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INSTITUTO MUNICIPAL DE ENSINO ASSIS BRASIL

CURSO TÉCNICO INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO

PROJETO DE ESTÁGIO

MANEJO DE PRAGAS E DOENÇAS DA SOJA (Glycine max)

E DO MILHO (Zea mays)

ÁREA VEGETAL

Laís Wiegert

Ijuí, novembro de 2023

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Sumário
1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO............................................................ 7
2 INTRODUÇÃO.....................................................................................8
3 OBJETIVOS.........................................................................................9
3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................9
3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS..............................................................9
4 REVISÃO DE LITERATURA...............................................................10
4.1 MONITORAMENTO DE LAVOURA..................................................10
4.1.1 AMOSTRAGEM DE SOLO.............................................................10
4.1.2 PANO-DE-BATIDA.........................................................................11
4.1.2 ARMADILHA DO TIPO DELTA......................................................12
4.1.3 ARMADILHA LUMINOSA...............................................................13
4.1.4 ARMADILHA ADESIVA...................................................................13
4.1.5 EXAME DE PLANTAS.....................................................................14
4. 2 CULTURA DA SOJA.....................................................................14
4.2.1 MORFOLOGIA DA PLANTA DA SOJA (Glycine
max)...........................................................................................................15
4.2.1 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DA SOJA...............................15
4. 2.2 PRAGAS QUE ATACAM A CULTURA DA SOJA...........................16
4.2.2.1LAGARTA ELASMO (Elasmopalpus lignosellus)..............................16
4.2.2.2 LAGARTA-ROSCA (Agrotis ípsilon) ................................................16
4.2.2.3 LAGARTA DA SOJA (Anticarsia gemmatalis)....................................17
4.2.2.4 LAGARTA-DA-VAGEM (Etiella zinckenella) (Spodoptera eridania)...17
4.2.2.5 LAGARTA-MILITAR (Spodoptera frugiperda).....................................18
4.2.2.6 LAGARTA FALSA MEDIDEIRA (Chrysodeixis includens), (Trichoplusia
ni), (Rachiplusia nu).........................................................................................18
4.2.2.7 HELICOVERPA (Helicoverpa armigera)..............................................19
4.2.2.8 PERCEVEJO-BARRIGA-VERDE (Dichelops spp.).............................19
4.2.2.9 PERCEVEJO-ASA-PRETA (Edessa meditabunda)............................20
4.2.2.10 PERCEVEJO-MARROM (Euschistos heros).....................................20
4.2.2.11 PERCEVEJO-VERDE (Nezara viridula)............................................21
4.2.2.12 PERCEVEJO-VERDE-PEQUENO (Piezodorus guildinii)..................21
4.2.2.13 CORÓ DA SOJA (Phyllophaga cuyabana)........................................22
2
4.2.2.14 TAMANDUÁ DA SOJA (Sternechus subsignaus)..............................22
4.2.2.15 FORMIGA-CORTADEIRA (Acromyrmex spp.)
(Atta spp.)........................................................................................................23
4.2.2.16 VAQUINHA VERDE AMARELA
.........................................................................................................................24
4.2.3 DOENÇAS QUE ATACAM A CULTURA DA SOJA................................24
4.2.3.1 FERRUGEM ASIÁTICA (Phakopsora pachyrhizi)................................25
4.2.3.2 ANTRACNOSE (Colletotrichum truncatum).........................................26.
4.2.3.3 MOFO BRANCO (Sclerotinia sclerotiorum)..........................................26
4.2.3.4 MANCHA ALVO (Corynespora cassiicola) ..........................................27
4.2.3.5 CRESTAMENTO FOLIAR DE CERCOSPORA (Cercospora kikuchii) 27
4.2.3.6 MÍLDIO (Peronospora manshurica).....................................................28
4.2.3.7 OÍDIO (Microsphaera diffusa)..............................................................28
4.2.3.8 MANCHA-OLHO-DE-RÃ (Cercospora sojina).....................................29
4.2.3.9 MANCHA PARDA (Septoria glycines) ................................................30
4.2.3.10 TOMBAMENTO E MORTE (Rhizoctonia solani)...............................31
4.2.3.11 SECA DA HASTE E DA VAGEM (Phomopsis
spp.)..............................................................................................................31
4.2.3.12 PODRIDÃO RADICULAR DE PHYTOPHTHORA (Phytophthora
sojae)..............................................................................................................31
4.2.3. 13NEMATOIDE DE CISTO (Heterodera glycines)................................32
4.2.3.14 NEMATOIDES DE GALHAS (Meloidogyne incognita e M. javanica) 33
4.3 CULTURA DO MILHO................................................................................33
4.3.1 MORFOLOGIA DA CULTURA DO MILHO..............................................33
4.3.2 TIPOS DE HÍBRIDOS..............................................................................34
4.3.3 TECNOLOGIA EM SEMENTES..............................................................35
4.3.4 DOENÇAS DA CULTURA DO MILHO...................................................35
4.3.4.1 ANTRACNOSE.....................................................................................35
4.3.4.2 CARVÃO...............................................................................................36
4.3.4.3 ENFEZAMEMTO PÁLIDO....................................................................36
4.3.4.4 ENFEZAMENTO VERMELHO..............................................................36
4.3.4.5FERRUGEM COMUM..........................................................................37
4.3.4.6 FERRUGEM POLISSORA....................................................................37

3
4.3.4.7 FERRUGEM BRANCA.........................................................................37
4.3.4. 8 PODRIDÃO BRANCA DA ESPIGA.....................................................38
4.3.4.9 PODRIDÃO DA ESPIGA......................................................................38
4.3.5 PRAGAS DA CULTURA DO MILHO......................................................38
4.3.5.1 LARVA ALFINETE.............................................................. ..................38
4.3.5.2 CORÓ...................................................................................................39
4.3.5.3 LAGARTA DO CARTUCHO.................................................................39
4.3.5.4 LAGARTA ROSCA...............................................................................39
4.3.5.5 CIGARRINHA DO MILHO....................................................................40
4.3.5.6 TRIPES.................................................................................................40
4.3.5.7 PERCEVEJO BARRIGA VERDE..........................................................41
4.3.5.8 PERCEVEJO VERDE...........................................................................41
4.3.5.9 LAGARTA DA ESPIGA.........................................................................42
4.3.5.10 HELICOVERPA ARMIGERA..............................................................43
4.3.5.11 CARUNCHO......................................................................................43
5. INFORMAÇÕES SOBRE A EMPRESA.....................................................43
5.1 PRINCIPAIS PRODUTOS RECOMENDADOS.........................................44
5.1.1 HERBICIDAS...........................................................................................46
5.1.2 INSETICIDAS..........................................................................................46
5.1.3 FUNGICIDAS..........................................................................................46
6. REFERÊNCIAS...........................................................................................47

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1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Instituto Municipal de Ensino Assis Brasil-IMEAB

Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao ensino médio;

Aluna; Laís Wiegert

Área; vegetal

Título; Manejo de pragas e doenças da soja (glycine max)

E do Milho (zea mays)

Professora Orientador: Tanise Pedron

Empresa: Cooperativa Tritícola Panambi Ltda – cotripal

Endereço: Nova Ramada

Supervisor de estágio: Cirineu Bandeira

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2 INTRODUÇÃO

O agronegócio é um setor econômico bastante importante para a


sociedade mundial, pois envolve uma cadeia de produção alimentar que
interliga vários setores, como a agricultura, a pecuária e a indústria, além do
comércio que consome seus produtos, dentro disso temos as culturas da soja
(glycine max) e do milho (zea mays) (EMBRAPA, 2020).
A liderança da soja na agricultura brasileira se deve principalmente
pelo retorno econômico e versatilidade do grão. A crescente demanda da
soja, impulsionada pela versatilidade do grão, tem intensificado a produção
do grão no país, exigindo aumento da produção para suprir as necessidades
globais(EMBRAPA, 2020).
Na cultura da soja a muitas pragas e doenças que podem afetar a
produtividade, como lagarta, tripes e nematoides. Se o solo não estiver
adequado para a cultura o produtor pode acabar tendo prejuízos.
(APROSOJA, 2022).
A cultura do milho ocupa posição de destaque entre as atividades
agropecuárias do Brasil. Entre as razões, estão seu cultivo na maioria das
propriedades rurais e seu valor de produção (EMBRAPA, 2020).
A ocorrência de doenças e insetos-praga, de forma conjunta ou individual,
pode afetar significativamente o potencial produtivo da planta de milho. Os
insetos-praga, em especial, podem afetar de maneira total ou parcial esse
potencial produtivo. É possível encontrar em determinada região ou em
determinado ano agrícola, a presença de espécies de pragas que têm a
capacidade de reduzir o número ideal de plantas, seja por danificar e matar a
semente logo após o plantio ou a plântula antes ou após a emergência. A planta
também pode ser morta pelo efeito sinérgico do ataque dos insetos-praga e por
meio da competição com outros fatores, como plantas daninhas, doenças ou
estresses abióticos, como a escassez de água, por exemplo (EMBRAPA, 2021).
Neste projeto temos o objetivo de avaliar as culturas soja e milho e como
será o seu desenvolvimento. Também os manejos e o controle de doenças e
pragas nas culturas.

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Concluir o Curso Técnico em Agropecuária no Instituto Municipal de


Ensino Assis Brasil, bem como conseguir aprofundar meus conhecimentos
na área vegetal especificamente na identificação e tratamento de doenças e
pragas da cultura da soja e do milho.

3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO


• Observar o desenvolvimento da soja e do milho;
• Identificar doenças e pragas que atacam a soja e o milho;
• A qualidade do grão;
• Observar e definir os estágios de desenvolvimento da soja e do
milho;

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4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 MONITORAMENTO DE LAVOURA

O monitoramento de lavoura é um processo que pode ser realizado


através de diversos métodos.Consiste no esforço de identificar anomalias na
plantação, problemas no solo que possam impactar a lavoura e,
principalmente, a presença de insetos e doenças que são prejudiciais à
produtividade.
Esse processo pode ser manualmente.No entanto, já existem diversas
tecnologias que permitem uma análise completa da lavoura.
O monitoramento de lavoura é benéfico pela capacidade de
identificação de doenças, pragas e insetos.
Como consequência disso, é possível tomar decisões que
influenciarão em um aumento da produtividade. Ao mesmo tempo, há uma
redução de custos com defensivos, já que as pragas são identificadas com
antecedência, bem como abrindo a possibilidade de aplicação localizada
(EMBRAPA, 2020).

4.1.1 AMOSTRAGEM DE SOLO

É um método utilizado para detectar pragas subterrâneas, que podem


afetar o desenvolvimento da planta, auxiliando assim nas melhores tomadas
de decisões para a realização dos controles.
Esse tipo de monitoramento pode ser feito tanto em soja como em
milho. Mas na cultura do milho, é fundamental que se faça devido à
agressividade das pragas subterrâneas iniciais. Em cada ponto, as amostras
podem ser de 30 cm de largura por 30 cm de comprimento e 15 a 30 cm de
profundidade nas trincheiras, totalizando oito pontos em 1 ha.

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4.1.2PANO DE BATIDA

O pano de batida é um método simples e eficaz para o manejo


estratégico de percevejos nas lavouras. Ele consiste na utilização de um
pano, geralmente branco, para detectar a quantidade de pragas existentes
em diferentes áreas da plantação.
É necessário ter o equipamento para a aplicação. O pano de batida
consiste em dois pedaços de madeira unidos por um pano central, a medida
do tecido deve se enquadrar de acordo com sua utilização, porém, sua
largura é a partir de 1 metro.
No MIP (manejo integrado de pragas)essa técnica é frequentemente
adotada, pois, além de ser barata, mostra diretamente quais pragas estão
presentes na lavoura. É possível analisar os impactos que a planta pode estar
sofrendo, tais como: Início de uma infestação de pragas, identificação da
proliferação de doenças, presença de ervas daninhas e Danos nas estruturas
da planta.
Utilizar produtos generalizados para todos os tipos de pragas nem
sempre dão certo. Algumas espécies são resistentes aos mais diversos
produtos, sendo assim, a infestação continua e os gastos aumentam.
Utilizar os produtos certos em sua lavoura vai acarretar uma redução
de até 50% de gastos em produtos químicos, de acordo com a ocorrência. O
que torna uma prática viável para todos os produtores do agronegócio
(EMBRAPA, 2020).

4.1.2 ARMADILHA DO TIPO DELTA

Armadilhas Tipo Delta são utilizados para identificar a presença das


mariposas da Broca da cana (Diatraea saccharalis) através da captura da
mariposa macho.

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São colocadas 3 fêmeas virgens emergidas + 3 pupas fêmeas do
mesmo lote (atrativo não incluso no produto), que produzem e lançam
feromônio que atraem as mariposas adultas (machos).
Cada armadilha acompanha 1 telhado + 1 arame + 1 piso adesivo.
O piso adesivo pode ser vendido separadamente, pacote com 10 unidades.
O papel protetor do piso deverá ser retirado e o piso colocado no interior da
armadilha, com a cola voltada para cima.
O liberador do feromônio deverá ser colado no centro do piso adesivo.
O arame deverá ser colocado nos orifícios centrais, na parte superior externa
da armadilha. O piso adesivo deverá ser substituído a cada contagem ou até
a perda da aderência da cola (aproximadamente 1 mês no
campo)(EMBRAPA,2021).

4.1.3 ARMADILHA LUMINOSA

A armadilha luminosa tem como objetivo a captura de insetos com


hábito noturno. Para este tipo de armadilha é recomendado distribuir uma
armadilha em uma área de 6 a 10 hectares.
Elas vão atrair e capturar insetos que possuem atividade noturna, e
que são atraídos pela luz.
A armadilha luminosa interrompe o ciclo do inseto na fase adulta, uma
vez que ele fica preso na armadilha ( EMBRAPA, 2020).

4.1.4 ARMADILHA ADESIVA

As armadilhas adesivas coloridas, chamadas "trap", atraem


principalmente insetos sugadores, como por exemplo, as armadilhas
amarelas, que atraem moscas-brancas, algumas espécies de tripes e
pulgões, e a armadilha azul, que atrai alguns grupos específicos de tripes.
Os feromônios são sinalizadores químicos produzidos para atrair
indivíduos de uma mesma espécie. As armadilhas de feromônio atraem os
insetos machos de uma praga específica, sendo possível encontrar

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armadilhas de fermônio para diversas espécies de praga, como traça-do-
tomateiro (Tuta absoluta), lagarta-enroladeira-da-folha (Bonagota
cranaodes). O monitoramento utilizando armadilhas, sejam elas coloridas ou
de feromônio, é feito a partir da contagem dos insetos capturados, o que irá
determinar a necessidade ou não do posicionamento de outro método de
controle (CAMPO E NEGÓCIO, 2020).

4.1.5 EXAME DE PLANTAS

Consiste no diagnóstico de doenças de plantas causadas por


bactérias (Bacteriologia), fungos (Micologia), nematoides (Nematologia).
Diagnóstico de pragas de plantas, derivados e outros, como ácaros
(Acarologia) e insetos (Entomologia).
A amostra deve ser enviada em embalagem adequada (saco plástico
resistente, caixa de papelão, caixa isotérmica e outros), com etiqueta de
identificação compatível com a Requisição de Exames.
Espécies ou variedades diferentes devem ser acondicionadas em
embalagens individualizadas (amostras diferentes) (ADENAR,2020).

4.2 CULTURA DA SOJA

O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo e pode ser


considerado uma das principais culturas do solo brasileiro, atrás somente dos
Estados Unidos. O Brasil começou a enxergar na cultura da soja como um
importante produto comercial no final da década de 60, alavancada como
opção no sistema de cultivo do trigo e a demanda por farelo para produção
de aves e suínos. Preços atrativos em meados da década de 70 despertavam
o interesse de produtores e do governo brasileiro. O escoamento da safra
brasileira ocorre na entressafra americana, garantindo assim uma vantagem
competitiva devido as maiores cotações. O país passou a investir em
tecnologia e pesquisa para adaptar a cultura da soja às condições brasileiras.
Desde então, o uso da soja na indústria encontra-se em crescimento. Além
de ser um componente essencial na fabricação de rações para criação

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animal, o consumo vem crescendo cada vez mais na alimentação humana.
(AGRO BAYER 2022)

4.2.1 MORFOLOGIA DA PLANTA DA SOJA ( Glycine max)

A soja (Glycine max (L) Merrill) cultivada no Brasil, para a produção de


grãos, é uma planta herbácea, da classe Rosideae, ordem Fabales, família
Fabaceae, subfamília Papilionoideae, tribo Phaseoleae, gênero Glycine L.,
espécie max. As principais variedades comerciais apresentam caule híspido,
pouco ramificado e raiz com eixo principal e muitas ramificações.
Possuem folhas trifolioladas (exceto o primeiro par de folhas simples,
no nó acima do nó cotiledonar). Têm flores de fecundação autógama, típicas
da subfamília Papileonoideae, de cor branca, roxa ou intermediária.
Desenvolvem vagens (legumes) levemente arqueadas que, à medida que
amadurecem, evoluem da cor verde para amarelo-pálido, marrom-claro,
marrom ou cinza, e que podem conter de uma a cinco sementes lisas,
elípticas ou globosas, de tegumento amarelo pálido, com hilo preto, marrom
ou amarelo-palha. Apresentam crescimento indeterminado (sem racemo
terminal), determinado (com racemo terminal) ou semideterminado
(intermediário) (EMBRAPA, 2022).
A estatura das plantas varia, dependendo das condições do ambiente
e da variedade (cultivar). A estatura ideal está entre 60 a 110 cm, o que, em
lavouras comerciais, pode facilitar a colheita mecânica e evitar o
acamamento. O ambiente também influencia sua floração e,
consequentemente, seu ciclo. A floração da soja responde ao nictoperíodo,
ou duração da noite ( EMBRAPA,2022).

4.2.1 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DA SOJA

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um sistema de manejo que


combina técnicas e práticas agronômicas para manter a população de pragas
abaixo do nível de dano econômico (NDE). O MIP inclui técnicas como controle

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biológico, químico, físico e práticas específicas para permitir o crescimento
saudável das culturas, minimizando o uso de pesticidas, os riscos à saúde
humana e ao ambiente.
O monitoramento de pragas e doenças é a base do MIP, ao permitir
que o produtor identifique e atue de forma precisa para controlar uma
infestação que ameaça a lavoura. Para monitorar insetos nocivos, é comum
a adoção de diferentes tipos de armadilhas (GLOBO RURAL,2021).

4.2.2 PRAGAS QUE ATACAM A CULTURA DA SOJA

4.2.2.1 LAGARTA ELASMO ( Elasmopalpus lignosellus)

O adulto é uma mariposa cinza amarelada pequena (15 a 25 mm de


envergadura). O dano é causado pela lagarta que raspa o tecido vegetal, e
em seguida penetra a planta na altura do colo, logo abaixo do nível do solo,
onde cava uma galeria ascendente.
Junto ao orifício de entrada, as larvas tecem casulos cobertos com
excrementos, restos vegetais e partículas de terra. Em geral, inicia o ataque
logo após a germinação da soja, o qual pode se estender por 30-40 dias,
causando a morte de plantas e falhas na lavoura. Plantas com mais de 25 cm
de altura suportam melhor o ataque, mas seu crescimento é reduzido e ficam
mais suscetíveis à quebra pela ação do vento e da chuva.
Em locais com alta probabilidade de ocorrência do inseto, o controle
da lagarta-elasmo pode ser realizado através do tratamento de sementes
com inseticidas ou aplicação de inseticidas no sulco de semeadura.
(EMBRAPA 2020)
4.2.2.2 LAGARTA-ROSCA (Agrotis ípsilon)
Os adultos são mariposas de 35 mm de envergadura. Este inseto
apresenta grande capacidade de postura, sendo que uma fêmea pode
colocar em média 1000 ovos.
A lagarta-rosca vive enterrada no solo, à pequena profundidade, junto
às plântulas. Sai à noite para cortar as plântulas rente ao solo. Em plantas

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mais desenvolvidas pode provocar o sintoma de “coração morto”, ao abrir
galerias, ou provocar o perfilhamento excessivo destas, gerando uma
touceira. Sua ocorrência pode estar associada a presença de plantas
hospedeiras na lavoura antes da semeadura, como língua-de-vada e caruru.
Para nível de controle rocomenda-se a adoção de manejo integrado
(AGROLINK,2022).

4.2.2.3 LAGARTA DA SOJA (Anticarsia gemmatalis)

O adulto é uma mariposa de coloração pardo acinzentada. Durante o


dia, estas mariposas podem ser encontradas em locais sombreados na base
das plantas. Os ovos, de coloração branca, são colocados de forma isolada
na página inferior das folhas.
Em condições de altas infestações ou escassez de alimento torna-se
escura. Sua ocorrência é maior entre novembro e março, e seu pico
populacional dá-se em janeiro e fevereiro, conforme a região. O seu ciclo
biológico total é de 33 a 34 dias e podem ocorrer quatro a seis gerações
anuais. O adulto faz sua postura à tardinha e à noite na parte inferior das
folhas e tem coloração verde-clara. A desfolha causada pela lagarta-da-soja
pode chegar a 100% se não controlada a tempo.
O controle natural das lagartas-roscas é feito por insetos benéficos
(inimigos naturais), principalmente microimenópteros e dípteros.
Recomenda-se a adoção do manejo integrado, com ênfase em: realizar bom
preparo de solo e eliminar as plantas hospedeira (EMBRAPA,2023)

4.2.2.4 LAGARTA-DA-VAGEM (etiella zinckenella)

É uma importante lagarta na cultura da soja, apesar de ser observada


também em outras culturas, como feijão, feijão vagem e ervilha.

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As lagartas, quando pequenas, alimentam-se de flores e vagens
novas e, de acordo com o seu desenvolvimento, tornam-se mais vorazes e
passam a penetrar nas vagens para alimentarem-se das sementes, deixando
as mesmas imprestáveis para a comercialização.
Considerando o ataque nas vagens, o nível de ação para se utilizar
o controle químico é de 10% das vagens atacadas. Já com relação à desfolha
o nível de ação é de 30% de desfolha no estádio de desenvolvimento
vegetativo e 15% de desfolha no estádio reprodutivo (AGROLINK, 2021).

4.2.2.5 LAGARTA-MILITAR (Spodoptera frugiperda)

As lagartas recém eclodidas raspam as folhas e se alojam no cartucho,


onde se observa seus excrementos. Pela destruição do cartucho,
principalmente na fase próxima ao florescimento, podem causar danos
expressivos que se acentuam em períodos de seca. Os donos são maiores
quando o ataque ocorre em plantas com 8 a 10 folhas.
Esta espécie ataca preferencialmente o cartucho, mas também podem
ser encontradas atacando plântulas, com hábito semelhante ao da lagarta
rosca, espigas e, também, perfurando a base da planta, atingindo o ponto de
crescimento e provocando o sintoma de "coração morto", típico da elasmo. O
nível de controle é de três mariposas capturadas por armadilha (AGRO LINK,
2022).
4.2.2.6 LAGARTA FALSA MEDIDEIRA (Chrysodeixis
includens)

Seus ovos são globulares, medem cerca de 0,5 mm de diâmetro e


apresentam coloração creme-clara logo após a oviposição e marrom-clara
próximo à eclosão. As lagartas que eclodem são de coloração verde-clara,
com listras longitudinais brancas e pontuações pretas, atingindo de 40 a 45
mm de comprimento em seu último estádio larval. Dentro de cada ínstar, a
lagarta sofre uma perceptível mudança na coloração, de verde amarronzada
clara enquanto se alimenta, para verde-limão translúcida.

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O controle químico desta lagarta quando ocorrendo só ou associada
à lagarta-da-soja, deve ser feito quando forem encontradas, em média 40
lagartas grandes por pano de batida, ou se a desfolha atingir 30% até o final
do florescimento, ou 15%, tão logo apareçam as primeiras
flores. Recomenda-se o uso de produtos registrados para a cultura
(AGROLINK, 2022).

4.2.2.7 HELICOVERPA (Helicoverpa armigera)

Essa lagarta é uma das principais pragas polífagas das culturas do


mundo e exótica para o Brasil. Ataca diversas culturas, mas no Brasil
principalmente soja, milho e algodão.
As vias de ingresso da Helicoverpa armigera nas plantas são a parte
aérea (flor, folha, gemas, fruto/vagem, estruturas reprodutivas e pontos de
crescimento). Níveis de ação para controle de Helicoverpa armigera nas
diferentes culturas utilizando os inseticidas químicos ( AGROLINK,2022).

4.2.2.8 PERCEVEJO-BARRIGA-VERDE (Dichelops spp.)

Os danos ocorrem na fase inicial de desenvolvimento da cultura,


podendo causar perdas parciais ou totais das lavouras.
Tanto adultos como ninfas causam danos ao introduzirem seus
estiletes na base das plantas, através da bainha das folhas, atingindo as
folhas internas. Além disto, as plantas podem apresentar deformação que
pode levá-las a morte e ou a intensos perfilhamentos improdutivos.
Pode ser feito com o tratamento de sementes com inseticidas
sistêmicos ou através de pulverizações logo após a emergência das plantas
quando constado a presença dos insetos (AGROLINK, 2022).

4.2.2.9 PERCEVEJO-ASA-PRETA (Edessa meditabunda)

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Percevejos de 13mm de comprimento que apresentam a cabeça, pronoto
e escutelo verdes, asas pretas e o corpo na face ventral, inclusive antenas e
pernas, de coloração marrom-amarelada. Suas ninfas são verde-amareladas
com desenhos no abdome.
No caso de ataque às vagens, os prejuízos podem chegar a 30%, pois
com a sucção de seiva as vagens ficam marrons e "chochas".
O nível de ação, a partir do qual o controle químico dos percevejos deve ser
realizado, é de quatro percevejos adultos ou ninfas com mais de 0,5cm,
observados na média das amostragens pelo pano-de-batida (MANEJE BEM,
2021).

4.2.2.10 PERCEVEJO-MARROM (Euschistos heros)

Percevejos com 11 mm de comprimento, de coloração marrom


uniforme e abdome verde. Os prejuízos resultam da sucção de seiva dos
ramos ou hastes e de vagens, limitando a produção. Também injetam toxinas,
provocando a "retenção foliar".
O controle desses insetos deve ser feito utilizando-se produtos em
pulverização, escolhendo-se aqueles mais seletivos aos inimigos naturais e
menos tóxicos ao homem. Utilizar produtos de carência curta, principalmente
se a produção for destinada ao consumo verde (AGRO LINK,2022).

4.2.2.11 PERCEVEJO-VERDE (Nezara viridula)

Este percevejo é considerado uma das principais pragas dos órgãos


reprodutivos da cultura da soja. Recentemente, surgiu como uma nova praga
na lavoura algodoeira. Durante o ato da alimentação, os percevejos injetam
toxinas nos grãos e nos orifícios deixados pelo aparelho bucal dos insetos
penetram microorganismos que determinam o chochamento dos grãos
causando depreciação do produto no ato da comercialização.

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O controle desses insetos deve ser feito utilizando-se produtos em
pulverização, escolhendo-se aqueles mais seletivos aos inimigos naturais e
menos tóxicos ao homem. Utilizar produtos de carência curta, principalmente
se a produção for destinada ao consumo verde (AGROLINK,2021).

4.2.2.12 PERCEVEJO-VERDE-PEQUENO (Piezodorus


guildinii)

A presença desta espécie de percevejo na cultura da soja está


diretamente relacionada à presença das vagens nas plantas, cujo período
entre o começo da frutificação e o ponto de acúmulo máximo de matéria seca
no grão é o de maior sensibilidade da cultura ao ataque desses insetos
sugadores. Recentemente, surgiu como uma nova praga na lavoura
algodoeira.
O impacto da alimentação destes percevejos pode causar perdas
significativas no rendimento, na qualidade e no potencial germinativo da soja.
São, também, responsáveis por reduções no teor de óleo, aumento na
percentagem de proteínas e ácidos graxos livres nas sementes, e pela
transmissão de patógenos e de distúrbios fisiológicos, como a retenção foliar
que, normalmente, estão associados à atividade alimentar desses
pentatomídeos
O controle desses insetos deve ser feito utilizando-se produtos em
pulverização, escolhendo-se aqueles mais seletivos aos inimigos naturais e
menos tóxicos ao homem. Utilizar produtos de carência curta, principalmente
se a produção for destinada ao consumo verde (AGROLINK, 2022).

4.2.2.13 CORÓ DA SOJA (Phyllophaga cuyabana)

Os corós são larvas escarabeiformes (corpo recurvado em forma da


letra “C”), de coloração geral branca, com cabeça e pernas (três pares)
marrons. As espécies rizófagas que ocorrem em milho podem atingir de 4 a
5 cm de comprimento quando em seu tamanho máximo.

18
Para a safrinha, em lavouras instalada em semeadura direta sobre a
resteva da soja, os danos são mais acentuados. Em áreas anteriormente
cultivadas com poáceas (gramíneas), a população do inseto geralmente é
elevada.
Seus danos são decorrentes da destruição de plântulas, as quais
são puxadas para dentro do solo ou secam e morrem pela falta de raízes, ou
ainda originam plantas adultas pouco produtivas. O nível de dano para esse
inseto ocorre a partir de 5 larvas.m-2. Controle biológico através do uso
de Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e parasitóides da ordem
Diptera (AGROLINK, 2023).

4.2.2.14 TAMANDUÁ DA SOJA (Sternechus subsignatus)

O tamanduá ou bicudo da soja é considerado um inseto de difícil


controle e vem ganhando importância pelos danos que tem causado às
lavouras de vários municípios do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande
do Sul. Tem ocorrido com maior intensidade, desde 1984, principalmente,
onde é realizado o cultivo mínimo e a semeadura direta. Mais recentemente,
vem causando danos à soja em lavouras em todo o oeste da Bahia, além de
algumas lavouras nos estados de Goiás, do Mato Grosso e do Mato Grosso
do Sul.
O adulto raspa o caule e desfia os tecidos no local do ataque. Quando
a população é alta e ocorre na fase inicial da cultura, o dano é irreversível e
as plantas morrem podendo haver perda total de parte da lavoura. Quando o
ataque acontece mais tarde e as larvas se desenvolvem na haste principal,
formando galhas, a planta pode quebrar pela ação do vento e das chuvas.
A rotação de culturas é a técnica mais eficiente para o seu manejo,
mas sempre associada a outras estratégias, como plantas-iscas e controle
químico na bordadura da lavoura. Resultados recentes de pesquisas têm
mostrado reduzido percentual de plantas mortas e danificadas e maior
produtividade, no final do período de rotação soja-milho-soja, quando
comparado ao monocultivo de soja (AGROLINK ,2022).

19
4.2.2.15 FORMIGA-CORTADEIRA (Acromyrmex spp.)

São formigas cortadeiras cujos formigueiros são pequenos e


geralmente de poucos compartimentos (panelas). As operárias variam muito
de tamanho, mas geralmente são bem menores que as saúvas.
Comumente, encontram-se variações individuais na proporção dos
espinhos do tronco e da cabeça em espécimens pertencentes à mesma
colônia. A caracterização taxonômica realizada com base na proporção forma
dos espinhos do tronco, o tipo de esculturação tegumentar e disposição dos
tubérculos no gáster são sinais facilmente visualizados nas operárias
máximas.
Os prejuízos causados pelas formigas cortadeiras são consideráveis.
Atacam quase todas as culturas, cortando folhas e ramos tenros, podendo
destruir completamente as plantas.
Pode-se fazer arações profundas nas panelas e a eliminação de
poáceas (gramíneas) nativas, pois as formigas as usam para a criação do
fungo que sustenta a colônia. O controle químico deve ser dirigido, visando a
eliminação da rainha. Podem ser usados formicidas liquefeitos, iscas
granuladas, pó ou através de termonebulização. A isca granulada dispensa
o uso de aplicadores, já que as próprias formigas as carregam para o ninho
(EMBRAPA, 2020).

4.2.2.16 VAQUINHA VERDE AMARELA ( Diabrotica


speciosa)

As larvas atacam as raízes das plantas. O prejuízo causado por essa


larva tem sido expressivo nos Estados do Sul e em algumas áreas das
regiões Sudeste e Centro-Oeste.
A larva se alimenta das raízes e interfere na absorção de nutrientes e
água, e também reduz a sustentação das plantas. O ataque ocasiona o
acamamento das plantas em situações de ventos fortes e de alta precipitação
pluviométrica.

20
Excesso e baixa umidade do solo são desfavoráveis à larva. O método
de preparo de solo influência a população desse inseto. A ocorrência da larva
é maior em sistema de plantio direto do que em plantio convencional. Os
agentes de controle biológico mais eficientes são os inimigos
naturais Celatoria bosqi, Centistes gasseni, e os fungos Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae (AGROLINK, 2020).

4.2.3 DOENÇAS QUE ATACAM A CULTURA DA SOJA

4.2.3.1 FERRUGEM ASIÁTICA (Phakopsora pachyrhizi)

A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, sendo, hoje,


uma das doenças que mais. A doença é causada pelo fungo Phakopsora
pachyrhizi, sendo, hoje, uma das doenças que mais têm preocupado os
produtores de soja. O seu principal dano é a desfolha precoce, impedindo a
completa formação dos grãos, com conseqüente redução da produtividade.
O nível de dano que a doença pode ocasionar depende do momento em que
ela incide na cultura, das condições climáticas favoráveis à sua multiplicação.
Os danos podem chegar a cerca de 70%. A doença foi diagnosticada pela
primeira vez no Brasil em 2001. Devido à facilidade de disseminação do
fungo pelo vento, a doença ocorre em praticamente todas as regiões
produtoras de soja do país.
A doença apresenta-se inicialmente por pequenas pontuações de
coloração mais escuras que o tecido foliar superior. Na parte inferior da folha,
observam-se pequenas verrugas, chamadas de urédias, que é o local onde
o fungo produz os seus esporos (uredósporos). Posteriormente, a coloração
dessas urédias passa de castanho-claro para castanho-escuro e o tecido
foliar nessa região vai ficando castanho-claro o controle deve ser realizado
com a obtenção de cultivares resistentes para a ferrugem da soja é um
processo muito difícil, devido à alta variabilidade do fungo (AGROLINK,
2020).

21
4.2.3.2 ANTRACNOSE (Colletotrichum truncatum)

Pode causar morte de plântulas, necrose dos pecíolos, manchas nas


folhas, hastes e vagens, queda total das vagens ou deterioração das
sementes em colheita retardada. As vagens infectadas adquirem coloração
castanho-escura a negra e ficam retorcidas; nas vagens em granação, as
lesões iniciam-se por estrias e evoluem para manchas negras. As partes
infectadas podem ficar cobertas por pontuações. Sementes apresentam
manchas deprimidas, de coloração castanho-escuras.
Usar sementes sadias, tratamento de sementes, rotação de cultura,
espaçamento entre linhas de 50-55 cm, estande adequado e manejo
adequado do solo, principalmente com relação à adubação potássica
(EMBRAPA ,2021).

4.2.3.3 MOFO BRANCO (Sclerotinia truncatum)

O mofo branco, causado pelo fungo Sclerotinia Sclerotiorum (Lib.) de


Bary, é uma doença de grande relevância pelo fato de possuir mais de 300
espécies de plantas como hospedeiras.
Alta capacidade de permanência no solo em função de suas
estruturas de resistência, ambientes de cultivos favoráveis e gama de
hospedeiras, ampliam a dificuldade no controle da doença e a sua
erradicação se torna praticamente impossível. Portanto é necessário a
utilização de diversas estratégias para que, primeiramente a doença não
entre na área, e uma vez que seja encontrada não atinja altos níveis
populacionais e não se distribua para áreas ainda não infectadas.
Atualmente o Manejo Integrado de Doenças é a principal estratégia de
prevenção e controle do mofo-branco, com a utilização de diversos métodos
que atuarão de diferentes maneiras na doença e no ambiente de produção (
SYNGENTA, 2019).

4.2.3.4 MANCHA ALVO (Corynespora cassiicola)

22
A mancha-alvo é uma doença foliar causada por um fungo chamado
Corynespora cassiicola. Esta doença pode atacar diversas culturas, dentre
as principais estão a soja e o algodão.
Os primeiros sintomas são caracterizados por pequenas manchas
circulares, com halo amarelado e um ponto negro no centro. O aumento das
lesões em camadas circulares dá o aspecto de um "alvo". Em cultivares
suscetíveis e condições de clima favorável, a evolução da doença pode ser
rápida, induzindo desfolha prematura. Normalmente a doença inicia após o
fechamento da entrelina devido à formação de microclima favorável. No
entanto, isso não é regra, podendo ocorrer antecipadamente, dependendo da
cultivar a das condições de clima.
Os primeiros sintomas são caracterizados por pequenas manchas
circulares, com halo amarelado e um ponto negro no centro. O aumento das
lesões em camadas circulares dá o aspecto de um "alvo". Em cultivares
suscetíveis e condições de clima favorável, a evolução da doença pode ser
rápida, induzindo desfolha prematura. Normalmente a doença inicia após o
fechamento da entrelina devido à formação de microclima favorável. No
entanto, isso não é regra, podendo ocorrer antecipadamente, dependendo da
cultivar a das condições de clima (AGRO BAYER, 2021).

4.2.3.5 CRESTAMENTO FOLIAR DE CERCOSPORA (Cercospora


kikuchii)

O fungo ataca todas as partes da planta. Nas folhas, os sintomas são


pontuações escuras, castanho-avermelhadas, as quais coalescem e formam
grandes manchas escuras que resultam em severo crestamento e desfolha
prematura. Nas vagens, aparecem pontuações vermelhas que evoluem para
manchas castanho-avermelhadas. Através da vagem, o fungo atinge a semente
e causa a mancha púrpura no tegumento.
O controle deve ser feito utilizando sementes livres do patógeno,
tratamento de sementes com fungicidas com ação sistêmica e de contato, e
aplicações na parte aérea, utilizando fungicidas dos grupos dos
benzimidazóis, triazóis e estrobilurinas (EMBRAPA, 2022).

23
4.2.3.6 MÍLDIO (Peronospora manshurica)

O míldio é causado por um grupo de patógenos chamados de


oomicetos. Na face superior da folha nota-se a formação de pontuações
amarelas, que podem atingir 3-5 mm de diâmetro. As lesões coalescem e
ocorre crestamento foliar. Na face inferior da folha, região correspondente às
pontuações, formam-se as estruturas de frutificação do fungo, de aparência
cotonosa com coloração rosada e, em seqüência, as lesões tornam-se
necróticas. O fungo também infecta as vagens, podendo causar deterioração
das sementes ou infecção parcial. Nesse caso, a semente apresenta uma
crosta pulverulenta, formada de micélio e esporos do fungo, e o tegumento
adquire coloração bege a castanho-claro.
O uso de variedades resistentes é o melhor método de controle. O
tratamento da semente auxilia no controle da doença, com produtos
registrados para as cultura (AGRO LINK, 2022).

4.2.3.7 OÍDIO (Microsphaera diffusa)

Conhecido também por cinza ou mufeta, o oídio, causado pelo fungo


Uncinula necator, pode atacar todos os órgãos verdes da planta como brotos,
folhas e bagas que ficam recobertos por uma fina camada de pó cinzento,
facilmente removida, formando manchas difusas. Nas folhas, os sinais do
fungo podem ser encontrados tanto na face superior como na inferior. Flores
e bagas pequenas atacadas secam e caem. As bagas mais desenvolvidas
podem sofrer rachadura deixando as sementes expostas.
Períodos secos, quentes e com nebulosidade são as condições
favoráveis ao desenvolvimento do oídio e baixa luminosidade ou luz difusa
favorece o progresso da doença. As condições ótimas para a ocorrência da
doença são temperaturas em torno de 25 °C e umidade relativa do ar entre
40 a 60% ( EMBRAPA, 2022).

4.2.3.8 MANCHA-OLHO-DE-RÃ (Cercospora sojina)

24
A mancha-olho-de-rã afeta todas as partes aéreas da planta,
comprometendo os rendimentos e a qualidade dos grãos. O fungo produz
sintomas nas folhas, hastes, vagens e sementes.
Podem ocorrerem folhas, hastes, vagens e sementes. As lesões
iniciam como pequenos pontos de encharcamento e evoluem para manchas
castanho-claras no centro com bordos castanho-avermelhados, na página
superior da folha, e cinzas na página inferior, onde ocorre a esporulação. O
tamanho das lesões varia de 1 a 5 mm de diâmetro. Em hastes e vagens, as
lesões aparecem ao final da granação e apresentam aspectos de anasarca
na fase inicial, evoluindo para manchas circulares, castanho-escuras nas
vagens, e manchas elípticas ou alongadas, com centro cinza a castanho-
claro e bordos castanho-avermelhados na haste. Na semente, o tegumento
apresenta rachaduras e manchas de tamanhos variáveis, de coloração parda
a cinza. De modo geral, a ocorrência da mancha “olho-de-rã” começa na fase
de floração, entre os estádios R1 e R3.
. O controle químico pode ser realizado com apenas duas aplicações de
fungicidas: a primeira quando houver 5 a 10 manchas nas folhas mais afetadas
e a segunda, se necessária, entre 10 e 15 dias após. A mistura de um fungicida
sistêmico com um de contato é recomendada. O tratamento de sementes, de
forma sistemática com thiabendazol ou mistura de thiabendazol + thiram, é
fundamental para evitar a introdução do fungo Cercospora sojina onde o mesmo
não esteja presente (AGRO LINK, 2022).

4.2.3.9 MANCHA PARDA (Septoria glycines)

Os sintomas são mais frequentemente encontrados nas folhas e nos


grãos, embora possam ser observados também no coleóptilo, nas
ramificações da panícula e na bainha. Nas folhas, as manchas jovens ou
ainda não totalmente desenvolvidas são arredondadas, de coloração
marrom, pequenas. As manchas típicas são ovaladas, de coloração marrom-

25
avermelhada e normalmente apresentam um centro cinza, onde podem ser
encontradas as estruturas reprodutivas do patógeno. As manchas ocorrem
geralmente de forma isolada. Podem, porém, coalescer e tomar considerável
área da folha.
A mancha parda tem sido relatada em áreas onde algum fator do
ambiente desfavorece a planta, tornando-a predisposta à doença. Em outras
palavras, a doença não é problema em culturas instaladas em solos de boa
fertilidade e que recebem bom suprimento de água. No Brasil, onde metade
da produção de arroz é proveniente do sistema de sequeiro, a doença deve
merecer atenção especial, visto que as áreas de arroz de sequeiro são
normalmente de solo pobre e sujeitas a períodos de deficiência hídrica; isto
é particularmente verdadeiro para as áreas de cerrado, nas quais está
concentrada a grande maioria das lavouras de arroz de sequeiro. As culturas
implantadas no sistema irrigado, na região sul do país, também estão sujeitas
a danos provocados pela doença, apesar das boas condições do solo e da
disponibilidade de água. Neste caso, a doença tem sido favorecida pelo
plantio de variedades suscetíveis e pela maior freqüência de plantio (AGRO
LINK ,2022).

4.2.3.10 TOMBAMENTO E MORTE (Rhizoctonia solani)

O fungo é comum em todas as regiões produtoras de soja do Brasil. A


presença de restos culturais em decomposição favorece a ocorrência da
doença. Condições de alta umidade e calor (30-35°C) favorecem o fungo. As
infecções também são comumente observadas após um período de seca,
quando a umidade retorna.
4.2.3.11 SECA DA HASTE E DA VAGEM (Phomopsis.spp)

Este fungo é o maior responsável pelo descarte de lotes de sementes


nos cerrados. Seu maior dano é observado em anos chuvosos, nos estádios
iniciais de formação das vagens e na maturação, quando ocorre o atraso da
colheita por excesso de umidade.

26
O processo infeccioso é semelhante ao de Colletotrichum dematium.
As vagens ficam chochas ou apodrecem, adquirem coloração esbranquiçada
a castanho-clara. Sob condição de alta umidade, o fungo desenvolve
frutificações negras, dispostas de forma linear. Sementes apresentam
enrugamento e rachaduras no tegumento, ficam sem brilho e cobertas com
micélio de coloração esbranquiçada a bege.
Para o controle da seca da haste e da vagem, devem ser seguidas às
mesmas medidas recomendadas para a antracnos (AGRO LINKE, 2022).

4.2.3.12 PODRIDAO RADICULAR DE PHYTOPHTHORA


(Phytophthora sojae)

A podridão radicular de fitóftora, em soja, causa morte de plantas em


qualquer fase de desenvolvimento, e sua manifestação está intimamente
associada com excesso de umidade no solo. Pode ocasionar apodrecimento
de sementes, morte de plântulas em pré e pós-emergência e, em plantas
adultas, apodrecimento de raízes, levando à murcha e morte das mesmas.
Podem ser observados desde a pré-emergência até fase adulta de
plantas, sendo que as mais jovens são mais suscetíveis e morrem mais
rapidamente. Na fase inicial do ciclo da soja, causa apodrecimento de
sementes ou flacidez na radícula, progredindo ao cotilédone, e os tecidos
afetados adquirem coloração marrom. Sementes infectadas germinam
lentamente e, quase sempre, as plântulas morrem durante a emergência,
com hipocótilo apresentando anasarca e coloração marrom escura. Durante
a emissão das primeiras folhas trifolioladas, a extremidade da raiz principal
torna-se flácida e marrom, e essa descoloração estende-se e envolve o
hipocótilo até o nó cotiledonar, ocorrendo o colapso do tecido. Na sequência,
as folhas tornam-se amareladas, murcham e a planta seca e morre (AGRO
LINK, 2022).

4.2.3.13 NEMATOIDES DE CISTO (Heterodera glycines)

Formação de reboleiras de plantas pouco crescidas e cloróticas,

27
nanismo, raquitismo e amarelamento da planta, presença de cistos e fêmeas
adultas nas raízes da planta infectada, bem como sistema radicular reduzido.
O controle é realizado através do uso de cultivares resistentes e de
rotação de culturas (AGRO LINK, 2020).

4.2.3.14 NEMATOIDES DE GALHA (Meloidogyne incognita e


M.javanica)
Ocorrem em reboleiras, onde as plantas normalmente apresentam
manchas cloróticas ou necroses entre as nervuras (folha carijó). Pode não
ocorrer redução no tamanho das plantas, mas intenso abortamento de
vagens no florescimento e amadurecimento prematuro das plantas. Nas
raízes, observam-se galhas em números e tamanhos variados, dependendo
da suscetibilidade da cultivar e da densidade populacional do nematóide no
solo. A diagnose precisa requer análise de amostras de solo e/ou raízes em
laboratório.
Os nematóides causadores de galhas parasitam um grande número
de espécies de plantas. Sobrevivem na maioria das plantas daninhas,
dificultando o controle. O ciclo de vida é muito influenciado pela temperatura.
Em geral, se completa em três a quatro semanas a 25ºC.
Os métodos de controle mais eficientes são a rotação de cultura com
plantas não hospedeiras e o uso de cultivares resistentes. A rotação de
culturas deve ser bem planejada, uma vez que a maioria das espécies
cultivadas multiplicam os nematóides de galha. Por isso, deve-se fazer uma
correta identificação da espécie e, se possível da raça, do nematóide
presente na área. Para recuperação da matéria orgânica e da atividade
microbiana do solo, é importante incluir na rotação espécies utilizadas como
adubos verdes. A semeadura direta contribui para reduzir a disseminação
destes e de outros nematóides (AGRO LINK, 2022).

4.3 CULTURA DO MILHO (Zea mays)

4.3.1 MORFOLOGIA DA CULTURA DO MILHO

28
A duração do período de desenvolvimento para um determinado
híbrido é altamente dependente do ambiente. No desenvolvimento do milho,
a duração do ciclo em dias tem demonstrado inconsistência. Isso se deve ao
fato de que a duração de subperíodos de desenvolvimento da planta está
associada às variações das condições ambientais e não ao número de dias.
A utilização da temperatura média do ar, numa escala diária, é uma boa
estimativa indireta da quantidade de energia química metabólica produzida
pelo material genético.
O conhecimento das exigências térmicas, desde a semeadura ao
ponto de maturidade fisiológica, são fundamentais para a previsão do
surgimento e duração dos estádios de desenvolvimento das plantas. Essas
informações, associadas ao conhecimento da fenologia da cultura, podem
ser utilizadas no planejamento e definição da época de semeadura, da
utilização de insumos (fertilizantes, inseticidas, fungicidas e herbicidas, entre
outros) e da época de colheita (AGRO LINK, 2022).

4.3.2 TIPOS DE HIBRIDOS

Atualmente, existem 3 categorias de híbridos de milho. Elas são


resultado de pesquisas fomentadas, tanto por órgãos nacionais, como a
Embrapa, quanto por empresas brasileiras e internacionais que atuam no
setor de tecnologia agrícola.
Híbrido simples: Esse tipo de híbrido de milho decorre do cruzamento
de duas linhagens puras do vegetal. Um de seus diferenciais é o potencial
produtivo, sobretudo em sistemas de produção com amplos recursos
tecnológicos.
Híbrido duplo: É criado a partir do cruzamento de dois híbridos simples.
Ele é mais indicado para produções que contam com sistemas de média
tecnologia, em comparação com o híbrido simples, seus custos de produção
são mais baixos.
Híbrido triplo: Decorre do cruzamento entre uma linhagem pura e um
híbrido simples. Pelo seu potencial produtivo intermediário, ele é comumente
utilizado em lavouras com média tecnologia (AGRO BAYER, 2022).

29
4.3.3 TECNOLOGIA DE SEMENTES

As principais tecnologias disponíveis no mercado das sementes de


milho, como AquaMAX®, Trecepta, VT PRO 2, VT PRO 3, VT PRO 4,
AgrisureViptera 2 AgrisureViptera 3, Leptera, PowerCore e PowerCore Ultra,
potencializam a amplitude da área cultivada com milho para diferentes
condições de clima e solo (AGROINSIGHT, 2022).

4.3.4 DOENCAS DA CULTURA DO MILHO

4.3.4.1 ANTRACNOSE (Colletotrichum)

Pode causar morte de plântulas, necrose dos pecíolos, manchas nas


folhas, hastes e vagens, queda total das vagens ou deterioração das sementes
em colheita retardada. As vagens infectadas adquirem coloração castanho-
escura a negra e ficam retorcidas; nas vagens em granação, as lesões iniciam-
se por estrias e evoluem para manchas negras. As partes infectadas podem ficar
cobertas por pontuações. Sementes apresentam manchas deprimidas, de
coloração castanho-escuras.
Em anos chuvosos, pode causar perda total da produção, mas com maior
frequência causa alta redução do número de vagens, induzindo a planta à
retenção foliar e à haste verde. Uso de sementes infectadas e deficiências
nutricionais, também contribuem para maior ocorrência da doença.
Usar sementes sadias, tratamento de sementes, rotação de cultura,
espaçamento entre linhas de 50-55 cm, estande adequado e manejo adequado
do solo, principalmente com relação à adubação potássica (EMBRAPA, 2021).

4.3.4.2 CARVÃO (Ustilago tritice)

O carvão comum do milho, causado por Ustilago maydis, é facilmente


identificado pelas galhas tumorosas formadas em tecidos do hospedeiro em
ativo crescimento e que contêm uma massa escura, fuliginosa, de

30
teliosporos. Ao redor de quase todo o mundo, o carvão comum (morrão, pt)
é considerado uma doença problemática do milho, mas na região central do
México, as galhas das espigas são consideradas finas iguarias comestíveis
conhecidas lá como cuitlacoche (huitlacoche). Além da significância prática
de ser uma doença prevalente e ser um fungo comestível, U. maydis também
tem sido usado como modelo para o estudo de vários fenômenos biológicos
(EMBRAPA ,2022).

4.3.4.3ENFEZAMENTO PÁLIDO (Spiroplasma kunkelii)

Os sintomas dos enfezamentos manifestam-se caracteristicamente, e


em maior intensidade, na fase de produção das plantas de milho. No
enfezamento-pálido aparecem manchas cloróticas e independentes,
produzidas na base das folhas que, posteriormente, se juntam e formam
bandas grandes. Os entrenós se desenvolvem menos e a planta tem a altura
reduzida (“fica enfezada”). Também se formam brotos nas axilas das folhas,
e o colmo e as folhas adquirem cor avermelhada ( EMBRAPA, 2022).

4.3.4.4 ENFEZAMENTO VERMELHO ( Maize bushy)

O enfezamento-vermelho caracteriza-se por plantas severamente


“enfezadas” (menor altura) e pela maior intensidade da cor vermelha, que
chega a ser púrpura nas folhas mais velhas, e por abundante perfilhamento
nas axilas foliares e na base das plantas ( EMBRAPA, 2022).
4.3.4.5 FERRUGEM COMUM (Puccinia sorghi)

A doença caracteriza-se pela presença de pústulas elípticas e alongadas,


em ambas as faces da folha, com produção de uredósporos de coloração
marrom-canela. Com o passar do tempo, as pústulas tornam-se mais escuras,
em conseqüência do desenvolvimento de teliósporos. Com o acúmulo de lesões,
é comum observar, nas folhas, faixas transversais, que correspondem à posição
do cartucho no momento da infecção. Clorose e morte das folhas podem ocorrer
em condições de severidade elevada.

31
Temperaturas baixas (16 a 18ºC) e alta umidade relativa (100%)
favorecem o desenvolvimento da doença. O patógeno possui como hospedeiros
intermediários, espécies de trevo, do gênero Oxalis, nas quais desenvolve
esporos, que servem de inóculo para a cultura do milho.
As medidas de controle recomendadas são o uso de cultivares
resistentes e o plantio em épocas desfavoráveis ao desenvolvimento da doença.
Dado o grande número de raças fisiológicas, o uso de cultivares com resistência
poligênica é mais seguro. O plantio de cultivares suscetíveis em ambientes com
temperatura amena, como nos meses de agosto e setembro, na Região Sul, não
é recomendado. A aplicação de fungicidas para tratamento da cultura deve ser
realizada conforme orientação técnica (AGROLINK, 2022).

4.3.4.6 FERRUGEM POLISSORA (Puccinia polysora)

As pústulas da ferrugem polisora são pequenas, circulares a elípticas. Os


uredósporos e as pústulas têm coloração variável de amarelo a dourado, em
fases mais avançadas surgem pústulas marrom-escuras, devido à formação dos
teliósporos. Quando a cultura está fortemente afetada, é comum os uredósporos
ficarem aderidos ao corpo e à roupa das pessoas que caminham pela lavoura,
conferindo cor dourada a estas partes. As pústulas podem ocorrer na face
superior do limbo e da bainha foliar, nas brácteas das espigas e, em condições
de alta severidade, no pendão. Em cultivares suscetíveis, é comum a ocorrência
de morte prematura em virtude da destruição folia
O controle da doença pode ser feito com o uso de cultivares resistentes,
escolha correta de época e local de plantio e com aplicação de fungicidas. O
método de controle mais eficiente e menos oneroso para o produtor é o uso de
híbridos ou variedades com níveis satisfatórios de resistência ao patógeno.
Evitar plantios nos meses de dezembro e janeiro, nas regiões propícias para a
ocorrência da doença, é prática recomendada para amenizar os danos causados
pelo fungo. A severidade da doença é maior em regiões com altitude inferior a
650 metros e, nessas condições, cultivares suscetíveis não devem ser
plantados, principalmente na região central do Brasil (AGRO LINK, 2022).

32
4.3.4.7 FERRUGEM BRANCA( Physopella zera)

Os sintomas caracterizam-se por manchas de coloração cinza,


predominantemente retangulares, com as lesões desenvolvendo-se paralelas às
nervuras. Com o desenvolvimento dos sintomas da doença, pode ocorrer
necrose de todo o tecido foliar. Em situações de ataques mais severos, as
plantas tornam-se mais predispostas às infecções por patógenos no colmo,
resultando em maior incidência de acamamento de plantas( EMBRAPA, 2022).

4.3.4.8 PODRIDAO DA ESPIGA ( Stenocarpekka maydis)

Essa podridão inicia-se, geralmente, pela base da espiga. Em espigas


infectadas, as brácteas inferiores apresentam-se ligadas entre si devido ao
crescimento do micélio do fungo entre elas. O fungo também cresce entre os
grãos das espigas. Espigas severamente afetadas apresentam-se mais leves do
que as sadias. Pequenos pontos pretos, os picnídios, podem ser observados no
sabugo da espiga. Espigas infectadas no estádio leitoso dos grãos podem
apodrecer completamente, enquanto infecções mais tardias proporcionam
podridões menos severas.
Escolha de cultivares resistentes e práticas culturais são as medidas
recomendadas para o controle da doença. Entre as práticas culturais, pode-se
destacar densidade correta de plantio, manutenção da cultura livre de plantas
daninhas, colheita na época apropriada e rotação de cultura (AGRO LINK, 2022)
4.3.4.9 PODRIDAO BRANCA DA ESPIGA ( Sclerotium cepivorum)

A podridão branca da espiga reduz a densidade dos grãos, seu valor


nutricional e sua palatabilidade. Os grãos ardidos, além de impróprios para o uso
direto e para a formulação de rações, podem estar contaminados por
substâncias tóxicas produzidas por esses fungos, denominadas micotoxina
(EMBRAPA, 2023).

4.3.5 PRAGAS DA CULTURA DO MILHO

33
4.3.5.1 LARVA ALFINETE ( Diabrotica speciosa)

a larva se alimenta das raízes e interfere na absorção de nutrientes e


água, e também reduz a sustentação das plantas. O ataque ocasiona o
acamamento das plantas em situações de ventos fortes e de alta precipitação
pluviométrica.
Excesso e baixa umidade do solo são desfavoráveis à larva. O método
de preparo de solo influência a população desse inseto. A ocorrência da larva é
maior em sistema de plantio direto do que em plantio convencional. Os agentes
de controle biológico mais eficientes são os inimigos naturais Celatoria bosqi,
Centistes gasseni, e os fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae
(AGRO LINK,2022).

4.3.5.2 CORÓ ( Liogenys sp)

Os besouros (fase adulta do inseto) de todas as espécies, podem ser


facilmente percebidos à noite, próximos a fontes de luz. A postura é realizada
pelas fêmeas no solo e aproximadamente uma semana depois eclodem as larvas
que se alimentam do sistema radicular das plantas. As larvas possuem cabeça
marrom, corpo de coloração branco-amarelada e em forma de C. A ponta do
abdômen é transparente e brilhante. As larvas de cada espécie podem ser
diferenciadas pelo tamanho e pela disposição dos pêlos e espinhos na região
ventral do último segmento abdominal.
O coró se alimenta das raízes da planta, diminuindo assim a capacidade
dela em absorver água e nutrientes, afetando a produtividade final da lavoura. O
inseto pode causar prejuízos significativos, sendo que a perda média pode
chegar a 20%.
Para combater essa praga existem duas formas de controle químico: o
tratamento de sementes e a aplicação de inseticida no sulco de plantio.
Recomenda-se o uso de produtos registrados para a cultura (AGRO LINK, 2022).

4.3.5.3 LAGARTA DO CARTUCHO ( Spodoptera frugiperda)

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As lagartas recém eclodidas raspam as folhas e se alojam no cartucho,
onde se observa seus excrementos. Pela destruição do cartucho, principalmente
na fase próxima ao florescimento, podem causar danos expressivos que se
acentuam em períodos de seca. Os dnos são maiores quando o ataque ocorre
em plantas com 8 a 10 folhas.
Tratamento de sementes, para controle nas fases iniciais da cultura, e
aplicação de inseticidas sistêmicos, que controlam bem a praga quando as
condições de suprimento de água são satisfatórias (AGRO LINK, 2022).

4.3.5.4 LAGARTA ROSCA ( Agrotis ipsilon)

Os adultos são mariposas de 35 mm de envergadura. Este inseto


apresenta grande capacidade de postura, sendo que uma fêmea pode colocar
em média 1000 ovos.
O controle natural das lagartas-roscas é feito por insetos benéficos
(inimigos naturais), principalmente microimenópteros e dípteros. Recomenda-se
a adoção do manejo integrado, com ênfase em: realizar bom preparo de solo e
eliminar as plantas hospedeiras (AGRO LINK ,2022).

4.3.5.5 CIGARRINHA DO MILHO (Dalbulus maidis)

A incidência das doenças está associada à alta densidade populacional


de insetos infectivos o que ocorre no final do verão (plantios tardios). Também
causa danos diretos pela sucção de seiva dos adultos e ninfas.
O exame do cartucho pode comprovar a presença do inseto. A
contaminação das plantas com as doenças somente pode ser comprovada pelo
aparecimento dos sintomas.
A cigarrinha do milho ainda não tem um nível de dano econômico definido.
Por isso adotar técnicas preventivas de monitoramento é essencial para

35
determinar a quantidade e o momento mais adequado das pulverizações.
Monitorar a presença da cigarrinha na área é um dos principais métodos de
controle (MAIS SOJA ,2020).

4.3.5.6 TRIPES (Thysanoptera)

É um inseto que pode provocar sérios problemas na cultura do milho, pois


transmite o vírus do "vira cabeça", que, dependendo da proporção de incidência,
pode acabar com uma área de plantio.
Tanto a fase jovem quanto a fase adulta do tripes atacam as folhas,
alimentando-se da seiva das plantas, provocando o dobramento dos bordos para
cima e a descoloração esbranquiçada. Quando o ataque ocorre nas
inflorescências, a descoloração é avermelhada e pode resultar em esterilidade
das espiguetas. O desenvolvimento da população da praga evolui conforme o
crescimento das plantas, atingindo seu pico no florescimento. Os maiores danos
são provocados pela transmissão do vírus vira-cabeça, que os tripes liberam ao
sugarem a seiva da planta. Os sintomas na planta doente são facilmente
identificáveis: folhas bronzeadas, caule com faixas escuras, frutos com manchas
amareladas e curvamento dos ponteiros das plantas, sendo que esse último é a
razão do nome da doença.
eliminação dos restos da poda seca e erradicação de plantas hospedeiras
destas espécies de tripes, como, por exemplo, sabiá ou sansão-do-campo
utilizada como quebra-vento (AGRO LINK, 2020).
4.3.5.7 PERCEVEJO BARRIGA VERDE (Dichelops furcatus)

Os danos ocorrem na fase inicial de desenvolvimento da cultura, podendo


causar perdas parciais ou totais das lavouras.
Tanto adultos como ninfas causam danos ao introduzirem seus estiletes
na base das plantas, através da bainha das folhas, atingindo as folhas internas.
Após a abertura, estas folhas apresentam vários furos de distribuição simétrica
no limbo foliar, apresentando halos amarelados ao redor dos furos.
Além disto, as plantas podem apresentar deformação que pode levá-las a
morte ou a intensos perfilhamentos improdutivos (AGRO LINK, 2022).

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4.3.5.8 PERCEVEJO VERDE ( Nezara viridula)

Este percevejo é considerado uma das principais pragas dos órgãos


reprodutivos da cultura da soja. Recentemente, surgiu como uma nova praga na
lavoura algodoeira.
Durante o ato da alimentação, os percevejos injetam toxinas nos grãos e
nos orifícios deixados pelo aparelho bucal dos insetos penetram
microorganismos que determinam o chochamento dos grãos causando
depreciação do produto no ato da comercialização. Além disso, as toxinas
atingem as plantas determinando uma redução em sua produtividade.
O controle desses insetos deve ser feito utilizando-se produtos em
pulverização, escolhendo-se aqueles mais seletivos aos inimigos naturais e
menos tóxicos ao homem. Utilizar produtos de carência curta, principalmente se
a produção for destinada ao consumo verde (AGRO LINK, 2020).

4.3.5.9 LAGARTA DA ESPIGA (Helicoverpa zea)

Esta espécie de mariposa é considerada uma das mais importantes, pois


tem preferência por atacar as partes comercializáveis das plantas. Pode ocorrer
em abóbora, abobrinha, algodão, alho, berinjela, cebola, chuchu, ervilha, feijão,
feijão-vagem, fumo, girassol, jiló, melancia, melão, milho, pepino, pimentão, soja,
sorgo, tomate e trigo.
No milho, esta lagarta ovoposita nos estigmas e passa a atacar estes,
ocasionando a redução da fertilização e do peso dos grãos. Os grãos mais novos
também são atacados, sendo que o orifício deixado pela larva serve como porta
de entrada para inúmeros microrganismos indesejáveis. Em outras culturas,
como nas solanáceas, brocam os frutos, tornando-os imprestáveis para o
consumo.
A lagarta-da-espiga tem a cabeça de coloração marrom bem clara
enquanto a lagarta-do-cartucho apresenta a cabeça quase preta. O controle de
se faz quase que exclusivamente mediante emprego de inseticidas, sendo a

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eficiência deste método, muito baixa. Isto se deve ao fato das lagartas,
encontrarem-se protegidas no interior das espigas (AGRO LINK, 2021).

4.3.5.10 HELICOVERBA ARMIGERA (Helicoverba armigera)

Essa lagarta é uma das principais pragas polífagas das culturas do mundo
e exótica para o Brasil. Ataca diversas culturas, mas no Brasil principalmente
soja, milho e algodão.
As vias de ingresso da Helicoverpa armigera nas plantas são a parte
aérea (flor, folha, gemas, fruto/vagem, estruturas reprodutivas e pontos de
crescimento). Os estágios imaturos alimentam-se em todos os estágios de
desenvolvimento da planta, danificando todas as estruturas. As larvas atacam
ramos, flores e cápsulas da semente.
Níveis de ação para controle de Helicoverpa armigera nas diferentes
culturas utilizando os inseticidas químicos (AGRO LINK,2021).

4.3.5.11 CARUNCHO (Carcoma)

O caruncho podem adentrar os alimentos em qualquer etapa da produção,


podendo ser na plantação, na armazenagem, no transporte, em supermercados
e até nas despensas de residências, passando de alguns alimentos para outros,
até contaminando e sobrevivendo na madeira de armários.
Devido à abrangência das possibilidades da infestação, nem sempre se
pode impedir que os carunchos apareçam. Entretanto, algumas medidas podem
ser tomadas para diminuir ao máximo a probabilidade de eles aparecerem
(AGRO LINK, 2021).

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5.INFORMAÇÕES SOBRE A EMPRESA

A Cotripal Agropecuária Cooperativa foi fundada em 21 de setembro de


1957, por 29 agricultores do município de Panambi, Rio Grande do Sul. O nome
de fundação foi Cooperativa Tritícola Panambi Ltda. Conta com mais de 5 mil
associados e 2 mil funcionários.
Trabalha com vendas de insumos e grãos. Tem armazém para
recebimento de grãos.

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5.1 PRINCIPAIS PRODUTOS RECOMENDADOS PARA A EMPRESA
INSETICIDAS
ACEFATO
PRINCÍPIO ATIVO: Acefato
MODO DE AÇÃO: contato e ingestão.
DOAGEM: 1,0 kg/ há
BAZUCA
PRINCÍPIO ATIVO: Metomil
MODO DE AÇÃO: Contato e ingestão.
DOSAGEM: 100 À 300L/HA (volume em calda)
TELSTAR:
PRINCÍPIO ATIVO: Piretroide
MODO DE AÇÃO: Contato e ingestão.
DOSAGEM: 20 Á 50ML/HA
HERBICIDAS:
GLIFOSATO
PRINCÍPIO ATIVO: Glifosato
MODO DE AÇÃO: Não seletivo, sistêmico.
DOSAGEM: 25ML por L de água
ATRAZINA
PRINCÍPIO ATIVO: atrazina
MODO DE AÇÃO: Seletivo, sistêmico, pós- emergência, pré -emergência
DOSAGEM:
SELECT
PRINCÍPIO ATIVO: Cletodim
MODO DE AÇÃO: Seletivo, sistêmico
DOSAGEM: 800ml/ha
FUNGICIDAS
FOX PRO
PRINCÍPIO ATIVO: Proticonazol
MODO DE AÇÃO: Siatemico, mesostêmico
DOSAGEM: 0,4 – 0,5L/HA

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ORKESTRA
PRINCÍPIO ATIVO: Piraclostrobina
MODO DE AÇÃO: Protetor, sistêmico
DOSAGEM: 240 À 350ML/HA
UNIZEB GOLD
PRINCÍPIO ATIVO: Mancozobe
MODO DE AÇÃO: Contato
DOSAGEM: 2,0- 3,0 KG/HA

5.1.1 HERBICIDA

Herbicidas são defensivos que controlam plantas daninhas. São agentes,


geralmente químicos, usados para controlar ou inibir o crescimento de plantas
indesejadas, como ervas daninhas residenciais ou agrícolas e outras espécies
invasoras ( EMBRAPA, 2021).

5.1.2 INSETICIDA

Os inseticidas são os defensivos agrícolas, que atuam na prevenção e


controle de insetos e pragas, responsáveis por grande perda nas lavouras. Além
de reduzir na produtividade, dependendo da intensidade da infestação e danos
causados, os insetos podem matar a lavoura (AGROPOS, 2022).

5.1.3 FUNGICIDA

Os fungicidas são defensivos agrícolas capazes de prevenir e controlar


doenças e infecções originárias de fungos e bactérias que atingem as plantas
das culturas agrícolas, apresentando facilidade de uso e possibilitando retorno
significativo na produtividade ( EMBRAPA, 2021).

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6 REFERÊNCIAS
AGROPOS. “ INSETICIDAS: O USO E AS TÉCNICAS CORRETAS”
https://agropos.com.br/inseticidas/ Acesso em: 18 de outubro de 2023.
AEGRO. “ MILDIO: COMO IDENTIFICAR” https://blog.aegro.com.br/mildio/
Acesso em: 17 de outubro de 2023
PLANIX. “CARVÃO DO MILHO: COMO IDENTIFICAR”
https://plantix.net/pt/library/plant-diseases/100038/maize-smut/ Acesso em: 22
de outubro de 2023

42
ESTADÃO. “ CARUNCHO: COMO ACABAR COM A PRAGA NA
PLANTAÇÃO EM CASA?” https://summitagro.estadao.com.br/noticias-do-
campo/caruncho-como-acabar-com-a-praga-na-plantacao-e-em-casa/ Acesso
em: 24 de outubro de 2023.
AGROLINK. “CULTURA DO MILHO’’
https://www.agrolink.com.br/culturas/milho/informacoes/caracteristicas_361401.
html Acesso em:02 de novembro de 2023
AGROLINK. “PROBLEMAS COM A CIGARRINHA NO MILHO”
https://www.agrolink.com.br/problemas/cigarrinha-do-milho_509.html Acesso
em: 03 de outubro de 2023
AGROLINK. “PROBLEMAS COM CORÓ”
https://www.agrolink.com.br/problemas/coro_3320.html Acesso em: 02 de
novembro de 2023”
AGROLINK. “FERRUGEM”
https://www.agrolink.com.br/problemas/ferrugem_1739.html Acesso em: 02 de
novembro de 2023
AGROLINK. “ HELICOVERBA”
https://www.agrolink.com.br/problemas/helicoverpa_3056.html Acesso em: 03
de novembro de 2023
AGROLINK. “ LAGARTA DA ESPIGA DO MILHO”
https://www.agrolink.com.br/problemas/lagarta-da-espiga-do-milho_410.html
Acesso em 03 de novembro de 2023
AGROLINK. “CONTROLE DA LAGARTA DA ROSCA”
https://www.agrolink.com.br/problemas/lagarta-rosca_222.html Acesso em 28 de
outubro de 2023e
AGROLINK. “ MANCHA OLHO DE RA”
https://www.agrolink.com.br/problemas/mancha-olho-de-ra_1887.html Acesso
em: 29 de outubro de 2023
AGROLINK. https://www.agrolink.com.br/problemas/mancha-parda_1660.html
AGROLINK. “ NEMATOIDES DE CISTO NA SOJA”
https://www.agrolink.com.br/problemas/nematoide-de-cistos-da-soja_3092.html
Acesso em: 02 de novembro de 2023

43
AGROLINK. “ PROBLEMAS COM O PERCEVEJO BARRIGA VERDE”
https://www.agrolink.com.br/problemas/percevejo-barriga-verde_510.html
Acesso em: 10 de novembro 2023
AGROLINK. “ PROBLEMAS COM O PERCEVEJO VERDE”
https://www.agrolink.com.br/problemas/percevejo-verde_39.html Acesso em: 09
de novembro de 2023
AGROLINK. “ PODRIDAO RADICULAR”
https://www.agrolink.com.br/problemas/poderidao-radicular_3441.html Acesso
em 07 de novmbro de 2023
AGROLINK. “ TRIPES” https://www.agrolink.com.br/problemas/tripes_407.html
Acesso em 29 de outubro de 2023
PORTAL EMBRAPA. “DOENÇAS DO MILHO” https://www.embrapa.br/agencia-
de-informacao- Acesso em 28 de outubro de 2023

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