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RELATÓRIO DE ATIVIDADE CLÍNICA

Dissertação apresentada à Universidade Católica Portuguesa

para obtenção do Grau de Mestre em Medicina Dentária

Por:

Ana Catarina Oliveira Martins

Viseu, 2017
RELATÓRIO DE ATIVIDADE CLÍNICA

Dissertação apresentada à Universidade Católica Portuguesa

para obtenção do Grau de Mestre em Medicina Dentária

Por:

Ana Catarina Oliveira Martins

Orientador:
Professor Doutor Nélio Veiga

Viseu, 2017
Agradecimentos

Quero agradecer ao Professor Doutor Nélio Veiga pela orientação e


coordenação.

Aos meus pais por sempre me apoiarem em tudo durante este percurso
académico.

A todos os professores da Universidade Católica Portuguesa (Viseu) e da


“Universitat de Barcelona” pelos conhecimentos transmitidos.

Ao meu irmão por todo o carinho.

Aos amigos que fiz em Viseu e em Barcelona pela amizade.

Aos funcionários pela sua disponibilidade.

V
VI
Resumo

Este relatório apresenta a atividade clínica experienciada no 5º ano do Mestrado


Integrado de Medicina Dentária no “Hospital Odontológic” da “Universitat de
Barcelona”.

Para a elaboração deste relatório foi feita uma recolha de dados, exposição e
discussão de atos clínicos realizados ao longo do ano letivo.

Os dados recolhidos e a esquematização dos trabalhos desenvolvidos


basearam-se em atos clínicos realizados em “Odontologia Integrada” que
engloba: Medicina Oral, Prótese Removível, Endodontia, Ortodontia,
Periodontologia, Dentisteria Operatória, Prótese Fixa, Odontopediatria, Cirurgia
oral e Oclusão, onde foi possível consolidar conhecimentos teóricos e adquirir
competências práticas.

Palavras-chave: clínica universitária, atividade clínica, casos clínicos, medicina


dentária,

VII
VIII
Abstract
This report presents the clinical activity experienced in 5th grade of the Integrated
Master’s degree in Dentistry on the “Hospital Odontológic” of “Universitat de
Barcelona”.

To prepare this report, were performed data collection, exposure and discussion
of clinical acts during the year.

The collected data and the outline of developed work were based on clinical acts
performed in Integrated Dentistry wich includes Oral Medine, Removable
Prosthodontics, Fixed Prosthodontics, Endodontics, Orthodontics,
Periodontology, Operative dentistry, Pediatric Dentistry, Oral Surgery and
Occlusion, where it was possible to consolidate knowledge and acquire practical
skills.

Keywords: Clinical Activity, University Clinic, Clinical Cases, Dentistry

IX
X
Índice

1. Introdução ..................................................................................................... 3

2. Atividade Clínica .......................................................................................... 9


2.1 Dados Gerais dos atos clínicos ............................................................. 9
2.2 Atividades desenvolvidas em cada área disciplinar.......................... 15
2.2.1 Medicina Oral ...................................................................................................... 15
2.2.2 Prostodontia Removivel ................................................................................... 16
2.2.3 Prostodontia Fixa ............................................................................................... 16
2.2.4 Oclusão ................................................................................................................. 16
2.2.5 Endodontia ........................................................................................................... 17
2.2.6 Periodontologia ................................................................................................... 17
2.2.7 Dentisteria Operatória....................................................................................... 17
2.2.8 Cirurgia Oral ........................................................................................................ 18
2.2.9 Odontopediatria .................................................................................................. 18
2.2.10 Ortodontia .......................................................................................................... 19

3. Casos Clínicos Diferenciados ................................................................... 23


3.1 Caso clínico 1: Restauração de uma classe II a compósito com
AutoMatrix® ................................................................................................. 23
3.1.1 Introdução............................................................................................................. 23
3.1.2 Caso clínico ......................................................................................................... 24
3.1.3 Discussão e conclusão ..................................................................................... 29
3.2 Caso Clínico 2: Tratamento Endodôntico Radical do dente 3.6 ....... 30
3.2.1 Introdução............................................................................................................. 30
3.2.2 Caso clínico ......................................................................................................... 31
3.2.3 Discussão e conclusão ..................................................................................... 35
3.3 Caso Clínico 3: Ferulização de Incisivos Superiores devido a
traumatismo ................................................................................................ 36
3.3.1 Introdução............................................................................................................. 36
3.3.2 Caso clínico ......................................................................................................... 37
3.3.3 Discussão e conclusão ..................................................................................... 42

XI
XII
4. Atividade Científica .................................................................................... 47
4.1 Póster cientifico “Manejo de Molares Decíduos Anquilosados en
Ortodoncia” ................................................................................................. 47

5. Bibliografia.................................................................................................. 51

6. Anexos ........................................................................................................ 61
6.1 Anexo 1: Publicação Científica: Póster .............................................. 63
6.2 Anexo 2: Consentimento e aceitação do tratamento......................... 67
6.3 Anexo 3: Consentimento para uma intervenção cirúrgica ................ 69
6.4 Anexo 4: Recomendações prévias à intervenção cirúrgica .............. 73
6.5 Anexo 5: Periodontograma (Gesden) ............................................... 75

XIII
XIV
Índice de Quadros

Gráfico 1 - Percentagem dos pacientes por género........................................... 9


Gráfico 2 - Idade dos pacientes........................................................................ 10
Gráfico 3 – Quantificação do trabalho realizado como operador e assistente .....
.......................................................................................................................... 11
Gráfico 4 – Distribuição de indivíduos pela classificação ASA......................... 12
Gráfico 5 – Distribuição das patologias sistémicas........................................... 12
Gráfico 6 – Distribuição das patologias orais.................................................... 13
Gráfico 7 – Escovagem dentária (%)................................................................ 14
Gráfico 8 – Hábitos tabágicos (%).................................................................... 14

XV
XVI
Índice de Figuras

Fig. 1 – Ortopantomografia .............................................................................. 24


Fig. 2 – Radiografia periapical do dente 1.6 (cavidade classe II) .................... 24
Fig. 3 – Isolamento absoluto ............................................................................ 28
Fig. 4 – Condicionamento ácido ...................................................................... 28
Fig. 5 – Lavagem com água ............................................................................ 28
Fig. 6 – Aplicação do adesivo .......................................................................... 28
Fig. 7 - AutoMatrix + cunha interproximal ..................................................... 28
Fig. 8 – Aplicação do compósito ...................................................................... 28
Fig. 9 – Restauração final (com dique) ............................................................ 28
Fig. 10 – Restauração final (sem dique) .......................................................... 28
Fig. 11 – Radiografia final ................................................................................ 31
Fig. 12 – Ortopantomografia ............................................................................ 31
Fig. 13 – Radiografia periapical do dente 3.6 com restauração provisória ...... 31
Fig. 14 – Dente 3.6 (restauração provisória) ................................................... 34
Fig. 15 – Cavidade de acesso ......................................................................... 34
Fig. 16 – Reciproc ODMt ................................................................................. 35
Fig. 17 – Radiografia confirmação da OMDt .................................................... 35
Fig. 18 – Irrigação canalar ............................................................................... 35
Fig. 19 – Instrumentação canalar .................................................................... 35
Fig. 20 – Radiografia Conometria .................................................................... 35
Fig. 21 – Radiografia final ................................................................................ 35
Fig. 22 – Ortopantomografia ............................................................................ 38
Fig. 23 – Radiografia periapical dos incisivos superiores ................................ 38
Fig. 24 – Fotografia frontal ............................................................................... 41
Fig. 25 – Fotografia frontal ............................................................................... 41
Fig. 26 – Fotografia oclusal .............................................................................. 42
Fig. 27 – Confeção da férula ............................................................................ 42
Fig. 28 – Fotografia oclusal com a férula ......................................................... 42

XVII
XVIII
Lista de Siglas

OMD – Ordem dos Médicos Dentistas


ICDAS – “International Caries Detection and Assessment System”
ATM – Articulação Temporomandibular
DTM – Disfunção Temporomandibular
BOP – Hemorragia à Sondagem
RAR – Raspagem e Alisamento Radicular
OMDt – Odontometria de trabalho

XIX
XX
Introdução

1
2
1. Introdução

A Medicina Dentária é o ramo da saúde que previne, diagnostica e trata os


problemas da cavidada oral, a qual engloba os dentes, as gengivas as mucosas,
e as estruturas adjacentes como a musculatura e ligamentos faciais. Ajuda na
prevenção de dor, infeções, cancro, estética, periodontite, cáries, ou seja, ajuda
na conservação da saúde oral que é um fator determinante para a saúde global
e bem-estar. (1)
O profissional de saúde que é formado em Medicina Dentária designa-se
por médico dentista. É aconselhável que a população visite regularmente o seu
médico dentista para prevenir e detetar precocemente algumas complicações.
Também é importante haver uma boa higiene oral com uma adequada
escovagem, e o uso de dentífricos fluoretados e fio dentário, assim como uma
boa alimentação e estilo de vida saudável. (2)
O Mestrado Integrado em Medicina Dentária existe na Universidade
Católica Portuguesa de Viseu, juntamente com a Clínica Dentária Universitária
desde 2002.
Em Portugal a entidade reguladora da atividade em Medicina Dentária é a
Ordem dos Médicos Dentistas (OMD).
O tratamento na medicina dentária é um trabalho multidisciplinar e
complementar. (3) Portanto podem ser consideradas as seguintes áreas:

A Medicina Oral é a área da medicina dentária que estuda, pesquisa,


diagnostica e trata de forma não cirúrgica as complicações da região orofacial,
tais como disfunção nas glândulas salivares, manifestações orais devido a
doenças sistémicas, como o Vírus da Imunodeficiência Humana. (4) (5)

A Cirurgia Oral diagnostica e trata de forma cirúrgica as lesões, alterações


e patologias orais, como exodontias, cirurgia de tumores ou quistos, cirurgia
endodontica, cirurgia periodontal, colocação de implantes, traumas, cirurgia pré-
protética, enxertos ósseos. (6)

3
A Periodontologia previne, diagnostica e trata as doenças e complicações
das estruturas de suporte do dente. Segundo a American Academy of
Periodontology (AAP), a Periodontologia dedica-se ao tratamento da doença
periodontal, procedimentos periodontais estéticos e colocação de implantes. A
atual classificação das doenças periodontais foi introduzida em 1999 pela AAP.
(7) Conforme essa classificação, existe a Gengivite induzida por placa e a
Gengivite não induzida por placa. (8) A Periodontite é dividida em 3 categorias
de acordo com as suas características clínicas, radiográficas e históricas:
Periodontite Crónica, Periodontite Agressiva e Periodontite associada a doenças
sistémicas. (9)

A Odontopediatria é a área que cuida da saúde oral dos bebés, crianças


até à adolescência. Também se encarrega de detetar possíveis anomalias
ortodônticas, aplicação de selantes de fossas e fissuras, tratar traumatismos
orais, endodontias que podem ser pulpotomias, quando se remove apenas uma
parte da polpa, ou pulpetomias que é a remoção completa da polpa dentária.
Segundo a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) a primeira consulta dentária
deve ser realizada quando erupciona o primeiro dente decíduo ou até completar
o primeiro aniversário. Também é importante saber que os traumatismos orais
nas crianças são frequentes e devem ser aplicadas as Guidlines da International
Association of Dental Traumatology (IADT). (10) (11)

A Ortodontia previne e trata as alterações dento-faciais. Corrige a posição


inadequada dos dentes e maxilares. A ortodontia pode ser preventiva,
prevenindo problemas na dentição decídua e mista, na fase de desenvolvimento.
A ortodontia intercetiva impede que algum problema ortodontico não se agrave,
intercetando-o com aparelhos removíveis ou fixos. A ortodontia corretiva é
realizada em dentição definitiva, trata um problema que já está instalado. Para
se realizarem estes tratamentos ortodônticos são necessários os conceitos de
oclusão. (12)

A Endodontia é o ramo da Medicina Dentária que estuda e trata os


problemas da polpa e dos tecidos perirradiculares, ou seja, é responsável pela
polpa e pelos canais radicares e tecidos periapicais. Um tratamento endodôntico
4
é a remoção da polpa do dente e esta pode estar vital, inflamada, infetada ou
necrosada, e posterior preenchimento com um material biocompatível. O
isolamento absoluto é indispensável para evitar que o paciente aspire os
materiais dentários e por questões de assepsia. A endodontia pode ser
considerada como uma componente da medicina dentária conservadora. (13)

A Dentisteria Operatória é a área da medicina dentária que trata lesões de


cárie, alterações de cor ou forma ou fraturas, melhorando a harmonia do sorriso.
(14) Este tratamento é conservador e restaurador direto, e pode ser com resinas
compostas, amalgama, ionómero de vidro, entre outros. As lesões de carie
resultam da desmineralização nos tecidos dentários, esmalte, dentina e
cemento, causada pelo biofilme bacteriano que fermenta os hidratos de carbono
em ácido láctico. O diagnóstico de cáries é feito através do International Caries
Detection and Assessment System (ICDAS) este sistema consiste em
determinar se o dente é sano, selado, restaurado ou ausente. (15) E em seguida,
classifica-se o estado da cárie. (16) Na Dentisteria Operatória também se fazem
branqueamentos dentários, melhorando assim a estética.

A Oclusão estuda as relações de mordida entre a maxila e a mandíbula e


as implicações nos dentes, gengivas, ossos, musculos, ligamentos e articulação
temporomandibular. Segundo a American Academy of Oral Pain a disfunção
temporomandibular (DTM) é um desequilíbrio funcional da articulação
temporomandibular, ligamentos, músculos da mastigação e dentes e estruturas
anexas. Os registos de oclusão são dependentes da musculatura, pois esta está
unida ao sistema esquelético. (17)

A Prostodontia dedica-se ao diagnóstico, planeamento, reabilitação e


manutenção da função oral, restaurando a mastigação, fonética e estética
através da substituição de dentes e tecidos associados. Estas soluções podem
ser com elementos fixos, sendo a área da Prostodontia Fixa a responsável, ou
pode ser com elementos removíveis, que podem ser colocadas e removidos
quando se pretende, e neste caso a responsável é a Prostodontia Removível.
(18)

5
Este relatório tem como objetivo descrever, analisar, refletir e criticar a
atividade clínica do autor durante o 5º ano do Mestrado Integrado de Medicina
Dentária na clínica dentária do “Hospital Odontològic” da “Universitat de
Barcelona” na área de “Odontologia Integrada” que engloba todas as áreas
clínicas do 5º ano da Universidade Católica Portuguesa. A atividade clínica em
Barcelona resultou do programa Erasmus+ através da Universidade Católica
Portuguesa de Viseu, onde foi possível consolidar os conhecimentos adquiridos
em ambas as Universidades. A recolha de dados foi realizada desde Setembro
de 2016 a Maio de 2017. O software de gestão dentária utilizado nas consultas
foi o Gesden e o software de imagem digital foi o Planmeca Romexis, a
máquina fotográfica foi uma Canon 760D com a lente Canon 18-135mm e flash
anelar.
Foram selecionados alguns casos clínicos diferenciados que serão descritos
posteriormente neste relatório.

6
Atividade Clínica

7
8
2. Atividade Clínica

2.1 Dados Gerais dos atos clínicos

Durante o período de atividade clínica no “Hospital Odontológic” da “Universitat


de Barcelona”, referido anteriormente, foi contabilizado como operadora um total
de 42 pacientes, dos quais 29 eram do sexo feminino (69 %) e 13 do sexo
masculino (31%), como se pode verificar no gráfico 1.

Gráfico 1 - Percentagem dos pacientes por género

Feminino Masculino

As idades estavam compreendidas entre os 2 e os 83 anos, e a maioria dos


pacientes tinha entre 40 e 69 anos, e em contraste uma minoria encontrava-se
na faixa etária dos 0-9 anos. Não houve pacientes na faixa etária com mais de
90 anos. (gráfico 2)

9
Gráfico 2 - Idade dos pacientes

10

0
0-9 .10-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80-89 > 90

Nº pacientes

Durante este período o autor realizou atividade clínica como operador e como
assistente. Sendo o número de atos clínicos como operador e como assistente
semelhantes. Como operadora foram contabilizados 42 pacientes e um total de
105 atos clínicos, como assistente contabilizou-se 103 atos clínicos. (Gráfico 3)

10
Gráfico 3 - Quantificação do trabalho realizado como operadora e assistente

Operador Assistente

Foi avaliado o nível de risco em todos os pacientes, de acordo com a


classificação de estado físico da American Society of Anesthesiology (ASA).
Segundo esta classificação, a ASA I indica que o paciente é saudável e não faz
toma diária de algum fármaco.
Na ASA II, o paciente possui doença/condição sistémica leve e não limita a sua
atividade, por exemplo, fumadores, bebedores de sociais de álcool, gravidez,
obesidade >30 IMC < 40, diabetes mellitus (DM) controlada, hipertensão
arterial controlada, doença pulmonar leve.
Na ASA III os pacientes têm doenças sistémicas moderadas/ graves que limitam
a sua atividade, mas não é incapacitante. Estão incluídos DM mal controlada,
hipertensão arterial mal controlada, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC),
obesidade mórbida IMC > 40, hepatite ativa, consumo excessivo de álcool ou
dependência, insuficiência renal crónica com diálise regular, acidente vascular
cerebral (AVC), história distante de infarto agudo do miocárdio, marcapasso
cardíaco.
A ASA IV traduz-se em paciente que possui doença sistémica grave
incapacitante e com ameaça constante à sua vida, ou seja, com episódios
recentes (< 3 meses) de infarto agudo do miocárdio (IAM), stents coronários,
AVC. Também são ASA IV os pacientes com isquémia miocárdica atual,
coagulação intravascular disseminada, insuficiência respiratória aguda ou
doença renal terminal.
11
A ASA V identifica o paciente moribundo sem esperança de sobrevivência sem
a cirurgia, como é o caso do sangramento intracraniano, insuficiência de
múltiplos órgãos. (19)
E, por fim, na ASA VI o paciente é diagnosticado com morte cerebral, e os seus
órgãos podem ser doados. (20)

Observou-se que o maior número de pacientes se encontra na ASA I, seguida


pela ASA II, depois a ASA III e por fim a ASA IV. (gráfico IV)

Gráfico 4 – Distribuição de indivíduos pela classificação ASA

25

20

15

10

0
ASA I ASA II ASA III ASA IV ASA V

Nº Pacientes

Relativamente às doenças sistémicas, 23 pacientes eram saudáveis. As


patologias mais verificadas foram diabetes mellitus, arritmias, alergias,
hipertensão arterial e hipercolesterolemia. Também houve casos hepatatite C,
depressão, rinite alérgica, lúpus, hipotiroidismo, anemia, asma, entre outros.
Houve um caso de um paciente com demência do lobo frontal, com episódio
recente de AVC (ASA IV). (gráfico 5)

12
Gráfico 5- Distribuição das patologias sistémicas

Depressão

Hepatite

Anemia

hipotiroidismo

Hipercolesterolemia

Hipertensão Arterial

Lupus

Alergias

Pele atópica

Arritmias

Diabetes Mellitus

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Nº pacientes

Relativamente às patologias orais, verificou-se que as que apresentavam um


valor mais elevado eram as lesões de cárie, doença periodontal e edentulismo.
(gráfico 6)

Gráfico 6 - Distribuição das patologias orais.


30

25

20

15

10

0
Cárie Periodontite Edentulismo

Nº Pacientes

Quanto aos hábitos higiénicos, 67% dos pacientes escova os dentes pelos
menos duas vezes por dia, 27% escova apenas uma vez ao dia e 6% admite que
não escova os dentes todos os dias (gráfico 6). Também se verificou que penas
11% usa fio dentário e 22% faz uso de colutórios.

13
Gráfico 7 – Escovagem dentária (%)

≥ 2x/ dia 1x/ dia ≤ 1x/ dia

Avaliando os hábitos tabágicos 59% eram fumadores, 38% não fumadores e 3%


eram ex-fumadores.

Gráfico 8 – Hábitos tabágicos (%)

Fumador Não fumador Ex-fumador

14
2.2 Atividades desenvolvidas em cada área disciplinar

Da atividade clínica realizada, diferenciam-se o número de pacientes por áreas,


sendo Dentisteria Operatória a área que obtém a maior percentagem. Isto pode
dever-se à elevada percentagem de cárie. Por outro lado, as áreas com menos
pacientes foram Odontopediatria e Prótese fixa. Estes valores reduzidos em
Odontopediatria podem dever-se ao facto de existir uma pós-graduação na
mesma clínica universitária e os pais desses pacientes optarem por esse serviço
mais especializado. Já o baixo número de pacientes em prótese fixa pode ser
por questões económicas, visto que esses tratamentos podem ser relativamente
caros.

2.2.1 Medicina Oral

A Disciplina de Medicina Oral pode ser a primeira consulta do paciente, tendo o


nome de “primeiras visitas”, ou consulta de controlo no âmbito da medicina oral.
É preenchida a história clínica, onde é descrito o motivo de consulta. É
extremamente importante conhecermos as patologias sistémicas e orais,
antecedentes familiares, cirurgias, bem com a medicação que o paciente toma,
hábitos (tabaco, álcool, drogas), higiene oral. Antes do exame intra-oral, o
paciente assina o consentimento e aceitação do tratamento (anexo 2).
É feito um exame intra e extra-oral, com o auxilio da ortopantomografia e
radiografias periapicais e/ou bitewing, e preenchimento do odontograma e
periodontograma (anexo 5).
Posteriormente é feito o diagnóstico e um plano de tratamento multidisciplinar
englobando as várias áreas da Medicina Dentária. O plano de tratamento por
vezes pode variar conforme a idade do paciente, questões económicas e o
próprio interesse do paciente. É importante pesquisar possíveis lesões ou
patologias da cavidade oral, região maxilo-facial e região cervico-facial bem
como fazer um adequado plano de tratamento.

15
2.2.2 Prostodontia Removivel

Nesta área disciplinar é feita a reabilitação total ou parcial removível em


pacientes edentulos totais ou parciais, onde é devolvida a função e a estética ao
paciente.
No caso de prótese parcial, é importante uma adequada seleção dos dentes
pilares, e correta escolha da cor da mucosa gengival e dos dentes. São feitas
impressões e posteriormente modelos em gesso, e é através destes modelos
que trabalhamos em laboratório. Para a reabilitação oclusal é necessária a
montagem dos modelos de gesso em articulador.
Como operadora realizei reabilitações orais com próteses removíveis, adição de
ganchos devido a fratura, adição de peças dentárias à prótese, consultas de
controlo e rebases.

2.2.3 Prostodontia Fixa

Nesta área é feita reabilitação fixa através de coroas unitárias, pontes,


incrustações ou faceta, ou seja, é feita reconstrução de dentes extensamente
destruídos ou espaços edentulos. São feitos preparos dentários onde depois vai
ser colocada a prótese fixa.
Como operadora realizei controlos, preparos dentários, coroas unitárias, coroa
provisória de acrílico, ponte provisório de acrílico.

2.2.4 Oclusão

Na disciplina de Oclusão é feita uma avaliação da articulação


temporomandibular, músculos da mastigação e estruturas anatómicas
adjacentes, para pesquisar possíveis desordens ou patologias, como a
desordem temporomandibular, dor orofacial. Também pode ser feita montagem
em articulador semi-ajustável, que mimetiza a articulação temporomandibular.
Depois disto é feito o plano de tratamento

16
2.2.5 Endodontia

Na disciplina de endodontia são feitos tratamentos endodônticos radicais e


controlos. O tratamento endodôntico é feito sob anestesia local e é feito
isolamento absoluto, com dique de borracha para a obtenção de assepsia e
desinfeção, mas também para impedir a deglutição de objetos. Posteriormente
é realizada a abertura camaral, de acordo com a anatomia de cada dente, o
cataterismo canalar, a instrumentação canalar (mecanizada ou manual),
juntamente com a irrigação e por ultimo a obturação canalar.
Como operadora realizei endodontia em incisivos, pré-molares e molares com
instrumentação manual e mecanizada.

2.2.6 Periodontologia

Para chegarmos a um diagnóstico na disciplina de Periodontologia é feita a


medição das bolsas periodontais, lesões de furca e recessões gengivais com
uma sonda periodontal. Também é avaliada a mobilidade dentária, índice de
placa, BOP e é preenchido o Periodontograma com todos esses dados. É
necessária a Ortopantomografia, como meio auxiliar de diagnóstico, e é feito
status radiográfico, se necessário. Quando sabemos o diagnóstico, efetuamos o
plano de tratamento mais adequado para o paciente.

Como operadora fiz raspagem e alisamento radicular (RAR) em três pacientes e


destartarização com ultra-som em 9 pacientes. Também foram feitos controlos.
Houve casos de gengivite leve, periodontite crónica leve generalizada,
periodontite avançada generalizada e periodontite crónica moderada
generalizada.

2.2.7 Dentisteria Operatória


Na Dentisteria Operatória devemos ter uma abordagem preventiva, mas também
restauradora relativamente às lesões de cárie, lesões traumáticas, abrasão,
17
abfração, erosão, atrição e questões estéticas.
É feita radiografia periapical ou bitewing que permite uma imagem com maior
detalhe. Também é avaliado o estado pulpar, com testes térmicos e percussão
vertical e horizontal.

Realizei um total de 27 restaurações diretas classe I, II, III, V e IV e duas


reconstruções com espigão.

2.2.8 Cirurgia Oral


Nesta disciplina o plano de tratamento passa pela cirurgia dento-alveolar. É
extremamente importante a questão da assepsia bem como os conhecimentos
teóricos sobre a anatomia, fisiologia, terapêutica e cirurgia oral. O paciente
assina o consentimento para uma intervenção cirúrgica (anexo 3) e outro
consentimento com recomendações prévias à intervenção cirúrgica (anexo 4).

Como operadora realizei oito atos cirúrgicos, dos quais dois eram exodontias
múltiplas de incisivos, duas exodontias de restos radiculares, três pré-molares e
duas de molares.

É importante referir que foi realizada uma exodontia num paciente com demência
do lobo frontal. Esta cirurgia foi realizada com o conhecimento do médico de
família do paciente.

Assisti a exodontias de terceiros molares.

2.2.9 Odontopediatria

Na Odontopediatria é feita a história clínica, diagnóstico, prevenção e tratamento


nos bebé, crianças e adolescentes.
Por norma a ortopantomografia é feita a partir dos 6 anos.
Foram realizados 4 atos clínicos como operadora e 2 como assistente.

18
2.2.10 Ortodontia

Nesta disciplina é feito o diagnóstico e plano de tratamento preventivo e


intercetivo em crianças. Os diagnósticos são feitos com os meios auxiliares como
a fotografia, ortopantomografia, telerradiografia lateral, onde fazemos a análise
de Ricketts. Estão relacionados problemas funcionais, como respiração oral e
hábitos do paciente. Em laboratório são feitos aparelho removíveis.

19
20
Casos Clínicos Diferenciados

21
22
3. Casos Clínicos Diferenciados

3.1 Caso clínico 1: Restauração de uma classe II a


compósito com AutoMatrix®

3.1.1 Introdução

A cárie é a principal causa de perda da estrutura dentária, causando destruição


localizada dos tecidos dentários mineralizados devido ao ácido produzido pelas
bactérias. (21)
As destruições coronárias devido à cárie podem originar alterações oclusais,
funcionais e estéticas. (22)

Quando a destruição afeta o ponto de contacto interproximal, é importante


estabelece-lo novamente, pois a sua inexistência pode causar um desiquilíbrio
dos dentes na arcada, problemas oclusais, mesializações dos dentes,
impactação alimentar e doença periodontal. (23) (24)
Um bom ponto de contacto deve mimetizar a estrutura dentária, permitindo um
contacto fisiológico, anatómico e funcional entre dois dentes. (25) Por norma
situa-se na zona do equador dentário.

Não existe um material ideal, que preencha todos os requisitos para restabelecer
a perda dentária. Porém, podem ser utilizados vários materiais e técnicas tais
como o amálgama, resinas compostas, inlay e onlay de porcelana, restaurações
metálicas fundidas e metalocerâmicas.

23
3.1.2 Caso clínico

Descrição do paciente
Mulher com 67 anos, tem uma cavidade classe II (distal) no dente 1.6 que está
vital, após remoção de lesão de cárie.
Alérgica às pirazolonas, não faz toma de medicamentos, não refere
antecedentes médicos nem cirúrgicos.
Tem ausente os dentes 2.6, 3.6, 3.7, 4.6, 4.7, endodontia do dente 2.2,
restauração nos dentes 3.5 e 14. Escova os dentes duas vezes por dia e não
faz uso de colutório nem fio dentário. Cálculos infra-gengivais.
Tem Periodontite Crónica Moderada generalizada.

Fig.1 – Ortopantomografia

Fig.2 – Radiografia periapical do dente 1.6. (cavidade classe II)


24
Métodos de tratamento existentes

As opções de tratamento para restaurar o dente e estabelecer o ponto de


contacto interproximal seriam a restauração a compósito, restauração a cimento
de ionómero de vidro ou prótese fixa. A restauração a amalgama não seria
possível, pois a clínica universitária não possui esse material.

O ionómero de vidro tem a propriedade de libertar flúor no tecido dentário,


mantendo o dente protegido de recidiva de cárie. Também é biocompatível,
apresenta uma elevada adesão química ao esmalte e tem um coeficiente de
expansão térmica linear semelhante ao dente, o que também contribui na
inibição de cárie recorrente. (26) Esta técnica pode ser feita apenas numa
consulta e tem um baixo custo. É feito o isolamento, relativo ou absoluto, para
proteger dos fluidos orais, de seguida é aplicado o ionómero de vidro. (27)
No entanto, a sua aplicação é limitada devido à baixa resistência mecânica. (28)

A resina composta devolve a forma e função semelhante à estrutura dentária e


é conservadora. Também pode ser feita apenas numa única sessão, é
relativamente económico e tem uma boa relação custo/beneficio.
É uma boa alternativa para devolver a estética e a função às destruições
dentárias, pois reduz o tempo na consulta. (29)
Nas restaurações diretas classe II é necessário utilizar matriz interproximal e
cunha, pois facilita a inserção e condensação do material e impede excesso de
material restaurador no espaço interproximal. (30)

Quanto à prótese fixa, poderia ser utilizada uma incrustação. Esta permite uma
maior definição anatómica, fornece resistência ao dente e minimiza a
microinfiltração. (31) A incrustação é feita num laboratório de prótese e pode
ser metálica ou cerâmica. São necessárias várias consultas para a reabilitação
com prótese fixa.
Para a confeção da incrustação é necessário ser feito o preparo do dente e um
provisório. Na consulta seguinte é feita a moldagem, ou seja, é a transferência
da situação clínica para o laboratório de prótese dentária. Posteriormente é feita
a prova e possíveis ajuste. Por fim, faz-se a cimentação.
25
Tratamento utilizado, resultados do tratamento e follow-up

O método de tratamento utilizado foi a restauração direta a compósito. Pois tem


um custo relativamente baixo e a paciente não tem grandes possibilidades
económicas. A paciente também não estava disposta a ter várias sessões para
reabilitar o dente, queria uma solução rápida.
Tendo em conta que o dente não tem antagonista, não vai sofrer carga oclusal,
por isso o compósito é uma boa opção neste caso para restaurar o dente e
estabelecer o ponto de contacto. Este tratamento permite preservar a estrutura
dentária, ou seja, não são necessários preparos dentários, nem cavidades
retentivas.

Para conseguirmos obter o ponto de contacto nas restaurações diretas classe II


devemos ter em atenção o contorno da superfície proximal e o espaço fisiológico
interproximal. (25)

Neste caso a matriz interproximal escolhida foi a Automatrix®, pois tem uma
espessura fina e boa adaptação marginal e a sua colocação é relativamente fácil
e rápida, e é comoda para o paciente.

Material utilizado:

• Kit de observação (2 espelhos intraorais, sonda exploradora, sonda


periodontal e pinça universitária)

• Seringa ar/água

• Aspirador de saliva

• Dique de borracha

• Clamp de molares

• Turbina e contra-ângulo

• Broqueiro de dentisteria operatória

26
• AutoMatrix® e cunhas

• Compósito (cor A3), ácido fosfórico 35%, adesivo

• Arco de Young

• Porta Clamps

Procedimento:

1- Radiografia periapical do dente 1.6 (fig.2).


2- Isolamento absoluto com dique de borracha e clamp de molares, para
impedir a contaminação bacteriana (fig.3).
3- Limpeza da cavidade com bola de algodão com clorhexidina.
4- Foi feito o condicionamento ácido durante 15 segundos no esmalte + 15
segundos em toda a cavidade, com ácido fosfórico 35% (fig.4), formando
poros no esmalte e aumentando a adesão do material restaurador.
5- O ácido foi aspirado e o dente foi lavado abundantemente com água
durante 30 segundos e secou-se com bolas de algodão estéreis. (fig.5).
6- Em seguida, aplicou-se uma camada de adesivo, que permitirá a adesão
do compósito ao dente (fig.6).
7- Fotopolimerização do adesivo durante 20 segundos.
8- Colou-se a matriz e a cunha, que permitirão restabelecer o ponto de
contacto interproximal (fig.7).
9- Foram introduzidos vários incrementos de 2 mm de compósito (cor A3) na
cavidade, juntamente com condensação e fotopolimerização durante 20
segundos (fig.8).
10- Depois de restaurada toda a cavidade, removeu-se o isolamento absoluto,
o clamp, a matriz de metal e a cunha.
11- Polimento da restauração com broca de arkansas e polimento com tiras
de polir interproximais.
12- Para verificar a existência do ponto de contacto e a adaptação da
restauração, utilizou-se a sonda exploradora, o fio dentário e a radiografia
periapical (fig.10 e fig.11). Verificou-se que a restauração tinha boa
adaptação e que tinha o ponto de contacto interproximal estabelecido.
27
Fig.3 - Isolamento absoluto Fig. 4 – Condicionamento ácido

Fig.5 – Lavagem com água Fig. 6 – Aplicação do adesivo

Fig. 7 – Automatrix + cunha interproximal Fig. 8 – Aplicação do compósito

Fig. 9 – restauração final (com dique) Fig.10 – Restauração final (sem dique)

28
Fig. 11 – Radiografia final

3.1.3 Discussão e conclusão

A grande vantagem desta técnica é permitir uma solução rápida e relativamente


resistente. Pode ser uma boa alternativa às incrustações. (32)
É importante um preparo conservador para que o dente absorva a maioria das
tensões. (33)

Neste caso não foram necessários ajustes oclusais com papel articular, pois o
dente 36 não tinha dente oponente (natural ou prótese).

Contudo, a restauração com compósito também apresenta desvantagens, o


operador necessita ter uma boa sensibilidade da técnica. É possível a
contaminação operatória e contração de polimerização, que pode causar
deficiência na interface dente/restauração permitindo infiltração marginal. (23)
(34)

AutoMatrixA grande desvantagem da AutoMatrix é que pode fazer com que


o dente não tenha a anatomia adequada em grandes restaurações, pode tornar
as paredes do dente um pouco retas, pois o metal não tem pré-contorno.

A restauração a compósito nesta consulta estaria contraindicada em cavidades


excessivamente grandes em dentes posteriores, em preparos profundos
subgengivais, pois é praticamente impossível obter selamento marginal no
29
cemento radicular. Também está contraindicado quando não há esmalte
periférico, pois há maior adesão do compósito ao esmalte do que à dentina. Não
é indicado quando não há controlo da humidade e dos fluídos, tornando-se
impossível a adesão do compósito aos tecidos dentários. E, por fim, este
tratamento também está contraindicado em caso de bruxismo, o que provoca
desgaste excessivo da restauração.

No fim da consulta foram dadas à paciente indicações sobre a técnica de


escovagem dentária, o uso de escovilhão interproximal e fio dentário.
Espera-se longevidade do tratamento, pois o dente não sofre carga oclusal, a
restauração não é muito extensa e foi feita a técnica adequadamente.

3.2 Caso Clínico 2: Tratamento Endodôntico Radical


do dente 3.6

3.2.1 Introdução

A lesão pulpar ocorre maioritariamente devido à cárie, que afeta a polpa e torna-
a irreversivelmente inflamada e depois necrosada.

Os sintomas da pulpite passam por dor no dente afetado, que varia de


intensidade, duração e intervalo.

Para um correto diagnostico da lesão pulpar, é feita a história médica, história


dental e história de dor. São avaliados os tecidos de suporte através da
palpação, percussão e mobilidade dentária, feitos os testes térmicos para
avaliar a vitalidade pulpar, onde devem existir dois dentes de controlo, e é feita
a radiografia periapical (35)

Existem duas opções de tratamento para a pulpite irreversível, que são o


tratamento endodôntico radical (TER), em que é removida a polpa, ou a
exodontia do dente afetado.

30
3.2.2 Caso clínico

Descrição do paciente
Paciente do sexo feminino, 19 anos, apresentou-se à consulta de urgência com
dor intensa no dente 36, o qual estava restaurado provisoriamente e tinha bola
de algodão com Cresophene devido a exposição pulpar.
Estudante e saudável, sem antecedentes médicos, alérgicos, familiares,
cirúrgicos, toxicológicos nem medicamentos.
Foi feita a radiografia periapical e feita a história da dor que era mais intensa à
noite e apenas na zona do dente 3.6, sem irradiação. A percursão vertical era
positiva e a percursão horizontal negativa. Dor intensa com o teste térmico ao
frio. O diagnóstico é lesão pulpar irreversível.

Fig. 12- Ortopantomografia

Fig. 13 – Radiografia periapical dente 3.6, com restauração provisória

31
Tratamentos possíveis

Como referido anteriormente, as opções de tratamento para a pulpite


irreversível seriam a endodontia ou a exodontia.

O tratamento endodôntico radical é a remoção da polpa inflamada ou


necrosada e obturação dos condutos dentários. O sucesso deste tratamento
depende maioritariamente da remoção bacteriana antes da obturação. Para
alguns autores é mais importante a desinfeção do canal do que a própria
obturação. (36) (37)
Para este controlo da infeção bacteriana é fundamental o isolamento absoluto
com o dique de borracha, uma boa irrigação e biomecânica canalar.
O isolamento absoluto permite isolar as bactérias presentes na cavidade oral,
impedindo assim a entrada destas para os canais dentários.
A biomecânica é feita com limas, que removem os resíduos dos condutos,
juntamente com a irrigação.

A obturação canalar é feita com um material biocompatível e permite selar os


condutos dentários, evitando assim a migração bacteriana para o interior do
dente. (38)

A exodontia poderá ser mais simples, com menos sessões clínicas e mais
económico. O que, por outro lado, se tornaria mais complexo e mais dispendioso
com a reabilitação protética do dente extraído.
O custo da cirurgia é mais reduzido e o procedimento seria mais simples e mais
rápido, ou seja, com menos sessões.

O método de tratamento escolhido foi a endodontia, pois atualmente é preferível


tentar preservar o dente do que a sua extração. (39) (40) Este procedimento é
seguro e tem o sucesso de mais de 90% (41)
Para o sucesso do tratamento não deve existir dor por parte do paciente, e na
radiografia deve observar-se o canal completamente preenchido, com a guta-
percha totalmente condensada e ausência de inflamação apical. (42)

32
Material utilizado:

• Kit de observação (2 espelhos intraorais, sonda exploradora, sonda


periodontal e 2 pinças universitárias)
• Seringa ar/água
• Aspirador de saliva
• Dique de borracha, arco de young
• Clamp de molares, porta clamps
• Carpule, anestubos de Articaína 1:100.000 e agulha 30G
• Turbina e contra-ângulo
• Broqueiro de dentisteria
• Kit de Limas K
• Hipoclorito de Sódio
• Seringas e agulhas para Irrigação
• Régua Endodôntica
• Reciproc (medidor de ODMt)
• Stop´s
• Cones Mestre
• Cones pirata
• Spreader A30
• Pasta de Obturação AHplus
• Gutta percha
• Plugger
• Lamparina

Procedimento:

1- Anestesia do nervo alveolar inferior e do nervo lingual com articaína 1:100.000


2 - Colocou-se o isolamento absoluto com dique de borracha e clamp de molares.
3- Removeu-se a restauração provisória do dente, a bola de algodão e o teto da
câmara pulpar com o contra-ângulo (fig.14 e fig.15). Não foi necessário desgaste
compensatório. Verificou-se que o dente tinha 3 canais: mesiovestibular,
mesiolingual e distal.

33
4- Com o reciproc e limas k 15 mediu-se a odontometria de trabalho (fig.16) dos
canais, que foi confirmada na radiografia periapical (fig.17). Os 3 canais tinham
a ODMt de 19mm.
5- Determinou-se o limite DDF de cada canal com as limas até à ODMt, que foi
10 nos 3 canais. De seguida, instrumentou-se o 1/3 apical de cada canal, com
uma sequência de 3 limas à ODMt, intercalado com irrigação com hipoclorito de
sódio. (fig.18 e fig.19)
6- Consequentemente determinou-se a LAM para todos os canais, que foi 25.
7- Recapitulação com todas as limas do preparo apical para remover restos
dentinários.
8- No preparo do 1/3 médio e coronário realizou-se a instrumentação canalar
com uma sequência de 3 limas acima da LAM, a 2 mm da ODMt.
9- Recapitulação com a LAM.
10- Terminada a instrumentação, secam-se os canais com cones de papel
seguido um cone embebido em álcool para baixar a tensão superficial.
11- Determinou-se o cone-mestre à ODMt com "tugback". (fig.20)
12- De seguida, introduziu-se o cone mestre envolvido com pasta obturadora
AHplus , e condensou-se com um spreader A30.
13- Introduziu-se posteriormente cones pirata envolvidos também na pasta e
condensou-se com o spreader após colocação de cada um.
14- No final, com um plugger aquecido retirou-se o excesso de guta.
15- Radiografia final para avaliar a obturação canalar. (fig. 21)

Fig.14-Dente 36 (restauração provisória) Fig.15 - cavidade de acesso

34
Fig. 16 – Reciproc – ODMt Fig. 17 – Radiografia confirmação ODMt

Fig. 18 – Irrigação canalar Fig. 19 – Instrumentação canalar

Fig. 20 – Radiografia- Conometria Fig. 21 – Radiografia final

3.2.3 Discussão e conclusão

O tratamento de canais apresenta grandes vantagens, pois é considerado como


a ultima possibilidade de manter o dente em boca.
Contudo, a pulpetomia não é 100% eficaz, existe um baixo risco de persistir a
lesão endodôntica pós-tratamento. (43) Esta lesão pode persistir devido à
anatomia canalar e fatores bacterianos que se localizam em áreas inafetadas
pelos instrumentos e agentes antimicrobiais, como os canais secundários e
ramificações. (44) (45)

Também existe possibilidade de ocorrerem fraturas das limas, perfuração ou


fratura radicular ou o hipoclorito passar o ápex. É seguro mas pode afetar os
35
tecidos periapicais quando passa o ápex (46) (47)
Por isso é importante uma boa técnica do operador, para evitar estas possíveis
complicações.

O tratamento endodôntico está contra-indicado quando não existe suporte


periodontal suficiente, neste caso é recomendada a extração. (48) (49)

É recomendada a exodontia em dentes com cárie de raíz e de furca, dentes não


restauráveis ou dentes com proporção coroa/raiz inadequeada. (48)
Também está contra-indicado quando há grandes reabsorções e perfurações.
(50)

3.3 Caso Clínico 3: Ferulização de Incisivos Superiores


devido a traumatismo

3.3.1 Introdução

Os traumatismos dentários são um desafio dentário, pois são considerados uma


urgência e o seu tratamento deve ser imediato.

Uma lesão traumática engloba os tecidos periodontais, e pode ser desde uma
simples fratura de esmalte até à perda do dente. (51)
É importante avaliar a condição pulpar, pois é comum ser afetada quando há
traumatismos. (52)

Clinicamente, nos traumatismos dentários é possível verificar a existência de


mobilidade ou deslocamento do dente, sangramento e fraturas ósseas. (53)(54)

No caso da subluxação, há rutura das fibras do ligamento periodontal e vasos


sanguíneos. Os dentes possuem alguma mobilidade e sensibilidade, mas sem
existir deslocamento dentário. Há hemorragia no sulco gengival e poderá haver
também nos restantes tecidos moles, como por exemplo, no lábio. (55) (56)
36
Quando envolvem dentes anteriores podem resultar em efeitos desfavoráveis na
função e estética. Normalmente não são encontradas anomalias na radiografia.

Para um plano de tratamento correto, não devem existir falhas no diagnóstico, e


a sintomatologia deve ser tratada, pois um prognóstico desvaforável pode levar
à perda do dente. (57)(58)

O tratamento dos traumatismos dentários é multidisciplinar, pode englobar a


odontopediatria, cirurgia, endodontia e prostodontia. (59)
Além disso são necessários controlos a largo prazo, pois podem surgir outras
complicações. (60)

Por vezes, na subluxação pode não ser necessário nenhum tratamento ou


pode ser colocada uma férula semi-rígida.
Posteriormente são necessárias revisões.

3.3.2 Caso clínico

Descrição do paciente

Mulher com 62 anos.


Apareceu de urgência na clínica universitária devido a um traumatismo nos
incisivos superiores.

Tem hipertensão arterial, hipercolesterolemia e psoríase.


Como antecedentes cirúrgicos tem apendicectomia, amigdalectomia,
adenoidectomia e hérnia inguinal. É ex-fumadora.
Tem como antecedentes dentários exodontias dos dentes 1.7, 2.5, 3.6, 3.7, 4.6
e 4.7, ponte do dente 4.5 ao 4.8, ponte do dente 2.4 ao 2.7. Tem periodontite
crónica generalizada avançada. Escova os dentes uma vez por dia e faz uso
esporádico de colutório.

37
No exame intra-oral observa-se pequena lesão traumática do lábio superior e
púrpura telangiectásica de 2mm no lábio inferior. Os incisivos superiores
possuem mobilidade e estão dolorosos à palpação. Apresenta dor com as forças
oclusais, por isso, evita fechar a boca.

Fig. 22- Ortopantomografia

Fig. 23 – Radiografia periapical dos incisivos superiores

38
Descrição dos diversos métodos de tratamento existentes

Na subluxação, quando há mobilidade dentária o tratamento indicado é a férula


semi-rigida durante 2 semanas. (61) (62)
A férula deve permitir que o dente tenha a mobilidade fisiológica, e deve estar
limitada aos dentes adjacentes.
As férulas dentárias podem ser flexíveis ou semi-rígidas. As férulas rígidas são
utilizadas somente a nível ósseo. (58) A sua escolha depende de cada caso. As
férulas flexíveis permitem que haja mais mobilidade do que a normal, ou seja,
mais mobilidade do que a fisiológica. (62) (63) As férulas semi-rígidas permitem
mobilidade fisiológica, ou seja, mobilidade igual à de um dente saudável,
permitindo assim a cicatrização do ligamento periodontal. (64)
Para este caso poderiam ser utilizadas férula de resina, férula de arame e
compósito ou férula de fibra de vidro.
A férula de resina é estética e fácil de realizar.
A férula de arame ortodôntico com compósito é relativamente fácil de fazer e
apenas são necessários materiais que já existem na clínica. Esta férula pode
tornar-se mais ou menos flexível de acordo com a espessura do arame de
ortodontia. (61)
A férula de fibra de vidro pode ser utilizada em vez do arame. É muito estética e
tem baixo risco de fratura. A fibra de vidro é fixada no dente com compósito. É
possível alterar a flexibilidade dependendo das camadas de fibra de vidro ou da
extensão da férula.
A férula pode ser colocada em vestibular ou em palatino.

A ferulização ajuda na proteção dos tecidos de suporte, o que permite a


reparação das fibras do ligamento periodontal e e/ou regeneração óssea. (62)

Este procedimento deve ser rápido. A férula deve ser cómoda para o paciente e
deve ser semi-rígida, permitindo uma mobilidade fisiológica para poder haver
reparação do tecido periodontal. (65)

A colocação da férula é feita com um arame de ortodontia e é fixada com


compósito.
39
A ferulização por vestibular, permite que as faces palatinas fiquem disponíveis
em caso de necessidade de abertura camaral, para tratamento endodôntico.
A colocação da férula na face palatina é mais estética, é praticamente invisível.

Método de tratamento utilizado

A férulização é o único tratamento indicado neste caso de traumatismo. (66)(67)


A técnica escolhida foi a férula de arame ortodôntico com compósito, pois
permite uma mobilidade fisiológica dos dentes afetados e é rápida de fazer.
Optou-se por fazer ferulização na face palatina dos incisivos, pois a paciente
queria o máximo de estética e não queria ter a férula visível.
Os incisivos inferiores não devem contactar com a férula para não alterar a
oclusão. O êxito clínico depende da reparação dos tecidos afetados.

Material:
• Kit de observação: 2 espelhos, pinça universitária e sonda exploradora
• Aspirador de saliva
• Arame ortodôntico
• Compósito flow, adesivo, ácido fosfórico 35%
• Fotopolimerizador
• Kit de espátulas de compósito
• Alicate de ortodontia
• Pinça mosquito
• Papel articular

Procedimento:
1- Tranquilizar a paciente.
2- Verificar e atualizar a história clínica.
3- Avaliação e palpação dos tecidos moles, tentando procurar corpos
estranhos (Fig. 24 e fig. 25)
4- Foi feita a radiografia periapical nos incisivos. Verificou-se que não havia
fraturas nos dentes, nem no osso alveolar. (fig. 23 e fig. 24)
40
5- Ataque ácido, com ácido fosfórico 35%, na superfície palatina desde o
dente 13 até ao dente 23.
6- Aspirar o ácido, lavar com água abundante e secar com ar.
7- Com um alicate de ortodontia e uma pinça mosquito, dobrou-se um arame
ortodôntico ao meio e enrolou-se em forma de espiral. (fig.27)
8- Colocou-se o arame na face palatina dos dentes e aplicou-se compósito
flow fotopolimerizável.
9- Fotopolimerizou-se o compósito durante 20 segundos.
10- Com o auxilio do papel articular, verificou-se que a oclusão estava correta,
os incisivos inferiores não contactavam com a férula. (fig.28)
11- Foram dadas indicações à paciente: tentar não morder com os dentes
anteriores.
12- Passadas duas semanas, retirou-se a férula.
13- Foram feitos os testes de vitalidade nos dentes afetados pelo trauma,
teste ao frio, percursão vertical e horizontal. O diagnóstico foi de necrose
pulpar nos dois incisivos centrais.
14- Explicou-se à paciente que deveria fazer tratamento endodôntico radical
nos incisivos centrais superiores.

Fig. 24 – Fotografia frontal Fig. 25 – Fotografia frontal

41
Fig. 26 – fotografia oclusal Fig. 27 – Confeção da férula

Fig. 28 – Fotografia oclusal com a férula

3.3.3 Discussão e conclusão

A férulização é o único tratamento em caso de subluxação. Permite diminuir a


mobilidade dentária provocada pelo trauma.
A colocação da férula na face palatina permite maior estética, pois esta é
praticamente impercetível.
A desvantagem é que for necessário fazer tratamento de canal, o acesso à
câmara pulpar está impedido pela férula.

A paciente deve realizar tratamento endodôntico nos incisivos centrais


42
superiores, pois estavam necrosados. Relativamente aos incisivos laterais
superiores, deverá fazer controlo em 6 a 8 semanas, depois passado 6 meses,
e depois uma vez por ano durante cinco anos.

43
44
Atividade Científica

45
46
4. Atividade Científica

A atividade cientifica enquanto estudante permite que o aluno não só aprenda


os conhecimentos teóricos ensinados na Universidade, mas também tenha
interesse em fazer pesquisa complementar, evoluindo assim o seu
conhecimento. Para tal, é necessário o planeamento e conhecimento sobre o
tema.

4.1 Póster cientifico “Manejo de Molares Decíduos


Anquilosados en Ortodoncia”

Martins C.1, Romanova A.2


1 Universidade Católica Portuguesa - Viseu, Portugal
2 Universidade Estatal de São Petersburgo, São Petersburgo, Russia

Este póster cientifico foi apresentado no congresso “ORALTHBCN” nos dias 11


a 13 de Maio de 2017, na Fira de Barcelona em Barcelona. Os autores do póster
foram Catarina Martins (autor principal) e Anastasia Romanova.
Poster original no Anexo1.

Introdução
A anquilose dentária é a ausência do ligamento periodontal e a fusão anatómica
do cemento com o osso alveolar. A Maioria das anquiloses são em molares
decíduos inferiores. Segundo a literatura, a sua etiologia é desconhecida, mas
há teorias que dizem ser devido a trauma, excesso de pressão traumática, falhos
genéticos ou alterações metabólicas do ligamento periodontal. O objetivo deste
trabalho é descrever a manipulação de molares decíduos anquilosados através
da ortodontia.

47
48
Referências Bibliográficas

49
50
5. Bibliografia

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59
60
Anexos

61
62
6.1 Anexo 1: Publicação Científica: Póster

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Barcelona, 11 de mayo de 2017

Por la presente, certificamos que A. ROMANOVA ha presentado la siguiente


comunicación en el Forum Dental y Salud Oral – ORALTH BCN:

MANEJO DE MOLARES DECIDUOS ANQUILOSADOS EN ORTODONCIA

Anastasia Romanova1; Catarina Martins 2


1. Saint Petersburg State University, Saint Petersburg, Rusia
2. Catholic University of Portugal - Viseu, Viseu, Portugal

Dr. Ernest Mallat Manel Rubio


Presidente Comité Director OralthBcn

65
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6.2 Anexo 2: Consentimento e aceitação do
tratamento

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68
6.3 Anexo 3: Consentimento para uma intervenção
cirúrgica

69
70
71
72
6.4 Anexo 4: Recomendações prévias à intervenção
cirúrgica

73
74
6.5 Anexo 5: Periodontograma (Gesden)

75
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