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Tatiane Mota Santos Jardim
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CONHECENDO A DISCIPLINA
A disciplina Organização do Trabalho Pedagógico nos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental objetiva a busca pela compreensão do percurso histórico, bem como
dos fundamentos que subsidiam as reflexões e práticas pedagógicas relacionadas
aos anos iniciais do Ensino Fundamental, contribuindo, assim, com a formação do
profissional que atuará nessa etapa de ensino e com o trabalho a ser desenvolvido
no ambiente escolar.
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A disciplina o ajudará a compreender as características dos anos iniciais do Ensino
Fundamental e as especificidades do trabalho a ser realizado em sala de aula.
Esperamos que você perceba a importância desses assuntos para a sua formação
docente e que, a partir do conhecimento adquirido, interesse-se por novas leituras
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relacionadas à disciplina.
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NÃO PODE FALTAR
O ENSINO FUNDAMENTAL NAS LEIS DE DIRETRIZES E BASES DA
EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
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Tatiane Mota Santos Jardim
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DIREITOS EDUCACIONAIS
A consciência sobre os direitos assegurados nas leis leva-nos a reivindicar ações mais efetivas
dos governantes a fim de que a tão sonhada sociedade justa, democrática e inclusiva seja uma
realidade.
Fonte: Shutterstock.
CONVITE AO ESTUDO
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(MEC) e do Conselho de Educação (CNE); por fim, na terceira seção, teremos a
oportunidade de reconhecer o desenvolvimento da Educação Básica em
modalidades variadas.
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A utilização de diferentes tecnologias digitais — temática tão explorada na
atualidade —, as determinações do Programa Nacional do Livro Didático, do
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Material Didático PNLD e a implementação da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) também serão abordadas na terceira seção, uma vez que contribuem, de
modo efetivo, para a prática a ser desenvolvida em sala de aula.
Bons estudos!
Luciana é uma pedagoga experiente — com mais de 20 anos de atuação nos anos
iniciais do Ensino Fundamental numa rede municipal de ensino de sua cidade —,
gosta muito de ler, de atualizar-se, estudar e discutir a respeito de diferentes
assuntos da área da educação. Por conta do seu perfil, é muito comum que
professores iniciantes e até mesmo profissionais experientes a procurem para tirar
dúvidas, conversar sobre atualidades e compartilhar experiências. Conhecendo
Luciana, a consistência de seu trabalho cotidiano em sala de aula e sua
personalidade, a Secretaria Municipal de Educação de sua cidade a convidou para
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ministrar um curso para professores ingressantes na rede, pois verificou que
muitos deles não conheciam, de modo aprofundado, fatos importantes
relacionados à história da educação, às legislações e às políticas públicas e
educacionais voltadas ao Ensino Fundamental, bem como à estrutura do Sistema
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Educacional brasileiro e às funções dos órgãos competentes.
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Uma vez que esse conhecimento está diretamente relacionado à compreensão das
orientações quanto ao trabalho a ser desenvolvido nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, o convite chegou com 6 meses de antecedência, a fim de que
Luciana pudesse se preparar. Por conta disso, a professora iniciou um estudo de
cunho pessoal para compreender as modificações ocorridas, ao longo da história,
nos anos iniciais do Ensino Fundamental e, assim, contribuir para a compreensão
dos professores a respeito dos principais fatos e das mudanças ocorridas ao longo
dos anos.
Lembre-se de que, para fazer parte das conquistas futuras, é importante conhecer
os caminhos percorridos no passado!
CONCEITO-CHAVE
Para dar início às reflexões a respeito das transformações ocorridas no Ensino
Fundamental, tomaremos o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova como
ponto de partida. Tratava-se de um documento, lançado por um grupo de
educadores e intelectuais e redigido por Fernando de Azevedo, em 1932, que
reafirmava a importância da educação para o desenvolvimento do país e
reivindicava uma educação pública, obrigatória, gratuita, leiga e igual para ambos
os sexos.
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“
Esse manifesto propunha-se a realizar a reconstrução social pela reconstrução educacional. Partindo do
pressuposto de que a educação é uma função essencialmente pública, e baseado nos princípios da laicidade,
gratuidade, obrigatoriedade, co-educação e unicidade da escola, o manifesto esboça as diretrizes de um
sistema nacional de educação, abrangendo, de forma articulada, os diferentes níveis de ensino, desde a
educação infantil até a universidade.
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— (SAVIANI, 2004, p. 33)
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Alguns princípios defendidos no documento foram inseridos no texto da
Constituição de 1934. Consta no art. 149 que “a educação é direito de todos e
deve ser ministrada pela família e pelos poderes públicos” (BRASIL, 1934),
entretanto a Constituição de 1937 reprimiu algumas conquistas educacionais
vigentes na constituição anterior. O art. 130 determinava que o ensino primário
fosse obrigatório e gratuito, no entanto retirava a responsabilidade do Estado com
a gratuidade de ensino, sendo exigido de quem não pudesse alegar escassez de
recursos uma contribuição para a caixa escolar. Tal fato dificultou a procura e a
permanência dos alunos na escola nesse período.
De acordo com Flach (2011), o ensino primário não foi o foco de atenção do
governo central, por isso sua organização foi vinculada aos governos estaduais;
pode-se observar, inclusive, uma distorção em sua oferta devido à falta de
diretrizes gerais.
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Os anos se passaram e, em 20 de dezembro de 1961, a primeira Lei de Diretrizes
e Bases foi publicada. A Lei no 4.024 estabelecia diretrizes para o então chamado
ensino primário, composto por, no mínimo, quatro séries, podendo ser ampliado
para até seis séries. De acordo com o art. 25, esse nível de ensino tinha como
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objetivo o desenvolvimento do raciocínio e das atividades de expressão da
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criança e a sua integração nos meios físico e social. São destaques dessa lei:
O ingresso nessa etapa de ensino era obrigatório e realizado a partir dos sete
anos de idade completos.
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Com o Golpe de Estado, que encerrou o governo do presidente João Goulart e deu
início ao período da Ditadura Militar no Brasil, em 1964, surgiram novos padrões
de comportamento. A relação entre os militares e o setor educacional foi
conflituosa; vários acordos firmados por meio da parceria entre o MEC e a United
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States International for Development (USAID) foram responsáveis por reformas no
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sistema educacional.
Durante a Ditadura Militar houve uma ampliação no número de vagas nas escolas,
um aumento do número de matrículas na educação básica e, segundo Ribeiro
(2000), uma diminuição na evasão dos alunos durante o ano letivo, contudo havia
poucos recursos e formação docente, não sendo evidenciada, assim, uma
preocupação efetiva com a qualidade ofertada à população.
“
A ditadura militar no Brasil foi um período marcado por mudanças sociais, políticas, econômicas, culturais e
educacionais, e principalmente, por lutas e repressão. No bojo deste regime autoritário, a educação precisou se
ajustar às precárias condições de financiamento, espaço físico, recursos materiais, qualificação profissional,
dentre outras. E ainda, passou por duas reformas significativas, e que marcaram a história da educação no país.
Antes do Golpe, a escola pública era voltada para a formação das elites e o país
vivia um período de crise econômica e de crescimento efetivo do movimento
operário sindical, sendo evidenciadas diversas lutas relacionadas às reformas
sociais. Se não fosse o Golpe Militar, poderia ter acontecido, inclusive, uma
revolução liderada pela classe trabalhadora.
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nomeadas pelos políticos, reforçando, então, o controle destes sobre os currículos e
professores.
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negativos de acordo com o comportamento dos alunos e a fiscalização entre os
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próprios alunos eram práticas comuns na época. Os militares pretendiam que a
escola fosse uma difusora dos valores do regime, por isso hábitos ligados ao
nacionalismo, como a entoação do hino e o hasteamento da bandeira, foram
incorporados nas escolas.
A Constituição de 1967 foi elaborada sob supervisão dos militares e desfez boa
parte das determinações da Constituição de 1946. Ela manteve a estrutura
organizacional da educação nacional, entretanto:
MOBRAL
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Após 10 anos de sua promulgação, a Lei no 4.024/1961 foi reformulada pela Lei no
5.692/1971 e o ensino primário passou a ser chamado de ensino de 1° grau. De
acordo com o documento: “Art. 1º O ensino de 1º e 2º graus tem por objetivo geral
proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas
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potencialidades como elemento de auto-realização, qualificação para o trabalho e
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preparo para o exercício consciente da cidadania” (BRASIL, 1971).
ASSIMILE
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constam no documento, está o direito à educação e o acesso a uma escola pública
e gratuita próxima de sua residência. Segundo Mattioli e Oliveira (2013, p. 26), o
Estatuto da Criança e do Adolescente é “um dos instrumentos legais mais
avançados na defesa dos direitos da infância”.
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PESQUISE MAIS
Educação Especial.
Educação a Distância.
Educação Indígena.
Um dado interessante é que essa lei também é conhecida como “Lei Darcy Ribeiro”,
que foi o redator da Lei que prevê a liberdade de aprender como princípio de
ensino, o zelo pela aprendizagem dos alunos pelos docentes, o desenvolvimento
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da capacidade de aprender, entre outros princípios.
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de garantir a plena escolaridade a toda a população.
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REFLITA
A LDB previa o Plano Nacional de Educação que entrou em vigor por meio da Lei
no 10.172 (BRASIL, 2001), tendo como uma de suas metas a ampliação da
duração do Ensino Fundamental obrigatório para nove anos, com início aos
seis anos de idade. A alteração tinha como objetivo oferecer maiores
oportunidades de aprendizagem às crianças e um maior nível de escolaridade, ou
seja, almejava aumentar o índice de permanência na escola.
Várias modificações foram sendo realizadas a partir das necessidades que foram
identificadas pelos educadores e pelas autoridades responsáveis pelos ministérios
e órgãos educacionais nos anos seguintes.
Em 2004, foram realizados diversos encontros regionais que tinham como tema a
ampliação do Ensino Fundamental. A partir desses encontros, vários pareceres,
documentos e orientações foram produzidos. No dia 16 de maio de 2005, a Lei no
11.114/2005 estabeleceu a obrigatoriedade da matrícula das crianças de seis
anos de idade no Ensino Fundamental, alterando, assim, a LDB no 9.394/1996.
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Em 2013, a Lei no 12.796 alterou diversos dispositivos da LDB. A Educação Básica
obrigatória e gratuita passou a ter início aos quatro anos de idade, sendo
organizada em pré-escola, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Também foram
alterados artigos que versavam sobre o atendimento educacional especializado
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gratuito aos educandos que apresentam deficiência, transtornos globais do
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desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
EXEMPLIFICANDO
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A Lei no 13.415, de 2017, determina que a formação de docentes para atuação na
Educação Básica seja em nível superior no curso de Licenciatura plena. A profissão docente
deve ser ampla para que o profissional tenha condições de enfrentar as situações
cotidianas relacionadas à sala de aula.
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De acordo com Saviani (2007), a organização da educação brasileira baseou-se em
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reformas parciais, realizadas de acordo com os interesses dos políticos que
assumiam o controle do país. Essa situação continua atualmente, mostrando-nos a
importância de se estudar mais o assunto, conscientizar-se dos problemas políticos
e sociais do Brasil e contribuir com a modificação desse cenário.
FOCO NA BNCC
A consciência sobre os direitos assegurados nas leis leva-nos a reivindicar ações mais
efetivas dos governantes e a disseminar tais informações a fim de que a tão sonhada
sociedade justa, democrática e inclusiva seja uma realidade.
Antes de finalizarmos esta seção, confira um resumo do que aprendemos até aqui:
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FAÇA VALER A PENA
Questão 1
“
O Manifesto reivindicava a direção do movimento de renovação educacional brasileiro, como se indicia em seu
próprio título. Vinha a público no âmago das disputas pela condução das políticas do recém-criado Ministério da
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Educação e Saúde no Brasil (1930) e seu texto exibia um triplo propósito.
seõçatona reV
— (VIDAL, 2013, p. 579)
a. O Manifesto dos Pioneiros foi um documento lançado por um grupo de educadores e intelectuais e
redigido por Fernando de Azevedo, em 1932, que reivindicava uma educação pública, obrigatória, gratuita,
leiga e igual para ambos os sexos.
b. O Manifesto dos Pioneiros foi um documento lançado por um grupo de educadores e intelectuais e
redigido por Fernando de Azevedo, em 1980, que reivindicava uma educação pública, facultativa, gratuita e
leiga, respeitando, assim, os direitos da democracia.
c. O Manifesto dos Pioneiros foi um documento lançado por um grupo de educadores e intelectuais e
redigido por Fernando de Azevedo, em 1930, que reivindicava uma educação pública, obrigatória, com preço
acessível e exclusiva para as necessidades das mulheres.
d. O Manifesto dos Pioneiros foi um documento lançado com o intuito de arrecadar fundos para o governo,
a fim de que as escolas públicas tivessem as verbas necessárias para contratar um número maior de
professores e desenvolver um trabalho de qualidade.
e. O Manifesto dos Pioneiros foi um documento lançado com o intuito de fortalecer as escolas privadas
existentes na década de 1930 visando ao fortalecimento da educação e à entrada desses profissionais no
mercado de trabalho.
Questão 2
“
É importante lembramos que antes do golpe de 1964, a escola pública no Brasil era voltada para a formação
das elites dirigentes e das camadas sociais dominantes. É comum ouvirmos dos mais velhos que a escola
pública, no passado, tinha “mais qualidade”. Essa afirmação se refere a uma escola sem a presença das classes
trabalhadoras. Ou seja, antes da ditadura, a escola pública era uma instituição que recebia maiores
investimentos estatais e tinha objetivo de formar os melhores gerentes do status quo.
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. I e II, apenas.
d. I e III, apenas.
e. II e III, apenas.
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Questão 3
“
A LDB 9.394 (BRASIL, 1996), seguindo determinações da Constituição de 1988 em seu artigo 205, prevê a
educação como direito de todo cidadão, visando o desenvolvimento e preparo para a cidadania, incluindo sua
qualificação para o mundo do trabalho. Como dever do Estado e da família, com relação à obrigatoriedade,
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tanto a Constituição quanto a LDB estabelecem os mesmos princípios.
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— (MEDEIROS; LIRA, 2016, p. 163)
A sequência correta é:
a. V, V, V.
b. V, F, V.
c. F, F, F.
d. F, V, F.
e. F, V, V.
REFERÊNCIAS
ASSIS, R. M. de. A educação brasileira durante o período militar: a escolarização dos
7 aos 14 anos. Educação em Perspectiva, Viçosa, v. 3, n. 2, p. 320-339, jul./dez.
2012.
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BRASIL. Decreto-Lei no 62.455, de 22 de março de 1968. Institui a fundação
Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL). Brasília, DF, 1968. Disponível em:
https://bit.ly/2Jrw6oW. Acesso em: 30 out. 2020.
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BRASIL. Decreto-Lei no 869, de 12 de setembro de 1969. Dispõe sobre a inclusão
da Educação Moral e Cívica como disciplina obrigatória, nas escolas de todos os
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graus e modalidades, dos sistemas de ensino no País, e dá outras providências.
Brasília, DF, 1969. Disponível em: https://bit.ly/3qecnKe. Acesso em: 30 out. 2020.
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MEC, 2004.
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de idade. Brasília, DF: Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica, 2006.
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FLACH, S. de F. Direito à educação e obrigatoriedade escolar no Brasil: entre a
previsão legal e a realidade. Revista HISTEDBR, Campinas, v. 11, n. 43, p. 285-303,
set. 2011.
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
O ENSINO FUNDAMENTAL NAS LEIS DE DIRETRIZES E BASES DA
EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
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Tatiane Mota Santos Jardim
Fonte: Shutterstock.
Para tanto, a professora precisou determinar os temas que seriam estudados por
cada grupo, já que os períodos históricos tinham de contemplar os fatos ocorridos
no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, o período de 1934 a 1960 e as
modificações realizadas na LDB de 1996. Pensando na sequência cronológica,
considerou interessante dividir os grupos da seguinte forma:
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1. O primeiro grupo apresentaria as características da educação e das
determinações legais a partir do Manifesto dos Pioneiros e o período entre
1934 e 1960. Diante disso, seria importante conhecer do que se tratava o
Manifesto, quais reivindicações foram trazidas pelo documento e as principais
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determinações trazidas nos anos seguintes.
seõçatona reV
2. O segundo grupo, por sua vez, teria de refletir a respeito da LDB de 1961 e das
modificações políticas, sociais e educacionais que aconteceram no período da
Ditadura Militar.
Entre as informações que precisavam ser destacadas pela professora Luciana após
a apresentação de cada grupo estava o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova
— um documento redigido na década de 1930 que reivindicava uma educação
pública, obrigatória, gratuita, legal e igual para ambos os sexos. A Lei no 4.024/61
apresentava o ensino primário composto por, no mínimo, quatro séries, podendo
ser ampliado para até seis séries, com o objetivo de desenvolver o raciocínio e as
atividades de expressão da criança, bem como a sua integração no meio físico e
social.
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Diante disso, a apresentação da LDB no 9.394/96 também passa a ser importante,
uma vez que, enquanto lei que dispõe sobre as diretrizes e bases no sistema
educacional brasileiro vigente, segue as determinações da Constituição de 1988 e
prevê a educação como direito de todos, o ensino fundamental obrigatório e
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gratuito, inclusive para aqueles que não tiveram acesso a ele na idade própria.
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Para relacionar as informações estudadas ao trabalho pedagógico a ser
desenvolvido em sala de aula, a professora poderia conversar com os alunos sobre
sua trajetória escolar, compartilhar a influência da legislação da época no
ambiente escolar frequentado por ela e contar sobre sua formação profissional e a
relação entre a sua prática e as legislações que orientavam o trabalho nas escolas
naquele momento. A professora poderia, ainda, refletir sobre quais posturas
seriam as mais indicadas de acordo com cada período histórico, isto é, a
professora Luciana poderia ajudar os alunos a imaginar como seria o
relacionamento entre professores e alunos, bem como as metodologias utilizadas
e o modo de avaliação em cada período, estabelecendo relações com o que era
determinado em cada legislação.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
MITOS E VERDADES
Após ministrar o curso para professores iniciantes da Rede Municipal de Ensino de
seu município, a professora Luciana voltou a se dedicar exclusivamente à sala de
aula. Certo dia, um de seus alunos perguntou: “Professora, por que as escolas de
antigamente eram melhores do que as escolas de hoje em dia?” Espantada com a
pergunta, a professora indagou o aluno sobre quem havia feito tal afirmação, e a
criança, muito espontaneamente, respondeu: “Meu pai. Ele disse que,
antigamente, na época da Ditadura, a vida das pessoas de bem era melhor e até
mesmo as escolas”. Se você estivesse no lugar da professora Luciana, como
responderia à pergunta do aluno?
RESOLUÇÃO
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A professora teria que refletir sobre quais aspectos poderiam ser abordados e
quais palavras seriam as mais indicadas para que os alunos tivessem uma
compreensão adequada. Por fim, Luciana poderia convidar alguma pessoa que
viveu o período da Ditadura para ir até a escola e compartilhar suas
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lembranças com os alunos. Seria muito interessante ajudar os alunos a
seõçatona reV
perceberem que, apesar de a escola atual ter muitos aspectos que precisam
ser lapidados, ela é um espaço que oportuniza ou deveria oportunizar o acesso
ao conhecimento e à liberdade de expressão. Para que os alunos
compreendam, de fato, a essência desses pilares, a professora pode
exemplificar as posturas adotadas pelos professores e alunos ao longo dos
anos com situações cotidianas corriqueiras, como fazer uma pergunta,
aprender por meio de memorização ou da compreensão do significado dos
conteúdos ou conceitos ou, ainda, o fato de ter ou não direito à educação.
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NÃO PODE FALTAR
O SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO ATUAL E OS ÓRGÃOS
RESPONSÁVEIS
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Tatiane Mota Santos Jardim
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DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO NO PAÍS
As diferenças e desigualdades no Brasil apresentam impactos significativos no desenvolvimento
dos estudantes. Por essa razão, é importante conhecer bem os programas e as ações
governamentais que podem contribuir para o desenvolvimento da educação no país.
Fonte: Shutterstock.
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A partir dos conhecimentos adquiridos, você terá a oportunidade de refletir melhor
sobre o contexto educacional brasileiro e terá condições de concordar ou
discordar com o trabalho desenvolvido pelo Ministério da Educação. Sua crítica não
será baseada em impressões vagas ou até mesmo no senso comum, mas
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fundamentada em fatos e informações concretas que possibilitam um novo olhar
seõçatona reV
diante dos fatos.
FOCO NA BNCC
“
Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,
negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo
responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. (BRASIL, 2018, p. 9)
Você se lembra da professora Luciana, que tem mais de 20 anos de atuação nos
anos iniciais do Ensino Fundamental numa rede municipal de ensino e que, por
conta do seu perfil e da consistência do seu trabalho, foi convidada pela Secretaria
Municipal de Educação de sua cidade para ministrar um curso para professores
ingressantes na rede, visto que muitos professores não conheciam, de modo
aprofundado, fatos relacionados à história da educação, legislações e políticas
públicas e educacionais voltadas ao Ensino Fundamental, nem conheciam a
estrutura do Sistema Educacional brasileiro e as funções dos órgãos competentes?
Bem, agora ela tem outro desafio.
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numa rede social e, assim, compartilhar sua experiência e refletir com os
professores a respeito do papel do Ministério da Educação e do Conselho Nacional
de Educação, bem como o regime de colaboração na organização do Ensino
Fundamental entre estados e municípios, visto que ela havia percebido, nos
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últimos tempos, certos equívocos na fala de alguns professores.
seõçatona reV
A direção pediu para a professora Luciana criar o grupo, sugerir leituras, dar início
às reflexões e realizar as mediações que julgasse necessárias a partir da
participação dos professores. Ao ler as contribuições dos colegas, Luciana, então,
teria conhecimento sobre os esclarecimentos que precisariam ser feitos e, assim,
poderia contribuir para que, futuramente, todos tenham um conhecimento maior
sobre as especificidades e a organização do Ensino Fundamental.
Diante disso, como você ajudaria a professora Luciana a conduzir o grupo? Quais
perguntas podem instigar a reflexão e a participação dos professores? Quais
informações têm maior relevância na temática apresentada? Como esse
conhecimento pode influenciar o trabalho a ser desenvolvido em sala de aula?
CONCEITO-CHAVE
Para se compreender o Sistema Educacional Brasileiro atual e as determinações
relacionadas aos anos iniciais do Ensino Fundamental, é necessário conhecer os
órgãos responsáveis pela estruturação e pelo funcionamento da educação no país.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
O Ministério da Educação é o órgão do Governo Federal responsável pela gestão
das políticas educacionais do Brasil. Ele foi criado em 1930, no governo de Getúlio
Vargas, sendo chamado, inicialmente, de Ministério da Educação e Saúde Pública.
Com a autonomia dada à área da Saúde, em 1953, surgiu o Ministério da Educação
e da Cultura e, com ele, a sigla MEC. Em 1985, uma lei federal transformou o MEC
em Ministério da Educação e do Desporto (expressão referente à área da Educação
Física), no entanto, em 1995 o ministério passou a ser responsável apenas pela
área da educação.
ASSIMILE
O que é um Ministério?
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possui Ministérios específicos para diferentes áreas e cada uma delas
costuma ser liderada por um Ministro. Cada Ministério possui secretarias,
instituições e programas vinculados à sua área de atuação.
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CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
seõçatona reV
Na estrutura do Ministério da Educação está o Conselho Nacional de Educação
(CNE), um órgão colegiado instituído pela Lei no 9.131, de 25 de novembro de
1995, com a finalidade de colaborar na formulação de políticas nacionais de
educação e exercer atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento ao
Ministro da Educação, bem como assegurar que seja efetiva a participação da
sociedade no que diz respeito ao desenvolvimento, ao aprimoramento e à
consolidação da educação nacional de qualidade.
A Câmara de Educação Básica possui direta relação com o tema desta disciplina.
Ela tem como atribuições analisar e emitir pareceres sobre a Educação Infantil,
Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação Profissional e Educação Especial,
deliberando as diretrizes curriculares propostas pelo Ministério da Educação e
acompanhando as ações ligadas ao Plano Nacional de Educação.
“
[...] um Conselho de Educação é, antes de tudo, um órgão público voltado para garantir, na sua especificidade,
um direito constitucional da cidadania. Eis porque um conselheiro, membro desse órgão, ingressa no âmbito de
um interesse público cujo fundamento é o direito à educação das pessoas que buscam a educação escolar.
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Vale lembrar que, desde 2017, as diretrizes para os anos iniciais do Ensino Fundamental e
as diretrizes da educação básica estão à luz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
aprovada pelo Conselho Nacional de Educação por meio da Resolução CNE/CP nº 2, de 22
de dezembro de 2017.
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REGIME DE COLABORAÇÃO ENTRE A UNIÃO, OS ESTADOS, O DISTRITO
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FEDERAL E OS MUNICÍPIOS
Visando ao bom funcionamento do Sistema Educacional brasileiro, há um regime
de colaboração entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios,
regulamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei no 9.394/1996).
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Secretaria Estadual de Educação: entre suas funções, destacamos: validar o
projeto pedagógico, as disciplinas ofertadas, a carga horária e o corpo docente
das escolas estaduais, além de ações voltadas ao transporte, à alimentação
escolar e à promoção de políticas públicas estaduais, sempre cumprindo os
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pareceres do Conselho Estadual de Educação. A Secretaria também
seõçatona reV
supervisiona as atividades realizadas pelas escolas privadas.
Segundo Saviani (2010), há uma estreita relação entre um sistema de educação e um plano
de educação, já que o desenvolvimento do Sistema Educacional é condicionado ao Plano
de Educação, que define as metas e os recursos com os quais o Sistema opera. O autor
destaca, ainda, que a viabilidade do Plano de Educação depende do Sistema Educacional,
pois é nele e por ele que as metas previstas podem se tornar realidade.
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Todos os estados e o Distrito Federal possuem um fundo para receber recursos de
impostos. Há uma redistribuição desse valor de acordo com o número de alunos
matriculados na educação básica, e cada fundo estadual distribui esses recursos
seguindo o Censo Escolar dos municípios realizado no ano anterior. Quando o
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valor do investimento por aluno é inferior ao valor mínimo fixado para cada ano, a
seõçatona reV
União complementa o custo estipulado. O fundo contribui, portanto, para que haja
uma desigualdade menor entre as redes de ensino e orienta os municípios no
cumprimento de suas responsabilidades. Existe um incentivo para que os
municípios sejam responsáveis pela Educação Infantil e pelos anos iniciais do
Ensino Fundamental, enquanto os estados ficam responsáveis pelos anos finais do
Ensino Fundamental e Ensino Médio.
REFLITA
PESQUISE MAIS
Caro aluno, para que você conheça um pouco mais do atual modelo de
financiamento da educação no Brasil, sugerimos a leitura do artigo:
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SILVA, L. V.; OLIVEIRA, M. E. N. O financiamento do plano nacional de
educação em discussão. Colloquium Humanarum, Presidente
Prudente, v. 14, n. 4, p. 70-75, out./dez. 2017.
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A partir dele, você verá que ainda são latentes os problemas relacionados a
esse tipo de financiamento.
seõçatona reV
PROGRAMAS DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Entre os programas lançados pelo Ministério da Educação nos últimos anos que
estão relacionados aos anos iniciais do Ensino Fundamental, é possível destacar:
Programa Conta pra Mim: tem como objetivo divulgar práticas de literacia
familiar e pode ser entendido como um conjunto de estratégias a serem
desenvolvidas na rotina doméstica das famílias.
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Outra iniciativa proposta pelo MEC é o acompanhamento da frequência escolar de
crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e a vinculação dessa
frequência com o pagamento de um benefício (Programa Bolsa Família).
0
O Ministério da Educação lançou também o Clique escola, um aplicativo gratuito
que visa ao acesso às principais informações educacionais e financeiras da escola,
seõçatona reV
além de ser um canal de comunicação entre o MEC e as instituições de ensino.
DIREITO À EDUCAÇÃO
Embora o direito à educação esteja garantido por lei, ainda há muito a ser feito. O
Brasil é um país marcado por desigualdades sociais e impasses políticos, o que
dificulta a aplicação de leis, orientações e diretrizes instituídas. Os profissionais da
educação enfrentam graves crises educacionais e se deparam, com frequência,
com situações que requerem preparo profissional, mental e emocional; entretanto,
o que os motiva, na maioria das vezes, é saber que o acesso à educação de
qualidade pode mudar o futuro dos alunos.
Segundo Castro (2009), a educação, tendo como uma de suas formas de atuação a
escolarização, é capaz de desenvolver diferentes potencialidades nos indivíduos, e
essas potencialidades permitem a eles o pleno desenvolvimento, bem como o
preparo para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho.
De acordo com Flach (2015), a oferta da educação pelo poder público se insere no
campo das políticas sociais e contribui com o processo de desalienação sobre a
desigualdade existente por meio da oferta de oportunidades e condições
educacionais. A autora afirma, ainda, que pensar a oferta do Ensino Fundamental
para além dos aspectos legais expressa o compromisso social com a superação da
realidade educacional brasileira.
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Enquanto alguns estudantes recebem diferentes estímulos desde a mais tenra
idade e frequentam instituições que possuem recursos de primeira geração,
outros estão matriculados em escolas em condições precárias, sem qualquer
auxílio que garanta a eles um ambiente com condições mínimas de aprendizagem,
0
sendo então privados, muitas vezes, de cuidados básicos, como a alimentação e a
seõçatona reV
higiene. Como afirmar que esses alunos terão as mesmas oportunidades? Como
garantir que as escolas obtenham os mesmos êxitos? Essas diferenças apresentam
impactos significativos no desenvolvimento dos estudantes, por isso a importância
do conhecimento dos programas e das ações que podem contribuir com o
desenvolvimento da educação no país.
De acordo com Saes (2014), pesquisadores apontam que alunos oriundos das
classes trabalhadoras ainda costumam ter uma trajetória escolar mais curta, o que
inclui a conclusão do Ensino Fundamental ou, no máximo, do ensino técnico de
nível médio, e que os alunos de classe média ou classe média alta conseguem
cumprir uma trajetória escolar mais longa, até o Ensino Superior e pós-graduação.
Preocupada com esse fato, a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018)
apresenta as aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem
desenvolver e defende que as decisões curriculares e didático-pedagógicas das
Secretarias de Educação, bem como o planejamento do trabalho anual das
instituições e os eventos do cotidiano escolar devem levar em consideração a
necessidade de superação das desigualdades existentes no país. Observa-se,
assim, a necessidade de se garantir, de fato, o direito à educação para todos,
direito esse assegurado por lei, mas ainda inacessível por muitos.
EXEMPLIFICANDO
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para os futuros projetos educacionais. Seria muito bom poder contar com o
empenho de toda a nação e, juntos, construirmos uma sociedade mais justa e
igualitária.
0
O conhecimento das responsabilidades do Ministério da Educação (MEC) e do
Conselho Nacional de Educação (CNE) para com o Ensino Fundamental, bem como
seõçatona reV
da existência de um regime de colaboração existente no Sistema Educacional
brasileiro contribui para uma prática docente respaldada pelas determinações
legais. A compreensão das atribuições e do funcionamento de cada órgão e
secretaria contribui, ainda, com a ampliação das possibilidades de atuação
profissional do pedagogo nesses ambientes.
“
Os órgãos responsáveis pela educação, em nível federal, são o Ministério da Educação (MEC) e o Conselho
Nacional de Educação (CNE). Em nível estadual, temos a Secretaria Estadual de Educação (SEE), o Conselho
Estadual de Educação (CEE), a Delegacia Regional de Educação (DRE) ou Subsecretaria de Educação. E, por fim,
em nível municipal, existem a Secretaria Municipal de Educação (SME) e o Conselho Municipal de Educação
(CME).
I. Ministério da Educação.
Associe cada um desses órgãos à sua devida definição e assinale a alternativa que
apresenta a sequência correta:
Para determinar a alternativa correta, deve-se alterar a ordem dos itens. Ex: se a
alternativa correta for a C, o diagramador deverá ir no Overview e colocar o item
"alternativa correta" em terceiro.
A sequência correta é:
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e. IV, II, I, III.
Questão 2
De acordo com Saviani (2010), o Sistema Nacional de Educação deve ter, como
0
referência, o regime de colaboração existente entre a União, os estados, o Distrito
seõçatona reV
Federal e os municípios, conforme disposto na Constituição Federal. Segundo o
autor, na repartição das responsabilidades, os entes federativos concorrerão na
medida de suas peculiaridades e de suas competências específicas consolidadas
pela tradição e confirmadas pelo arcabouço jurídico, assim, as normas que
regularão o funcionamento do sistema serão de responsabilidade da União,
consubstanciadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no PNE,
traduzidas e especificadas pelas medidas estabelecidas no âmbito do CNE.
a. I e II, apenas.
b. I e III, apenas.
c. I e IV, apenas.
d. II e III, apenas.
e. II e IV, apenas.
Questão 3
Segundo Guzzo e Filho (2005), a educação emancipadora constitui-se em um
processo coletivo que assume, como norte, a reflexão acerca da necessidade e da
possibilidade de a população oprimida despertar para as tarefas necessárias para
a modificação da estrutura social vigente. A proposta de educação emancipadora
engloba alunos, professores e outras pessoas que optam pela transformação
social.
a. O Brasil é um país marcado por igualdades sociais e educacionais, o que reflete uma política educacional
consistente, respaldada em investimentos e referenciais teóricos adequados para a realidade brasileira.
34 / 212
b. A escolarização é capaz de desenvolver diferentes potencialidades nos indivíduos, entretanto é
necessário reconhecer que todos os indivíduos possuem as mesmas vivências e necessidades.
c. A oferta da educação não tem qualquer relação com a desalienação diante das desigualdades, já que
todos os indivíduos têm as mesmas oportunidades nas legislações vigentes.
d. Normalmente, no Brasil, os alunos oriundos das classes trabalhadoras costumam ter uma trajetória
0
escolar semelhante à dos alunos de classe média alta devido aos programas sociais existentes.
seõçatona reV
e. A oferta da educação básica por meio do poder público contribui com o processo de desalienação a
respeito da desigualdade existente por meio da oferta de oportunidades e condições educacionais.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF, 1990. Disponível em:
https://bit.ly/2HWYfDV. Acesso em: 30 out. 2020.
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
O SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO ATUAL E OS ÓRGÃOS
RESPONSÁVEIS
0
seõçatona reV
Tatiane Mota Santos Jardim
DETERMINAÇÕES LEGAIS
O conhecimento das responsabilidades do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de
Educação para com o Ensino Fundamental, bem como da existência de um regime de
colaboração existente no Sistema Educacional brasileiro contribui para uma prática docente
respaldada pelas determinações legais.
Fonte: Shutterstock.
Após criar o grupo na rede social escolhida pela maioria dos professores, a
professora Luciana pode sugerir para os colegas o acesso ao portal do Ministério
da Educação, para que, assim, tenham a oportunidade de encontrar notícias,
serviços, programas e conteúdos institucionais do Ministério da Educação.
Para dar início às reflexões, a professora Luciana pode perguntar aos colegas se
algum assunto em especial lhes chamou a atenção ao acessarem o portal. Nesse
primeiro momento, será possível perceber quais profissionais acessaram o portal
36 / 212
indicado ou não. Além disso, será interessante ouvir os apontamentos dos
professores e anotá-los para que os tópicos levantados sejam abordados
novamente ao longo das discussões.
0
A seguir, várias perguntas podem ser realizadas para despertar nos professores
um interesse maior pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Conselho Nacional
seõçatona reV
de Educação (CNE), entre elas: o que é o Ministério da Educação? O que é o
Conselho Nacional de Educação? Quando eles foram criados? Com que objetivo?
Na sua opinião, eles realizam um bom trabalho? Existe um regime de colaboração
na organização do Ensino Fundamental entre estados e municípios? Caso a
resposta seja positiva, é importante perguntar de que maneira esse regime
acontece.
Várias são as informações que podem ser obtidas a partir dos questionamentos
realizados, e será de extrema importância que os professores compreendam que o
Ministério da Educação (MEC) é o órgão responsável pela gestão das políticas
educacionais do Brasil, que ele foi criado em 1930 e tem como objetivo o
aprimoramento e a consolidação da educação no país.
Após perguntar aos professores a impressão que eles tinham quanto à qualidade
do trabalho desenvolvido pelo MEC e pelo CNE, será fundamental conscientizá-los
de que só podemos julgar o trabalho realizado se conhecermos, de fato, aspectos
que fundamentam a nossa crítica, caso contrário, será uma mera opinião pessoal,
baseada em impressões ou, até mesmo, preconceitos. Essa reflexão é
fundamental, pois os professores são formadores de outros indivíduos e essa
consciência será levada para qualquer discussão diante de outros contextos e
outras temáticas.
A professora Luciana pode, ainda, nomear três colegas para serem representantes
de três temáticas distintas:
Tema 2: outro grupo pode tratar das especificidades entre o Conselho Estadual
e Municipal de Educação.
37 / 212
Tema 3: por fim, o último grupo pode citar exemplos práticos a respeito da
influência da Secretaria Municipal de Educação no trabalho cotidiano dos
professores em sala de aula.
0
Os demais professores devem escolher, então, de qual grupo querem participar e
enviar as suas contribuições para os representantes, que organizarão as
seõçatona reV
informações recebidas e postarão no grupo.
É possível que o primeiro grupo relate que a Secretaria de Educação Básica atua na
formação de políticas para a Educação Infantil, para o Ensino Fundamental e o
Ensino Médio; que a Secretaria Estadual de Educação promove, entre outras ações,
políticas públicas estaduais, cumprindo os pareceres do Conselho Estadual de
Educação; e que a Secretaria Municipal de Educação é a responsável pela
promoção de ações de interação entre escolas, pais, alunos e comunidade em
geral, além de outras funções.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
TROCA DE TEMA
A professora Luciana não ficou completamente satisfeita com as informações
contidas nos tópicos apresentados pelos colegas, por isso lançou uma nova
proposta. Pediu a eles que trocassem de tema, ou seja, quem realizou
apontamentos sobre o tema 1, terá de refletir, agora, sobre o tema 2, e assim por
diante. A discussão continuará acontecendo por meio da rede social escolhida,
entretanto os colegas terão de gravar um vídeo tratando de cada temática. O vídeo
deverá contar com a participação de mais de um integrante do grupo e ser editado
de acordo com a criatividade de cada grupo. A ideia é trazer informações com uma
linguagem acessível, favorecendo, assim, a compreensão dos assuntos tratados.
Diante disso, se você estivesse no lugar da professora Luciana, que sugestões daria
aos grupos? Como instigaria, nos colegas, o interesse por esse tipo de informação?
Ã
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RESOLUÇÃO
A professora Luciana pode sugerir aos grupos que escolham palavras, frases,
siglas, imagens ou outros elementos que possam ajudar o grupo a apresentar
as informações solicitadas. Além disso, ela pode pedir aos colegas que
0
imaginem que a apresentação será para os pais e que, por isso, selecionem as
seõçatona reV
informações mais importantes, de modo claro e objetivo. Seria bastante
significativo se a professora lembrar os colegas que eles podem relacionar os
conteúdos apresentados com as notícias divulgadas na mídia, com as situações
cotidianas vivenciadas na escola ou com as informações obtidas por meio de
reportagens e artigos da área da educação; desse modo, os professores
conseguirão compreender a importância desse tipo de informação para o
trabalho a ser desenvolvido na escola.
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NÃO PODE FALTAR
AS POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCACIONAIS PARA O ENSINO
FUNDAMENTAL
0
Tatiane Mota Santos Jardim
seõçatona reV
VOCÊ SABE O QUE SÃO POLÍTICAS PÚBLICAS?
As políticas públicas referem-se a um conjunto de programas e ações do governo, tanto na
instância nacional quanto estadual ou municipal, que assegura os direitos da sociedade ou de
determinados grupos.
Fonte: Shutterstock.
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Esse conhecimento lhe permite a construção de uma prática docente mais
consciente e crítica quanto às legislações, aos programas e aos documentos
educacionais vigentes, bem como pode estimular, quem sabe, ações locais que
favoreçam pequenas mudanças que incentivem o desenvolvimento dos alunos de
0
determinada cidade, de um bairro ou uma instituição escolar.
seõçatona reV
A professora Luciana tem mais de 20 anos de atuação nos anos iniciais do Ensino
Fundamental numa rede municipal de ensino de sua cidade. Por conta do seu
perfil e da consistência do seu trabalho, ela foi convidada pela Secretaria Municipal
de Educação de sua cidade a ministrar um curso para professores ingressantes na
rede, pois verificou que muitos docentes não conheciam, de modo aprofundado,
fatos relacionados à história da educação, as legislações e políticas públicas e
educacionais voltadas ao Ensino Fundamental, bem como a estrutura do Sistema
Educacional brasileiro e as funções dos órgãos competentes.
CONCEITO-CHAVE
POLÍTICAS PÚBLICAS
Você sabe o que são políticas públicas? Tem ideia para que elas servem? Tais
informações são fundamentais para quem atua na Educação Básica, pois podem
provocar mudanças no ambiente escolar.
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ao direito à educação e levam em consideração as determinações presentes na
Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Trata-se
de diretrizes voltadas à resolução de algum problema público presente na
sociedade, logo, a partir da identificação de falta de vagas nas escolas de
0
determinado estado, por exemplo, é possível criar uma política pública voltada à
seõçatona reV
construção de novas escolas. Para ajudar estudantes que residem longe dos
ambientes educacionais, pode-se criar um programa para fornecer transporte
gratuito para esses estudantes e assim por diante.
“
Tal articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização dessas experiências quanto o
desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e
formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborar conclusões, em uma atitude
ativa na construção de conhecimentos. Nesse período da vida, as crianças estão vivendo mudanças importantes
em seu processo de desenvolvimento que repercutem em suas relações consigo mesmas, com os outros e com
o mundo.
42 / 212
De acordo com Delgado (2011), as políticas públicas têm como proposta provocar
alterações na forma de se organizar e desenvolver o trabalho escolar, interferindo
diretamente nas práticas dos professores e em sua cultura, por isso a importância
de se ter conhecimento das determinações e implicações de tais políticas na
0
efetivação do trabalho docente.
seõçatona reV
TRABALHO PEDAGÓGICO COM AS CRIANÇAS DE SEIS ANOS
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As avaliações realizadas em larga escala, como o Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica (SAEB) e a Prova Brasil, buscam verificar as habilidades e
aprendizagens dos alunos e, a partir dos resultados obtidos, definir novas políticas
educacionais.
0
Inicialmente, as provas do SAEB eram realizadas, a cada dois anos, com estudantes
seõçatona reV
do 2º, 5º e 9º ano do Ensino Fundamental, mas, de acordo com a Portaria no 458
do Ministério da Educação, publicada no Diário Oficial em 5 de maio de 2020, as
avaliações passaram a ser anuais e aplicadas para todos os anos a partir do 2º ano
do Ensino Fundamental das escolas públicas e privadas, localizadas em zonas
urbanas e rurais.
44 / 212
devem construir currículos, e as escolas precisam elaborar propostas pedagógicas
que considerem as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes,
assim como suas identidades linguísticas, étnicas e culturais” (BRASIL, 2018, p. 15).
0
O olhar frente à realidade das escolas, às diversidades presentes no campo da educação e
seõçatona reV
à necessidade de se preparar esses indivíduos para atuarem na sociedade é fundamental
para a criação das políticas educacionais.
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instalação de banda larga e infraestrutura de rede sem fio para os
estabelecimentos de ensino participantes do programa, além da capacitação dos
professores, visando à viabilização da utilização dessa tecnologia no processo
pedagógico escolar.
0
O Programa de Inovação Educação Conectada, desenvolvido pelo Ministério da
seõçatona reV
Educação e Parceiros e instituído pelo Decreto no 9.204, de 23 de novembro de
2017, tem o objetivo de apoiar a universalização do acesso à internet de alta
velocidade e fomentar o uso de tecnologia digital na Educação Básica,
proporcionando aos alunos o contato com as novas tecnologias educacionais.
“
Em sua organização, o programa apresenta quatro dimensões: visão, formação, recursos educacionais e
infraestrutura. Esses quatro enfoques se unem como forma de garantir a efetiva utilização das tecnologias de
modo a possibilitar e potencializar o desenvolvimento de novas formas de ensinar e de aprender.
“
As tecnologias digitais, nas práticas sociais, são formas de interação, de reconstruções sociais; em contextos
educativos, também precisam se apropriar dessa cultura e promover redes de construção do conhecimento de
modo ativo e reflexivo, colaborando para a formação de alunos protagonistas da sua própria aprendizagem.
46 / 212
De acordo com Santos e Lucena (2019), a utilização das tecnologias digitais em sala
de aula é considerada uma inovação, no entanto, na prática, boa parte dos
professores que buscam fazer uso dos dispositivos tecnológicos não consegue ir
além da transmissão de conteúdos, logo, a tecnologia acaba sendo simplesmente
0
mais um recurso, tendo em vista que os processos adotados continuam
seõçatona reV
conservadores e mecânicos.
EXEMPLIFICANDO
Bottentuit Junior, Carvalho e Chahini (2016, [s. p.]) afirmam que “a escola ainda não
se instrumentalizou satisfatoriamente no que diz respeito ao aproveitamento
dessas tecnologias digitais no fomento ao processo ensino-aprendizagem”.
Observa-se assim que, além de conhecer o funcionamento das diferentes
ferramentas tecnológicas, os professores precisam utilizar a criatividade para
inserir tais ferramentas em sala de aula e estabelecer relações com o cotidiano dos
alunos, a fim de que esse conhecimento faça sentido para os estudantes.
O estudo sobre os desafios e avanços obtidos por meio das políticas educacionais deve ser
contínuo. Os profissionais da educação precisam ter conhecimento dos programas
desenvolvidos pelo Ministério da Educação para que possam utilizá-los sempre que
possível.
FOCO NA BNCC
“
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de
forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo
as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva. (BRASIL, 2018, p. 9)
Tal competência presente na BNCC possui direta relação com esta seção.
Espera-se que os alunos possam familiarizar-se com a tecnologia,
utilizando-a não apenas enquanto ferramenta mecânica, voltada à
memorização de conteúdos ou repetição de tarefas, mas como instrumento
propulsor sobre a produção de conhecimento para alcançarem o
protagonismo necessário nas práticas sociais e uma autonomia maior na
resolução de problemas. O professor tem um papel fundamental nesse
processo, pois é ele quem realizará as mediações necessárias para o
desenvolvimento dessa competência.
47 / 212
MATERIAIS DIDÁTICOS
Outro programa que acontece há muitos anos é o Programa Nacional do Livro e
do Material Didático (PNLD), desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) em
parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Sua ação
0
está voltada à análise, compra e distribuição de livros e materiais didáticos de cada
seõçatona reV
nível educacional das escolas públicas de todo o país. O objetivo do programa é
oferecer gratuitamente aos alunos e professores dos ensinos fundamental e médio
livros didáticos, livros literários e dicionários de qualidade, a fim de contribuir com
o processo de ensino-aprendizagem vivenciado nas escolas.
REFLITA
48 / 212
A escolha dos livros e materiais didáticos do PNLD deve ser compatível com a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC).
“
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto
0
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das
etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem
seõçatona reV
e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE).
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As redes de ensino e as escolas particulares precisam construir currículos com
base nas aprendizagens essenciais estabelecidas na BNCC. Com o objetivo de
apoiar as secretarias estaduais, municipais e a secretaria distrital de Educação no
processo de revisão ou elaboração e implementação de seus currículos alinhados à
0
BNCC, foi criado o Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional
seõçatona reV
Comum Curricular (ProBNCC), instituído pela Portaria MEC nº 331, de 5 de abril
de 2018, organizado em duas frentes: uma para a Educação Infantil e o Ensino
Fundamental e outra para o Ensino Médio.
“
Entre tantos desafios e possibilidades para o uso das tecnologias dentro do contexto educacional, constata-se
que esta pode facilitar a interação e troca de informações entre professor e aluno, promovendo uma educação
para a autonomia, em que o professor deixa de ser um mero transmissor de informação, passa a estimular nos
alunos à criatividade, para atuar de forma crítica na sociedade rompendo paradigmas de desigualdades, através
do trabalho coletivo.
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. III, apenas.
d. I e II, apenas.
e. I e III, apenas.
Questão 2
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“
O momento de publicação do edital do PNLD é muito esperado por autores e editores, pois concentra as regras
que, supostamente, norteiam a produção de um material didático. Supostamente porque os materiais didáticos
precisam estar prontos muito antes da publicação do edital – tendo como base os editais passados –, pois não
haveria tempo hábil para eles serem escritos, editados, ilustrados, produzidos e impressos nos cinco meses
fornecidos entre a publicação do edital e a data limite para a inscrição das obras.
0
— (ARTUSO, 2019, p. 3)
seõçatona reV
Leias as afirmações apresentadas e assinale a alternativa correta sobre o
programa:
a. O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) refere-se à compra de livros e materiais
didáticos para escolas públicas e privadas das redes estaduais de ensino.
b. O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) refere-se à compra de livros e materiais
didáticos de escolas públicas de todo o país.
c. O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) refere-se à elaboração de livros e materiais
didáticos de acordo com os princípios defendidos pelo governo.
d. Atualmente, o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) possui as mesmas características
de quando foi criado, em 1929.
e. Atualmente, o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) disponibiliza materiais didáticos
apenas para alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Questão 3
“
Temos a plena convicção de que a BNCC não resolverá todos os impasses e desafios que surgem no espaço
escolar, mas é um passo importante que precisamos dar para termos uma escola mais conectada ao que pede
à formação para o século 21. As discussões da Base mobilizam muitas frentes com o objetivo maior de gerar um
conjunto de direitos relacionados ao aprendizado, à cidadania e à consciência crítica do aluno, fazendo com que
educadores e estudantes redescubram a escola como um espaço propício a aprendizagem, de forma eficaz e
prazerosa.
A sequência correta é:
a. V, F, V, F.
b. V, V, V, V.
c. F, V, F, V.
d. F, V, V, F.
e. F, V, V, V.
51 / 212
REFERÊNCIAS
ARTUSO, A. R. O Limite de número de páginas dos livros didáticos de ensino médio
no PNLD – uma discussão das alterações promovidas entre 2012 e 2015. Revista
Mundi Sociais e Humanidades, Curitiba, v. 4, n. 2, p. 1-33, ago./ dez., 2019.
0
BOTTENTUIT JUNIOR, J. B.; CARVALHO, H. V.; CHAHINI, T. H. C. Educação básica e o
seõçatona reV
uso das tecnologias digitais: percepções e perspectivas. Educere et Educare, v. 11,
n. 22, jul./dez. 2016.
BRASIL. Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 29, 30,
32 e 87 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o
ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade.
Brasília, DF, 2006. Disponível em: https://bit.ly/2KLR963. Acesso em: 30 out. 2020.
52 / 212
BRASIL. Ministério da Educação. Portaria nº 522, de 9 de abril de 1997 (criação
do ProInfo). Brasília, DF: MEC, 1997.
0
perspectiva bibliográfica. Rev. Sítio Novo, Palmas, v. 4, n. 1, p. 37-40, jan./mar.
2020.
seõçatona reV
CORSINO, P. As crianças de seis anos e as áreas do conhecimento. In: BRASIL.
Secretaria da Educação Básica. Ensino fundamental de nove anos: orientações
para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília: Ministério da Educação;
Secretaria de Educação Básica, 2007.
DELGADO, A. P. O impacto das políticas públicas nas práticas escolares sob a ótica
da avaliação de aprendizagem. Espaço do Currículo, [S.l.], v. 4, n. 2, p.162-171, set.
2011/mar.2012.
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
AS POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCACIONAIS PARA O ENSINO
FUNDAMENTAL
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seõçatona reV
Tatiane Mota Santos Jardim
Fonte: Shutterstock.
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Entre as leis que Luciana acredita serem importantes destacar, estão a Lei no
9.394/1996, que regulamenta o sistema educacional do Brasil; as Leis no
10.172/2001 e no 13.005/2014, voltados ao Plano Nacional de Educação; e a Lei no
13.146/2015, Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Já o grupo
0
também achou importante destacar alguns programas, como o Programa Novo
seõçatona reV
Mais Educação, Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo), Programa
um Computador por aluno, Programa de Inovação Educação Conectada e o
Programa Nacional do Livro e do Material Didático.
Outro ponto que merece atenção e foi identificado pela equipe trata-se das
políticas de implementação de leis e documentos, como a política de ampliação de
9 anos (Lei no 11.274/2006) e a implantação da BNCC (Resolução CNE/CP no
2/2018). Além disso, a professora também apontou a importância de se deixar
claro aos professores que, nos dois casos, houve um estudo intenso que contou
com a participação de especialistas e representantes dos estados e municípios,
bem como pensou em selecionar outras legislações, outros programas e
documentos para citá-los ao longo do curso, sempre que possível, de acordo com
os assuntos tratados, reforçando, aos professores, a importância de conhecer as
determinações presentes nesses documentos.
PESQUISE MAIS
Caro aluno, a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos foi uma
política educacional que culminou com a promulgação da Lei no 11.274, de
6 de fevereiro de 2006, e que passou a atender a crianças de 6 anos de
idade.
Este artigo trata, entre outros aspectos, dos desafios para incluir as crianças
de 6 anos de idade no Ensino Fundamental, bem como da constante busca
pela ludicidade, da necessidade de um mobiliário adequado ao tamanho
das crianças e da importância de um número menor de alunos por sala.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
REUNIÃO DE PAIS
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A professora Luciana e os demais professores que atuam na escola em que
trabalha foram convocados para uma reunião com os pais dos alunos sobre os
fundamentos do trabalho que será desenvolvido ao longo do ano. Devido à sua
experiência, a diretora da escola pediu para Luciana dar início à reunião explicando
0
que as aprendizagens desenvolvidas durante o ano letivo nos anos iniciais do
seõçatona reV
Ensino Fundamental serão pautadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e
que esse documento se refere a uma política de estado. A diferença entre a política
de governo e a política de estado é que a política de governo pode ser modificada
com as trocas de governo, já as políticas de estado não são extintas, permanecem
mesmo que haja mudanças no governo. Diante disso, se você estivesse no lugar da
professora Luciana, como explicaria aos pais do que se trata o documento e quais
as normativas presentes nele?
RESOLUÇÃO
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NÃO PODE FALTAR
AS DIRETRIZES QUE ORIENTAM O ENSINO FUNDAMENTAL:
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
0
Tatiane Mota Santos Jardim
seõçatona reV
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
Conjunto de normas sobre princípios, fundamentos e procedimentos que orientam o trabalho a
ser desenvolvido nas escolas.
Fonte: Shutterstock.
CONVITE AO ESTUDO
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educacionais e passará a identificar as características das modalidades de ensino
presentes na Educação Básica. Você também poderá reconhecer a alfabetização
como um período de extrema importância para os anos iniciais do Ensino
Fundamental e, com isso, vai compreender a necessidade de uma formação sólida
0
para os profissionais que atuarão nessa etapa da Educação Básica.
seõçatona reV
Esta unidade de ensino está dividida em três seções de estudo. Na primeira seção,
conheceremos as principais determinações presentes nas Diretrizes Curriculares
Nacionais Gerais para a Educação Básica e nas Diretrizes Curriculares para o
Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Na segunda seção, estudaremos as
modalidades brasileiras de ensino; entre elas, a Educação de Jovens e Adultos, a
Educação Escolar do Campo, a Educação Especial e a Educação a Distância, bem
como verificaremos as características e especificidades de cada modalidade. Por
fim, na terceira seção, teremos a oportunidade de discutir a necessidade de
integração dos currículos da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino
Fundamental, os aspectos relacionados ao aprendizado da leitura e da escrita e os
avanços e desafios a serem superados.
58 / 212
Esse conhecimento o ajudará a refletir a respeito da influência das Diretrizes
Curriculares no Sistema Educacional brasileiro e, consequentemente, no trabalho
desenvolvido em sala de aula. Espera-se que, a partir desse conhecimento, você
tenha condições de compreender as determinações vigentes, articulando-as em
0
sua prática profissional.
seõçatona reV
Joana é licenciada em Pedagogia há 8 anos, sempre atuou como professora nos
anos iniciais do Ensino Fundamental de uma escola privada de seu município e
acaba de receber o convite para participar da equipe pedagógica da instituição em
que trabalha. Entre as atribuições relacionadas ao cargo que vai assumir estão a
coordenação das ações didático-pedagógicas desenvolvidas na escola e o
atendimento aos pais e alunos. Joana ficou muito aflita ao receber o convite, afinal,
além de gostar muito de lecionar, já estava acostumada com a sua função; além
disso, a nova atribuição será repleta de novos desafios. Mesmo diante de tal receio
e em consideração à direção da escola, Joana resolveu aceitar o convite.
Em primeiro lugar, Joana foi conversar com outros profissionais que exercem a
mesma função que vai assumir para entender melhor as ações que devem ser
realizadas; a seguir, passou a estudar referenciais teóricos que possam ajudá-la no
desafio a ser enfrentado. Seus estudos pautaram-se, principalmente, nos
documentos legais relacionados à Educação Básica, como as Diretrizes Curriculares
Nacionais Gerais para a Educação Básica. Diante disso, quais informações
presentes no documento Joana precisa assimilar para desenvolver bem suas novas
atividades dentro da instituição?
Assim que assumiu a nova função, a direção da escola em que Joana trabalha
convocou a equipe pedagógica para uma reunião fora do expediente para que,
juntos, estudassem os documentos educacionais que respaldam o trabalho a ser
desenvolvido no Ensino Fundamental. A ideia é promover um encontro mensal
para articular os projetos e as propostas desenvolvidas pela escola com os
documentos vigentes. O primeiro documento a ser estudado será as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (noves) anos, e Joana, a fim
de causar uma boa impressão em sua primeira reunião na nova função, decidiu
estudar o documento com atenção.
Diante disso, se pedirem para Joana apontar aspectos que ela julga
importantes no documento, quais informações ela poderá compartilhar na
reunião?
CONCEITO-CHAVE
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diálogo com o Conselho Nacional de Educação, elaborou diretrizes que buscam
promover a aprendizagem considerando a diversidade de contextos existentes na
Educação Básica. De acordo com o documento, um dos desafios contemporâneos
refere-se ao direito à educação, compreendendo-o como um direito fundamental
0
para habilitar o exercício de outros direitos e potencializar o ser humano como
seõçatona reV
cidadão pleno.
“
[...] impõem desafios à elaboração de currículos para essa etapa de escolarização,
de modo a superar as rupturas que ocorrem na passagem não somente entre as
etapas da Educação Básica, mas também entre as duas fases do Ensino
Fundamental: Anos Iniciais e Anos Finais. (BRASIL, 2018, p. 57)
Espera-se que haja uma ampla participação dos profissionais da escola, da família,
dos alunos e da comunidade local nos processos educativos e que eles sejam
apoiados por um planejamento curricular integrado e um processo contínuo de
avaliação que considere a necessidade de se avaliar o progresso dos alunos, e
não apenas comparar o desempenho entre eles.
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Constam no documento:
0
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, sendo possível
seõçatona reV
identificar as características de cada etapa.
FOCO NA BNCC
“
Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias
do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao
seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade. (BRASIL, 2018, p. 9)
Há, também, uma breve apresentação da oferta de uma educação com qualidade
social, dos princípios norteadores para essa etapa, das informações a respeito das
múltiplas infâncias e adolescências, da valorização de situações lúdicas de
61 / 212
aprendizagem, dos aspectos do currículo e uma explicação sobre a base nacional
comum e a parte diversificada, que possibilita uma articulação entre a formação
básica do cidadão e sua realidade local.
0
No que se refere à matrícula e à carga horária do Ensino Fundamental de 9
(nove) anos, observa-se a determinação de uma população entre 6 (seis) e 14
seõçatona reV
(quatorze) anos de idade e de todos os que não tiveram condições de frequentar o
Ensino Fundamental na chamada idade própria. Os alunos que completarem 6
anos até o dia 31 de março devem ser matriculados no Ensino Fundamental com
duração de 9 anos, já as crianças que completarem 6 anos após essa data devem
ser matriculadas na Educação Infantil. Segundo as diretrizes, a carga horária
mínima anual do Ensino Fundamental é de 800 horas distribuídas em, pelos
menos, 200 dias letivos.
REFLITA
“
O currículo da escola de tempo integral, concebido como um projeto educativo integrado,
implica a ampliação da jornada escolar diária mediante o desenvolvimento de atividades
como o acompanhamento pedagógico, o reforço e o aprofundamento da aprendizagem, a
experimentação e a pesquisa científica, a cultura e as artes, o esporte e o lazer, as
tecnologias da comunicação e informação, a afirmação da cultura dos direitos humanos, a
preservação do meio ambiente, a promoção da saúde, entre outras, articuladas aos
componentes curriculares e às áreas de conhecimento, a vivências e práticas
socioculturais. (BRASIL, 2010, p. 11)
62 / 212
territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada à
resistência à opressão histórica sofrida.
0
bilíngue visando à afirmação e manutenção da diversidade étnica e linguística de cada
cultura.
seõçatona reV
As escolas das populações do campo, dos povos indígenas e dos quilombolas
contam com a participação ativa das comunidades locais, ampliando, assim, as
oportunidades de “reconhecimento de seus modos próprios de vida, suas culturas,
tradições e memórias coletivas como fundamentais para a constituição da
identidade das crianças, adolescentes e adultos” (BRASIL, 2010, p. 11), além da
“valorização dos saberes e do papel dessas populações na produção de
conhecimentos sobre o mundo, seu ambiente natural e cultural, assim como as
práticas ambientalmente sustentáveis que utilizam” (BRASIL, 2010, p. 12), entre
outros aspectos.
Fonte: Shutterstock.
EDUCAÇÃO ESPECIAL
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classes comuns do ensino regular, intensificando o processo de inclusão nas escolas
públicas e privadas e buscando a universalização do atendimento. (BRASIL, 2010, p. 12)
“
O documento apresenta, ainda, a necessidade de recursos de acessibilidade e de
atendimento educacional especializado, que poderá ser oferecido no
0
contraturno escolar com profissionais com formação especializada.
seõçatona reV
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
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Busca-se o reconhecimento e a valorização da identidade, da história e da cultura dos afro-
brasileiros por meio de conteúdos, competências, atitudes e valores a serem estabelecidos
pelas instituições de ensino e seus professores.
0
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
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Assegurar que as escolas quilombolas e as escolas que atendem a estudantes
oriundos dos territórios quilombolas considerem as práticas socioculturais,
políticas e econômicas das comunidades quilombolas, bem como os seus
processos próprios de ensino-aprendizagem.
0
Fortalecer o regime de colaboração entre os sistemas de ensino da União, dos
seõçatona reV
estados, do Distrito Federal e dos municípios na oferta da Educação Escolar
Quilombola.
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Para os anos iniciais do Ensino Fundamental, a duração deve ficar a critério dos
sistemas de ensino; para os anos finais do Ensino Fundamental, a duração mínima
deve ser de 1.600 horas. Já para o Ensino Médio, a duração mínima deve ser de
1.200 horas e para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio integrada com o
0
Ensino Médio, reafirma-se a duração de 1.200 horas destinadas à educação geral.
seõçatona reV
As Diretrizes apresentam, ainda, a necessidade de certificação por meio de
instituições especificamente autorizadas, credenciadas e avaliadas pelo poder
público, inclusive na modalidade a distância.
Fonte: Shutterstock.
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privação de liberdade, visando ao atendimento das especificidades de diferentes
níveis e modalidades de educação e ensino.
0
associada a ações complementares de cultura, esporte, inclusão digital, educação
profissional, fomento à leitura e a programas de implantação, recuperação e manutenção
seõçatona reV
de bibliotecas destinadas ao atendimento à população privada de liberdade.
INFÂNCIAS E ADOLESCÊNCIAS
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, nos anos iniciais
do Ensino Fundamental a criança desenvolve a capacidade de representação, a
compreensão dos conceitos matemáticos básicos, a aquisição da leitura e da
escrita, entre outros conhecimentos. A criança passa, ainda, a ter maior interação
nos espaços públicos, como a escola, e também é nessa etapa que os alunos
entram na puberdade, tornam-se adolescentes e passam por grandes
transformações biológicas, psicológicas, sociais e emocionais. Há uma ampliação
das suas possibilidades intelectuais, do raciocínio abstrato e uma superação do
egocentrismo próprio da infância. Diante disso, os professores devem considerar
as transformações naturais da idade, buscar metodologias variadas e dialogar com
os alunos.
ASSIMILE
Nesta seção, você aprendeu que o Ensino Fundamental é uma das etapas
da Educação Básica que possui anos iniciais (1º ao 5º ano) e finais (6º ao 9º
ano) como fases. Sabemos que essa etapa atende aos alunos entre 6 (seis)
e 14 (quatorze) anos de idade, contudo, de acordo com as Diretrizes
Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (BRASIL, 2013), o
desenvolvimento das crianças e dos adolescentes está relacionado com
seus modos próprios de vida e suas múltiplas experiências culturais e
sociais, sendo necessário, desse modo, tratar não a infância e a
adolescência, mas as infâncias e adolescências, no plural.
EXEMPLIFICANDO
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O conhecimento das determinações presentes nas Diretrizes Curriculares
Nacionais Gerais para a Educação Básica e para o Ensino Fundamental de 9 (nove)
anos pode ser um importante aliado para a compreensão dos aspectos
relacionados às etapas e modalidades apresentadas, bem como para o
0
desenvolvimento de práticas educativas.
seõçatona reV
Para finalizar esta seção, confira o glossário que preparamos para você consultar
sempre surgir alguma dúvida:
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13. Princípios éticos: relacionados à ideia de justiça, de respeito à dignidade da
pessoa humana e compromisso com o bem de todos.
0
do cidadão, do respeito ao bem comum e da democracia.
seõçatona reV
FAÇA VALER A PENA
Questão 1
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo
que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que
todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da
Educação Básica, de modo que tenham assegurados seus direitos de
aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano
Nacional de Educação (PNE). Esse documento normativo aplica-se exclusivamente
à educação escolar, tal como a define o § 1º, do Artigo 1º, da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996), e está orientado pelos princípios
éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção
de uma sociedade justa, democrática e inclusiva com fundamentado nas Diretrizes
Curriculares Nacionais da Educação Básica (INEP, [s.d.]).
a. Os princípios éticos estão relacionados à ideia de justiça, de respeito à dignidade da pessoa humana e ao
compromisso com o bem de todos.
b. Os princípios estéticos estão relacionados à ideia de justiça, de respeito à dignidade da pessoa humana e
compromisso com o bem de todos.
e. Os princípios estéticos voltam-se ao conhecimento dos direitos e deveres do cidadão, do respeito ao bem
comum e da democracia.
Questão 2
De acordo com Barcelos (2014), com a ampliação do acesso ao Ensino
Fundamental, surgem novos desafios: a continuidade de garantia de acesso, de
condições de permanência e de sucesso escolar, a promoção do regime de
colaboração entre os entes federados, a ampliação da obrigatoriedade às demais
séries da educação básica e modalidades, entre outros aspectos.
Coluna I:
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V. Educação Escolar Indígena.
0
Coluna II:
seõçatona reV
( ) Modalidade que abrange cursos de formação inicial ou continuada ou
qualificação profissional.
A sequência correta é:
Questão 3
“
A promoção da melhoria das relações étnicas e raciais no ambiente escolar está vinculada à promoção do
ensino da história e da cultura negra e afro-brasileira, não apenas restrita aos componentes curriculares de
história, literatura, artes, também nas demais disciplinas que constituem o currículo da Educação básica
considerando a base nacional comum e a base diversificada como consta na lei de diretrizes e bases da
educação nacional, na resolução nº4/ 2010 e no parecer CNE/CEB nº 7/2010.
71 / 212
( ) As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais
e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira almejam padronizar
comportamentos e culturas para que, assim, todos possam assumir aspectos da
cultura afro-brasileira em seu cotidiano.
0
( ) As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais
seõçatona reV
e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira buscam o reconhecimento e a
valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros por meio de
conteúdos, competências, atitudes e valores a serem estabelecidos pelas
instituições de ensino e seus professores.
A sequência correta é:
a. V, V, F.
b. V, V, V.
c. V, F, V.
d. F, F, V.
e. F, V, F.
REFERÊNCIAS
BARCELOS, L. B. O que é qualidade na educação de jovens e adultos? Educ. Real,
Porto Alegre, v. 39, n. 2, abr./jun. 2014.
72 / 212
JUNIOR, E. dos S.; BUGNI, R. P. A educação para as relações étnico-raciais na
Educação Básica a partir da Lei 10.639/03. Revista Internacional de Debates da
Administração Pública, São Paulo, v. 3, n. 1, p. 33-47, jan./dez. 2018.
0
seõçatona reV
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
AS DIRETRIZES QUE ORIENTAM O ENSINO FUNDAMENTAL:
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
0
seõçatona reV
Tatiane Mota Santos Jardim
Fonte: Shutterstock.
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realizar uma leitura minuciosa do documento para perceber quais assuntos
possuem direta relação com aspectos ou situações vivenciadas na escola. É
possível, ainda, realizar uma nova leitura do documento para verificar se a essência
contida nele foi identificada na primeira leitura; aliás, é muito comum identificar
0
informações que passaram despercebidas na primeira leitura ao se realizar uma
seõçatona reV
segunda ou terceira leitura do texto.
Mesmo que Joana não tenha domínio sobre todas as informações presentes no
documento, seus colegas de trabalho poderão verificar que ela conhece os
fundamentos que embasam as diretrizes curriculares e consegue realizar a
transposição didática das orientações contidas no documento, ou seja, que ela
consegue realizar conexões entre as diretrizes vigentes e a realidade da escola.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
SUBTÍTULO DE CONTEÚDO
A direção da escola em que Joana trabalha pediu para ela conversar com a
professora Rita, professora do 3º ano do Ensino Fundamental, pois verificou que
seus alunos tiveram notas muito baixas no bimestre anterior e que, por isso, seria
importante conversar com a professora a respeito do modo como tem planejado
suas aulas e avaliado seus alunos.
RESOLUÇÃO
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sim, pensar em estratégias que possam contribuir para o desenvolvimento da
turma e, em especial, dos alunos que não estão apresentando um bom
rendimento.
0
Após ouvir o relato da professora, Joana pode lembrá-la da importância de se
realizar um planejamento curricular integrado, isto é, um planejamento que
seõçatona reV
estabeleça relações entre as aprendizagens das diferentes áreas do
conhecimento para que as temáticas abordadas tenham sentido para os
alunos, bem como da necessidade de se valorizar situações lúdicas de
aprendizagem e de avaliar todo o processo vivenciado pelos alunos em vez de
classificar apenas o seu desempenho em uma única prova.
Outra orientação que pode ser dada é buscar a parceria efetiva com a família
para que os alunos possam contar também com a ajuda dos familiares em
seus estudos. Joana pode, até mesmo, destacar aspectos contidos nas
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica para justificar
as orientações realizadas.
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NÃO PODE FALTAR
OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS DIFERENTES
MODALIDADES DE ENSINO
0
Tatiane Mota Santos Jardim
seõçatona reV
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
O educador Paulo Freire foi e continua sendo referência não só para a alfabetização de jovens e
adultos, mas também para o cenário educacional brasileiro e internacional.
Fonte: Shutterstock.
Outro ponto que será tratado e que possui grande relevância para o contexto
educacional é a Educação Especial. Estudaremos algumas características dela que
podem favorecer a compreensão da essência do trabalho a ser desenvolvido nessa
modalidade. Para que os alunos da Educação Especial possam ser, de fato,
incluídos no ambiente escolar, é preciso que as escolas tenham as adaptações
necessárias para recebê-los e que os professores e demais profissionais que
atuam na escola tenham uma formação adequada para contribuir para o
desenvolvimento dos alunos.
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Esse conhecimento o ajudará a compreender os fundamentos do trabalho a ser
desenvolvido nas modalidades apresentadas e a perceber a importância de uma
formação consistente para o desenvolvimento de trabalhos de excelência. Espera-
se que, a partir dos conhecimentos obtidos, você tenha condições de continuar
0
seus estudos a respeito dos assuntos abordados e, quem sabe, contribuir com a
seõçatona reV
efetivação de ações voltadas ao desenvolvimento, bem-estar e inclusão dos alunos
da Educação de Jovens e Adultos e da Educação Especial.
Diante disso, se você estivesse no lugar de Joana, que, neste momento, faz parte
da equipe pedagógica da escola, que tipo de orientação daria à professora Karen,
que acaba de assumir uma turma da EJA? Ao tratar do processo de alfabetização
dos alunos, que tipo de abordagem e quais materiais podem ser propostos para
Karen?
CONCEITO-CHAVE
Você sabe o significado do conceito “modalidade de ensino”? O sistema
educacional brasileiro é organizado em níveis, etapas, fases e modalidades de
ensino de acordo com a LDB nº 9.394/1996. As modalidades atendem às
características específicas de determinadas populações, visando a um atendimento
específico para as suas necessidades.
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As modalidades existentes são: Educação Especial, Educação Profissional e
Tecnológica, Educação para Jovens e Adultos, Educação Indígena, Educação
Quilombola e Educação a Distância.
0
Destacaremos, nesta seção, a Educação de Jovens e Adultos, a Educação
Profissional e a Educação Especial.
seõçatona reV
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é destinada a jovens e adultos que não
tiveram a oportunidade de iniciar ou finalizar seus estudos na chamada idade
adequada. O trabalho a ser desenvolvido na EJA deve ser adequado às
características dos alunos, aos seus interesses e às suas condições de vida e de
trabalho. Para frequentar a EJA, o aluno precisa ter idade mínima de 15 anos para
o Ensino Fundamental e de 18 anos para o Ensino Médio.
Segundo Almeida e Corso (2015), a EJA tem uma trajetória histórica marcada por
ações descontínuas e uma diversidade de programas. Além disso, é importante
destacarmos que os alunos da Educação de Jovens e Adultos possuem
experiências de vida variadas, e essas experiências devem ser consideradas em
seu processo educacional.
“
A heterogeneidade peculiar a esta modalidade de ensino faz com que o espaço do diverso
seja repleto de riqueza social e cultural. Há aspectos que fazem desses estudantes seres
ímpares que, por meio de suas histórias de vida, de suas memórias e representações,
preenchem o cotidiano da Educação de Jovens e Adultos e, por sua vez, precisam ser
preenchidos por “escolas” e outros espaços que entendam as suas particularidades.
(ALMEIDA; CORSO, 2015, p. 1284)
Fonte: Shutterstock.
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Agora, convidamos você a assistir essa animação sobre EJA e refletir sobre o
investimento do nosso país nessa modalidade de ensino ao longo do tempo.
0
seõçatona reV
ORGANIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)
O Ensino Fundamental é ofertado na EJA por meio do ensino presencial, já o Ensino
Médio pode ser ofertado a distância. Os alunos precisam concluir os componentes
curriculares de cada etapa, que são equivalentes aos anos do ensino regular. O
curso é ofertado em três etapas:
Ensino Médio.
A prova de certificação realizada na EJA é gratuita, oferecida pelo governo por meio do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e possui o
mesmo valor de um diploma obtido no ensino regular.
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que superem a visão infantilizada que ainda é vista em algumas práticas da EJA.
Por se tratar de um ensino voltado a um conteúdo iniciante, relacionado à
aprendizagem de números, letras, palavras e outras aprendizagens semelhantes, é
comum que professores que não possuem uma formação específica utilizem
0
cartilhas, exemplos ou atividades infantis, o que acaba desestimulando os alunos
seõçatona reV
da EJA.
Entre os conceitos presentes no processo de alfabetização criado por Paulo Freire, estão o
círculo de cultura, o levantamento do universo vocabular dos alunos, as palavras
geradoras, as fichas-roteiro e as fichas de palavras.
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Os círculos de cultura dizem respeito às reflexões realizadas a partir de questões
centrais presentes no cotidiano dos alunos que contribuem com a compreensão
do exercício da cidadania. Essas reflexões acontecem em círculo para que todos se
0
vejam, sintam-se à vontade para participar, e são conduzidas por um animador,
seõçatona reV
que pode ou não ser o professor.
FOCO NA BNCC
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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
A Educação Profissional e Tecnológica refere-se a uma educação voltada à
qualificação de mão de obra para o mercado de trabalho; desse modo, possui
como objetivo favorecer o desenvolvimento de competências que possam
0
contribuir para a formação profissional dos indivíduos. Essa modalidade começou
seõçatona reV
a ser ofertada, no Brasil, em 1909, com a criação de 19 escolas de aprendizes e
artífices, uma em cada estado, e eram voltadas para a parcela mais desfavorecida
da sociedade. O ensino diferenciado voltado às classes sociais é, inclusive, muito
criticado por autores como Ciavatta (2013) e Brandão (2013) por desfavorecer a
entrada de estudantes das classes populares em cursos e profissões que
costumam ser dominados por alunos de classes mais altas.
Com o passar dos anos, a Educação Profissional e Tecnológica passou por uma
série de transformações, como a ampliação da rede federal de escolas voltadas
à educação profissional por meio da criação de institutos federais de educação,
ciência e tecnologia. A partir de então, houve uma ampliação do número de vagas
para essa modalidade; uma mudança de paradigma a partir dos resultados obtidos
e esses cursos passaram a atrair também a atenção de alunos das classes mais
altas da sociedade.
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seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
“
o PROEJA tem como perspectiva a proposta de integração da educação profissional à
educação básica buscando a superação da dualidade trabalho manual e intelectual,
assumindo o trabalho na sua perspectiva criadora e não alienante. Isto impõe a
construção de respostas para diversos desafios, tais como, o da formação do profissional,
da organização curricular integrada, da utilização de metodologias e mecanismos de
assistência que favoreçam a permanência e a aprendizagem do estudante, da falta de
infraestrutura para oferta dos cursos dentre outros. (ALMEIDA; CORSO; 2015, p. 1296)
EDUCAÇÃO ESPECIAL
A Educação Especial atende aos alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Segundo Neves, Rahme e
Ferreira (2019), a oferta de serviços vinculados ao campo da Educação Especial no
Brasil foi marcada pelo financiamento público de iniciativas das organizações da
sociedade civil, que estruturaram espaços de atendimento ao Público-Alvo da
Educação Especial (PAEE) e tiveram papel central na constituição de políticas
educacionais voltadas a esse grupo. A criação de entidades privadas sem fins
lucrativos indica movimentos nessa direção.
Entre os anos 1980 e 1990, a política educacional brasileira foi marcada pela busca
da integração social dos alunos público-alvo da Educação Especial, embora os
serviços especializados tenham mantido a centralidade desse movimento. A partir
dos anos 1990, observa-se uma influência do cenário internacional nas políticas
educacionais. A declaração de Salamanca (1944), por exemplo, foi escrita na
Conferência Mundial de Educação Especial, representando 88 governos e 25
organizações internacionais em assembleia realizada em Salamanca, na Espanha,
em junho de 1994. O documento reconhecia a necessidade e a urgência de se
providenciar uma educação para crianças, jovens e adultos com necessidades
educacionais especiais nos sistemas regulares de ensino.
84 / 212
Outras convenções posteriores também influenciaram as ações voltadas a uma
perspectiva inclusiva e à criação de Políticas de Educação Especial no Brasil. Em
2008, foi promulgada a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva
da Educação Inclusiva. O documento apontou a necessidade de mudanças em
0
alguns pontos:
seõçatona reV
Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior;
atendimento educacional especializado; continuidade da escolarização nos níveis mais
“
elevados do ensino; formação de professores para o atendimento educacional
especializado e demais profissionais da educação para a inclusão escolar; participação da
família e da comunidade; acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e
equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação; e articulação intersetorial
na implementação das políticas públicas. (BRASIL, 2008, p. 14)
Fonte: Shutterstock.
REFLITA
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Conhecemos, nesta seção, alguns aspectos relacionados à Educação
Especial. Esse conhecimento é essencial para o profissional que deseja
atuar no ambiente escolar, entretanto, vale a pena refletir: nossas escolas
estão preparadas para receber os alunos que fazem parte do público-alvo
0
da Educação Especial? Como os professores que já atuam no ambiente
seõçatona reV
escolar podem se preparar para receber esses alunos? Quais orientações
devem ser dadas na formação inicial dos professores para que se sintam
preparados para trabalhar com os alunos da Educação Especial?
O professor deve criar o hábito de observar seus alunos para conhecer suas
características, dificuldades, interesses, entre outros aspectos. Ele também pode
realizar adaptações no plano de ensino, considerando os objetivos, métodos e
instrumentos avaliativos que serão utilizados.
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alunos com altas habilidades (superdotação). É importante que o professor tenha
conhecimento dessas necessidades para, então, ter condições de buscar
estratégias que auxiliem o aprendizado de seus alunos.
0
Segundo Neves, Rahme e Ferreira (2019), com o reordenamento da Educação
Especial na perspectiva inclusiva, previsto na Política Nacional de Educação
seõçatona reV
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), o Atendimento Educacional
Especializado (AEE) passa a ter o caráter de apoio complementar aos processos
educativos realizados no ambiente escolar; logo, há uma necessidade de
articulação entre o professor da sala comum e o professor especializado. Além
disso, vale lembrar, ainda, que os apontamentos realizados devem ser levados em
consideração não só pelos professores como por todos os profissionais da escola.
EXEMPLIFICANDO
Fonte: Shutterstock.
PESQUISE MAIS
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Nesta seção, você conheceu alguns aspectos presentes na cartilha do
Projeto Escola Viva: garantindo o acesso e permanência de todos os alunos
na escola. Necessidades educacionais especiais dos alunos, produzido pelo
Ministério da Educação (2000). O material apresenta outras adaptações
0
chamadas Adaptações Curriculares de Pequeno Porte, que se referem às
seõçatona reV
adaptações de responsabilidade exclusiva do professor. Essas adaptações
não exigem autorização nem dependem de outra instância superior.
A compreensão dos aspectos que fazem parte das modalidades apresentadas nos
ajuda a analisar as práticas educativas propostas para os alunos que fazem parte
do público-alvo das modalidades em questão e nos instiga a ampliar os estudos
sobre as temáticas apresentadas para contribuirmos para o desenvolvimento de
práticas eficazes e atrativas para os alunos.
“
Como um ato de conhecimento, o processo de avaliação implica na existência de dois
contextos dialeticamente relacionados. Um é o contexto do autêntico diálogo entre
educadores e educandos, enquanto sujeitos de conhecimento. É o contexto teórico. O
outro é o contexto concreto em que os fatos se dão a realidade social em que se
encontram os alfabetizados. (FREIRE, 2011, p. 40)
a. Na EJA, o professor deve orientar os alunos a realizar cópias das atividades do livro didático para ter a
certeza de que a sua compreensão está correta.
b. Na EJA, o professor deve estimular a participação dos alunos por meio de atividades baseadas na prática
do diálogo, em debates e relatos de experiência.
c. Na EJA, o professor deve estimular a participação dos alunos propondo atividades de competição e,
assim, descobrir quem são os melhores alunos.
d. Na EJA, o professor deve estimular os alunos para que aprendam de forma submissa, ou seja, sem
qualquer tipo de reflexão ou criticidade.
e. Na EJA, o professor deve conscientizar o aluno de que, devido a sua pouca escolaridade, ele não possui
conhecimento.
Questão 2
Segundo Nunes e Baladeli (2017), o método de alfabetização defendido por Paulo
Freire buscava o desenvolvimento do educando, a formação da consciência crítica
e o caráter democrático da educação; portanto, propunha o ensino a partir de
palavras geradoras em vez do uso de cartilhas e livros padronizados.
Coluna I:
88 / 212
II. Palavras geradoras.
III. Fichas-roteiro.
IV. Fichas-vocábulos.
0
Coluna II:
seõçatona reV
( ) Apresentam subtemas a partir das palavras geradoras.
A sequência correta é:
Questão 3
As propostas de escolarização destinadas a pessoas com deficiência são
articuladas a processos que caracterizam a oferta educacional de um país e a
movimentos que expressam tendências mais amplas, delineadas pela produção de
conhecimento, pela definição de políticas educacionais e pela ação dos organismos
internacionais (NEVES; RAHME; FERREIRA, 2019, p. 2).
( ) O professor que atua na Educação Especial deve evitar falar sobre suas ações,
visto que todos os alunos que fazem parte do público-alvo da Educação Especial
possuem dificuldades intelectuais de aprendizagem.
A sequência correta é:
a. F, V, V, F.
b. F, V, F, F.
c. F, V, F, V.
d V V V F
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d. V, V, V, F.
e. V, F, V, F.
0
REFERÊNCIAS
seõçatona reV
ALMEIDA, A.; CORSO, A. M. A educação de jovens e adultos: aspectos históricos e
sociais. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO: EDUCERE, 12., 2015, Curitiba.
Anais [...] Curitiba: Pontifícia Universidade Católica, 2015. Disponível em:
https://bit.ly/3pEEdO6. Acesso em: 4 nov. 2020.
FREIRE, P. Educação como prática de liberdade. 14. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
2011.
90 / 212
NEVES, L. R.; RAHME, M. M. F.; FERREIRA, C. M. da R. J. Política de educação especial
e os desafios de uma perspectiva inclusiva. Educação & Realidade, Porto Alegre, v.
44, n. 1, 2019.
0
NUNES, M. T.; BALADELI, A. P. D. A educação de jovens e adultos: de Paulo Freire às
metas do PNE. Pesquisa em Foco ISSN, São Luís, v. 22, n. 2, jul./dez. 2017.
seõçatona reV
PIERZCKALSKI, C. C.; BEHLING, R.; CARLOS, L. C. O ensino da eja nos anos iniciais:
dificuldades e possibilidades. RELACult, [S.l.], v. 5, abr. 2019.
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS DIFERENTES
MODALIDADES DE ENSINO
0
seõçatona reV
Tatiane Mota Santos Jardim
Fonte: Shutterstock.
Ao ouvir o relato da professora, Joana percebeu que as práticas vivenciadas por ela
foram extremamente tradicionais, por isso começou a compartilhar algumas
informações. Joana disse a Karen que ela deveria considerar que a leitura de
mundo vem antes da leitura da palavra e, assim, estabelecer uma relação pautada
no diálogo com os alunos, para que possam conversar sobre assuntos variados,
ligados ao cotidiano ou relacionados a assuntos relevantes para o contexto
nacional, regional ou local. Joana também enfatizou a importância de se comunicar
com os alunos de acordo com a idade que eles têm, bem como utilizar materiais
compatíveis com seus interesses, evitando, assim, a utilização de materiais,
vocabulários e mediações infantilizadas que costumam desestimulá-los.
92 / 212
Ao tratar especificamente dos anos iniciais do Ensino Fundamental, fase
compatível com a turma que a professora Karen assumiu, Joana julgou necessário
lembrar a importância do processo de alfabetização para a EJA; logo, sugeriu
autores, livros, artigos e reportagens relacionados à modalidade, além de indicar
0
estratégias que podem ser utilizadas em sala de aula.
seõçatona reV
Aprender a ler e a escrever é uma ação extremamente importante para os
indivíduos, independentemente da idade; entretanto, para os alunos da Educação
de Jovens e Adultos, o ato de ler e escrever está permeado por uma série de
conquistas: provar que é capaz, alcançar certa autonomia, ampliar horizontes,
realizar sonhos e muitos outros significados de acordo com a história de vida de
cada aluno. O professor que atua na EJA precisa valorizar as experiências dos
alunos, ajudando-os a perceber o quanto são capazes e o quanto suas
experiências anteriores também são valiosas. O professor pode ajudar o aluno a se
compreender enquanto cidadão que possui direitos e deveres e que pode
modificar a sua realidade, se esse for o seu desejo.
Joana também disse à professora Karen que ela pode utilizar músicas, cartas,
poesias, jornais, revistas, propagandas, receitas, filmes, propagandas, mensagens
de texto, mídias sociais ou qualquer outro material que julgar adequado para seus
alunos. Karen pode, até mesmo, desenvolver um projeto e, quem sabe, propor
uma visita ao museu, ao cinema, ao shopping ou a outros espaços que podem ter
um significado especial a partir das aprendizagens desenvolvidas em sala de aula.
Por fim, Joana motivou a professora Karen dizendo a ela que sua prática
pedagógica pode oportunizar aos alunos um novo olhar sobre o mundo.
PESQUISE MAIS
SILVA, R.; BULLA, G.; LUCENA, J.; SILVA, L.; ARAUJO, M. Educação de jovens e
adultos e acolhimento de imigrantes em Porto Alegre, Brasil: um relato de
experiência com oficinas em aula plurilíngue. Revista Lusófona de
93 / 212
Educação, Lisboa, v. 42, n. 42, 2018.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
0
RECEPÇÃO DO NOVO ALUNO
seõçatona reV
Logo após ter assumido uma das turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental,
a professora Karen recebeu um novo aluno: João, 35 anos de idade, cadeirante e
analfabeto. João morava numa fazenda que ficava muito longe da escola e, por
isso, somado a sua dificuldade de locomoção, nunca frequentou o ambiente
escolar. Ao se mudar por conta de problemas familiares, João percebeu que havia
uma escola em seu bairro. Ester, uma sobrinha de João que está morando com ele
atualmente, o incentivou a se matricular na escola. A professora Karen ficou muito
emocionada com a história dele, o recebeu com entusiasmo e, juntamente com a
turma, conversaram a respeito da necessidade de adaptações para recebê-lo da
melhor maneira possível.
Diante disso, se você estivesse no lugar da professora Karen, como conduziria essa
reflexão com os alunos e quais adaptações investigaria para que João tenha a
acessibilidade necessária para frequentar as aulas?
RESOLUÇÃO
Para iniciar a reflexão com a turma, Karen pode apresentar alguns pontos
presentes na Constituição de 1988, destacando o direito de todos à educação,
e discutir com os alunos as características da Educação Especial, modalidade
na qual João se enquadra por conta de sua deficiência física. A professora
pode, ainda, perguntar aos alunos se eles têm algum amigo ou familiar
portador de necessidades especiais e pedir a eles que relatem as
especificidades da deficiência e as possíveis dificuldades que essas pessoas
encontram na sociedade. E mesmo que os alunos não tenham amigos ou
familiares que se enquadrem na Educação Especial, a turma terá condições de
refletir a respeito das questões apontadas.
94 / 212
NÃO PODE FALTAR
A PRIMEIRA ETAPA DOS ANOS INICIAIS: A ALFABETIZAÇÃO
0
Tatiane Mota Santos Jardim
seõçatona reV
ALFABETIZAR LETRANDO
Ensinar o aluno a ler e a produzir textos em situações reais de comunicação, voltadas à vida
cotidiana do aluno.
Fonte: Shutterstock.
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criativo para criar propostas que favoreçam a aprendizagem e sejam atrativas para
os alunos.
0
compreensão do processo de alfabetização e conscientizar-se da relevância de
políticas públicas específicas voltadas à alfabetização.
seõçatona reV
Joana, licenciada em Pedagogia há 8 anos, sempre atuou como professora nos
anos iniciais do Ensino Fundamental de uma escola privada de seu município. Ela
recebeu o convite para participar da equipe pedagógica da instituição em que
trabalha. Entre as atribuições relacionadas ao novo cargo estão a coordenação das
ações didático-pedagógicas desenvolvidas na escola e o atendimento aos pais e
alunos. Joana ficou muito aflita ao receber o convite, afinal, além de gostar muito
de lecionar, já estava acostumada com a sua função, e a nova atribuição será
repleta de desafios. Porém, mesmo diante de tal receio e em consideração à
direção da escola, Joana resolveu aceitar o convite.
Em primeiro lugar, Joana foi conversar com outros profissionais que exercem a
mesma função que vai assumir para entender melhor as ações que deverão ser
realizadas; a seguir, passou a estudar referenciais teóricos que podem ajudá-la no
desafio a ser enfrentado. Seus estudos estão pautados, principalmente, em
documentos legais relacionados à Educação Básica, entre eles, as Diretrizes
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica.
Logo nas primeiras semanas de trabalho em sua nova função, Joana precisou
realizar um atendimento a uma mãe que estava visitando a escola com o objetivo
de realizar a matrícula do seu filho. Ao conversar com Joana, a mãe confessou sua
preocupação em matricular o filho no 1º ano do Ensino Fundamental, pois o
considera ainda muito imaturo, e disse que se sentiria mais à vontade se ele
pudesse continuar na Educação Infantil. Se você estivesse no lugar de Joana, quais
argumentos utilizaria para tranquilizar a mãe quanto às experiências vivenciadas
no 1º ano do Ensino Fundamental?
CONCEITO-CHAVE
A entrada no Ensino Fundamental destaca o início de uma nova etapa repleta de
descobertas e ressignificações. O professor que atua nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, principalmente aquele que trabalha com os dois primeiros anos,
precisa articular as práticas vivenciadas na Educação Infantil com os novos hábitos
e saberes, mas que articulação é essa? Quais princípios estão relacionados a ela?
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (2018), a transição entre a Educação
Infantil e o Ensino Fundamental deve garantir a continuidade dos processos de
aprendizagem das crianças, respeitando suas singularidades e a natureza das mediações
de cada etapa.
96 / 212
O documento indica a necessidade de se equilibrar as mudanças introduzidas, a
continuidade das aprendizagens e o acolhimento afetivo como estratégia para que
as crianças superem, com sucesso, os desafios presentes nessa fase de transição.
Espera-se que o trabalho a ser desenvolvido nos anos iniciais do Ensino
0
Fundamental amplie e aprofunde as aprendizagens vivenciadas em cada um dos
seõçatona reV
campos de experiência trabalhados na Educação Infantil.
“
Para isso, as informações contidas em relatórios, portfólios ou outros registros
que evidenciem os processos vivenciados pelas crianças ao longo de sua trajetória
na Educação Infantil podem contribuir para a compreensão da história de vida
escolar de cada aluno do Ensino Fundamental. Conversas ou visitas e troca de
materiais entre os professores das escolas de Educação Infantil e de Ensino
Fundamental – Anos Iniciais também são importantes para facilitar a inserção das
crianças nessa nova etapa da vida escolar. (BRASIL, 2018, p. 53)
O eu, o outro e o nós: essa relação diz respeito à aprendizagem das regras de
convivência, à diversidade e à expressão de sentimentos e emoções.
Traços, sons, cores e formas: sugerem a expressão por meio da música e das
artes visuais e o relacionamento com o outro por meio de brincadeiras, jogos,
observações e expressão corporal.
97 / 212
colegas, fomentar o desenvolvimento da coordenação motora fina, propor
experiências artísticas mais elaboradas, contribuir para o hábito de ouvir, contar e
interpretar histórias, favorecer o desenvolvimento da oralidade, leitura e escrita,
entre outras ações semelhantes. Esse tipo de prática contribui para a progressiva
0
sistematização das experiências iniciadas na Educação Infantil e favorece a
seõçatona reV
continuidade dos processos de aprendizagem.
ALFABETIZAÇÃO
A alfabetização é um processo fundamental para os indivíduos, pois favorece a
inserção na cultura letrada, aumentando as possibilidades de ampliação de
conhecimento. Trata-se de um processo que vai além do ato de codificar e
decodificar, ou seja, não basta perceber os sons da língua (fonema) e associar
esses sons a grafemas e letras.
“
Alfabetização é o processo de aquisição da língua escrita, das habilidades de leitura e
escrita. É o processo pelo qual se adquire o domínio de um sistema linguístico e das
habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, portanto, constitui-se no domínio das
ferramentas e o conjunto de técnicas necessárias para exercer a arte e a ciência da escrita
e da leitura. (OLIVEIRA, 2017, p. 2)
De acordo com Oliveira (2017), o letramento diz respeito a uma variedade de usos da
leitura e da escrita nos mais diversos contextos sociais, ou seja, trata-se da aplicação
cotidiana de diferentes situações que envolvem a leitura e a escrita.
No passado, bastava que a pessoa soubesse escrever o próprio nome para ser
considerada alfabetizada, atualmente, a pessoa que se enquadra nesse perfil é
chamada de analfabeta funcional, ou seja, trata-se de uma pessoa que “apenas
decodifica o alfabeto, mas não utiliza a leitura e a escrita como função social”
(OLIVEIRA, 2017, p. 5).
98 / 212
contexto de letramento e por meio de atividades de letramento, que, por sua vez,
só pode desenvolver-se por meio da aprendizagem do sistema de escrita.
0
Ensino Fundamental, são nos dois primeiros anos que esse processo é estimulado
com maior ênfase.
seõçatona reV
“
Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica deve ter como foco a
alfabetização, a fim de garantir amplas oportunidades para que os alunos se apropriem do
sistema de escrita alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de outras
habilidades de leitura e de escrita e ao seu envolvimento em práticas diversificadas de
letramentos. (BRASIL, 2018, p. 59)
Ainda de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018), o trabalho
a ser desenvolvido nos anos iniciais do Ensino Fundamental deve garantir amplas
oportunidades para que os alunos se apropriem do sistema de escrita alfabética
(SEA) de modo articulado ao desenvolvimento de outras habilidades de leitura e de
escrita e ao seu envolvimento em práticas diversificadas de letramentos.
99 / 212
Costumeiramente, os pactos, planos e programas relacionados ao processo de
alfabetização, que são desenvolvidos pelo Ministério da Educação, são influenciados pela
fundamentação teórica adotada pelos profissionais atuantes no Ministério da Educação em
cada período.
0
PESQUISE MAIS
seõçatona reV
Caro aluno, para enriquecer a sua reflexão a respeito do processo de
alfabetização, indicamos a leitura do artigo “Políticas Públicas na
Alfabetização”, de Leonor Scliar Cabral, que analisa os fundamentos da
versão final da Base Nacional Comum Curricular e o Decreto nº 9.765, de 11
de abril de 2019, que institui a Política Nacional de Alfabetização.
Vale lembrar, entretanto, que a ideia não é fazer com que os alunos memorizem
mecanicamente as letras ou copiem as palavras inúmeras vezes sem estabelecer
qualquer sentido para a sua ação, mas, sim, realizar intervenções adequadas à
cada faixa etária, contribuindo com o desenvolvimento progressivo dos alunos.
ASSIMILE
100 / 212
somente escrever o texto em si, mas instigar a reflexão dos alunos sobre as
diferenças entre a utilização da linguagem oral e a linguagem escrita, a fim
de que as crianças pensem em formas de organizar o texto para que seja
compreendido por outras pessoas. Trata-se de uma atividade que favorece
0
a compreensão do comportamento dos escritores e possibilita a
seõçatona reV
socialização das ideias dos alunos.
A utilização desse tipo de estratégia pode parecer simples, mas requer disposição
para pesquisa e conhecimento das fases em que os alunos se encontram. De
acordo com Mello e Cardoso (2017, p. 161): “os jogos enquanto recursos didáticos
demandam estratégias de ensino e de aprendizagem cuidadosamente planejadas,
de acordo com o conceito que se pretende trabalhar.”
Outra prática que costuma ser desenvolvida em sala de aula é a escrita de palavras
que fazem parte do cotidiano dos alunos. A partir dessas palavras ou de temas
de interesse dos alunos, o professor pode realizar atividades em que sejam
utilizados letras móveis, cartazes, jogos da memória, montagem de palavras,
ditados, etc.
“
A utilização destes recursos didáticos pode articular-se a outras áreas de conhecimento e
ao trabalho cooperativo entre os docentes que podem planejar suas intervenções
pedagógicas coletivamente e juntos construírem um banco de estratégias didáticas
destinadas ao trabalho no ciclo da alfabetização. (MELLO; CARDOSO, 2017, p. 156)
101 / 212
O momento da leitura deleite é sempre de prazer e reflexão sobre o que é lido, sem se
preocupar com a questão formal da leitura. É ler para se divertir, sentir prazer, para refletir
“
sobre a vida. Tal prática, no entanto, não exclui as situações em que se conversa sobre os
textos, pois esse momento também é de prazer, além de ser de ampliação de saberes.
(BRASIL, 2012, p. 29)
0
Observamos, desse modo, que o professor, na leitura deleite, não propõe
seõçatona reV
trabalhos com uma sílaba ou palavra específica, nem reflete com os alunos sobre
algum tema estudado em aula; o aluno pode escolher o livro que quiser, assim
como quando escolhe um brinquedo, ainda que nem saiba explicar os motivos que
o fizeram escolhê-lo. O mesmo pode acontecer com o livro; o aluno pode escolhê-
lo ao acaso, e isso pode contribuir para a surpresa diante do enredo ou da
temática tratada. Essa situação pode, sobretudo, instigar a curiosidade dos alunos
pela leitura.
Fonte: Shutterstock.
O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) tinha como objetivo a
formação de professores alfabetizadores, visando à apropriação do Sistema e
Escrita Alfabética (SEA) na perspectiva dos múltiplos letramentos, que, segundo
Rojo (2009), relaciona-se com as variadas formas de utilização da leitura e da
escrita, tanto da cultura escolar e da dominante como das diferentes culturas com
as quais alunos e professores estão envolvidos.
REFLITA
102 / 212
Será que existe uma idade certa para a alfabetização?
0
pelos documentos educacionais, isso pode ser considerado um
problema?
seõçatona reV
A Política Nacional de Alfabetização (PNA) busca combater o analfabetismo e elevar a
qualidade da alfabetização no Brasil.
O Programa Conta pra mim tem como objetivo a literacia familiar, que, de acordo
com o documento, refere-se ao envolvimento dos pais na educação dos filhos.
Entre as estratégias sugeridas no documento, estão as diferentes formas de
interação, o diálogo com os filhos, a leitura em voz alta e o estímulo de quatro
habilidades fundamentais: ouvir, falar, ler e escrever.
Fonte: Shutterstock.
EXEMPLIFICANDO
103 / 212
Estudamos, nesta seção, que o Programa Conta pra mim é um programa
voltado à literacia familiar. Entre as estratégias que podem ser utilizadas,
estão a interação verbal e a leitura dialogada. A interação verbal visa
aumentar a quantidade e a qualidade dos diálogos entre adultos e crianças.
0
Esse tipo de interação pode acontecer em diferentes momentos da rotina
seõçatona reV
da criança, como na hora do banho, das refeições e das brincadeiras. Os
pais podem dizer o nome das partes do corpo, contar qual alimento a
criança ingerirá, destacar as cores dos brinquedos utilizados, entre outras
informações que os pais julgarem adequadas à cada situação. A leitura
dialogada é outra estratégia que pode ser utilizada. Trata-se da conversa
entre os adultos e as crianças antes, durante e depois da leitura realizada
em voz alta. Adultos e crianças vão interagir a partir de perguntas e
respostas relacionadas à leitura em questão.
AVANÇOS E DESAFIOS
Ao olharmos para a história da alfabetização na educação brasileira, podemos
verificar que o país conquistou avanços significativos. Houve uma diminuição na
porcentagem de analfabetos, uma ampliação do número de alunos matriculados
nas escolas e a promoção de programas específicos voltados à alfabetização.
Apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito.
De acordo com dados do IBGE (BRASIL, 2019), a taxa de analfabetismo das pessoas de 15
anos ou mais foi estimada em 6,6% (11 milhões de analfabetos); já a taxa de 2018 foi de
6,8%.
Estabelecer uma política que esteja a contento das diferentes linhas de pesquisa, bem
como das preferências entre especialistas e professores é, sem dúvida, um grande desafio,
por isso a importância de se refletir constantemente a respeito das práticas desenvolvidas
nos diferentes contextos de alfabetização.
“
Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma de interação nos
diferentes campos de atuação da vida social e utilizando-a para ampliar suas
possibilidades de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos (inclusive
104 / 212
escolares) e de se envolver com maior autonomia e protagonismo na vida social. (BRASIL,
2018, p. 87)
FOCO NA BNCC
0
Conforme entram em contato com o universo da cultura letrada, os alunos
começam a perceber que a alfabetização é muito importante não só para
seõçatona reV
os indivíduos como para toda a sociedade. O professor que atua nos
primeiros anos do Ensino Fundamental deve pesquisar com os alunos os
benefícios da alfabetização e as possibilidades de mudança que podem ser
oportunizadas por meio dela.
A alfabetização não pode ser concebida como uma prática mecânica, baseada em
um formato único que precisa ser seguido por todos os professores. As legislações,
os documentos e os referenciais teóricos relacionados à temática em questão
contribuem com a reflexão a respeito das diferentes possibilidades de se conduzir
esse processo.
“
A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita atenção, para que
haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, garantindo integração e continuidade dos
processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes
relações que elas estabelecem com os conhecimentos, assim como a natureza das
mediações de cada etapa. (BRASIL, 2018, p. 53)
a. O período de transição entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental deve desconsiderar as vivências
pessoais da criança para que, assim, seja possível ter um olhar voltado à coletividade.
b. O período de transição entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental deve respeitar a individualidade
das crianças, considerando o modo como elas se relacionam com os conhecimentos e as características das
mediações a serem desenvolvidas.
c. O trabalho a ser iniciado no Ensino Fundamental deve ser completamente novo para que as crianças
percebam a diferença entre as práticas desenvolvidas no Ensino Fundamental e na Educação Infantil e,
assim, sintam-se motivadas para a nova etapa.
d. Espera-se que o trabalho a ser desenvolvido nos anos iniciais do Ensino Fundamental seja superficial, já
que as crianças que frequentam essa etapa não possuem condições neurológicas e psicológicas para
desenvolver aprendizagens significativas.
e. O trabalho a ser desenvolvido nos anos iniciais do Ensino Fundamental deve evitar qualquer tipo de
comparação com os campos de experiência trabalhados na Educação Infantil e considerar a ludicidade
como uma ferramenta e um tipo de linguagem.
Questão 2
“
Atualmente, a alfabetização não é vista como algo desvinculado do mundo, ela envolve um
processo de construção de conhecimentos que leva os educandos a se reconhecerem
como sujeitos autônomos, ativos e críticos na sociedade. Ela constitui-se num processo
amplo e complexo, o qual enfatiza a importância das crianças fazerem uso social da leitura
e da escrita, reconhecendo a função social da linguagem. (OLIVEIRA, 2017, p. 3)
105 / 212
( ) A alfabetização pode ser vista como um processo contrário ao letramento, visto
que a alfabetização favorece a união entre letras e palavras e o letramento
estimula o desmembramento delas.
0
( ) A alfabetização está relacionada à aprendizagem quanto aos usos sociais da
escrita, já o letramento se refere ao processo de aprender a ler e escrever.
seõçatona reV
( ) O letramento está voltado à aplicação cotidiana das situações que envolvem as
práticas de leitura e escrita.
A sequência correta é:
a. V, V, F.
b. V, F, V.
c. F, V, V.
d. F, V, F.
e. F, F, V
Questão 3
“
A alfabetização da língua, na perspectiva do letramento, prevê a apropriação da leitura e
da escrita para além da mera codificação e decodificação das notações gráficas. Com esta
proposição, recomenda-se que os professores tenham ao seu dispor suportes variados de
textos. (MELLO; CARDOSO, 2017, p.156)
Além dos suportes citados, os professores podem utilizar outras estratégias, por
isso, o estudo da temática é tão importante para a educação.
III. A literacia família é um conceito que deve ser evitado no contexto escolar pois
refere-se a prática de realizar tarefas no lugar dos filhos. Embora os familiares
acreditem que estão ajudando a criança, a prática não favorece o
desenvolvimento dos alunos.
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. III, apenas.
d. I e II, apenas.
e. II e III, apenas.
REFERÊNCIAS
106 / 212
ARAÚJO, L. C. de. Jogos como recursos didáticos na alfabetização: o que dizem e
fazem as professoras. Educ. rev., Belo Horizonte, v. 36, jan. 2020.
0
MEC, 2018. Disponível em: https://bit.ly/37EspW1. Acesso em: 30 out. 2020.
seõçatona reV
BRASIL, Ministério da Educação. Portaria no 867, de 4 de julho de 2012. Institui o
Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa. Brasília, DF, 2012.
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
A PRIMEIRA ETAPA DOS ANOS INICIAIS: A ALFABETIZAÇÃO
0
Tatiane Mota Santos Jardim
seõçatona reV
ALFABETIZAÇÃO
A alfabetização não se refere apenas ao processo de aprendizagem voltado à leitura e à escrita.
Trata-se de uma forma de apresentar um novo mundo ao outro.
Fonte: Shutterstock.
Diante disso, Joana deixou claro para a mãe que o trabalho a ser desenvolvido na
escola é pautado nas legislações e nos documentos oficiais relacionados à
Educação Básica brasileira, entre eles, a Base Nacional Comum Curricular. Joana
explicou que, de acordo com o documento, a transição entre a Educação Infantil e
o Ensino Fundamental deve garantir integração e continuidade dos processos de
aprendizagem das crianças, respeitando suas singularidades; por isso, ao ser
matriculado na escola, seu filho terá a oportunidade de relembrar algumas
108 / 212
experiências vivenciadas na Educação Infantil e, a partir delas, ampliar seu
conhecimento a respeito das temáticas estudadas a partir de novas atividades e
metodologias.
0
Joana destacou que essa transição deve ocorrer gradualmente, para que as
crianças não sintam qualquer desconforto diante das mudanças necessárias, bem
seõçatona reV
como disse à mãe que o acolhimento realizado desde o primeiro dia de aula será
adequado para que a criança tenha suas particularidades e necessidades
específicas da faixa etária atendidas.
Outra informação que contribuiu para que a mãe se sentisse mais segura quanto à
mudança foi a de que o trabalho desenvolvido nos anos iniciais do Ensino
Fundamental deve valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, portanto,
mesmo que seu filho esteja matriculado no 1º ano do Ensino Fundamental, ele terá
a oportunidade de se expressar e desenvolver por meio de jogos, brincadeiras,
apreciações, interações variadas, entre outras propostas específicas para a sua
idade. Joana, ainda, explicou para a mãe que o Ensino Fundamental oportunizará
experiências que promovem maior autonomia, desenvolvimento das múltiplas
linguagens, aprendizagens quanto aos usos sociais da escrita, compreensão de
normas, formas de se relacionar com o outro e a importância do respeito diante
das diferenças, que são experiências que contribuem para o amadurecimento da
criança.
Essas informações, por fim, fizeram com que a mãe tivesse uma visão mais ampla
e interessante do trabalho a ser desenvolvido no Ensino Fundamental, levando-a a
se sentir mais confortável para realizar a matrícula do filho de acordo com as
determinações legais.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
RESOLUÇÃO
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não pegar a condução errada e ir a um lugar diferente do planejado. Ela pode
dizer, ainda, que aquele que não sabe ler acaba dependendo da ajuda de
outras pessoas para se locomover.
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Outro exemplo que pode ser utilizado em sala de aula é a leitura de receitas. A
professora pode contar aos alunos que, um dia, foi até a casa de uma amiga
seõçatona reV
para tomar um lanche e gostou muito de um bolo feito por ela. Por conta
disso, ao final do encontro, não hesitou em pedir a receita para tentar fazer o
bolo em casa. Depois de contar detalhes dessa história para estimular o
interesse dos alunos, a professora pode dizer que, caso não soubesse ler e
escrever, teria perdido a oportunidade de pedir a receita e, assim, fazer o bolo
sozinha em sua casa.
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NÃO PODE FALTAR
O DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS GERAIS E
ESPECÍFICAS E A EDUCAÇÃO INTEGRAL: ANOS INICIAIS DO
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ENSINO FUNDAMENTAL
seõçatona reV
Tatiane Mota Santos Jardim
Fonte: Shutterstock.
CONVITE AO ESTUDO
Caro estudante, esta unidade apresenta fundamentos necessários à compreensão
do desenvolvimento de habilidades e competências que favoreçam a construção
de uma Educação Integral, pautada no desenvolvimento global e na participação
ativa na vida em sociedade. Talvez, você já tenha assistido a alguma reportagem
cujo destaque tenha sido a oferta de emprego existente em algumas áreas e a falta
de profissionais capacitados para preencherem essas vagas, ou seja, demanda de
emprego, mas ausência de profissionais preparados para exercer as funções
esperadas. Essa é uma constatação recorrente e que está relacionada a uma
formação necessária e específica para atuação em algumas áreas do
conhecimento.
O estudo sobre esses aspectos instiga a reflexão dos alunos, contribui com o
conhecimento das legislações educacionais e com a prática consciente de suas
responsabilidades, bem como favorece a compreensão dos documentos vigentes e
da organização dos anos iniciais do Ensino Fundamental dentro da estrutura
nacional, que conta com especificidades culturais e modalidades para atender aos
públicos diversos.
111 / 212
educação brasileira.
0
Curricular, as Competências Gerais para a Educação Básica e as competências
específicas das áreas de conhecimento desenvolvidas nos anos iniciais do Ensino
seõçatona reV
Fundamental. A reflexão sobre a educação integral está diretamente relacionada
ao desenvolvimento intelectual, emocional, cultural, físico e social dos estudantes,
contribuindo, assim, para o modo como os alunos se reconhecerão e
reconhecerão o outro nas diferentes situações vivenciadas na sociedade.
A sociedade atual busca por indivíduos que tenham uma formação ampla e que
desenvolvam competências que se inter-relacionem na construção de
conhecimentos e no desenvolvimento de habilidades e competências que possam
contribuir com a transformação da sociedade, logo, espera-se que os alunos
desenvolvam competências para lidar com as diferenças e atuar com
discernimento e responsabilidade em contextos variados.
112 / 212
Diante disso, para ampliar o seu conhecimento a respeito da temática, realize o
curso Você está preparado para o futuro da educação? disponibilizado no site da
BNCC. Essa trilha de aprendizagem abordará o desenvolvimento das competências
e habilidades estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular.
0
Joana é pedagoga e atua como professora do 2º ano do Ensino Fundamental. A
seõçatona reV
direção da escola em que trabalha propôs aos professores a criação de um grupo
de estudos para que, juntos, reflitam a respeito das determinações presentes na
Base Nacional Comum Curricular e planejem suas aulas de acordo com o
documento. Joana gostou muito da ideia, pois já havia começado a estudar o
documento, mas diante de tantas informações, sentiu-se um pouco confusa. Ao
considerar as especificidades dos anos iniciais do Ensino Fundamental, quais os
principais fundamentos que precisam ser abordados no grupo de estudo?
CONCEITO-CHAVE
Quando você escuta a expressão “educação integral”, qual sentido atribui a ela?
Algumas pessoas podem fazer referência à escola que possui uma ampliação da
jornada escolar, que costuma ser chamada de escola em tempo integral,
entretanto, o conceito de educação integral, nesta unidade, terá um sentido mais
amplo.
“
No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo,
analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito
mais do que o acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender,
saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos
contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar
decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as
diferenças e as diversidades.
A Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018) destaca o seu compromisso com
a educação integral ao reconhecer que a Educação Básica visa à formação e o
desenvolvimento global, considerando as diferentes dimensões (cognitiva, social,
emocional, cultural e física), além de assumir uma visão plural, capaz de promover
113 / 212
uma educação voltada ao acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento nas
suas singularidades, contribuindo, assim, para a formação humana integral dos
indivíduos e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. De
acordo com o documento,
0
“
seõçatona reV
Independentemente da duração da jornada escolar, o conceito de educação integral com o qual a BNCC está
comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens
sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios
da sociedade contemporânea.
“
Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos),
habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da
vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
— (BRASIL, 2018, p. 8)
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O conhecimento, a apreciação e a valorização de diversas manifestações artísticas
locais, regionais, nacionais e mundiais, bem como a utilização de diferentes
linguagens (linguagem verbal, corporal, visual, sonora e digital), estimulam o
contato com os sentimentos e as diferentes maneiras de se expressar. A utilização
0
das tecnologias digitais de informação e comunicação pode ser vista como uma
seõçatona reV
aliada no acesso, na disseminação de informações, na produção de conhecimentos
e em outros aspectos da vida pessoal e coletiva. A valorização quanto à diversidade
de saberes oportuniza o desenvolvimento da consciência em relação ao respeito às
diferenças e contribui com escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e da
consciência crítica.
Fonte: Shutterstock.
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS
Na BNCC, o Ensino Fundamental está organizado em cinco áreas do conhecimento:
115 / 212
Essas áreas possuem seus componentes curriculares e cada componente tem uma
competência específica, além das unidades temáticas (conjunto de objetos de
conhecimento), objetos do conhecimento (conteúdos, conceitos e processos) e
objetivos de aprendizagem (as habilidades a serem desenvolvidas). A BNCC
0
apresenta as aprendizagens consideradas como essenciais, norteando a
seõçatona reV
elaboração de um currículo mínimo, mas a Secretaria de Educação de cada estado
tem a liberdade de incluir em seus currículos conteúdos específicos de acordo com
o contexto da região, se julgar necessário.
LINGUAGENS
Entre as competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental,
podemos destacar a competência 3:
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e
digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos
“
e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.
Fonte: Shutterstock.
MATEMÁTICA
116 / 212
Entre as competências específicas da Matemática para o Ensino Fundamental,
destacamos a competência 2:
“
Desenvolver o raciocínio lógico, o espírito de investigação e a capacidade de produzir argumentos convincentes,
0
recorrendo aos conhecimentos matemáticos para compreender e atuar no mundo.
seõçatona reV
A competência contribui com o desenvolvimento da capacidade de raciocinar,
comunicar-se e argumentar matematicamente para resolver problemas em
diferentes contextos. Ao instigarmos a curiosidade dos alunos quanto à utilização
dos números em diferentes situações cotidianas, propomos reflexões sobre
códigos de identificação e associações de formas geométricas, entre outras
experiências. Ou seja, contribuímos com o desenvolvimento de competências
específicas da área.
Fonte: Shutterstock.
CIÊNCIAS DA NATUREZA
Entre as competências específicas da área de Ciências da Natureza para o Ensino
Fundamental, evidenciamos a competência 3:
“
Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e
tecnológico (incluindo o digital), como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a
curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das Ciências da Natureza.
117 / 212
0
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
CIÊNCIAS HUMANAS
Entre as competências específicas da área de Ciências Humanas destacamos a
competência 6:
“
Construir argumentos, com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, para negociar e defender ideias e
opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental, exercitando a
responsabilidade e o protagonismo voltados para o bem comum e a construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva.
118 / 212
0
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
ENSINO RELIGIOSO
Entre as competências específicas de Ensino Religioso, destacamos a competência
6:
“
Debater, problematizar e posicionar-se frente aos discursos e práticas de intolerância, discriminação e violência
de cunho religioso, de modo a assegurar os direitos humanos no constante exercício da cidadania e da cultura
de paz.
119 / 212
Segundo a BNCC (BRASIL, 2018), cabe aos sistemas e às redes de ensino,
incorporar aos currículos e propostas pedagógicas a abordagem de temas
contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global. Esse
tipo de ação costuma contribuir para o desenvolvimento de uma aprendizagem
0
que faz sentido para os alunos e que pode ser articulada às situações da vida
seõçatona reV
cotidiana.
ASSIMILE
“
Uma parte considerável das crianças e jovens que estão na escola hoje vai exercer
profissões que ainda nem existem e se deparar com problemas de diferentes
ordens e que podem requerer diferentes habilidades, um repertório de
experiências e práticas e o domínio de ferramentas que a vivência dessa
diversificação pode favorecer.
REFLITA
EXEMPLIFICANDO
“
[...] o Ensino Religioso deve atender os seguintes objetivos:
120 / 212
c) Desenvolver competências e habilidades que contribuam para o diálogo entre
perspectivas religiosas e seculares de vida, exercitando o respeito à liberdade de
concepções e o pluralismo de ideias, de acordo com a Constituição Federal;
0
Observa-se, desse modo, que o trabalho proposto não está vinculado a
seõçatona reV
uma religião específica, mas contribui diretamente para a reflexão das
diferentes manifestações religiosas e do respeito necessário perante todas
elas.
FOCO NA BNCC
“
Compreender e utilizar os conhecimentos historicamente construídos para poder
ensinar a realidade com engajamento na aprendizagem do estudante e na sua
própria aprendizagem, colaborando para a construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva.
“
Ao estudar Ciências, as pessoas aprendem a respeito de si mesmas, da
diversidade e dos processos de evolução e manutenção da vida, do mundo
material – com os seus recursos naturais, suas transformações e fontes de energia
–, do nosso planeta no Sistema Solar e no Universo e da aplicação dos
conhecimentos científicos nas várias esferas da vida humana. Essas
aprendizagens, entre outras, possibilitam que os alunos compreendam, expliquem
e intervenham no mundo em que vivem. (BRASIL, 2018, p. 325)
121 / 212
“
[...] a educação integral deve ser capaz de responder a uma multiplicidade de exigências, ao mesmo tempo em
que deve objetivar a construção de relações na direção do aperfeiçoamento humano, o que comporta na oferta
de possibilidades para que o indivíduo possa evoluir, plenamente, em todas as suas dimensões (cognitiva,
corpórea, social, cultural, psicológica, afetiva, econômica, ética, estética, entre outras).
— (FELÍCIO, 2012, p. 5)
0
Leia as afirmações relacionadas ao conceito de educação integral apresentado na
seõçatona reV
BNCC e assinale a alternativa correta:
a. O conceito de educação integral presente na BNCC refere-se à escola de tempo integral ou ao aluno que
permanece mais tempo no ambiente escolar.
b. O conceito de educação integral presente na BNCC refere-se a uma metodologia de ensino que busca a
padronização dos conhecimentos dos alunos.
c. O conceito de educação integral presente na BNCC refere-se à formação que prioriza uma determinada
área do conhecimento para que todos aprendam da mesma maneira.
Questão 2
“
"Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar
aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os
direitos de aprendizagem e desenvolvimento”.
— (BRASIL, 2018, p. 8)
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. III, apenas.
d. I e II, apenas.
e. I, II e III.
Questão 3
De acordo com a BNCC (BRASIL, 2018), o Ensino Fundamental está organizado em
áreas do conhecimento que devem garantir aos alunos o desenvolvimento de
competências específicas que estejam articuladas com as competências gerais da
Educação Básica.
122 / 212
Leia as afirmações relacionadas à temática apresentada, escreva (V) para as
afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas e assinale a alternativa correta:
0
conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e
Ensino Religioso.
seõçatona reV
( ) As áreas de conhecimento possuem componentes curriculares que contam com
unidades temáticas, objetos de conhecimento e objetivos de aprendizagem.
A sequência correta é:
a. V, V, V.
b. V, V, F.
c. V, F, V.
d. F, F, V.
e. F, V, F.
REFERÊNCIAS
BNCC. Você está preparado para o futuro da educação? [s.d.]. Disponível em:
http://info-bncc.webflow.io/. Acesso em: 4 nov. 2020.
123 / 212
FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
O DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS GERAIS E
ESPECÍFICAS E A EDUCAÇÃO INTEGRAL: ANOS INICIAIS DO
0
ENSINO FUNDAMENTAL
seõçatona reV
Tatiane Mota Santos Jardim
Fonte: Shutterstock.
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exemplo, buscar ajuda para uma situação vivenciada em sua comunidade ou
pesquisar pessoas ou instituições que tenham as informações que ele precisa. As
competências apresentadas na BNCC visam a estimular a curiosidade intelectual
dos alunos para elaborar e testar hipóteses, assim como resolver problemas com
0
base em conhecimentos de diferentes áreas do saber. As descobertas frente às
seõçatona reV
diferentes áreas estimulam a curiosidade dos alunos e contribuem para a
compreensão das possibilidades de atuação no mercado de trabalho.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
125 / 212
ARTICULANDO COMPETÊNCIAS AO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO DOS ALUNOS
O grupo de estudo do qual a professora Joana faz parte começou a estudar as
competências específicas das áreas de conhecimento relacionadas ao Ensino
0
Fundamental. Flávia, que é pedagoga na escola em que Joana atua, pediu a ela que
seõçatona reV
reconhecesse quais competências, entre as competências relacionadas ao trabalho
com linguagens, estão diretamente ligadas ao processo de alfabetização a ser
vivenciado com a sua turma, já que ela é professora do 2º ano do Ensino
Fundamental. Se você estivesse no lugar da professora Joana, quais competências
escolheria?
RESOLUÇÃO
“
2. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza
dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de
subjetividades e identidades sociais e culturais.
3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual,
sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em
diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.
4. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os
direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e
global, atuando criticamente frente a questões do mundo contemporâneo.
126 / 212
NÃO PODE FALTAR
AS CINCO ÁREAS DO CONHECIMENTO: ARTICULAÇÃO ENTRE AS
ÁREAS E PROGRESSÃO DA APRENDIZAGEM
0
Tatiane Mota Santos Jardim
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
127 / 212
superiores, embora ele seja, de fato, mas como um apoio ao trabalho a ser
desenvolvido, já que se trata de um documento feito a muitas mãos a partir de
experiências variadas.
0
Você se lembra de Joana, que atua como professora do 2º ano do Ensino
Fundamental? A direção da escola em que ela trabalha propôs aos professores a
seõçatona reV
criação de um grupo de estudo para que, juntos, possam refletir sobre as
determinações presentes na Base Nacional Comum Curricular e, assim, planejar as
aulas de acordo com o documento. Joana gostou muito da ideia, pois já havia
começado a estudar a BNCC, todavia, diante de tantas informações, sentiu-se um
pouco confusa.
CONCEITO-CHAVE
Você sabe o que são áreas do conhecimento? São dimensões maiores que
compõem componentes curriculares, isto é, trata-se da organização de grupos que
contemplam conhecimentos específicos que de maior proximidade. As cinco áreas
do conhecimento abordadas nos anos iniciais do Ensino Fundamental são:
Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências humanas e Ensino
Religioso. Segundo Brick e Borges (2017), a área de conhecimento pode ser vista
como o lugar do encontro, do diálogo e da construção de um objeto de
conhecimento que se quer partilhar.
128 / 212
Linguagens: Língua Portuguesa, Artes, Língua Inglesa (anos finais) e Educação
Física.
0
lógica.
seõçatona reV
Ciências da Natureza: Ciências.
“
Utilizar números naturais como indicador de quantidade ou de ordem em diferentes situações cotidianas e
reconhecer situações em que os números não indicam contagem nem ordem, mas sim código de identificação.
129 / 212
número maior ou menos de objetos, observar situações cotidianas relacionadas a
códigos de identificação, refletir sobre a importância desses códigos, entre outras
ações.
0
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
De acordo com Ornellas e Silva (2019), na BNCC, cada habilidade possui uma
sequência alfanumérica. O primeiro par de letras indica a etapa da Educação
Básica; já o primeiro par de números indica o ano a que se refere a habilidade; o
segundo par de letras, por sua vez, indica o componente curricular; e o último par
de número refere-se à posição da habilidade na numeração sequencial do ano ou
do bloco de anos. Considerando os anos iniciais do Ensino Fundamental, observe a
organização apresentada a seguir:
130 / 212
As unidades temáticas referem-se ao conjunto de conteúdos de uma mesma
temática. Esses conteúdos contemplam assuntos que podem ser articulados,
contribuindo com a construção do conhecimento dos alunos.
0
“
As unidades temáticas estão estruturadas em um conjunto de habilidades cuja complexidade cresce
progressivamente ao longo dos anos. Essas habilidades mobilizam conhecimentos conceituais, linguagens e
seõçatona reV
alguns dos principais processos, práticas e procedimentos de investigação envolvidos na dinâmica da
construção de conhecimentos na ciência.
Conheça as unidades temáticas que devem ser estudadas nos anos iniciais do
Ensino Fundamental de cada componente curricular:
131 / 212
COMPONENTE CURRICULAR UNIDADE TEMÁTICAS
0
corporais de aventura.
seõçatona reV
Matemática números; geometria, álgebra,
grandezas e medidas e probabilidade e
estatística
“
As práticas de linguagem contemporâneas não só envolvem novos gêneros e textos cada vez mais
multissemióticos e multimidiáticos, como também novas formas de produzir, de configurar, de disponibilizar,
de replicar e de interagir. As novas ferramentas de edição de textos, áudios, fotos, vídeos tornam acessíveis a
qualquer um a produção e disponibilização de textos multissemióticos nas redes sociais e outros ambientes da
Web. Não só é possível acessar conteúdos variados em diferentes mídias, como também produzir e publicar
fotos, vídeos diversos, podcasts, infográficos, enciclopédias colaborativas, revistas e livros digitais etc.
132 / 212
0
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
Unidades temáticas:
Brincadeiras e jogos.
Esportes.
Ginástica.
Danças.
Lutas.
Esportes de marca.
Esportes de precisão.
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Esportes de rede/parede.
Esportes de invasão.
Ginástica geral.
0
Danças do Brasil e do mundo.
seõçatona reV
Danças de matrizes indígena e africana.
Fonte: Shutterstock.
134 / 212
ampliar a compreensão dos conhecimentos abordados, já que se dão pela
mobilização de operações cognitivas cada vez mais complexas e pela sensibilidade
em apreender o mundo, expressar-se a respeito dele e nele atuar.
0
A progressão dos conhecimentos adquiridos “ocorre pela consolidação das
aprendizagens anteriores e pela ampliação das práticas de linguagem e da
seõçatona reV
experiência estética e intercultural das crianças, considerando tanto seus
interesses e suas expectativas quanto o que ainda precisam aprender” (BRASIL,
2018, p. 59).
ASSIMILE
REFLITA
EXEMPLIFICANDO
135 / 212
Os componentes curriculares possuem competências específicas que
devem ser estimuladas ao longo da Educação Básica.
“
Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se
na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo
0
aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.
seõçatona reV
Tomando como exemplo a competência 7 da área de Ciências da Natureza
para o Ensino Fundamental, podemos citar algumas ações que estão
diretamente relacionadas ao desenvolvimento dessa competência, são elas:
localizar, nomear e representar, por meio do desenho, as parte do corpo e
suas funções, comparar as características físicas do colegas de modo
respeitoso, propor medidas de prevenção de doenças, entre outros
aspectos. Quando o professor compreende a importância do
desenvolvimento das habilidades para a aprendizagem, as experiências
tornam-se mais fluidas e efetivas.
FOCO NA BNCC
“
Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,
incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade,
para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas
e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das
diferentes áreas.
— (BRASIL, 2018, p. 9)
“
A sociedade contemporânea impõe um olhar inovador e inclusivo a questões centrais do processo educativo: o
que aprender, para que aprender, como ensinar, como promover redes de aprendizagem colaborativa e como
avaliar o aprendizado
Pensando nisso, a BNCC conta com uma estrutura que contribui para o
desenvolvimento das competências apresentadas no documento.
136 / 212
Leia a afirmação apresentada e assinale a alternativa que completa corretamente
as lacunas:
0
que se relacionam a diferentes _______________________ que são organizados em
____________________________.
seõçatona reV
a. Habilidades; objetos de conhecimento; unidades temáticas.
Questão 2
De acordo com a BNCC (BRASIL, 2018), as competências específicas dos
componentes curriculares possibilitam a articulação horizontal e vertical. O
conhecimento dessas possibilidades de articulação pode contribuir para o modo
como o professor propõe as atividades em sala de aula.
a. V, F, V, F.
b. V, V, F, F.
c. V, F, F, V.
d. F, F, F, V.
e. F, V, F, V.
Questão 3
“
As características dessa faixa etária demandam um trabalho no ambiente escolar que se organize em torno dos
interesses manifestos pelas crianças, de suas vivências mais imediatas para que, com base nessas vivências,
elas possam, progressivamente, ampliar essa compreensão, o que se dá pela mobilização de operações
cognitivas [...].
gradual.
0
mobilização de operações cognitivas cada vez mais complexas, a fim de que ele
seõçatona reV
compreenda o mundo, expresse-se sobre ele e nele atue.
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. III, apenas.
d. I e II, apenas.
e. I e III, apenas.
REFERÊNCIAS
BRICK, E. M.; BORGES, M. G. A ideia de área de conhecimento: contribuições para
pensar a peculiaridade da formação inicial nas Licenciaturas em Educação do
Campo no Brasil. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM
CIÊNCIAS, 11., 2017, Florianópolis. Anais [...]. Florianópolis: Universidade Federal
de Santa Catarina, 2017.
138 / 212
FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
AS CINCO ÁREAS DO CONHECIMENTO: ARTICULAÇÃO ENTRE AS
ÁREAS E PROGRESSÃO DA APRENDIZAGEM
0
seõçatona reV
Tatiane Mota Santos Jardim
Fonte: Shutterstock.
Após essa leitura inicial, Joana percebeu que se tratava de um documento repleto
de informações e que, devido a algumas dúvidas existentes, era necessário realizar
uma segunda leitura, em que passou a grifar as palavras que julgou importantes
139 / 212
para a compreensão do documento, bem como tentou perceber as relações
existentes entre os conceitos que precisavam ser analisados.
0
de conteúdos a serem abordados a partir de um tema geral. As áreas do
conhecimento possuem componentes curriculares e esses componentes são
seõçatona reV
organizados em unidades temáticas, que contam com objetos de conhecimento.
Os objetos de conhecimento referem-se a conteúdos, conceitos e processos que
possibilitam um trabalho multidisciplinar a partir do desenvolvimento de um
conjunto de habilidades. As habilidades específicas de cada componente curricular
possuem direta relação com as áreas de desenvolvimento e com as competências
gerais que devem ser desenvolvidas ao longo da Educação Básica e que estão
relacionadas a verbos de ação, como experimentar, identificar, praticar, investigar,
descrever, entre outros. As competências almejadas na BNCC só poderão ser
alcançadas se as habilidades indicadas forem desenvolvidas.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
ESPECIFICIDADES DOS COMPONENTES CURRICULARES ARTES E
LÍNGUA PORTUGUESA
Depois que os professores realizaram a apresentação das relações existentes entre
as unidades temáticas, os objetos de conhecimento e o desenvolvimento de
habilidades, a pedagoga Flávia percebeu que um dos professores da escola não
demonstrou grande domínio quanto às informações presentes na BNCC e, por
isso, resolveu marcar uma reunião com ele, a fim de abordar alguns pontos que
poderiam contribuir para a compreensão das orientações realizadas e estimular o
interesse do professor pelo documento.
RESOLUÇÃO
140 / 212
unidades temáticas nos componentes curriculares Artes e Língua Portuguesa,
o professor pode dizer que a maioria dos componentes é organizada em áreas
do conhecimento e que, no caso do componente curricular Artes, a sua
especificidade diz respeito à presença de unidades temáticas para as
0
diferentes linguagens que o compõem (Artes Visuais, Música, Teatro e Dança),
seõçatona reV
além das Artes Integradas, que abordam as relações existentes entre as
diferentes linguagens e suas práticas, inclusive as linguagens possibilitadas
pelo uso das novas tecnologias da informação e comunicação.
141 / 212
NÃO PODE FALTAR
PLANEJAMENTO, INTERDISCIPLINARIDADE E
TRANSDISCIPLINARIDADE NA PROPOSTA PEDAGÓGICA DO
0
ENSINO FUNDAMENTAL
seõçatona reV
Tatiane Mota Santos Jardim
Fonte: Shutterstock.
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Você se lembra de Joana, a pedagoga que atua como professora do 2º ano do
Ensino Fundamental? A direção da escola em que ela trabalha propôs aos
professores a criação de um grupo de estudo para que possam refletir juntos
sobre as determinações presentes na Base Nacional Comum Curricular e, assim,
0
planejar suas aulas de acordo com o documento. Joana gostou muito da ideia, pois
seõçatona reV
já havia começado a estudá-lo, mas diante de tantas informações, sentiu-se um
pouco confusa. Os estudos, então, ajudarão a professora a considerar as
especificidades dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e a perceber os
elementos que precisam ser abordados no grupo de estudo.
CONCEITO-CHAVE
Imagino que você já tenha ouvido a expressão “interdisciplinaridade”, não é
mesmo? Mas e do conceito de “transdisciplinaridade”, já ouviu falar a respeito?
Sabe o que significa? Talvez seus professores ou parte deles tenha desenvolvido
projetos variados ao longo da sua trajetória escolar e contribuído de modo
significativo com a sua aprendizagem. Você consegue se lembrar de alguma
temática, em especial, que tenha sido atrativa para você? Que tipo de experiência
foi proposto?
143 / 212
a cada componente curricular, o professor costuma descobrir de que maneira é
possível articular esses conhecimentos entre os componentes, tornando a reflexão
dos alunos mais significativa e menos fragmentada.
0
De acordo com Mittitier e Negrini (2017), a interdisciplinaridade é um fator de
extrema importância para se superar a fragmentação dos conteúdos e dos
seõçatona reV
currículos, não só no ambiente escolar como no entendimento do conhecimento
como um todo, evidenciando, assim, a importância do estudo dessa temática para
a sociedade.
144 / 212
A sociedade atual busca por indivíduos que saibam pesquisar, refletir, questionar,
resolver problemas, e a Pedagogia de Projetos pode contribuir com o
desenvolvimento dessas e outras habilidades.
0
“
A abordagem pedagógica por Projetos evidencia a necessidade de se trabalhar com o desenvolvimento de
competências e habilidades, as quais se concretizam por meio de ações e de vários níveis de reflexão que
seõçatona reV
congregam conceitos e estratégias, incluindo dinâmicas de trabalho que privilegiam a resolução de problemas
emergentes no contexto ou o desenvolvimento de projetos.
De acordo com Santos e Leal (2018), a Pedagogia de Projetos pode ser aplicada não
apenas à sala de aula, mas também à escola, à vida e à sociedade, tendo em vista a
construção de uma cidadania democrática, participativa e responsável, já que
permite ao estudante vivenciar a realidade percebendo-a em suas múltiplas
relações, empregando, nesse processo, suas próprias ideias e interagindo com as
de outros com autonomia, respeito e seriedade.
Os projetos podem ser, ainda, grandes aliados no trabalho com temáticas como
“igualdade, diversidade e equidade”; “relações étnico-raciais”; “sustentabilidade,
educação ambiental e responsabilidade social”; “direitos humanos”; “gênero e
sexualidade”, entre outras. Certas temáticas podem ser pouco exploradas ou
mesmo ignoradas por alguns profissionais, devido a possibilidade de causarem
algum desconforto ou discordância entre os alunos, entretanto, são temas que
precisam ser discutidos, pois fazem parte das discussões existentes na sociedade
atual. Vale lembrar, entretanto, que o objetivo não é impor um ponto de vista
como algo a ser seguido, mas sim discutir sobre aspectos que estão diretamente
relacionados aos direitos e aos deveres de todo cidadão.
145 / 212
condições para que desenvolva suas capacidades e tenha a oportunidade de
interagir, divertir-se, trabalhar e arcar com suas responsabilidades. Vale lembrar,
inclusive, os direitos das pessoas que são público-alvo da educação especial e que
nem sempre têm seus direitos garantidos em nossa sociedade.
0
Ao tratar do tema “sustentabilidade”, é importante despertar nos alunos uma
seõçatona reV
consciência ambiental para que percebam a necessidade de se buscar formas
sustentáveis de desenvolvimento; além disso, tornam-se necessárias, portanto, a
elaboração e a implementação de propostas que possam envolver não só a
comunidade escolar como também os pais e familiares, para que, assim, todos
possam discutir sobre suas ações e refletir sobre possíveis mudanças, pensando
em um bem comum.
Fonte: Shutterstock.
ETAPAS DE UM PROJETO
Para desenvolver um projeto, o professor precisa se atentar a algumas perguntas
que o ajudarão a refletir sobre o planejamento a ser realizado e que influenciará a
condução do trabalho proposto. Entre as perguntas, temos:
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propostas, entretanto, é possível realizar alterações no planejamento a partir da
identificação de necessidades específicas ou mesmo do interesse e/ou das
descobertas e aprendizagens dos alunos.
0
Observe, a seguir, alguns pontos que precisam ser planejados com antecedência:
seõçatona reV
Título do projeto: é importante pensar num título voltado às aprendizagens
almejadas.
MÚLTIPLAS LINGUAGENS
A reflexão sobre as linguagens que contribuem para o desenvolvimento infantil é
necessária para que possamos oportunizar ambientes e aprendizagens que
contribuam para o desenvolvimento da criatividade, da imaginação e da expressão
das crianças. Quando falamos em múltiplas linguagens, estamos nos referindo à
linguagem oral e escrita, à linguagem musical, à linguagem corporal, à linguagem
plástica e visual, à dramática, do brincar, propriamente dito, entre outras
linguagens que estão presentes em nosso cotidiano. Trata-se de linguagens que
abordam diferentes dimensões: corporal, expressiva, lúdica, psicológica, social,
cognitiva, entre outras.
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A linguagem oral costuma ser bastante explorada no ambiente escolar e está
diretamente relacionada com o componente curricular “Língua Portuguesa”, na
Base Nacional Comum Curricular. Segundo Aguiar e Girotto (2015), antes de ser
matriculada no Ensino Fundamental, grande parte das crianças convive com a
0
cultura escrita, isto é, estabelece contato com diferentes materiais escritos com
seõçatona reV
frequência. Vale lembrar, entretanto, que o ponto de partida não é o mesmo entre
as crianças, já que os bens culturais não se concretizam do mesmo modo para
todos os sujeitos.
Essas linguagens articulam saberes relacionados a fenômenos artísticos que envolvem as práticas de criar, ler,
produzir, construir, exteriorizar e refletir sobre formas artísticas. Obsevamos, desse modo, que a sensibilidade,
“
a intuição, o pensamento, as emoções e as subjetividades se manifestam como formas de expressão no
processo de aprendizagem em Arte.
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0
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
“
A brincadeira oferece às crianças uma ampla estrutura básica para mudanças das necessidades e tomada de
consciência: ações na esfera imaginativa, criação das intenções voluntárias, formação de planos da vida real,
motivações intrínsecas e oportunidade de interação com o outro, que, sem dúvida contribuirão para o seu
desenvolvimento.
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Ao assumir uma postura lúdica durante as aulas, o professor se aproxima da
realidade dos alunos, oportuniza práticas que costumam ser atrativas para os
alunos e contribui com sua aprendizagem e seu desenvolvimento. Desse modo,
podemos dizer que os profissionais que atuam com crianças precisam levar a
0
brincadeira a sério!
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
Espera-se que durante esse processo os alunos se tornem sujeitos da sua própria
história e ampliem a autonomia intelectual para que tenham condições de
interagir criticamente com diferentes conhecimentos e fontes de informação.
ASSIMILE
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REFLITA
0
acontecer, de fato, no ambiente escolar? Justifique a sua resposta.
seõçatona reV
EXEMPLIFICANDO
FOCO NA BNCC
“
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e
escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das
linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e
produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
— (BRASIL, 2018, p. 9)
“
Dessa forma, acreditamos que toda e qualquer forma de linguagem representa uma riqueza de possibilidades,
desde que, a criança tenha acesso às especificidades de cada uma delas, para que, desse modo, possa desfrutar
de todas, apropriando-se de cada uma de maneira particular, o que significa, reconhecer nelas particularidades
que não as colocam em ordem hierárquica de importância, mas em situação de igualdade diante ao que cada
uma representa.
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( ) As linguagens abordam diferentes dimensões, entre elas, as dimensões corporal,
lúdica e cognitiva.
0
( ) As linguagens podem contribuir para o desenvolvimento infantil.
seõçatona reV
A sequência correta é:
a. V, F, V.
b. V, V, F.
b. V, V, F.
d. F, F, V.
e. F, V, F.
Questão 2
Segundo Santos e Leal (2018), a Pedagogia de Projetos possibilita e orienta as
aprendizagens e o desenvolvimento autônomo e significativo, ajudando o
estudante a aprender por mediações que propiciam avanços no processo de
aprendizagem.
Coluna 1: Coluna 2:
A sequência correta é:
Questão 3
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“
A produção brasileira sobre interdisciplinaridade é vasta e tem duas referências centrais: Hilton Japiassu e Ivani
Fazenda — ambos influenciados pela obra do filósofo francês Georges Gusdorf.
0
Analise as afirmações relacionadas à interdisciplinaridade e assinale a alternativa
correta:
seõçatona reV
I. A interdisciplinaridade é uma metodologia que discute uma nova forma de
conhecimento e prática de modo fragmentado.
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. I e II, apenas.
d. I e III, apenas.
e. II e III, apenas.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, B. C. L. de; GIROTTO, C. G. G. S. A apropriação da leitura e da escrita nos
anos iniciais do ensino fundamental: desafios e possibilidades. Momento, Rio
Grande, v. 24 n. 1, p. 41-58, jan./jun. 2015.
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MITTITIER, J. G.; NEGRINI, B. Interdisciplinaridade na BNCC: quais perspectivas? In:
SEMANA DA MATEMÁTICA E EDUCAÇÃO TENDÊNCIAS EM EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA, 6., 2017, Araraquara. Anais [...]. Araraquara, 2017.
0
NOGUEIRA, G. M. Estratégias, negociações e disputas em uma situação de
brincadeira na educação infantil. Revista Espaço pedagógico, Passo Fundo, v. 24,
seõçatona reV
n. 1, p. 160-175, jan./ abr. 2017.
VARGAS, L. A. M. de. A dança com alma de criança. In: CUNHA, S. R. V. da. (org.). As
artes no universo infantil. Porto Alegre: Mediação, 2014.
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
PLANEJAMENTO, INTERDISCIPLINARIDADE E
TRANSDISCIPLINARIDADE NA PROPOSTA PEDAGÓGICA DO
0
ENSINO FUNDAMENTAL
seõçatona reV
Tatiane Mota Santos Jardim
Fonte: Shutterstock.
Para evidenciar tais diferenças, a professora Joana poderia trazer como exemplos:
INTERDISCIPLINARIDADE:
TEMA: CORPO HUMANO
O professor pode pensar em possibilidades de abordar o tema a partir de objetos
de conhecimento presentes em cada componente curricular. Ao explorar o
componente curricular Arte, o professor pode pesquisar músicas que falem sobre
o corpo, apresentar obras de arte que representam as diferentes partes do corpo,
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refletir com os alunos as formas de movimentar o corpo nas danças e encenações
teatrais, entre outras abordagens. Ao abordar o componente curricular Ciências da
Natureza, o professor pode trabalhar o funcionamento de cada órgão, analisar as
diferenças das características físicas dos indivíduos, falar sobre aspectos genéticos
0
e assim por diante. No componente curricular Ciências Humanas, seria possível
seõçatona reV
falar sobre a influência das ações humanas na natureza, citar fatos históricos que
indicam o modo como a sociedade via o corpo ao longo dos tempos e refletir sobre
as relações e os tabus existentes a partir da temática. O componente curricular
Educação Física pode tratar da importância dos exercícios físicos para o corpo,
apresentar movimentos específicos que costumam ser realizados nas diferentes
modalidades esportivas e assim por diante.
TRANSDISCIPLINARIDADE:
TEMA: CORPO HUMANO
O professor pode discutir com os alunos as características do corpo humano, falar
sobre a conscientização das possibilidades e dos limites do próprio corpo, a
importância de se ter uma boa alimentação e de realizar exercícios físicos visando
à saúde do corpo, entre outros aspectos. A partir das reflexões realizadas, o
professor pode perguntar para os alunos se eles observam a existência de algum
tipo de problema presente em nossa sociedade que esteja relacionado à figura do
corpo. Os alunos podem citar, por exemplo, os padrões de beleza impostos pela
sociedade, a alimentação extremamente industrializada, realizada por parte da
população, ou a porcentagem de pessoas sedentárias na sociedade. A partir dos
temas apresentados, seria possível analisar aspectos sociais, econômicos,
estéticos, emocionais, entre outras dimensões, reconhecendo as possíveis
influências de cada dimensão nas situações apresentadas e as possibilidades de
resolução ou amenização de tais circunstâncias. Seria muito importante, também,
considerar a opinião de todos os indivíduos envolvidos nessa abordagem para que
juntos reflitam sobre as melhores estratégias a serem utilizadas.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
ALUNO PROTAGONISTA
A professora Joana percebeu que alguns alunos da sua turma ainda apresentam
uma postura bastante passiva em suas aulas, talvez, influenciados por suas
vivências anteriores, visto que alguns deles foram transferidos ao longo do ano
letivo vigente. Antes de dar início às reflexões relacionadas a um projeto que será
desenvolvido com todos os alunos da escola, a professora deseja conversar com a
turma sobre o protagonismo necessário na abordagem a ser utilizada. Como a
professora pode abordar a temática com os alunos?
RESOLUÇÃO
A professora pode iniciar a sua fala dizendo que a metodologia que será
iniciada requererá uma participação ativa dos alunos, logo, que eles também
serão responsáveis pela construção do conhecimento, ou seja, que não
deverão ficar sentados, esperando que os professores ensinem os conteúdos,
mas sim pesquisar, observar as relações existentes entre os temas, fazer
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perguntas, imaginar possibilidades de resolução de determinados problemas,
entre outras ações, a fim de que, assim, tenham condições de aprender e
desenvolver autonomia. Um exemplo que poderia ser dado para os alunos é
que, ao assumirem uma postura passiva, eles também assumirão a
0
possibilidade de sempre precisarem de ajuda, e se eles assumirem uma
seõçatona reV
postura ativa, terão mais condições de resolver as suas atividades com
segurança, sabendo quando e como pedir ajuda. A situação problema está
diretamente relacionada com o desenvolvimento das competências 2 e 5
indicadas na BNCC (BRASIL, 2018), como competências gerais da Educação
Básica. A competência 2 se relaciona com a curiosidade intelectual, a
investigação e a reflexão, contribuindo, assim, com a análise sobre as possíveis
relações voltadas ao pensamento científico. Espera-se que os alunos
desenvolvam um olhar crítico sobre a construção do conhecimento e tenham
condições de analisar diferentes possibilidades na formulação e resolução de
situações-problema. A competência 5 volta-se à utilização de diferentes
tecnologias digitais de informação e comunicação para acessar e disseminar
informações, produzir conhecimentos e exercer protagonismo e autoria na
vida pessoal e coletiva. Alunos que compreendem a importância da
comunicação para a sociedade atual e aprendem a utilizar as ferramentas
tecnológicas criadas cotidianamente possuem maiores chances de se inserir no
mercado de trabalho, compartilhar suas experiências e aprender com o outro.
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NÃO PODE FALTAR
A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS
0
Tatiane Mota Santos Jardim
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
CONVITE AO ESTUDO
Caro estudante, esta unidade apresenta reflexões importantes sobre a avaliação
da aprendizagem, considerando o desenvolvimento de competências, os princípios
relacionados ao processo avaliativo a ser vivenciado com os alunos dos anos
iniciais do Ensino Fundamental, os instrumentos que podem ser utilizados ao
longo desse processo, bem como as informações relevantes sobre as avaliações
externas existentes e as metas, os avanços e os retrocessos na educação dos anos
iniciais do Ensino Fundamental.
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A Unidade está dividia em três seções. Na primeira seção, estudaremos o
desenvolvimento das competências; os aspectos relacionados à avaliação da
aprendizagem, destacando a diferença entre examinar e avaliar; as características
da avaliação somativa e formativa; e os instrumentos avaliativos que podem ser
0
utilizados nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Na segunda seção,
seõçatona reV
conheceremos as características de avaliações externas, como o Sistema de
Avaliação da Educação Básica (Saeb) e a Provinha Brasil; informações sobre o
índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb); e a importância dos
indicadores das avaliações externas na Avaliação Institucional. Na terceira seção,
conheceremos dados relacionados ao acesso, à infraestrutura e ao desempenho
voltados aos anos iniciais do Ensino Fundamental; as metas existentes de acordo
com o Plano Nacional de Educação; os desafios da formação inicial e continuada
para os professores; e os avanços e retrocessos na educação nos anos iniciais do
Ensino Fundamental. Tais conhecimentos lhe possibilitarão compreender os
princípios que fundamentam as avaliações desenvolvidas, não só nos anos iniciais
do Ensino Fundamental como também nas outras etapas da Educação Básica.
Daniela atua nos anos iniciais do Ensino Fundamental e foi convidada, por uma
antiga professora, a participar de um curso de formação continuada ofertado pela
Universidade de sua cidade. O curso tem a avaliação como temática central; as
informações e as reflexões oportunizadas no curso têm ajudado a Daniela a
analisar o modo como tem avaliado seus alunos. A temática é polêmica entre os
professores e costuma ser influenciada pela concepção teórica adotada pelas
escolas. Depois de participar de algumas aulas do curso, Daniela resolveu
compartilhar com os professores que atuam na mesma escola que ela, alguns
aspectos que fundamentaram as reflexões realizadas no curso até o momento,
relacionando-os com o contexto em que atuam, ou seja, o Ensino Fundamental.
Quais aspectos podem ser destacados pela professora?
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A professora Daniela também precisa planejar o modo como vai avaliar seus
alunos que estão no 4º ano do Ensino Fundamental. Ela não pretende realizar
apenas avaliações baseadas na memorização de conteúdos e, por isso, resolveu
pesquisar livros e artigos que abordam o assunto. Se você estivesse no lugar da
0
professora Daniela, quais instrumentos avaliativos e quais critérios utilizaria nas
seõçatona reV
correções das avaliações?
CONCEITO-CHAVE
Estudamos nas unidades anteriores que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
(BRASIL, 2018) integra a política nacional da Educação Básica e que esse
documento apresenta, entre outros aspectos, aprendizagens consideradas como
essenciais para as etapas e modalidades da Educação Básica, competências gerais
a serem desenvolvidas e competências específicas de cada componente curricular.
Mas como podemos avaliar o desenvolvimento dessas competências?
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A competência “Conhecimento” volta-se à valorização e à utilização dos
conhecimentos sobre os mundos físico, social, cultural e digital para explicar a
realidade e colaborar com a sociedade, tendo como dimensão a aprendizagem e
0
o conhecimento, e como subdimensões: a busca de informação, a aplicação do
conhecimento, a aprendizagem ao longo da vida, a metacognição e a
seõçatona reV
contextualização sociocultural do conhecimento (MOVIMENTO PELA BASE, 2018).
O documento apresenta, ainda, indicativos de ações relacionadas às etapas
específicas da Educação Básica, favorecendo, desse modo, o conhecimento de
aspectos relacionados a cada competência e ao desenvolvimento das mesmas.
Fonte: Shutterstock.
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Espera-se que as aprendizagens dos alunos sejam construídas de modo
significativo, a partir do desenvolvimento de competências e habilidades que os
ajudem a compreender a essência dos assuntos trabalhados, relacionando-os com
outras temáticas, aprendizagens e formas de aprender, contribuindo, assim, com o
0
enfrentamento de situações variadas encontradas na vida cotidiana. Esse
seõçatona reV
desenvolvimento permitirá que os alunos tenham condições de trabalhar em
equipe, buscar soluções criativas, lidar com as diferenças e com as próprias
emoções, desenvolver a comunicação e o pensamento crítico, entre outros
aspectos fundamentais para a formação integral dos alunos. É importante
reconhecer, entretanto, que esse desenvolvimento acontece de forma gradual,
respeitando as vivências e as individualidades dos alunos.
Fonte: Shutterstock.
De acordo com Luckesi (2002), avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência para
reorientá-la, visando ao melhor resultado possível, desse modo, não se refere a
uma prática classificatória nem seletiva; ao contrário, é diagnóstica e inclusiva. Em
linhas gerais, Luckesi (2003, p. 172) define a aprendizagem como um ato amoroso:
“
Defino avaliação da aprendizagem como um ato amoroso no sentido de que avaliação, por si, é um ato
acolhedor, integrativo, inclusivo. Para compreender isso, importa distinguir avaliação de julgamento. O
julgamento é um ato que distingue o certo do errado, incluindo o primeiro e excluindo o segundo. Avaliação
tem por objetivo acolher uma situação para, então (e só então), ajuizar a sua qualidade, tendo em vista dar-lhe
suporte de mudança, se necessário. Avaliação, como ato diagnóstico, tem por objetivo a inclusão e não a
exclusão; a inclusão e não a seleção, que, obrigatoriamente, conduz à exclusão.
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A avaliação somativa, realizada geralmente ao final de um determinado período,
como um bimestre ou semestre, é uma forma de avaliação que costuma ser muito
utilizada, pois mede o fim de um ciclo de aprendizagem. Outra forma de avaliação
que tem sido muito discutida há algum tempo é a avaliação formativa. Segundo
0
Perrenoud (1999, p. 89), “a avaliação formativa leva o professor a observar
seõçatona reV
metodicamente os alunos, a compreender melhor seus funcionamentos, de modo
a ajustar de maneira mais sistemática e individualizada suas intervenções
pedagógicas e as situações didáticas que propõem”.
“
[...] o acompanhamento do processo de construção de conhecimento implica favorecer o desenvolvimento do
aluno para que, assim, seja possível orientá-lo nas tarefas, oferecer-lhe novas leituras ou explicações quando
necessário, sugerir-lhe investigações e proporcionar-lhe vivências enriquecedoras que favoreçam a sua
ampliação do saber.
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professor e alunos. Com o tempo, os alunos começam a perceber que a mediação
do professor é fundamental na construção de novos conhecimentos e também nas
trocas estabelecidas entre eles.
0
De modo geral, observamos que, entre os critérios necessários para uma avaliação
que tenha, de fato, o objetivo de avaliar e não apenas examinar, estão: o olhar
seõçatona reV
sobre as dificuldades dos alunos, a busca por metodologias e exemplos que
possam ser compreendidos efetivamente, a pesquisa sobre as temáticas
estudadas, a escolha de instrumentos avaliativos adequados para cada realidade e
o diálogo necessário em todo o processo vivenciado.
Professores que separam um tempo para observar seus alunos, que conversam
com eles sobre temas variados e realizam avaliações diagnósticas para conhecer
melhor suas dificuldades costumam escolher instrumentos avaliativos que
favoreçam a identificação quanto à aprendizagem real dos alunos, uma vez que
entendem as especificidades de cada estudante. O feedback constante, ou seja, o
retorno dado aos alunos quanto aos seus avanços, as suas dificuldades, as
sugestões de como sanar suas dúvidas, quais estratégias utilizar no estudo das
temáticas abordadas, enfim, o acompanhamento realizado não apenas no final de
um determinado período, mas ao longo de todo o processo de aprendizagem é
muito importante.
Fonte: Shutterstock.
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Existem vários instrumentos que podem ser utilizados nos processos avaliativos
desenvolvidos nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A escolha desses
instrumentos costuma ser influenciada pela concepção de educação adotada pelas
escolas. Quando utilizamos diferentes instrumentos de avaliação, ampliamos as
0
possibilidades de conhecimento frente ao processo de aprendizagem dos alunos.
seõçatona reV
Esse conhecimento possibilita ao professor verificar os avanços alcançados pelos
alunos ao longo do processo em questão, bem como descobrir pontos que
precisam ser retomados ou abordados de outra maneira, para que a compreensão
almejada seja realmente alcançada.
“
Quando avaliamos por meio de vários instrumentos, conseguimos visualizar a aprendizagem de todos aos
alunos, pois a sala não é homogênea, assim os métodos aplicados também não devem ser. As vezes o
educando não é bom em uma coisa, mas é em outra, e os educadores não percebem isso se trabalhar com uma
única forma de verificação de aprendizagem. Assim se faz importante conhecer e entender o uso dos
instrumentos avaliativos e as formas de aplicá-los.
Avaliação diagnóstica:
“
A avaliação diagnóstica visa os conhecimentos dos alunos já construídos, e as dificuldades que os mesmos
apresentam no início do processo de aprendizagem. É aplicado no começo do ano, ou no início de um novo
conteúdo. Também pode ser aplicado em outros momentos, para ver como se encontra uma determinada
situação.
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de quem dele se utiliza, por se valer de variados componentes que necessitam
ser levados em conta no apontamento do nível de desempenho de quem está
sendo avaliado” (BOTH, 2017. p. 95).
0
Prova objetiva: “teste, no qual a opinião do aluno e a sua interpretação dos
fatos não determinam a resposta correta, visto que ela já é expressa no texto”
seõçatona reV
(RAMPAZZO, JESUS, 2010, p. 12).
Produção de textos:
“
A produção de textos também é outro elemento que se coloca como importante no processo de avaliação
da aprendizagem. Essa ferramenta pode ser usada em qualquer disciplina, cabe ao professor ver o melhor
momento de utilizá-la. É mais indicado realizar uma produção de texto depois das explicações, discussões e
atividades de fixação, pois o aluno terá mais informações para relatar no seu texto. Este pode ser resultado
de uma pergunta feita sobre o assunto abordado.
Vistos:
“
[...] também funcionam como um instrumento significativo no ato de avaliar. A sua aplicação ocorre quando
o professor passa alguma atividade para os alunos, e ao terminá-la o educador da o ‘visto’. Esse momento
pode ser usado como um qualitativo, que serve para motivar o aluno; mas também podemos dar
orientações ao ver o caderno; por exemplo, chamar sua atenção para que não inicie respostas com letra
minúscula, explicando o porquê disso; que eles façam uma letra legível, e outras orientações que irão ajudá-
los a ler e escrever melhor. São dicas simples, porém importantes para a aprendizagem.
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seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
Moraes (2011) afirma que a prova também pode ser uma ferramenta formativa, ou
seja, ela pode ir além da verificação do desempenho dos alunos. Precisamos
compreender que, a partir dos erros dos alunos, podemos propor tarefas
complementares, explicar o conteúdo novamente, utilizando exemplos diferentes,
ou buscar outras estratégias que possam ajudar em sua aprendizagem. Ainda
segundo Moraes (2011, p. 239):
A prova pode e deve assumir a função de colaborar com o trabalho pedagógico, propiciando informações claras
e precisas para o professor sobre a apropriação de saberes e o desenvolvimento do aluno. Desse modo, precisa
“
minimizar o valor dos dados quantitativos para deter-se sobre as informações qualitativas, prestando-se como
um instrumento útil para a consecução de uma avaliação progressivamente mais formativa.
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Quanto à correção das provas dissertativas, outro aspecto muito interessante
nesse processo e que normalmente é pouco discutido, Haydt (1997) apresenta
algumas sugestões: estabelecer critérios para correção, corrigir a mesma questão
de todas as provas e não a prova inteira de uma vez; prestar atenção na resposta e
0
não no nome do aluno que a escreveu; fazer um levantamento das principais
seõçatona reV
dificuldades dos alunos para pensar nos encaminhamentos necessários, entre
outras sugestões.
Moraes (2011) afirma que o professor precisa corrigir a prova analisando o tipo de
resposta apresentada e não simplesmente corrigi-la com certo ou errado. Além
disso, também afirma que os alunos precisam ser informados não só quanto aos
seus erros como também sobre o que é necessário fazer para superar suas
dificuldades.
ASSIMILE
REFLITA
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grande de alunos? Como considerar as particularidades e, ao mesmo
tempo, estimular e avaliar a turma como um todo?
EXEMPLIFICANDO
0
O portfólio foi apresentado nesta seção como um dos instrumentos
seõçatona reV
avaliativos que podem ser utilizados nos anos iniciais do Ensino
Fundamental. O professor, a partir das atividades propostas no decorrer de
um determinado período, como um bimestre ou um semestre, por
exemplo, selecionará fotos, anotações e atividades que evidenciem as
dificuldades e os avanços vivenciados pelos alunos. Os pais e familiares
poderão perceber alguns aspectos que foram trabalhados por meio da
organização do portfólio. Trata-se de um instrumento que acompanha o
desenvolvimento do aluno e registra conquistas fundamentais para a faixa
etária.
Fonte: Shutterstock.
FOCO NA BNCC
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A compreensão da importância da avaliação e do desenvolvimento das
competências apresentadas na BNCC (BRASIL, 2018) é fundamental para
oportunizar aos alunos experiências que contribuam com a sua aprendizagem.
Além disso, a utilização de instrumentos avaliativos variados pode tornar esse
0
processo mais leve e consistente.
seõçatona reV
FAÇA A VALER A PENA
Questão 1
“
Quando analisamos um aluno de forma contínua, cumulativa de seu desempenho, trabalhando com o
qualitativo, usando diferentes meios para avaliá-lo, temos uma melhor aprendizagem e um melhor controle do
processo avaliativo. Assim, todos tem oportunidades de aprender e de obter boas médias, já que são colocados
como sujeitos na construção do conhecimento.
A sequência correta é:
a. V, F, V, F.
b. V, F, F, F.
c. V, F, F, V.
d. F, V, V, F.
e. F, F, F, V.
Questão 2
Segundo Libâneo (1994), os instrumentos de avaliação são recursos didáticos
utilizados para se coletar informações relacionadas à aprendizagem, a fim de se
analisar se ela está se dando conforme planejado.
Coluna 1:
I. Trabalho em grupo.
II. Portfólio.
III. Autoavaliação.
IV. Observação
Coluna 2:
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Co u a :
0
desenvolvimento.
seõçatona reV
( ) A aprendizagem acontece por meio da interação entre as pessoas.
A sequência correta é:
Questão 3
Para Luckesi (2011, p. 30), “aprender a avaliar é aprender conceitos teóricos sobre
avaliação, mas, respectivamente a isso, aprender a praticar a avaliação,
traduzindo-o em atos do cotidiano. Aprender conceitos é fácil, o difícil é passar da
compreensão à prática”.
a. I, apenas.
b. III, apenas.
c. IV, apenas.
d. I e IV, apenas.
e. II e III, apenas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em:
https://bit.ly/3g7cGUt. Acesso em: 22 jan. 2021.
171 / 212
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível em: https://bit.ly/3dXX3vS.
Acesso em: 22 jan. 2021.
0
elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In:
seõçatona reV
SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução de Roxane
Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004.
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REGNIER, J. C. Auto-avaliação na prática pedagógica. Revista Diálogo Educacional,
[S.l.], v. 3, n. 6, p. 53-68, maio/ago. 2002.
0
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. Disponível em:
seõçatona reV
https://bit.ly/3uO9VLM. Acesso em: 22 jan. 2020.
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS
0
Tatiane Mota Santos Jardim
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
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práticas de autoavaliação, a análise da participação nas aulas, a produção de
textos, os vistos nos cadernos, entre outros instrumentos avaliativos. A professora
pode considerar as características da sua turma e os objetivos que ela deseja
alcançar para realizar a escolha de tais instrumentos. Se o objetivo da professora
0
for que os alunos expliquem, com as suas palavras, a essência dos conceitos e os
seõçatona reV
assuntos trabalhados em um determinado período, ela pode planejar a aplicação
de uma prova dissertativa, a produção de texto individual ou colaborativo ou,
ainda, propor a produção de um trabalho em grupo. Se o objetivo da professora
for conscientizar os alunos quanto à importância de desenvolver todas as
atividades propostas para que, assim, possam se desenvolver, a professora pode
propor a prática efetiva de vistos nos cadernos, promover debates e propor
práticas de autoavaliação. As observações realizadas ao longo das aulas podem
apontar indicativos quanto às necessidades de modificação dos instrumentos
planejados inicialmente.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS AVALIATIVOS VARIADOS
A escola em que a professora Daniela atua é uma escola bastante flexível e, por
isso, os professores têm autonomia para decidir de que maneira avaliar os alunos.
Ao perceber que alguns alunos se sentem mais a vontade ao serem avaliados por
meio de determinados instrumentos avaliativos e outros alunos costumam se
desenvolver melhor por meio da utilização de outros instrumentos, a professora
resolveu utilizar instrumentos avaliativos diferentes com a turma. Que estratégias
ela pode utilizar para realizar tal prática e que tipo de cuidado precisa ter para
avaliar o desenvolvimento dos alunos individualmente?
RESOLUÇÃO
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professora. É possível, ainda, construir, com todos os alunos, um portfólio
contendo suas principais produções, oportunizando, também, o registro das
opiniões e preferências dos alunos, além de anotações da professora
relacionadas ao processo vivenciado. Vale lembrarmos que não será
0
necessário apresentar as mesmas produções, mas sim produções que sejam
seõçatona reV
significativas para o desenvolvimento de cada aluno.
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NÃO PODE FALTAR
A AVALIAÇÃO EXTERNA E INSTITUCIONAL: ANOS INICIAIS
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Tatiane Mota Santos Jardim
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
Você se lembra da professora Daniela, que atua nos anos iniciais do Ensino
Fundamental e foi convidada, por uma antiga professora, a participar de um curso
de formação continuada ofertado pela Universidade de sua cidade? O curso teve a
avaliação como temática central, e as informações e reflexões oportunizadas no
curso ajudaram Daniela a analisar o modo como tem avaliado seus alunos. Após a
participação em algumas aulas, a professora resolveu compartilhar com os seus
177 / 212
colegas de trabalho alguns aspectos que fundamentaram as reflexões realizadas
no curso, relacionando-as com o contexto em que atuam, ou seja, o Ensino
Fundamental.
0
Os alunos da Daniela participarão de várias avaliações externas durante o ano
letivo, e para contribuir para o desenvolvimento deles, a professora resolveu
seõçatona reV
pesquisar quais provas serão aplicadas, o tipo de conteúdo e as competências que
os alunos precisam desenvolver para obter um bom rendimento. Se você estivesse
no lugar de Daniela, como explicaria para os alunos e para os pais dos alunos a
importância desse tipo de avaliação e como prepararia os alunos para tais
avaliações.
CONCEITO-CHAVE
Você já ouviu algum profissional da área da educação ou mesmo os meios de
comunicação citar as siglas “SAEB” ou “IDEB”? Você sabe o significado dessas siglas?
Você também pode ter ouvido as expressões “indicadores de avaliação” ou
“avaliações em larga escala”, mas você sabe do que se tratam? Para darmos início
às reflexões em questão, é importante que você tenha algumas informações.
“
Com a análise dos resultados relativos aos levantamentos obtidos com o SAEB pretende-se acompanhar a
evolução do desempenho dos sistemas de ensino e dos diversos fatores incidentes na qualidade e na
efetividade do ensino pelas escolas. O objetivo dessa medida é a definição de ações voltadas para a correção
das deficiências identificadas.
O SAEB passou por uma série de modificações ao longo dos anos, “em
conformidade com as necessidades advindas da situação da educação em todo
país” (SAHIUM; MAGALHÃES; ARAÚJO, 2020, p. 50). Inicialmente, era realizado
apenas por uma amostra considerada representativa dos alunos matriculados nos
anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio das escolas públicas, a
seguir, verificou-se a necessidade de uma análise mais detalhada e, assim, em
2005, surgiu a Prova Brasil, “a fim de retratar a realidade de cada escola, em cada
município, estado e país” (HECK, 2018, p. 411). Pode-se dizer que a Prova Brasil
surgiu para complementar o SAEB.
178 / 212
“
Desde sua criação, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) passou por um processo de
aperfeiçoamento e consolidação. Uma mudança que merece registro foi a sua realização com regularidade, a
cada dois anos, o que nessa proposta é fundamental para efeito de comparabilidade dos resultados e para o
desenvolvimento de uma cultura de avaliação junto aos sistemas de ensino.
0
Segundo Werle (2010), a avaliação externa é entendida como uma avaliação
seõçatona reV
realizada em escolas públicas e privadas com o objetivo de detectar falhas e buscar
a melhoria da qualidade de ensino. Trata-se de testes padronizados, utilizados
como instrumento na elaboração de novas políticas públicas dos sistemas de
ensino. Soares (2013) afirma que os sistemas de avaliação em larga escala, isto é,
em grandes quantidades, são proponentes de uma proposta institucional de
educação mais ampla que cumpre a função de subsidiar a proposição de políticas
públicas na área, bem como operam como instrumentos de regulação do Estado.
“
Ao contrário da avaliação interna que está mais centrada na atuação do professor e o que está sendo ensinado
na sala de aula, as avaliações externas ultrapassam o espaço escolar, com resultados sobre as condições das
redes de ensino, modelo de gestão escolar, níveis de desempenho e aprendizado dos alunos, monitoramento
dos programas educacionais, metas das políticas públicas educacionais, características socioeconômicas das
escolas e alunos, entre outros aspectos.
179 / 212
Federal aplicada às escolas públicas e privadas de Ensino Fundamental e Ensino
Médio. Segundo o autor, o sistema se constitui com base em dois grandes
enfoques: aferir os conhecimentos e habilidades dos alunos mediante aplicação de
testes com o objetivo de avaliar a qualidade do ensino e verificar os fatores
0
contextuais e escolares que incidem nessa qualidade, como as condições de
seõçatona reV
infraestrutura das unidades escolares, o perfil do diretor e os mecanismos de
gestão escolar utilizados por ele, o perfil do professor e as práticas pedagógicas
adotadas em sala de aula, os hábitos de estudo dos alunos, entre outros aspectos.
Fonte: Shutterstock.
Segundo Silva (2019, p. 3870), a ANA “desempenha uma função geradora no que
diz respeito ao monitoramento do currículo a ser desenvolvido nas escolas”. Ainda
de acordo com o autor, ela dispõe seus resultados para as escolas que realizam a
avaliação por meio de um boletim que contém um resumo da verificação do
desempenho dos alunos e algumas informações obtidas a partir de um
questionário acerca da situação sociodemográfica, contribuindo, assim, com a
autoavalliação da escola e com a reorganização de suas ações didático-
pedagógicas.
180 / 212
Segundo Gonçalves, Guerra e Deitos (2020), a BNCC representa a atual reforma
curricular brasileira e, assim, projeta mudanças em todos os âmbitos organizativos
do sistema educacional do país, entre eles, a avaliação. Espera-se que a avaliação
processual realizada no cotidiano das escolas consiga avaliar o desenvolvimento
0
das habilidades apresentadas na Base Nacional Comum Curricular e que o SAEB
seõçatona reV
avalie as competências desenvolvidas ao longo do processo educacional.
A Provinha Brasil é aplicada em duas etapas, uma no início e outra no final do ano
letivo, com o objetivo de avaliar conhecimentos relacionados à Língua Portuguesa
(leitura e escrita) e à Matemática (resolução de problemas). A prova acontece por
adesão das secretarias municipais e estaduais e, consequentemente, das escolas.
Os resultados, por sua vez, não são divulgados, por isso, não há um ranqueamento
ou uma competição entre as escolas. Os professores que atuam nas escolas
realizam a aplicação e a correção das provas, e o objetivo é ajudar os professores
alfabetizadores e os gestores das instituições a entenderem melhor o estágio de
alfabetização dos seus alunos.
181 / 212
0
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
“
Os resultados das avaliações só serão significativos no trabalho da escola, se as informações obtidas forem
conhecidas, diagnosticadas e analisadas pela escola, oportunizando, desse modo, o aprimoramento e o
redirecionamento da prática docente para alavancar ainda mais o aprendizado dos alunos frente as avaliações
padronizadas e, até mesmo, nas avaliações internas.
182 / 212
Uma das estratégias que podem ser utilizadas no cotidiano escolar é a aplicação de
provas no mesmo formato utilizado nas avaliações externas, para que os alunos se
acostumem com o instrumento utilizado. A ideia não é utilizar apenas esse
instrumento avaliativo, mas sim incorporá-lo aos outros mecanismos internos de
0
verificação do desempenho estudantil, assegurando, assim, maiores condições de
seõçatona reV
ensino e aprendizagem. Observamos, portanto, a necessidade de “[...] um novo
olhar sobre essas avaliações, de forma que não seja instrumentalizada apenas
para desenhar um perfil da educação brasileira, mas para se firmar e redirecionar
a educação no país [...]” (SAHIUM; MAGALHÃES; ARAÚJO, 2020, p. 47).
A equipe escolar pode delimitar metas para curto, médio e longo prazo; indicar
profissionais responsáveis por ações específicas, que sejam identificadas como
importantes dentro de cada realidade; refletir sobre os recursos necessários ao
longo do processo; descrever resultados almejados; entre outros aspectos que
podem contribuir com o trabalho a ser realizado.
Fonte: Shutterstock.
A partir de 2019, o INEP resolveu avaliar também a Educação Infantil por meio da
aplicação de questionários com professores, gestores, pais e responsáveis pelas
crianças, com o objetivo de analisar dados sobre a infraestrutura, os materiais
disponibilizados, a formação dos professores, entre outros pontos que precisam
ser considerados nesse processo de avaliação.
183 / 212
Com base nos resultados do Ideb, são definidos programas e políticas públicas, voltadas à melhoria da
qualidade do ensino no país. Para estruturação desse índice são empregados dados referentes ao fluxo escolar
“
e aos resultados das médias de desempenho dos alunos. Estes dois dados, fluxo escolar e resultados de
desempenho, dizem respeito ao processo de ensino-aprendizagem. O primeiro, fluxo escolar, trata das
retenções relativas à não-aprendizagem, e o segundo, diz respeito à proficiência, que é o nível de capacidade
0
cognitiva do estudante, ou seja, o quanto um estudante aprendeu ao longo de cada uma das etapas de ensino
em que são aplicadas as avaliações do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB).
seõçatona reV
— SOUZA; CHAGAS; ANJOS, 2019, p. 58.
“
Além das provas de desempenho, são aplicados questionários contextuais aos alunos, professores e diretores
das escolas avaliadas, com o intuito de identificar o nível socioeconômico dos alunos, hábitos de estudo, perfil e
condições de trabalho dos docentes e diretores, tipo e organização da escola, projeto pedagógico, insumos e
instalações.
Apesar de possibilitar esse diagnóstico, Souza, Chagas e Anjos (2019) afirmam que
o IDEB tem sofrido várias críticas, pois tem sido analisado pelos órgãos reguladores
da educação com base, apenas, nos resultados quantitativos. As autoras afirmam
que a busca pela qualidade deve passar também por várias outras questões, como
a organização da escola, do currículo, do modelo de gestão, da forma como a
prática avaliativa é concebida, entre outros aspectos. Assunção e Carneiro (2012, p.
654-655) também questionam as avaliações em larga escala.
Como aferir qualidade a partir de um teste padronizado realizado em larga escala, aplicado indistintamente em
todo o território nacional, com questões objetivas, cuja formulação ocorre de forma desarticulada do cotidiano
“
escolar, desconsiderando assim, as suas particularidades e os diferentes contextos sócio-culturais em que os
alunos e as escolas se inserem?
184 / 212
Casassus (2009) afirma, entretanto, que as avaliações padronizadas possuem
consequências sociais quando aumentam a desigualdade entre as escolas mais
carentes e aquelas mais abastadas. Essa afirmação também é evidenciada na
pesquisa realizada por Souza, Gouveia e Tavares (2009), ao destacarem que os
0
municípios mais pobres, tendencialmente, apresentam menor Ideb, salvo algumas
seõçatona reV
exceções. Os resultados desses dados são disponibilizados para toda a sociedade
e, por isso, podem expor as escolas.
Vale lembrarmos que o resultado da Prova Brasil é divulgado por escola e não por
aluno, desse modo, o objetivo é avaliar o sistema de ensino e não o desempenho
individual.
185 / 212
Fonte: Shutterstock.
Soares (2013) afirma que as críticas realizadas ao SAEB e à Prova Brasil não anulam
a importância do sistema educacional pelo potencial que representam para a
0
formulação de políticas públicas de educação com vistas ao enfrentamento político
seõçatona reV
e social das desigualdades educacionais. “Quando bem interpretados e
apropriados levando em conta limites e possibilidades, os resultados podem
fortalecer a ação gestora da escola, a atuação docente e o ensino com qualidade”
(SAHIUM; MAGALHÃES; ARAÚJO, 2020, p. 53).
Prova Brasil: avaliação censitária realizada a cada dois anos em escolas públicas
e opcionalmente em escolas privadas, com conteúdos das áreas de Língua
Portuguesa e Matemática.
186 / 212
Provinha Brasil: avaliação que investiga as habilidades desenvolvidas pelos
alunos matriculados no 2º ano do Ensino Fundamental.
0
para a educação brasileira.
seõçatona reV
Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC): compromisso
assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e dos
municípios para atender a uma das metas do Plano Nacional de Educação que
estabelece que todas as crianças devem estar alfabetizadas até o final do 3º ano
do Ensino Fundamental.
ASSIMILE
REFLITA
Estudamos, nesta Seção, que, com base nos resultados do IDEB, são
definidos programas e políticas públicas voltados à melhoria da qualidade
do ensino no país. Mas será que é possível identificar, de fato, a qualidade
da educação brasileira por meio desse tipo de avaliação? Que outros
aspectos estão diretamente relacionados com o desenvolvimento da
educação no país?
EXEMPLIFICANDO
187 / 212
pode ajudar efetivamente? A plataforma fornece dados que auxiliam na
compreensão da pontuação obtida nas avaliações e apresenta explicações
pedagógicas sobre os seus resultados numéricos. Os professores podem,
ainda, avaliar as competências e habilidades que precisam ser exploradas
0
com os alunos e ter conhecimento dos indicadores de nível socioeconômico
seõçatona reV
e de formação docente do público envolvido no processo educacional.
Conheça outras informações da plataforma acessando o portal do INEP.
FOCO NA BNCC
“
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo
físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e
inclusiva.
— BRASIL, 2018, p. 9.
O tema “avaliação” carrega, por si só, uma série de questionamentos, e não seria
diferente com as avaliações em larga escala. Espera-se que essas avaliações
contribuam, de fato, para a melhoria das aprendizagens e para o desenvolvimento
da educação como um todo. É importante lembrarmos que as avaliações internas
devem acontecer normalmente, de acordo com a realidade e as necessidades dos
estudantes, e que as avaliações externas fazem parte do processo avaliativo a ser
vivenciado pelos alunos ao longo de sua trajetória escolar.
“
[...] ao passo que as avaliações externas vão ampliando sua capilaridade pelo sistema educacional, chegando às
escolas pelas ações dos diversos entes federados, elas vão amplificando também sua proximidade com o
cotidiano das escolas e com os seus profissionais, impactando mais ainda na gestão escolar. É significativo
destacar que a proximidade das avaliações com as gestões é uma tendência crescente que podemos observar
na trajetória da implantação de políticas avaliativas no país, o que evidencia a perspectiva de aproximação cada
vez maior.
188 / 212
Leia as afirmações relacionadas às avaliações externas e assinale a alternativa
correta:
a. As avaliações externas são realizadas preferencialmente na rede privada de ensino para se identificar os
avanços obtidos na educação brasileira.
0
b. Os textos padronizados utilizados nas avaliações externas contribuem para a elaboração de novas
seõçatona reV
políticas públicas dos sistemas de ensino.
c. As avaliações externas costumam avaliar alunos de instituições públicas e privadas por meio de questões
discursivas.
e. As avaliações externas se referem às avaliações elaboradas pelos professores ao longo do ano letivo, de
acordo com o interesse dos alunos.
Questão 2
"A proposta sobre a implementação de sistemas de avaliação de desempenho está
articulada ao cumprimento das metas para satisfazer as necessidades básicas de
aprendizagem de crianças, jovens e adultos, erradicar o analfabetismo e
universalizar o acesso à escola” (GONÇALVES; GUERRA; DEITOS, 2020, p. 895).
( ) As avaliações externas não são produzidas pelos professores que atuam na sala
de aula com os alunos, por isso, não devem ser valorizadas.
A sequência correta é:
a. V, V, F.
b. V, F, V.
c. F, F, F.
d. F, V, F.
e. F, V, V.
Questão 3
“
Desde o ano de 2007, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) vem fazendo parte do cotidiano
escolar da rede pública e privada de ensino do país. E tem sido, cada vez mais, considerado pelo poder público
como uma referência para avaliação da qualidade da educação nas escolas brasileiras.
I. A partir dos índices obtidos no IDEB, são estabelecidas metas para a melhoria
do ensino.
0
II. Os índices do IDEB são calculados a partir do fluxo escolar e dos resultados das
seõçatona reV
médias de desempenho dos alunos.
a. I e II, apenas.
b. I e III, apenas.
c. II e III, apenas.
d. II e IV, apenas.
e. I, II e IV, apenas.
REFERÊNCIAS
ASSUNÇÃO, M. F.; CARNEIRO, V. L. O papel do estado e as políticas de educação:
uma análise das avaliações externas no ensino fundamental. Revista brasileira de
política e administração da educação, Recife, v. 28, n. 3, p. 645-663, set./dez.
2012.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em:
https://bit.ly/3tm45RM. Acesso em: 22 jan. 2021.
190 / 212
MACHADO, C. Impactos da avaliação externa nas políticas de gestão educativa.
Revista Iberoamericana sobre Calidad, Eficacia y Cambio en Educación,
Madrid, v. 11, n. 1, p. 40-55, jan./mar. 2013.
0
SAHIUM, P. F. S.; MAGALHÃES, C. V.; ARAÚJO, I. T. de. Apropriação dos resultados
das avaliações externas pelos professores para a melhoria da qualidade do ensino
seõçatona reV
nas escolas públicas. Educação In Loco, v. 1, n. 1, jan.-jun. 2020.
191 / 212
FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
A AVALIAÇÃO EXTERNA E INSTITUCIONAL: ANOS INICIAIS
0
Tatiane Mota Santos Jardim
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
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As avaliações externas consideram as competências gerais apresentadas na Base
Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018), bem como as habilidades específicas
de acordo com cada etapa da Educação Básica e os conteúdos dos componentes
curriculares, por isso, ao preparar os alunos para participar dessas avaliações, a
0
professora deve conhecer as informações presentes na BNCC, articulando o
seõçatona reV
conteúdo do documento com a realidade dos alunos e suas dificuldades.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
CONHECENDO A NOTA DO IDEB
A escola em que a professora Daniela atua acabou de ter acesso à sua nota de
IDEB. A princípio, todos ficaram decepcionados, pois a nota da escola foi 5,2, que é
uma nota bem abaixo do que esperavam alcançar. Um dos fatores que podem ter
impactado a nota da escola é a evasão escolar. Ao longo do ano letivo, muitos
alunos acabaram desistindo de estudar e, a cada saída, outros alunos se
mostravam desmotivados. A escola também não havia desenvolvido nenhum tipo
de projeto, contribuindo, talvez, para a falta de autonomia de alguns alunos ou, até
mesmo, para a falta de identificação ou interesse para com os estudos realizados.
Frente a isso, que ações precisam ser realizadas para que a equipe consiga
melhorar a sua nota nas próximas avaliações?
RESOLUÇÃO
Para que a escola em que a professora Daniela trabalha melhore a sua nota de
IDEB nas próximas avaliações, a instituição terá de acompanhar de perto o
desempenho dos alunos ao longo do ano letivo. Seria muito importante evitar
ou ao menos minimizar o número de desistências e reprovações existentes na
escola. Entre as estratégias que podem ser utilizadas, podemos citar o
estabelecimento de um diálogo constante e efetivo com os alunos, o
acompanhamento na realização das tarefas enviadas para casa, a pesquisa
193 / 212
sobre as características dos alunos, bem como suas dificuldades, seus
interesses e modos de aprender e a utilização de diferentes instrumentos
avaliativos, ampliando as oportunidades de conhecimento sobre os avanços e
as dificuldades encontradas pelos alunos.
0
A escola também pode desenvolver projetos que tenham alguma relação com
seõçatona reV
os interesses gerais dos alunos e, a partir dos temas estudados, estabelecer
paralelos com outros conteúdos e componentes curriculares. Tais práticas
podem estimular a participação ativa dos alunos e instigar a curiosidade dos
estudantes perante à construção de novos conhecimentos.
Depois de ter acesso aos dados das avaliações realizadas, toda a equipe
precisa refletir sobre as dificuldades e os avanços identificados. É possível criar
um grupo de estudos para que, juntos, entendam os dados das avaliações
externas, analisem os principais erros identificados nas avaliações realizadas,
compartilhem suas experiências e pensem em estratégias que possam ser
utilizadas no ambiente escolar, visando não só aos melhores desempenhos nas
avaliações externas como à melhoria da aprendizagem propriamente dita. Vale
lembrarmos que a responsabilidade não é só dos professores, mas de todos
que atuam no ambiente escolar. Além disso, é importante que todos os
professores de todas as turmas da escola estejam envolvidos nisso e não
apenas os professores das turmas que serão avaliadas. Espera-se que o
trabalho desenvolvido em uma turma seja continuado no ano seguinte,
ampliando as possibilidades de desenvolvimento e desempenho nas próximas
avaliações externas.
194 / 212
NÃO PODE FALTAR
DESAFIOS E AVANÇOS REFERENTES AOS ANOS INICIAIS NO
BRASIL
0
Tatiane Mota Santos Jardim
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
Esse conhecimento também será importante para que você tenha condições de
mais bem compreender as determinações presentes nos documentos
educacionais e conscientizar-se quanto à importância de uma formação inicial de
professores sólida, pautada em referenciais teóricos relevantes para a educação e
a necessidade de atualizar-se por meio de formações continuadas que te ajudem a
desenvolver uma visão crítica sobre as determinações legais e o trabalho
desenvolvido, de fato, no ambiente escolar.
Você lembra da professora Daniela, que atua nos anos iniciais do ensino
fundamental e foi convidada, por uma antiga professora, a participar de um curso
de formação continuada ofertado pela universidade de sua cidade? O curso teve a
avaliação como temática central e as informações e reflexões oportunizadas no
curso ajudaram Daniela a analisar o modo como tem avaliado seus alunos. Após a
195 / 212
participação em algumas aulas do curso, a professora resolveu compartilhar com
seus colegas de trabalho alguns aspectos que fundamentaram as reflexões
realizadas no curso relacionando-as com o contexto em que atuam, ou seja, o
ensino fundamental.
0
Depois de ter aprofundado o seu conhecimento sobre as metas para os anos
seõçatona reV
iniciais do ensino fundamental de acordo com o Plano Nacional de Educação
(2014-2024), a professora Daniela resolveu registrar as informações aprendidas
para que, assim, pudesse retomar seus estudos em outras ocasiões que julgasse
necessárias. Partindo do conhecimento sobre os fundamentos do trabalho a ser
desenvolvido nos anos iniciais do ensino fundamental, quais avanços poderiam ser
registrados pela professora desde 2014 e quais os principais desafios a vencer até
2024?
CONCEITO-CHAVE
Tivemos a oportunidade de estudar ao longo deste livro várias informações
relacionadas ao ensino fundamental. Nesse momento, vamos conhecer um pouco
sobre o acesso, a infraestrutura, o desempenho e o censo escolar referente aos
anos iniciais dessa etapa da educação básica. Essas informações te ajudarão a
perceber as relações entre os dados obtidos nas pesquisas e nos relatórios
educacionais e a prática a ser desenvolvida no ambiente escolar. Estudaremos
também a importância da formação inicial e continuada, as metas para os anos
iniciais do ensino fundamental de acordo com o Plano Nacional de Educação e os
avanços e retrocessos na educação em relação aos anos iniciais do ensino
fundamental.
196 / 212
O ensino fundamental passou por várias mudanças ao longo dos tempos, inclusive
mudanças de nomenclatura. A cada mudança espera-se contribuir com a melhoria
da qualidade da educação e com a ampliação quanto à abrangência do número de
alunos atendidos.
0
“
seõçatona reV
Pedra angular da Educação Básica, o Ensino Fundamental tem constituído foco central da luta pelo direito à
educação. Em consequência, no Brasil, nos últimos anos, sua organização e seu funcionamento têm sido objeto
de mudanças que se refletem nas expectativas de melhoria de sua qualidade e de ampliação de sua
abrangência, consubstanciadas em novas leis, normas, sistemas de financiamento, sistemas de avaliação e
monitoramento, programas de formação e aperfeiçoamento de professores e, o mais importante, em
preocupações cada vez mais acentuadas quanto à necessidade de um currículo e de novos projetos político-
pedagógicos que sejam capazes de dar conta dos grandes desafios educacionais da contemporaneidade.
Fonte: Shutterstock.
197 / 212
Nível I: escolas que apresentam condições muito precárias e que não têm nem
banheiro no prédio escolar.
Nível II: escolas um pouco melhores por contarem com água de poço, energia
0
elétrica e banheiro no prédio escolar.
seõçatona reV
Nível III: escolas com instalações para fins administrativos e pedagógicos.
Nível V: escolas com condições bem melhores, mas que precisam ampliar a
acessibilidade.
Nível VI: escolas bem mais adequadas, inclusive para as pessoas com
deficiência.
Nível VII: escolas que além de acessibilidade contam com recursos pedagógicos
adequados para o ensino e aprendizagem de pessoas com deficiência.
Fonte: Shutterstock.
198 / 212
informações sobre notas, problemas no processo de ensino-aprendizagem, relação
entre matriculados e aprovados, frequência dos alunos, dados apresentados por
pesquisas científicas, rankings nacionais e internacionais e assim por diante.
0
Podemos conhecer melhor sobre outros aspectos relacionados aos anos iniciais do
ensino fundamental por meio do Censo Escolar, principal instrumento de coleta
seõçatona reV
de informações da educação básica, coordenado pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e feito anualmente. “Ele é
feito com a colaboração das secretarias estaduais e municipais de educação e com
a participação de todas as escolas públicas e privadas do país” (GONÇALVES;
SANTO; SANTOS, 2017, p. 447). Trata-se de uma ferramenta fundamental para
conhecer a realidade educacional brasileira. Além disso, os dados do censo escolar
são importantes porque são os principais recursos para a elaboração das políticas
públicas. Segundo o INEP, o censo escolar:
“
é uma pesquisa realizada junto aos estabelecimentos de ensino, para levantamento de dados e informações
relativas à educação básica, objetivando subsidiar a elaboração de análises, diagnósticos, planejamento do
sistema educacional do país e a definição e monitoramento das políticas públicas que promovam um ensino de
qualidade para todos os brasileiros. Com essas informações, o MEC gerencia programas como o Fundeb, a
Alimentação Escolar, a distribuição de livros didáticos, o Dinheiro Direto na Escola, o Mais Educação, o PDE,
entre outros.
— BRASIL, 2012, n. p.
“
7.18. assegurar a todas as escolas públicas de educação básica o acesso à energia elétrica, abastecimento de
água tratada, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos, garantir o acesso dos alunos a espaços
para a prática esportiva, a bens culturais e artísticos e a equipamentos e laboratórios de ciências e, em cada
edifício escolar, garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência.
— BRASIL, 2014, n. p.
199 / 212
“
(2) Universalizar o Ensino Fundamental de 9 anos para toda a população de 6 a 14 anos e garantir que pelo
menos 95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE; (4)
Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento
educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional
0
inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou
conveniados; (5) Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3o ano do Ensino Fundamental; (6)
Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma
seõçatona reV
a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos(as) alunos(as) da educação básica.
— BRASIL, 2014, n. p.
Fonte: Shutterstock.
200 / 212
[...] processos de formação realizados na forma de aperfeiçoamento ou qualifi- cação de professores que já têm
uma determinada formação inicial [...]. Geralmente a formação continuada é realizada por meio de cursos,
“
palestras, eventos e outros programas ofertados pelas próprias escolas ou pelas mantenedoras, no caso da
educação pública, pelas Secretarias Municipais ou estaduais de Educação, bem como pelo governo federal.
0
É possível que algumas pessoas ainda tenham uma visão errônea de que apenas
seõçatona reV
os professores considerados como menos dedicados ou interessados pela
profissão precisam de formação continuada. Na realidade, todos os professores,
inclusive os professores competentes, dedicados, que receberam uma boa
formação inicial e que desenvolvem um bom trabalho, precisam atualizar seus
conhecimentos pedagógicos. Eles também podem ser sentir desmotivados diante
das dificuldades encontradas em sala de aula e as formações continuadas podem
auxiliá-los com trocas de experiências e sugestões de temáticas, atividades e
metodologias.
“
A qualidade de ensino é determinada tanto ou mais pela formação contínua dos professores, do que pela sua
formação inicial... A formação contínua não deve desenrolar-se, necessariamente, apenas no quadro do sistema
educativo: um período de trabalho ou de estudo no setor econômico pode também ser proveitoso para
aproximação do saber e do saber-fazer.
201 / 212
Formação). Em 2020, o Ministério definiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Formação Continuada de Professores da Educação Básica e instituiu a Base
Nacional Comum para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica.
Os dois documentos estabelecem competências gerais docentes e competências
0
específicas baseadas em três eixos: conhecimento, prática e engajamento e foram
seõçatona reV
elaborados a partir de estudos nacionais e internacionais.
202 / 212
0
seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.
O Plano Nacional de Educação, aprovado pela Lei no 13.005/2014, com vigência até
2024, “[...] representa um marco importante para a educação brasileira ao
regulamentar o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação
ao final do decênio e adotar o Custo Aluno Qualidade (CAQ) como parâmetro para
o financiamento da educação de todas as etapas e modalidades da educação
básica” (FURLETTI; 2017, p. 77).
A criação do Plano foi sem dúvida um avanço, todavia, o cumprimento das metas
traçadas ainda é um desafio. Podemos destacar também os Parâmetros
Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) que apontam conteúdos e capacidades a
serem adquiridas pelos alunos e a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018),
que define as aprendizagens consideradas essenciais e que devem ser
desenvolvidas ao longo da educação básica. Os dois documentos procuram
orientar o trabalho a ser desenvolvido em sala de aula.
203 / 212
A ampliação do ensino fundamental para nove anos também é um avanço por
permitir aos alunos um ano a mais no ambiente escolar. Vale lembrar que não se
trata apenas do acesso, mas também da oportunidade de ampliar as interações, as
experiências e as aprendizagens dos alunos visando o seu bem-estar e
0
desenvolvimento. Com o crescimento do número de alunos matriculados, a meta
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agora é melhorar a qualidade do ensino.
ASSIMILE
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recurso é indicado o acesso às Sinopses da Educação Básica, pois trazem as
informações já organizadas em tabelas de Excel pelos profissionais do INEP,
facilitando o manuseio e leitura dos dados.
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REFLITA
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A qualidade da infraestrutura das escolas e a sua influência no
desempenho escolar foi um dos pontos estudamos nesta seção.
Conhecendo a realidade da educação brasileira, como garantir que todas as
escolas tenham condições adequadas de atender ao processo de ensino-
aprendizagem?
EXEMPLIFICANDO
FOCO NA BNCC
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“A formação de professores no Brasil é uma discussão relevante e, que,
historicamente, tem sido marcada por avanços e retrocessos, os quais reverberam
em uma formação inicial que é considerada insuficiente para preparar o futuro
professor para exercer sua função, tamanha é a complexibilidade da função
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docente. Desta forma, muitos são os elementos que devem ser repensados para
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formação de professores do nosso país, entre os quais destacamos a formação
continuada dos professores.” (MELO; SANTOS, 2020, p. 89)
a. A formação inicial refere-se aos estudos que possuem um nível elevado de dificuldade e que por isso
precisam ser colocados em primeiro plano.
b. A formação inicial refere-se aos estudos realizados por professores mais experientes e que almejam ser
os primeiros professores da escola.
c. A formação continuada refere-se aos estudos, cursos, oficinas, palestras, eventos voltados a professores
que já atuam no ambiente escolar.
d. A formação continuada refere-se à formação dos professores que estão no início da carreira.
e. A formação continuada refere-se aos estudos que vão passado de geração em geração.
Questão 2
“A coleta de dados das escolas tem caráter declaratório e é dividida em duas
etapas. A primeira etapa consiste no preenchimento da Matrícula Inicial, quando
ocorre a coleta de informações sobre os estabelecimentos de ensino, turmas,
alunos e profissionais escolares em sala de aula. A segunda etapa ocorre com o
preenchimento de informações sobre a Situação do Aluno, e considera os dados
sobre o movimento e rendimento escolar dos alunos, ao final do ano letivo”.
A sequência correta é:
a. V – F – F – V.
b. V – F – V – F.
c. V – V – F – F.
d. F – V – F – V.
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e. F – F – F – V.
Questão 3
"A hipótese otimista promete impulsionar o país rumo a outro patamar de
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desenvolvimento. Se cumprido integralmente, o novo Plano Nacional de Educação
(PNE) pode, em dez anos, universalizar a Educação Básica para crianças e jovens de
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4 a 17 anos e alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade (mais 17 milhões
de jovens e adultos). A alternativa pessimista... Bem, essa é velha conhecida. Se o
plano não sair do papel, vai se somar aos inúmeros projetos que enfeitam
prateleiras com sonhos nunca concretizados.” (RATIER; PAGANOTTI, 2011, n.p.,
disponível em: https://bit.ly/3diBGpY. Acesso em: 10 dez. 2020)
III. Entre as metas do Plano Nacional de Educação que entrou em vigor em 2014
podemos destacar a meta de ampliar a educação em tempo integral para no
mínimo, 50% das escolas públicas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF, 5
de outubro de 1988. Disponível em: https://bit.ly/32kugvX. Acesso em: 3 jun. 2020.
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BRASIL. Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de
Educação e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF: Presidência
da República, 2014.
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BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC. Versão entregue ao
CNE em 3 de abril de 2018. Disponível em: https://bit.ly/3aaPfG2. Acesso em: 27
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ago. 2020.
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UNESCO. Qualidade da infraestrutura das escolas públicas do ensino
fundamental no Brasil. Brasília, DF: UNESCO, 2019. Disponível em:
https://bit.ly/3tk5pnV. Acesso em: 3 dez. 2020.
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
DESAFIOS E AVANÇOS REFERENTES AOS ANOS INICIAIS NO
BRASIL
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Tatiane Mota Santos Jardim
Fonte: Shutterstock.
O primeiro Plano Nacional de Educação foi aprovado em 2001 sob a gestão do ex-
presidente Fernando Henrique Cardoso. O segundo Plano Nacional de Educação
foi aprovado em 2014 sob gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff, entretanto
começou a ser elaborado em 2011, durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
O atual Plano Nacional de Educação foi aprovado com vigência de 10 anos, isto é,
espera-se que as metas sejam alcançadas até 2024. Entre os avanços diretamente
relacionados aos anos iniciais do ensino fundamental podemos identificar o
crescimento do acesso a esta etapa da educação básica e à incorporação de uma
meta específica para a educação especial. Algumas metas estão praticamente
estagnadas e precisam de uma atenção especial para que possam ser cumpridas,
ao menos parcialmente. Entre os desafios para os próximos anos podemos citar o
combate aos altos índices de retenção e principalmente evasão escolar e à
necessidade de se alcançar melhores resultados na alfabetização dos alunos até o
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3º ano no ensino fundamental. Para melhorar esses resultados é necessário fazer
um acompanhamento efetivo com os alunos e dar suporte e formação para os
profissionais que participam do processo de alfabetização nas escolas.
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Além de resultados melhores nas metas apresentadas no Plano Nacional de
Educação, espera-se que outros avanços possam ser oportunizados como a
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melhoria da infraestrutura das escolas, a formação integral dos alunos, a
incorporação de ferramentas tecnológicas nos processos de ensino e
aprendizagem, a adaptação de documentos pedagógicos de acordo com a Base
Nacional Comum Curricular, entre outros aspectos que influenciam o trabalho a
ser desenvolvido em sala de aula.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA
A direção da escola em que Daniela trabalha marcou uma reunião com todos os
professores para que juntos refletissem sobre as dificuldades encontradas em sala
de aula e identificassem temas que poderiam fazer parte da formação continuada
na escola. Ciente da existência de uma Base Nacional Comum para a Formação
Continuada de Professores da Educação Básica, a professora sugeriu uma reflexão
sobre as competências baseadas nos eixos conhecimento, prática e engajamento,
indicadas no documento. Porém, muitos professores não tinham conhecimento
sobre o documento, tampouco sobre as competências em questão. Como Daniela
pode apresentar para os colegas a essência dos eixos indicados?
RESOLUÇÃO
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Comum Curricular da Educação Básica. Ao indicar as competências da
dimensão do engajamento profissional, seria de extrema valia destacar o
comprometimento com o desenvolvimento profissional e a aprendizagem dos
estudantes, a importância da participação no projeto pedagógico da escola e o
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engajamento com as famílias e comunidade escolar como um todo. A partir
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das competências apresentadas, os professores poderiam avaliar suas práticas
cotidianas e pensar em mudanças ou estratégias a serem utilizadas.
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