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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA

BAIANO - CAMPUS TEIXEIRA

ANA CAROLINA COSTA BESSA E JOÃO PEDRO FREITAS


VERONESI - 2° ANO AGROPECUÁRIA

ANÁLISE INTEGRADA DE PRAGAS E DOENÇAS NAS CULTURAS


DO CAFÉ, CANA-DE-AÇÚCAR E CACAU

TEIXEIRA DE FREITAS - BA
2023
SUMÁRIO

1. Introdução...........................................................................................................................2
2. Objetivo............................................................................................................................... 2
3. Referencial Teórico............................................................................................................ 3
4. Pragas e doenças da cultura do café - Coffea................................................................ 4
4.1 Pragas do café............................................................................................................. 5
4.1.1 Bicho mineiro - Leucoptera c,offeella.................................................................. 5
4.1.2 Broca-do-café - Hypothenemus hampei..............................................................6
4.1.3 Ácaro vermelho - Tetranychus ludeni.................................................................. 6
4.1.4 Cochonilha - Pinnaspis aspidistra....................................................................... 7
5.1 Doenças do café.......................................................................................................... 8
4.2.1 Ferrugem do café - Hemileia vastatrix................................................................ 8
4.2.2 Cercosporiose do café - Cercospora coffeicola...................................................9
4.2.3 Mancha de phoma - Phoma tarda.....................................................................10
4.2.4 Mancha aureolada do cafeeiro - Pseudomonas syringae pv. Garcae.............. 11
5. Pragas e doenças da cultura da cana-de-açúcar - Saccharum officinarum...............12
5.1 Pragas da cana-de-açúcar......................................................................................... 13
5.1.1 Broca-da-cana - Diatraea saccharalis............................................................... 13
5.1.2 Bicudo da cana-de-açúcar - Sphenophorus levis..............................................13
5.1.3 Cigarrinha da raiz - Mahanarva fimbriolata....................................................... 15
5.1.4 Broca gigante - Castnia licus.............................................................................15
5.1 Doenças da cana-de-açúcar...................................................................................... 16
5.2.1 Raquitismo da soqueira - Leifsonia xyli subsp. xyli........................................... 16
5.2.2 Estrias vermelhas - Acidovarax avenae subsp. avenae....................................17
5.2.3 Podridão abacaxi - Ceratocystis paradoxa........................................................17
5.2.4 Ferrugem marrom - P. melanocephala.............................................................. 18
6. Pragas e doenças da cultura do cacau - Theobroma cacao........................................19
6.1 Pragas do cacau........................................................................................................ 19
6.1.1 Broca do fruto do cacaueiro - Carmenta foraseminis........................................19
6.1.2 Tripes do cacaueiro - Selenothrips rubrocinctus............................................... 20
6.1.3 Chupança do cacau - Monalonion bondari........................................................21
6.1.4 Estenoma - Stenoma decora.............................................................................21
6.2 Doenças do cacau......................................................................................................22
6.2.1 Vassoura de bruxa - Moniliophthora perniciosa................................................ 22
6.2.2 Podridão parda - Monilinia fructicola................................................................. 23
6.2.3 Mal do facão - Ceratocystis fimbriata............................................................... 24
6.2.4 Morte súbita - Verticillium dahliae......................................................................24
7. Referências........................................................................................................................ 26
8. Anexos............................................................................................................................... 33
1. Introdução

O café (Coffea), a cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) e o cacau (Theobroma


cacao) compartilham o contexto agrícola como culturas extremamente importantes
para a produção de commodities alimentares e econômicas em diversos lugares do
mundo. No Brasil, o cultivo de café começou no século XVIII, principalmente no
estado do Rio de Janeiro, impulsionando a economia e consolidando o país como
um dos maiores produtores mundiais (JACTO, 2021). Já a cana-de-açúcar foi
introduzida pelos portugueses no século XVI, tornando-se uma peça-chave na
indústria açucareira brasileira, com plantações extensas no Nordeste
(CANA-DE-AÇÚCAR, 2023), enquanto o cacau, originário da região amazônica,
expandiu-se na Bahia e na região sul, consolidando o Brasil como um importante
produtor global (CACAU, 2023).

Embora compartilhem o contexto agrícola e histórico e tenham impactos


significativos na economia até os dias atuais, cada uma dessas culturas tem suas
características específicas, como por exemplo suas épocas distintas de plantio e
colheita, particularidades morfológicas, manejo adequado, processamento,
subprodutos, produto final etc. Entretanto, mesmo com todas essas diferenças, elas
possuem algo em comum: sua suscetibilidade a pragas e doenças que podem
impactar significativamente sua produção e, em casos mais graves, levar até
mesmo a morte da lavoura.

A prevenção, identificação e controle de pragas e doenças na agricultura não


apenas protege e fortalece as culturas e os meios de subsistência dos agricultores,
mas também desempenha um papel crucial na construção de sistemas agrícolas
mais sustentáveis, saudáveis e eficientes. Além disso, também é capaz de diminuir
prejuízos e garantir produtos de qualidade na mesa do consumidor.

2. Objetivo

Esse documento tem como objetivo informar doenças e pragas do café,


cana-de-açúcar e cacau, como prevenir as mesmas, como manejar a cultura caso
as pragas e doenças já estejam presentes.
3. Referencial Teórico

Nos dias atuais, uma das principais dificuldades dos produtores agrícolas é a gestão
sustentável e eficiente das suas lavouras no que diz respeito aos ataques de
doenças e pragas nas mesmas, já que tais situaçãos trariam a destruição da lavoura
e uma má colheita futura. Manter as plantas sãs durante toda a campanha é um
desafio que carece tanto da experiência do agricultor como de ferramentas e
técnicas que o ajudem a concluir tal objetivo.

Para identificar a presença de patologias e pestes em sua plantação, o agricultor


deve primeiramente realizar uma observação regular para contemplar se há alguma
anomalia na área. A identificação precoce é crucial para um controle eficaz de
problemas fitossanitários e, caso haja a detecção, deve-se considerar a
implementação de medidas adequadas para limitar os danos e proteger sua
plantação.

Vale salientar que existe diferença entre praga e doença. Sendo assim, é
considerado praga qualquer organismo que possa ser visto a olho nu
(NASCIMENTO JÚNIOR, 2009) e que em algum momento possa causar dano aos
cultivos, como ácaros, insetos e nematóides. Já as doenças envolvem condições
patológicas causadas por agentes patogênicos, como fungos, bactérias, vírus e
nematóides. Entretanto, é necessário destacar que, segundo CZYMMECK (2010),
na agroecologia não existem pragas, e sim organismos que ocupam diferentes
posições nos ecossistemas.

No sistema convencional de manejo (agricultura moderna), uma das formas de


controle de pragas e doenças é feita de forma química, principalmente com o uso de
pesticidas, que é reconhecidamente o causador de diversos problemas ambientais,
como por exemplo: a contaminação das águas, do solo e dos dos alimentos,
intoxicação de pessoas, resistência de pragas, patógenos, plantas invasoras,
desequilíbrio biológico, redução da biodiversidade, mudanças na ciclagem de
nutrientes e matéria orgânica, e a eliminação de insetos benéficos (BETTIOL;
GHINI, 2003). Já no sistema agroecológico, existe a necessidade de resgatar um
manejo mais sustentável e economicamente viável que não afete o funcionamento
da biodiversidade e dos recursos naturais disponíveis.

Segundo SALAZAR, et Al., 2019, a agricultura sustentável se baseia em quatro


alicerces fundamentais:

“sustentabilidade (habilidade para manter o sistema em


existência por um longo período de tempo quando
submetido a estresse), estabilidade (obtenção consistente
de rendimento a curto ou longo prazo), produtividade
(capacidade de produção por área) e equidade (distribuição
relativa de riqueza na sociedade)”

O primeiro passo para o manejo agroecológico é o redesenho da propriedade. É


necessário criar uma paisagem diversificada e subdividida, como por exemplo: a
divisão da propriedade em setores com glebas, árvores como quebra ventos,
cortinas arbóreas, cercas vivas; cultivos em faixas ou mandalas; etc. Todas essas
práticas devem levar em consideração as atividades agrícolas realizadas na
propriedade, para que assim o agricultor consiga maximizar o desempenho e ainda
consiga reduzir as infestações de “pragas” e enfermidades na lavoura.

Contudo, existem também outras técnicas que caminham juntamente com o manejo
ecológico. Os defensivos agrícolas naturais são os produtos originários de partes
de, ou compostos por plantas, microrganismos, animais e minerais ( EMBRAPA,
2016). O uso das substâncias extraídas de plantas com atividades inseticidas é
destacado, devido ao fato de serem renováveis, facilmente degradáveis e por não
agredirem ao meio ambiente ou a saúde humana (SALAZAR, et Al, 2019). No
entanto, é válido ressaltar que tais práticas e técnicas não erradicam totalmente os
problemas fitossanitários de uma área onde ele esteja presente, mas tornam sua
ocorrência na área equilibrada, a ponto de não causar danos econômicos ao
produtor (SANTOS, 2022).

4. Pragas e doenças da cultura do café - Coffea

O café, originário da África, tem uma história rica e diversificada que remonta a
lendas antigas. Diz-se que o pastor etíope Kaldi descobriu os efeitos estimulantes
das bagas de café ao observar o comportamento enérgico de suas cabras após
consumirem a planta. No século XV, o café começou a ser cultivado em grande
escala no Oriente Médio, tornando-se parte essencial da cultura árabe.

O café transcende seu papel agrícola, tornando-se uma commodity comercializada


globalmente e desempenhando um papel econômico significativo. Em diversas
culturas, o café é mais do que uma simples bebida; é parte integrante de rituais
sociais, como a "cerimônia do café" em alguns países africanos. Assim, a trajetória
da cultura ao longo dos séculos destaca não apenas sua importância econômica,
mas também seu impacto cultural e social em todo o mundo (TERRAMUNDI, 2019).

As espécies mais conhecidas são Coffea arabica e Coffea canephora (robusta). A


principal diferença entre essas espécies está nas características do café produzido
por cada uma. O café arábica é conhecido por ter um sabor mais suave e complexo,
com uma acidez mais pronunciada. Além disso, o arábica geralmente contém
menos cafeína em comparação com o conilon. Por outro lado, o café conilon
(robusta) é reconhecido por ter um sabor mais forte. Além disso, o conilon possui
um teor de cafeína mais elevado, o que contribui para seu perfil de sabor distintivo.
Outras diferenças incluem as condições de cultivo, com o arábica sendo mais
sensível às variações climáticas e, portanto, geralmente cultivado em altitudes mais
elevadas, enquanto o conilon é mais resistente e pode ser cultivado em condições
mais baixas e tropicais. O café arábica e o conilon (ou robusta) apresentam
distinções morfológicas visíveis em diferentes partes das plantas.

O arábica exibe folhas mais alongadas e estreitas, enquanto o conilon possui folhas
mais largas, conferindo-lhe uma aparência mais “robusta”. Em termos de altura, o
arábica tende a ser uma planta mais delicada, enquanto o conilon é conhecido por
sua robustez. Quanto aos frutos, as cerejas do arábica são geralmente ovais,
enquanto as do conilon tendem a ter uma forma mais arredondada. Essas
características morfológicas oferecem uma distinção visual entre as duas espécies
de café, contribuindo para suas identificações botânicas.

4.1 Pragas do café

4.1.1 Bicho mineiro - Leucoptera c,offeella

A mariposa-do-café (Leucoptera coffeella), conhecida popularmente como "bicho


mineiro", é uma mariposa que ataca as folhas do cafeeiro. Com metamorfose
completa, este inseto passa pelas fases: ovo, lagarta, pupa e adulto, sendo a lagarta
a causadora de dano ao cafeeiro. O ciclo de vida deste inseto varia de acordo com
temperatura, umidade relativa e chuva. Durante a época de seca, o ataque da praga
é geralmente mais intenso do que em períodos mais úmidos (EMBRAPA, 2020),
dessa forma períodos de estiagem favorecem essa praga.

A lagarta se alimenta no mesofilo das folhas do cafeeiro, criando “minas”, o que dá


origem ao nome comum da praga: bicho-mineiro do cafeeiro (REHAGRO, 2023). As
minas causam necrose e diminuição da superfície da folha, levando a uma menor
taxa fotossintética das plantas e consequente esgotamento de sua energia, o que
causa queda de produtividade. Os danos causados por este inseto incluem a
desfolha e amarelamento, além disso a sua infestação pode levar à morte da planta.

No controle cultural, o produtor deve aplicar práticas culturais adequadas para


proporcionar um maior enfolhamento das plantas. No controle genético, a busca por
cultivares mais resistentes à praga deve ser considerada antes do plantio. O
controle biológico, que ocorre naturalmente com predadores e parasitas de
bicho-mineiro e consiste na diversificação do ambiente agrícola e no uso racional de
agroquímicos visando aumento da população de inimigos naturais na cultura (as
vespas, que perfuram as minas e retiram as larvas e também as formigas). No
controle químico, pode-se utilizar os grupos químicos, como neonicotinóides,
organofosforado, diamidas, espinosinas, piretróide e carbamato, podendo aparecer
um grupo químico ou a associação de mais de um deles (REHAGRO, s.d.).
4.1.2 Broca-do-café - Hypothenemus hampei

A broca-do-café (Hypothenemus hampei) é um pequeno besouro de cor preta e seu


ciclo de vida dura cerca de 21 a 63 dias (AGROBAYER, 2020) e contempla as
seguintes fases: ovo, período larval, pré-pupa, pupa e adulto. São as larvas as
causadoras de dano à planta, pois se alimentam do grão do café.

Suas fêmeas adultas medem aproximadamente 1,7mm de comprimento e 0,7mm de


largura e atacam a coroa do fruto, são elas que atacam a região da coroa do fruto,
perfurando os grãos e depositando seus ovos algum tempo depois. As larvas que
nascem desses ovos se alimentam dos grãos do café, danificando normalmente
uma das sementes do fruto. Os machos são menores e medem cerca de 1,2mm por
0,5mm de largura, têm as asas atrofiadas e não voam, por isso ficam dentro dos
frutos.

Os danos causados pela incidência de broca no cafeeiro vão de queda antecipada


dos frutos, redução do peso dos grãos (dependendo da infestação) e depreciação
do tipo do café, isso devido ao aumento de grãos danificados. Ademais, os as
brocas nos grãos causados pelas larvas podem servir como porta de entrada para
patógenos, podendo assim ocorrer fermentações indesejáveis, que comprometem a
qualidade da bebida e alterações fisiológicas na planta como resposta ao ataque do
inseto.

As condições favoráveis para essa praga são: estiagem na época de chuva, altas
temperaturas, baixa umidade no ar, colheita mal feita (grãos deixados no solo após
uma colheita ineficiente podem servir de abrigo para a broca-do-café) e
espaçamento reduzido (lavouras com espaçamento mais adensado retém mais
umidade e reduz a luminosidade, tais condições são ideais para o desenvolvimento
da praga). O ataque começa entre os meses de outubro a dezembro, que são os
meses em que a umidade e temperatura começam a se elevar, e quando os
primeiros frutos no estádio chumbão começam a surgir.

Para prevenção, é recomendável realizar uma segunda colheita após a colheita


principal com o objetivo de garantir que 100% dos grãos estejam fora, retirando
assim um possível ambiente para reprodução e alimentação da praga. O controle
biológico pode ser feito através da vespa de Uganda (uma predadora da broca) do
parasitóide Prorops nasuta, e do fungo Beauveria bassiana que atua colonizando a
broca. Já para o controle químico, pode-se utilizar grupos químicos: Ciantraniliprole,
Clorpirifós, Clorantraniliprole, Abamectina e Espinosade. Além disso, existe também
a possibilidade do controle da praga por meio de armadilhas com etanol
(REHAGRO, s.d.).
4.1.3 Ácaro vermelho - Tetranychus ludeni

O ácaro vermelho (Tetranychus ludeni) é um pequeno aracnídeo que na sua fase


adulta mede cerca de 0,3 mm. Seu ciclo de vida abrange as fases ovo, larva e ninfa
e fica completo em cerca de 14 dias, sendo favorecido quando as temperaturas
estão mais altas e o clima mais seco, que é quando as plantas concentram mais
nutrientes em suas folhas (TORRES, 2021).

Essa praga possui uma espécie de estilete em seu corpo que, quando inserido na
superfície foliar e retraído, realiza uma sucção que retira o seu líquido celular. Essa
praga reduz a fotossíntese e produção de energia pela planta, consequentemente
causa amarelamento e ressecamento das folhas. Por isso, quando ataca as
espécies mais jovens, ele pode até mesmo levar à morte delas. Ademais, podem
provocar também queda de folhas e afetar a frutificação da próxima safra.

Como esse ácaro é favorecido em períodos mais secos, chuvas abundantes podem
reduzir sua população, então em muitos casos não é necessário o controle químico.
Produtos acaricidas comumente usados no manejo do ácaro-vermelho em café
incluem enxofre, acaricidas químicos como abamectina e óleos minerais. Além
disso, o controle biológico pode ser alcançado introduzindo predadores naturais,
como ácaros predadores e joaninhas.

A incidência específica do ácaro vermelho pode variar de acordo com a localização


geográfica e as condições climáticas da região. Em climas temperados, geralmente,
os meses de primavera (março a junho) e verão (junho a setembro) são períodos
em que as temperaturas mais quentes favorecem o aumento da atividade desses
ácaros.

4.1.4 Cochonilha - Pinnaspis aspidistra

A cochonilha é um inseto pequeno que mede cerca de 2 a 5mm, e tem um formato


ovalado. Há vários tipos de cochonilhas, que afetam diferentes culturas. Só na
cultura do café no Brasil, existem cerca de 16 espécies desta praga, sendo sete
mais comuns nas raízes e nove na parte aérea. A espécie mais comum na cultura
do café é a cochonilha farinhosa (Pinnaspis aspidistra), que é facilmente
reconhecível pelo seu corpo branco e farinhento (VELOSO, s.d.).

O ciclo de vida da cochonilha farinhenta envolve estágios de ovo, ninfa e adulto. O


ciclo de vida específico da cochonilha farinhenta pode variar, mas em condições
ideais, o processo completo pode durar de algumas semanas a cerca de dois
meses. Essa é uma estimativa geral, e fatores como temperatura, umidade e
disponibilidade de alimentos podem influenciar a duração exata do ciclo de vida. A
faixa de temperatura ideal para o seu desenvolvimento costuma estar entre 20°C a
30°C.
Esse inseto suga a seiva das folhas e, por isso, enfraquece a planta. A cochonilha
também é conhecida pela secreção de uma substância açucarada que atrai
formigas e provoca o aparecimento de fumagina, um fungo muito prejudicial à
fotossíntese (ROHRIG, 2023). As folhas da planta afetada começam a ficar
amareladas ou avermelhadas e, eventualmente, começam a cair. Vale salientar que
as folhas doentes também podem apresentar manchas pretas quando fungos são
formados nas mesmas.

Para a prevenção da cochonilha na lavoura é importante fazer a poda correta das


plantas, eliminando ramos secos e doentes que podem se tornar um ambiente
propício para a proliferação de pragas. Mas caso o inseto já tenha se instalado na
plantação, recomenda-se a aplicação de inseticidas registrados para a cultura, como
neonicotinoides e piretroides. No controle biológico, são usados inimigos naturais da
cochonilha, como a vespa parasitóide Encarsia formosa e a joaninha Cryptolaemus
montrouzieri.

Em relação à época de incidência, ela pode ocorrer ao longo do ano todo.

5.1 Doenças do café

4.2.1 Ferrugem do café - Hemileia vastatrix

A ferrugem é um fungo da espécie Hemileia vastatrix que se alimenta das células


das plantas. É considerada a doença mais importante em termos de necessidade de
controle e se caracteriza pelo aparecimento de pústulas com esporos de coloração
amarelo escura e/ou marrom na superfície foliar, a partir da emergência até o
estádio de maturação, provocando desfolha.As folhas caem e, consequentemente, a
fotossíntese realizada pelo cafeeiro também. A planta perde a capacidade de
produzir carboidrato, o que prejudica o crescimento do cafeeiro (REHAGRO, s.d.).

Os esporos da ferrugem são espalhados pelo vento, germinam e penetram nas


folhas.
Inicialmente, não é possível perceber nenhuma alteração aparente na planta, o que
vai ocorrer apenas algum tempo depois da infestação, quando o fungo se reproduzir
e esporular. Nesse momento, as manchas começam a surgir e a doença já causou
danos à plantação.

Algumas situações que podem favorecer o surgimento da doença são: alta umidade,
temperaturas entre 20 e 24°C, baixa luminosidade, alta quantidade de folhas na
planta.

Quando atacada pela doença, os sintomas aparentes na planta são: manchas


cloróticas, possíveis de serem vistas com as folhas colocadas contra a luz; manchas
na face inferior da folha de coloração amarelo-alaranjada; aparecimento de massa
pulverulenta de uredosporos sobre a mancha; necrose de partes do tecido foliar. Já
os danos sofridos são os seguintes: desfolha, acarretando em prejuízos já naquela
safra; redução da produção e prejuízos para a próxima safra do cafeeiro
(REHAGRO s.d.).

O manejo de controle contra a ferrugem deve ser preventivo (já que os sintomas só
se tornam aparentes quando o dano se inicia) e feito por meio da aplicação de
fungicidas cúpricos a base de cobre, moléculas de triazol e estrobilurina, nos meses
de novembro até março a abril, dependendo das condições de chuva do ano. Caso
a lavoura já esteja contaminada, o ideal é entrar com um fungicida, de preferência o
triazol para evitar maiores danos (dependendo do caso, são necessárias de 2 a 4
aplicações na lavoura).

4.2.2 Cercosporiose do café - Cercospora coffeicola

A cercosporiose do café é uma doença causada pelo fungo Cercospora coffeicola e


também é conhecida como mancha-de-cercospora ou mancha de olho pardo. Essa
doença ataca as folhas e também os frutos do café, prejudicando a qualidade dos
grãos. A cercosporiose causa prejuízos ao cafeeiro desde a sua fase jovem até a
adulta e fica atrás da ferrugem em importância para as doenças do café.

A doença é favorecida em temperaturas entre 18°C e 25°C, com elevada umidade e


elevada radiação solar. Após períodos de chuva seguidos de veranicos ou em
períodos de intensa radiação solar e déficit hídrico, a doença pode ser intensificada.
Além disso, o desequilíbrio nutricional também pode influenciar na incidência da
doença. Em sistemas convencionais, outros fatores podem resultar em maior
suscetibilidade da cercosporiose no café são: menores teores de cálcio; magnésio
foliares nas fases de granação e maturação dos frutos; carência de nitrogênio.

A cercosporiose pode causar danos em mudas, folhas e frutos. Nas folhas, os


sintomas inicialmente são pequenas manchas circulares de coloração
marrom-escura, que vão crescendo rapidamente. Em seguida, o centro das lesões
fica cinza-claro e um anel amarelo aparece em volta dele. Além disso, algumas
lesões podem não formar o halo amarelado. As manchas podem ser mais escuras,
sem a formação do centro cinza-claro. Nesses casos, a doença é chamada de
cercospora negra (ela é muito comum em cafeeiros com deficiência de fósforo). As
folhas atingidas caem rapidamente, causando intensa desfolha das plantas e até
mesmo a seca dos ramos. Por isso, a fotossíntese da planta é prejudicada. As
mudas podem se tornar raquíticas devido à desfolha intensa, consequentemente
impróprias para a comercialização e plantio (REHAGRO, s.d.).

Nos frutos, os sintomas começam a surgir quando ainda estão pequenos e


aumentam no início da granação. Esses sintomas são pequenas manchas
necróticas de coloração marrom a preta. Além disso, também ocorre queda
prematura dos frutos, maturação acelerada, aumento da quantidade de grãos
cochos etc. Essas lesões da casca necrosada ficam aderidas à semente, causando
assim grãos quebrados e de má qualidade, prejudicando a qualidade da bebida.

A doença é favorecida em temperaturas entre 18 e 25°C, com alta umidade, alta


radiação solar e muitas vezes até desequilíbrio nutricional (menores teores de cálcio
e nitrogênio, magnésio foliares nas fases de granação e maturação dos frutos).
Após atingir a planta sob as condições favoráveis, a sua germinação ocorre e se dá
através da penetração da cutícula. É importante destacar que em períodos de
chuvas seguidos de veranicos a doença tende a ser intensificada.

Para prevenir a doença em sua lavoura, o produtor deve adotar as seguintes


práticas: realização de fertilização equilibrada e dosada para sua necessidade,
disponibilizar níveis adequados de nitrogênio, evitar excesso de umidade, realizar o
cultivo em áreas bem drenadas etc.

O controle químico deve ser feito por meio de pulverizações que vão desde o
período de dezembro até fevereiro, 2-3 pulverizações, quando as plantas ficam mais
susceptíveis e o ataque passa das folhas para os frutos. Como coincide a época
adequada à evolução da ferrugem, o uso de fungicidas protetivos adequados pode
resultar no controle simultâneo das ambas as doenças. Os três grupos fungicidas
mais eficientes contra a cercosporiose são os cúpricos, as estrobilurinas e os
tiofanatos. Com eficiência média se situam produtos ditiocarbamatos (maneb,
mancozeb) e o triazol tebuconazole. Entretanto, os produtos fungicidas triazóis
geralmente tem pouca ação contra a cercosporiose, existindo formulações prontas
de triazóis + estrobirulinas (Sphere, Opera, PrioriXtra, Aproach-prima e outros
semelhantes) (MATIELLO, 2018).

4.2.3 Mancha de phoma - Phoma tarda

A mancha de de phoma, cujo principal agente etiológico é Phoma tarda, é uma


doença fúngica que pode ocorrer no cafeeiro desde a fase de mudas até a fase
adulta do cafeeiro.

Essa doença atinge as folhas, os ramos, as flores e os frutos do cafeeiro. Nas


folhas, o fungo geralmente ataca com maior intensidade as mais novas e, quando
esse ataque ocorre, pode -se observar manchas irregulares de coloração negra,
com diâmetro aproximado entre 0,5 a 2,0 cm. Os sintomas se iniciam na borda do
limbo foliar que, com o desenvolvimento da doença, adquire aspecto enrugado e
posteriormente necrosado. Nos ramos, a doença chega através de aberturas
causadas pela queda das folhas nos primeiros cinco nós.

Quando infectado, o ramo começa a secar do ápice até a base, ocasionando em


uma alta queda de folhas. Outro sintoma do ataque de phoma nos ramos é o
superbrotamento, pois a morte das extremidades dos ramos, gera uma grande
quantidade de ramos laterais.

Nas flores, o ataque da doença leva à queda de botões florais e flores. Os frutos
podem ser atacados em qualquer fase de seu desenvolvimento e eles se tornam
negros e mumificados, enquanto em frutos já formados aparecem pontuações
negras.

Os períodos do ano em que as condições citadas anteriormente ocorrem com maior


frequência são entre os meses de março a abril, final do período chuvoso, e de
setembro a outubro, início do período chuvoso. Sendo assim, condições favoráveis
à doença são: temperaturas mais baixas (entre 16 a 20°C); ventos constantes, pois
podem causar pequenos ferimentos nas folhas, favorecem a penetração do
patógeno; umidade elevada e regiões com altitude elevada, como por exemplo o
estado do Espírito Santo e algumas localidades na Zona da Mata Mineira
(MERLADETE, 2019).

O controle preventivo tem sido a principal medida recomendada para manejo da


doença. Em áreas sujeitas a ventos fortes, recomenda-se a instalação de
quebra-ventos. Adubações equilibradas (se atentando principalmente ao equilíbrio
com nitrogênio e ao fornecimento de cálcio devido a sua constituição na parede
celular) também evitam o desequilíbrio nutricional do cafeeiro, o que diminui o
esgotamento de ramos produtivos, desfavorecendo a incidência do fungo. Já com
relação ao controle químico, recomenda-se que seja feito de maneira preventiva,
mais especificamente antes dos períodos mais favoráveis à doença, ou seja, no
outono e no inverno. Entretanto, caso a doença já esteja instalada na lavoura,
algumas opções de controle químico incluem pulverizações de boscalida ou
boscalida + casugamicina + dióxido de cloro a cada 30 ou 60 dias. Ademais, a
doença pode ser controlada com pulverizações de oxicloreto de cobre (0,3%) logo
após o surgimento dos primeiros sintomas e subsequentes com intervalos de até 20
dias.

4.2.4 Mancha aureolada do cafeeiro - Pseudomonas syringae pv.


Garcae

A mancha aureolada é uma doença causada pela bactéria Pseudomonas syringae


pv. Garcae. Essa doença era mais comum nas regiões mais frias do país, como os
estados do Paraná e São Paulo, porém, nos últimos anos tem-se constatado
também nas zonas do Cerrado Mineiro (Triângulo e Alto Paranaíba), Sul de Minas e
áreas de elevada altitude das Matas de Minas.

Geralmente tem maior severidade em lavouras novas, com até 4 anos, mas
lavouras velhas que foram podadas e viveiros de mudas também podem ser
altamente vulneráveis à doença. A bactéria é capaz de penetrar o cafeeiro por
diversos mecanismos, podendo ser através de ferimentos ou através de aberturas
naturais, como estômatos, hidatódios, nectários e flores.

A bactéria ataca de forma sistêmica os ramos, que inicialmente ficam com uma
coloração escura. Em seguida, ataca as folhas e o sintoma se caracteriza por uma
mancha necrótica de coloração parda, podendo ser envolvida por um
halo-amarelado, consequentemente levando à queda das folhas e diminuição da
produção de fotossíntese. Já nos órgãos florais do cafeeiro, causa a queda de flores
e frutos chumbinhos, e consequentemente diminuição da produção.

A mancha aureolada ocorre pela combinação de diversos fatores, são alguns deles:
locais com alta incidência de ar e ventos frios; problemas após podas no cafeeiro;
lavouras atingidas por chuvas de pedra; altitudes elevadas redução da temperatura
e aumento da umidade relativa e excesso de K na planta.

No campo, o controle deve ser preventivo e pode ser realizado através do plantio de
barreiras quebra-vento ao redor da cultura, para assim manter um maior
espaçamento entre as plantas, evitando um possível acúmulo de umidade por
longos períodos. Entretanto, controles químicos por meio de pulverizações
preventivas com cúpricos no campo e Hidróxido de Cobre e Casugamicina no
viveiro estão obtendo melhores resultados (OLIVEIRA, 2023).

5. Pragas e doenças da cultura da cana-de-açúcar - Saccharum


officinarum

A cana de açúcar, originária da Ásia, foi trazida para o Brasil pelos portugueses
durante o período colonial, por volta do século XVI. A planta se adaptou muito bem
ao clima e ao solo brasileiro, o que fez com que o país se tornasse um dos maiores
produtores de açúcar do mundo (WIKIPEDIA, 2023).

Durante o período da escravidão, a produção de cana-de-açúcar desempenhou um


papel crucial na economia de várias regiões, como as Américas. A produção da
cultura foi impulsionada pela mão de obra escrava e contribuiu significativamente
para a economia global, gerando lucros substanciais para os colonizadores. No
entanto, esse desenvolvimento econômico ocorreu à custa do sofrimento humano,
deixando um impacto duradouro nas comunidades afetadas. Atualmente a cana é
uma das principais culturas agrícolas do Brasil e tem grande importância para a
economia do país. Além de ser utilizada na produção de açúcar, a cana também é
matéria-prima para a produção de etanol, um biocombustível renovável que é
utilizado como substituto da gasolina.

A cana de açúcar pertence à família das gramíneas (Poaceae porta) com herbácea
tropical, uma altura que varia de 2,5 a 6 metros. As hastes, com diâmetro de 1,5 a 6
cm, estão cheias. As folhas, alternadas, são divididas em duas fileiras opostas e têm
um ramo de cerca de 1 m de comprimento por 2 a 10 cm de largura, pesando cerca
de 300 g e mais. O colmo, o caule da planta, é cilíndrico, oco e marcado por nós e
entrenós bem definidos. As folhas, alternadas e serrilhadas, envolvem o colmo por
meio de bainhas. A planta reproduz-se principalmente por brotações laterais,
conhecidas como rebentos ou colmos, resultando em um cultivo geralmente iniciado
por mudas. A cana-de-açúcar produz inflorescências em panícula, embora suas
flores sejam discretas. O sistema radicular é do tipo fibroso, com raízes finas e
numerosas, desenvolvendo-se na camada superficial do solo para absorver água e
nutrientes.

5.1 Pragas da cana-de-açúcar

5.1.1 Broca-da-cana - Diatraea saccharalis

A broca-da-cana (Diatraea saccharalis), tem um ciclo de vida que dura de 60 a 90


dias e é dependente da temperatura do ambiente. Em média o ciclo dura: 6 dias na
fase de ovo, 28 dias na fase de larva, 10 dias na fase de pupa e 4-5 dias na fase
adulta. A fase de maior incidência do inseto ocorre entre os meses de outubro a
março, período favorável para reprodução da praga devido a maior quantidade de
chuva e altas temperaturas

A praga causa mais danos à planta quando está no estágio larval. As larvas, depois
de eclodidas e após a primeira ecdise, começam a perfurar os colmos e iniciam a
abertura de galerias através da sua alimentação. Os primeiros sintomas do ataque
podem ocorrer precocemente, no terceiro mês após o plantio ou da rebrota da
cana-soca, durante a formação dos internódios. Um sintoma comumente observado
para identificação é o secamento de folhas apicais em crescimento, isso porque as
larvas causam a morte dos pontos de crescimento, o que pode induzir enraizamento
aéreo.

A alimentação das larvas no interior dos colmos compromete a integridade da


planta, o que resulta em uma redução significativa na produção de biomassa e,
consequentemente, na quantidade de açúcar ou etanol obtido. Além da diminuição
na produção, a presença da broca-da-cana pode prejudicar a qualidade do açúcar
produzido. Os danos aos colmos dificultam a extração eficiente do açúcar durante o
processamento, afetando a pureza e as características do produto final. O
enfraquecimento das plantas é outro impacto relevante, potencialmente levando ao
colapso das plantações. Ademais, o afinamento do colmo e brotações desenfreadas
também podem ser um indicativo da presença da broca no canavial
(AGROADVANCE, 2023).

Uma das principais estratégias de manejo da broca se faz por meio de agentes
biológicos de controle. Parasitas da espécie Cotesia flavipes têm sido
eficientemente utilizados para combater a broca na fase larval e o parasita
Trichogramma galloi tem sido eficientemente utilizado para o controle na fase de
ovo. A broca da cana-de-açúcar também pode ser controlada por meio de
pulverização de triflumuron, lufenuron ou fipronil, direcionada para a região do
palmito, quando houver 3% de canas com lagartas recém-eclodidas.

5.1.2 Bicudo da cana-de-açúcar - Sphenophorus levis

O bicudo da cana-de-açúcar (Sphenophorus levis) é um besouro que ataca a


touceira da cana, diminuindo a sua produtividade e limitando a longevidade da
cultura. Seu desenvolvimento envolve várias fases, incluindo ovos, larvas e adultos.
As fêmeas depositam ovos nas bainhas das plantas, e as larvas destroem o rizoma
e os colmos das plantas para se desenvolverem. Após passar pela fase larval, o
bicudo emerge como um adulto e continua o ciclo reprodutivo. O ciclo de vida da
praga é longo, seus machos vivem cerca de 203 dias, enquanto as fêmeas vivem
224, podendo ovipositar de 40 a 70 ovos (AGROBAYER, 2022).

Uma característica marcante dessa espécie é se fingir de morto quando manuseado


(tanatose) (PAIVA, s.d.).

A incidência do bicudo da cana-de-açúcar pode ser mais pronunciada durante os


meses de primavera e verão, que geralmente compreendem os meses de setembro
a março. No entanto, é importante observar as condições climáticas específicas da
região, pois a temperatura e a umidade são fatores determinantes para a atividade
desses insetos.

Seu principal sintoma é o secamento das folhas mais velhas evoluindo para o
secamento das folhas mais novas. Os canaviais afetados por essa praga
geralmente não passam do segundo corte, pois a ação do bicudo reduz a
produtividade das plantas. Ademais, o ataque dessa praga também provoca o
aumento da proliferação de plantas invasoras, que acontece por conta das falhas
nos perfilhos que a praga faz.

O bicudo- da-cana é de difícil controle, já que as larvas estão, geralmente,


protegidas e podem continuar no canavial após o corte da soqueira. Aliás, a praga
pode chegar a áreas ainda não infestadas por meio de mudas originárias de viveiros
onde não ocorre vigilância contra a praga ou, até mesmo, no transporte das
mesmas, sendo essa a principal forma de distribuição.

Para o manejo do bicudo, primeiramente recomenda-se que aconteça um


monitoramento, este pode ser feito pela observação dos sintomas ou da abertura de
trincheiras. E por último, o monitoramento de adultos pode ser realizado pela
instalação de iscas, feitas com um tolete de cana-de-açúcar com aproximadamente
30 cm. Essa opção costumava ser utilizada no controle quando essas iscas eram
embebidas em uma solução de melaço e inseticida, que atraia a praga e a matava,
porém deixou de ser utilizada por ser um método relativamente custoso.

Durante a renovação do canavial, é necessária a eliminação total das soqueiras e


preparo do solo para exposição e controle dos insetos, em seus diferentes estágios.
É de extrema importância que essa etapa seja realizada em períodos de seca.
Lembre-se sempre que, caso a infestação seja maior que 30% dos toletes atacados,
a renovação é medida obrigatória para evitar maiores problemas. Embora se
caracterize como uma medida eficaz, os bons resultados atingidos pelo corte da
soqueira restringem-se ao primeiro corte, além do alto custo envolvido, tornando-se
uma alternativa indesejada pelos produtores. Se os níveis de infestação forem
menores que 30% após a colheita, se torna necessária a aplicação de inseticidas na
soqueira, que possui maior eficiência devido ao aumento da área de contato entre a
praga e a calda.

5.1.3 Cigarrinha da raiz - Mahanarva fimbriolata

A cigarrinha da raiz (Mahanarva fimbriolata), como seu nome já diz, é uma cigarra
que se alimenta das raízes e radicelas da cana. O ciclo biológico da
cigarrinha-das-raízes apresenta duração média de 60 dias, podendo chegar a até 80
dias. Isso possibilita a presença de cerca de três gerações da praga a cada safra da
cana. O inseto possui uma coloração avermelhada nos machos e marrom
avermelhado nas fêmeas, estas realizam a postura em bainhas secas das plantas
ou sobre o solo, nas proximidades dos colmos.

Os maiores prejuízos são causados pelos adultos que succionam a seiva da planta
e transmitem toxinas que causam a queima das folhas, além de provocar perda de
peso e de matéria prima. Os sintomas mais comuns são estrias amareladas no
limbo foliar, bordos enrolados e definhamento do colmo. A infestação é identificada
pela presença de uma espuma esbranquiçada semelhante à espuma de sabão, na
base da touceira (MALIZESLKI, 2021).

As condições favoráveis para a incidência de pragas como o bicudo da


cana-de-açúcar e a cigarrinha estão diretamente relacionadas a fatores climáticos e
ambientais. O clima quente, predominante durante os meses de primavera e verão
(setembro a março), cria um ambiente propício para a reprodução e atividade dessa
praga. A umidade adequada também desempenha um papel crucial, favorecendo o
desenvolvimento e a sobrevivência desses insetos. Além disso, condições agrícolas
inadequadas e desfavoráveis, podem contribuir para a propagação dessas pragas.
O controle da praga pode ser realizado de forma biológica, por meio da mosca
Slapingogaster nigra, que é uma predadora natural das ninfas da cigarrinha e o o
fungo Metarhizium anisopliae. Além disso, o controle químico apresenta bons
resultados e pode ser feito por meio do inseticida Entigris (MALIZESLKI, 2021) e
deve acontecer nas fases de ninfas e adultos
5.1.4 Broca gigante - Castnia licus

A broca gigante (Diatraea saccharalis) passa por diferentes estágios em seu ciclo de
vida na cana-de-açúcar. Seu ciclo de vida dura cerca de 6 semanas e começa como
ovo, depois larva, pupa e, por fim, mariposa. A praga pode ter quatro gerações por
ano, distribuídas entre outubro e novembro, dezembro e janeiro, fevereiro e abril e
em maio e junho, mas ela pode ocorrer durante todo o ano (SILVA, s.d.).

Os insetos adultos possuem uma coloração escura, quase preta, e apresentam


manchas brancas na região apical, acompanhadas de uma faixa transversal branca
na asa anterior. A asa posterior apresenta manchas avermelhadas e uma faixa
transversal mais larga.

As lagartas perfuram o colmo da cana e formam galerias, fazendo surgir o sintoma


conhecido como “coração morto”, que é basicamente responsável pela morte da
gema apical, o que leva a perda de peso e facilita a penetração de fungos que
penetram no colmo e invertem a sacarose, o que diminui a produção de açúcar e
causa prejuízos industriais. Outro impacto da ação da praga é a redução da
germinação na touceira, isso porque quando a cana é cortada as lagartas passam a
se alojar dentro das touceiras e se alimentam do rizoma.

Como a praga se aloja dentro da planta, o controle químico se torna pouco


ineficiente, já que a maioria é de aplicação via aérea. Por conta dessa dificuldade, o
método de controle mais eficaz ainda é o cultural e consiste em apanhar as larvas e
pupas manualmente com ajuda de um enxadeco e capturar as mariposas com rede
entomológica.

5.1 Doenças da cana-de-açúcar

5.2.1 Raquitismo da soqueira - Leifsonia xyli subsp. xyli

O raquitismo-das-soqueiras é causado pela bactéria fastidiosa Leifsonia xyli subsp.


xyli que coloniza os vasos de xilema da planta. Essa bactéria tem capacidade de
sobreviver por até 6 meses, no solo ou em restos vegetais. Ela penetra as plantas
por meio de ferimentos e o seu principal dano é na produtividade, pois as plantas
doentes apresentam menor formação e crescimento dos colmos.

A sua transmissão ocorre mecanicamente através de ferimentos, quando as lâminas


das colheitadeiras ou dos facões cortam uma planta doente e, em seguida, uma
planta saudável e também pode ocorrer por meio de mudas contaminadas. Essa
doença não apresenta sintomas externos característicos e por conta disso a sua
identificação é relativamente complicada. Entretanto, é possível observar um
subdesenvolvimento das plantas infectadas, que se intensifica a cada ciclo e
determina uma redução na longevidade do canavial. Esse subdesenvolvimento
geralmente é confundido com deficiências nutricionais ou até mesmo com outras
doenças (SOCICANA, s.d.).

A bactéria se manifesta em condições de deficiência hídrica e não existe controle


químico para a doença, sendo assim, as principais medidas para seu controle são o
uso de mudas sadias oriundas de viveiros qualificados e a prática de desinfecção
das lâminas de corte com amônia quaternária ou calor e o tratamento térmico dos
toletes de cana, que consiste em realizar um tratamento prévio com água quente
durante um determinado período de tempo para garantir a saúde dos colmos.

5.2.2 Estrias vermelhas - Acidovarax avenae subsp. avenae

A estria vermelha é uma doença bacteriana (Acidovarax avenae subsp. avenae) que
se manifesta nas folhas da cana, provocando lesões longitudinais longas de
coloração avermelhada paralelas à nervura central que, posteriormente, podem
atingir o limbo foliar.

Ao analisar a parte abaxial da folha afetada, é possível visualizar escamas de


coloração branca, que são um pus-bacteriano que comprova a presença da doença
na cultura. As secreções secam, descamam e geralmente servem como fonte de
disseminação da bactéria pela ação dos ventos e gotas de chuvas.

Essa doença causa diminuição da área fotossintética e senescência precoce, além


de uma “podridão do topo”, que é o dano mais grave da doença, pois causa
redução do número de colmos por hectare, redução de produtividade, redução de
matéria prima etc. Além disso, em condições favoráveis e em variedades
suscetíveis, a podridão pode evoluir para o resto do colmo. Esse sintoma da
podridão causa um odor forte e desagradável que pode ser sentido nas
proximidades do canavial.

É muito comum a ocorrência de enfermidade em locais com solo fértil e elevada


umidade. Sendo assim, a condição climática favorável para o crescimento e
disseminação da bactéria coincide com o período de maior desenvolvimento da
cultura, que se inicia em outubro e deve terminar em março (período de chuvas).
Para evitar a doença, o recomendado é que o produtor utilize variedades resistentes
e tolerantes da cana-de-açúcar à doença (VITAL, 2021).

5.2.3 Podridão abacaxi - Ceratocystis paradoxa

A podridão do abacaxi (Ceratocystis paradoxa) é uma doença fúngica que penetra a


planta por meio de cortes e/ou ferimentos. Sua presença no canavial é
consequência do retardamento da brotação que pode ocorrer em épocas de baixa
temperatura, utilização de gemas velhas no plantio, mudas colocadas em sulcos
muito profundos e/ou plantios em solos secos ou encharcados. O fungo penetra na
planta por cortes e ferimentos.

Os sintomas iniciais da doença são: encharcamento nas extremidades dos toletes


que, com o progresso da infecção, tem sua coloração alterada para cinza, depois
parda-escura e finalmente negra. Os toletes infectados não germinam ou germinam
lentamente, produzindo plantas mais fracas e facilmente dominadas pela
matocompetição ou ainda pela competição com perfilhos vizinhos. Além do mais,
um sintoma característico dessa doença consiste na fermentação dos toletes que,
consequentemente, passam a exalar um odor que lembra essência de abacaxi, o
que explica e faz jus ao nome empregado à doença (REVISTA CULTIVAR, 2016).

As áreas atacadas tendem a apresentar aspecto irregular e falhas, por isso em


alguns casos o replantio é necessário. Além disso, a doença acarreta no menor
desenvolvimento da planta (REVISTA CULTIVAR, 2020).

Como fator mais importante para a ocorrência de epífitas de podridão abacaxi,


destaca-se o retardamento da brotação das gemas, por isso quaisquer medidas
adotadas que estimule a brotação rápida dos toletes ou que proteja as feridas por
onde o fungo possa penetrar, apresenta ótimos resultados no controle da
enfermidade (AGROLINK, s.d.).

Durante o plantio de inverno, (período que abrange o mês de maio até a primeira
quinzena de setembro) a cultura fica exposta a baixas temperaturas que,
associadas a dias curtos e clima seco, causam atraso na brotação dos toletes,
favorecendo assim a incidência da podridão abacaxi. Todo e qualquer plantio
efetuado nos meses de verão está praticamente livre da doença. Sendo assim, se
associarmos isso a algumas medidas complementares como bom preparo do solo,
plantio raso, mudas novas e vigorosas, iremos diminuir os danos da doença, mesmo
que o solo esteja contaminado.

5.2.4 Ferrugem marrom - P. melanocephala

A ferrugem marrom (P. melanocephala) é uma doença fúngica conhecida há mais


de 100 anos que pode causar perdas de até 50% em variedades mais suscetíveis à
ela. Além disso, essa é a doença de mais rápida disseminação da cana-de-açúcar,
que pode ocorrer pelo vento, água, restos de cultura etc (SALMERON, 2022).

Suas condições ideais de infecção são: alta umidade relativa do ar e temperaturas


entre 19 e 26 °C. Por esses motivos, a ferrugem marrom é comumente vista durante
a estação chuvosa.
As lesões da doença são pequenas manchas cloróticas nas folhas, alongadas, de
coloração marrom, visíveis na axial e abaxial da folha, com uma leve saliência na
parte abaxial devido à formação de pústulas. Quando se passa a mão nestas, os
uredósporos saem nos dedos, como um pó de cor ferrugem. Essas lesões medem
de 1 mm a 10 mm de comprimento por 1 mm a 3 mm de largura e evoluem
rapidamente, adquirindo uma coloração marrom, rodeadas por um halo. Os
sintomas são mais severos em canaviais com 4 a 6 meses de idade, plantados em
locais onde a umidade relativa permanece superior a 70%. As plantas atacadas pela
ferrugem tem o seu crescimento reduzido e seus colmos afinados.

O uso de cultivares resistentes é o método de controle mais eficiente, pois o uso de


fungicidas é economicamente inviável (PLANTIX, s.d.).

6. Pragas e doenças da cultura do cacau - Theobroma cacao

O cacaueiro (Theobroma cacao) é uma árvore perenifólia que dá origem ao fruto


chamado cacau. É originária do Brasil, mais especificamente da bacia hidrográfica
do Rio Amazonas e pode produzir por até 50 anos. Por meio do Rio Amazonas
chegou ao Pará e pelo mar chegou à Bahia, onde melhor se adaptou ao solo e às
condições climáticas (WIKIPEDIA CACAU, 2023).

Esta árvore possui duas fases de produção de frutos: temporão (março a agosto) e
safra (setembro a fevereiro). Por ser uma planta tolerante à sombra, vegeta bem em
sub-bosques e matas raleadas sendo assim, uma cultura conservacionista de solos,
fauna e flora. Num modelo de plantio sustentável, é plantada juntamente com outras
culturas de árvores, palmeiras ou frutas, como ocorre em seu bioma de origem (SAF
- Sistema Agroflorestal).

Quanto às características morfológicas podemos destacar que a árvore possui


ramos cilíndricos e tomentosos quando jovem. Suas folhas são alternas, com
pecíolo curto, ovais, acuminadas, inteiras, com nervura pinada e discolor. As flores
possuem pétalas brancas, amarelas ou róseas, sésseis, pentâmeras, cálice
gamossépalo, corola dialissépala. O fruto é uma baga ovóide, de cor amarelada,
variando até o vermelho-escuro, quase liso e verrucoso. As sementes são ovóides,
comprimidas e envoltas por uma polpa aquosa, mucilaginosa e ácida (SOUZA, s.d.).

A casca do cacau é rica em antioxidantes, pectina e minerais e pode ser usada na


alimentação humana, na animal, e em fertilizantes orgânicos etc. Além disso, suas
folhas são comestíveis (PANC) e são consumidas em comunidades quilombolas.
Seus subprodutos são: cacau seco, chocolate, manteiga, mel de cacau, vinagre,
polpa, ração etc (MANEJEBEM, 2021).

6.1 Pragas do cacau


6.1.1 Broca do fruto do cacaueiro - Carmenta foraseminis

A broca do fruto do cacaueiro (Carmenta foraseminis) são lagartas de coloração


esbranquiçada e cabeça marrom que, posteriormente, se tornam adultos de cor
castanho-escura e asas transparentes. O seu ovo é colocado próximo ao pedúnculo
de frutos, por isso sua presença é imperceptível. Depois da eclosão dos ovos, as
lagartas penetram a casca do mesmo e se alimentam das amêndoas em
crescimento (MERCADO DO CACAU, 2017).

A praga se desenvolve mais em períodos secos e períodos chuvosos pode


funcionar como um controle natural da incidência da praga (G1ES, 2023).

Em frutos verdes, o ataque da lagarta causa perda total, pois o fruto não chega a se
desenvolver. Em frutos verdes ou maduros, sem orifício de saída da mariposa e que
ainda contenha a lagarta ou a pupa no seu interior, o ataque gera pequeno prejuízo,
já que grande parte das amêndoas do ainda pode ser aproveitada. Todavia, quando
o fruto apresenta orifício de saída da mariposa aberto, outros insetos e
microrganismos podem invadir o interior do fruto, o infectando e causando perda
total das amêndoas (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA, s.d.).

Em parte, o controle cultural da praga tem se mostrado eficaz. Ele consiste em


reduzir o intervalo entre colheitas, identificar, separar e quebrar os frutos infestados
e, depois, amontoar as cascas e resíduos cobrindo com uma tela plástica (sombrite)
para impedir que as pupas vivas aderidas aos fragmentos de cascas liberem as
mariposas para o ambiente. Contudo, apenas essa prática não tem mostrado total
eficiência, pois mariposas oriundas em cacauais vizinhos podem migrar e re-infestar
a área que foi controlada. Uma medida que reduz efetivamente o ataque da broca
aos frutos dos cacaueiros é o controle químico, com inseticidas dos grupos dos
piretróides e avermectinas.

6.1.2 Tripes do cacaueiro - Selenothrips rubrocinctus

O tripes do cacaueiro (Selenothrips rubrocinctus) se alimenta da seiva das plantas.


Essa praga vive sobre folhas, brotos, flores e sob a casca de árvores. Seu ciclo de
vida dura cerca de 30 dias (2 estágios larvais, pré-pupa, pupa e, finalmente, um
inseto adulto) (AGROBAYER, 2022) e eles podem ser encontrados na parte abaxial
das folhas.

Devido ao hábito de alimentação do tripes, as folhas apresentam manchas amarelas


e cloróticas que se tornam marrons posteriormente (BLAINSKI, 2018). A praga pode
atacar frutos no início do seu desenvolvimento, os deixando murchos, secos e com
as amêndoas reduzidas, além de também gerar desfolha, originando o
"emponteiramento" das plantas. Ademais, a picada do inseto pode facilitar a entrada
de agentes patogênicos (AGROBAYER, 2022).
Temperaturas elevadas, ausência de chuvas e sombreamento deficiente são
condições ideais para a chegada e aumento da população do tripes no cacaueiro
(QUEIROZ, s.d.). Essa praga apresenta três picos populacionais, sendo o maior
entre os meses de setembro e outubro (AGROLINK, s.d.).

Com relação ao controle biológico, recomenda-se o uso de dois predadores da


praga: o ácaro predador de solo Stratiolaelaps scimitus e o percevejo Orius
insidiosus (MOREIRA, 2019). Agora falando sobre o controle químico,
recomenda-se a utilização dos inseticidas Deltametrina e Cloridrato de formetanato
(INCAPER, s.d.).

6.1.3 Chupança do cacau - Monalonion bondari

A chupança do cacau é uma doença causada pelo percevejo Monalonion bondari.


Os adultos medem cerca de 7 mm de comprimento e têm longevidade entre 17 a
21 dias (AGROLINK, s.d.). O macho apresenta antenas pretas cabeça e tórax de
coloração amarelo-alaranjados, com manchas amareladas nas asas e parte do
abdômen avermelhado e as ninfas possuem corpo mole de cor alaranjada com
faixas vermelhas e, tamanhos variáveis, que dependem do estádio de
desenvolvimento das mesmas.

Quando o ataque da praga é severo, os brotos e as folhas apresentam sintoma de


"queima” e frutos com formação de pústulas, isso por conta da injeção de toxinas no
ato alimentar (AGROLINK, s.d.). Os principais fatores que favorecem a
sobrevivência e o crescimento da praga são: presença de frutos e brotações novas
que servem como locais de ovoposição e alimentação, umidade relativa alta e
gradiente de temperatura em torno de 8°C. O ataque é mais frequente em
plantações a pleno sol.

Recomenda-se que sejam realizadas amostragens periódicas para analisar a


incidência da chupança do cacau, principalmente nos períodos de lançamento e de
maior bilração e frutificação. Ademais, sombreamento adequado faz parte do trato
cultural e é eficaz no combate a praga, visto que, temperaturas elevadas e baixas
precipitações pluviométricas, aliadas à deficiência de sombreamento, favorecem a
proliferação do percevejo. Agora com relação ao trato químico, recomenda-se o uso
dos inseticidas Malathion e Deltametrina.

6.1.4 Estenoma - Stenoma decora

Stenoma decora é uma espécie de mariposa que ataca os ramos, troncos e frutos
do cacaueiro, roendo sua casca e provocando a morte dos galhos. A lagarta dessa
espécie pode atingir até 6 cm de comprimento e é amarela com manchas roxas, já
o adulto tem 25 mm de envergadura, é branco-amarelado e tem desenhos
castanhos nas asas.

A incidência dessa praga no cacaueiro causa o anelamento dos ramos e troncos do


da árvore e o broqueamento dos frutos, ramos e troncos. A área de abertura da
galeria é protegida por uma cobertura de fezes e fios de seda. Quando o ataque é
intenso, a copa pode secar inteiramente, ocasionando na morte do cacaueiro.

Temperaturas elevadas e baixas precipitações pluviométricas, aliadas à alta


luminosidade, favorecem a incidência e proliferação da praga. Nos períodos
chuvosos, a intensidade de ataque diminui, visto que as galerias acabam
inundando.
No controle cultural, indica-se a correção do sombreamento da área onde os
cacaueiros se encontram. Enquanto no controle químico indica-se os inseticidas
Malathion e Deltametrina.

6.2 Doenças do cacau

6.2.1 Vassoura de bruxa - Moniliophthora perniciosa

A vassoura de bruxa é uma das mais importantes doenças do cacaueiro e é


causada pelo fungo Moniliophthora perniciosa e possui esse nome porque deixa os
ramos do cacaueiro secos como uma vassoura velha.

A contaminação ocorre quando os esporos (o estágio reprodutivo do fungo) entram


em contato com a superfície dos galhos ou frutos em crescimento e liberam
filamentos finos, estes são chamados hifas e penetram nas células vegetais.

Inicialmente, o fungo passa por uma fase de adormecimento e raramente se


reproduz. Ao mesmo tempo, com o esforço de salvar os ramos contaminados, a
planta passa a enviar mais nutrientes para a área, o que acaba provocando um
crescimento anormal das folhas e, cerca de 30 dias após a infecção, a chamada
vassoura verde, que é o estágio inicial da doença, se desenvolve.

Em certo ponto, a planta nota a falta dos galhos e tenta repor os nutrientes
acumulados na parte doente para a parte saudável, mas já é tarde. O fungo revida,
acelerando a morte da vassoura verde. Conforme os galhos secam e se
transformam em vassouras de bruxa, as plantas não conseguem acessar os
nutrientes a tempo e o fundo de multiplica (RAMOS, 2021).

Os frutos também podem ser danificados e apresentar amarelecimento precoce,


com ou sem sinais de necrose, deformação, sem ou com lesões necróticas
externas, afundados ou não afundados, com ou sem halo clorótico circundante. Os
danos internos aos frutos são mais perceptíveis do que os causados ​pela podridão
parda e, na maioria dos casos, as amêndoas estão completamente podres e
danificadas.

A alternância de chuva e sol, umidade relativa superior a 90% e temperaturas


noturnas entre 15°C e 24°C são condições necessárias para a esporulação e
disseminação do patógeno. A doença é normalmente transmitida pelo vento, chuva
e ação humana, porém, dentro da copa e entre plantas vizinhas, a chuva e o vento
desempenham um papel importante.

A incidência da vassoura de bruxa geralmente é mais significativa durante os meses


mais quentes e úmidos, que podem variar dependendo da região. Em muitas áreas
tropicais, isso pode ocorrer durante a estação chuvosa, que, por exemplo, pode ser
mais pronunciada em meses como junho, julho e agosto em algumas regiões

No trato cultural é recomendado que aconteça a remoção sistemática de todas as


partes afetadas da planta, incluindo vassouras, frutos e almofadas florais. No
químico, o fungicida tebuconazole tem mostrado eficácia satisfatória no controle da
doença.

6.2.2 Podridão parda - Monilinia fructicola

A podridão parda é uma doença causada pelo fungo Monilinia fructicola e é


considerada uma das principais doenças do cacaueiro.

As lesões características da doença se iniciam nas brotações novas, com até duas
semanas de idade. As lesões são aquosas com exudação de látex, o que causa a
desidratação da brotação. Com a evolução da doença há o enrolamento dos folíolos
e necrose. Em condições favoráveis, o fungo causa a seca dos ponteiros, evoluindo
para as ramificações e para o tronco, causando o chamado cancro-das-hastes.

As raízes são mais susceptíveis nos três primeiros meses após a germinação das
sementes, porém, plantas em qualquer estágio de desenvolvimento apresentam-se
suscetíveis quando em condições de excesso de água no solo. O fungo causa o
apodrecimento das raízes, atacando primeiramente as raízes laterais e
posteriormente a raiz principal. Devido à destruição dos tecidos internos das raízes
e das bases do caule, as plantas atacadas pelo fungo apresentam folhas
amareladas, queda de frutos, colapso e, em casos severos, morte.

Sua ocorrência se dá nos meses mais frios do ano. Temperaturas inferiores a 21 ºC,
umidade relativa acima de 85 % e alto índice pluviométrico são condições favoráveis
para o fungo. No estado da Bahia, sua maior incidência se dá no mês de junho.

Na área de instalação da cultura, o solo deve ser bem drenado e não deve haver
histórico de ocorrência do fungo e deve-se evitar regiões com alto índice
pluviométrico e áreas cultivadas sucessivamente. No manejo da cultura, é indicada
a utilização de solo virgem para o preenchimento das covas e sulcos de plantio,
realizar uma drenagem eficiente do terreno de modo a não deixar concentrar água
junto ao colo das plantas e erradicar plantas doentes, as destruindo com fogo.
Ademais, a remoção de sombra nos cacaueiros reduz em mais de 40% a incidência
da enfermidade (ROCHA, et al. s.d.).

A adoção de práticas culturais como remoção de frutos infectados, colheitas


frequentes, eliminação de casqueiros, redução de sombreamento, poda e drenagem
do solo são essenciais, pois tornam o ambiente desfavorável à doença. No trato
químico, os fungicidas à base de cobre vêm sendo utilizados de forma bem
sucedida. Os sistêmicos metalaxyl e phosetyl-Al são uma boa alternativa e mostram
bons resultados.

6.2.3 Mal do facão - Ceratocystis fimbriata

Mal do facão, ou Murcha de ceratocystis, é uma doença causada pelo fungo


Ceratocystis fimbriata.

Os sintomas da enfermidade são caracterizados por amarelecimento, murchamento


e seca das folhas. À medida que as folhas perdem a turgidez, pendem
verticalmente, enrolam, secam, permanecendo aderidas à planta por algumas
semanas, mesmo depois de sua aparente morte.

As partes lenhosas contaminadas exibem lesões necróticas deprimidas, em forma


de cancro, consequentes da penetração do fungo por ferimentos que são
geralmente produzidos durante as práticas incorretas de poda, limpeza do solo,
desbrota e colheita (os esporos do fungo são produzidos no interior dessas
aberturas e são liberados no ambiente juntamente com o pó-de-serra, podendo
assim ser disseminados também tanto pelo vento quanto pelos próprios insetos)
(REVISTA RURAL, 2009). Estes cancros são geralmente constatados desde a
região próxima ao coleto até as bifurcações dos galhos e eles assumem,
comumente, uma coloração escura, de onde se observa, com frequência, a
exsudação de um líquido avermelhado.

Todo o galho acima da área infectada murcha e morre. No entanto, quando o tronco
principal é infectado, a necrose na parte aérea é generalizada e, de 1 a 2 semanas
depois, a planta murcha e torna-se clorótica.

Não foram encontradas informações sobre sua época de incidência.

Uma das recomendações mais úteis na prevenção da disseminação da doença é,


sem sombra de dúvidas, os cuidados adotados no sentido de minimizar danos
mecânicos durante as práticas de poda e colheita. A esterilização das ferramentas,
a remoção cirúrgica de tecidos infectados, em caso de planta com suspeita da
doença, evitar realizar tratos culturais e colheita para não disseminá-la para outras
plantas vizinhas, eliminar plantas doentes ou mortas queimando-as no local. O uso
criterioso e permanente de tais medidas pode apresentar sucesso no controle da
enfermidade, visto que a utilização de fungicidas e inseticidas não tem mostrado
eficácia no controle da doença.

6.2.4 Morte súbita - Verticillium dahliae

Murcha de verticillium, ou morte súbita, é uma doença causada pelo fungo


Verticillium dahliae e pode sobreviver no solo por vários anos.

Os sintomas característicos da enfermidade são, geralmente, o amarelecimento das


folhas, que sem a perda aparente da turgidez, pendem verticalmente, secam e
enrolam, continuando aderidas à planta, mesmo após sua aparente morte. Outras
vezes, os sintomas se manifestam de forma parcial, apresentando-se mais graves
em alguns galhos do que no restante da árvore, o que depende do nível de
obstrução vascular. Em Casos como este, apenas os galhos secam, permanecendo
o restante da planta, aparentemente, sadia.
Existem também situações onde as folhas podem apresentar sintomas de clorose
marginal, posteriormente, evoluindo para a necrose e queima dos bordos.

Cacaueiros secos e presumivelmente mortos apresentam a capacidade de se


regenerar quando recepados. É possível observar o surgimento de brotações na
base ou até nas partes superiores do caule, isso porque o sistema radicular ainda
está sadio e consegue desempenhar normalmente suas funções. Todavia, essas
brotações podem não sobreviver por muito tempo a depender do nível de obstrução
dos vasos.

Casos severos geralmente são registrados em períodos secos mais prolongados,


pois o déficit hídrico quando associado a maiores níveis de obstrução vascular
contribui para acelerar o processo de morte das plantas.

Pesquisas realizadas demonstraram a eficiência de fungicidas do grupo dos


benzimidazóis no controle da enfermidade, embora sua recomendação seja
onerosa. Ademais, medidas envolvendo a eliminação e queima de plantas mortas
(incluindo o sistema radicular), adubação rica em potássio (com o objetivo de
aumentar a resistência da planta e recomposição do sombreamento em áreas
deficitárias) tem capacidade de desempenhar um importante papel na redução da
infecção e a sua disseminação.
7. Referências

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Plântula de CaféConilon. Disponível em:


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oducao-de-mais-de-2-milhoes-de-sacas/

Bicho Mineiro. Disponível em:


https://revistacultivar.com.br/artigos/manejo-ecologico-do-bicho-mineiro-no-cafe
Lagartas de Bicho Mineiro no interior da mina. Disponível em:
https://revistacultivar.com.br/artigos/manejo-ecologico-do-bicho-mineiro-no-cafe

Broca-do-Café. Disponível em: https://blog.mfrural.com.br/broca-do-cafe/


Fruto atacado pela Borca-do-Café. Disponível em:
https://www.mexidodeideias.com.br/mercado/as-pragas-do-cafeeirobroca-do-cafe/
Danos do Ácaro Vermelho em folhas de café. Disponível em:
https://universo.agrogalaxy.com.br/2021/12/07/acaro-vermelho-do-cafe-principais-da
nos-quando-acontece-e-como-controlar/

Presença da Cochinilha em uma plântula de café. Disponível em:


https://universo.agrogalaxy.com.br/2021/12/07/acaro-vermelho-do-cafe-principais-da
nos-quando-acontece-e-como-controlar/
Ferrugem do Café. Disponível em:
https://rehagro.com.br/blog/o-que-e-e-como-controlar-a-ferrugem-no-cafeeiro/

Sintomas da Cercosporiose no fruto do cafeeiro. Disponível em:


https://rehagro.com.br/blog/cercosporiose-cercospora-coffeicola-do-cafeeiro/
Sintomas da Cercosporiose nona folha do cafeeiro. Disponível em:
https://rehagro.com.br/blog/cercosporiose-cercospora-coffeicola-do-cafeeiro/

Mancha de Phoma. Disponível em:


https://www.agrolink.com.br/agrolinkfito/problema/mancha-de-phoma_3109.html
Roseta atacada pela bactéria da Mancha Aureolada. Disponível em:
https://rehagro.com.br/blog/controle-da-mancha-aureolada-do-cafeeiro/

Ramo de cafeeiro totalmente seco por ataque de Mancha Aureolada. Disponível em:
https://rehagro.com.br/blog/controle-da-mancha-aureolada-do-cafeeiro/
Lesão da Mancha Aureolada na folha do cafeeiro. Disponível em:
https://rehagro.com.br/blog/controle-da-mancha-aureolada-do-cafeeiro/

Cultura da Cana-de-Açúcar. Disponível em:


https://rehagro.com.br/blog/cana-de-acucar-cultura-de-facil-conducao/
Broca-da-Cana. Disponível em:
https://www.3rlab.com.br/broca-da-cana-de-acucar-diatraea-saccharalis/

Bicudo-da-cana dentro do colmo. Disponível em:


https://revistacultivar.com.br/noticias/tecnicas-ideais-de-controle-do-bicudo-da-cana-
de-acucar
Colmos de cana danificados pelas larvas do bicudo-da-cana. Disponível em:
https://revistacultivar.com.br/noticias/tecnicas-ideais-de-controle-do-bicudo-da-cana-
de-acucar

Cigarrinha-das-raízes. Disponível em:


https://revistacultivar.com.br/artigos/cigarrinha-das-raizes-em-cana-de-acucar
Raízes de cana-de-açúcar insfestadas pelo ataque da cigarrinha. Disponível em:
https://revistacultivar.com.br/artigos/cigarrinha-das-raizes-em-cana-de-acucar

Broca gigante. Disponível em:


https://www.markeisingbirding.com/index/castnia-licus-castniid-moth-sp
Broca gigante em fase larval. Disponível em:
https://www.agrolink.com.br/problemas/broca-gigante_3009.html#:~:text=%28Castni
a%20licus%29%20Culturas%20Afetadas%3A%20Cana-de-a%C3%A7%C3%BAcar
%20Sin%C3%B4nimo%3A%20Eupalamides%20licus%2C,a%20cana-de-a%C3%A7
%C3%BAcar%2C%20os%20seus%20sintomas%20merecem%20consider%C3%A1
vel%20aten%C3%A7%C3%A3o.

Colmos com parcelas de raquitismo-das-soqueiras. Disponível em:


https://revistacultivar.com.br/artigos/manejo-de-raquitismo-das-soqueiras-na-cana
Sintomas das Estrias Vermelhas. Disponível em:
https://jornalcana.com.br/estria-vermelha-como-controlar-e-evitar-perdas-de-produtiv
idade-ich-e-qualidade-art/

Podridão abacaxi em colmos da cana-de-açúcar. Disponível em:


https://www.agrolink.com.br/problemas/podridao-abacaxi_3020.html
Sintomas da ferrugem marrom da cana-de-açúcar. Disponível em:
https://agroadvance.com.br/blog-ferrugens-da-cana-de-acucar/

Cacaueiro. Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/704672672925695500/


Broca do fruto do cacaueiro – Lagarta da mariposa Carmenta foraseminis.
Disponível em:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/ceplac/publicacoes/outras-publicacoes/
folder-carmenta-controle-da-broca-do-fruto-do-cacaueiro

Broca do fruto do cacaueiro – Fruto com orifício de saída da mariposa com exúvias
da pupa e amêndoas podres devido à ação de organismos detritívoros. Disponível
em:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/ceplac/publicacoes/outras-publicacoes/
folder-carmenta-controle-da-broca-do-fruto-do-cacaueiro
Tripes do cacaueiro. Disponível em:
https://www.manejebem.com.br/doenca/praga-tripes-do-cacaueiro-selenothrips-rubr
ocinctus

Chupança do cacaueiro. Disponível em:


https://www.agrolink.com.br/problemas/chupanca-do-cacau_294.html
Sintomas da chupança do cacaueiro em fruto. Disponível em:
https://www.agrolink.com.br/problemas/chupanca-do-cacau_294.html

Sintoma da Estenoma em fruto de cacau. Disponível em:


https://www.agrolink.com.br/problemas/broca-dos-ramos_380.html#:~:text=%28Sten
oma%20decora%29%20Culturas%20Afetadas%3A%20Cacau%20Esta%20esp%C3
%A9cie%20%C3%A9,cm%20de%20comprimento%2C%20sendo%20amarela%20c
om%20manchas%20roxas.
Mariposa Estenose. Disponível em:
https://www.agrolink.com.br/problemas/broca-dos-ramos_380.html#:~:text=%28Sten
oma%20decora%29%20Culturas%20Afetadas%3A%20Cacau%20Esta%20esp%C3
%A9cie%20%C3%A9,cm%20de%20comprimento%2C%20sendo%20amarela%20c
om%20manchas%20roxas.

Danos causados pela Vassoura de bruxa. Disponível em:


https://www.agrolink.com.br/problemas/vassoura-de-bruxa_1625.html
Sintoma da Podridão parda em fruto de cacau. Disponível em:
https://abradivciencia.blogspot.com/2018/11/doenca-que-ataca-o-cacau-pode-vir-ser.
html

Mal do facão. Disponível em: manejo-intergrado.pdf (aipc.com.br)

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