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Victória Pinto
Fonte: http://www.auladeanatomia.com/tegumentar/tegumentar.htm
• Do tipo de dermatite:
-Irritativa
-Alérgica
• Da fase da doença:
-Aguda
-Subaguda
-Crónica
PERGUNTA PRINCIPAL:
PERGUNTA ACESSÓRIA:
O uso inadequado de EPIS na actividade poderá contribuir para o surgimento das lesões?
Objetivos
Objectivo geral
Conhecer a prevalência da dermatite de contacto ocupacional irritativo e/ou alérgico nos trabalhadores da
Oficina de rodas e travões na área de lavagem de jantes e travões da TAAG linhas aéreas de Angola em
Luanda, no período de Novembro de 2023 a Fevereiro de 2024.
Objectivos específicos
• Caracterizar a população do estudo segundo alguns elementos de natureza socio- demográfica (idade e
escolaridade) e antecedentes de natureza patológica/clinica relevantes para a questão em estudo;
• Identificar a prevalência de sintomas e sinais relacionados com dermite irritativa e/ou alérgica e avaliar a sua
relação com o trabalho;
• Avaliar o grau de conhecimento dos trabalhadores relativamente aos riscos em causa e medidas de
prevenção adequadas (especificamente no que diz respeito à utilização de EPIS e aos hábitos de
higienização das mãos);
• Relacionar o aparecimento das lesões com a actividade do trabalho;
• Elaborar uma proposta de protocolo de vigilância médica para esses trabalhadores.
Metodologia
Delineamento do estudo
Realizou-se um estudo observacional descritivo e transversal.
População de estudo
A população de estudo foi constituída por dez (10) trabalhadores da área .
Foi utilizado um questionário adaptado para este estudo baseado no NOSQ 2002 Nordic Occupational Skin
Questionnaire. Aplicado por meio de entrevista individual.
Questões éticas
Os participantes tinham idade superior á 18 anos, todos deram o seu consentimento verbal e foram informados
sobre os objectivos do estudo, e foram entrevistados de forma individual respeitando a sua privacidade.
Operacionalização de variáveis
As variáveis foram operacionalizadas da seguinte forma: dependentes, independentes e
numéricas.
Dependentes:
- Antecedentes patológicos;
- Sinais e sintomas relacionados com a dermatoses.
Independentes:
- Nível de escolaridade;
- Função actual;
- Tempo que exerce a função;
- Actividade extra laboral;
- Áreas do corpo afectadas;
- Uso de EPIs;
- Frequência no uso de EPIs;
- Se sim, que tipo de EPIs usa;
- Frequência de higienização das mãos.
Numéricas:
- Idade.
Apresentação e discussão dos resultados
A população de estudo foi constituída por dez (10) profissionais da área de lavagem de jantes e travões da
TAAG, com uma média de idade, de 35 anos, com desvio padrão de 2,8.
Características ( N = 10 ) Frequência %
Nível de escolaridade
Nenhum 0 0
Básico 4 40
Médio 6 60
Grupo profissional
Mecânico de manutenção 5 50
Técnico de manutenção 5 50
Experiência Profissional (anos)
(N= 10)
Menos de 1 ano 0 0
1-2 anos 3 30
3-5 anos 2 20
6-10 anos 3 30
+ de 10 anos 2 20
Distribuição segundo grupos etários EPI´S mais usados durante a actividade
Equipamentos
Frequênci Frequência %
Faixa etária % de protecção
a
Mascaras 10 23.8
≤ 25 3 30
Luvas 10 23.8
26 – 30 1 10
Botas 10 23.8
31 – 35 2 20
Macacão 10 23.8
36 – 40 0 0
Avental 0 0
41 - 45 2 20
Viseira 0 0
46 – 50 2 20
Óculos de 0 0
Total 10 100
protecção
Cinta Lombar 2 4.7
Segmentos corporais acometidos
Total 42 100
Segmento Frequência %
Corporal Higienização das mãos
Face 1 8,3
Como é feita a Frequência %
Pescoço 0 0
higienização
Antebraço/ 1 8.3
Com água e sabão 10 100
braço
Punhos/Mãos 10 83.3 Com água e Omo 0 0
Não sabe/ Não 0 0 Apenas com água 0 0
responde
Total 10 100
Total 12 100
Frequência da lavagem das mãos Sinais e sintomas nos últimos 12 meses
N %
Quantas vezes Frequênci %
Sinais e sintomas (N-10)
lava as mãos a
Total 21 100
Discussão dos resultados
• A população de estudo era relativamente jovem e todos referiram sinais e sintomas nos últimos 12
meses, o que está de acordo com por Alchorne e colaboradores 2010 e Ali 2009, 2013, que os mais
jovens por inexperiência agem com menos cuidado sendo por isso mais afectados.
• 70% dos trabalhadores referiram surgimento e agravamento das lesões por substâncias químicas
presentes no ambiente de trabalho e melhoria com o afastamento ao trabalho, o que corrobora com
Alchorne e colegas (1975) e ALI (2009, 2010) relacionaram o surgimento de dermatoses profissionais por
exposição frequente a substâncias químicas.
• ar do uso frequente de EPIs, todos referiram queixas de dermatites. O que vai de acordo com o que foi
descrito por Uva (2000) e Ali (2009), os EPI devem ser confortáveis, adequados a natureza do factor de
risco, as características da exposição e estarem em bom estado de conservação.
• Os punhos e as mãos foram os segmentos do corpo mais atingidos em 83,3%, por serem as partes
mais expostas a substancia irritante, pelo contacto frequente com água no ambiente de trabalho e
durante a higienização e secar as mãos, O que está de acordo com estudo de Perkins e colaboradores
(2005), Cao e Pieter Jean em 2012, encontraram uma associação significativa entre trabalho molhado,
a frequência da lavagem das mãos e o surgimento e a dermatite de contacto. E ainda Jungbawer e
colaboradores e colegas em 2005, e Ibler (2012) comprovaram que o ciclo de umedecimento e secagem
das mãos estava implicado no surgimento da dermatite.
Conclusões
Conclui-se que:
• Todos dos trabalhadores da área de lavagem de jantes e travões eram do sexo masculino,
maioritariamente jovens com uma média de idade de 35 anos;
• Nesta população de trabalhadores, não foram verificados relatos sobre alergias na história
pregressa, apenas um trabalhador referiu ter asma;
• Todos referiram em algum momento, nos últimos doze meses, sinais e sintomas na pele, afectando
na maior parte dos casos (83,3%) os punhos e as mãos, provavelmente por serem os segmentos
corporais mais expostos;
• Os trabalhadores estavam informados através das fichas técnicas e das chefias sobre os produtos
que manuseavam nos postos de trabalho;
• Os EPI eram usados sempre ou quase sempre por todos os trabalhadores, destacando-se o uso do
vestuário, luvas, mascaras e botas;
• O uso de luva não impedia que a água e os solventes usados na tarefa tivessem contacto com a
pele;
• Apesar do número reduzido de indivíduos estudados e de algumas limitações, o estudo sugere que
as substâncias presentes no ambiente de trabalho (água e solventes) são responsáveis pela elevada
prevalência de sinais e sintomas cutâneos nos trabalhadores expostos.
Recomendações
No Ambiente de Trabalho:
• Criação de condições para ventilação adequada para o ambiente de trabalho;
• Substituição dos produtos utilizados por outros de menor risco de dermatose
• Instalação de sistemas para aspiração de vapores.
• Criação de um programa de educação sobre os cuidados com a pele.
No Individuo:
• Utilização correcta dos EPI e treinamento.
• Atribuir luvas adequadas acima do cotovelo para impedir o contacto da substância
química com a pele durante a actividade;
• Disponibilizar cremes hidratantes para uso nas mãos depois da jornada de trabalho
Protocolo de Vigilância da Saúde
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https://doi.org/10.1111/j.1365-4632.2009.04004.x
Mendes, R. (2013). Patologia do Trabalho. 2 Volumes (3a edição). Editora Atheneu.
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Taylor, J. S., Sood, A., & Amado, A. (2012). Chapter 48. Irritant Contact Dermatitis. Em L. A. Goldsmith, S. I. Katz, B.
Uva, A. (2000). O médico do trabalho e as doenças alérgicas profissionais.