O tamanho do plano é determinado pela distância entre a câmera e o objeto e pela duração focal da cena utilizada.
A escolha de cada plano segundo Martin (2003, p. 37),
é condicionada pela clareza necessária à narrativa:
deve haver adequação entre o tamanho do plano e seu conteúdo material, por um lado (o plano é tanto maior ou próximo quanto menos coisas há para ver), e seu conteúdo dramático, por outro (o tamanho do plano aumenta conforme sua importância dramática ou sua significação ideológica).
Além disso, Martin (2003, p. 37) assinala que
o tamanho do plano determina em geral sua duração,
sendo esta condicionada pela obrigação de dar ao espectador tempo material para perceber o conteúdo do plano: assim, um plano geral costuma ser mais longo que um primeiro plano; mas é evidente que um primeiro plano poderá ser longo ou bastante longo se o diretor quiser exprimir uma idéia precisa: o valor dramático prevalece então sobre a simples descrição.
A maior parte dos planos não tem outra finalidade senão a
comodidade da percepção e a clareza da narrativa. Apenas o close ou o primeiríssimo plano e o plano geral têm na maioria das vezes um significado psicológico preciso e não apenas descritivo.
Os planos mais comuns são os seguintes:
Grande plano geral: plano bastante aberto, serve para situar o
espectador em que local (cidade, região, espaço, etc.) a cena se desenvolve. Pode-se usar sempre que se queira impressionar o público com um gigantesco alcance do cenário (um deserto ou uma grande cidade) ou do evento, como um campo de batalha.
Segundo Mascelli (1998), este plano fica melhor se for filmado
de um ponto elevado, como uma plataforma, um terraço de um edifício, uma montanha ou de um helicóptero ou avião. Pode ser usado de forma estática ou com a câmera em movimento, se o desejo é percorrer o espaço a ser descrito completamente.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Este plano imenso prepara a cena para o que se segue, pondo o
público numa atitude adequada e dando uma imagem geral da situação antes de apresentar os personagens ou a linha narrativa. Por isso, deve ser usado para abrir o filme e captar o interesse da platéia desde o início. Na televisão, o grande plano geral é muito usado nas novelas quando é necessário mostrar a passagem de tempo (noite e dia).
- Quem não se lembra daquelas pequenas montagens das novelas
feitas com belas imagens da cidade do Rio de Janeiro anoitecendo ou amanhecendo ao som da trilha sonora?
Plano Geral: abrange toda a área da ação. O lugar, as pessoas
e os objetos de cena se mostram num plano aberto para familiarizar o público com a aparência geral de uma cena. O plano geral também permite um espaço suficiente de movimento aos atores.
Ainda que aparentemente isso possa tornar os atores pequenos
o plano geral pode servir para restabelecer a localização da cena depois de uma seqüência de planos fechados. Neste sentido, uma seqüência que tem lugar dentro de casa deve ser antecedida por um plano geral exterior para estabelecer a localização e não confundir o espectador.
Na televisão, principalmente no caso das novelas,
onde se usa muito pouco o plano geral, é comum fazer a passagem entre ações de estúdio com as fachadas externas dos prédios para mostrar a mudança de local.
Plano Americano: introduz o personagem que domina a cena,
geralmente é mostrado do joelho para cima. Tem origem nos westerns americanos, com a função de mostrar a cartucheira do revólver na cintura especialmente para as cenas de duelo.
Plano Médio: pode ser definido como um plano intermediário
entre o geral e o primeiro plano, mas o tamanho do enquadramento pode variar bastante. De modo geral os atores são filmados da cintura para cima, como por exemplo, na apresentação de um telejornal. Quando enquadra vários atores,
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Linguagem Audiovisual
a câmera estará suficientemente perto para mostrar com clareza
os gestos, as expressões faciais e os movimentos de todos, sem perder o cenário. Se mostrar dois atores conversando, pode-se ter uma gama imensa de variações de ângulos ou alternância de cada um em perspectiva.
Os planos médios são excelentes para televisão, porque
apresentam toda ação dentro de uma área restrita com figuras de grande tamanho ocupando a telinha.
Plano Conjunto: uma denominação bastante comum para
designar quando se mostra mais de um ator num mesmo plano, seja num enquadramento mais aberto que mostre o corpo inteiro de todos ou mostrando o grupo apenas da cintura para cima.
Plano Próximo também chamado de Primeiro Plano:
nele, o personagem é enquadrado do busto para cima, dando maior evidência ao ator, servindo para mostrar características, intenções, atitudes e mudanças mínimas de emoção. Segundo Betton (1987), juntamente com a montagem, o primeiro plano é, certamente, um dos elementos mais essenciais da linguagem cinematográfica.
O primeiro plano interessa-se apenas por uma parte significativa
da pessoa. Cria assim uma proximidade e um isolamento privilegiados, oferecendo grandes recursos: em particular, permitindo valorizar o rosto do ator, ele revela ou trai uma expressão [...] O que faz em larga medida o talento e o encanto de um ator de cinema é certamente sua fisionomia, a expressão de seu rosto e de seus olhos, que trai sentimentos que nos comovem e nos penetram a alma (BETTON , 1987, p. 31-32).
Primeiríssimo Plano também chamado de Close ou
Close-up: mostra o rosto inteiro do personagem, do ombro para cima, definindo a carga dramática do ator e deve ser usado com moderação para efeito especial. Atualmente, as novelas têm usado e abusado deste recurso.
Superclose: close fechado do rosto do ator, enquadrando o
queixo e o limite da cabeça, mais utilizado na televisão por sua força e impacto dramático.
Plano Detalhe: mostra parte ou detalhe do corpo humano ou de