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Evolução

Seleção natural
Resistência aos pesticidas - Leucoptera coffella
Realizado por: Filipa Brás nº12 e Sandra Almeida nº 27

12º B

Disciplina de Biologia
Indice:

O que é a evolução?..........................................................................................................................................................1

Tipos de
evolução..............................................................................................................................................................1

Darwin e seleção
natural...................................................................................................................................................1

Leucoptera Cofella (“bicho


mineiro”)................................................................................................................................1

Impacto da resistência na
sociedade.................................................................................................................................2

Fatores que podem influenciar a evolução da


resistência.........................................................................................,.......2

Apresentação do artigo (o estudo em


causa).....................................................................................................................2

Material e métodos.....................................................................................................................................................2 e 3

Resultados e discussão / conclusão do artigo..............................................................................................................3 e


4

Conclusão do trabalho......................................................................................................................................................5

Webgrafia.........................................................................................................................................................................5
Introdução

A Evolução é um processo em que uma população de organismos muda e se diversifica ao longo do tempo,
de modo a se adaptar ás diversas condições a que se encontra. Ou seja, é uma mudança na composição genética e
muitas vezes nas características hereditárias que são transmitidas de gereção em geração.

É na evolução que encontramos a explicação para a taxonomia, que é a área da biologia responsável por
indentificar, nomear e classificar os seres vivos e foi ela que gerou a complexidade celular, as relações fisiológicas e os
processos bioquímicos.

Sendo assim, a evolução é apenas mudança, sem que seja necessariamente para melhor ou para pior. Em
Biologia, o que é melhor para um organismo em um momento, pode ser pior em outro.

Os Biólogos, por vezes, dividem a evolução em dois tipos, baseados na escala. A microevolução e a
macroevolução. A microevolução refere-se a mudanças de pequena escala que afetam apenas um ou poucos genes
e ocorre nas populações em curta escala de tempo. Por outro lado, a macroevolução, refere-se às alterações de larga
escala que ocorrem em extensos períodos de tempo, tais como a formação de novas espécies e grupos. Contudo, a
microevolução e a macroevolução não são na realidade dois processos muito diferentes, visto que, a macroevolução
nada mais é que o acúmulo de passos microevolutivos, ou seja, processos microevolutivos que ocorrem em milhares
ou milhões de anos podem-se somar, dando origem a mudanças de larga escala que definem novas espécies ou
grupos.

Quando se fala em evolução, não se pode esquecer de Darwin. Sendo


assim, Quem é Darwin? Este, foi um dos famosos evolucionistas que explicou de
forma diferente o mecanismo através do qual os organismos evoluiram ao longo
do tempo. Segundo Darwin, a seleção natural é o processo que permite a
evolução das espécies. O ambiente é o agente desse processo de seleção,
determinando os seres que sobrevivem e os que são eliminados em cada
momento. A sobrevivência ou eliminação dependem de serem portadores de
caraterísticas que os tornam mais ou menos aptos a situações ambientais específicas. Apesar de Darwin não explicar
a variabilidade existente entre os seres vivos que pertencem à mesma espécie, ele salienta a sua importância como
causa dos diferentes níveis de adaptação.

Posto isto, a resistência do “bicho mineiro” aos insetidas, isto é, a capacidade de alguns individuos da
população da praga a sobreviver a doses do inseticida, que seriam letais para a maioria dos individuos da população,
pode ser considerado um exemplo de seleção natural sendo que, ao longo do tempo, os individuos que estão mais
adaptados ao ambiente, neste caso ao inseticida, são preservados, eliminando aqueles que não se tornaram tão
resistentes, e consequentemente os mais favoráveis transmitem as suas boas características de geração em geração,
permitindo assim a total resistência de toda a espécie ao inseticida.

Mas o que é o “bicho mineiro”? O “bicho mineiro” como é conhecido popularmente, tem como nome
Leucoptera coffeella e é considerado uma das piores pragas do café. Este bicho, passa ao longo de todo o seu ciclo de
vida por quatro etapas: em ovo, em larva, em crisálida e em adulto (borboleta).

Assim sendo, é em larva que este bicho mineiro, depois do adulto


(borboleta) colocar os seus ovos na epiderme superior da folha do cafeeiro e
posteriormente com a eclosão destes, entra no mesofilo da folha, formando minas (dai o nome bicho-mineiro), onde
permanece durante toda a fase larval a se alimentar do tecido parenquimático, causando assim necrose (morte de
um tecido, órgão ou conjunto de células que compõem um organismo vivo) e diminuição da área fotossintética,
provocando a queda das folhas, e a redução da produção de frutos, daí o facto de considerarem esta larva uma das
piores pragas do café.

A Leucoptera Coffeella pode ser encontrada em todos os países em que o café é plantado, nomeadadamente
na América do Sul, Central e no Caribe. Este bicho mineiro, ao longo do tempo, tem se tornado cada vez mais
resistente aos inseticidas, o que tem provocado um grande impacto na sociedade, no que diz respeito á produção de
café, pois compromete a qualidade e a produção dos grãos, provocando aproximadamente perdas entre os 30 a
70%. Sendo assim, a resistência aos pesticidas pode ser considerada
1 uma das desvantagens da evolução e pode ser
influenciada através de vários fatores, entre eles o uso continuo de inseticidas e a migração de individuos
resistentes.

Este facto do uso contínuo de inseticidas, tem provocado a perda da eficiência dos mesmos, mediante
seleção de populações do bicho-mineiro-do-cafeeiro resistentes a esses compostos. No entanto, nem todas são
resistentes aos mesmos compostos e da mesma forma. Sendo assim, além dos fatores referidos anteriormente,
existem outros capazes de influenciar a evolução da resistência a inseticidas atuando de forma diferente sob os
processos evolutivos, como a mutação, a seleção, o fluxo gênico e a deriva genética

Deste modo, pode-se considerar, que a resistência aos inseticidas tem vindo a causar um problema bastante
sério aos agricultores, tornando-se assim necessário o estudo das populações resistentes para que se possa adotar
medidas que retardem a evolução da resistência.

Sendo assim, ao longo deste trabalho vai ser apresentado o estudo, bem como as suas conclusões, da
seleção e da dispersão de resistência de dez populações do bicho-mineiro-do-cafeeiro, Leucoptera coffella (Guérin-
Mèneville) provenientes de diferentes regiões produtoras de café, em Minas Gerais. Desta forma, é importante a
realização deste estudo, pois apesar de haver o estudo da deteção da resistência e dos mecanismos bioquímicos nas
populações do bicho-mineiro-do-cafeeiro, nenhum trabalho foi feito relativamente à dispersão da resistência entre
populações da espécie, informação importante para o delineamento de programas de manejo de populações
resistentes.

Estudo e análise do artigo ”Seleção na Evolução de Resistência a Organofosforados em Leucoptera coffeella


(Guérin-Mèneville)”

Material e métodos

Assim sendo, foi realizado um estudo com o intuito de se perceber qual a melhor forma de se combater o
aumento da resistência criada por parte do insetos para com os inseticidas.

De modo a se obter resultados confiáveis, o estudo foi efetuado a dez populações de L. Coffella coletadas nas
regiões produtoras de café do Triângulo Mineiro, Alto do Jaquitinhonha, Oeste e Sul de Minas Gerais.
1Padrão de susceptibilidade
Tabela 1: Localidades de coleta das populações de L. Coffella

Figura 1: Locais de coleta de populações de L.Coffella. Os números correspondem aos municipios da tabela

Estas populações L.Coffella foram criadas em gaiolas e alimentadas com mudas de café cv. Catuaí. Em cada
local de coleta foi preenchido um questionário para obtenção de informações relativas ao uso de inseticidas.

Tabela 2: Levantamento de uso de inseticidas nas localidades de coletas das populações de campo nos anos agricolas de 98 e 99

Nos bioensaios foram utilizados vários inseticidas (i.e., clorpirifós, dissulfotom, etiom e paratiom-metílico) e
os compostos foram diluídos em cetona em grau analítico. Estes bioensaios, de concentração-mortalidade foram
feitos com larvas e ao fim de seis horas foi avaliada a mortalidade quando expostos a diferentes inseticidas. Para
verificar a influência da migração na evolução da resistência a organofosforados (compostos químicos, utilizados
como inseticidas no controlo de pragas) nas populações de bicho-mineiro-do-cafeeiro, foi analisado o espetro de
resistência a inseticidas de cada duas populações, com a respetiva distância geográfica entre as localidades de origem
das populações, obtidas por GPS.

Resultados e discussão / conclusão

Após a realização do estudo, obteve-se os seguintes resultados:


Em primeiro lugar, conseguiu-se afirmar que existe uma correlação negativa e significativa entre a
mortalidade por clorpirifós, dissulfotom, etiom e paratiom-metílico e o número de aplicações de inseticidas
organofosforados, sendo que este resultado é proveniente da correlação canônica (parcial) entre o grupo de variáveis
formado pela mortalidade causada por cada um dos quatro inseticidas estudados e o número de aplicações anuais
de organofosforados. Ou seja, por outras palavras, o que se conseguiu perceber é que a mortalidade causada por
estes inseticidas diminuiu com o aumento do número3 de aplicações de organofosforados, e, neste sentido,
aumentou-se, portanto, o número de insetos resistentes a esses compostos.

Tabela 3: Correlação canônica (parcial) e par canônico entre mortalidade causada por diferentes inseticidas e número de
aplicações anuais de inseticidas organofosforados

Para além disto, em segundo lugar, este estudo tambem permitiu averiguar os inseticidas que mais
contribuíram para o padrão de divergência da resistência entre as diferentes localidades. No primeiro eixo canónico
de quatro, que é considerado o de maior peso, os inseticidas etiom e paratiom-metílico apresentaram maior
contribuição para as diferenças entre as populações resistentes. Por outro lado, Clorpirifós e dissulfotom,
contribuíram para o padrão de divergência do segundo eixo. A mesma forma de contribuição foi verificada com os
inseticidas clorpirifós e etiom no terceiro eixo e etiom e paratiom-metílico no quarto eixo.

Assim sendo, a seleção por aplicações contínuas de inseticidas organofosforados é, realmente, importante
na evolução da resistência a clorpirifós, etiom, dissulfotom e paratiom-metílico.

Tabela 4: Eixos canônicos e coeficientes (agrupados na estrutura canônica) de mortalidades de L. coffeella causada por
quatro inseticidas organofosforados

Relativamente a este estudo considerou-se igualmente importante saber-se se a migração de insetos


resistentes de uma região para outra contribui também para evolução da resistência em populações de bicho-
mineiro-do-cafeeiro, motivo pelo qual se analisou a correlação entre a distância de Mahalanobis estimada entre o
espetro de resistência a inseticidas de cada duas populações e a respetiva distância geográfica entre as localidades
obtidas por GPS. Apartir dessa análise conseguiu-se concluir, que efetivamente, a dispersão de insetos de uma
localidade para a outra é relevante na evolução da resistência a inseticidas, mas, a verdade é que a intensidade de
aplicações de inseticidas no local acaba por ser mais relevante para este caso.

Deste modo, consegue-se perceber, com este estudo, que o uso de inseticidas e a migração de indivíduos
resistentes são fatores primariamente importantes no manejo da resistência a inseticidas nessas populações, pois a
redução no ritmo de uso, principalmente de inseticidas organofosforados, pode amenizar o problema e combater o
aumento da resistência aos inseticidas por parte dos insetos. Contudo, é de notar que tal medida só terá um maior
sucesso se for conduzida em escala regional, pois localmente a dispersão de populações, apesar de modesta, poderá
comprometer o sucesso do manejo da resistência em populações de L. coffeella.

Posto isto, segundo tudo o que foi referido anteriormente, podemos concluir que a evolução por seleção
natural é o único mecanismo que explica as formas de adaptação que encontramos na natureza de maneira
consistente. Contudo a resistência a inseticidas adquirida por algumas espécies pode ser considerada uma grande
desvantagem para a sociedade, principalmente para a agricultura, assim sendo, com a finalização deste trabalho é
possível colocar algumas questões: “É favorável utilizar pesticidas na agricultura?”; “O uso de pesticidas pode ser
um problema para a saúde e para o ambiente?”;” No entanto, sem o uso de pesticidas haverá produtos agriculas?”

Na nossa opinião, consideramos favorável a utilização de pesticidas, desde que não sejam utilizados em
excesso, pois o excesso destes, pode contaminar a atmosfera e o solo, causando problemas ambientais e por outro
lado causar problemas de saúde, por exemplo doenças respiratórias e gástricas. No entanto sem o uso destes, os
produtos agrículas correm o risco de desaparecer, consumidos e destruídos pelos diversos seres, como por exemplo
pelo “bicho mineiro”.

Webgrafia

Artigo - file:///E:/Essm/12%C2%BA%20ano/Biologia/Artigo.pdf

https://pt.khanacademy.org/science/biology/her/evolution-and-natural-selection/a/lines-of-evidence-for-evolution

file:///C:/Users/35191/Downloads/cot384-bichomineiro%20(1).pdf

https://ihara.com.br/wp-content/uploads/sites/96/2021/03/ficha-tecnica-bicho-mineiro-ihara.pdf

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