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ARTE NAVAL – VOLUME 1

SEÇÃO D – CONSIDERAÇÕES FINAIS 7.54.

Como escolher o cabo ideal – Fatores como flutuabilidade, carga de ruptura à tração, resistência à
abrasão, alongamento, flexibilidade e rigidez, esforços cíclicos de tração, absorção ao choque e,
finalmente, custo são determinantes fundamentais na escolha do cabo ideal para cada tarefa.
Antes da aquisição ou da especificação de um cabo, recomenda-se considerar os seguintes
aspectos:
(1) comparar as especificações e recomendações das Sociedades Classificadoras com as
necessidades da embarcação;
(2) selecionar os cabos em função do seu emprego e manobras mais usuais realizadas pela
embarcação. Considerar que aqueles a serem utilizados nas operações de reboque vão
exigir, provavelmente, mais esforço do que os destinados à amarração;
(3) as condições habituais de mar, vento e maré nos locais mais freqüentados pela
embarcação;
(4) se as condições de atracação nos portos, terminais ou bóias mais freqüentados pela
embarcação necessitam de cuidados especiais e cabos específicos para a boa realização das
operações;
(5) se os equipamentos e acessórios do sistema de amarração da embarcação estão em
boas condições. Em caso negativo, torna-se necessário utilizar cabos de características
diferentes dos habituais; e
(6) se os cabos ficarão expostos às intempéries durante longo período de tempo

Observação: um cabo não deve, nunca, ser especificado no limite de sua carga de ruptura.
Escolha-o com no mínimo cinco vezes a força prevista para a sua aplicação. É fundamental que se
conheça o maior número de informações sobre as condições de utilização do cabo a ser
comprado. No caso de dúvidas quanto à melhor escolha do cabo, consulte o fabricante, pois,
certamente, ele poderá auxiliar na melhor opção para cada caso.

7.55. Recomendações quanto ao manuseio de cabos e espias – Visando à maior


durabilidade dos cabos e segurança da embarcação, os seguintes procedimentos devem
ser adotados:
(1) num mesmo ponto de amarração, mantenha sempre os cabos com a mesma tensão.
Nunca sobrecarregue um só cabo com todo o esforço;
(2) evite trancos bruscos nas manobras;
(3) evite ângulos fechados nos cabos. Sempre trabalhe com o maior raio de curvatura
possível;
(4) trabalhe, no mínimo, com 4 voltas no tambor (cabeço);
(5) faça rodízio freqüente das espias, pelos diversos pontos de amarração da embarcação.
Procure usar os cabos mais novos naqueles pontos mais exigidos;
(6) procure não deixar um mesmo ponto do cabo em atrito permanente com as superfícies;
(7) sempre que possível proteja, com couro, tecido plástico ou falcaças de cordas
engraxadas, os cabos nos locais em contato com superfícies de atrito;
(8) evite arrastar os cabos sobre superfícies ásperas ou pontiagudas;
(9) inspecione os cabos freqüentemente. A penugem superficial é absolutamente normal e
amortece os efeitos progressivos da abrasão. Procure pontos demasiadamente gastos,
cortes e descoloração do cabo. Faça também a inspeção dos fios internos do cabo;
(10) mantenha lubrificados e em bom funcionamento os rodetes e roldanas por onde
gurnem os cabos;
(11) mantenha os cabos, mesmo que fora de uso, sempre bem arrumados no convés. Isso,
além de evitar a destorção das fibras, previne possíveis situações de perigo;
(12) se o cabo estiver bastante danificado em uma determinada seção, não espere que ele
se rompa. Corte-o e faça uma costura de emenda bem reforçada. Isso não prejudicará em
nada a utilização normal do cabo;
(13) evite contatos dos cabos com produtos químicos de qualquer natureza;
(14) não exponha desnecessariamente os cabos a temperaturas elevadas;
(15) após o uso, quando possível, lave os cabos com água doce, com uma mangueira de
pouca pressão. Se necessário, utilize detergentes neutros ou suaves nos cabos sintéticos;
(16) guarde os cabos reservas no paiol ou no convés, cobertos por uma lona escura.
Procure proteger, sempre que possível, os cabos das intempéries;
(17) instrua sua tripulação a manter distância dos cabos, quando estes estiverem sendo
submetidos a elevados esforços de tração; e
(18) não utilize, conjugadamente, no mesmo ponto de amarração, cabos de matérias-
primas diferentes, pois cada um tem características específicas de elasticidade,
alongamento e ruptura.

7.56 Precauções de segurança ao laborar com cabos e espias – Quando laboramos com
cabos e espias, devemos observar as seguintes regras de segurança, independente do
material de fabricação:
(1) não se deve ficar por dentro de cabo laborando ou na direção em que ele é
tracionado;
(2) não se deve aumentar a carga (esforço) num cabo depois de se travar ou de se ter
dado volta num cunho, cabeço ou similar;
(3) é imperativa a presença de um observador nas fainas de laborar cabos; e
(4) manter socairo mínimo de 2 metros.

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