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INSTITUTO UNIVERSITÁRIO EGAS MONIZ

MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA DENTÁRIA

DIAGNÓSTICO CLÍNICO DE PATOLOGIAS PULPARES E


PERIAPICAIS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Trabalho submetido por


Marta Navarro Martínez
para a obtenção do grau de Mestre em Medicina Dentária

outubro de 2022
INSTITUTO UNIVERSITÁRIO EGAS MONIZ

MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA DENTÁRIA

DIAGNÓSTICO CLÍNICO DE PATOLOGIAS PULPARES E


PERIAPICAIS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Trabalho submetido por


Marta Navarro Martínez
para a obtenção do grau de Mestre em Medicina Dentária

Trabalho orientado por


Prof. Doutor Ignacio Barbero Navarro

outubro de 2022
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer ao Instituto Universitário Egas Moniz por ter sido a minha
segunda casa durante tantos anos e a todos os professores pela educação, aprendizagem
e valores transmitidos.

Ao meu orientador, Prof Doutor Ignacio Barbero, pela sua paciência, disponibilidade,
confiança e dedicação para fazer este projeto possível.

Aos meus pais, Jaime Navarro e Matilde Martínez, por todo o esforço que fizeram para
que eu pudesse realizar o meu sonho, fico-lhes especialmente grata, sem eles nada disto
teria sido possível.

Um agradecimento especial a minha mãe, obrigada pelos teus abraços nos momentos
mais necessários e por me dar forças para continuar e nunca desistir diante de nada.
Obrigada por ter me ensinado a ser uma mulher lutadora, tive o melhor exemplo.

Ao Juan, meu namorado, obrigada pelo teu apoio incondicional, tens sido o pilar mais
importante para mim, obrigada pela tua paciência, por lutares comigo e por nunca me
largares a mão. Agora começa a fase mais gira, finalmente juntos.

Ao Juan Pedro pelos valores que me incutiste durante toda a minha vida, pelos teus
conselhos e por acreditar em mim quando eu nem sequer acreditava.

À Toli por guiar-me do céu.

Às minhas irmãs, Laura e Paula, pela vossa força e amor apesar da distância.

À Lucía, obrigada por me teres acompanhado durante estes 6 anos, por ensinares tanto,
por cuidares de mim como ninguém e pela tua sincera amizade. Faltam-me palavras
para te agradecer por tudo. Tens sido a minha grande luz neste caminho.

A todas as minhas amigas, obrigada pelo acompanhamento nesta etapa da minha vida e
por encherem o meu coração de alegria e felicidade. Vocês são tudo para mim.
RESUMO

Muitos dos tratamentos realizados na clínica dentária são a causa de patologias que
prejudicam a polpa e o periápice.
Antes de realizar qualquer tratamento, é importante conhecer a anatomia dental e
saber correlacionar os sintomas apresentados pelo paciente com as diferentes patologias
pulpares e periapicais existentes.
Para poder identificar qual é a patologia apresentada, é necessário realizar uma boa
história clínica, exames clínicos extra e intraorais, testes de vitalidade e/ou sensibilidade,
testes perirradiculares e a realização de raios X para finalmente obter um diagnóstico
endodôntico correto.
Com base na revisão bibliográfica existente, o objetivo deste projeto foi expor a
classificação diagnóstica universal de patologias pulpares e periapicais aprovada pela
American Association of Endodontics e abordar os diferentes testes diagnósticos existentes
incluindo novos possíveis mecanismos diagnósticos em endodontia.
Para a realização desta monografia foi feita uma pesquisa bibliográfica nas bases de
dados PubMed, Google Scholar e Scielo. Para os critérios de inclusão, irão constar artigos
com texto disponível em inglês, espanhol e português e com datas de publicação dos últimos
10 anos, dando prioridade aos artigos mais atuais.

Palavras-chave: patologia pulpar, patologia periapical, diagnóstico, classificação.

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ABSTRACT

Many of the treatments performed in the dental clinic are the cause of pathologies
that damage the pulp and periapex.
Before performing any treatment, it is important to know the dental anatomy and to
know how to correlate the symptoms presented by the patient with the different pulp and
periapical pathologies that exist.
To be able to identify which pathology is presented, it is necessary to carry out a
good clinical history, extra and intraoral clinical exams, vitality and/or sensitivity tests,
periradicular tests and the performance of X-rays to finally obtain a correct endodontic
diagnosis.
Based on the review of the existing bibliography, the objective of this project was to
expose the universal diagnostic classification of pulp and periapical pathologies approved
by the American Association of Endodontics and to address the different existing diagnostic
tests including the new possible diagnostic mechanisms in endodontics.
In order to carry out this monograph, a bibliographic search was carried out in the
PubMed, Google Scholar and Scielo databases. For the inclusion criteria, there will be
articles with text available in English, Spanish and Portuguese and with publication dates of
the last 10 years, giving priority to the most current articles.

Keywords: pulp pathology, periapical pathology, diagnosis, classification.

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ÍNDICE

ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................. 7


ÍNDICE DE TABELAS............................................................................................. 9
LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................. 11
I. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13
1.1 COMPLEXO DENTINO PULPAR ................................................................... 13
1.1.1 Dentina .............................................................................................................................. 13
1.1.2 Polpa.................................................................................................................................. 13
1.1.2.1 Anatomia ................................................................................................................. 13
1.1.2.2 Histologia e composição ......................................................................................... 14
1.1.2.3 Estrutura ................................................................................................................. 15
1.1.2.4 Função ..................................................................................................................... 15
1.1.2.5 Inervação ................................................................................................................. 16
1.1.2.6 Vascularização ........................................................................................................ 16
1.2 TECIDOS PERIRRADICULARES .................................................................. 16
1.2.1 Cemento ............................................................................................................................ 16
1.2.2 Ligamento periodontal .................................................................................................... 18
1.2.3 Osso alveolar .................................................................................................................... 19

II. DESENVOLVIMENTO ............................................................................... 21


2.1 ETIOPATOGENIA ........................................................................................... 21
2.2 CLASSIFICAÇÃO DIAGNÓSTICA DAS PATOLOGIAS PULPARES E
PERIAPICAIS ............................................................................................................... 22
2.2.1. CLASSIFICAÇÃO DIAGNÓSTICA DAS PATOLOGIAS PULPARES ..... 22
2.2.1.1. Polpa normal ........................................................................................................... 22
2.2.1.2. Pulpite reversível .................................................................................................... 22
2.2.1.3. Pulpite irreversível sintomática ............................................................................. 22
2.2.1.4. Pulpite irreversível assintomática ......................................................................... 23
2.2.1.5. Necrose .................................................................................................................... 23
2.2.1.6. Anteriormente tratado ........................................................................................... 23
2.2.1.7. Terapia anteriormente iniciada ............................................................................. 24
2.2.2. CLASSIFICAÇÃO DIAGNÓSTICA DAS PATOLOGIAS PERIAPICAIS .............. 25
2.2.2.1. Tecido apical normal .............................................................................................. 25
2.2.2.2. Periodontite apical sintomática ............................................................................. 25
2.2.2.3. Periodontite apical assintomática.......................................................................... 25
2.2.2.4. Abcesso apical crônico ........................................................................................... 26
2.2.2.5. Abcesso apical agudo.............................................................................................. 27
2.2.2.6. Osteíte condensante ................................................................................................ 27
2.3. DIAGNÓSTICO ENDODÔNTICO ................................................................... 28
2.3.1. História clínica ................................................................................................................. 29
2.3.2. Exploração clínica ............................................................................................................ 30
2.3.3. Testes perirradiculares .................................................................................................... 30
2.3.4. Testes pulpares ................................................................................................................. 31
2.3.4.1. Testes de vitalidade pulpar .................................................................................... 31
2.3.4.1.1. Oximetria de pulso ............................................................................................ 31
2.3.4.1.2. Fluxometria Laser Doppler .............................................................................. 32
2.3.4.2. Testes de sensibilidade pulpar ............................................................................... 33
2.3.4.2.1. Testes térmicos .................................................................................................. 33
2.3.4.2.2. Teste elétrico pulpar ......................................................................................... 34
2.3.4.2.2. Teste da cavidade .............................................................................................. 35

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2.3.5. Exames radiográficos....................................................................................................... 35
2.3.5.1. Radiografias periapicais ........................................................................................ 35
2.3.5.2. Tomografia computadorizada de feixe cônico ..................................................... 36
2.3.5.3. Radiografia panorâmica ........................................................................................ 36
2.3.5.4. Bitewings ................................................................................................................. 36
2.3.6. Novos métodos de diagnóstico ......................................................................................... 36
2.3.6.1. Microrrobótica e nanopartículas .......................................................................... 36
2.3.6.2. Termografia infravermelha ................................................................................... 37
2.3.6.3. Biomarcadores ........................................................................................................ 38
2.4. URGÊNCIAS ENDODÔNTICAS ..................................................................... 38
III. CONCLUSÃO .............................................................................................. 43
IV. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 45

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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Trato sinusal com cone de guta-percha (Varghese et al., 2020).
Figura 2: Mecanismo de oximetria de pulso (Gopikrishna & Grossman, 2021).
Figura 3: Fluxometria Laser Doppler (Todea et al., 2016).
Figura 4: Teste ao quente com guta-percha aquecida (Torabinejad et al., 2021).
Figura 5: Teste elétrico pulpar (Gopikrishna & Grossman, 2021).
Figura 6: Scanner de termografía guiado por perfil (Aboushady et al., 2021).

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ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Resumo da classificação diagnóstica das patologias pulpares.
Tabela 2: Resumo da classificação diagnóstica das patologias periapicais.
Tabela 3: Indicações para antibióticos adjuvantes (Adaptado de American Association
of Endodontists [AAE], 2019).
Tabela 4: Condições que não requerem antibióticos adjuvantes (Adaptado de American
Association of Endodontists [AAE], 2019).

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LISTA DE ABREVIATURAS

AAE – American Association of Endodontists


AINES – Anti-inflamatórios não esteróides
2D – Bidimensional
CBCT- Tomografia computadorizada de feixe cônico
CO2 – Dióxido de carbono
CPT – Cold pulp testing
DPCS – Dental Pulp Stem Cell
EPT – Electric pulp tester
FGF acid- Fibroblast growth factor acidic
Hb – Hemoglobina
HPT – Heat pulp testing
IL-1α – Interleukin-1 alpha
IL-6 – Interleukin-6
LDF – Laser Doppler Flowmetry
NPs – Nanopartículas
%- Percentagem
PDL – Periodontal ligament
RP– Radiografia periapical
TIMP-1 – Tissue inhibitor of metalloproteinase-1
TIR – Termografia infravermelha
3D – Tridimensional

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12
Introdução

I. INTRODUÇÃO
1.1 COMPLEXO DENTINO PULPAR
A polpa e a dentina formam o complexo dentino-pulpar, os dois tecidos constituem
estrutural e funcionalmente uma verdadeira unidade biológica. Possuem propriedades
histológicas diferentes, porém, possuem a mesma origem embriológica, são formados como
resultado da papila dentária do germe dentário durante a embriogênese. A polpa mantém a
vitalidade da dentina e esta por sua vez protege-a. Os odontoblastos estão presentes e
colaboram para defender e manter o complexo dentino-pulpar contra qualquer agente
patogénico (Leite et al., 2020; Barzuna Ulloa et al., 2014; Li et al., 2021).
1.1.1 Dentina
A dentina é um tecido conjuntivo especializado de origem ectomesenquimal, é o
tecido mineralizado que forma o maior volume do dente. A sua porção coronal é recoberta
por esmalte e a porção radicular é recoberta por cemento. Internamente é limitado pela
câmara pulpar onde está localizada a polpa dentária. É composta por 70% de matéria
inorgânica, 20% de matriz orgânica e 10% de água. A matriz orgânica, produzida pelos
odontoblastos, contém 90% de fibras colágenas do tipo I, enquanto 10% correspondem a
proteínas não colágenas (Sloan, 2015; Alano Díaz et al., 2018).
Três tipos de dentina são reconhecidos, a dentina primária compõe a maior parte do
dente e antes que a formação da raiz esteja completa é segregada; inclui a dentina do manto
e a dentina circumpulpar. Após a conclusão da raiz, a dentina secundária é segregada e a
dentina terciária também conhecida como dentina reativa ou reparadora é produzida apenas
por causa das células que são afetadas por um estímulo. Histologicamente, a matriz
dentinária contém túbulos com fluido tubular e o processo odontoblástico. A dentina
peritubular circunda os túbulos dentinários e será produzida quando a mineralização da
dentina intertubular, que corresponde ao maior elemento da dentina, estiver acabada (Alano
Díaz et al., 2018).
1.1.2 Polpa
1.1.2.1 Anatomia
A polpa dentária encontra-se na câmara pulpar da coroa, chamada de polpa coronária
e também está presente no canal radicular da raiz, a polpa radicular. Na polpa coronária
encontramos o teto, as superfícies mesial, distal, vestibular, lingual, o assoalho e os cornos
da polpa que se desdobram em direção às cúspides da coroa. A polpa radicular estende-se da

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Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

região cervical da coroa até ao ápice radicular. As partes radiculares da polpa entram em
contato com os tecidos conjuntivos periapicais através do forame apical (Kumar, 2015).
1.1.2.2 Histologia e composição
A polpa dentária é um tecido conjuntivo não mineralizado que se encontra apenas no
interior da cavidade dentária (Nagata et al., 2021), é de origem mesodérmica, altamente
inervada e vascularizada e é revestida por esmalte, dentina e cemento. É composta por 75%
de água e 25% de matéria orgânica. A referida matéria orgânica é composta por células e
matriz extracelular caracterizada por fibras e substância fundamental (Miquet Vega & Báez
Ayala, 2019). Inclui diferentes populações de células com diferentes funções para a
produção e manutenção dos dentes (Quispe-Salcedo & Ohshima, 2021).
A matriz extracelular da polpa, é uma estrutura tridimensional, é abundante em
hialuronano, glicosaminoglicanos e proteoglicanos que são mantidos juntos por uma rede de
fibrilas tênues de colágeno, fibrilas reticulares e fibronectina (Nowwarote et al., 2022).
Nas fibras pulpares são detectados vários tipos de fibras, entre as quais estão as
fibras colágenas que são compostas de colágeno tipo I. Também existem fibras reticulares,
onde o colágeno tipo III é encontrado junto com a fibronectina e por ultimo as fibras
elásticas que se localizam nos vasos sanguíneos aferentes, a elastina e as fibras oxitalânicas
estão localizadas como elemento predominante (Miquet Vega & Báez Ayala, 2019).
Os odontoblastos, também chamados de dentinoblastos, são encontrados na periferia
da polpa dentária e possuem características morfológicas únicas, razão pela qual estendem
processos citoplasmáticos denominados processos odontoblásticos direcionados aos túbulos
dentinários dentro da dentina (Kawashima & Okiji, 2016). Os odontoblastos são células
pós-mitóticas que são mantidas ao longo da vida de um dente até que a morte celular ocorra
por trauma, doença ou apoptose. Têm a sua origem nas células dentárias da crista neural
craniana do ectomesênquima. Sua principal função é depositar a dentina primária,
secundária e terciária nos dentes, embora também desempenhem um papel importante na
manutenção fisiológica da polpa e em caso de lesão, têm capacidade para originar uma
resposta imune defensiva que ajudará a recuperar o dente (Rajan et al., 2020).
Os fibroblastos são as células mais numerosas da polpa dentária, participam na
síntese e remodelação da matriz extracelular da polpa. Para manter a homeostase, podem
segregar e responder a citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento e, portanto, são
essenciais para a renovação tecidual (Tsai et al., 2022).

14
Introdução

Os macrófagos, as principais células imunocompetentes, estão presentes em grande


parte da polpa dentária (Iwasaki et al., 2011) atuando contra infeções bacterianas e
modulando as respostas inflamatórias e homeostáticas (Parisi et al., 2018).
As células-tronco da polpa dentária (DPCS) são encontradas na polpa dentária e em
elas localizam-se as células mesenquimais indiferenciadas. As DPCS têm capacidade de
auto-renovação e diferenciação (Villa García-Torres et al., 2017).
Outras células que estão presentes na polpa dentária são as células de defesa. Entre
elas encontramos os leucócitos que representam apenas 1% da população total das células,
os neutrófilos que são os mais abundantes, seguidos pelos linfócitos T, monócitos e células
dendríticas, e os menos abundantes são as células natural killer, células B e células T
reguladoras (Galler et al., 2021).
1.1.2.3 Estrutura
Segundo Anselmino et al. (2020), a estrutura do tecido pulpar pode ser descrita
topograficamente segundo 4 zonas:
Zona odontoblástica: os odontoblastos são encontrados formando uma paliçada;
Zona subodontoblástica ou oligocelular de Weil: onde se distingue o plexo nervoso
de Raschkow, o plexo capilar subodontoblástico, as fibras reticulares, as células de Höhl e
os fibroblastos;
Zona rica em células: onde são encontrados fibroblastos e células ectomesenquimais;
Área central da polpa: composta de tecido conjuntivo juntamente com vasos e nervos
aos quais pertencem uma variedade de células.
1.1.2.4 Função
De acordo com Chiego (2014) uma das principais funções da polpa é dar vitalidade
aos dentes com as suas células, vasos sanguíneos e nervos. A polpa também tem outras
funções, nomeadamente:
Indutiva: a polpa interage com o epitélio oral e inicia a formação do dente;
Formativa: a função da polpa é formar a dentina, que a envolve e protege;
Protetora: a polpa responde a estímulos como o calor, o frio, a pressão ou a técnicas
cirúrgicas incisivas;
Nutritiva: a polpa transporta oxigênio e nutrientes para o desenvolvimento e função
do dente;
Reparadora: a polpa possui capacidade reparadora, formando dentina reativa e
reparadora diante das agressões.

15
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

1.1.2.5 Inervação
O tecido pulpar é inervado por fibras dos sistemas simpático, parassimpático e
somatossensorial. O sistema nervoso simpático causará vasoconstrição, ou seja, reduzirá o
fluxo sanguíneo pulpar devido à liberação de neurotransmissores, ao contrário das fibras
parassimpáticas que produzem vasodilatação; por outro lado, as fibras somatossensoriais são
responsáveis pela produção de neuropeptídeos que regulam o fluxo sanguíneo pulpar
(Caviedes-Bucheli et al., 2017).
A polpa é inervada por fibras nervosas, que geralmente acessam através do forame
apical e 80-90% das fibras encontradas na polpa são fibras nervosas não mielinizadas (fibras
C), que causam dor contínua e de difícil localização. Também estão presentes na polpa
fibras nervosas finamente mielinizadas A delta (Ad) que são as fibras que comunicam a dor
aguda; em menor quantidade, as fibras densamente mielinizadas A beta (Ab) e as células de
Schwann que formarão a mielina dessas fibras mielinizadas (Kim et al., 2017; Zhan et al.,
2021).
1.1.2.6 Vascularização
A vascularização na polpa dentária, auxilia na resposta à inflamação e na sua
posterior recuperação, sendo também responsável pelo fornecimento de nutrientes e
eliminação de detritos. A polpa é altamente vascularizada e encontra-se em ambiente firme,
circundada por paredes rígidas de dentina, sendo a única entrada o forame apical (Rombouts
et al., 2017).
As funções da polpa são regularizadas pela sua microcirculação pulpar e é assim
chamada pela ausência de veias ou artérias. Vênulas e arteríolas são os maiores vasos
encontrados na polpa. As arteríolas são o principal local de resistência ao fluxo sanguíneo e
as vênulas são as que primeiro recebem o fluxo sanguíneo que deriva do leito capilar
(Brenes Fallas & Castro Mora, 2020).
De acordo com Wiśniewska et al. (2021) o sistema linfático da polpa dentária é
menos desenvolvido em comparação com outros tecidos, embora muitos investigadores
confirmem sua existência, razão pela qual é questionável se vasos linfáticos são ou não
encontrados na polpa.
1.2 TECIDOS PERIRRADICULARES
1.2.1 Cemento
O cemento ou cemento radicular é um tecido mineralizado que cobre toda a
superfície da raiz. A sua principal função é o suporte dentário juntamente com as principais

16
Introdução

fibras periodontais e o osso alveolar. Não contém vasos sanguíneos, não sofre remodelação
contínua e expande o seu crescimento ao longo da vida (Yamamoto et al., 2016). O cemento
é composto por 46% de matéria inorgânica, 22% de matéria orgânica e 32% de água. A
matéria inorgânica contém cristais de hidroxiapatita e a matéria orgânica contém colágeno
tipo I e proteínas não-colágenas (Canalda Sahli & Brau Aguadé, 2019).
Segundo Yamamoto et al. (2016) em relação à composição da matriz orgânica do
cemento, não descrevemos um cemento específico. A matriz orgânica do cemento é
representada principalmente por colágenos. O único tipo parece ser o colágeno tipo I. O
colágeno forma fibrilas estriadas no cemento e estimula a mineralização biológica
auxiliando os cristais minerais durante a mineralização e depois para manter toda a estrutura
estrutural do cemento. A sialoproteína óssea e a osteopontina destacam-se como as
principais proteínas não colágenas. Elas se ligam ao colágeno e à hidroxiapatita e, portanto,
são importantes para o processo de mineralização. Após a mineralização também serve para
manter a integridade estrutural do cemento.
Segundo Foster (2017) o cemento é classificado em cemento acelular e cemento
celular. O primeiro fixa as fibras do ligamento periodontal à superfície da raiz cervical e é
importante para a integração dentária e função periodontal e o segundo reveste a parte apical
da raiz e é importante para a preservação oclusal do dente.
De acordo com Aboulfadl e Hulliger (2015) existem quatro tipos de cementos:
O cemento acelular afibrilar que cobre áreas menores do esmalte e, devido à falta de
fibrilas de colágeno, não tem papel na inserção dos dentes.
As fibras extrínsecas acelulares encontradas principalmente nas porções cervical e
radicular média e são baseadas em uma banda densa de fibras colágenas curtas que são
direcionadas perpendicularmente à superfície radicular. Crescerão lenta e continuamente em
espessura, e colaborarão na fixação dentária.
As fibras celulares intrínsecas são mais finas e abundantes, sendo encontradas em
diferentes locais. Elas têm linhas de crescimento incrementais e são orientadas
aproximadamente paralelas à superfície do cemento e de forma circular ao redor da raiz. O
crescimento, sendo mais rápido, do que nas fibras extrínsecas acelulares, será capaz de
restaurar um defeito de reabsorção radicular em uma duração mais compreensível.
No cemento de fibra misto, as camadas de cemento acelular e celular revezam-se
aleatoriamente. É um cemento celular que insere as fibras periodontais à medida que se
continuam a desenvolver.

17
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

1.2.2 Ligamento periodontal


O ligamento periodontal (PDL) é um tecido conjuntivo fibroso nitidamente celular
composto por vasos sanguíneos abundantes, contém células, uma matriz extracelular
constituída por fibras e substância fundamental. O PDL ocupa o espaço periodontal, que fica
entre o cemento e a superfície periodontal do osso alveolar, e dispersa-se coronalmente para
a parte mais apical da lâmina própria da gengiva. No forame apical, é contínuo com a polpa
dentária (Chiego, 2014; Kumar, 2015).
A maioria das fibras do PDL são colágeno, mas pode haver pequenas quantidades de
fibras oxitalânicas e reticulinas e, em algumas espécies, fibras de elastina. Os principais
tipos de colágeno encontrados são o tipo I, que corresponde a mais de 70% do colágeno do
PDL, e o colágeno tipo III, que representa cerca de 20% das fibras colágenas. Há também
pequenas quantidades de colágeno tipo V e tipo VI e vestígios de colágeno tipo IV e tipo
VII.
A substância fundamental é 70% água e acredita-se que tenha um efeito significativo
na capacidade de o dente de suportar cargas de stress. É baseado principalmente em
glicosaminoglicanos, proteoglicanos e glicoproteínas.
As fibras colágenas do PDL estão inseridas no cemento e no osso alveolar, assim o
ligamento proporciona uma continuidade de tecido mole entre os tecidos conjuntivos
mineralizados do periodonto (Kumar, 2015).
Relativamente às principais células encontradas, segundo Jiang et al. (2015), os
fibroblastos constituem 50-60% de todas as células do PDL, representam uma população
excessiva e por isso são heterogêneas. Outras células que o PDL contém são macrófagos,
linfócitos e células endoteliais que formam o revestimento dos vasos sanguíneos, também
são encontradas células de defesa, como macrófagos e mastócitos. Os remanescentes
epiteliais de Malassez são descendentes de células epiteliais dentárias no PDL, após
amelogênese. As células que colaboram na homeostase do periodonto são os osteoblastos,
os osteoclastos e os cementoblastos. Entre as células semelhantes aos fibroblastos no PDL,
foram reconhecidas as células-tronco/progenitoras.
Segundo Ørstavik (2020) o PDL é altamente vascularizado, cerca de 20% pertence
ao volume vascular total. Através dos vasos do osso alveolar, do periósteo, da gengiva e da
polpa, o PDL receberá o seu sangue e o principal suprimento de vasos é feito pelas artérias
intraósseas. As arteríolas bifurcam-se, formando assim capilares que circundam a superfície
do dente. Por outro lado, a rede capilar está mais próxima do osso do que do cemento e os
vasos que passam pelas paredes alveolares são mais numerosos no terço apical.

18
Introdução

As fibras simpáticas que causam vasoconstrição e as fibras sensoriais que causam


vasodilatação são as que controlam o fluxo sanguíneo.
O PDL é abundantemente inervado por nervos que chegarão do osso alveolar apical
e lateral, porém a parte apical é mais inervada e grande parte parece ser de origem sensitiva.
É composto por fibras nervosas mielinizadas e não mielinizadas e o PDL reconhecerá a dor,
o toque, a pressão, os movimentos e a posição dos dentes.
1.2.3 Osso alveolar
O osso alveolar é composto por 71% de matéria inorgânica, 21% de matéria orgânica
e de 8% de água. Por outro lado, 80% de cristais de hidroxiapatita, 15% de carbonato de
cálcio e 5% de outros sais minerais fazem parte da matéria inorgânica. A matéria orgânica é
constituída maioritariamente (90%) por colágeno tipo I e por substâncias não-colágenas
(10%), das quais 8% são glicoproteínas, fosfoproteínas e proteoglicanos (Canalda Sahli &
Brau Aguadé, 2019).
Existem muitos tipos de células que são responsáveis pela homeostase e funções do
osso alveolar, mas as mais notáveis são os osteoblastos, osteócitos e osteoclastos, embora os
macrófagos, os adipócitos e as células endoteliais também sejam importantes, estas últimas
porque criam o revestimento dos vasos sanguíneos e células. As células que compartilham a
função de sintetizar a matriz de colágeno tipo I são os osteoblastos e os fibroblastos. O
osteócito é a célula mais numerosa do osso maduro e ao seu redor estão localizados a
hidroxiapatita, o carbonato de cálcio e o fosfato de cálcio. Quando muitos monócitos se
unem, formam-se osteoclastos multinucleados (Jiang et al., 2015).
A vascularização é feita pelos ramos das artérias maxilares superior e inferior que
compõem as artérias intraseptais, que quando passam pela lâmina cribriforme para sair do
periodonto são chamadas de artérias perfurantes e quando cruzam a cortical periosteal
unem-se ao plexo vascular (Canalda Sahli & Brau Aguadé, 2019).

19
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

20
Desenvolvimento

II. DESENVOLVIMENTO
2.1 ETIOPATOGENIA
A principal causa etiológica da inflamação pulpar, necrose, periodontite periapical e
formação de abcesso é a colonização de bactérias na polpa dentária através da cárie e do seu
deslocamento para os tecidos periapicais (Gutmann & Manjarrés, 2018).
Segundo vários estudos, quando a cárie danifica a dentina primária, a resposta pulpar
é apreciável e devido a isso, bactérias e subprodutos nocivos podem ou não atuar como
irritantes antigênicos e entrar pelos túbulos dentinários causando respostas inflamatórias. A
dentina reativa ou reparadora também pode ser produzida pela polpa para dificultar a
entrada de bactérias na dentina. Contudo, se a cárie não for tratada, as bactérias continuarão
a entrar e a danificar a polpa, causando inflamação ou formação de abcesso (Lin et al.,
2020).
Há vários tipos de agentes que afetam ao tecido pulpar, nomeadamente:
Agentes químicos, caracterizados por materiais dentários. Quando um material é
aplicado sem se considerar que o complexo dentino pulpar deve ser protegido, pode causar
inflamação no tecido pulpar desencadeada como fator irritante para o tecido.
Agentes biológicos, caracterizados pelas bactérias que estão presentes na cárie ou em
patologias periapicais. Quando a cárie dentária não é tratada, as bactérias através dos
túbulos dentinários danificam o tecido pulpar. A fratura de um dente, deixando a dentina ou
polpa exposta a bactérias, também é um fator biológico.
Agentes físicos, caracterizados pelo uso de brocas sem adequada refrigeração e alta
rotação durante o preparo de uma restauração. A eletricidade produzida pelo contato de dois
metais, como é o caso das restaurações metálicas, também afeta o tecido pulpar. O
bruxismo, a erosão, a abrasão e o atrito também exercem influência desfavorável como
agente físico (Leonardi et al., 2011).
Embora o principal fator etiológico das patologias periapicais seja a cárie, existem
outros fatores que podem levar a essa patologia, incluindo traumas agudos e crônicos,
fatores iatrogênicos e doenças como a diabetes mellitus, levando a alterações patológicas na
polpa, armazenando substâncias irritantes nos canais radiculares e posteriormente ocupando
os tecidos periapicais, iniciando-se assim, a lesão periapical (Furzan & Jiménez, 2016).

21
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

2.2 CLASSIFICAÇÃO DIAGNÓSTICA DAS PATOLOGIAS PULPARES E


PERIAPICAIS
Segundo a American Association of Endodontists (AAE, 2013), as patologias
pulpares e periapicais apresentam a seguinte classificação diagnóstica:
2.2.1. CLASSIFICAÇÃO DIAGNÓSTICA DAS PATOLOGIAS PULPARES
A inflamação pulpar é produzida quando a polpa é invadida por microrganismos que
causam cárie dentária, trauma ou fatores irritantes que causam lesão pulpar. Se esse
processo não for tratado, a inflamação continua até destruir a polpa, causando pulpite, e se
não for tratado adequadamente, pode ocorrer necrose pulpar (Cuba-Cueto et al., 2022).
2.2.1.1.Polpa normal
A polpa normal não apresenta história de sintomas espontâneos, com uma resposta
normal aos testes pulpares. Ao realizar-se o teste ao frio, é dada uma resposta leve que
termina em poucos segundos ou logo após a remoção do estímulo, indicando que a polpa
está clinicamente normal (AAE, 2013; Ricucci et al., 2014).
2.2.1.2.Pulpite reversível
A pulpite reversível é baseada em achados subjetivos e objetivos que mostram que a
inflamação deve ser resolvida para que a polpa possa estar novamente normal (AAE, 2013;
Marroquín Peñaloza & García Guerrero, 2015; Hargreaves & Berman, 2016). A dor que
ocorre é aguda, dura alguns segundos e geralmente desaparece quando o estímulo é retirado.
Essa dor é sempre específica de um estímulo. Radiograficamente, o tecido periapical não
apresenta alterações (AAE, 2013; Gopikrishna & Grossman, 2021).
As causas mais comuns de pulpite reversível devem-se à exposição dentinária que
causará sensibilidade dentinária, a restaurações profundas e cáries (Sumidarti & Moersidi,
2019).
Quanto aos testes de sensibilidade, é provável que cause um aumento da resposta
que indica uma inflamação mais grave do que realmente existe (Ørstavik, 2020) e através
dos testes de percussão e palpação as respostas serão negativas em termos de inflamação
periapical (Gopikrishna & Grossman, 2021).
2.2.1.3.Pulpite irreversível sintomática
A pulpite irreversível sintomática apresenta a polpa vital inflamada e não tem
capacidade de cicatrização. Pode apresentar como características uma dor aguda na presença
de um estímulo térmico, uma dor persistente que por vezes se mantém após retirado o
estímulo, uma dor espontânea que não é provocada por nenhum estímulo e uma dor referida,

22
Desenvolvimento

portanto, responde aos testes de sensibilidade, prolongando a dor por aproximadamente 30


segundos quando o estímulo é retirado (AAE, 2013; Agnihotry et al., 2019). A dor, em
algumas ocasiões, pode aumentar devido a mudanças na postura, como curvar-se ou deitar-
se (AAE, 2013; Ali Syed & Mulay, 2015). Não apresenta sensibilidade aos testes de
percussão e não produz resposta desfavorável aos testes de palpação (AAE, 2013; Agnihotry
et al., 2019).
2.2.1.4.Pulpite irreversível assintomática
A pulpite irreversível assintomática também é caracterizada por polpa vital
inflamada e a incapacidade de cicatrização. Normalmente respondem aos testes térmicos,
não apresentam sintomas clínicos (AAE, 2013; Ali Syed & Mulay, 2015) e podem evoluir
para necrose pulpar (Santos Zambrano et al., 2022).
2.2.1.5.Necrose
A necrose pulpar é a morte da polpa dentária. É causada pela existência de uma
inflamação aguda ou crônica que se inicia na parte coronal do tecido pulpar e continua até
atingir a polpa radicular. A necrose origina-se quando a pulpite não é tratada previamente ou
devido a um trauma que interrompe a circulação sanguínea. A necrose pulpar pode espalhar-
se, se não for tratada, causando inflamação do ligamento periodontal e levando à
periodontite apical (Vilchis Rodríguez et al., 2018).
A necrose pulpar por si só não causa periodontite apical, a menos que o canal esteja
infetado (AAE, 2013). Quando a polpa está completamente necrótica, o dente normalmente
é assintomático, mas quando há extensão do processo da doença para os tecidos
perirradiculares, apresentará dor ao realizar o teste de percussão (Hargreaves & Berman,
2016).
A necrose pulpar é confirmada quando apresenta resposta negativa aos testes de
sensibilidade, ausência de sangramento pulpar ou pelo declínio do tecido pulpar após o
acesso à camara pulpar (Yong & Cathro, 2021). Nos achados radiográficos, normalmente
não apresenta alterações na área apical, embora se a lesão progredir, aparecerão alterações
periapicais (Marroquín Peñaloza & García Guerrero, 2015).
2.2.1.6.Anteriormente tratado
O dente foi previamente tratado com tratamento endodôntico, portanto os canais são
preenchidos com diferentes materiais. Normalmente não responde aos testes de
sensibilidade (AAE, 2013) e radiograficamente é possível observar a qualidade da

23
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

endodontia anterior, confirmar a presença de instrumentos fraturados, de perfurações ou


deformações apicais (Marroquín Peñaloza & García Guerrero, 2015).
2.2.1.7.Terapia anteriormente iniciada
O dente foi previamente iniciado com um tratamento endodôntico parcial ou com a
realização de uma pulpotomia ou pulpectomia. A resposta aos testes pulpares é relativa,
porque pode ou não responder (AAE, 2013).
Tabela 1: Resumo da classificação diagnóstica das patologias pulpares.

Patologia Testes pulpares Testes perirradiculares Imagem


pulpar radiográfica

Polpa normal +

Pulpite + - Sem alterações


reversível Dor sempre causada por periapicais
estimulo. Geralmente
desaparece quando o
estimulo é retirado

Pulpite + -
irreversível Dor mantida durante
sintomática aproximadamente 30
segundos após retirado o
estimulo
Pulpite + -
irreversível
assintomática
Necrose - - Normalmente sem
Necrose asociada a alterações
patología periapical: + periapicais
Anteriormente - Endodontia feita
tratado previamente

24
Desenvolvimento

Terapia +/- (relativo) Endodontia parcial


anteriormente ou pulpotomia ou
iniciada pulpectomia

2.2.2. CLASSIFICAÇÃO DIAGNÓSTICA DAS PATOLOGIAS


PERIAPICAIS
A principal causa da periodontite apical é a infeção do canal radicular que, como
resultado da correlação entre fatores microbianos e a resposta imune do hospedeiro, é
caracterizada por inflamação e destruição dos tecidos perirradiculares (Gomes & Herrera,
2018).
Microrganismos invadem o espaço pulpar devido a cáries, traumas ou tratamentos
cirúrgicos podendo causar alterações na estrutura óssea periapical visíveis como
radiotransparências nas radiografías (Meirinhos et al., 2021).
2.2.2.1.Tecido apical normal
Não apresentam sensibilidade aos testes de percussão e palpação. Nos achados
radiográficos, o ligamento periodontal é homogêneo e a lâmina dura que envolve a raiz do
dente está intacta (AAE, 2013; Marroquín Peñaloza & García Guerrero, 2015).
2.2.2.2.Periodontite apical sintomática
A periodontite apical sintomática apresenta-se com inflamação dos tecidos
periapicais. Os sintomas clínicos que a caracterizam são uma resposta dolorosa ao teste de
mordida e/ou ao teste de percussão ou palpação (AAE, 2013; Persoon & Özok, 2017) e uma
resposta positiva desfavorável ou tardia aos testes de vitalidade. A origem da periodontite
apical sintomática pode surgir de um dente saudável, que posteriormente sofreu dano pulpar
ou pode surgir de um dente que apresenta periodontite apical assintomática (Luo et al.,
2021).
As alterações radiográficas podem ser variáveis, dependendo da evolução da
periodontite, pode estar presente uma largura normal do ligamento periodontal ou, ao
contrário, pode estar presente radiolucidez na região periapical (AAE, 2013; Persoon &
Özok, 2017).
2.2.2.3.Periodontite apical assintomática
A periodontite apical assintomática de origem pulpar (AAE, 2013) é uma inflamação
crônica com destruição do periodonto apical devido a infeção bacteriana dos canais
radiculares (de Oliveira et al., 2017).

25
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

Segundo Marroquín Peñaloza e García Guerrero (2015) está relacionado a um


histórico de necrose pulpar ou outras condições como o tratamento do dente previamente
iniciado ou tratado, logo os testes de sensibilidade tem como resultado uma resposta
negativa, e segundo AAE (2013) os testes de percussão e palpação são negativos. Aparece
radiograficamente com uma radiolucidez na área apical (de Oliveira et al., 2017) com
aumento do espaço periodontal e interrupções da lâmina dura (Fouad, 2017).
2.2.2.4.Abcesso apical crônico
O abcesso apical crônico é uma reação inflamatória à infeção e necrose pulpar e
caracteriza-se por um aparecimento gradual, com pouco ou nenhum desconforto e presença
de pus associado a um trato sinusal. Radiograficamente, identifica-se uma
radiotransparência apical com sinais de destruição óssea (AAE, 2013; Hargreaves &
Berman, 2016).
Em relação aos testes de sensibilidade, será obtida uma resposta negativa devido à
necrose pulpar e ao realizar o teste de percussão e/ou palpação o resultado será negativo ou
pode apresentar apenas uma dor leve (Ørstavik, 2020). Um cone de guta-percha pode ser
colocado através do estoma ou abertura até sentir resistência, seguido de radiografia para
traçar e identificar a origem do trato sinusal de drenagem quando estiver presente (AAE,
2013).
Segundo Varghese et al. (2020) o local mais comum de aparecimento da abertura do
trato sinusal extraoral é a região submentoniana, embora também possa ser identificada na
bochecha, no ângulo da mandíbula, no espaço canino, no sulco nasolabial, mucosa nasal,
lábio superior e canto interno do olho.

Figura 1: Trato sinusal com cone de guta-percha. Na imagem A, trato sinusal com ponta de guta-
percha. Na imagem B, radiografia com ponta de guta-percha (Varghese et al., 2020).

26
Desenvolvimento

2.2.2.5.Abcesso apical agudo


A causa do aparecimento do abcesso apical agudo são as bactérias que deixam o
canal radicular infetado para invadir os tecidos periodontais. Às vezes, o abcesso pode
expandir-se para áreas fasciais do pescoço e da cabeça e causar complicações como febre,
mal-estar e linfadenopatia (Rôças & Siqueira, 2018).
O abcesso apical agudo é caracterizado por apresentar reação inflamatória à infeção
e necrose pulpar, com início rápido, dor espontânea, sendo o dente extremamente sensível
ao exame de percussão e palpação e com aparecimento de pus e edema (AAE, 2013; Sabeti
et al., 2021).
Portanto, os testes de sensibilidade serão negativos e os testes de percussão e
palpação serão positivos (Marroquín Peñaloza & García Guerrero, 2015). Segundo a AAE
(2013) radiograficamente pode não apresentar destruição.
2.2.2.6.Osteíte condensante
A osteíte condensante é uma reação óssea à infeção apical crônica de baixo grau ou
prolongada. Ocorre com maior prevalência em mulheres, comumente na mandíbula ao redor
das raízes do primeiro molar permanente (Andrew, 2018). Pode estar relacionada a uma
polpa inflamada ou necrótica, embora também esteja associada a dentes com presença de
cárie avançada ou a restaurações previamente realizadas que estão presentes na boca por um
período prolongado de tempo, por trauma ou endodontia previamente realizada (Jiménez-
Santibáñez et al., 2017).
Segundo Marroquín Peñaloza e García Guerrero (2015), a resposta aos testes pode
variar dependendo da condição do tecido pulpar.
De acordo com Ørstavik (2020) geralmente respondem a testes de sensibilidade,
embora possam apresentar hipersensibilidade e quando são realizados testes de percussão e
palpação, não há dor, logo a resposta é negativa. Nos achados radiográficos aparecem áreas
radiopacas difusas ao redor do ápice radicular, com possibilidade de apresentar ou não lesão
inflamatória radiolúcida que não modifica o espaço do ligamento periodontal.

27
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

Tabela 2: Resumo da classificação diagnóstica das patologias periapicais.

Patologia Testes pulpares Testes Imagem radiográfica


periapical perirradiculares
Tecido apical + - Ligamento periodontal
normal homogéneo
Lâmina dura intacta
Periodontite + tardia ou + Variáveis dependendo da
apical desfavorável evolução da periodontite
sintomática
Periodontite - - Radiotransparência apical
apical Aumento espaço
assintomática periodontal
Interrupções lâmina dura
Abcesso apical - - ou dor leve Radiotransparência apical
crônico Destruição óssea

Abcesso apical - + Pode não apresentar


agudo destruição
Osteite Normalmente - Áreas radiopacas
condensante +/hipersensibilidade

2.3.DIAGNÓSTICO ENDODÔNTICO
O diagnóstico é muitas vezes tanto uma arte quanto uma ciência. Os médicos
dentistas devem combinar os resultados de seu exame clínico, achados radiográficos,
história clínica dentária relatada e experiência clínica para chegar a um diagnóstico preciso
(Jespersen et al., 2014).
Segundo Gopikrishna e Grossman (2021) o tratamento correto começa com um
diagnóstico correto, por isso os procedimentos diagnósticos devem seguir uma ordem lógica
e consistente que inclua uma história médica e dental completa, exame radiográfico, exame
clínico extraoral e intraoral, incluindo exame histopatológico, para chegar ao diagnóstico
final quando necessário.

28
Desenvolvimento

2.3.1. História clínica


A história clínica é composta pela história dentária e médica do paciente. A história
dentária representa a queixa principal do paciente e a história dentária passada, como
tratamentos realizados, história de trauma e problemas de disfunção temporomandibular.
Para obter um histórico detalhado da queixa principal do paciente, são feitas perguntas
como a localização, o início, a duração, a qualidade, a intensidade e os fatores que aliviam
ou causam mais dor. A história médica inclui uma história médica completa, doenças ativas,
medicamentos e/ou alergias. Uma lista detalhada de medicamentos e alergias é necessária
para evitar interações medicamentosas ou efeitos adversos durante o tratamento
(Torabinejad et al., 2021).
Os sintomas são as unidades de informação procuradas no diagnóstico clínico. Eles
são definidos como fenômenos ou sinais de um desvio do estado normal e são indicativos de
doença. Eles podem ser classificados como sintomas subjetivos e objetivos.
Os sintomas subjetivos são os que o paciente comunica ao médico dentista, incluindo
a queixa principal da consulta.
Os sintomas objetivos são determinados pelo médico dentista através dos exames
realizados para obtenção de diagnóstico correto (Gopikrishna & Grossman, 2021).
O sintoma de dor pode levar a um diagnóstico correto se interpretado
adequadamente pela análise dos diferentes sintomas que aparecem nos estados inflamatórios
da polpa.
A dor em pontada é uma dor muito aguda, ligada às fibras tipo Ad mielinizadas, com
velocidade de condução rápida. Está associada à pulpite reversível.
A dor contínua é uma dor persistente, intensa e surda, ligada às fibras C não
mielinizadas, estas têm um limiar mais alto em relação às fibras Ad e, portanto, o dano ao
tecido é maior, a sua velocidade é de condução lenta. É a dor típica da pulpite irreversível
(Pita Labori et al., 2017).
A dor provocada com a presença de frio, calor e percussão, entre outros, só ocorre
quando o dente é submetido a estes estímulos. A dor desaparecerá quando o referido
estímulo for removido e pode ocorrer de forma rápida, lenta ou sustentada, esta última
indicando um maior comprometimento inflamatório. Está associada à pulpite reversível.
A dor espontânea que aparece sem causa aparente. Este tipo de dor reflete maior
envolvimento pulpar, com maior número de fibras C, levando a uma dor espontânea e
insuportável. Manifesta-se na pulpite irreversível.

29
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

Em termos de frequência, a dor pode ser intermitente ou contínua e quanto à sua


localização, pode ser localizada, característica de pulpite reversível, pode ser difusa ou
irradiada, podendo incluir estruturas dentárias próximas ao dente comprometido, que é
característica de pulpite irreversível, e pode ser referida que se expressa em uma área
distante da região afetada. Na polpa necrótica, não há resposta aos estímulos, mas com a
percussão, aparecerá uma sensibilidade que indicará sintomas de dor periapical, pontual e
localizada (Pérez Ruíz et al., 2015; Delfín Soto et al., 2020).
2.3.2. Exploração clínica
Depois de realizada a história clínica, será realizado um exame clínico, composto por
dois exames, um extraoral e outro intraoral.
No exame extraoral, recomenda-se avaliar se há inchaço na face e se há assimetrias
faciais. A palpação dos gânglios submandibulares e cervicais pode ser dolorosa e causar
edema, devendo também ser observada a existência de fístulas cutâneas.
No exame intraoral, serão examinados os tecidos moles e os duros. Será avaliado o
estado da higiene bucal, a presença de lesões mucosas esbranquiçadas ou avermelhadas, o
inchaço, a vermelhidão, a presença de fístulas ou cicatrizes de cirurgias anteriores.
Posteriormente, será verificada a presença de cáries, abrasões oclusais, pequenas
fraturas, descoloração e através de sondas periodontais observa-se se há bolsas periodontais
e o grau de sangramento gengival (Berutti & Gagliani, 2013).
2.3.3. Testes perirradiculares
Segundo Torabinejad et al. (2021) o teste de percussão é realizado com a
extremidade de um espelho intraoral paralelo ou perpendicular à coroa, atingindo a
superfície incisal ou oclusal do dente. Previamente, deve ter sido aplicada uma leve pressão
digital para identificar os dentes sensíveis, que não devem ser submetidos ao teste de
percussão com a extremidade do espelho intraoral devido à dor que poderia causar.
Os testes de mordida são realizados com rolos de algodão, cotonetes ou testadores de
plástico que podem isolar cúspides individuais. A presença de dor ao morder pode ser
indicativa de uma fratura da coroa.
O teste de palpação, de acordo com Berman e Hargreaves (2021) é realizado
exercendo uma pressão firme com os dedos sobre a mucosa que recobre as raízes e ápices
dos dentes para identificar anormalidades ou áreas específicas que apresentam dor à
palpação.

30
Desenvolvimento

A mobilidade dentária indica que o aparelho de inserção periodontal está afetado.


Para verificar a mobilidade dentária, são utilizadas as extremidades de dois espelhos
intraorais, colocando um na face vestibular e outro na face lingual do dente, aplicando
pressão no sentido vestíbulo-lingual e verticalmente. Se a mobilidade for maior que 1, não é
considerada normal.
Portanto, de acordo com Berman e Hargreaves (2021) e Torabinejad et al. (2021), se
ocorrer uma resposta dolorosa, afirma-se que há algum grau de inflamação periapical e
muitas vezes os dentes adjacentes podem estar sensíveis devido à disseminação local de
citocinas e neuropeptídeos, que diminuem o limiar de dor.
2.3.4. Testes pulpares
O gold standard para avaliar o estado da polpa é o exame histopatológico, mas
devido à sua invasividade não é recomendado para determinar o diagnóstico clínico (Sui et
al., 2021).
Para diagnosticar o estado da polpa dentária, são necessários exames clínicos,
exames radiológicos e testes diagnósticos específicos, a fim de fazer um correto diagnóstico
e um bom plano de tratamento através de todas as informações obtidas com todos os testes
realizados.
Os testes de sensibilidade avaliam o estado neural dentro da polpa em resposta a um
estímulo. Os resultados apenas indicam a probabilidade de a polpa ser vital ou não, podendo
dar respostas falsas positivas e falsas negativas. A incapacidade de quantificar a doença ou a
saúde e avaliar o grau de doença é outra desvantagem, embora usados corretamente, os
resultados podem fornecer informações valiosas.
Os testes de vitalidade podem estimar o fluxo sanguíneo dentro da polpa, ou seja,
fornecem informações sobre a real condição do suprimento sanguíneo da polpa (Šimović et
al., 2018).
Os testes usados para diagnosticar a pulpite são baseados na resposta subjetiva do
paciente a um estímulo e a dor é variável entre os pacientes tendo em conta o seu estado
emocional e nível de analgesia (Richert et al., 2022).
2.3.4.1.Testes de vitalidade pulpar
2.3.4.1.1. Oximetria de pulso
A oximetria de pulso é um exame simples, não invasivo e sua função é avaliar os
níveis de hemoglobina (Hb) saturada de oxigênio passando comprimentos de onda
específicos pelo sangue. O aparelho utilizado para realizar a oximetria de pulso apresenta

31
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

uma luz que passará de um diodo fotoelétrico por uma parte do corpo até um recetor, a
partir da qual é possível calcular, num microprocessador, a diferença entre a luz emitida e a
recebida obtendo-se a leitura de batimentos por minuto e a saturação de oxigênio. Para
encontrar a Hb oxigenada e a Hb desoxigenada, o diodo fotoelétrico retransmitirá dois
comprimentos de onda de luz. É fornecida a percentagem da oxigenação do sangue,
indicando a absorbância dos comprimentos de onda e, portanto, através da vascularização e
do transporte de Hb, são identificados dados mais exatos da oxigenação do tecido (De la
Rosa-Reyes et al., 2021).

Figura 2: Mecanismo de oximetria de pulso: a) e b) Diodo emissor de luz; c) Fotodetector; d)


Monitor de oximetria de pulso; e) Sensor do oxímetro de pulso; f) Suporte (Gopikrishna & Grossman, 2021).

2.3.4.1.2. Fluxometria Laser Doppler


A função da Fluxometria Laser Doppler (LDF) é medir o número e a velocidade das
partículas na microcirculação. A luz do laser que atinge a polpa fá-lo através de uma sonda
de fibra óptica que é colocada contra o dente examinado. A luz ao entrar nos tecidos é
absorvida e difundida pelos glóbulos vermelhos em movimento e circulação, que interagem
com os fótons que apresentam desvio Doopler. Posteriormente, a luz que é refletida e
devolvida é detetada por um fotodetector que produzirá um sinal. O resultado é uma
avaliação semiquantitativa do fluxo sanguíneo chamada sinal de fluxo.
Uma das desvantagens da LDF é a contaminação dos tecidos e para isso serão
utilizados uma sonda e um suporte que se ajustem ao dente e um dique de borracha ou num
material não condutor para isolá-lo; contribuindo para a clareza da leitura do LDF dos
dentes. Outra desvantagem é o alto custo do equipamento em relação a outros testes

32
Desenvolvimento

pulpares e a necessidade de cooperação por parte do paciente, pois qualquer movimento


pode alterar os resultados (Levin, 2013; Ghouth et al., 2018).

Figura 3: Fluxometria Laser Doppler. Colocação intraoral do suporte de silicone junto com a fibra
óptica estabilizada (Todea et al., 2016).

2.3.4.2.Testes de sensibilidade pulpar


2.3.4.2.1. Testes térmicos
Segundo Igna et al. (2022) os testes térmicos são realizados no dente através da
aplicação de agentes químicos. Por meio da condução térmica, a resposta sensorial da polpa
é estimulada e desta forma a temperatura é aumentada ou diminuída. Existem dois tipos de
testes térmicos, o teste ao frio e o teste ao quente.
O teste ao frio (CPT) é um dos testes mais utilizados. Indica se a polpa é ou não vital
e o seu estado de inflamação, diferenciando pulpite reversível e irreversível. Para realizar
este teste, é importante experimentar, num dente controle, para que o paciente saiba como se
sentirá quando o dente está normal. Para obter um bom resultado, os dentes devem estar
isolados e livres de humidade. Entre os CPT, destacam-se, o cloreto de etilo, o gelo, a neve
CO2 e os aerossóis refrigerantes. Estes últimos comprovaram a sua eficácia em dentes
naturais e com restaurações totais. Os aerossóis são atualmente os mais utilizados, pois não
necessitam de armazenamento especial, a sua aplicação é simples, utilizando uma bola de
algodão como suporte e têm um baixo preço.
De acordo com Sui et al. (2021) para a realização do CPT o dente é isolado e seco
com rolos de algodão. O líquido refrigerante é aplicado na bola de algodão e colocado
durante 2 segundos no terço médio da superfície vestibular da coroa do dente.
Segundo Igna et al. (2022) o teste ao quente (HPT) pode ser realizado com a
colocação de uma guta-percha ou de um material composto previamente aquecido à
temperatura de fusão do dente, usando lubrificante para facilitar a remoção do material,
também é possível utilizar água aquecida.

33
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

De acordo com Sui et al. (2021) para realizar o HPT o dente é isolado e seco com
rolos de algodão, seguindo-se a aplicação de uma fina camada de lubrificante na superfície
do dente e uma guta-percha aquecida é colocada no terço médio da superfície vestibular da
coroa do dente por 2 segundos.

Figura 4: Teste ao quente com guta-percha aquecida (Torabinejad et al., 2021).

2.3.4.2.2. Teste elétrico pulpar


O teste elétrico pulpar (EPT) é utilizado através de uma corrente de baixo grau que
estimula as fibras nervosas Ad mielinizadas. Para realizar o EPT, a sonda deve ser colocada
onde se encontre a maior aglomeração de fibras nervosas Ad e onde a espessura do esmalte
e da dentina seja mínima, uma vez que a colocação da sonda, o meio de condução e o
isolamento do dente têm um impacto na precisão do EPT. A colocação de um material que
isole o dente interproximalmente ou mesmo a colocação de um dique de borracha pode
ajudar a obter o isolamento adequado e assim evitar que as restaurações de amálgama e a
humidade do dente façam com que a corrente de EPT seja deslocada para os dentes
adjacentes, resultando em um falso-positivo (Levin, 2013).
Segundo Jafarzadeh e Abbott (2010) existem dois tipos de EPT, o monopolar e o
bipolar. Alguns trabalham com conexão à rede elétrica e outros funcionam com baterias.
Atualmente, a maioria é monopolar possuindo um ânodo que é colocado no lábio e um
cátodo no dente. O circuito fica completo através do clipe labial quando o elétrodo é
colocado na superfície do dente. Os EPTs bipolares não tão utilizados porque é difícil
colocar dois elétrodos no dente.
Segundo Levin (2013) os resultados obtidos com o EPT apresentam uma menor
confiabilidade para a deteção de polpa necrótica, embora para confirmar a vitalidade o EPT
terá a mesma capacidade que o teste ao frio. Portanto, o EPT indicará a presença ou

34
Desenvolvimento

ausência de vitalidade pulpar, embora não seja possível obter informações sobre o estado de
saúde da polpa.

Figura 5: Teste elétrico pulpar (Gopikrishna & Grossman, 2021).

2.3.4.2.2. Teste da cavidade


O teste da cavidade é realizado com brocas de alta ou baixa velocidade para cortar a
dentina e sem a colocação de anestesia, isto pode indicar se a polpa tem sensibilidade. É
recomendado como último recurso se os outros testes não poderem determinar o estado da
polpa (De la Rosa-Reyes et al., 2021).
2.3.5. Exames radiográficos
Os raios X são usados para prevenção, diagnóstico, terapia e monitoramento (Setzer
& Lee, 2021). A radiologia visa avaliar o impacto das lesões no dente, no ligamento
periodontal, na raiz e na condição do osso adjacente (Reddy et al., 2019).
2.3.5.1.Radiografias periapicais
As radiografias periapicais são um tipo de imagem radiográfica bidimensional (2D),
e sem dúvida, a técnica radiográfica mais importante e mais utilizada em endodontia.
Apresentam redução significativa na dose total de radiação, embora apresentem limitações
devido à natureza bidimensional das imagens produzidas, distorções geométricas e ruídos
anatômicos. Para este tipo de radiografia, recomenda-se o uso da técnica de paralelismo.
Com esta radiografia é possível determinar, se existe um trajeto sinusal, o trajeto e a
terminação do trajeto, colocando um cone de guta-percha no trajeto até o ponto de
resistência e realizando uma radiografia e assim determinar sua origem e identificar o dente
afetado durante o procedimento (Setzer & Lee, 2021).

35
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

2.3.5.2.Tomografia computadorizada de feixe cônico


A tomografia computadorizada de feixe cônico (CBCT) é uma modificação do
conceito de tomografia computadorizada, envolvendo a rotação única de uma fonte de raios
X ao redor do dente. As evidências atuais sugerem que a CBCT tem uma sensibilidade
maior do que a radiografia periapical (RP) para a deteção de lesões periapicais. A radiação
da CBCT é maior que a RP, devendo ser considerada quando o diagnóstico da avaliação
clínica e a RP forem inconclusivos (Patel et al., 2019).
Segundo Portelli et al. (2020) a CBCT de baixa dose é estritamente indicada em
casos clínicos onde é necessária uma avaliação tridimensional. A utilização da CBCT de
baixa dose é justificada em casos de lesões endodônticas periapicais quando a anatomia
complexa e variável do distrito periapical pode ocorrer.
2.3.5.3.Radiografia panorâmica
A radiografia panorâmica também é um tipo de imagem 2D, é uma técnica
radiográfica tomográfica de plano curvo que fornece uma imagem através da rotação
simultânea da fonte de raios X e do recetor de imagem ao redor do paciente. Ajuda a
reconhecer pontos de referência anatômicos, patologia na maxila e mandíbula e no seio
maxilar (Antony et al., 2020).
Nardi et al. (2020) efetuaram um estudo observando que tanto a radiografia
panorâmica digital completa como a radiografia de pequena porção revelaram alta
especificidade, baixa sensibilidade e boa precisão diagnóstica na deteção de lesões de
periodontite apical com e sem tratamento endodôntico.
2.3.5.4.Bitewings
As bitewing permitem a visualização das coroas, dos dentes posteriores e da altura
do osso alveolar em relação à junção amelocementária. É o melhor método diagnóstico
disponível para detetar cáries interproximais e avaliar os níveis ósseos alveolares, embora
também permita identificar patologias ou irregularidades formativas (Preeja, 2020).
2.3.6. Novos métodos de diagnóstico
2.3.6.1.Microrrobótica e nanopartículas
Microrobots são máquinas artificiais de locomotivas com um tamanho na escala
micro que são concebidas para executar tarefas específicas através de autopropulsão ou de
um mecanismo de propulsão que é controlado externamente. Dependendo da fonte de
energia, os microrobots podem ser classificados de acionamento químico, de acionamento

36
Desenvolvimento

magnético, de acionamento por luz, de acionamento por ultra-sons ou de acionamento


elétrico (Zhou et al., 2021).
Num estudo realizado pelo Babeer et al. (2022) os microrobots foram concebidos
para tratar e recuperar biofilmes usando nanopartículas de óxido de ferro (NPs) com dupla
função catalítica e magnética. Mostraram duas plataformas, na primeira, as NPs utilizaram
um campo magnético controlado para concentrar as nanopartículas em micro fios agregados
podendo circular dentro do canal dentário até à zona apical e, ao mesmo tempo, podendo
perturbar e recuperar os biofilmes através de uma reação catalítica. Na segunda plataforma,
de helicóides moldados em 3D que visam o terço apical do canal, tornando possível o
transporte de drogas e o seu depósito na região apical, embora tenham sugerido a
necessidade de mais investigação capaz de avaliar a sua reprodutibilidade e fiabilidade.
Também determinaram que, com a inclusão de opacificantes nos helicóides, é possível obter
a posição em tempo real com imagens radiográficas. Desta forma, o uso de microrobots
torna possível o acesso a superfícies de difícil acesso, a remoção do biofilme e também a
sua recuperação para identificar os microrganismos causadores da infeção.
Segundo Zhou et al. (2021) e Babeer et al. (2022), pode concluir-se que atualmente
os grandes avanços na robótica e nanotecnologia estão a facilitar novas formas de
diagnóstico e terapias, embora sejam necessários mais estudos na área da medicina dentária
para que esta possa finalmente ser levada do laboratório para a prática.

2.3.6.2.Termografia infravermelha
A termografia infravermelha (TIR) surgiu em meados do século XX e tem-se
desenvolvido em áreas como as ciências militares, a engenharia e a medicina. É uma técnica
não invasiva, sem contato e indolor que não causa danos colaterais.
A TIR é um método que permite mostrar e registrar, com uma câmara em tempo
real, imagens bidimensionais da temperatura de um corpo. É feito com base na radiação
infravermelha que é emitida e dispensa a luz visível (Becerra López et al., 2022).
As imagens termográficas podem calcular a temperatura da superfície através do
calor que é produzido quando há inflamação, facilitando a avaliação da microcirculação em
numa área específica. A termografia pode ser utilizada para diagnosticar lesões
inflamatórias periapicais, facilitando o diagnóstico precoce (Aboushady et al., 2021).
O uso da TIR pode contribuir para a avaliação da vitalidade pulpar, mas serão
necessários mais estudos para demonstrar a sua especificidade e sensibilidade (Mendes et
al., 2020).

37
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

Figura 6: Scanner de termografia guiado por perfil mostrando: 1.Câmara infravermelha, 2. Ângulos
de ajuste, 3. Mecanismo de tesoura, 4. Caixa de rolamento, 5. Perfil de guiamento, 6. Flange de fixação, 7.
Suportes de guia, 8. Suporte de apoio de queixo, 9. Apoio de queixo, 10. Rolamento superior, 11. Rolamentos
inferiores, 12. Rolamentos laterais (Aboushady et al., 2021).

2.3.6.3.Biomarcadores
Os biomarcadores são componentes funcionais a nível celular ou molecular
importantes para o processo de identificação de patologias e seu diagnóstico. No complexo
dentino-pulpar existem vários biomarcadores em diferentes estágios de desenvolvimento e a
sua ausência deles produz alterações no desenvolvimento (Ali Hassan et al., 2020).
De acordo com Brizuela et al. (2020) a diferenciação entre uma pulpite irreversível
sintomática e uma pulpite reversível foi possível graças à combinação de vários
biomarcadores combinados, como ácido FGF + IL-6 + IL-1α, + TIMP-1. Estas moléculas
podem ser biomarcadores potenciais eficazes para testes diagnósticos.
O fluido dentinário tem potencial para o diagnóstico molecular do estado pulpar e é
um método promissor por não ser invasivo, embora segundo Zanini et al. (2017) a
dificuldade de obter fluido dentinário suficiente torna sua utilidade clínica impraticável.
O teste Elisa, comparado a outros métodos de imunoensaio, parece ser o teste mais
específico e sensível para a avaliação molecular da inflamação pulpar. É evidente que novos
métodos diagnósticos são cada vez mais necessários e o diagnóstico molecular é promissor e
pode ser de grande importância para estabelecer as indicações clínicas adequadas.
2.4.URGÊNCIAS ENDODÔNTICAS
Uma emergência endodôntica ocorre quando um paciente apresenta dor associada à
inflamação da polpa e/ou tecidos perirradiculares ou quando apresenta dor acompanhada ou

38
Desenvolvimento

não de edema causado por uma infeção dos canais radiculares e/ou tecidos perirradiculares.
Para lidar com emergências endodônticas, é necessário seguir os princípios do 3D
(Diagnóstico, tratamento odontológico definitivo e medicamentos). Um bom diagnóstico
deve ser feito direcionando ao médico dentista para o tratamento adequado. A endodontia
nem sempre será necessária, pois alguns casos podem ser resolvidos de forma conservadora
e a administração de medicamentos dependerá do diagnóstico e tratamento. As opções
perante uma emergência endodôntica incluem tratamento conservador da polpa, tratamento
do canal radicular, retratamento do canal radicular e extração (Abbott, 2022).
As emergências endodônticas podem ocorrer antes, durante ou após o tratamento
endodôntico, embora as mais comuns sejam aquelas anteriores ao início do tratamento
endodôntico (González, s.d.).
A pulpite irreversível sintomática e o abcesso apical agudo estão entre as
emergências endodônticas mais frequentes. A periodontite apical sintomática pode progredir
para um abcesso. Nas fases iniciais do abcesso apical agudo, o desbridamento deve ser
realizado para tentativa de drenagem através do canal, mas quando o abcesso apresenta
tumefação submucosa, a drenagem será realizada através de incisão na mucosa. Deve ser
colocado um medicamento antisséptico e a realização do selamento de acesso à cavidade. A
medicação analgésica/anti-inflamatória é indicada (Vilas Navós, 2020).
A maioria das emergências endodônticas (53,13%) deve-se à dor causada pela
pulpite irreversível sintomática. Para tratar a dor de uma pulpite, é necessário o tratamento
imediato de uma pulpectomia, embora em alguns casos não seja possível realizá-la
imediatamente e os corticosteróides sejam indicados para reduzir a dor pré-operatória. Em
muitas ocasiões, a dor pós-operatória aparece após a realização do desbridamento e para o
controle da dor, os AINEs são os fármacos de escolha (Mamani Usecca et al., 2022).
A American Association of Endodontists (AAE, 2019) afirmou que a prescrição de
antibióticos no tratamento de infeções endodônticas deve ser indicada para tratar abcessos
apicais agudos em pacientes imunocompetentes quando a realização do tratamento não é
possível, abcessos apicais agudos em pacientes imunocomprometidos, abcessos apicais
agudos com envolvimento sistêmico, infeções progressivas e infeções persistentes e que as
condições que não requerem antibióticos são a pulpite irreversível sintomática, necrose
pulpar, periodontite apical sintomática, abcessos apicais crônicos e abcessos apicais agudos
em pacientes imunocompetentes quando é possível realizar o tratamento.

39
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

Tabela 3: Indicações para antibióticos adjuvantes (Adaptado de AAE, 2019).

Patologia pulpar e periapical Dados clínicos

Abcesso apical agudo, pacientes Inchaços localizados


imunocompetentes
(Quando a realização do
tratamento não é possível)

Abcesso apical agudo, pacientes Inchaços localizados


imunocomprometidos Paciente com doença sistémica causando função
inmunológica prejudicada

Abcesso apical agudo com Temperatura corporal >100ºF


envolvimento sistêmico Linfadenopatia
Trismo inexplicável
Mal-estar
Infeções progressivas Osteomielite
Celulite ou infeção espalhada
Inicio rápido do inchaço < 24 horas

Infeções persistentes Exsudação crónica, que não é resolvida por


procedimentos e medicamentos intracanais
regulares

Tabela 4: Condições que não requerem antibióticos adjuvantes (Adaptado de AAE, 2019).

Patologia pulpar e periapical Dados clínicos

Pulpite irreversível sintomática Dor sem sinais e síntomas de infeção

Necrose pulpar Dentes sem vitalidade


Radiolucência radiográfica
Periodontite apical sintomática Dor sem sinais e síntomas de infeção
Dor ao teste de percussão e mordida

40
Desenvolvimento

Abcesso apical crônico Presença de trato sinusal

Abcesso apical agudo, pacientes Inchaços localizados


imunocompetentes
(Quando é possível realizar o
tratamento)

41
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

42
Conclusão

III. CONCLUSÃO
Com base na revisão efetuada, é possível concluir que muitos dos tratamentos, sejam
de rotina ou de emergência, se devem à sintomatologia dolorosa apresentada pelo paciente à
chegada ao consultório e uma grande parte deles é devida a lesões pulpares e/ou periapicais.
Com base nesta revisão, é possível afirmar que a principal causa das patologias da
polpa, que causarão a sua inflamação, deve-se aos microrganismos que provocam cáries
dentárias, que invadem a polpa e que, se não forem tratados, podem posteriormente afetar os
tecidos periapicais, causando infeções do canal radicular.
É importante que o medico dentista saiba distinguir as diferentes patologias pulpares
e periapicais e a sintomatologia que cada uma delas apresenta. Assim, para que possa fazer
um diagnóstico correto, devem seguir uma ordem lógica e consistente de forma a chegar a
um diagnóstico correto. Deve ser realizado um completo historial médico e dentário,
analisando a razão pela qual o paciente veio à consulta, exames extra e intra-orais, avaliar a
existência de assimetrias faciais, de lesões mucosas, de fístulas e/ou edemas, examinar os
tecidos duros e moles e o estado de higiene oral do paciente. Posteriormente, são efetuados
testes periradiculares, incluindo testes de percussão, de palpação, de mordida e de
mobilidade dentária, se a resposta for dolorosa conclui-se pela existência de inflamação
periapical.
O gold standard para avaliar o estado da polpa seria a realização de um exame
histopatológico, mas não é recomendado devido à sua invasividade. Os testes de
sensibilidade, incluindo os testes térmicos, o teste da cavidade e o teste elétrico, avaliam o
estado neural da polpa e os resultados apenas indicam a probabilidade de a polpa ser ou não
vital, com a possibilidade de ter respostas falsas positivas e falsas negativas. Os testes de
vitalidade, incluindo a fluxometria laser doppler e a oximetria de pulso, fornecem
informações sobre o fluxo sanguíneo. No entanto, estes testes baseiam-se na resposta
subjetiva do paciente e a dor pode ser variável entre pacientes, embora se estes testes forem
utilizados corretamente, os resultados podem fornecer ao médico dentista importantes
informações para chegar a um correto diagnóstico.
Os exames radiográficos são também utilizados na obtenção de um diagnóstico
correto. A radiografia periapical é a técnica radiográfica mais comummente utilizada na
endodontia. Por outro lado, verificou-se que a tomografia computorizada de feixe cónico
tem uma maior radiação do que a radiografia periapical, logo, só é indicada nos casos em

43
Diagnóstico clínico de patologias pulpares e periapicais: revisão bibliográfica

que é necessária uma avaliação tridimensional e nos casos em que a radiografia periapical
não foi conclusiva. As radiografias panorâmicas também podem ser úteis para avaliar lesões
periapicais e o bitewing também pode ser usado para avaliar patologias ou irregularidades
formativas.
Existem novos métodos de diagnóstico, incluindo a termografia infravermelha que
embora possa contribuir para a avaliação da vitalidade da polpa necessita de mais estudos
para demonstrar a sua especificidade e sensibilidade.
Os biomarcadores são um método de diagnóstico promissor e podem ser importantes
para estabelecer indicações clínicas apropriadas, embora sejam necessários mais estudos.
A microrobótica e as nanopartículas estão a facilitar novas formas de diagnóstico na
área da medicina dentária, embora também sejam necessários mais estudos antes de
poderem ser postas em prática.
Finalmente pode concluir-se que o diagnóstico clínico para determinar patologias
pulpares e periapicais é importante, bem como correlacionar a sintomatologia de cada uma
delas. Embora os testes pulpares e os testes periapicais sejam testes subjetivos, fornecem
uma grande quantidade de informação e juntamente com os exames radiográficos podem
levar o médico dentista a um diagnóstico correto. Os novos métodos de diagnóstico são
promissores, mas como referido, a escassez de estudos condicionam a sua utilização na área
da medicina dentária.

44
Bibliografia

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