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ABSTRACT: This study examines the ideas of Roman Jakobson about the notions
of metaphor and metonymy, and theirs advantages to understand the ideas of Claude
Zilberberg about intensivity and extensivity.
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representando de maneira mais ou menos sutil os valores veiculados pelo texto: ela
nos remete também a uma classificação mais geral de discursos, nos fazendo
“reconhecer” um conto popular, um texto publicitário, um fragmento religioso ou um
poema. A figuratividade pode possibilitar uma primeira grande oposição entre os
discursos: os discursos abstratos, tais como os discursos científicos, filosóficos e os
discursos figurativos, tais como os da fala cotidiana ou os literários. Cada um deles
organiza a sua persuasão de um modo específico, pedindo de seu enunciatário uma
interpretação também específica. A argumentação construída pelo discurso científico
trabalha com a racionalidade dedutiva e demonstrativa que articula causas e
conseqüências, hierarquias, relações lógicas entre as partes e o todo, etc. Já no
discurso da parábola, por exemplo, a argumentação que nele se enuncia só pode ser
dita em termos concretos e sensíveis, como que por uma catacrese generalizada: ela
apela assim à assunção dos ouvintes, sem transitar pelo raciocínio lógico, sem adotar
seus códigos nem suas estratégias de persuasão. A verdade que se supõe contida no
discurso parabólico não pode ser compreendida, no sentido racional da palavra - ela
tem de ser literalmente incorporada pelos ouvintes que a assumem e a incorporam.
Todos esses fazeres – o persuasivo do enunciador e o interpretativo do enunciatário –
constituem um código de expectativas, elaborado e praticado no exercício da
linguagem e da cultura em que estamos inseridos. A figuratividade pode ser um
ótimo objeto/ponto de verificação da diferença de expectativa gerada por cada um
dos diferentes tipos de discurso. Ela se baseia, fundamentalmente, a partir do regime
da veridicção - jogos de verdade que cada discurso estabelece no seu interior,
“dizendo” para o seu enunciatário o que se pode esperar : efeito de “realidade” ou de
“surrealidade” ou de “irrealidade”, e assim por diante.
A figuratividade, sozinha, não consegue definir um tipo de discurso, mas os
procedimentos empregados na sua construção podem dar a cada um dos tipos de
discurso a sua identidade, a sua “personalidade”. Na literatura, a figuratividade
concorre com os procedimentos especificamente literários que provocam o efeito
artístico esperado. Construída pelos procedimentos da metáfora e da metonímia, a
figuratividade carrega as marcas de definição de gênero e concorre para os efeitos
tensivos e aspectuais do literário.
Para Claude Zilberberg[4], a inteligibilidade das figuras surge do que ele
chama de ponto de vista esquemático, o único que permite iluminar a dimensão
coesiva da metáfora. Se o esquema (Kant) permite passar do conceito para a imagem
e controlar a segunda por meio do primeiro, o esquematismo tensivo vai da
intensidade para a extensidade, trabalhando o trânsito entre uma categoria e outra. O
autor propõe a esquematização como uma dinâmica intercategorial, uma busca de
equilíbrio entre as morfologias da intensidade e da extensidade. Lembrando, com
Hjelmslev, de que o paradigmático e o sintagmático se condicionam reciprocamente,
o autor estuda essa interdependência e essa interação, trabalhando com os funtivos
tônico e átono para a intensidade e com os funtivos concentrado e difuso para a
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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[1] Publicado inicialmente em inglês. A versão que temos foi traduzida para o
francês por Nicolas Ruwet em Essais de Linguistique Générale. Paris: Éditions de
Minuit, 1963. Tradução brasileira de Izidoro Blikstein e José Paulo Paes em
Lingüística e Comunicação. São Paulo: Cultrix,1975.
[2] Metáfora: da retórica à semiótica. São Paulo: Atual, 1986.
[3] Para um estudo recente sobre a questão, consultar : BERTRAND, D. – Précis de
Sémiotique Litteraire. Paris: Éditions Nathan HER, 2000.
[4] “Aproximación esquematica a la retórica”. In: Ensayos sobre semiotica tensiva.
Peru: Fondo de Cultura Económica /Universidad de Lima, 2000.
[5] Conferir nas referências bibliográficas.
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