos muçulmanos e dos cristãos, usados até hoje, têm como marco
inicial datas significativas da respectiva religião. Em 45 a.c., o imperador romano Júlio César estabeleceu um
calendário com 365 dias e o ano bissexto a cada quatro anos, com 366 dias. Denominado Juliano, esse calendário
também instituiu a ordem dos meses e dos dias da semana tal como aparece nos calendários atuais. No entanto, o
ano Juliano era 11 minutos e 14 segundos maior que o ano solar, determinando que a cada 128 anos houvesse uma
defasagem de um dia. Essa diferença foi se acumulando com o decorrer dos séculos e, em 1582, o papa Gregório XIII
corrigiu essa distorção por meio da promulgação de um decreto determinando que o dia 4 de outubro de 1582 fosse
seguido pelo dia 15 de outubro de 1582. Esse ato, que aboliu cerca de 10 dias, instituiu o novo calendário, derivado
do Juliano e conhecido como gregoriano, que hoje vigora na maior parte do globo.
COMUNICADO
Os materiais utilizados na disciplina de geografia , disponibilizado pelo professor Almir P Carbonaro, aos alunos dos
primeiros anos da Etec Guaracy Silveira , não é uma apostila nem um documento oficial de divulgação da escola. Trata-
se de uma compilação de referências, as quais estarão relacionadas, que foram incorporadas aos resumos dos
conteúdos abordados nas apostilas e aulas teóricas.
Extraído de:
▪ O movimento de translação e as estações do ano: Geografia de olho no mundo do trabalho: volume
único para o ensino médio/Hélio Carlos Garcia, Tito Marcio Garavello – São Paulo: Scipione, 2005. (parte
dos textos)
▪ O solstício é uma festa: Geografias do mundo/ Marcos Bernardino de Carvalho, Diamantino Alves Correia
Pereira – São Paulo FTD, 2005. pgs 93/94.
▪ A determinação da medida da circunferência da Terra, por Eratóstenes: Cartografia básica/Paulo Roberto Fitz.
São Paulo: Oficina de Textos, 2008.(adaptado)
▪ Imagens 1, 7 e 10 extraída de: Sistema Terra-Vida, uma introdução / Charles Cockell, (organizador) ;
tradução Silvia Helena Gonçalves. – São Paulo : Oficina de Textos, 2011
▪ Geografia : volume único / João Carlos Moreira, Eustáquio de Sene – São Paulo: Scipione, 2005. (parte dos
textos e imagem 6, e imagem da determinação da circunferência terrestre por Eratóstenes, com
modificações)
▪ Território e sociedade no mundo globalizado: Geografia geral e do Brasil: Volume único / Elian Alabi Lucci,
Anselmo Lazaro Branco, Cláudio Mendonça. – 1. ed. – São Paulo : Saraiva, 2010. (parte dos textos e imagens
8 e 9 com modificações)
▪ A dinâmica do espaço geográfico: Luiza Angélica Guerino; ilustrações Divanzir Padilha, Júnior Henrichs –
Curitiba : Positivo, 2010.(Imagem e texto referente a determinação dos paralelos especiais)
▪ Fundamentos de Cartografia / Paulo Araújo Duarte. 3.ed. – Florianópolis : Ed. Da UFSC. 2006