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arcos design

Analisando letras e letreiros Art Déco


em projetos arquitetônicos

Prof. Dr. José Roberto D’Elboux (FAAP, Brasil)


delboux@alumni.usp.br

Prof. Drª Priscila Lena Farias (FAUUSP, Brasil)


prifarias@usp.br

Arcos Design
Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, Dezembro 2019, pp. 25-48. ISSN: 1984-5596
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/arcosdesign
v. 12, n. 2, Dezembro 2
Analisando letras e letreiros Art Déco
em projetos arquitetônicos

Resumo: Este artigo tem como foco os métodos e procedimentos de análise


adotados para a condução de uma pesquisa que teve como objeto principal
o estudo das letras e letreiros presentes em projetos arquitetônicos desenvol-
vidos entre 1925 e 1955 na cidade de São Paulo. Foram consideradas tanto
as letras utilizadas para fornecer informações em projetos arquitetônicos,
quanto aquelas projetadas para efetivamente serem inseridas nas edificações.
Foram analisados projetos elaborados pelo Escritório Técnico Ramos de Aze-
vedo Severo & Villares; pelo escritório Siciliano & Silva; e pelos arquitetos
Elisiário Bahiana, Álvaro Botelho, Gregori Warchavchik, Rino Levi e Jayme
da Fonseca Rodrigues. A adoção de uma estratégia metodológica pluralista
para a análise de dados envolvendo materiais de diferentes naturezas, aliada
a procedimentos de visualização gráfica desses dados, mostrou-se eficiente
na realização do estudo. Foram verificadas correlações entre modelos de
letras adotados em letreiros de projetos arquitetônicos, desenho de letras
efetivamente construídas e aplicadas nas edificações e formas característi-
cas do estilo Art Déco.
Palavras-chave: Art Déco. Letreiramento Arquitetônico. Tipografia.

Analyzing Art Déco letters and letterings


in architectural drawings

Abstract: This article focuses on methodological procedures adopted in a re-


search whose main object was the analysis of letters and letterings found on
architectural drawings developed between 1925 and 1955 in the city of São
Paulo. Letters used to provide information in architectural drawings and also
those designed to be effectively inserted in the buildings were considered. Archi-
tectural projects from Escritório Técnico Ramos de Azevedo Severo & Villares;
Siciliano & Silva; and architects Elisiário Bahiana, Álvaro Botelho, Gregori
Warchavchik, Rino Levi and Jayme da Fonseca Rodrigues offices were analysed.
The adoption of a pluralist methodological strategy to analyse data involving
different kinds of material, combined with data visualization procedures, was
efficient for carrying out the study. Correlations between letters designed in
architectural drawings, letter designs effectively constructed and applied to
buildings, and characteristic shapes of Art Déco style.
Keywords: Art Déco, Architectural Lettering, Typography.

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1. Introdução
A relação formal entre letreiros arquitetônicos construídos nos edifícios e
os letreiros desenhados como títulos e legendas em projetos de arquitetura
foi indicado como possível desenvolvimento de estudo sobre a importân-
cia da tipografia como elemento arquitetônico em edificações em estilo Art
Déco da cidade de São Paulo (d’elboux, 2013).
Esse foi o ponto de partida da tese de doutorado intitulada “Letras e le-
treiros: manifestações do Art Déco nos projetos arquitetônicos paulistanos
(1925-1955)” cuja questão central é: teriam as letras e os letreiros utilizados
nas pranchas de projetos arquitetônicos desse período repetido as posturas
e características gráficas encontradas também nos letreiros de edificações
Art Déco construídas?
Para isso, foram examinados dois tipos de letreiros: aqueles que carre-
gam informações textuais relativas ao projeto arquitetônico, como títulos,
subtítulos, cabeçalhos e carimbos encontrados em projetos arquitetônicos;
e aqueles literalmente “projetados” para se tornarem elemento arquitetô-
nico integrante de uma determinada edificação, aqui denominados de “le-
treiros arquitetônicos”.
Segundo farias, 2016; letreiramento é o “processo manual para obten-
ção de letras únicas, a partir de desenhos” e, letreiro, no âmbito deste traba-
lho, o resultado desse processo. Sendo o objeto de análise, letras de desenho
único, executadas a mão livre ou com auxílio de instrumentos de desenho,
esses termos foram considerados apropriados. No decorrer da pesquisa, foi
constatado ainda, que o termo “letreiro” foi de uso corrente nos escritórios
e salas de aula durante o recorte temporal estudado.
No presente artigo, são apresentados os princípios metodológicos e os
procedimentos de pesquisa para a referida tese, que teve como objeto de es-
tudo as letras e letreiros presentes em projetos arquitetônicos do Escritório
Técnico Ramos de Azevedo Severo & Villares, do escritório Siciliano &
Silva Ltda. e dos arquitetos Elisiário da Cunha Bahiana, Álvaro Botelho,
Gregori Warchavchik, Rino Levi e Jayme da Fonseca Rodrigues. Trata-se
de um conjunto de profissionais domiciliados na cidade de São Paulo e
com relevante produção arquitetônica relacionada ao estilo Art Déco.Essas
observações permitiram responder a questões tais como: as letras utiliza-
das nos letreiros dos projetos seguiam algum critério de estilo?; havia co-
nexão formal entre estilo das letras e estilo arquitetônico do edifício repre-
sentado no projeto?; houve padronização no desenho das letras e letreiros
adotados por um mesmo arquiteto ou escritório?; houveram tipos de letra
compartilhados entre diferentes arquitetos ou escritórios?; como o traba-
lho de letreiramento era desenvolvido dentro dos escritórios?; como se deu

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o envolvimento dos arquitetos e outros profissionais, no detalhamento de
letreiros arquitetônicos?
Para contextualização da obra do Escritório Técnico Ramos de Azevedo,
Severo & Villares, foram utilizados lemos, 1993; carvalho, 2000; ficher,
2005; e bueno, 2015. Sobre Siciliano & Silva, ficher, 2005; faggin, 2009; e
gonzález et al, 2012. Sobre Elisiário Bahiana, segawa, 1984, 1995; e fa-
ggin, 2009. Sobre Gregori Warchavchik, ferraz, 1965; e lira, 2011. Sobre
Rino Levi, reis filho, 1974; bruna, 1988; belleza, 1997; e anelli et al,
2001. Sobre Jayme da Fonseca Rodrigues, segawa, 2016.
Na ausência de literatura sobre o arquiteto Álvaro Botelho, foram utiliza-
das referências encontradas em fontes primárias como os periódicos Boletim
do Instituto de Engenharia, Correio Paulistano e O Estado de S. Paulo, além
de informações genealógicas presentes em leme, 1904-1905; e valente,
2010. O nome de Botelho aparece citado também nos trabalhos de ficher,
2005 e gonzález, 2011.
Assunto pouco explorado no Brasil até recentemente, os estudos sobre
letreiramento arquitetônico contam com trabalhos editados principalmen-
te na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos a partir da década de 1960. Entre
eles destacamos as obras de gray, 1960; capitel, 1975; bartram, 1976; e
kinneir, 1980. O trabalho de weiss, 1932, foi valioso para este estudo, pois
aborda o projeto e execução de letreiros para a arquitetura, sendo um do-
cumento editado durante o período estudado.
Importantes contribuições às pesquisas sobre letreiramento no espaço
público foram feitas mais recentemente por baines e dixon, 2008, e pela
série de estudos desenvolvidos por pesquisadores brasileiros liderados por
farias e gouveia, 2004; 2005; 2007; 2008; 2012; além do estudo especí-
fico sobre letreiramento arquitetônico de estilo Art Déco na cidade de São
Paulo de d’elboux, 2013.
Trechos e capítulos específicos dedicados ao uso de letreiros em projetos
arquitetônicos podem ser encontrados nas obras de neves, 1943; powell
e leatherbarrow, 1982; e sainz, 2005, dedicadas ao estudo do desenvol-
vimento histórico do desenho arquitetônico.

2. Procedimentos metodológicos
A metodologia geral adotada foi a dedutibilidade, compreendida como um
“processo de combinação de ideias em sentido interpretativo” (barros e
lehfeld, 2000), onde “existem determinadas relações que devem ser con-
trastadas e verificadas”, para chegar a “explicações de fenômenos como de-
rivação da existência de certas leis gerais” (arostégui, 2006). Ou seja, a
partir da observação do fenômeno “letras nos projetos arquitetônicos” e de

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sua sistematização e análise, foi possível o desenvolvimento de uma série
de comparações com a finalidade de explicá-lo e daí responder aos diversos
questionamentos levantados.
A pesquisa seguiu um roteiro de coleta, análise e interpretação de infor-
mações e observações, no qual foram utilizados diferentes procedimentos
como levantamento, análise de arquivos, pesquisa bibliográfica e documen-
tal, buscando o estabelecimento de uma estratégia inclusiva e pluralista ca-
paz de responder eficientemente às questões levantadas.
Com a proposta de analisar as letras e letreiros existentes em projetos ar-
quitetônicos elaborados dentro do recorte temporal da pesquisa, adotou-se
a observação, procedimento investigativo utilizado na metodologia científi-
ca e maneira importante de se iniciar o estudo de um problema, desde que
realizado de maneira imparcial e estruturada (barros e lehfeld, 2000).

2.1 Definição do corpus


Para dar início ao processo de observação sistemática, foi formado um cor-
pus cujo principal parâmetro foi o de reunir projetos arquitetônicos elabora-
dos por arquitetos atuantes na cidade de São Paulo com produção relevante
relacionada ao estilo Art Déco, desenvolvidos entre 1925, ano da Exposition
Internationale des Arts Décoratifs et Industriels Modernes, considerado como
a consagração mundial do estilo, até o ano de 1955, dada sua longevidade
em terras paulistanas.
A partir da pesquisa sobre letreiros arquitetônicos nominativos Art Déco
(d’elboux, 2013), foram destacados pelo notável uso do recurso do letreira-
mento arquitetônico, seja pela quantidade de propostas, como também pela
originalidade, o Escritório Técnico Ramos de Azevedo Severo & Villares;
o Siciliano & Silva Engenheiros, Arquitetos, Construtores; e os arquitetos
Álvaro Botelho, Jayme da Fonseca Rodrigues e Gregori Warchavchik.
A essa lista foram acrescentados os nomes de Elisiário Bahiana, pela re-
presentatividade de sua produção em estilo Art Déco em terras paulistanas
e Rino Levi, arquiteto importante do Modernismo, cuja produção inicial
guarda características associadas ao estilo.
Álvaro Botelho, é autor do projeto do Edifício Banco de São Paulo, impor-
tante exemplar do estilo Art Déco na cidade e particularmente importante
para estudos sobre letreiramento arquitetônico. O E. T. Ramos de Azevedo
Severo & Villares, é herdeiro do legado de Francisco de Paula Ramos de
Azevedo, arquiteto importante na passagem entre os séculos XIX e XX. Sob o
comando de Ricardo Severo e Arnaldo Dumont Villares, se tornou o maior
escritório de projetos e construções de São Paulo, e atualizou a produção

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em estilo eclético de seu fundador para um estilo modernizado, alinhado
ao Art Déco. Um exemplo é o Estádio Municipal do Pacaembu. O Siciliano
& Silva, grande escritório de arquitetura e construções entre as décadas de
1920 e 1940, também fez a transição do estilo eclético para uma arquite-
tura de maior limpeza formal, característica do Art Déco, como no Prédio
São Carlos e outros na área central da cidade. Elisiário Bahiana, natural do
Rio de Janeiro, se estabeleceu em São Paulo, onde produziu obras signifi-
cativas como o Viaduto do Chá e o Edifício Saldanha Marinho. Gregori
Warchavchik, introdutor local do Modernismo, desenvolveu trabalhos ali-
nhados ao Art Déco, principalmente mobiliários e complementos decora-
tivos para suas residências. De sua autoria, o condomínio Cícero Prado se
destaca pelo grande letreiro arquitetônico em concreto. Rino Levi, é reco-
nhecido pelo alto nível de detalhamento de seus projetos, inclusive letreiros
arquitetônicos, projetados para seus edifícios, entre eles o Cine UFA Palácio.
E, Jayme da Fonseca Rodrigues, também proeminente no uso dos letreiros
arquitetônicos, como o do edifício sede do IAPETC, na Av. Nove de Julho.
As letras e os letreiros considerados para a formação do corpus, foram
os utilizados em títulos, subtítulos, cabeçalhos e carimbos, funções para as
quais era dedicada especial atenção na execução. E, os já mencionados le-
treiros arquitetônicos, projetados como parte integrante da edificação.
Na coleta de dados, foram levantados projetos originais, cópias helio-
gráficas e projetos digitalizados disponíveis nos acervos da Biblioteca da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, do
Arquivo Histórico Municipal de São Paulo e da Companhia City, comple-
mentados por reproduções de periódicos como o Boletim do Instituto de
Engenharia, da Revista Politécnica, da Revista de Engenharia Mackenzie e da
revista Acrópole. No total, cerca de 400 projetos foram examinados, alguns
compostos por apenas uma folha, outros por dezenas.
Como procedimento auxiliar, foram feitas anotações de campo regis-
trando as características das letras observadas, a presença de carimbos, as-
sinaturas ou outras formas de identificação de autoria dos desenhos, além
da existência de outros elementos gráficos significativos, como margens e
símbolos, como os utilizados para localização do norte geográfico. Essas
anotações, também foram de grande valia para a fase de interpretação de
dados, pois através delas foi possível identificar padrões gráficos na organi-
zação das pranchas e também nos desenhos das letras

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Desse modo, se obteve uma visão ampla da produção dos arquitetos, de
onde foram selecionados projetos com os tipos de letras mais recorrentes
em estilo Art Déco ou não, ou que apresentassem características relevan-
tes como desenhos que remetessem a fontes tipográficas conhecidas ou de
traços peculiares.
Esses projetos foram então digitalizados a partir de um procedimento
padrão, com o registro de pranchas inteiras e também de detalhes dos le-
treiros e das letras. A seleção final resultou em um corpus com 173 projetos
arquitetônicos (Tabela 1).

Seleção final para formação do corpus conforme origem da fonte

Arquitetos Projetos em arquivos Projetos em periódicos Projetos selecionados

Álvaro Botelho 2 4 6

Elisiário Bahiana 11 - 6

Gregori Warchavchik 74 - 28

Jayme da F. Rodrigues 13 - 13

Rino Levi 112 - 43

Severo & Villares 161 - 68

Siciliano & Silva 11 - 9

Total 173

Fonte: do autor

2.2 Desenvolvimento de ficha de pesquisa


Como forma de organizar e classificar esse material, foi desenvolvida uma
ficha denominada “Tipografia e Projeto Arquitetônico” (figura 2), composta
por áreas onde foram reunidos e organizados dados de diferentes naturezas
como imagens, detalhes sobre o projeto (autoria, data, localização), atribu-
tos formais das letras, amostras de caracteres e outras observações.
Esse tipo de ficha já havia sido utilizado com sucesso por pesquisadores
da área da tipografia e letreiramento arquitetônico, a partir de processo des-
crito por gouveia, farias e gatto (2010), ponto de partida para o desen-
volvimento do modelo apresentado na Figura 1.

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Figura 1. Ficha de pesquisa preenchida com letreiro de autoria de Rino Levi

Cada ficha apresenta um código de identificação único, gerado a partir


de um sistema alfanumérico, que identifica o arquiteto, o projeto e o espé-
cime de letra analisado. Foram geradas 411 fichas a partir dos 173 projetos
selecionados.
Entre os atributos formais das letras usados para classificação estão:
“Família” (serifada, sem serifas ou cursiva); “Peso” (light, medium, bold ou
black); “Proporção” (normal, condensada e expandida); “Inclinação” (nor-
mal, inclinada); “Uso Ortográfico” (caixa-alta, caixa-alta-e-baixa, caixa-bai-
xa, ‘versal-versalete); “Alinhamento” (centralizado, justificado, alinhado à
esquerda, e alinhado à direita).
A categoria “Técnica” refere-se ao modo de obtenção do desenho do le-
treiro, que pode ter sido desenhado à mão livre, com o auxílio de instru-
mentos de desenho ou através do uso de normógrafo. Na categoria “Função”,
a opção ‘Projeto’, é usada para identificar letreiros arquitetônicos e, ‘Título’
e ‘Outras informações’, para os letreiros com informações textuais para o
projeto arquitetônico. A área denominada “Caracteres”, é um espaço para
amostras dos caracteres do tipo de letra analisada.

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2.3 Análises
Para a realização das análises gráficas e tipográficas, incluindo classifica-
ções e nomenclaturas utilizadas na tipografia e caligrafia, foram utilizadas
as obras de twyman, 1979; farias, 2004 e 2016; baines e haslam, 2005;
bringhurst, 2005; dixon, 2008; harris, 2009; gouveia et al., 2010; e
d’elboux, 2013.
Tabulação de dados e visualização de dados coletados - A partir da tabu-
lação dos dados feita através das fichas, foram organizados os resultados de
forma a permitir comparações e cruzamentos de informações. A ideia foi
proceder a uma série de manipulações analíticas, dispondo os dados a partir
dos diferentes atributos avaliados, gerando possibilidades de interpretação
a partir de sua visualização expressa graficamente.
Primeiramente, os resultados foram transpostos para uma planilha digital,
formato que possibilitou sua reorganização de acordo com os diferentes atri-
butos, facilitando a visualização das ocorrências. Na sequência, foram gera-
dos gráficos circulares (pizza), para cada um dos arquitetos estudados, per-
mitindo a visualização de “fatias” correspondentes a cada atributo (Figura 2).

Figura 2. Gráficos circulares com os atributos das letras encontradas em projetos do arquiteto Elisiário
Bahiana

Classificação formal e nomenclatura - Um sistema de classificação foi de-


finido para tornar a tarefa de descrever os diferentes desenhos de letras ca-
talogados mais eficaz, principalmente quando pertencentes a uma mesma
família, como por exemplo as ‘não serifadas’. Para isso foi realizada uma
adaptação da “Classificação da Tipografia Arquitetônica Nominativa Art
Déco” (d’elboux, 2013), sistema desenvolvido a partir de uma estrutura

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descritiva baseada na análise de três componentes do desenho tipográfico:
origens, atributos formais e padrões (dixon, 2008).
A adaptação da classificação já desenvolvida, foi necessária para lidar com
uma maior variedade de desenhos de letras desenvolvidas e essencialmente
utilizadas sobre papel, ao invés de materializadas em edificações.
Foram definidas, assim, 7 categorias de letras, de acordo com variações
em seu desenho tipográfico:
Contrastadas: construção contínua e modelagem com presença de con-
traste, geralmente exagerado e com transição instantânea.
Elementares: construção contínua; forma de curva contínua e aspecto cir-
cular; modelagem com ausência de contraste e transição, e eixo nulo.
Elementares Curvadas: construção contínua; forma de curva contínua e
aspecto oval ou circular, com vértices curvos nas letras “A”, “M” e “N”; mo-
delagem com ausência de contraste e transição, eixo nulo.
Quadradas: construção contínua; forma contínua com aspecto quadrado;
modelagem com ausência de contraste e transição, eixo nulo.
Intersetadas: construção interrompida; barra horizontal que interseccio-
na as hastes em caracteres como “A”, “E”, “F” e “H”, geralmente, posicionada
bem acima ou abaixo da linha média da altura da letra; modelagem com
ausência de contraste e transição, eixo nulo.
Sólidas: construção contínua; forma referenciada em figuras geométricas
puras ou associadas entre si; modelagem com ausência de contraste e tran-
sição; caracteres extremamente pesados ou com ausência de contraforma.
Serifadas: com serifas abruptas e quadradas, características das moder-
nistas geométricas, com espessura semelhante aos demais traços da letra
(bringhurst, 2005). Letras nesta categoria também apresentam construção
geométrica rígida e atributos comuns a outras categorias como interseção
de traços e barras posicionadas bem acima ou abaixo da linha média; con-
traste inexistente ou exagerado, transição abrupta ou instantânea.
Além do conjunto das letras Art Déco, foi identificada a presença de le-
tras em outros estilos nos projetos arquitetônicos. Para estes, foi definido
um sistema de nomenclatura genérico, visando somente facilitar sua refe-
rência nas análises.
O conjunto das “Históricas” reúne um grupo denominado “Romanas”
contendo letras serifadas, com construção contínua de aspecto circular ou
oval, modulação com presença de contraste e transição (baines e haslam,
2005). O grupo denominado “Revivalistas”, agrupa letras originadas das ver-
naculares do séc. XIX, com contraste exagerado, traços e serifas mais arre-
dondados e letras curvilíneas de característica Art Nouveau (dixon, 2008).

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O conjunto “Outras” reúne estilos variados como “Bastões”, “Manuscritas”
e “Mecânicas”. As primeiras são letras com traços simples e espessura defini-
da pelo instrumento utilizado em sua execução, geralmente penas de ponta
redonda, lápis ou crayon. Seu uso era comum em projetos e desenhos téc-
nicos mais associados aos trabalhos de engenharia que aos de arquitetura
(bourne e brown, 1910). O grupo das “Manuscritas” reúne diferentes letras
cursivas de origem caligráfica como a ronde e a copperplate, assim como as
escritas informais, particulares de um indivíduo (baines e haslam, 2005).
O último agrupamento foi denominado “Mecânicas”, pois é composto por
letras obtidas através de processos mecânicos como o normógrafo ou o es-
têncil. A Figura 3, mostra um panorama desta classificação e dos agrupa-
mentos descritos acima.

Figura 3. Panorama da classificação tipográfica adotada na pesquisa

2.4 Estudos de caso


Após o extenso levantamento, que gerou grande quantidade de dados, foi
realizado um procedimento visando análise de natureza qualitativa, por
meio de estudos de caso, da produção de cada um dos arquitetos seleciona-
dos. Afinal, nenhuma tentativa de explicação do fenômeno relacionado ao
uso das letras e letreiros nos projetos desses arquitetos, seria minimamente
coerente sem uma avaliação dessa produção sob a luz das particularidades
históricas de cada um deles.
Os estudos de caso partiram da contextualização histórica da trajetória
profissional dos arquitetos e de seus escritórios e da observação dos gráficos
circulares representando os atributos tipográficos coletados através das fichas.
Os aspectos formais mais comumente encontrados em projetos arqui-
tetônicos foram descritos, assim como os eventuais vínculos subjetivos

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relacionados à produção e trajetória de cada um desses agentes. Os aspec-
tos levados em consideração nessa etapa foram os seguintes:
Características e organização geral das pranchas dos projetos arquitetôni-
cos: descrição dos aspectos gerais dos desenhos como a presença ou não de
margens; características dos traços que definem essas margens; quantidade e
modo de organização dos desenhos nas pranchas e outros aspectos relevantes.
Carimbos utilizados na identificação das pranchas : indicação da presen-
ça e descrição das características dos carimbos, tanto os obtidos com o uso
de clichês de borracha quanto os desenhados para dar suporte a diferentes
informações relativas ao projeto, também chamados de carimbos. Para os
carimbos de borracha encontrados nas amostras de cada arquiteto, foi ela-
borado um quadro reunindo os diferentes modelos observados em ordem
cronológica de ocorrência. Um exemplo é mostrado na Figura 4.
Formas de assinatura do nome do arquiteto ou escritório: descrição dos
modos como o nome do arquiteto ou do escritório aparecia nas pranchas,
na forma de assinatura, rubricas, letras desenhadas e carimbos de borracha.
Elaboração de quadros comparativos, reunindo em ordem cronológica as
diferentes assinaturas encontradas nos projetos (Figura 5).

Figura 4. Carimbos encontrados nos projetos do arquiteto Rino Levi

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Figura 5. Assinaturas encontradas nos projetos do E. T. Ramos de Azevedo, Severo & Villares

Letreiros utilizados nas pranchas: características das letras e dos letreiros


utilizados como suporte de informação nos projetos como títulos, subtítu-
los, legendas, cotas, etc.
Letreiros projetados para os edifícios: características das letras e dos letrei-
ros presentes nos projetos, cujo objetivo final é ser parte integrante da edi-
ficação representada, como letreiros nominativos, epígrafes, apliques, etc.
Para uma melhor observação da ocorrência dos diferentes tipos de letras,
tanto as utilizadas como letreiros nas pranchas como para as elaboradas
como letreiros arquitetônicos, foram feitos diagramas no formato de linha
do tempo, proporcionando melhor observação da ocorrência dos diferen-
tes tipos de letras, dispostas lado a lado, em ordem cronológica, facilitando
comparações e análises (Figura 6).

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Figura 6. Linhas do tempo dos letreiros do arquiteto Jayme da Fonseca Rodrigues

A partir da classificação tipográfica desenvolvida para análise, também


foram produzidos mapas para visualização da incidência dos diferentes
conjuntos de letras dentro dos projetos analisados de cada arquiteto. Os
mapas foram divididos em três grandes áreas, cada uma representando um
dos conjuntos dessa classificação tipográfica: Art Déco, Históricas e Outras.
Dentro de cada uma dessas áreas, foram delimitadas áreas circulares re-
presentando cada um dos grupos de cada conjunto. O diâmetro desses cír-
culos é proporcional à quantidade de exemplares daquele respectivo desenho
tipográfico encontrado na amostra do arquiteto. A posição relativa desses
círculos, indicam relações entre esses grupos, já que grande parte das letras
analisadas eram produzidas manualmente, são encontradas inúmeras va-
riações formais das letras que podem criar características tipográficas com-
partilhadas entre os diferentes grupos.
A Figura 7 reproduz o mapa desenvolvido para os grupos de letras en-
contrados na amostra do E. T. Ramos de Azevedo, Severo & Villares, que,
além de mais volumoso, foi o que apresentou maior quantidade de varia-
ções formais.

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Figura 7. Mapa dos letreiros dos projetos do E. T. Ramos de Azevedo, Severo & Villares

2.5 Análises comparativas


Para finalizar, foram feitas análises comparativas entre as características grá-
ficas dos projetos, das letras e dos letreiros encontrados nos projetos sele-
cionados dos diferentes arquitetos e escritórios.
Primeiramente, foi realizada uma análise cruzada dos atributos tipográfi-
cos catalogados através das fichas. Para isso, foi definido o formato de gráfi-
co de barras, propiciando uma visualização simples e direta desses atributos
entre as diferentes amostras (Figura 8). O quadro resumo apresentado na
figura 10 expõe de maneira sintética os principais resultados obtidos com
os estudos de caso.
Foram também desenvolvidos dois grandes diagramas, um para os letrei-
ros de projeto e um para os letreiros arquitetônicos, onde foram reunidas
as linhas do tempo elaboradas individualmente para cada arquiteto. Esse
procedimento permitiu uma visualização comparada das amostras tipográ-
ficas de todos os arquitetos através do recorte temporal completo da pes-
quisa. Assim como nas linhas do tempo individuais, caracteres-chave foram
usados para representar os diferentes alfabetos. Assim, o diagrama manteve
dimensões apropriadas para reprodução (Figuras 9 e 10).

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Figura 8. Visualização do atributo “Função” a partir de gráficos de barra

Figura 9. Quadro resumo com os principais resultados dos estudos de caso

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Figura 10. Diagrama reunindo amostras dos letreiros em projeto de todos os arquitetos estudados na
pesquisa

Figura 11. Detalhe do diagrama reunindo amostras dos letreiros em projeto de todos os arquitetos
estudados na pesquisa

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Esses grandes diagramas, possibilitaram a identificação de certos mode-
los de letras compartilhados entre os arquitetos e escritórios, e estabelecer
relações temporais entre a adoção de determinados modelos de letras em
determinados períodos.
Por exemplo, a área em branco, na parte central do diagrama, abrange o
período de tempo entre os anos de 1930 até 1942, intervalo de tempo onde
houve grande concentração das letras integrantes do conjunto Art Déco,
enquanto que as áreas em cinza, são do período anterior, a partir de 1925,
com presença maior de letras do conjunto das Históricas. A área cinza, do
lado direito, por sua vez, indica que o período final do estudo, entre 1943 e
1955, foi marcado por uma diluição dos estilos, com redução da presença
de letras Art Déco, o reaparecimento de Romanas e Manuscritas e também
o surgimento de letras do grupo das Mecânicas.

3. Considerações finais
Este artigo demonstra a importância de uma estratégia metodológica plu-
ralista para a análise de dados que envolvem materiais de naturezas di-
versas como levantamentos, análise de arquivos, pesquisa bibliográfica e
documental.
A utilização de estratégias de visualização de dados, seja através de mo-
delos existentes e bem estabelecidos como os modelos de gráficos circulares
ou de barras, seja pelo desenvolvimento de diagramas específicos, como os
mapas dos estilos de letras e linhas do tempo, também foi essencial para a
obtenção dos resultados pretendidos.
A resposta à questão central da tese foi positiva, porém diferentes nuan-
ces foram notadas conforme as características particulares de cada um dos
arquitetos estudados. Parte significativa dos projetos analisados, mostram
correspondência direta entre as características gráficas das letras usadas
nos letreiros de pranchas de projetos e aqueles projetados com finalidade
arquitetônica. Maior evidência desse fato, estão nas amostras de Severo &
Villares, Álvaro Botelho, Gregori Warchavchik e Jayme da Fonseca Rodrigues.
Os questionamentos secundários revelaram descobertas que possibilita-
ram um maior entendimento sobre o uso dos letreiros no desenho arquite-
tônico: as letras usadas nos letreiros dos projetos, seguiram critérios de es-
tilo, principalmente o Art Déco e a conexão entre o estilo dos letreiros dos
projetos e o estilo arquitetônico do edifício representado, também foi con-
firmada em grande parte dos casos. No que se refere à padronização das le-
tras e letreiros adotados por um mesmo arquiteto ou escritório, Rino Levi
foi o arquiteto que apresentou a maior padronização. No escritório Severo

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& Villares, essa característica é praticamente inexistente, salvo em momen-
tos pontuais.
Foi identificado um modelo de letra largamente utilizado por arquitetos,
professores e estudantes de arquitetura, que tem como principal caracterís-
tica o prolongamento exagerado de ascendentes e descendentes (Figura 12).

Figura 12. Tipo de letra recorrente encontrado em trabalhos com diferentes autorias: a) Zenon Lotufo
(Revista Politécnica, 1937); b) José Maria da Silva Neves (Boletim do Instituto de Engenharia, 1930); c)
Francisco Prestes Maia (Revista Politécnica, 1936); d) Plinio Croce (Revista de Engenharia Mackenzie,
1945); e) Nelson Pedalini (Revista de Engenharia Mackenzie, 1946); f) aluno da Escola de Engenharia
Mackenzie (Acervo da Biblioteca da FAUUSP, s. d.) ; g) Elisiário Bahiana, 1936 (Acervo da Biblioteca da
FAUUSP); h) Jayme da Fonseca Rodrigues, 1935 (Acervo da Biblioteca da FAUUSP); i) Severo & Villares,
1949 (Acervo da Biblioteca da FAUUSP)

O desenvolvimento de projeto e detalhamento de letreiros arquitetônicos


foi observado em todos arquitetos e escritórios estudados, mas com dife-
rentes níveis de aprofundamento. Os mais detalhados foram encontrados
em projetos de Rino Levi, Severo & Villares e Jayme da Fonseca Rodrigues.
Não foi possível definir quais profissionais participaram da execução dos
letreiros. Isso ocorreu devido à limitada quantidade de informações pre-
sentes nos projetos arquitetônicos. No caso de Severo & Villares, a amostra
com maior quantidade de informação presente nos carimbos, foi possível
montar uma tabela atribuindo certos desenhos de letras a alguns profissio-
nais do escritório.
Este estudo se une a outros que envolvem a articulação entre tipografia,
arquitetura e paisagem urbana, contribuindo para um maior conhecimento

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de processos dos campos do design e da arquitetura na primeira metade
do século XX.
A nova classificação para tipografia Art Déco se mostrou instrumento de
grande utilidade na análise e descrição dos diferentes desenhos de letras
encontrados. Trata-se de ferramenta que pode auxiliar também estudos fu-
turos envolvendo tipografia nesse estilo, tanto localmente como em outras
partes do mundo. Alguns procedimentos de visualização de dados como,
mapas e linhas do tempo, também são passíveis de adaptações para atender
outros contextos e recortes.
Alguns possíveis desdobramentos para futuras pesquisas incluem análi-
ses dedicadas aos profissionais diretamente relacionados à atividade do de-
senho arquitetônico dentro do E. T. Ramos de Azevedo Severo & Villares;
estudos mais aprofundados sobre o arquiteto Álvaro Botelho; e uma verifi-
cação da situação atual dos letreiros arquitetônicos identificados ainda em
fase de projeto.

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Como referenciar

D’ELBOUX, José Roberto; FARIAS, Priscila Lena. Analisando letras


e letreiros Art Déco em projetos arquitetônicos. Arcos Design, Rio
de Janeiro, v. 12, n. 2, Dezembro 2019, pp. 25-48. Disponível em:
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/arcosdesign.

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DOI: https://www.doi.org/10.12957/arcosdesign.2019.66068

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A revista Arcos Design está licenciada sob uma licença Creative


Commons Atribuição – Não Comercial – Compartilha Igual 3.0
Não Adaptada.

Recebido em 08/11/2021 | Aceito em 09/12/2021

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