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BIOLOGIA E CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

ÍNDICE

Página

MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM PASTAGENS ........................... 145


1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 145
2. COMPETIÇÃO ENTRE PLANTAS DANINHAS E FORRAGEIRAS. 146
2.1. Fatores do Ambiente Passíveis de Competição ................................................ 146
2.1.1. Competição por água................................................................................... 150
2.1.2. Competição por luz ..................................................................................... 150
2.1.3. Competição por nutrientes .......................................................................... 152
2.2. Integração da Agricultura e Pecuária................................................................ 152
2.3. Plantas Tóxicas ................................................................................................. 152
3. CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS ................................................ 155
3.1. Controle Preventivo .......................................................................................... 156
3.2. Controle Cultural .............................................................................................. 156
3.3. Controle Mecânico ou Físico............................................................................ 159
3.4. Controle Químico ............................................................................................. 160
3.4.1. Uso de herbicidas na reforma e formação de pastagens ............................. 161
3.4.2. Uso de herbicidas na recuperação de pastagens.......................................... 162
3.4.3. Uso de herbicidas na manutenção de pastagens.......................................... 162
LITERATURA CITADA .................................................................................. 166
WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas

MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM PASTAGENS

1. INTRODUÇÃO
Atualmente, a humanidade coloca em segundo plano os tratados e previsões que
fundamentaram a “revolução verde” e busca, diante das transformações que vêm se processando,
formas de produção que, além de produtivas, possibilitem convivência harmoniosa com a
natureza. Com relação aos sistemas de produção agrícolas, em geral, e na pecuária, em
particular, isto é sinônimo de estabelecimento de sistemas sustentáveis, ou seja, sistemas
economicamente viáveis, socialmente justos, ambientalmente corretos, capazes de ser
conservadores de recursos, como solo, água e recursos genéticos animais e/ou vegetais, e
produtivos, competitivos e eficientes.
As mudanças que vêm ocorrendo nos sistemas de produção são reflexos de
transformações econômicas, sociais e políticas. A tomada de decisão na pecuária, nesse contexto,
deve considerar os vários pontos determinantes dos segmentos envolvidos no setor, como
política, economia, social, consumidor, indústria, produtor, eficiência, qualidade,
competitividade e sustentabilidade (Euclides Filho, 1996)
A pecuária brasileira está sendo influenciada pelo processo de globalização em
andamento no mundo. É importante ressaltar que, apesar de esse processo estar sendo propalado
como a globalização da economia, essa tendência é muito mais complexa e envolve
modificações muito mais profundas, que são responsáveis pela reestruturação desde níveis e
formas de informação, passando por mudança do estágio de conhecimento e culminando com o
estabelecimento de um novo padrão de comportamento da sociedade como um todo.
Conseqüentemente, espera-se, em última instância, a formação do que pode ser denominado um
novo status de cultura global (Euclides Filho, 1997).
Dessa forma, a atividade pecuária tende a se tornar cada vez mais uma atividade
empresarial, afastando-se cada vez mais do modelo extrativista, representado pela pecuária
extensiva, e aproximando-se, em maior ou menor grau, dependendo de cada caso, da
intensificação total.
Os últimos dez anos têm sido decisivos para a economia brasileira, em especial para a
pecuária. Nesse período, parte expressiva do setor se distanciou da prática extrativista que por
muitos anos caracterizou a atividade e tem sido um exemplo de capacidade de ajustes e
adaptação à realidade do mercado atual, que penaliza os setores não-competitivos e ineficientes
(Euclides Filho, 1997).
Uma das características que faz com que a atividade pecuária no Brasil seja altamente
competitiva é o fato de o País possuir grandes áreas de pastagens e condições adequadas para o
desenvolvimento destas. As pastagens, nesse contexto, assumem dois aspectos fundamentais. O
primeiro é que elas viabilizam a competitividade brasileira, e o segundo é o fato de
possibilitarem o atendimento da grande demanda mundial por alimento produzido de forma
natural, com respeito ao ambiente e aos animais.
Diante da importante função assumida pela pastagem no contexto de pecuária empresarial
e competitiva, é lógico que o sucesso desse setor está estreitamente relacionado com a
manutenção das pastagens em condições adequadas. No entanto, a prática demonstra outra
realidade.
Pastagem degradada se constitui, atualmente, em um dos maiores problemas dos sistemas
de produção de bovinos no Brasil Central. Estima-se que 80% dos quase 60 milhões de hectares
da área de pastagens na região de Cerrados apresentam algum estágio de degradação (Macedo
et al., 2000). Além dos impactos negativos na produção e desvalorização do patrimônio,
agravam-se os efeitos ambientais pela erosão dos solos e assoreamento dos mananciais de água.

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Degradação de pastagens é um processo evolutivo de perda de vigor e produtividade da


forrageira, sem possibilidade de recuperação natural, que afeta a produção e o desempenho
animal e culmina com a degradação do solo e dos recursos naturais em função de manejos
inadequados. Causada por diversos fatores, entre eles má escolha da espécie forrageira, má
formação inicial, falta de adubação de manutenção e manejo da pastagem inadequado, a
degradação precisa ser revertida para garantir a produtividade e a viabilidade econômica da
pecuária (Macedo et al., 2000).

2. COMPETIÇÃO ENTRE PLANTAS DANINHAS E FORRAGEIRAS


Pastagens produtivas significam pastagens bem formadas, bem manejadas e livres de
plantas daninhas. Nas Figuras 1 e 2 são apresentadas algumas das principais espécies de plantas
daninhas das pastagens. A presença delas em pastagens reduz a produtividade, devido à elevada
capacidade competitiva das plantas daninhas. Essa competição se dá principalmente por luz, mas
também por espaço, água e nutrientes.
Em razão do porte arbustivo, e até mesmo arbóreo, de muitas espécies de plantas
daninhas infestantes de pastagens em condições brasileiras, pode-se considerar a luz como o
principal fator (recurso) de competição destas com as forrageiras. Isso ocorre porque a maioria
das gramíneas forrageiras cultivadas no Brasil tem a sua eficiência fotossintética altamente
dependente da intensidade da luz, pois são espécies que apresentam o metabolismo C4. Essas
forrageiras, se sombreadas, até mesmo parcialmente, têm a sua taxa de fotossíntese líquida
altamente reduzida e, nestas condições, é facilmente dominada pelas plantas daninhas.
Assim, a presença de plantas daninhas em pastagens reduz a sua capacidade de suporte
(unidade animal por ha), por diminuir o potencial de formação de pasto pelas forrageiras,
ocasionado pela competição com as plantas daninhas, e aumenta o tempo de formação das áreas
reformadas, uma vez que estas plantas competem por luz, espaço, nutrientes e água, reduzindo a
disponibilidade desses fatores para as forrageiras, além de ser um ambiente propício para o
desenvolvimento de parasitas, as quais dificultam o processo de produção pecuária. As plantas
daninhas podem, ainda, ocasionar danos físicos aos animais, como ferimentos no úbere das
vacas, causados por espécies com espinhos, ou até mesmo levá-los à morte, caso eles se
alimentem de plantas tóxicas, muito comuns em pastagens brasileiras.
A seguir serão abordados os principais fatores envolvidos na competição entre as plantas
daninhas e as forrageiras.

2.1. Fatores do Ambiente Passíveis de Competição

Em ecossistemas agropastoris, a forrageira e as plantas daninhas desenvolvem-se juntas


na mesma área. Como ambas possuem suas demandas por água, luz, nutrientes e CO2 e, na
maioria das vezes, esses fatores de crescimento (ou pelo menos um deles) estão disponíveis em
quantidade insuficiente, até mesmo para o próprio desenvolvimento da forrageira, estabelece-se a
competição. Isso ocorre porque, nessas circunstâncias, qualquer planta daninha que se estabeleça
na pastagem vai usar parte dos fatores de produção, já limitados no meio, reduzindo a
produtividade da forrageira. Radosevich et al. (1996) dividem os fatores do ambiente que
determinam o crescimento das plantas e influenciam a competição em “recursos” e “condições”.
Recursos são os fatores consumíveis, como água, gás carbônico, nutrientes e luz. A
resposta das plantas aos recursos segue uma curva-padrão: é pequena se o recurso for limitado e
máxima quando o ponto de saturação for atingido, podendo declinar se houver excesso do
recurso (ex.: toxidez devido a excesso de Zn no solo).

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Figura 1: Principais plantas daninhas das pastagens (a) assa-peixe branco (Vernonia polyanthes), (b) leiteiro
(Peschiera fuchsiaefolia), (c) mata-pasto (Eupatorium maximilianii), (d) assa-peixe roxo (Vernonia
glabrata), (e) ciganinha (Memora peregrina), (f) fedegoso (Senna ocidentalis), (g) guanxuma (Sida
glaziovii) e (h) lobeira (Solanum lycocarpum).

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Figura 2: Principais plantas daninhas das pastagens - (a) camboatá (Tapirira guianensis), (b) arranha-gato (Acacia
plumosa), e plantas tóxicas - (c) guizo-de-cascavel (Crotalaria spectabilis), (d) cafezinho (Palicourea
marcgravii), (e) cambará (Lantana camara), (f) algodão-bravo (Ipomoea carnea sbsp. fistulosa), (g)
mamona (Ricinus communis), (h) ximbuva (Enterolobium contortisiliquum) e (i) samambaia (Pteridium
aquilinum).

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Condições são fatores não diretamente consumíveis, como pH do solo, densidade do solo,
etc., cuja dependência é muito grande, em razão da influência extrema que eles exercem na
utilização dos recursos pelas plantas. A condição pode limitar a resposta da planta tanto pela
carência quanto pela abundância, até que um nível ideal seja alcançado. Todavia, a competição
somente se estabelece quando a intensidade de recrutamento de recursos do meio pelos
competidores suplanta a capacidade do meio em fornecer aqueles recursos, ou quando um dos
competidores impede o acesso por parte do outro competidor, como acontece, por exemplo, em
condições de sombreamento (Pitelli, 1985).
A maioria dos estudos sobre competição entre plantas daninhas e culturas tem focalizado
somente a ocorrência e o impacto da competição na produção da cultura, sem examinar as
características das plantas e os mecanismos que estão associados à competitividade (Radosevich
et al., 1996). Os mecanismos de competição consistem tanto do efeito que as plantas exercem
sobre os recursos quanto da resposta destas às variações dos recursos (Goldberg, 1990, citado
por Radosevich et al., 1996).
Determinadas plantas são boas competidoras por utilizarem um recurso rapidamente ou
por serem capazes de continuar a crescer, mesmo com baixos níveis do recurso no ambiente
(Radosevich et al., 1996).
A base fisiológica que explica as vantagens que levam as plantas daninhas a ganhar a
competição é muito complexa, não estando, ainda, totalmente esclarecida. Na realidade, a
competição entre a planta daninha e a cultivada afeta ambas as partes, porém a espécie daninha
quase sempre supera a cultivada. Os fatores que determinam a maior competitividade das plantas
daninhas em relação às culturas são o seu porte e sua arquitetura; a maior velocidade de
germinação e estabelecimento da plântula; a maior velocidade do crescimento e a maior extensão
do sistema radicular; a menor suscetibilidade das espécies daninhas às intempéries climáticas,
como veranico e geadas; o maior índice de área foliar; e a maior capacidade de produção e
liberação de substâncias químicas com propriedades alelopáticas. Entretanto, em áreas de
pastagens degradadas a capacidade competitiva das plantas daninhas é ainda maior.
A competição entre plantas daninhas e forrageiras é um fator crítico para o
desenvolvimento da pastagem quando a espécie daninha se estabelece junto ou primeiro que a
forrageira. Contudo, se a forrageira se estabelecer primeiro, dependendo da espécie cultivada, do
seu vigor, da velocidade de crescimento inicial e da densidade de plantio, ela poderá cobrir
rapidamente o solo, podendo excluir ou inibir significativamente o crescimento das plantas
invasoras. No entanto, se a população de plantas da forrageira por área for baixa ou o estande for
desuniforme, caracterizado pela pastagem degradada, as plantas daninhas poderão vencer a
competição pelos substratos ecológicos.
A competição pode ser intra-específica, ocorrendo entre indivíduos de uma mesma
espécie, seja ela daninha ou não, e, também, interespecífica, envolvendo indivíduos de espécies
diferentes. Várias generalizações podem ser inferidas sobre os aspectos competitivos entre as
forrageiras e as plantas daninhas, como: a competição é mais séria nos períodos iniciais de
desenvolvimento da forrageira; as espécies daninhas de morfologia e desenvolvimento
semelhantes ao da forrageira, comumente, são mais competitivas se comparadas com aquelas
que apresentam desenvolvimento diferente; as espécies daninhas de maior porte do que as
forrageiras exercem grande potencial competitivo com estas, principalmente se a forrageira
possui metabolismo C4, devido ao sombreamento, e as espécies daninhas competem por água,
luz, nutrientes e espaço, podendo, ainda, liberar toxinas no solo, que podem inibir a germinação
e ou desenvolvimento da forrageira.
As plantas daninhas apresentam certas características que lhes conferem grande
capacidade competitiva, como: germinação fácil em condições ecológicas variáveis;
desenvolvimento e crescimento rápido de grande superfície fotossintética mesmo ainda na fase
de plântula; grande número de estômatos por área foliar; e sistema radicular muito desenvolvido,

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apresentando muitas raízes fasciculadas nas camadas superficiais do solo e raízes principais com
penetração profunda.
Para que se faça o manejo adequado de plantas daninhas em uma pastagem, o profissional
necessita ter o conhecimento profundo da forrageira e da vegetação daninha infestante da área a
ser formada. O princípio básico da competição baseia-se no fato de que as primeiras plantas que
surgem no solo, pequenas ou grandes, tendem a excluir as demais, pois se estabelecem primeiro.
Desse modo, no manejo da forrageira, as condições para que ela se estabeleça devem ser
fornecidas antes do surgimento da vegetação daninha. Disso resulta a importância do preparo do
solo, da profundidade de plantio, da percentagem de germinação e vigor das sementes, da
escolha da forrageira adequada para a região, da época correta de plantio, das condições
adequadas de pastejo e manejo adequado da forrageira, etc., que são métodos culturais de
controle de plantas daninhas. Conhecendo esses fatores, torna-se fácil o manejo da forrageira,
fazendo com que esta leve vantagem sobre o complexo de plantas daninhas. Assim a competição
é mais facilmente minimizada ou até mesmo eliminada com a integração de outros métodos de
controle, como o químico ou mecânico, realizando, dessa forma, o chamado manejo integrado de
plantas daninhas.

2.1.1. Competição por água

As plantas daninhas são verdadeiras bombas extratoras de água do solo; por isso, é
normal em alguns agroecossistemas, especialmente nos trópicos em dias quentes, que as plantas
forrageiras fiquem completamente murchas e as plantas daninhas túrgidas, sem qualquer sinal de
déficit hídrico. Normalmente, a competição por água leva a planta a competir ao mesmo tempo
por luz e nutrientes, especialmente nitrogênio e carbono. Vários fatores influenciam a capacidade
competitiva das espécies por água. Dentre esses fatores destacam-se a taxa de exploração de
volume do solo pelo sistema radicular (maior profundidade do sistema radicular – ex.: assa-
peixe, ciganinha e outras); as características fisiológicas das plantas, como capacidade de
remoção de água do solo, regulação estomática e capacidade das raízes de se ajustarem
osmoticamente; magnitude da condutividade hidráulica das raízes; etc. (Radosevich et al., 1996).

2.1.2. Competição por luz

A competição pela luz é muito complexa e sua magnitude é influenciada pela espécie, ou
seja, se ela é umbrófila ou heliófila e, também, se a rota fotossintética que ela apresenta é C3, C4
ou se realiza o mecanismo ácido das crassuláceas (CAM). As diferenças entre as rotas
fotossintéticas C3 (plantas ineficientes), C4 (plantas eficientes) e CAM estão nas reações
bioquímicas que ocorrem na fase escura da fotossíntese.
As plantas C3 apresentam apenas o ciclo de Calvin e Benson, responsável pela fixação do
CO2, de modo que o primeiro produto estável da fotossíntese é um composto de três carbonos
(ácido 3-fosfoglicérico). A enzima responsável pela carboxilação primária do CO2 proveniente
do ar é a ribulose 1-5 bifosfato carboxilase-oxigenase (Rubisco), a qual apresenta atividades de
carboxilase e oxigenase. Esta enzima apresenta baixa afinidade pelo CO2 e, por ser ambígua
quanto ao substrato, catalisa a produção do ác. 3-fosfoglicérico e, também, do glicolato,
substrato inicial da respiração. Em conseqüência da ação desta enzima, as plantas C3
fotorrespiram intensamente, apresentam baixa afinidade pelo CO2 e possuem elevado ponto de
compensação para CO2, baixo ponto de saturação luminosa, baixa eficiência no uso da água e
menor taxa de produção de biomassa, quando comparadas com plantas C4, considerando ambos
os grupos em condições ótimas.
As plantas C4 possuem duas enzimas responsáveis pela fixação do CO2. Essas plantas,
além do ciclo de Calvin e Benson, que ocorre em todas as plantas superiores, possuem ainda o

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ciclo de Hatch e Slack. Elas não apresentam fotorrespiração detectável, logo, não desassimilam o
CO2 fixado. A enzima primária de carboxilação é a PEP-carboxilase, localizada nas células do
mesófilo foliar, a qual carboxiliza o CO2 absorvido do ar via estômatos, no ácido
fosfoenolpirúvico, formando o ácido oxaloacético (AOA). Este AOA é convertido em malato ou
aspartato, dependendo da espécie vegetal, e, em seguida, por difusão, é transportado para as
células da bainha vascular das folhas, onde esses produtos são descarboxilados, liberando no
meio o CO2 e o ácido pirúvico. Este CO2 liberado é novamente fixado, agora pela enzima
ribulose 1,5 difosfato carboxilase, ocorrendo o ciclo de Cavin e Benson; o ácido pirúvico, por
difusão, retorna às células do mesófilo, onde é fosforilado, consumindo 2 ATPs, regenerando a
enzima PEP-carboxilase e recomeçando o ciclo.
A maior eficiência das plantas C4 em relação a C3 em condições adequadas de
luminosidade e temperatura é o principal fator da superioridade de produção forrageira em
condições tropicais (maioria C4), comparado a regiões temperadas. Entretanto, a superioridade
das forrageiras utilizadas no Brasil (C4 em sua grande maioria) é dependente de certas condições,
como a luminosidade adequada. As plantas C4, por apresentarem dois sistemas carboxilativos,
requerem maior energia para produção dos fotoassimilados, pois precisam recuperar duas
enzimas para realização da fotossíntese. É sabido que a relação, molécula de CO2
fixado/ATP/NADPH é de 1:3:2 para as plantas C3, sendo esta relação para as plantas C4, de
1:5:2. Esse fato evidencia que as plantas C4 necessitam de mais energia para produção dos
fotoassimilados. Como toda essa energia é proveniente da luz, se for reduzido o acesso à luz,
estas plantas passarão a perder a competição com as plantas C3. Todavia, a enzima responsável
pela carboxilação primária nas plantas C4 (PEP-carboxilase) apresenta algumas características,
como: alta afinidade pelo CO2; atua especificamente como carboxilase; atividade ótima em
temperaturas mais elevadas; e não satura em alta intensidade luminosa. Em função destas e de
outras características, quando plantas estão se desenvolvendo em condições de temperaturas
elevadas, luminosidade alta e até mesmo déficit hídrico temporário, as espécies C4 dominam
completamente as C3, chegando a acumular o dobro de biomassa por área foliar no mesmo
espaço de tempo. Isso acontece porque, nessas condições, a enzima carboxilativa das plantas C3
encontra-se saturada quanto à luz e, em temperatura acima da ótima para a ribulose 1,5-bifosfato
carboxilase-oxigenase (25oC), esta passa a atuar mais como oxidativa, liberando CO2. Além
disso, é comum, nessas condições, os estômatos estarem parcialmente fechados (horas mais
quentes do dia). Esse fato faz com que a concentração do CO2 no mesófilo foliar caia a níveis
abaixo do mínimo necessário para atuação desta enzima, levando a planta a atingir o ponto de
compensação rapidamente.
No caso das plantas C4, mesmo que a concentração de CO2 no mesófilo foliar atinja
níveis muito baixos, ainda assim elas continuam acumulando biomassa, porque a enzima
responsável pela carboxilação primária nestas plantas (PEP-carboxilase) apresenta alta afinidade
pelo CO2 (baixo Km). Isso é possível porque esse grupo de plantas não apresenta fotorrespiração
detectável.
Como a maioria das forrageiras das regiões tropicais e subtropicais - espécies de
Brachiaria (Corsi et al., 1994), gênero Panicum (Rodrigues & Reis, 1995), gênero Cynodon
(Silva et al., 1998) e Pennisetum purpureum (Rodrigues et al. 1999) - são plantas C4, as
condições de luminosidade e temperatura serão preponderantes no desenvolvimento adequado
das forrageiras. Portanto, a ocorrência de sombreamento por plantas daninhas implica redução
drástica do potencial competitivo dessas forrageiras.
A luz como fonte de energia de todos os processos biológicos na forrageira é o
componente principal na produção da pastagem; conseqüentemente, ocorre a necessidade de
controle de invasoras, a fim de evitar o sombreamento.
Cada espécie de forrageira possui um padrão genético de crescimento e expansão foliar
(determinado por suas características morfogênicas - alongamento de folha, aparecimento de

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folha e duração da folha) que, aliado a outros fatores, indica o potencial de produção de uma
pastagem. Essas características são genéticas, porém são influenciadas por fatores externos,
como água, temperatura, luminosidade e nutrientes.
A combinação das características morfogênicas determina as três principais
características estruturais das forrageiras: tamanho de folha, densidade de perfilhos e número de
folhas por perfilho, que são diretamente correlacionadas com a quantidade e qualidade da luz.

2.1.3. Competição por nutrientes

As plantas daninhas possuem grande capacidade de extrair do ambiente os elementos


essenciais ao seu crescimento e desenvolvimento e, em conseqüência disso, exercem forte
competição com as forrageiras pelos nutrientes essenciais, os quais quase sempre estão em
quantidades inferiores às necessidades das forrageiras em nossos solos.
Devido à grande variação em termos de recrutamento dos recursos minerais do solo
apresentada pelas diferentes espécies de plantas daninhas, a competição por nutrientes depende,
em alto grau, das espécies presentes. Quando se trata de analisar a capacidade de uma espécie de
planta daninha em competir por nutrientes, deve-se considerar, com maior ênfase, a quantidade
extraída do que os teores que ela apresenta na matéria seca.

2.2. Integração da Agricultura e Pecuária


A degradação das pastagens, a queda na produtividade das lavouras, o empobrecimento
da fertilidade do solo, a baixa retenção de água no solo e o aumento do processo erosivo são
sintomas do manejo inadequado que prejudicam o meio ambiente. As tecnologias para
recuperação e manejo sustentável dos solos degradados dos Cerrados, tanto para as áreas de
pastagens como de agricultura, visam melhoria das propriedades do solo, evitando a erosão e
quebra do equilíbrio, que facilitam a ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas. Essas
tecnologias também proporcionam maior diversificação das atividades econômicas no meio rural
(Kichel & Miranda, 2001).
É notório que o setor agropecuário brasileiro está passando por um processo de transição
socioeconômica e agroambiental; apesar de esse processo ser lento e silencioso, observam-se a
expansão do plantio direto, a consorciação de lavouras e forrageiras, a preocupação da utilização
racional de água e agroquímicos e a necessidade de maior competitividade e sustentabilidade
(Cobucci, 2001).
Nesse sentido, tem sido proposto recentemente, como alternativa de recuperação de
pastagens degradadas, a utilização de culturas anuais em cultivos seqüenciais ou simultâneos
como formas de sistemas de produção. A venda de grãos das culturas, o aproveitamento da
adubação residual e o preparo do solo mais elaborado podem ser vantajosos na redução dos
custos e na eficiência de recuperação das pastagens degradadas (Macedo et al., 2000; Portes
et al., 2000), além da quebra do ciclo de pragas e doenças, melhoria das propriedades físicas do
solo, maior eficiência no uso de máquinas, diversificação do sistema produtivo e de aumento da
produtividade do empreendimento agrícola, tornando-o sustentável em termos econômicos e
ecológicos (Kichel et al., 2000).
A integração agricultura e pecuária não será abordada em maior detalhe, por constituir-se
em tema complexo e não ser objetivo do presente trabalho.

2.3. Plantas Tóxicas

Calcula-se que 12% das mortes de bovinos são causadas por sementes, folhas ou raízes de
plantas que possuem grande quantidade de elementos químicos nocivos ao gado (Afonso & Pott,
2002).

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WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas

O conceito sobre plantas tóxicas é relativo. Segundo Howes (1933), citado por Hoehne
(1939), plantas tóxicas não são somente vegetais que provocam verdadeiros envenenamentos e
intoxicações agudas, mas também aquelas que provocam direta ou indiretamente perturbações na
saúde do animal.
Tokarnia et al. (2000) definem planta tóxica de interesse pecuário a que é ingerida por
animais domésticos de fazenda, em condições naturais, e causa danos à saúde ou morte, com
comprovação experimental. Portanto, consideram-se tóxicas todas as plantas que, ingeridas
espontânea ou acidentalmente pelo animal, podem provocar danos que se refletem na sua saúde
ou vitalidade.
A maioria das plantas tóxicas é consumida pelos animais em razão da escassez de
alimentos nas pastagens e da mudança de animais famintos para pastagens que possuem plantas
tóxicas (Freitas et al., 1991).
Além da fome, há outros fatores que também propiciam intoxicações, os quais podem
estar relacionados ao animal ou à planta. No caso da espécie bovina, certas raças toleram mais,
outras menos, certos venenos. Na mesma raça há fatores ligados ao próprio indivíduo, como
idade, peso, sexo, estado sanitário e nutricional, além do grau de sensibilidade do animal a um
princípio tóxico (Afonso & Pott, 2002).
Com relação à planta, deve-se considerar a sua fase vegetativa, como brotação, floração e
frutificação, pois às vezes ela provoca intoxicações apenas em uma dessas fases. Existem
também plantas com princípio tóxico cumulativo, que o animal, ingerindo pequenas quantidades
diárias, vai retendo no seu organismo, até atingir a dose letal (Afonso & Pott, 2002).
Por outro lado, a ingestão de certas plantas em pequenas quantidades leva o animal a
adquirir resistência ou tolerância ao princípio tóxico, como é o caso das mandiocas-do-mato
(Manihot spp.). O tipo de solo também pode influenciar na toxidez de uma planta, visto algumas
serem tóxicas em uma região e em outra não (Afonso & Pott, 2002).
Os biomas Pantanal e Cerrado possuem floras ricas em espécies, muitas das quais
ingeridas pelo gado, sendo algumas, tóxicas. Várias provocam sinais que podem ser confundidos
com picada de cobra, raiva ou outra doença. A mais temível do Brasil é a erva-de-rato ou
cafezinho (Palicourea marcgravii) (Pott & Afonso, 2000).
Algumas plantas cultivadas também são consideradas tóxicas, como Brachiaria
decumbens, que causa fotossensibilização ("orelha frita"), principalmente em bezerros; e
braquiária-d´água ou "tanner grass" (B. subquadripara = B. arrecta), que pode causar anemia
devida a nitratos/nitritos.
São várias as espécies de plantas tóxicas presentes nas pastagens no Brasil. Na Figura 2
estão apresentadas e no Quadro 1 listadas as de maior ocorrência e importância no Brasil, com
um resumo das suas principais características.
Quadro 1 – Principais plantas tóxicas encontradas no Brasil

DL(dose letal considerando 100 kg de peso vivo


Espécie - Família Princípio ativo Informações sobre a planta do animal), sinais clínicos da intoxicação e
recomendação de controle da planta tóxica.

Arbusto responsável pela maioria das DL (100 g de folhas verdes). Nos bovinos, iniciam
mortes de bovinos causadas por plantas poucas horas após ser completada a ingestão da
Erva de rato; tóxicas em terra firme. Possui distribuição dose letal. Causa a síndrome da morte súbita; os
cafezinho (Palicourea ampla, sendo encontrada em todo o País, sintomas consistem em queda repentina do animal
marcgravii) Ácido monoflúor- com exceção do extremo sul e do sertão ao chão, sobrevindo a morte dentro de poucos
acético, afeta o ciclo nordestino. Ocorre em terra firme, em minutos. Às vezes o animal mostra, antes de cair,
Rubiaceae
de Krebs áreas sombreadas das beiras das matas, desequilíbrio do trem posterior, tremores
capoeiras e em pastos recém-formados. musculares, respiração ofegante.
Figura 2 d Possui boa palatabilidade, sendo ingerida Controle: erradicar as plantas, cercar as matas e
em qualquer época do ano. São tóxicas as as capoeiras onde existir a planta, uso de
folhas e as sementes. herbicidas.
Continua...

Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 153


Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R.

Quadro 1, cont.

DL(dose letal considerando 100 kg de peso vivo


Espécie - Família Princípio ativo Informações sobre a planta do animal), sinais clínicos da intoxicação e
recomendação de controle da planta tóxica.
Arbusto aquático, trepador, de 1 a 4 m de
altura. Perene, flor e semente DL (9 kg de folhas verdes por dia, durante
praticamente durante o ano todo. A semanas, o que é difícil de ocorrer no campo,
semente pilosa (origem do nome algodão) havendo pasto). Inicialmente os sinais
Algodão-bravo, apresentados são de emagrecimento progressivo,
canudo-de-pita é espalhada pela água. A principal forma
de propagação é vegetativa; os ramos que lassidão e pêlos ásperos. Com a evolução da
(Ipomoea carnea
Alcalóides derivados encostam no chão enraízam. Rebrota após intoxicação o animal apresenta sinais de origem
subsp. fistulosa)
do ácido lisérgico cortes e fogo, exceto se for afogado nervosa, ou estado de embriaguez. O seu andar se
Convolvulaceae (LSD) depois. Cresce somente em solo de barro torna desequilibrado (como se estivesse
(argiloso), muito alagável. É muito embriagado), com as pernas traseiras abertas e
comum em lagoas rasas, nas planícies de instabilidade no trem posterior, caindo com
Figura 2 f inundação dos rios Negro, Abobral e facilidade. A evolução da intoxicação é crônica e
Paraguai. Aumenta em campos com não há recuperação do animal
excesso de gado ou perto de porteiras, Controle: erradicação, controle químico
cochos e aguadas.
DL (variada). Consistem nas manifestações de
Arbusto ou subarbusto é cosmopolita. fotossensibilidade hepatógena. Inicialmente, os
Sob condições naturais, os bovinos animais apresentam anorexia e diminuição ou
Cambará, ingerem a planta somente em parada dos movimentos do rúmen; quando
chumbinho ou circunstâncias especiais, principalmente expostos ao solo, manifestam fotossensibilidade
camará (Lantana Triterpenóides quando transferido, com fome, para áreas sob forma de eritema e edema inflamatórios nas
camara) Verbenaceae (lantadene A e infestadas. No tratamento os animais partes menos pigmentadas da pele e inquietação à
lantadene B) devem ficar na sombra. Deve-se procura de sombra, fezes ressequidas e, em
administrar glicose, extrato hepático e pequena quantidade, eventualmente diarréias
Figura 2 e purgante oleoso e medicar as lesões na enegrecidas. Muitos animais morrem nessa fase.
pele. Já na fase aguda, utilizar ungüentos Controle: erradicar as plantas (herbicidas) e não
antiinflamatórios. transferir animais com fome para pastagens
infestadas.
DL (1.000 g de folhas verdes ingerido durante três
semanas a poucos meses, para provocar sintomas
de intoxicação aguda, que aparece de repente,
Planta tóxica de importância no Brasil e devido ao efeito acumulativo). Os animais
no mundo. A fome faz o animal ingerir a apresentam andar incerto, trôpego, tem
Samambaia planta, que faz com que este, depois de incordenação ao andar, apresentam tremores
(Pteridium aquilinum) Substância comê-la por algum tempo, se habitue a musculares, convulsões, sonolência, falta de
Dennstaedtiaceae ela e, mesmo cessada a fome, continue a apetite. Ingestão em menores quantidades
radiomimética e
procurá-la. A planta toda é tóxica, sendo a ocasionam hematúria intermitente, anemia,
tiaminase
brotação a porção mais tóxica das partes emagrecimento, culminando na morte. Causa
Figura 2 i aéreas. As plantas ocorrem em solo ácido, febre alta, hemorragia na pele e nas mucosas
sendo a correção e aração deste um visíveis. O animal sangra prolongadamente por
método cultural de controle desta espécie. qualquer ferimento. Em eqüinos causa deficiência
de vitamina B1.
Controle: erradicação da planta, controle cultural
(calagem e aração do solo) e químico
DL (2.000 g de folhas frescas ou 200 g de
sementes, os animais mais novos são mais
Arbusto pouco lenhoso, com copa, ereto,
sensíveis - um quarto dessa dose no caso de
de 1 a 4 m de altura. Há formas de folhas
bezerro). A intoxicação pelas folhas é aguda,
verdes e outras arroxeadas. Perene, mas
causando perturbação nervosa. Os sinais
de ciclo curto, com flor e semente em
apresentados têm predominância neuro-muscular.
grande parte do ano. O fruto estoura ao
O bovino apresenta andar desequilibrado, com
sol e lança as sementes a vários metros de
tremores musculares, e dificuldade de caminhar
Mamona (Ricinus distância. Comum em áreas ruderais
longas distâncias, procurando ficar deitado.
communis) Ricinina (alcalóide) como beira de estrada, taperas, depósitos
Ocorre também eructação excessiva (arroto)
Euphorbiaceae na folha e ricina de lixo, etc., geralmente não inundáveis,
acompanhada por sialorréia (baba). Já a
(toxoalbumina) na em solos argilosos ou arenosos,
intoxicação pelas sementes varia de aguda a
semente. geralmente férteis. Possui ampla
subaguda, com o animal apresentando fraqueza,
Figura 2 g distribuição. É palatável; tanto as folhas
apatia e diarréia sanguinolenta, por irritação do
como as sementes são tóxicas. A torta de
tubo digestivo.
mamona não bem detoxicada pelo calor
também é tóxica. O consumo repetido de Controle: É facilmente eliminada com mais de
pequenas quantidades de semente pode uma roçada, antes da formação de sementes.
dar imunidade, mas das folhas não. Deve-se atentar para o seu aparecimento em leiras,
onde o solo é mais fértil. A parte aérea morre com
a queima, que favorece a germinação. Uso de
herbicidas.
Continua...

154 Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens


WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas

Quadro 1, cont.

DL(dose letal considerando 100 kg de peso vivo


Espécie - Família Princípio ativo Informações sobre a planta do animal), sinais clínicos da intoxicação e
recomendação de controle da planta tóxica.
Planta ereta, de 50 a 100 cm de altura. DL (5.500 g de folhas verdes ao dia foram
Anual, com flor e fruto quase durante o suficientes para levar os bovinos à morte). É
ano todo. Comum em áreas mexidas, tóxica ao fígado. Os principais sinais na
leiras provenientes de desmatamento e intoxicação por Crotalaria iniciam-se por
Guizo-de-cascavel, pastagens cultivadas, em solos de vários contrações abdominais, perda de apetite,
chique-chique tipos, geralmente férteis. No Brasil perturbações digestivas, perda do equilíbrio ao
(Crotalaria existem mais de 40 espécies de caminhar e alteração do sistema nervoso sob
spectabilis) Alcalóides do grupo Crotalaria, sendo umas mais, outras forma de excitação ou depressão. Após apresentar
das pirrolizidinas menos tóxicas. Há relatos de que o estes sinais, dificilmente o animal se recupera.
Leguminosae
princípio tóxico desta planta se concentra Controle: Pode ser praticamente eliminada com
mais nas flores e nas sementes. Embora roçadeira (rebrota pouco), antes que forme
Figura 2 c conste como pouco palatável, as folhas sementes, as quais são o meio de propagação.
foram observadas bem pastadas por Morre na queimada, mas retorna por semente, que
bovinos no Pantanal, ingerindo também germina melhor após o fogo, e a plântula encontra
flores e frutos, principalmente em condições mais favoráveis na pastagem rapada e
situações de fome. rala (degradada). Controle com herbicida.
DL (1.300 a 1.500 g de favas que leva um bovino
à morte na intoxicação experimental). O quadro de
intoxicação se manifesta poucas horas após a
Árvore de 8 a 18 m de altura, copa larga, ingestão das favas e a sua evolução é aguda. Causa
perde as folhas na estação seca. Floresce lesões no tubo digestivo. Os principais sinais
de setembro a novembro, produz fruto de apresentados pelo animal intoxicado se
Ximbuva, tamboril agosto a novembro. Semente espalhada caracterizam por lassidão, diminuição ou até perda
(Enterolobium pela fauna. Comum em matas e total do apetite. Em seguida provoca diarréia de
contortisiliquum) cerradões, solos arenosos ou argilosos, coloração amarelada e fétida, acompanhada de
Saponina do tipo
Leguminosae geralmente férteis. Encontrado em todo o outras perturbações digestivas. Ocorre retração
esteroidal acentuada dos globos oculares e, próximo à morte,
Brasil, especialmente no Nordeste e
Triângulo Mineiro. A parte tóxica o animal faz movimentos de pedalagem com os
Figura 2 h importante desta planta são os seus frutos, membros traseiros e dianteiros. Há citações de que
que amadurecem e caem no período da as favas provocam aborto em vacas, mesmo em
seca e apresentam boa palatabilidade para pequenas porções, embora, neste caso, não causem
os bovinos. outros sinais de intoxicação.
Controle: É facilmente eliminada com
anelamento (descascar em volta do tronco). Uso
de herbicidas.
DL (250 a 1.500 g de folhas verdes). Os sintomas
iniciam-se, aproximadamente, de 6 a 24 horas
Trepadeira, planta tóxica mais importante após a ingestão da planta. Os animais, quando
Gibata ou chibata
(Arrabidaea bilabiata) Glicosídeo do tipo das regiões de várzea da bacia amazônica. movimentados, caem ou deitam-se
Os bovinos ingerem a planta somente precipitadamente. Ficam logo em decúbito letal,
Bignoniaceae esteróide cardioativo
quando estão com fome; aparentemente, a fazendo movimentos de pedalagem; às vezes,
planta não tem boa palatabilidade. cerram fortemente as pálpebras, berram e morrem.
Controle: Pastagens em abundância e erradicação
da espécie.
Fonte: Freitas et al. (1991); Afonso & Pott (2002).

3. CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS


Os métodos de controle de plantas daninhas usados são os mesmos empregados em
outros sistemas de produção agrossilvopastoril, sendo muito variados. Atualmente, recomenda-se
o “manejo integrado das plantas daninhas”, que consiste num sistema ambientalmente correto no
campo, onde são usados todos os conhecimentos e ferramentas disponíveis para produção das
culturas livre de danos econômicos da vegetação daninha competitiva. A redução da
interferência das plantas daninhas, considerando uma forrageira, deve ser feita quando as perdas
forem superiores ao incremento no custo devido ao controle, ou seja, quando não há redução da
sua produtividade econômica. Um bom programa de manejo de plantas daninhas pode ser
resumido em três situações básicas: máxima produção no menor espaço de tempo, máxima
sustentatibilidade de produção e mínimo risco (Silva et al., 2000).

Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 155


Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R.

O nível de controle das plantas daninhas, obtido em uma pastagem, dependerá da espécie
infestante, da capacidade competitiva da forrageira, do período crítico de competição, dos
métodos empregados, das condições ambientais, etc. Muitas vezes faz-se necessária a associação
de dois ou mais métodos para se atingir o nível desejado, constituindo-se, esse fato, no controle
integrado. Os métodos de controle podem ser: preventivo, cultural, mecânico ou físico, biológico
e químico.
Atualmente, com o advento da chamada agricultura economicamente sustentável, tem
sido preconizado o manejo integrado de plantas daninhas, com o objetivo de reduzir as perdas
causadas por estas plantas, os custos de controle, a energia gasta com tratos culturais, além de
outras operações e a erosão do solo causada por água e vento. Visa, ainda, assegurar a produção
adequada de alimentos, mantendo a qualidade ambiental com a maximização de lucro para o
agricultor.
Dessa forma, segundo Victoria Filho (2000), o manejo de plantas daninhas pode ser
definido como a combinação racional de medidas preventivas associadas a medidas de controle e
de erradicação, se necessárias, em um determinado agroecossistema.
O controle ideal é aquele que, economicamente, elimina os prejuízos causados pelas
plantas daninhas, resguarda os seus aspectos benéficos e não causa danos à forrageira, aos
animais e ao solo. Isso pode ser possível se o pecuarista proceder à absoluta racionalização do
controle de plantas daninhas, por meio de métodos e equipamentos usados oportunamente.

3.1. Controle Preventivo

O controle preventivo de plantas daninhas consiste no uso de práticas que visam prevenir
a introdução, o estabelecimento e, ou, a disseminação de determinadas espécies-problema em
áreas ainda por elas não infestadas. Essas áreas podem ser um país, um estado, um município ou
uma gleba de terra na propriedade.
Regionalmente, o controle é de responsabilidade de cada agricultor ou cooperativas,
visando prevenir a entrada e disseminação de uma ou mais plantas daninhas, que poderão se
transformar em sérios problemas para a região, como a ciganinha (Memora peregrina). Em
síntese, o elemento humano é a chave do controle preventivo.
As medidas que podem evitar a introdução onde a espécie ainda não ocorre são:
utilização de sementes de elevada pureza; limpeza cuidadosa de máquinas, grades; inspeção
cuidadosamente de mudas adquiridas com torrão e também de toda a matéria orgânica (esterco e
composto) proveniente de outras áreas; limpeza de canais de irrigação; e, principalmente, a
quarentena de animais introduzidos em outras áreas; etc.

3.2. Controle Cultural

O controle cultural reúne todas as práticas disponíveis para o estabelecimento das


forragens em condições adequadas ao seu desenvolvimento e à sua persistência com boa
produtividade, qualidade, palatabilidade e longevidade. Proporciona, ainda, condições favoráveis
para a forrageira em relação às demais espécies presentes na área (plantas daninhas) e possibilita
a vantagem competitiva da forrageira em relação às plantas daninhas.
A escolha de espécies forrageiras adequadas para cada área e objetivo de pastejo é um
importante componente do sucesso da atividade. Quando da escolha dessa espécie, os seguintes
procedimentos devem ser observados: diagnóstico da área - realizado por meio de análise
química e física do solo, tipo de solo, clima (déficit hídrico e ocorrência de queimadas),
topografia, pragas, banco de sementes de plantas daninhas, impedimentos físicos ou mecânicos,

156 Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens


WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas

histórico da área e outros; análise da produtividade desejada; o nível tecnológico a ser adotado;
objetivo da produção; e época de utilização da espécie.
Outro componente importante do controle cultural é a formação adequada da pastagem,
que deve começar antes da implantação, com uma limpeza adequada da área, eliminando-se
rebrota do cerrado de porte alto, arbustos, capoeiras, tocos, pedaços de tronco e galhadas.
A conservação do solo é outro ponto importante, devendo-se realizar a construção de
terraços ou curvas de nível quando a área apresentar suscetibilidade ou risco de erosão ou até
mesmo escorrimento superficial da água das chuvas, impedindo, assim, ou mesmo reduzindo os
efeitos erosivos. A correção da acidez do solo e o fornecimento de cálcio e magnésio a este
(quando necessária), bem como a aplicação de adubos fosfatados, devem ser realizados no
momento correto. As quantidades desses produtos dependem da espécie forrageira e do nível de
produtividade desejado.
O preparo do solo deve ser feito de modo a proporcionar ótima germinação e
estabelecimento da forrageira. A intensidade e os equipamentos a serem utilizados no preparo de
solo dependem do tipo deste, da quantidade e das espécies de plantas daninhas e de forrageira a
ser implantada; esta deve ser considerada como uma cultura que vai produzir por muitos anos.
Portanto, o preparo do solo deve ser igual, ou melhor, ao daquele utilizado para plantio de soja,
algodão, milho e outros, isto é, poucos torrões, solo nivelado e livre de plantas daninhas, com
pouca palha. Em áreas que apresentarem alta quantidade de palhada, deve-se realizar o preparo
do solo no mínimo 120 dias antes do plantio no período das águas, para que ocorra a
decomposição desta sem interferir na germinação da forrageira.
Em áreas que apresentarem alta infestação de plantas daninhas ou outras forrageiras, o
preparo do solo deve ser escalonado, para favorecer a germinação e eliminação delas, retardando
o plantio da forrageira. Deve-se, no entanto, evitar o preparo excessivo do solo, ou seja, a sua
pulverização, principalmente nos solos mistos e arenosos.
A correção adequada de nutrientes do solo é outro fator que melhora as condições de
estabelecimento, produção e longevidade da forrageira. A correção de fósforo, potássio, enxofre
e micronutrientes, quando necessária, deve ser realizada em quantidades recomendadas, levando
em consideração o resultado da análise de solo, a exigência de cada espécie forrageira e o nível
de produtividade desejado. Podem ser aplicados antes do plantio ou em cobertura, exceção feita
aos fosfatos naturais reativos, que, quando recomendados, devem ser antes do plantio e
incorporados.
Outro componente do controle cultural muitas vezes desprezado é a quantidade e a
qualidade das sementes das forrageiras, como: pureza, ou seja, livres de sementes de plantas
daninhas e possuindo qualidade fisiológica (vigor e germinação). A quantidade de sementes a ser
utilizada depende da espécie forrageira, da germinação e do vigor. As sementes devem
possibilitar a formação de estande adequado e uniforme, proporcionando, assim, o
estabelecimento mais rápido da forrageira na área, sendo este um fator importante na dinâmica
competitiva da forrageira com as plantas daninhas. Comumente, tem vantagem competitiva a
espécie que se estabelece primeiro na área. Em áreas com infestação elevada de plantas daninhas
é recomendada a utilização de até 50% a mais da quantidade de semente.
O plantio na época correta e de forma correta é fator preponderante no estabelecimento
adequado da forrageira. Para a maioria das forrageiras, a época do plantio é muito ampla em
quase todo o território nacional, começando com as primeiras chuvas em setembro até março.
Entretanto, de modo geral, a melhor época é de novembro a janeiro, podendo variar em certas
regiões. Deve-se considerar para isso a disponibilidade hídrica e temperatura para cada região,
além das exigências térmicas, hídricas e de fotoperíodo da forrageira.
O plantio pode ser realizado a lanço sobre o solo devidamente preparado com uma grade
leve, parcial ou totalmente fechada, para incorporar as sementes de 0,5 a 4 cm de profundidade
(dependendo do solo e da forrageira), exceto para estilosantes ou andropógon. Logo após a

Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 157


Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R.

última gradagem (niveladora), as sementes devem ser distribuídas na área e, posteriormente,


deve-se passar o rolo compactador, com maior peso no solo arenoso, peso médio no misto e peso
leve no argiloso, evitando, assim, a compactação da camada superficial deste, que impõe
restrição à emergência das plântulas. Deve-se evitar a utilização do rolo em solo com excesso de
umidade, para que o solo não fique aderido nele. O plantio com semeadeira deve seguir as
mesmas exigências do plantio a lanço, com espaçamento entre linhas de 13 a 40 cm, dependendo
do equipamento e da espécie forrageira, com profundidade de 0,5 a 4 cm, podendo-se realizar, na
mesma operação, a adubação da pastagem ou consórcio com outras espécies. Se a semeadeira
não possuir sistema de compactação, deve-se passar o rolo compactador após o plantio.
Já o plantio direto exige as mesmas condições do plantio direto de grãos (soja, milho),
isto é, boa cobertura do solo, distribuição uniforme da palhada, sem limitações químicas e
físicas, sem erosão, compactação, trilheiros, cupins, tocos, plantas daninhas de difícil controle
por herbicidas e outros. Esse sistema de plantio exige máquinas e equipamentos adequados.
Após a dessecação, realiza-se o plantio de linhas espaçadas de 13 a 40 cm, colocando-se 10 a
20% a mais de sementes do que o sistema tradicional, para garantir o estande adequado e
uniforme.
A manutenção da pastagem em condições ideais com o controle adequado de pragas
também é componente do controle cultural de plantas daninhas, por melhorar as condições desta.
As pragas mais importantes na formação de pastagens são: lagartas, cupins subterrâneos e
formigas. Toda vez que o nível de infestação for significativo, ele deve ser controlado com
defensivos específicos para cada tipo de praga. O não-controle dessas pragas pode comprometer
a formação e a persistência da pastagem, favorecendo o surgimento e estabelecimento de plantas
daninhas.
A realização de adubações de cobertura nitrogenadas melhora as condições de
desenvolvimento e estabelecimento da forrageira. Para gramíneas forrageiras de média a boa
produtividade, o nitrogênio é muito importante, principalmente em solos de baixo teor de matéria
orgânica. Estando todos os nutrientes corrigidos, o nitrogênio é o que proporciona o maior efeito
no aumento de produtividade. Na formação de pastagem, recomenda-se a aplicação de nitrogênio
de 30 a 40 dias após a emergência ou após o manejo de formação (primeiro pastejo), com o
objetivo de auxiliar na boa formação da pastagem. A dose aplicada vai depender da análise de
solo, espécie forrageira e produtividade desejada. A adubação nitrogenada possibilita maior
rapidez e quantidade de área foliar, fechando o dossel mais rápido, implicando o sombreamento
e abafamento das plantas daninhas.
O manejo de formação da pastagem, também chamado de pastejo de uniformização, tem
como objetivo contribuir para a boa formação da pastagem. A princípio, deve-se iniciar o pastejo
de 60 a 100 dias após a emergência da pastagem, ou antes da emissão da inflorescência
(sementeira), desde que o plantio seja realizado na época recomendada para cada região. Devem-
se utilizar, de preferência, animais jovens com alta lotação, por curto período de tempo (10 a
30 dias). As vantagens desse manejo são: evitar o acamamento; diminuir a competição
interespecífica, eliminando o excesso de plantas; eliminar a maior parte das gemas apicais,
reduzindo assim a produção de semente e translocação de nutrientes para estas, estimulando a
emissão de novos perfilhos e raízes; antecipar a utilização da forragem, aproveitando o maior
valor nutritivo, com boa produção de carne/hectare; e proporcionar a mais rápida e perfeita
cobertura de solo, proporcionando, dessa forma, maior sombreamento para plantas daninhas.
O manejo da pastagem estabelecida é, possivelmente, o método de controle cultural de
plantas daninhas mais importante, uma vez que vai garantir a longevidade e qualidade da
pastagem, ou seja, maior aproveitamento do investimento empregado até o momento. Este
manejo pode facilitar o desenvolvimento da espécie forrageira ou das espécies de plantas
daninhas; portanto, o beneficiamento da forrageira vai depender do manejo correto. A melhoria
das condições para o desenvolvimento das plantas daninhas ocorre quando o manejo empregado

158 Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens


WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas

reduz as reservas e a capacidade competitiva e de restabelecimento da forrageira. Isso ocorre


quando há pastejo excessivo (superpastejo), excesso de lotação (carga animal excessiva),
pisoteio demasiado e arranque de plantas.
O manejo correto consiste na utilização de lotação adequada, épocas corretas de entrada e
retirada dos animais (altura de pastejo), sendo o manejo específico para cada região, condições
da propriedade (solo e clima), finalidade de pastejo, espécie forrageira, etc. A altura de pastejo
depende da espécie forrageira, como exemplo: tanzânia e mombaça (40 a 50 cm); marandu e
andropógon (30 cm); Brachiaria decumbens (20 cm); Humidícola e Dictioneura (15 cm); e tifton
(15 cm).
De modo geral, o pastejo pode ser classificado de três maneiras: contínuo - o animal fica
sempre na mesma invernada ou pastagem; alternado - o animal explora duas invernadas
alternadamente, com 28 a 36 dias de pastejo, e com o mesmo período de descanso; e rotacionado
- o animal usa de 3 a 40 piquetes ou invernadas, com período de pastejo de 1 a 15 dias, com
período de descanso de 24 a 39 dias, dependendo da espécie forrageira, nível de adubação ou
fertilidade natural do solo, época do ano, categoria animal, sistema de produção e outros. O
tamanho e o número de piquetes dependem, exclusivamente, do potencial produtivo da
forrageira, da intensidade de pastejo e do número de animais.
Uma das principais causas da degradação das pastagens é a redução da fertilidade do
solo, em razão dos nutrientes perdidos no processo produtivo, que pode chegar a mais de 40% do
total de nutrientes ingeridos pelo animal em pastejo, principalmente nitrogênio e fósforo. A
pastagem degradada não oferece condições à forrageira de competir com as plantas daninhas,
tornando a infestação da área uma questão de tempo. A adubação de manutenção é, portanto, um
fator importante no controle integrado de plantas daninhas.
A quantidade de adubação de manutenção, utilizada anualmente, está diretamente
relacionada com a produtividade da pastagem. De maneira geral, recomenda-se devolver às
pastagens 20% da receita bruta anual. A utilização da adubação de manutenção é extremamente
econômica desde que seja escolhida a espécie de forrageira adequada às condições de clima e
solo e que ela esteja bem formada e com manejo adequado.
Outro método cultural de controle de plantas daninhas é a manutenção de animais
oriundos de outras pastagens em área isolada por 24 a 48 horas, evitando assim a infestação da
pastagem com sementes de plantas daninhas presentes no trato digestivo desses animais. Esta
prática também é considerada um método preventivo, por evitar a entrada de plantas daninhas na
pastagem.

3.3. Controle Mecânico ou Físico

São métodos mecânicos de controle de plantas daninhas o arranque manual, a capina


manual, a roçada, a inundação, a queima, a cobertura morta e o cultivo mecanizado.
A utilização do fogo é um método pouco eficiente, pois reduz a quantidade de matéria
orgânica do solo, afeta a atividade microbiana deste, expondo-o à ação da erosão, e disponibiliza
de forma desorganizada os nutrientes armazenados nos vegetais, ocorrendo perda de nutrientes e
degradação da fertilidade do solo. Este método, além de controlar as plantas daninhas, também
controla a espécie forrageira, e na maioria dos casos a forrageira é mais suscetível à ocorrência
de queimadas do que as plantas daninhas.
O arranque manual, ou monda, é o método mais antigo de controle de plantas daninhas.
Ainda hoje é usado no controle em hortas caseiras, jardins e na remoção de plantas daninhas
entre as plantas das culturas em linha, quando o principal método de controle é o uso de enxada.
No controle de plantas daninhas em pastagens, é um método pouco eficiente e ineficaz. Serve
para controlar plantas gramíneas, por possuir sistema radicular menos profundo e mais fácil de
ser arrancado. Entretanto, para plantas daninhas perenes a manutenção de parte do sistema

Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 159


Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R.

radicular no solo possibilita a rebrota e o seu restabelecimento. Este método de controle exige
muita mão-de-obra e possui baixo rendimento operacional, acarretando, assim, elevado custo de
controle; no entanto, possui a vantagem se ser altamente seletivo quanto à planta controlada.
Um dos métodos mais utilizados no controle de plantas daninhas em pastagens é a roçada
manual com foice. Seu rendimento operacional é maior do que o arranque, porém possui baixa
eficiência e eficácia. As plantas roçadas podem rebrotar logo após a realização desta prática, e
algumas ainda perfilham, aumentando a infestação. É um método relativamente seletivo, ou seja,
agride pouco a forrageira e pode ser empregado em locais de difícil acesso com máquinas
(roçadeira); contudo, possui custo elevado, por demandar muita mão-de-obra.
Outro método muito empregado entre os pecuaristas é a roçada mecanizada, que possui
rendimento operacional elevado e necessita de pouca mão-de-obra. O custo é relativamente
inferior ao da roçada manual, porém demanda equipamentos apropriados, como o trator e a
roçadeira, os quais requerem manutenção adequada. Possui baixa eficiência e eficácia, devido à
rebrota e ao restabelecimento das plantas daninhas. É um método não-seletivo, por também
cortar a forrageira, danificando assim o sistema radicular e reduzindo o vigor da forrageira. Esta
prática, bem com a roçada manual, deve ser repetida periodicamente, uma vez que a maioria das
plantas se restabelece logo após o corte.
Assim, as espécies de plantas daninhas perenes que possuem reservas no sistema
radicular rebrotam ou, ainda, rebrotam e perfilham, induzindo o aparecimento de reboleiras, esta
tem a tendência de aumentar a cada roçada. A parte aérea das plantas cortada ao entrar em
contato com a superfície do solo vai desencadear os processos de decomposição e degradação.
No entanto, como a maior parte desse material vegetal é constituída por tecidos de elevada
relação C/N (na maioria gramíneas), os microrganismos do solo demandam nitrogênio, e este
será imobilizado do solo, reduzindo, assim, a quantidade disponível deste nutriente no solo em
um momento em que a forrageira dele necessita para seu restabelecimento.
A roçada é uma prática que controla plantas daninhas sem reservas no sistema radicular e
as demais espécies, quando for adotada juntamente com outros métodos de controle, como o
cultural e químico. Deve-se salientar que, após a realização da roçada, os animais devem ser
retirados da área, para garantir o restabelecimento da forrageira e o seu poder de competição com
as plantas daninhas.

3.4. Controle Químico

No controle químico utilizam-se herbicidas que, em concentrações convenientes, têm a


finalidade de inibir o desenvolvimento ou provocar a morte das plantas daninhas. As vantagens
do uso do controle químico podem ser enumeradas:
• Menor dependência da mão-de-obra, que possui custo elevado; em certas regiões é difícil
de ser encontrada no momento certo e na quantidade necessária.
• Maior rendimento na operação de controle de plantas daninhas.
• Mesmo em épocas chuvosas, o controle é mais eficiente, proporcionando menor
rebrota das plantas daninhas.
• É eficiente no controle de plantas daninhas na pastagem sem afetar o sistema
radicular da forrageira.
• Permite o menor revolvimento do solo - plantio direto.
• Pode controlar plantas daninhas perenes e de propagação vegetativa.
O herbicida deve ser considerado uma ferramenta a mais e não como o único método de
controle. São necessárias pessoas capacitadas para uso correto dos herbicidas, observando-se as
normas técnicas, as instruções dos fabricantes e as leis governamentais que regulamentam o seu
uso.

160 Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens


WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas

Todo herbicida é uma molécula química que tem que ser manuseada com cuidado,
havendo perigo de intoxicação do aplicador, principalmente. Pode ocorrer também poluição do
ambiente - água (rios, lagos e água subterrânea), solo e alimentos - quando manuseados
incorretamente. Há necessidade de mão-de-obra especializada para aplicação dos herbicidas,
sendo essa a causa de cerca de 80% dos problemas encontrados na prática. O conhecimento da
fisiologia das plantas, dos grupos aos quais pertencem os herbicidas e da tecnologia de aplicação
é fundamental para o sucesso do controle químico das plantas daninhas. Os riscos de uso
existem, mas devem ser conhecidos, perfeitamente controlados e evitados.
A utilização de herbicida seletivo no controle de plantas daninhas em pastagens tem
demonstrado várias vantagens. Por possuir seletividade, tanto fisiologicamente como quando
aplicado de forma localizada, ele causa menor dano à forrageira. É eficiente no controle de
plantas daninhas anuais e perenes e possui alto rendimento operacional, sendo o tempo de
recuperação da área relativamente rápido, uma vez que reduz ou elimina a competição entre estas
e a forrageira. Na maioria dos casos, a utilização de herbicidas no controle de plantas daninhas
tem se mostrado uma prática economicamente viável, possuindo retorno rápido e certo, desde
que inserida em um manejo adequado de controle de plantas daninhas e recuperação da
pastagem.
O emprego do controle químico deve ser feito juntamente com outras práticas de
controle, sendo a de maior importância o controle cultural, uma vez que este possibilita as
melhores condições de desenvolvimento e permanência da forrageira, cabendo ao controle
químico apenas auxiliar quando necessário. O emprego do controle químico como único e
generalizado implica a inviabilidade econômica da prática agrícola e sério desequilíbrio no
sistema de produção. Portanto, o herbicida é uma ferramenta muito importante no manejo
integrado de plantas daninhas, desde que utilizado no momento adequado e de forma correta.
São necessários alguns fatores para o sucesso da utilização do controle químico no
manejo integrado de plantas daninhas, como: conhecimento das condições de degradação da
pastagem e decisões conjuntas para sua recuperação; identificação correta das plantas daninhas
(espécie, biologia, estádio de desenvolvimento, atividade metabólica e densidade de infestação);
conhecimento do tipo da forrageira; e distribuição de plantas daninhas (localizada ou não).
A seguir será abordado o manejo de plantas daninhas em pastagens utilizando-se
herbicidas.

3.4.1. Uso de herbicidas na reforma e formação de pastagens

Na reforma de pastagens ocorre a necessidade da destruição da vegetação da área, com


posterior implantação da forrageira. A eliminação da vegetação pode ocorrer pelo emprego de
práticas mecânicas ou por meio de controle químico com herbicidas, sendo estes de amplo
espectro de ação e baixa persistência no ambiente (dessecantes). Os principais herbicidas
utilizados com essa finalidade são glyphosate, sulfosate, paraquat, diquat, paraquat + diuron e
2,4-D, sendo comum a mistura entre alguns destes. Os herbicidas a serem utilizados, bem como
suas misturas, são dependentes das plantas daninhas presentes na área e de seu desenvolvimento
no momento da aplicação (Quadro 2).
Os demais sistemas de plantio devem ser realizados em solo com preparo adequado, não
possuindo torrões e tocos, sendo para isso realizada a destoca e gradagens. A gradagem é um
método mecânico de controle de plantas daninhas, porém não controla as espécies que possuem
órgãos de reserva, sendo necessário o emprego conjunto do controle químico com herbicidas
sistêmicos (Quadro 2).
Quando a forrageira (monocotiledônea) estiver se estabelecendo na área e surgirem
plantas daninhas dicotiledôneas, também em estádios iniciais de desenvolvimento, o emprego do
controle químico se faz necessário. O objetivo deste controle é reduzir a competição das plantas

Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 161


Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R.

daninhas e possibilitar condições ideais ao rápido estabelecimento e desenvolvimento da


forrageira. Nesse caso, o emprego de reguladores de crescimento, em pequenas doses, é prática
viável, uma vez que estes produtos são seletivos às gramíneas (Quadro 2).

3.4.2. Uso de herbicidas na recuperação de pastagens

A recuperação de pastagens é caracterizada pelo retorno às condições de produção destas


sem ocorrer destruição da forrageira ou mesmo o revolvimento do solo. É dependente da
população adequada de plantas forrageiras na área e da viabilidade do seu sistema radicular, ou
seja, presença de comprometimento da fertilidade do solo com manutenção da integridade da
forrageira. A prática da recuperação é dependente, ainda, da espécie da forrageira, do nível de
infestação de plantas daninhas, das espécies de plantas daninhas presentes na área e do nível
tecnológico empregado pelo pecuarista.
A recuperação da pastagem demanda menor custo e possibilita a obtenção mais rápida de
pasto, quando comparada à formação ou mesmo à reforma, uma vez que implica disponibilizar
condições adequadas ao restabelecimento e desenvolvimento da forrageira já implantada na área.
Na prática da recuperação das pastagens, o primeiro passo é a eliminação da competição
pelas plantas daninhas, o que pode ser realizado pelo emprego de herbicidas, como: 2,4-D, 2,4-D
+ picloram, fluroxipir + picloram, triclopyr e tebuthiuron (Quadro 2). Eles possibilitam
condições de rápida recuperação da pastagem e melhor aproveitamento do adubo e da calagem
pela forrageira. Práticas culturais adequadas, como adubação e calagem, são componentes
fundamentais no sucesso do manejo de plantas daninhas e na recuperação da forrageira. A
ausência da complementação do controle químico com o controle cultural inviabiliza essa
tecnologia, mesmo que os herbicidas sejam eficazes no controle das espécies infestantes. A
ausência de condições adequadas ao desenvolvimento da forrageira proporciona o
restabelecimento das plantas daninhas na área. Deve-se manter a pastagem sem pastoreio por um
período de tempo após as práticas suficiente para recuperação desta, a fim de proporcionar
condições adequadas de restabelecimento da forrageira.

3.4.3. Uso de herbicidas na manutenção de pastagens

O manejo adequado da pastagem é o principal fator responsável por sua longevidade e


produtividade, por possibilitar condições adequadas ao desenvolvimento da forrageira, tornando
esta competitiva e dificultando o estabelecimento de plantas daninhas. Dentre os vários
componentes do manejo de pastagens, o controle de plantas daninhas é fundamental para a
sustentabilidade do sistema de produção. Os herbicidas podem ser utilizados para eliminar as
plantas daninhas, através de produtos seletivos às gramíneas, como o 2,4-D, 2,4-D + picloram,
fluroxipir + picloram e triclopyr (Quadro 2).
A eliminação de reboleiras de plantas daninhas perenes e arbustivas pode ser realizada
com aplicação localizada nas folhagens, no meristema apical (ex.: na pindoba) ou mesmo no
toco recém-cortado de arbustos e árvores, utilizando-se para isso o picloram, 2,4-D + picloram,
fluroxipir + picloram e triclopyr (Quadro 2). Entretanto, os arbustos com muitos espinhos, que
impõem dificuldades na pulverização ou mesmo no corte, podem ser eliminados pela utilização
de produtos granulados espalhados no solo na projeção da copa, como o tebuthiuron (Quadro 2).
Deve-se atentar para a manutenção da pastagem livre de pastoreio no momento e também
por um período de tempo após a aplicação dos herbicidas, objetivando a recuperação da
forrageira. Esta prática também reduz a contaminação do esterco dos animais com esses
herbicidas, que possuem persistência neste e no solo, podendo causar sérios danos a culturas
sensíveis adubadas com o esterco, como tomate, alface e outras hortaliças, ou cultivadas em área
tratada por um período inferior à sua carência.

162 Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens


WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas

Quadro 2 – Principais herbicidas recomendados na cultura das pastagens

Nome
Nome técnico Observações
comercial
Aplicação (pós-emergência) em área total em forrageiras monocotiledôneas controlando seletivamente as
espécies dicotiledôneas. Deve ser aplicado preferencialmente nos estádios iniciais de desenvolvimento das
plantas daninhas, visando redução das doses e maior eficiência de controle. Controla plantas de folhas
largas anuais e algumas perenes. Utilizar pontas de pulverização especiais para reduzir o efeito da deriva e
proporcionar boa cobertura das plantas daninhas. Na dessecação para o sistema de plantio direto, em
infestações mistas (de gramíneas e dicotiledôneas), usá-lo em mistura no tanque do pulverizador, com
glyphosate, glyphosate potássico ou sulfosate. Não aplicar em plantas daninhas perenes adultas, devendo ser
aplicada a mistura de 2,4-D com picloram, devido ao rápido metabolismo do 2,4-D nessas plantas, não
ocasionando a morte delas em aplicação isolada. No controle em área total procede-se, previamente, ao
pastoreio da área, com a finalidade de rebaixar a pastagem e expor as plantas daninhas ao herbicida que será
2,4-D Diversos
aplicado. Deve-se atentar para o efeito da deriva para culturas altamente sensíveis próximo à área de
pulverização, como: algodão, tomate, batata, feijão, soja, café, entre outras. Plantas daninhas controladas:
amendoim-bravo (Euphorbia spp), beldroega (Portulaca oleracea), caruru (Amaranthus sp.), carrapicho-de-
carneiro (Acanthospermum hispidum), cordão-de-frade (Leonotis spp.), corriola (lpomoea spp), dente-de-
leão (Taraxacum officinale), erva-moura (maria preta) (Solanum nigrum), flor-roxa (Echium plantagineum),
guanxuma (Sida spp.), joá (Solanum spp.), jurubeba (Solanum paniculatum), mamona (Ricinus communis),
mastruço (mentruz) (Coronopus didymus), melão-de-são-caetano (Momordica charantia), mentrasto
(Ageratum conyzoides), Mostarda (Brassica campestre), Nabiça (Raphanus raphanistrum), Nabo-bravo
(Brassica rapa), picão-branco (Galinsoga parviflora), picão-preto (Bidens pilosa), poaia (Richardia spp.),
serralha (Sonchus oleraceus), trapoeraba (Commelina spp.) e aguapé (Eichornia crassipes)
Utilizado na renovação das pastagens, em área total, para matar as plantas daninhas anuais
(monocotiledôneas e dicotiledôneas), porém não elimina as plantas perenes. Também é utilizado na
Diuron + dessecação para o plantio direto em pós-emergência das plantas daninhas, estando estas em estádio inicial
Gramocil
paraquat de desenvolvimento. Controla várias espécies de gramíneas e dicotiledôneas anuais, que não se reproduzem
por partes vegetativas. Por ser herbicida não-seletivo, de ação por contato, não pode ser aplicado sobre a
forrageira. Recomenda-se aplicá-lo com ponta de pulverização que produza boa cobertura foliar.
Utilizar surfatantes 0,3% v.v. Aplicação em pós-emergência em área total ou localizada. É utilizado na
reforma e recuperação da pastagem no controle de plantas daninhas dicotiledôneas herbáceas e semi-
arbustivas; a aplicação deve ser realizada cerca de 40 dias após a emergência das plantas daninhas, em
pleno vigor vegetativo. Caso contrário, deve-se roçar as plantas daninhas e esperar a rebrota vigorosa e bem
enfolhada (30 a 40 cm para plantas herbáceas e 1 m para semilenhosas) para posterior aplicação. Utilizar
doses maiores em plantas daninhas adultas que tenham sofrido várias roçadas anteriormente ou quando já
tenham terminado seu desenvolvimento vegetativo (final do período chuvoso). Em aplicações em área total
2,4-D + deve-se evitar o plantio de culturas suscetíveis na área por 2 a 3 anos. Utilizar pontas de pulverização
Mannejo
picloram especiais para reduzir o efeito da deriva e proporcionar boa cobertura das plantas daninhas. Deve-se atentar
para o efeito da deriva para culturas altamente sensíveis próximo à área de pulverização, como: algodão,
tomate, batata, feijão, soja, café, entre outras. No controle em área total procede-se, previamente, ao
pastoreio da área, com a finalidade de rebaixar a pastagem e expor as plantas daninhas ao herbicida que será
aplicado. Em aplicações em área total deve-se evitar o plantio de culturas suscetíveis na área por 2 a 3 anos.
Plantas daninhas controladas: assa-peixe branco (Vernonia polyanthes), cheirosa (Hyptis suaveolens),
malva-branca (Sida cordifolia), guanxuma (Sida rhombifolia), fedegoso (Senna obtusifolia), canela-de-
perdiz (Croton glandulosus) e mata-pasto (Eupatorium maximilianii) e outras.
Utilizar surfatantes (0,20 a 0,25% v.v Aterbane ou 0,2 a 0,3% de óleo mineral). É utilizado no controle de
plantas herbáceas tolerantes ao 2,4-D e para controlar arbustos e árvores. No primeiro caso, pulveriza-se por
via terrestre ou aérea toda a área ou as reboleiras mais infestadas. No segundo caso, na erradicação de
arbustos ou árvores isoladas utiliza-se o método da pulverização da copa ou, preferencialmente, o de
aplicação no toco recém-roçado. No controle em área total procede-se, previamente, ao pastoreio da área,
com a finalidade de rebaixar a pastagem e expor as plantas daninhas ao herbicida que será aplicado. Deve
ser realizado durante a estação das chuvas, quando as plantas se encontram em pleno vigor vegetativo.
Deve-se atentar para o efeito da deriva, principalmente em pulverizações aéreas que devem ser realizadas
no mínimo a 2.000 metros de distância de culturas sensíveis, como: algodão, tomate, batata, feijão, soja,
café, entre outras. Utilizar doses maiores em plantas daninhas adultas que tenham sofrido várias roçadas
anteriormente ou quando já tenham terminado seu desenvolvimento vegetativo (final do período chuvoso).
2,4-D + Em aplicações em área total deve-se evitar o plantio de culturas suscetíveis na área por 2 a 3 anos. Utilizar
Tordon 2,4-D
picloram pontas de pulverização especiais para reduzir o efeito da deriva e proporcionar boa cobertura das plantas
daninhas. Plantas daninhas controladas (*aplicação no toco recém-roçado): amendoim-bravo (Euphorbia
paniculata), arranha-gato* (Acacia sp. e Sharnkya sp.), aguapé (Eichordia crassipes), assa-peixes
(Vernonia spp.), buva (Erigeron bonariensis), cajussara (Solanum spp.), cambarazinho (Eupatorium
laevigatum), capixingui (Croton floribundus), caraguatá (Erygium spp), carqueja (Bacharis trimera), erva-
de-bicho (Polygonum punctatum), erva-lanceta (Solidago microglossa), espinilho (Fagara praecox),
fumeiro (Solanum sp), guanxumas (Sida spp.), joá (Solanum sisymbrifolium), jurubeba (Solanum
paniculatum), leiteiro* (Peschiera fuchsiaefolia), maria-mole (Senecio brasiliensis), mio-mio (Baccharis
coridifolia), picão-preto (Bidens pilosa), samambaia (Pteridium aquilinum), timbó* (Serfania sp), tojo
(Ulex europaeus) e trançagem (Plantago major).

Continua...

Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 163


Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R.

Quadro 2, cont.

Nome
Nome técnico Observações
comercial
Utilizar surfatante 0,3% v.v ou óleo mineral 0,2 a 0,5% v.v. Aplicação em pós-emergência em área total ou
localizada; controla plantas daninhas dicotiledôneas herbáceas semi-arbustivas e arbustivas. As plantas
daninhas devem estar em pleno desenvolvimento vegetativo. Evitar deriva deste produto para culturas
altamente sensíveis, como: algodão, tomate, batata, feijão, soja, café, entre outras. Utilizar doses maiores
em plantas daninhas adultas que tenham sofrido várias roçadas anteriormente, plantas de cerrado ou quando
já tenham terminado seu desenvolvimento vegetativo (final do período chuvoso). No controle em área total
procede-se, previamente, ao pastoreio da área, com a finalidade de rebaixar a pastagem e expor as plantas
daninhas ao herbicida que será aplicado. Em aplicações em área total deve-se evitar o plantio de culturas
Fluroxipir +
Plenum suscetíveis na área por 2 a 3 anos. Utilizar pontas de pulverização especiais para reduzir o efeito da deriva e
picloram
proporcionar boa cobertura das plantas daninhas. Plantas daninhas controladas: assa-peixe-branco
(Vernonia polyanthes), assa-peixe-roxo (Vernonia westiniana), mata-pasto (Eupatorium maximilianii),
vassourinha (Sida santaremnensis), malva branca (Sida cordifolia), guanxuma (Sida rhombifolia), joá
(Solanum viarum), malvão (Triunfetta bartramia), guatanbú* (Aspidosperma sp.), assa-peixe branco do
cerrado* (Vernonia ferruginea), mamica-de-porca* (Fagara rhoifolium), roseta* (Randia armata, Bauhinia
variegata), aroeirinha* (Schinus terebenthifolius), angiquinho* (Parapiptadenia sp). (*Em algumas
condições ocorre a exigência de repasse no segundo ano com a aplicação de picloram no toco recém-
roçado).
Aplicar em pós-emergência das plantas daninhas, jovens ou adultas, estando estas em boas condições
metabólicas. Controla de forma não-seletiva plantas daninhas mono e dicotiledôneas. A dose recomendada
depende das espécies e do estádio de desenvolvimento destas. Em pastagem, usa-se para destruí-la, quando
se pretende renová-la, ou reverter o terreno para outras culturas. Por ser um herbicida sistêmico, controla
plantas daninhas perenes e com órgãos de reserva, evitando a rebrota destas após o revolvimento do solo.
Glyphosate diversos Pode ser utilizado, ainda, em aplicações localizadas para controlar plantas em reboleiras. Neste caso, deve-
se evitar o contato com as forrageiras, por não ser seletivo a elas. Requer período de 4-6 horas sem chuvas
após sua aplicação, para assegurar sua absorção, dependendo da formulação utilizada. É comum sua mistura
ao 2,4-D, principalmente para uso em áreas infestadas por plantas de difícil controle. Este herbicida não
impõe restrições quanto à escolha das culturas subseqüentes, por ser fortemente sorvido ao solo e não
possuir efeito residual.
Controle eficiente da pindoba (Orbinea speciosa) – 10 mL da solução 4,0% v.v de Garlon em óleo diesel
para cada metro de altura desta planta. Para plantas velhas, roçadas várias vezes, que apresentam
engrossamento visível próximo à superfície do solo, devem-se aplicar 15 a 20 mL por planta, mesmo que a
altura esteja abaixo da roçada recente. A aplicação deve ser realizada diretamente no meristema apical da
planta, localizado no centro da projeção das folhas mais novas. Controle de guatambu (Aspidosperma sp.)
pata-de-vaca (Bauhinia variegata e Parapiptadenia sp.) e outras brotações de cerrado - aplicação de Garlon
5,0% v.v em óleo diesel a baixa pressão no terço final do caule, aproximadamente 30-40 cm acima do nível
do solo (cerca de 20 mL por planta), cuidando para atingir o mínimo possível as folhas da forrageira. Na
aplicação em área total não se deve utilizar óleo diesel; esta pode ser aérea ou terrestre, em pastagens
Triclopyr Garlon infestadas densamente por plantas daninhas de pequeno, médio e grande porte. Aplicar o produto molhando
bem e uniformemente toda a folhagem da planta. Evitar deriva deste produto para culturas altamente
sensíveis, como: algodão, tomate, batata, feijão, soja, café, entre outras. Utilizar pontas de pulverização
especiais para reduzir o efeito da deriva e proporcionar boa cobertura das plantas daninhas. No controle em
área total procede-se, previamente, ao pastoreio da área, com a finalidade de rebaixar a pastagem e expor as
plantas daninhas ao herbicida que será aplicado. A aplicação deve ser realizada em plantas com
desenvolvimento adequado. Plantas daninhas controladas: erva-quente (Borreria alata), cambará (Lantana
camara), assa-peixe (Vernonia polyanthes), espinilho (Acacia farnesiana), jurubeba (Solanum paniculatum)
e outras. O produto é rapidamente degradado, apresentando meia-vida no solo de 20 a 45 dias, dependendo
do tipo de solo e das condições climáticas, não impondo restrições quanto a culturas subseqüentes.
Não adicionar óleo diesel nem surfatantes. Aplicação deve ser localizada no toco recém-roçado. Roçar as
plantas daninhas a serem controladas com foice o mais próximo possível do solo. Em plantas já roçadas
anteriormente, deve-se fazer o corte abaixo do engrossamento da raiz da última roçada. Os caules mais
grossos devem ser rachados em cruz para proporcionar a maior absorção do produto. Deve-se utilizar ponta
de pulverização do tipo cone cheio, que deve ficar o mais próximo possível no momento da aplicação, para
evitar perda do produto. O produto deve ser aplicado imediatamente após o corte, molhando bem todo o
toco até atingir o ponto de escorrimento. Em plantas que possuem engrossamento do caule abaixo do nível
do solo (ex.: ciganinha), deve-se corta-las com enxadão abaixo do nível do solo e posteriormente aplicar o
Picloram Padron produto em caule e raízes decepadas até o ponto de encharcamento. Em plantas com toco de diâmetro
inferior a 3 cm, deve-se aplicar o produto sobre o solo ao redor do toco, objetivando-se atingir o seu sistema
radicular. Não realizar aplicação em plantas secas e com atividade metabólica reduzida (estresse hídrico
acentuado, queimada). Utilizar doses maiores em plantas daninhas adultas que tenham sofrido várias
roçadas anteriormente, plantas de cerrado ou quando já tenham terminado seu desenvolvimento vegetativo
(final do período chuvoso). Plantas daninhas controladas: arranha-gato (Acacia plumosa), leiteiro
(Peschiera fuchsiaefolia), aroeirinha (Schinus terebenthifolius), espinho-agulha (Barnadesia rosea),
camboatá (Tapirira guianensis), mamica-de-porca (Machaerium aculeatum), pata-de-vaca (Bauhinia
variegata) e ciganinha (Memora peregrina).
Continua...

164 Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens


WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas

Quadro 2, cont.

Nome
Nome técnico Observações
comercial
Formulação granulada aplicada a lanço, com granuladeira ou por via aérea, devendo, em ambos os casos, o
aplicador proteger-se com equipamento de proteção adequado (luvas impermeáveis e outros). Usa-se em
cobertura total do terreno, ou localizada nas reboleiras de infestantes que se pretende eliminar, ou, ainda,
embaixo da copa dos arbustos indesejáveis (plantas com espinhos e outras), distribuindo-se os grânulos na
projeção da copa. A distribuição do produto deve ser uniforme na área, para reduzir os efeitos negativos à
forrageira. Em caso de lesões ocasionadas principalmente pela maior concentração localizada do produto, os
danos tendem a desaparecer num período de 6 a 12 meses. É aplicado em dose única em qualquer época do
ano. No entanto, resultados mais rápidos e eficientes serão obtidos quando a aplicação for realizada pouco
antes (ou no início) do período chuvoso (julho a dezembro nas regiões Sul e Centro-Oeste). Devido ao
modo de absorção e translocação do herbicida, os arbustos devem apresentar bom desenvolvimento foliar;
portanto, a aplicação não deve ser feita em arbustos roçados ou queimados recentemente. Após a aplicação
deste produto não se recomenda eliminar a parte aérea do arbusto de que se deseja o controle, pois esta é
importante para melhor absorção do herbicida e conseqüentemente agilizará o processo de morte desse
arbusto. Deve-se evitar a aplicação sobre ou perto de culturas anuais suscetíveis, como soja, feijão, tomate,
algodão, fumo, pepino e outras, bem como de árvores frutíferas. Não aplicar o produto em florestas ou
reservas naturais. No caso de aplicação em área total, as culturas rotacionais poderão ser plantadas no
Tebuthiuron Graslan mínimo 3 anos após a aplicação do herbicida, entretanto, quando em aplicação localizada, seu efeito
restringe-se ao local de aplicação. Mantenha afastados das áreas de aplicação crianças, animais domésticos
e pessoas desprotegidas por um período de 7 dias após a aplicação do produto. É recomendado para solos
arenosos e areno-argilosos. Plantas daninhas controladas: gramão ou grama-batatais (Paspalum notatum),
assa-peixe, assa-peixe-do-pará, folha-de-santana (Vernonia ferruginea), assa-peixe-roxo (Vernonia scabra),
carqueja (Bacharis trimera), chirca (Eupatorium bonifolium), jurubeba (Solanum fastigiatum), roseta ou
limãozinho-de-goiá (Randia armata), taboca (Guadua angustifólia), assa-peixe-branco, assa-peixe-do-
cerrado (Gochnatia polymorpha), café-de-bugre (Solanum caavurana), capa-bode (Melochia tomentosa),
cega-jumento ou cajussara (Solanum rugosum), fumo-bravo (Solanum verbascifolium), lobeira (Solanum
lycocarpum), malícia ou dorme-dorme (Mimosa invisa), mangueirinha ou camboatá-do-cerrado (Tapirira
guianensis), arranha-gato ou unha-de-gato (Acacia plumosa), cansanção ou urtigão (Cnidosculus urens),
cipó-prata (Banisteria metalicolor), esporão-de-galo (Pisonea aculeata), esporão-de-galo (Celtis
glycicarpa), leiteiro (Peschiera fuchsiaefolia), limão-bravo (Soliva sessilis), pereiro (Aspidosperma
eburneum), veludo-vermelho (Chomelia pohliana), aroeirinha (Schinus terebinthifolius), cruzeta (Strychnos
parvifolia), espinho-agulha (Chuquiragua tomentosa), espinho-agulha (Barnadesia rósea), leiteiro-
vermelho (Chrysophyllum marginatum), limãozinho ou juvu (Acanthocladus brasiliensis), mamica-de-
porca (Fagara hiemalis) e tarumã (Vitex sp.).

São várias as maneiras de aplicação de herbicidas em pastagens, sendo elas dependentes


das condições de infestação, operação na ocasião do controle (reforma, formação, recuperação e
manutenção), espécie infestante, nível tecnológico do pecuarista e herbicida utilizado.
A aplicação foliar pode ser localizada ou em área total. A localizada é denominada
catação e constitui-se na eliminação de arbustos agrupados; a área é caracterizada pela infestação
menor do que 40% e disposta em reboleiras. Os pulverizadores utilizados são o costal tracionado
por uma pessoa, o pulverizador tracionado por animal, denominado Burro Jet, ou mesmo um
pulverizador tratorizado adaptado com várias saídas de pontas, direcionadas por trabalhadores
que acompanham o trator.
A aplicação em área total é feita em áreas com infestação acima de 40% e está
condicionada à topografia adequada da área, permitindo a mecanização com o trator. Essa forma
de pulverização possui alto rendimento operacional e exigência baixa de mão-de-obra, podendo
ser realizada com pulverizador de barra, canhão ou avião (aérea).
A aplicação aérea é recomendada em grandes áreas que possuem obstáculos à
pulverização tratorizada. Esta prática demanda maior nível tecnológico do pecuarista, pelas
exigências quanto a monitoramento sistemático das condições meteorológicas, necessidade de
pista de pouso próximo à área e topografia adequada à pulverização aérea. Deve-se cuidar quanto
à deriva próximo a áreas agrícolas, uma vez que a maioria das culturas anuais e perenes é
altamente sensível aos herbicidas reguladores de crescimento utilizados em pastagens. A
principal vantagem da aplicação aérea é o alto rendimento operacional, podendo pulverizar até
300 ha por dia.

Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 165


Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R.

Outra forma de aplicação de herbicidas é em toco recém-roçado, tendo como objetivo


aumentar a suscetibilidade das plantas daninhas aos herbicidas. Todavia, em condições que
impõem restrições à aplicação foliar ou ao corte dos arbustos, pode-se realizar a aplicação basal,
caracterizada pela deposição do herbicida granulado no solo na projeção da copa da planta
daninha. É utilizado no controle de arbustos com espinhos e com arquitetura de galhos bem
fechados.

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