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A POÉTICA, A POESIA, O POEMA: REVENDO E

DISCUTINDO CONCEITOS
Cristina Botelho1
RESUMO: Em A poética, a poesia, o poema: revisando conceitos, discutem-se os
diversos sentidos que os três termos assumem de acordo com as diferentes abordagens
teóricas, desde A Poética de Aristóteles até à contemporaneidade. Trata-se de uma
pesquisa bibliográfica, que permite perceber quão semelhantes e divergentes são os
sentidos que essas palavras assumem nos diferentes contextos em que são usadas.
Para isso, realizou-se uma leitura analítica dos principais autores que, em
abordagens teóricas diferentes, buscaram discutir a semântica dos signos
mencionados. Dentre as abordagens, destacaram-se a intuitiva de Benedetto Croce e
de Emil Staiger, a dos formalistas russos, dos estruturalistas e semióticos, além dos
pontos de vista de Alfredo Bosi, Octavio Paz e Janilto Andrade. Trata-se de um
assunto aparentemente simples, mas que é de suma importância para se perceber os
meandros dos fenômenos literários, uma vez que o uso dessa terminologia nem sempre
ocorre com valor semântico determinado.
Palavras-chave: Poética Poesia. Poema. Conceitos.
INTRODUÇÃO
Nos séculos posteriores à redescoberta da Poética de
Aristóteles até o presente, os termos poética, poesia e poema, como
substantivos, assumem, conforme as diversas abordagens teóricas da
literatura, sentidos diferentes. Esse fato justifica a importância do tema
que ora é apresentado neste artigo e que apresenta os resultados de
diferentes leituras a respeito dos valores semânticos que os termos, já
mencionados, apresentam em algumas abordagens literárias, tais como:
expressiva e transcendentalista, formalista russa, estruturalista e
semiótica. Os autores alvo do levantamento realizado foram:
Aristóteles, Jean Cohen, Todorov, Jakobson, Staiger, Benedetto Croce,
Octavio Paz, Bosi e Janilto Andrade, dentre vários outros que também
tratam do assunto.

1 A autora é doutora em Letras pela UFPB, professora de Teoria da Literatura e das


Literaturas de Língua Portuguesa da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda e da
Faculdade Frassinetti do Recife.

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Cristina Botelho – TRAVESSIA – ANO XI - LETRAS
A POÉTICA, A POESIA E O POEMA
Ao longo dos séculos, principalmente de modo mais
consistente no período posterior ao Renascimento, os usos dos termos
poética, poesia e poema se intensificaram, ao mesmo tempo em que
também se diversificaram. A partir do século XVI, nas diferentes
abordagens do texto literário, esses vocábulos vêm sendo utilizados com
valores semânticos ora diferentes, ora semelhantes, o que lhes
dificultam a designação exata fora do texto em que estão empregados,
pois, em contextos distintos, assumem sentidos diferentes, além de que
alguns deles são usados com a mesma significação.
Mas, remonta à Antiguidade Clássica, o uso do termo
“poética” como designativo dos textos que tratam das reflexões
filosóficas acerca da produção artística que, após São Jerônimo no
período medieval, passou a ser designada como Literatura. A Arte
Poética se distinguia da Arte Retórica, pois na primeira poética tinha
valor adjetivo, uma vez que qualificava o termo “arte” e cabia-lhe
designar tratados sistemáticos sobre os diferentes tipos de discurso
literário, os quais se enquadravam, conforme ocorre em A Poética de
Aristóteles, em diferentes gêneros. Quanto ao segundo designava a Arte
de bem usar o discurso.
Mesmo no sentido acima expresso, a palavra poética, perde o
valor qualificador, quando se omite o vocábulo “arte” e passa-se a usá-
la apenas como substantivo.
Assim, como substantivo, o signo “poética”, embora tenha a
mesma forma, se multiplica, pois possui um só significante, mas admite
vários significados, os quais variam desde as distinções entre os
diversos movimentos estéticos, isto é, assume o sentido designativo de
sistema literário, tal como em poética clássica, poética romântica,
poética realista, poética simbolista, dentre outras. Contudo, também é
utilizado num sentido mais restrito, como designativo da produção de
um dado autor, tal como ocorre com o título do estudo de Bakhtin sobre
a polifonia na obra do autor russo, intitulado Problemas da Poética de
Dostoiévski.
Ainda como substantivo, o termo admite outras acepções, pois,
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conforme a abordagem teórica adotada, pode designar o estético
presente em qualquer tipo de arte, tal como na expressão: “o poético em
a Monalisa, é determinado pela maneira penetrante como os olhos da
mulher parecem dirigir-se ao observador”. O termo, nesse contexto
lingüístico, assume uma dimensão muito mais ampla, dado que
determina o que faz uma criação humana ser considerada arte. Também
pode ser usado na acepção de poema, tal como na afirmação “a poética”
de Carlos Drummond de Andrade, em “Confissões de um itabirano”
apresenta fortes traços autobiográficos. Trata-se de do uso em um outro
sentido, agora, bem mais restrito, porque o termo pode ser entendido
como poema, de um determinado autor.
Assim, os estudos teóricos da literatura e da crítica literária
comprovam, ao longo do tempo, os diversos sentidos e as relações
existentes entre os termos poética, poesia e poema.
Autores como Benedito Croce, Emil Staiger, Maurice-Jean
Lefebve, Jean Cohen, Todorov e Jakobson, respectivamente, em
“Poesia”, Conceitos Fundamentais de Poética, “Estrutura do Discurso
da Poesia e da Narrativa”, “Estrutura da Linguagem Poética”,
“Estruturalismo e Poética,” “Lingüística e Comunicação”, usam os
termos poética, poesia e poema com valores substantivos. Mas, além
desses, são notórios ainda os estudos de Alfredo Bosi, intitulado O Ser e
o tempo da Poesia e O Arco e a Lira e Signos em Rotação, os dois
últimos títulos de Otávio Paz.
Para Benedetto Croce (1935) os vocábulos poesia e poética,
este último com valor adjetivo, têm o mesmo sentido. Numa perspectiva
um tanto quanto subjetiva, próxima da de Emil Staiger ao conceituar o
estilo lírico como um estado de disposição anímica, Croce relaciona a
poesia à inspiração e a genialidade, ao afirmar:
A rigor, a inspiração e a genialidade se encontram em todo
ser e em toda obra humana, que de outra maneira, não
seria verdadeiramente humana. Mas o relevo que estes
dois caracteres parecem assumir na criação poética
provém, justamente, da referência do finito ao infinito,
que não ocorre, ou não ocorre assim na práxis e na paixão,
onde tem lugar o movimento inverso, que é primordial no
pensamento e na filosofia, mas secundário e mediato na
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poesia[...]. Em comparação com o conhecer da filosofia, o
da poesia pareceu diferente, e, mais que um conhecer, se
apresentou como produzir, um forjar, um plasmar[...]
(CROCE, 1967, p. 14)
Tanto Croce quanto Staiger assumem uma posição
transcendentalista no que se refere aos conceitos dos termos
problematizados neste trabalho. Já Jakobson, Todorov e Maurice-Jean
Lefebve e Jean Cohen, teóricos estruturalistas, veem a poética e a
poesia, a partir das relações que estas mantem com a linguagem, como
uso particular da língua com finalidade estética.
Note-se que, nessa perspectiva do signo “poesia”, emergem
três sentidos, valores semânticos ou significados diferentes:
 gênero textual oposto à prosa;
 arte literária, produção em verso ou prosa que sendo
detentora propriedades estéticas, no dizer dos formalistas
russos, contenham literariedade;
 imagens de qualquer componente ou aspecto da vida, que
manifeste beleza, revele o humano e seja capaz de suscitar
a sensibilidade do espectador, independente do objeto
artístico que a transmita.
O primeiro dos significados, bastante objetivo, não dá conta do
conceito de poesia, pois mesmo que se parta para uma noção semântica
do vocábulo de natureza meramente formal, não se pode admitir um
conceito tão limitado, pois, mesmo no sentido de poema, o vocábulo
designa outros elementos significantes do signo linguístico, tal como
som, imagem e ritmo.
Quanto à segunda acepção, conforme Roman Jakobson, como
um dos formalistas russos dando prosseguimento aos estudos das
funções da linguagem iniciados por Büller, designa entre as funções,
aquela que denominou de poética e que se concentra na mensagem.
Já o terceiro sentido da palavra “poesia” seria análogo ao de
poético, isto é, o belo encontrado em todo e qualquer objeto artístico,
independentemente da linguagem em que a mensagem seja transmitida.
Esse último significado, sem dúvida, é muito mais abrangente e
transcende não só aos sentidos textuais formais, mas principalmente
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aqueles inerentes à literatura. Esses teóricos deram uma excelente
contribuição ao estudarem a poética, a poesia e o poema, no que se
refere à sistematização dos conceitos e à compreensão dos aspectos
linguísticos para a poética e para a poesia. Contudo o fato de
considerarem apenas os elementos lingüísticos em sua imanência, sem
os enxergar como reveladores de vida, de sentimento, de história e de
ideologia resultou numa visão reducionista.
Assim, pode-se afirmar ser indispensável em um trabalho de
pesquisa sobre a poética, o poema e a poesia se fazer uma referência a
Henri Meschonnic, no capítulo intitulado Em prol da poética, que
integra a Literatura e suas Fontes, livro organizado por Luís Costa
Lima e publicado pela primeira vez em 1937.
MESCHONNIC, ao estudar os conceitos de poética, de poesia
e de poema, faz uma análise crítica dos pontos de vista dos diferentes
autores mencionados neste artigo, comentando a contribuição e os
problemas presentes em cada uma das abordagens, especialmente, as
transcendentalista e estruturalista.
Para o autor, a primeira abordagem carece de método e a
segunda contribui com uma visão da poética sistematizada, metódica,
mas equivoca-se ao omitir na concepção de linguagem o sentido de
vida, de mundo e de realidade.
Assim, a compreensão dos termos poética e poesia de um
idealista como Croce, difere dos conceitos dos estruturalistas como
Lefebve e Todorov, tanto quanto diferenciam-se dos conceitos de
teóricos mais recentes, tal como Alfredo Bosi e Otávio Paz e Janilto
Andrade. Esses reconhecem que a poética, a poesia e o poema são
conceitos complexos. Ratificam a posição de Meschonnic quando os
entende enquanto linguagem, mas não lhes nega a presentificação de
ideologia, do real e, até mesmo, do sagrado.
Bosi (2000), herdeiro ainda dos modelos estruturalistas,
distingue poesia e poema, quando busca discutir o ser e o tempo da
poesia. Para o autor, no prefácio à edição de 2000, ainda persistem as
mesmas inquietações nutridas na edição dos anos 70, dado, sem dúvida,
às dificuldades de determinar a essência da poesia, do poema e do

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poético. O autor afirma que: “o que faz de um poema poesia, é como
essa resiste à usura do tempo, roedor silencioso de tantas coisas” (BOSI,
2000, p. 9).
Para Bosi, na esteira de Octávio Paz, o poema, a poesia e o
poético são termos inseparáveis, desde que o que constitui o primeiro
são todos os arranjos sonoros, resultantes da relação no discurso poético
da imagem com o som, com a voz. O poema, segundo Bosi, é composto,
tanto quanto o signo linguístico, por um significante, uma forma que
resulta das analogias e reiterações, advindas da relação de sentido, das
imagens que vão constituir a poesia, como parte do significado do
signo, logo nessa perspectiva, para que a linguagem poética se instaure
se faz necessário, numa perspectiva semiótica, que haja uma relação
entre forma e o conteúdo, isto é, entre o poema e a poesia, o significante
e o significado, o que transcende inclusive os limites do texto literário,
pois em um quadro ou numa música a existência de analogias e
reiterações, associadas às imagens apreendidas e reconstruídas pela
linguagem, determinadas essas últimas pela relação tempo/memória, são
os constituintes do discurso denominado poético.
Para Bosi ( 2000), a substância da poesia é a própria vida,
enquanto a do poema é a linguagem, isto, é o discurso poético.
No que se refere aos valores semânticos interrelacionados nos
três termos, motivo desse artigo, indiscutivelmente, coube a Otávio Paz
em O arco e a lira, distingui-los de modo bastante poético e,
paradoxalmente, bastante claro, objetivo e explícito.
Para Paz, “a poesia é conhecimento, capaz de transformar o
mundo”. Já a poética é uma atividade “revolucionária por natureza”, é
exercício espiritual, método de libertação interior.
O autor concebe ainda a poesia como síntese do homem e da
vida. Analogamente, para ele, “o poema é um caracol onde ressoa a
música do mundo, e, nele, métricas e rimas são apenas
correspondências, ecos da harmonia universal” ( PAZ, 1982, p. 15)
Assim, consoante Paz, só há poema quando este é tocado pela
poesia. Desse modo, nem todo poema é poesia, isto é, um texto
metrificado, rimado, estruturado em versos, não pode ser considerado
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poesia, por se tratar unicamente de um significante e não de um signo
lingüístico, pois lhe falta significado. Para se ter poema, o texto deve ser
constituído por imagens que presentifiquem ideologia e vida. Entende-
se, portanto, que em um soneto como o que segue:
Alma minha gentil, que te partiste
tão cedo deste vida descontente,
repousa lá no Céu eternamente,
e viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,


memória dessa vida se consente,
não te esqueças daquele amor ardente
que já nos meus olhos tão puros viste.

E se vires que pode merecer-te


Alguma cousa da dor que me ficou
Da mágoa sem remédio, de perder-te,

roga, a Deus que teus anos encurtou,


que tão cedo de cá me leve a ver-te,
quão cedo de meus olhos te levou.
(CAMÕES, 1998, p. 15)
Construído por signos linguísticos, em sua forma fixa,
entranha-se o sentimento elegíaco, a experiência emotiva da perda da
pessoa amada. A nostalgia e a saudade se lhe dão a imagem peculiar da
vida, o que o torna “poema”, no dizer de Octavio Paz, não um objeto
meramente formal, mas imprime-lhe vida, ao mesmo tempo em que lhe
impõe a harmonia universal.
Dessa maneira, em Paz, a concepção de poema difere frontal e
significativamente, daquela que o põe em oposição à prosa, pois, parece
claro, que para o teórico que distingue poesia, poema e poético, o
segundo termo não designa uma composição em versos, mas como
signo, uma forma tocada pela poesia, isto é, pela vida, por isso afirma:

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“há máquinas de rimar, mas não de poetizar”. (PAZ, 1982, p. 18)
Por outro lado, sabe-se que, se há formas rimadas que não são
poesia, também há poesias que não se encontram na forma do verso,
uma vez que ocorrem como uma condensação do acaso, isto é,
independem da iniciativa criadora do poeta, pois se fazem presentes nas
pequenas coisas da vida, aquelas que, segundo Guimarães Rosa, não
põem nem quitam.
Quando a poesia surge independente do labor do poeta, para
Octavio Paz, se está diante do poético.
Tem-se também a consciência de que o poema se renova
quando lido ou recitado. A leitura e interpretação do poema são o que o
torna poesia, daí segundo o autor já mencionado, todas as vezes que o
leitor revive o poema atinge o estado do poético. O ato de compreender
o poema, assemelha a atividade de criação poética, pois “o poeta cria
imagens e o poema faz do leitor imagem, poesia”. (PAZ, 1982, p. 30)
Para Paz, a experiência do poema reside na história. Assim ao
mesmo tempo em que o poema é história, simultaneamente a nega.
Acresce-se também que para o autor, o poema não é só forma,
é também linguagem e esta, como objeto, é poesia em estado natural,
pois cada signo ou grupo de signos é uma metáfora, o que torna o
poema, a forma concreta lingüística da poesia, um objeto mágico.
Percebe-se, claramente, que as concepções de poético, de
poesia e de poema de Alfredo Bosi, em O ser e o tempo da poesia,
resgatam a perspectiva de Octavio Paz, quando ambos percebem a
linguagem, ou seja, o discurso lingüístico como elemento basilar para
existência tanto do poema, como da poesia, sistematizados na poética.
Mas as entende dentro de uma perspectiva relacional em que a
inexplicabilidade da vida não é revelada, mas presentificada.
Seguindo de perto o viés de Paz e de Bosi, numa perspectiva
fenomenológica e hermenêutica, Janilto Andrade discute e avalia a
atitude prescritivista dada à poética pelas abordagens racionalista,
estruturalista. Coloca a poética “no âmbito do paradigma relacional”, ao
conceituá-la, opondo-se a uma visão rígida, como “um viés possível dos
estudos do poético voltado para o processo de organização dos textos
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literários.” (ANDRADE, 2001, p. 129)
Andrade, ao atribuir à poesia um sentido mais abrangente, o de
obra de arte, afirma que:
À arte não se põe o objetivo – que parece ser o da ciência
– de explicar a existência, mas quem sabe?, o de tornar
fascinante a própria inexplicabilidade da vida. A poesia
fascina. Fascina porque [...} o sujeito leitor sente-entende
no universo imagético da poesia a voz do homem[...]
(ANDRADE, 2001, p. 192)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após as leituras realizadas de diferentes autores, seguidores de
diversas abordagens literárias, foram apresentados os vários sentidos
que a poética, a poesia e o poema vêm assumindo, como terminologia
própria da Teoria da Literatura.
Observou-se, também, que entre as várias acepções que estes
vocábulos assumem, muitas vezes, um é usado com significado
semelhante ao do outro, tal como poético e poesia, e poesia e poema.
Esses conceitos, apesar de se situarem paradoxalmente próximos, com o
sentido diversificado e a carga de subjetividade que carregam em cada
uma das diferentes abordagens, tornam-se semântica e teoricamente
uma questão complexa.
Apesar da complexidade do problema, na atualidade, tem-se
uma perspectiva analítica e avaliativa desses conceitos, pois, os autores,
ao realizarem o resgate dos conceitos anteriores de poética e de poesia,
hoje, os coloca no âmbito do humano, não como reflexo, mas como
presentificação da vida.
Assim, a poética pode ser considerada, numa perspectiva
relacional, a sistematização da poesia, e esta como a presentificação da
vida, pela imagética, que constrói o discurso humano. Daí se deduz que
a absorção do poema pelo leitor dá-se pela imagética, a qual nem
representa, nem imita a vida, mas ao contrário, a presentifica.

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REFERÊNCIAS
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BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoievski. 3ªed. Rio
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CAMÕES, Luís Vaz. Sonetos e outras rimas. São Paulo: FTD, 1998.
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LEFEBVE, Maurice-Jean. Estrutura do discurso da poesia e da
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STAIGER, Emil. Conceitos fundamentais de poética. Rio de Janeiro:
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TODOROV, Tzvetan. Estruturalismo e poética. São Paulo: Cultrix,
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