Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Bell Rodrigues
Capítulo Um
Capítulo Quatorze
O tão esperado dia havia chegado, Ellen não se opôs para que o
casamento acontecesse duas semanas depois do confronto entre ela
e sua irmã mais nova. Sofia tomou a frente da organização junto com
Ella e quando houve algumas inserções da Rainha, ficou a cargo de
Ellen fazer todas as mulheres conseguissem ter exatamente o que
queriam.
- Vossa Alteza, o Lorde Phillip chegou. – A governanta falou.
- Peça para que ele entre. – Ellen olhava para a lareira pensativa.
Ela precisava falar, sentia que era o mais honesto a ser feito.
- Boa tarde, Vossa alteza.
- Pode me chamar só de Alteza, já que vou ser sua cunhada. –
Ellen começou a rir e logo foi seguida pelo rapaz. – Me chame de
Ellen, a partir do momento em que se casar. – Ela deu dois tapinhas
no ombro do rapaz. – Eu pedi para que viesse por alguns motivos,
ambos importantes. A primeira é você realmente ama minha irmã?
- Eu sabia que perguntaria isso e pensei até em ensaiar algo bem
bonito para dizer, mas então eu percebi que não há palavras
suficiente para descrever o quanto eu a amo. Eu sei que não é
garantia, mas eu quero provar meu amor em atos. – Phillip sorriu,
estranhamente ao pensar em Ella ele se sentia feliz, era como se ela
pudesse transformar mesmo o dia mais turbulento em calmaria.
- Por que você se apaixonou pela minha irmã? Vocês só se viram
poucas vezes antes de iniciarem o cortejo.
- Eu não sei explicar isso, era como se meu coração finalmente
tivesse encontrado o lugar onde ele pertence. – Ellen ficou um pouco
assustada e começou a rir. Era exatamente como se sentia com
Sofia.
- É bem impressionante ouvir isso. – Ellen suspirou. – Porque eu
me sinto da mesma maneira. – Phillip ficou quieto, ele sabia do que
se tratava, mas era um pouco estranho falar abertamente sobre. –
Por muito tempo eu achei que amor era algo inalcançável para uma
pessoa como eu. Eu sei que você sabe a natureza do
relacionamento com sua irmã e eu... – O rapaz concordou – Eu sei
que não sou o tipo de pessoa que você poderia querer para ela, mas
eu sou o tipo de pessoa que vai fazer o possível e impossível para
fazê-la feliz.
- Eu sempre me perguntei, quais garantias tal relacionamento
pode ter para ela.
- Eu não sei como responder isso, mas eu posso dizer que não
vou deixar sua irmã desamparada. – Ellen estendeu ao homem uma
pasta de couro preta, muito bonita e com o brasão da família Barker
em alto relevo e ele a abriu.
- Isso é... – Estava surpreso. – Uma certidão de casamento?
- Não, isso é um contrato. Não que casamento não seja, mas é
um contrato diferenciado, o qual as cláusulas serão comprimidas,
seja em minha morte ou durante nossa separação. Sua irmã jamais
ficará desamparada ou sem garantias, vou cuidar dela até meus
últimos dias e ela fará o mesmo por mim, não devido ao contrato,
mas sim devido ao nosso amor.
- Como acha que as outras pessoas vão encarar isso? – Phillip
entregou o documento a Ellen.
- Com discrição, como eles têm feito durante esse ultimo ano,
mas não é algo que vamos esfregar na fuça deles, mas eu precisava
te contar e mostrar todas as minhas intenções e pedir honrosamente
a mão de sua irmã, Sofia. Você me aceita como a pessoa que fará
de tudo para fazer sua irmã feliz? – Ellen estendeu a mão.
- Bom, primeiro eu tenho umas perguntas para você. A primeira é
você realmente ama minha irmã? – O rapaz sorriu e foi seguido por
Ellen que abaixou sua mão.
- Amo.
- Quanto?
- É um amor pobre aquele que se pode medir. – Ellen respondeu.
- Ellen estamos atrasadas... – Sofia passou pela porta e parou ao
perceber a presença do irmão. – Eu não sabia que você estaria aqui,
está tudo bem? – Perguntou preocupada.
- Está sim. – O rapaz a tranquilizou.
- Sua gravata está torta. – A mulher foi até o irmão e o ajudou. –
Pronto, perfeito. – Virou-se então para sua amada Duquesa e sorriu,
não era intencional, ficava feliz na presença da mulher e teve seu
sorriso retribuído por Ellen. – A sua gravata está perfeita, como
sempre. – Colocou a mão no rosto de Ellen, foi um ato inconsciente,
estavam em casa e era normal elas trocarem carinho daquela forma.
– Ah... – Retirou a mão quando lembrou da presença do irmão. –
Você deveria ir, sua noiva estará saindo em breve.
- Eu já estou indo. – Antes de sair ele se aproximou da irmã e a
abraçou. – Eu só quero que você seja feliz, seja ele ou... ela. – Na
última palavra ele olhou para Ellen, soltou o abraço da irmã e
estendeu a mão para a mulher, que a apertou. – Cuide bem dela. –
Saiu após tais palavras.
- Contou a ele? – Sofia perguntou.
- Sim e mostrei nosso contrato.
- Não podia ter esperado para contar outro dia? Hoje é o
casamento dele.
- Não achei justo ele não saber.
- Ele sabia.
- Não gosto de meias palavras.
- Eu sei, é uma das coisas que mais amo em você. – O pequeno
sorriso nos lábios de Ellen surgiu e Sofia a beijou docemente. – Está
pronta? – Ellen concordou.
- Mas antes de ir tenho algo a dizer. – Segurou de leve o queixo
de Sofia e a beijou novamente. – Você está linda.
As duas saíram do escritório e na sala de estar estavam as três
crianças perfeitamente vestidas e comportadas, o coração de Ellen
se aqueceu com a cena, ela então pegou a mão da sua amada e
seus olhos marejaram, a atenção de todos foi voltada a escada, pois
o som dos sapatos de Ella na madeira anunciaram que a noiva
estava descendo. Por cerca de cinco segundos Ellen perdeu o ar, a
irmã estava linda, com certeza era a noiva mais linda de toda a
temporada. Seus cabelos castanhos e longos estavam soltos e em
sua cabeça havia uma tiara de flores linda que segurava o véu em
sua cabeça, o vestido caído em seus ombros os deixavam expostos,
as mangas feitas de renda com pequenos detalhes de flores nelas e
por fim a parte de baixo longa com os detalhes da manga caídos por
cima do tecido branco e liso. Ellen caminhou até a irmã e lhe
estendeu a mão para ajudá-la a descer, Sofia em seguida lhe
entregou o buquê de Lisianto que ela ajudou a escolher para a
ocasião.
- Você está linda. – Ellen falou. – Nossos pais e nosso irmão
estão extremamente felizes onde quer que estejam. – Os olhos de
Ella ficaram marejados. – Eu estou muito feliz por você. – A mais
nova não conseguiu segurar sua emoção e pulou nos braços da
irmã.
- Obrigada por tudo.
- Faria tudo de novo para que você pudesse ser feliz. – Beijou a
testa da irmã. – Agora precisamos ir.
Quando chegaram ao palácio, o qual a Rainha ofereceu
pessoalmente, Ellen deixou Sofia com as crianças e foi atrás do tio
que iria entrar com Ella, era um homem distante, mas precisava ser
um homem para levar a noiva no altar. Quando ela organizou tudo
para a entrada seguiu para se despedir de Ella.
- Na próxima vez que nos vermos você será a Lady Ybarra. – Deu
uma piscadela para a irmã e ia se afastando.
- Ellen espera! – Ella correu até ela e segurou fortemente seu
braço. – Não é justo.
- O quê?
- Que não seja você a me entregar naquele altar. Tudo que você
passou, tudo que ouviu e provavelmente o medo que sentiu quando
teve que cuidar de todos nós. Você não precisava, mas você fez e se
não fosse por você eu não estaria aqui hoje. Você foi a minha mãe e
depois que nosso pai e nosso irmão morreu, você foi meu pai
também, como construiu um futuro estável e seguro financeiramente
para mim é uma prova de amor também. Por tanto, quem vai me
levar ao altar é você, a menina que precisou crescer mais rápido do
que devia e a mulher que é o maior exemplo de força que eu poderia
ter. – Ellen secou as lágrimas e mesmo com um pouco de dificuldade
retomou a calma. – Agora precisamos ir, meu noivo me espera.
Quando a porta do salão real abriu todos ficaram em silêncio, lá
estava a noiva de braços dados com sua irmã mais velha, que
trajava uma roupa digna de inveja aos lordes presente, seu paletó
verde escuro, com botões dourados e o brasão de sua família do
lado esquerdo de seu peito, um relógio de bolso dourado podia ser
notado devido a corda do mesmo ficar para fora do bolso, sua
gravata estava presa por um broche dourado com uma pedra
vermelha, uma rubi verdadeira, as abotoadoras não estavam
diferente, eram do mesmo conjunto do broche. Sua calça era preta,
perfeitamente passada e esticada, em seus pés sapatos brilhantes,
polidos com muito afinco para que brilhassem daquela forma naquele
dia especial. Dessa vez ela não estava com sua costumeira bengala,
que Sofia descobriu a pouco tempo que havia uma adaga disfarçada
para caso ela precisasse se proteger de um Lorde raivoso ou alguém
que pudesse querer lhe fazer mal. Óbvio que houve um pequeno
murmúrio, mas ambas ignoraram e continuaram seguindo seu
caminho.
- Quem entrega a noiva ao noivo? – O padre falou.
- A irmã mais velha dela, a Duquesa de Edimburgo. – Os
murmúrios cessaram para saber qual seria o posicionamento do
padre, mas o mesmo já havia sido avisado pela rainha que aquela
situação poderia acontecer.
Phillip esticou a mão e segurou a mão de Ella, seu coração errou
a batida e ele sorriu, havia muitas dúvidas no futuro para os dois,
mas haviam muitas certezas também, uma delas era que ele não iria
soltar a mão de Ella nunca mais e partilhava do mesmo sentimento
da Duquesa, agora então sua cunhada, que faria o possível e
impossível para que Ella fosse feliz.
Com o fim da cerimônia todos foram guiados a uma recepção,
havia comida, bebidas e música, mas nada muito extravagante já
que os noivos partiriam em lua de mel antes da noite.
- Eu queria ser capaz de te dar algo assim. – Ellen falou.
- Sabe o que você foi capaz de me dar? – Sofia puxou Ellen para
que fossem em direção a pista de dança. – Amor... – Fez uma
reverência a amada. – Família... – As duas iam fazendo os passos
de dança e cada vez que se cruzavam Sofia falava uma palavra. –
Felicidade... – Quando elas finalmente chegaram a parte da dança a
qual precisavam dançar próximas. – Deu um lar para o meu coração
e me deixou ser o lar do seu coração. Uma festa dessas não é nada
comparada a tudo que eu ganhei e por tudo que irei ganhar por estar
com você. – Ellen abraçou fortemente a amada, não se importou
com os demais, estavam todos dançando nem sequer iriam
perceber, mas ela se enganava, de longe uma pessoa olhava as
duas, a Rainha deu um sorriso discreto, mas em seu olhar estava
escrito o quanto ela estava feliz e orgulhosa por suas amadas
sobrinhas acharem seus amores.
Epílogo