Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Tal controle tem como principal função barrar a entrada de pragas exóticas, é um
serviço realizado pelo Serviço de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura,
onde os técnicos inspecionam os portos, aeroportos e fronteiras para garantir a não entrada
de pragas em território nacional, no caso dos estados quem atua fiscalizando a entrada de
pragas exóticas são as agências de defesa agropecuárias, no caso do Estado do Pará é a
ADEPARÁ.
Praga no ponto de vista quarentenário é qualquer espécie, raça ou biótipo de
vegetais, animais ou agentes patogênicos, nocivos para os vegetais ou produtos
vegetais. Uma praga quarentenária é classificada seguindo critérios estabelecidos pela
FAO: presença da praga em área de risco, a distribuição, a importância econômica ou se
é ou não controlada oficialmente. Essas pragas são classificadas em dois tipos:
• Praga quarentenária A1: É aquela que tem importância potencial para a área de
risco e onde ainda não se encontra presente, é o caso do Rio Grande do Norte
quanto a mosca-das-cucurbitáceas (Anastrepha grandis), a mosca não está
presente, fazendo o estado nordestino ser área livre do referido inseto.
• Praga quarentenária A2: É aquela que tem importância potencial para a área de
risco e onde não se encontra amplamente disseminada e está sendo oficialmente
controlada. Um exemplo desse tipo de praga é a Sirex noctilio, a vespa da madeira,
praga que ataca árvores de Pinus, vespa que está presente no Brasil, porém restrita
aos estados do sul e sudeste do país.
Os países legislam sobre o tipo de tratamento, que deve ser aplicado para determinado
produto agrícola, para que se possa eliminar a praga quarentenária viabilizando a
importação ou exportação dos produtos, no Brasil os tratamentos quarentenários são:
• Tratamento a frio: Utiliza-se baixas temperaturas, onde frutas serão tratadas por
um determinado tempo, dependendo da praga a ser eliminada, frutas como uva,
pêssego e nectarina devem ser mantidas a 0,55°C por 18 dias para combater a
mosca-mexicana (Anastrepha ludens);
Obrigações legais que os produtores devem realizar para controlar certas pragas. No
estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, existe a lei estadual 2869/56, que obriga a
coleta e queima de galhos de acácia negra, para controlar a população do besouro serrador
Oncideres impluviata (Figura 2).
3-Métodos de Resistência
Empregar plantas resistentes a pragas é considerado por muitos como o método ideal
de controle, pois permite controlar as pragas em níveis inferiores ao de dano econômico,
sem causar prejuízos ao ambiente e sem custos adicionais ao agricultor, também é um
método de controle compatível com os demais métodos de controle, tornando-se ideal
para ser utilizado por qualquer programa de manejo de pragas.
3.1. Conceito
• Relativa: deve sempre haver a comparação entre genótipos para saber quem é
resistente ou não a certa praga. Entre as mandiocas, por exemplo, existe o genótipo
maniçobeira que é resistente ao ataque da mosca-das-galhas (Jatrophobia
brasiliensis), praga essa que muitas outras variedades são suscetíveis;
• Específica: Tem relação com a Espécie do inseto. Por exemplo: nos EUA, o
genótipo de alfafa “Cody” tem resistência ao pulgão da espécie Therioaphis
maculata, mas é suscetível a outra espécie de pulgão: Acythosiphon pisum;
quando um genótipo de alguma cultura é resistente a mais de uma espécie de
inseto, isso é denominada de Resistência múltipla.
3.3. Pseudo-Resistência
Por vezes uma planta comum, sem ser progênie de uma variedade resistente, acaba
por não sofrer danos visíveis, por simples “SORTE”, enquanto plantas semelhantes a ela
sofrem danos maiores após o ataque de pragas, a esta “sorte” é dado o nome de Pseudo-
Resistência, que podem ser dos seguintes tipos:
• Escape: quando a planta não é atacada pelo inseto por mero acaso;
• Imunidade: O genótipo não sofre nenhum dano sob nenhuma condição, trata-se
de um conceito teórico, já que a própria presença do inseto se alimentando já
descarta o uso desse termo;
• Alta Suscetibilidade: O dano é bem maior que o dano médio sofrido pelas
variedades em geral, digamos que a média de folhas atacadas por lagarta é de 25
folhas/planta.
3.5.Tipos de resistência
Vantagens:
- Facilidade de utilização
- Harmonia e persistência no ambiente
- Redução de infestação em cultivares suscetíveis
- Compatibilidade com outros métodos de controle
- Não interfere nas demais práticas culturais
Desvantagens:
- Tempo prolongado para obtenção da planta resistente
- Limitação genética
- Ocorrência de biótipos
- Características de resistência conflitantes
4.Controle Cultural
Emprego de certas práticas culturais para o controle, baseando-se em conhecimentos
ecológicos e biológicos de pragas, entre essas práticas podemos citar:
6. Controle Físico
Aplicação de elementos naturais como Fogo, Água, Temperatura e Luz para o
controle de insetos.
• Luz: São empregadas armadilhas como o modelo Luiz de Queiroz (Figura 29),
que coleta insetos noturnos em campo e armadilhas Fulmínia, que tem lâmpadas
de eletrocussão, utilizadas pra a mosca-doméstica.
Figura 29 – Armadilha Luiz-de-Queiroz, com lâmpada fluorescente para
atração e captura de insetos noturnos. Intervalos de comprimentos de onda
que o inseto consegue captar.
7. Controle Autocida
Também conhecida como Técnica do Inseto Estéril (TIE), tem como objetivo
principal reduzir o potencial reprodutivo das pragas, tal controle leva em consideração o
uso de machos estéreis que se cruzam com fêmeas normais do meio ambiente, e depois
produzem ovos inférteis, diminuindo e até erradicando a população de determinada praga.
8. Controle Biológico
Consiste na regulação do numero de insetos pragas por inimigos naturais, os agentes
de mortalidade biótica, em outras palavras, é o emprego de inimigos naturais das pragas
nos mais variados estágios de vida delas. Por mais que existam vários animais insetívoros,
como pássaros e peixes por exemplo, aqui serão abordados os inimigos naturais
conhecidos como predadores, parasitoides e os microorganismos.
• Proteção da biodiversidade;
• Especificidade;
• Não há resíduos no meio ambiente;
• Não afeta polinizadores;
• Aumenta o lucro do produtor, devido a valoração do produto sem resíduo tóxico;
• Reduz a dependência de petróleo, utilizado nos inseticidas químicos.
•
Desvantagens ficam por conta de:
b. Inimigos naturais
1-Parasitóides - são insetos que introduzem seus ovos em hospedeiros e suas larvas
ao eclodirem se alimentam do hospedeiro de dentro para fora, é o caso das moscas da
família Tachinidae e de diversas famílias da ordem Hymenoptera, como Braconidae,
Ichneumonidae, Chalcididae, Encyrtidae, Eulophidae, Evaniidae. As ootecas de baratas
domésticas (Periplaneta americana) são parasitadas pelo himenóptero Evania
appendigaster. Vespa trichogramma sp. Parasitoide de ovos de lepidópteros (Figura 31).
2-Predadores - são insetos de vida livre que se alimentam de insetos pragas, é o caso
de alguns gêneros de percevejos como Orius, Podisus maculiventris (Figura 32),
Geocoris, Nabius, Podisus, Zelus, as larvas de neurópteros conhecidas como bichos-
lixeiros, tesourinhas, vespas, besouros das famílias Carabidae (Figura 33), Sirfidae e
Coccinelidae (Joaninhas), percevejos da família Reduviidae, entre outros.
Figura 32 – Adulto do percevejo Podisus maculiventris predando lagarta
9. Controle Químico
Métodos químicos são aqueles que utilizam inseticidas, compostos químicos
aplicados direta ou indiretamente sobre os insetos, conforme a dose ou dosagem
recomendada pelo fabricante.
a. Formulações
Os inertes são substâncias de baixo custo, neutros e que servem para diluir o inseticida
puro, algumas das funções desses inertes é o de logística, facilitando o transporte dos
produtos químicos, entre esses materiais encontram-se areia, argila calcinada, calcita,
caulim entre outros; os inertes podem também diminuir a concentração de um inseticida.
• Pó solúvel (S): Ingredientes ativos sólidos, solúveis em água sob a forma moída
ou de pequenos cristais, no campo há a necessidade de ser diluído em água.
• Granulados (G): Pequenos tabletes utilizados para o controle de pragas de solo,
ou por vezes como inseticidas sistêmicos, pois são absorvidos por raízes das
plantas deixando-as resistentes a insetos sugadores, nessa formulação de
inseticidas estão também as iscas de insetos como gafanhotos, formigas por
exemplo
b. Inseticidas sistêmicos
Os inseticidas podem ser classificados de duas formas: os sistêmicos e os de contato.
Os inseticidas de contato matam a praga rapidamente, em minutos, como os inseticidas
domésticos em aerossóis.
Os inseticidas Sistêmicos são aqueles absorvidos pelas plantas e são conduzidos via
seiva para várias regiões do vegetal, se algum inseto vier a ingerir material daquela planta
(especialmente os sugadores) terá também ingerido parte da substância inseticida. Em vez
de tratar sementes por exemplo, pode-se aplicar o inseticida ao redor das sementes no
solo, assim que forem emitidas as raízes a planta entrará em contato com o inseticida,
fazendo a seiva transportar o defensivo agrícola.
Desvantagens são:
• Ação quase que exclusiva em insetos sugadores
• Não atuam em plantas de porte elevado
• Não funcionam quando as plantas estão no período de repouso
• Extremamente tóxicos ao homem, principalmente por ação de contato.
• Regas no solo: método que usa muita quantidade de inseticida, efeitos poucos
satisfatórios
c. Classificação Toxicológica
Tal classificação tem como base os estudos de toxicidade aguda oral, cutânea e
inalatória. Ao todo são seis graus de toxicidade: Categorias de 1 a 5 ou Não Classificado,
além de também nas embalagens estarem faixas de identificação com alguma cor
característica.
• Dosagem: Aqui é o ato de dosar, medir a quantidade a ser utilizada, digamos que
um produtor queira utilizar esse Sevin 850 WP na cultura do abacaxi para
controlar a broca do fruto (Strymon basalides), a dosagem recomendada na bula
é de 150g do inseticida para cada 100 L de água.
EX01: Deseja-se aplicar Decis 25 EC, na cultura do algodão para controlar o bicudo
do algodoeiro (Anthonomus grandis), na bula do produto a recomendação é aplicar 400
ml para cada 100L de água, quanto de ingrediente ativo ha tem nessa calda?
100 Litros de Decis ----------------------------- Contêm 25% de Ingrediente
0,4 Litros ---------------------------------- Contêm X% de i.a
100 × 𝑋 = 0,4 × 25
0,4 × 25
𝑋= ∴ 𝑋 = 0,1
100
No Exemplo 2 o ingrediente é visto com três algarismos, logo não é uma porcentagem, e
sim um ingrediente em gramas por Quilograma (g/Kg) logo:
700 × 750
𝑋= ∴ 𝑋 = 525𝑔
1000
Para este caso, há uma faixa de quantidade de ingrediente ativo, dessa forma utilizaremos
a dose média para o cálculo (0,8 Kg, faça a média entre 0,6 e 1)
1000 × 800
𝑋= ∴ 𝑋 = 1600𝑔
500