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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - ICA

ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA E FLORESTAL

MÉTODOS DE CONTROLE DE PRAGAS

Telma Fátima Vieira Batista


Leonardo Souza Duarte
Jessica Costa da Silva
Sumário
1. Controle Legislativo .................................................................................................. 3
1.1. Serviço Quarentenário ....................................................................................... 3
1.2. Tratamentos Quarentenários .............................................................................. 3
1.3. Medidas obrigatórias de controle ....................................................................... 4
2. Métodos Mecânicos................................................................................................... 5
3. Métodos de Resistência ............................................................................................. 6
3.1. Conceito ............................................................................................................. 6
3.2. Princípios básicos............................................................................................... 6
3.3. Pseudo-Resistência ............................................................................................ 7
3.4. Graus de resistência ........................................................................................... 7
3.5. Tipos de resistência ............................................................................................ 8
3.6. Lista de Vantagens e desvantagens no uso da resistência de plantas: ............... 8
4. Controle Cultural ....................................................................................................... 9
5. Controle por Comportamento.................................................................................. 12
5.1. Utilização de feromônios no MIP .................................................................... 14
5.2. Outros métodos comportamentais...................................................................... 9
6. Controle Físico ........................................................................................................ 15
7. Controle Autocida ................................................................................................... 17
8. Controle Biológico .................................................................................................. 18
8.1. Tipos de Controle biológico............................................................................. 18
8.2. Inimigos naturais .............................................................................................. 19
8.3. Entomopatogênicos .......................................................................................... 11
9. Controle Químico .................................................................................................... 22
9.1. Formulações ..................................................................................................... 22
9.2. Inseticidas sistêmicos ....................................................................................... 23
9.3. Classificação Toxicológica .............................................................................. 24
9.4. Algumas definições em controle químico........................................................ 25
9.5. Cálculos para a aplicação ................................................................................. 25
1. Controle Legislativo
É o controle que usa leis e portarias tanto federais como estaduais para barrar a entrada
de pragas exóticas por exemplo, como controle legislativo temos o serviço quarentenário,
as medidas obrigatórias de controle e a fiscalização do mercado de inseticidas. Esse
controle é feito pelo fiscal federal, vinculado ao MAPA ou estadual vinculado as agências
de defesa agropecuária.

1.1. Serviço Quarentenário

Tal controle tem como principal função barrar a entrada de pragas exóticas, é um
serviço realizado pelo Serviço de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura,
onde os técnicos inspecionam os portos, aeroportos e fronteiras para garantir a não entrada
de pragas em território nacional, no caso dos estados quem atua fiscalizando a entrada de
pragas exóticas são as agências de defesa agropecuárias, no caso do Estado do Pará é a
ADEPARÁ.
Praga no ponto de vista quarentenário é qualquer espécie, raça ou biótipo de
vegetais, animais ou agentes patogênicos, nocivos para os vegetais ou produtos
vegetais. Uma praga quarentenária é classificada seguindo critérios estabelecidos pela
FAO: presença da praga em área de risco, a distribuição, a importância econômica ou se
é ou não controlada oficialmente. Essas pragas são classificadas em dois tipos:

• Praga quarentenária A1: É aquela que tem importância potencial para a área de
risco e onde ainda não se encontra presente, é o caso do Rio Grande do Norte
quanto a mosca-das-cucurbitáceas (Anastrepha grandis), a mosca não está
presente, fazendo o estado nordestino ser área livre do referido inseto.

• Praga quarentenária A2: É aquela que tem importância potencial para a área de
risco e onde não se encontra amplamente disseminada e está sendo oficialmente
controlada. Um exemplo desse tipo de praga é a Sirex noctilio, a vespa da madeira,
praga que ataca árvores de Pinus, vespa que está presente no Brasil, porém restrita
aos estados do sul e sudeste do país.

1.2. Tratamentos Quarentenários

Os países legislam sobre o tipo de tratamento, que deve ser aplicado para determinado
produto agrícola, para que se possa eliminar a praga quarentenária viabilizando a
importação ou exportação dos produtos, no Brasil os tratamentos quarentenários são:

• Fumigação: Consiste na aplicação de pastilhas de brometo de metila (32g/m³


durante 2h) com objetivo de eliminar pragas de grãos armazenados como brocas
e gorgulhos. A fumigação também é usada em produtos de madeira importados
para combater o cerambicídeo Anoplophora grabripennis (Figura 1), considerada
praga quarentenária A1 no Brasil.
Figura 1 - Anoplophora grabripennis. Dano na planta e adulto

• Tratamento a frio: Utiliza-se baixas temperaturas, onde frutas serão tratadas por
um determinado tempo, dependendo da praga a ser eliminada, frutas como uva,
pêssego e nectarina devem ser mantidas a 0,55°C por 18 dias para combater a
mosca-mexicana (Anastrepha ludens);

• Tratamento a quente: Uso de vapor d’água ou da hidrotermia, no caso do vapor


d’água a temperatura da polpa deve ir aumentando até a temperatura interna atinja
43,3°C em 8 horas, tal temperatura deve ser mantida por 6 horas, no caso do
tratamento hidrotérmico a fruta deve ser submergida no mínimo 9 cm abaixo da
superfície da água, no Pará é feito o branqueamento do Açaí para o combate do
Barbeiro (Trypanosoma Cruzi), além de aquecimento a 80 °C.

• Irradiação: Uso de Radiação gama do cobalto-60 ou césio-137 ou raios de elétron


com energia até 10 MeV. A radiação ionizante, além de controlar a praga, permite
melhorar a qualidade e a conservação do fruto, retardando o amadurecimento e
reduzindo a contaminação microbiana nos frutos.

1.3. Medidas obrigatórias de controle

Obrigações legais que os produtores devem realizar para controlar certas pragas. No
estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, existe a lei estadual 2869/56, que obriga a
coleta e queima de galhos de acácia negra, para controlar a população do besouro serrador
Oncideres impluviata (Figura 2).

Figura 2 – Serreamento, larva e galho caído, produzido por Oncideres impluviata


Decreto Federal n.19.594ª de 27/07/1950 para a Cultura do Algodão – fazer a
destruição dos restos culturais após a colheita, para o controle das seguintes pragas:
(Figuras 3, 4, e 5)

Figura 3 – Lag. rosada Figura 4 - Broca da raiz Figura 5- Bicudo do algodão


P. gossypiela E. brasiliensis A. grandis

1.4 – Fiscalização feita por fiscais do MAPA: lojas de vendas de produtos


agropecuários, campos de produção de sementes e mudas. Áreas produtoras de frutas,
legumes e hortaliças.

2- Métodos Mecânicos – casos específicos (Figuras 6, 7, e 8)

- Trituração de insetos de solo pela aração e gradagem


(Figura 6)

- Pincelamento com cola em troncos para controle de lagartas e saúvas


(Figura 7)

- Embolsamento de frutos para barreira de insetos


(Figura 8)
Emprego de medidas manuais ou armadilhas que causem destruição direta no
inseto como catação, esmagamento e corte, geralmente de ovos e lagartas; é o caso da
catação dos bichos cesto (Oiketicus Kirbyi) em cafezais, formação de barreiras ou sulcos
em pastagens contra o curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes) e gafanhotos em surtos
graves e o emprego de armadilhas como as colas para o controle de formigas.

3-Métodos de Resistência
Empregar plantas resistentes a pragas é considerado por muitos como o método ideal
de controle, pois permite controlar as pragas em níveis inferiores ao de dano econômico,
sem causar prejuízos ao ambiente e sem custos adicionais ao agricultor, também é um
método de controle compatível com os demais métodos de controle, tornando-se ideal
para ser utilizado por qualquer programa de manejo de pragas.

3.1. Conceito

Uma planta é dita resistente a pragas, é quando ocorre a combinação de qualidades


hereditárias apresentadas pela planta, que influencia na intensidade do dano provocado
pelo inseto, ou seja, é quando a planta apresenta maior quantidade de produtos de
boa qualidade em relação aos demais, num mesmo nível de população do inseto ou
segundo ROSETTO (1973): É aquela que devido à sua constituição genotípica é
menos danificada que uma outra, em igualdade de condições.

3.2.Princípios básicos da resistência a insetos

Conhecendo o conceito de resistência de insetos, eis que devem ser levados em


consideração alguns princípios básicos, como:

• Relativa: deve sempre haver a comparação entre genótipos para saber quem é
resistente ou não a certa praga. Entre as mandiocas, por exemplo, existe o genótipo
maniçobeira que é resistente ao ataque da mosca-das-galhas (Jatrophobia
brasiliensis), praga essa que muitas outras variedades são suscetíveis;

• Hereditária: as progênies (digamos que sejam os “filhos” da planta) devem se


comportar da mesma forma que a planta mãe;

• Repetibilidade: o genótipo em questão deve demonstrar as condições de


resistência (ou parte delas) em outros ambientes, e toda vez que ocorrer a repetição
do ensaio;

• Específica: Tem relação com a Espécie do inseto. Por exemplo: nos EUA, o
genótipo de alfafa “Cody” tem resistência ao pulgão da espécie Therioaphis
maculata, mas é suscetível a outra espécie de pulgão: Acythosiphon pisum;
quando um genótipo de alguma cultura é resistente a mais de uma espécie de
inseto, isso é denominada de Resistência múltipla.
3.3. Pseudo-Resistência

Por vezes uma planta comum, sem ser progênie de uma variedade resistente, acaba
por não sofrer danos visíveis, por simples “SORTE”, enquanto plantas semelhantes a ela
sofrem danos maiores após o ataque de pragas, a esta “sorte” é dado o nome de Pseudo-
Resistência, que podem ser dos seguintes tipos:

• Escape: quando a planta não é atacada pelo inseto por mero acaso;

• Evasão hospedeira ou assincronia fenológica: Acontece quando o período de


maior suscetibilidade da planta coincide com o período de menor densidade
populacional da praga;

• Resistência induzida: A manifestação da resistência é temporária, por causa das


condições especiais do ambiente, que se retiradas tornam a planta suscetível, essas
condições especiais podem ser Nutrição, Irrigação, Luminosidade solar, entre
outros fatores.

3.4.Graus de resistência (Figura 9)

Resistência não é um conceito preto-e-branco, não existem apenas plantas resistentes


e suscetíveis, mas sim uma escala, que gradua esses níveis de resistência, ao todo são
cinco graus:

• Imunidade: O genótipo não sofre nenhum dano sob nenhuma condição, trata-se
de um conceito teórico, já que a própria presença do inseto se alimentando já
descarta o uso desse termo;

• Alta Resistência: A variedade sofre pequeno dano em relação às demais, por


exemplo: para medir a resistência de uma variedade de eucalipto em relação a uma
lagarta, leva-se em consideração a média de 20 folhas atacadas/planta, em uma
amostragem nessa variedade de eucalipto foram contabilizadas 5 folhas
atacadas/planta, logo esse genótipo é visto como altamente resistente.

• Resistência moderada: o genótipo sofre dano um pouco menor que os demais,


exemplo, genótipo de eucalipto com lagarta, com 15 folhas atacadas/planta;

• Suscetibilidade: O dano é semelhante ao dano médio sofrido pelos genótipos em


geral, é o caso de na amostragem se encontrar 20 folhas atacadas/planta.

• Alta Suscetibilidade: O dano é bem maior que o dano médio sofrido pelas
variedades em geral, digamos que a média de folhas atacadas por lagarta é de 25
folhas/planta.
3.5.Tipos de resistência

Para um genótipo de alguma planta ser considerada resistente a algum inseto-praga


ela deve ser submetida a testes de resistência, para então, se avaliar em qual tipo ela se
enquadra, são considerados três tipos de resistência:

• Tolerância: Quando o genótipo de alguma espécie vegetal é atacado pela praga,


mas consegue produzir/desenvolver-se melhor que outro genótipo daquela mesma
espécie em iguais condições, exemplo, é o genótipo maniçobeira de mandioca
quando atacado pelo ácaro-verde (Mononychellus tanajoa), não apresenta os
sintomas do ataque do ácaro, enquanto que, outras variedades de mandioca
apresentam de forma visível o ataque da praga.

• Antibiose: O inseto-praga ataca a planta normalmente, porém, devido a produção


de substancias tóxicas, o inseto sofre efeito adverso sobre sua biologia, exemplo,
são as substâncias como o tanimo, a nicotina, o piretro que são produzidas por
várias plantas e afetam a biologia dos insetos.

• Não preferência ou antixenose: é quando os insetos não se alimentam, não se


abrigam e/ou não fazem oviposição na planta, é o caso do capim Marandu, que é
pouco atacado pela cigarrinha-das-pastagens. Existem também estímulos que as
plantas fazem no comportamento dos insetos:

o Quanto a Localização da planta


Atraente: Quando o inseto se locomove em direção a planta;
Repelente: Quando o inseto se locomove em direção oposta a
planta (plantas medicinais como a citronela).

o Quanto a Locomoção na planta:


Arrestante: Inseto anda vagarosamente ou fica parado na planta;
Estimulador Locomotor: Inseto se locomove rapidamente sobre
a planta.

o Quanto a alimentação e oviposição:


Estimulante: Viável tanto para a oviposição como para a
alimentação;
Deterrente: inviável tanto para a oviposição como para a
alimentação.

3.6.Lista de Vantagens e desvantagens no uso da resistência de plantas:

Vantagens:
- Facilidade de utilização
- Harmonia e persistência no ambiente
- Redução de infestação em cultivares suscetíveis
- Compatibilidade com outros métodos de controle
- Não interfere nas demais práticas culturais
Desvantagens:
- Tempo prolongado para obtenção da planta resistente
- Limitação genética
- Ocorrência de biótipos
- Características de resistência conflitantes

4.Controle Cultural
Emprego de certas práticas culturais para o controle, baseando-se em conhecimentos
ecológicos e biológicos de pragas, entre essas práticas podemos citar:

• Rotação de culturas: pois consiste no plantio alternado – ao longo de anos – de


culturas que não sejam hospedeiras das mesmas pragas, servem para controle de
pragas específicas de uma determinada cultura (Figura 9)

Figura 9 – Rotação soja x milho

• Aração e gradagem do Solo: consiste na destruição dos ovos, larvas, ninfas e


adultos de insetos, que normalmente se desenvolvem no solo, é eficiente, pois
emprega um método físico, expondo insetos de hábito subterrâneo à luz solar, e é
um método mecânico pela ação destrutiva que os implementos agrícolas exercem
sobre as diferentes fases dos insetos (Figura 10)

Figura 10 – Aração e gradagem


• Época de plantio e colheita: Esse método cultural leva em consideração a
assincronia fenológica, vista em resistência de plantas, pois o adiantamento ou
atraso na época do plantio e da colheita, pode diminuir os ataques de pragas.
Exemplo pragas de grãos armazenados. Caso ocorra o atraso na colheita, os grãos
quando colhidos, podem trazer para dentro do armazém grandes quantidade de
pragas de grãos armazenados. Ex: gorgulhos e traças.

• Destruição de restos de cultura: Tem objetivo de destruir possíveis propágulos


de pragas, como palhadas e restos de poda em trituradores, por exemplo (Figura
11)

Figura 11 – Trituração de restos culturais

• Capina: Já que o mato ao redor da cultura pode favorecer a infestação de certas


pragas, visto que pode ser abrigo em potencial para as pragas das culturas, além
de concorrer com a planta objetivo com água e nutrientes (Figura 12).

Figura 12 – Capina química e capina mecânica

• Poda fitossanitária: método empregado em ramos e galhos das plantas, quando


estes estão muito atacados por pragas. Ex: controle brocas, cochonilhas, pulgões
e mosca branca (Figura 13).

Figura 13 – Poda de ramos atacados


• Adubação e irrigação: é o caso de resistência induzida, planta equilibrada sem
défice nutricional e hídrico, tende apresentar-se com maior resistência ao ataque
de pragas, recuperando-se mais rápido aos ataques (Figura 14).

Figura 14 – Adubação e irrigação

• Plantio direto – considerado melhor método conservacionista do solo. Mantem


umidade e menor temperatura, diferindo do plantio convencional. Onde o solo
fica mais exposto ocorrendo lixiviação, maior temperatura e pouca umidade, o
que favorece o surgimento de pragas de solo. O Plantio direto possuiu microclima
ideal para a multiplicação de microorganismos que controlam insetos, portanto, o
plantio direto aumenta o controle de pragas de solo. Ex. controle da lagarta rosca
Elasmopalpus lignosellus (Figura 15).

Figura 15 – Plantio direto e convencional

• Consorciamentos – consiste no aumento da diversidade plantas numa mesma


área visando diversificar atividades e mitigar o impacto das pragas sobre as
plantas em relação aos monocultivos (Figura 16).

Figura 16 – Consorcio de mamão x café x planta medicinal


Sistemas Agroflorestais – consorciamentos entre árvores, animais e outras plantas. Onde
todos os indivíduos do sistema contribuem uns com os outros (Figura 17).

Figura 17 – Consórcio cacau x açaí e madeira/eucalipto x animal x pastagem

5. Controle por Comportamento


O controle por comportamento é também conhecido como controle etológico, é
baseado na fisiologia do inseto, tem como vantagens:

• Não causa intoxicação no homem e nos animais domésticos


• Não deixar resíduos tóxicos
• Evitar desequilíbrios biológicos e ambientais
• Mais desejável do ponto de vista ambiental
• Facilidade de aplicação

O controle comportamental é dividido em dois tipos:

• Hormônios: Substâncias criadas por glândulas, para regular certas atividades


fisiológicas do inseto, como a síntese de quitina por exemplo, processo fisiológico
afetado por alguns tipos de inseticidas, são chamados de inibidores da síntese de
quitina.

• Semioquímicos: Substâncias que provocam reações específicas em outro


indivíduo, utilizadas para comunicação entre a mesma espécie de inseto, entre eles
estão os feromônios, principal substância utilizada no manejo de pragas. São
conhecidos feromônios de trilha (formigas saúvas), sexual (para mariposas), de
agregação (besouro R. Palmarum), de alarme (pulgões), entre outros. O que é mais
utilizado pelas industrias são os feromônios de agregação e sexual.
Alguns exemplos abaixo de feromônios e armadilhas alimentares:

Figura 18 - Armadilha com sachê, utilizada para a captura do adulto do bicho


furão dos citros Ecdytolopha aurantiana. Recomendação 1 armadilha a cada
5 a 10 ha de citros. Início de controle: 4 a 6 adultos/coleta.
Figura 19 – BIO BM feromônio sexual para o bicho mineiro do café, a
Larva-minadora (Leucoptera coffeella), COSMOLURE para o besouro
Moleque-da-bananeira (Cosmopolites sordidus) e BIO TUTA para a Traça
do tomateiro (Tuta-absoluta).

Figura 20 – Gachon, armadilha utilizada para a captura de traças


Ephestia cautella, Ephestia elutella, Plodia interpunctella, pragas
de grãos armazenados e subprodutos

Figura 21 – RMD-1 – Feromônio de agregação utilizado para a captura do


besouro R. palmarum em palmeiras (Açaizeiro, coqueiro e palma de óleo)
Figura 22 - BIO TRAP PLACAS ADESIVAS COLORIDAS, utilizadas
para a captura de insetos voadores pequenos. Placa amarela:
recomendada para pulgões, cigarrinhas, minadoras, mosca-branca,
vaquinhas, moscas-das-frutas. Placa azul: para tripes, mosca-dos-
estábulos, etc.

5.a. Utilização de feromônios no MIP

O uso de Feromônios é muito eficiente no Manejo Integrado de Pragas, ainda mais


em áreas extensas, pois o feromônio, dependendo da velocidade e direção do vento
consegue entrar em contato com insetos a longas distâncias, centenas de metros do foco,
e estes localizar onde encontra-se as armadilhas. Podem ser utilizados para o
monitoramento da densidade populacional e flutuação, para se saber se a praga já se
encontra na área ou para controle se aumentarmos o número de armadilhas/ha.

Para o Controle os feromônios podem ser utilizados em três estratégias:

• Coleta Massal: estratégia de controle que atrai de forma massal os machos


adultos da área, diminuindo drasticamente os acasalamentos e como consequência
a população da praga, são usadas em armadilha como a armadilha Accountrap
para controle do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis).

• Confundimento: utilização de altas doses de feromônios, desorientando os


insetos e impedindo acasalamentos;

• Cultura armadilha: Aplicação de feromônio em faixas de cultura ou pontos


específicos para atrair os insetos para um local específico com o fim de eliminá-
los com a aplicação de inseticidas.

O monitoramento populacional de pragas é feito a partir da amostragem,


detectando o inicio de uma população da praga, orientando com alta confiabilidade a
definição da época adequada de controle, para tal são utilizadas armadilhas do tipo
delta, comum para lepidópteros, essas armadilhas são triangulares, contendo
feromônios e placas adesivas no seu interior (Figura 23).
Figura 23 – Armadilha DELTA, com placas adesivas

Outro método comportamental é o uso de ISCAS ATRATIVAS, onde são utilizados


atraentes alimentares, são substancias que não são feromônios, mas atraem certos insetos
para uma isca comestível, e ao se alimentarem, são expostos a substância tóxica contida
na isca, muito utilizado para moscas-das-frutas (Figura 24), gafanhotos, mariposas
(Figura 25), entre outras.

Figura 24 – Armadilha MC PHAIL para a captura de mosca das frutas.


Abastecida com calda de melaço e água ou suco de frutas e inseticida

Figura 25 – Isca alimentar para a mariposa Opsiphanes invirae


com calda de melaço e inseticida

6. Controle Físico
Aplicação de elementos naturais como Fogo, Água, Temperatura e Luz para o
controle de insetos.

• Fogo: Utilizado quando o controle químico se torna antieconômico ou para


complementar outros métodos, são empregados lança-chamas por exemplo,
quando há a necessidade de controlar ninfas de gafanhotos (Figura 26),
cigarrinhas em pastagens (Figura 27).

Figura 26 – Controle com fogo para ninfas de gafanhoto

Figura 27 – Ataque de cigarrinha das pastagens, pasto amarelado e queima das


pastagens para o controle de ovos, ninfas e adultos

• Drenagem: Empregado em casos de tanques, para o controle dos gorgulhos-


aquáticos (Oryzophagus orizae) que atacam a raiz do arroz (Figura 28).

Figura 28 – Raiz do arroz atacado por larvas de Oryzophagus orizae

• Inundação: Também é um método aplicado na cultura do arroz, inundando o


terreno para controlar a larva pão-de-galinha (Diloboderus abderus).

• Temperatura: Estratégia utilizada para controlar pragas de produtos


armazenados, temperaturas maiores que 50°C ou menores que 5°C, podem ser
empregadas para matar ou paralisar as atividades dos insetos pragas.

• Luz: São empregadas armadilhas como o modelo Luiz de Queiroz (Figura 29),
que coleta insetos noturnos em campo e armadilhas Fulmínia, que tem lâmpadas
de eletrocussão, utilizadas pra a mosca-doméstica.
Figura 29 – Armadilha Luiz-de-Queiroz, com lâmpada fluorescente para
atração e captura de insetos noturnos. Intervalos de comprimentos de onda
que o inseto consegue captar.

7. Controle Autocida
Também conhecida como Técnica do Inseto Estéril (TIE), tem como objetivo
principal reduzir o potencial reprodutivo das pragas, tal controle leva em consideração o
uso de machos estéreis que se cruzam com fêmeas normais do meio ambiente, e depois
produzem ovos inférteis, diminuindo e até erradicando a população de determinada praga.

Para a esterilização dos machos são utilizados métodos químicos e físicos:

• No método químico é utilizado QUIMIOESTERILIZANTES, que impedem a


formação de óvulos e espermatozóides, matando células reprodutoras e
danificando material genético. Exemplos:
o Alquilantes (Tepa e Afolato): usados para esterilização de moscas das
frutas como Anastrepha grandis e A. ludens
o Bussulfan
o Antimetabólicos
o Triazinas
o Uréias

• Os métodos físicos são utilizadas radiações ionizadas, como RAIO X, raios de


Cobalto-60 e Césio-137, além das radiações de partículas alfa e beta.
Para que a Técnica do Inseto Estéril-TIE tenha sucesso, alguns pontos devem ser
levados em consideração, como:

• Vigor e agressividade reprodutiva dos machos,


• Alta dispersão da praga,
• Produção massal da praga em laboratório,
• Monitoramento por alguns anos,
• Baixa população do inseto em questão, mantendo proporção 9:1, nove insetos
estéreis para cada inseto normal.

Um dos exemplos clássicos, foi a erradicação da mosca varejeira Cochliomyia


hominivorax (Figura 30) nos EUA, em 1975, praga que causa danos em animais e exige
altos custos para a pecuária com o tratamento com antibióticos, cicatrizantes, cirurgias e
mão de obra com veterinários. O país teve custo benefício: gastou US$ 12 milhões, e teve
lucros de US$ 275 milhões.
Figura 30 – Mosca varejeira Cochliomyia hominivorax e miíase em animal

8. Controle Biológico
Consiste na regulação do numero de insetos pragas por inimigos naturais, os agentes
de mortalidade biótica, em outras palavras, é o emprego de inimigos naturais das pragas
nos mais variados estágios de vida delas. Por mais que existam vários animais insetívoros,
como pássaros e peixes por exemplo, aqui serão abordados os inimigos naturais
conhecidos como predadores, parasitoides e os microorganismos.

O controle biológico é um componente importante do MIP – Manejo Integrado de


Pragas ou MEP – Manejo Ecológico de Pragas, pois os inimigos naturais mantêm as
pragas em equilíbrio, auxiliando nos índices de nível de controle e amostragem que
preconiza o MIP.

Como vantagens dos métodos biológicos de controle pode-se citar:

• Proteção da biodiversidade;
• Especificidade;
• Não há resíduos no meio ambiente;
• Não afeta polinizadores;
• Aumenta o lucro do produtor, devido a valoração do produto sem resíduo tóxico;
• Reduz a dependência de petróleo, utilizado nos inseticidas químicos.

Desvantagens ficam por conta de:

• Especificidade: Ainda mais para culturas com surtos pragas;


• Exige conhecimento de tecnologia: Muitas vezes de difícil implementação;
especialmente pelo nível cultural do agricultor;
• Técnica de controle para Longo ou médio prazo;
• Exigência de controle rápido.

a. Tipos de Controle biológico

Existem três os tipos de controle biológico:

• Natural: ocorre naturalmente no meio ambiente, atendendo o preceito de


conservação do controle biológico. Os inimigos naturais devem ser preservados
ou aumentados, usando de meios que melhorem o ambiente a favor desses
agentes, como aplicação de inseticidas sistêmicos em épocas corretas,
manutenção de habitats e formas de alimentação para inimigos naturais.

• Clássico: Consiste na colonização de inimigos naturais para controle de pragas,


principalmente exóticas ou eventualmente nativas, para tal as liberações devem
ser inoculativas (com liberação de um pequeno número de insetos). É uma medida
de longo prazo, pois depende da população de inimigos naturais inoculados
aumentar com o passar do tempo, é o caso da introdução do parasitóide Ageniaspis
citrícola (Hymenoptera: Encyrtidae) para controle da minadora Phyllocnistis
citrella, em citros. Para este tipo de controle biológico é necessária que haja uma
estrutura de quarentena para multiplicar a população de inimigos naturais.

• Aplicado: Liberação de parasitoides após produção massal em laboratório, para


que haja redução drástica da população da praga até nível de equilíbrio, atendendo
ao preceito básico da Multiplicação nos controles biológicos

b. Inimigos naturais

1-Parasitóides - são insetos que introduzem seus ovos em hospedeiros e suas larvas
ao eclodirem se alimentam do hospedeiro de dentro para fora, é o caso das moscas da
família Tachinidae e de diversas famílias da ordem Hymenoptera, como Braconidae,
Ichneumonidae, Chalcididae, Encyrtidae, Eulophidae, Evaniidae. As ootecas de baratas
domésticas (Periplaneta americana) são parasitadas pelo himenóptero Evania
appendigaster. Vespa trichogramma sp. Parasitoide de ovos de lepidópteros (Figura 31).

Figura 31 – Vespa Trichogramma sp. parasitando ovo de lepidoptero

2-Predadores - são insetos de vida livre que se alimentam de insetos pragas, é o caso
de alguns gêneros de percevejos como Orius, Podisus maculiventris (Figura 32),
Geocoris, Nabius, Podisus, Zelus, as larvas de neurópteros conhecidas como bichos-
lixeiros, tesourinhas, vespas, besouros das famílias Carabidae (Figura 33), Sirfidae e
Coccinelidae (Joaninhas), percevejos da família Reduviidae, entre outros.
Figura 32 – Adulto do percevejo Podisus maculiventris predando lagarta

Figura 33 – Besouro joaninha Cycloneda sanguínea predando


pulgões e Calosoma sp. predando larva de besouro

3-Microorganismos – utilizados no controle microbiano, é o tipo de controle que


utiliza de forma racional microorganismos entomopatogênicos, visando a manutenção da
população de pragas em níveis não prejudiciais. Raramente o controle microbiano deve
ser utilizado isoladamente, tendo que fazer parte de um conjunto de medidas.

Os agentes entomopatogênicos são:

• Fungos: Metharhizium anisoplie e Beauveria bassiana (Figura 43)são alguns dos


principais fungos utilizados na agricultura, pela sua grande aplicabilidade: podem
ajudar no controle de cigarrinhas em pastagens, cupins, trips, mosca-branca, entre
outras pragas.

Figura 34 – Fungos entomopatogênicos Metharhizium


anisoplie e Beauveria bassiana, colonizando insetos
• Bactérias: agente muito utilizado na agricultura para controle de larvas de
lepidópteros, por exemplo, é o caso do Bacillus thurigiensis, ingrediente ativo
principal do famoso inseticida biológico “Dipel” (Figura 35).

Figura 35 – Lagarta infectada por Bacillus thuringiensis e


produto comercial DIPEL

• Vírus: Verdadeiros inseticidas biológicos, os vírus são agentes


entomopatogênicos de alta eficiência, os laboratórios estudam formas de melhorar
a virulência para melhorar mais a eficiência, como exemplo de vírus, Baculocirus
anticarsia (Figura 36) usado para controlar a lagarta-da-soja (Anticarsia
gemmatalis). O controle também pode ser feito com a utilização de lagartas
infectadas pelo vírus.

Figura 36 – Lagarta Anticarsia gemmatalis infectada pelo


vírus Baculovirus anticarsia e produto comercial
Baculovirus Nitral

• Nematóides: Alguns nematóides como os do gênero Hexamermis são utilizados


para controle de Diatraea saccharalis em cana-de-açucar, a vespa da madeira
Sirex noctilio, praga quarentenária A2 é oficialmente controlada pelo nematóide
Deladenus seridicola (Figura 37).
Figura 37 – Vespa da madeira Sirex noctilio e o nematóide Deladenus siricidicula

9. Controle Químico
Métodos químicos são aqueles que utilizam inseticidas, compostos químicos
aplicados direta ou indiretamente sobre os insetos, conforme a dose ou dosagem
recomendada pelo fabricante.

É o tipo de controle mais eficiente, quando se precisa de um rápido controle de pragas,


porém o mais perigoso, cada inseticida age de forma diferente no organismo do inseto.
Cada inseticida tem seu próprio nível de toxicidade, fazendo com que quem os aplique
tenha que tomar muitos cuidados, como o uso de equipamentos de segurança (EPI).

a. Formulações

Devido a toxicidade de alguns produtos, os inseticidas são utilizados a base de


misturas chamadas formulações, transformando um produto técnico numa forma
apropriada de uso.

Os inertes são substâncias de baixo custo, neutros e que servem para diluir o inseticida
puro, algumas das funções desses inertes é o de logística, facilitando o transporte dos
produtos químicos, entre esses materiais encontram-se areia, argila calcinada, calcita,
caulim entre outros; os inertes podem também diminuir a concentração de um inseticida.

Os inseticidas podem ser encontrados nas seguintes formulações:

• Pó seco (P): ou simplesmente pó, utilizado para o polvilhamento em plantas,


animais solos ou sementes. Geralmente são formulações com concentrações de 1
a 10% de princípio ativo;

• Pó molhável (WP ou PM): o inseticida recebe agente molhante, substância que


tem elevado grau de absorção, de forma que suspensão seja de altíssima
estabilidade.

• Pó solúvel (S): Ingredientes ativos sólidos, solúveis em água sob a forma moída
ou de pequenos cristais, no campo há a necessidade de ser diluído em água.
• Granulados (G): Pequenos tabletes utilizados para o controle de pragas de solo,
ou por vezes como inseticidas sistêmicos, pois são absorvidos por raízes das
plantas deixando-as resistentes a insetos sugadores, nessa formulação de
inseticidas estão também as iscas de insetos como gafanhotos, formigas por
exemplo

• Concentrados emulsionáveis, emulsão concentrada ou emulsões e dispersões


aquosas (CE, EC ou E): Formulação de inseticidas mais antiga que existe, são
líquidos e dissolvidos em água, formando emulsões de aspecto leitoso.

• Soluções concentradas: É o caso de inseticidas para diluição em água e óleo


e das soluções em ultrabaixo volume (UBV), como o Carbaril, por exemplo.

• Aerossóis: Geralmente colocados em latas, como os inseticidas domésticos

• Gasosos: Produtos de ação fumigante, como a fosfina por exemplo,


geralmente esses produtos vem em embalagens hermeticamente fechadas.

• Pasta: materiais pastosos vendidos em bisnagas, um exemplo disso é alguns


tipos de fosfinas para o controle de coleobrocas.

b. Inseticidas sistêmicos
Os inseticidas podem ser classificados de duas formas: os sistêmicos e os de contato.
Os inseticidas de contato matam a praga rapidamente, em minutos, como os inseticidas
domésticos em aerossóis.

Os inseticidas Sistêmicos são aqueles absorvidos pelas plantas e são conduzidos via
seiva para várias regiões do vegetal, se algum inseto vier a ingerir material daquela planta
(especialmente os sugadores) terá também ingerido parte da substância inseticida. Em vez
de tratar sementes por exemplo, pode-se aplicar o inseticida ao redor das sementes no
solo, assim que forem emitidas as raízes a planta entrará em contato com o inseticida,
fazendo a seiva transportar o defensivo agrícola.

Como vantagens dos inseticidas sistêmicos temos:


• Menor desequilíbrio biológico
• Ação quase exclusiva em insetos sugadores
• Combate a insetos que se alojam em locais de difícil penetração
• Menor perda devida a lavagens por chuvas e irrigações
• Sem necessidade de cobertura perfeita sobre plantas

Desvantagens são:
• Ação quase que exclusiva em insetos sugadores
• Não atuam em plantas de porte elevado
• Não funcionam quando as plantas estão no período de repouso
• Extremamente tóxicos ao homem, principalmente por ação de contato.

Os inseticidas podem ser aplicados de várias maneiras, algumas delas são:


• Pulverizações: O inseticida é aplicado sobre a parte aérea das plantas.

• Regas no solo: método que usa muita quantidade de inseticida, efeitos poucos
satisfatórios

• Pincelamento do caule: inseticida pincelado na forma concentrada no caule


das plantas, geralmente tem dosagem de acordo com o diâmetro do caule

• Granulado no solo: Raízes que entrarem em contato com inseticida vão


absorver a substância e torna-las letais para insetos.

• Tratamento de sementes: Utilizadas para o beneficiamento de sementes,


incrustando a semente com substâncias inseticidas.

c. Classificação Toxicológica

Os defensivos agrícolas em geral são classificados de acordo com a toxicidade, esta


classificação toxicológica tem como intuito orientar o produtor sobre os cuidados
necessários no momento do manuseio e aplicação desses produtos. Recentemente, a
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), publicou novo marco regulatório, que
teve como intuito tornar mais claros os critérios de avaliação e de classificação
toxicológica dos produtos no país, adotando critérios utilizados pelos principais países do
mundo, como Estados Unidos e União Européia.

Tal classificação tem como base os estudos de toxicidade aguda oral, cutânea e
inalatória. Ao todo são seis graus de toxicidade: Categorias de 1 a 5 ou Não Classificado,
além de também nas embalagens estarem faixas de identificação com alguma cor
característica.

As categorias da classificação toxicológica atuais são:

• Categoria 1: Produto Extremamente Tóxico – faixa vermelha;

• Categoria 2: Produto Altamente Tóxico – faixa vermelha;

• Categoria 3: Produto Moderadamente Tóxico – faixa amarela;

• Categoria 4: Produto Pouco Tóxico – faixa azul;

• Categoria 5: Produto Improvável de Causar Dano Agudo – faixa azul;

• Não Classificado: Produto Não Classificado – faixa verde.

Anteriormente os defensivos agrícolas eram classificados em 4 classes, mas


alguns produtos ainda usam essa classificação, a nova classificação com seis categorias
não inovou em relação à classificação antiga, que está na tabela a seguir:
DL50 é a dose letal 50, é a dose que se “aplicada” em um ser humano o levará a
óbito.

d. Algumas definições em controle químico

• Poder (ou efeito) residual: Tempo em que um produto químico ou biológico


mantém seu princípio ativo como protetor ou defensivo no ambiente em que foi
colocado (plantas, alimentos, solo, ar, água etc.)

• Período de carência: É o número de dias que representa o intervalo entre a


aplicação do defensivo e a colheita, para uso ou consumo seguro do alimento, e
que deve estar escrito na bula do defensivo.

• Dose: Se refere à quantidade de princípio ativo presente em um defensivo


agrícola. Por exemplo o inseticida Sevin 850 WP, é um inseticida na formulação
de pó molhável que em sua fórmula tem 850 g/Kg de Carbaril

• Dosagem: Aqui é o ato de dosar, medir a quantidade a ser utilizada, digamos que
um produtor queira utilizar esse Sevin 850 WP na cultura do abacaxi para
controlar a broca do fruto (Strymon basalides), a dosagem recomendada na bula
é de 150g do inseticida para cada 100 L de água.

e. Cálculos para a aplicação

Os cálculos para se identificar a dosagem para a aplicação de qualquer defensivo


agrícola leva em conta regra de três simples, esses cálculos servem tanto para saber quanto
de ingrediente ativo (i.a.) está sendo aplicado/ha ou quanto deve ser colocado na calda/ha,
para questões econômicas e ou para avaliar sinistros, como casos de fitotoxidez, entre
outros, a seguir alguns exemplos desses cálculos.

EX01: Deseja-se aplicar Decis 25 EC, na cultura do algodão para controlar o bicudo
do algodoeiro (Anthonomus grandis), na bula do produto a recomendação é aplicar 400
ml para cada 100L de água, quanto de ingrediente ativo ha tem nessa calda?
100 Litros de Decis ----------------------------- Contêm 25% de Ingrediente
0,4 Litros ---------------------------------- Contêm X% de i.a
100 × 𝑋 = 0,4 × 25

0,4 × 25
𝑋= ∴ 𝑋 = 0,1
100

Logo, em 400 ml aplicados existe 0,1% de ingrediente ativo do inseticida

EX02: Para controle do percevejo-verde (Nezara viridula) em soja, um produtor


utiliza o inseticida Acrux 750 SP, para tal o produtor aplica uma dose de 700 gramas/ha,
quanto de ingrediente ativo há nessa aplicação?

No Exemplo 2 o ingrediente é visto com três algarismos, logo não é uma porcentagem, e
sim um ingrediente em gramas por Quilograma (g/Kg) logo:

1 kg = 1000 g de Acrux ------------------------------------------------- Contêm 750 g de i.a


Logo 700 g de Acrux----------------------------------------------------- Contêm X g de i.a

700 × 750 = 1000 × 𝑋

700 × 750
𝑋= ∴ 𝑋 = 525𝑔
1000

Logo, em 700 gramas aplicados existem 525 g de ingrediente ativo do inseticida


EX03: Quanto aplicar de Malathion 500 EC Para controlar a vaquinha patriota
(Diabrotica speciosa) na cultura do feijão, sabendo que a recomendação está
compreendida entre 0,6 e 1 Kg de ingrediente ativo?

Para este caso, há uma faixa de quantidade de ingrediente ativo, dessa forma utilizaremos
a dose média para o cálculo (0,8 Kg, faça a média entre 0,6 e 1)

1000 g de Malathion ---------------------------------------------------------- Contêm 500 g de


Ingrediente Ativo
Logo X g de Malathion-------------------------------------------------------- Contêm 800 g de
i.a

1000 × 800 = 500 × 𝑋

1000 × 800
𝑋= ∴ 𝑋 = 1600𝑔
500

Logo, deve-se aplicar 1,6Kg de Malathion para o controle da Vaquinha

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