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1. Etapas da Segmentação de um filme: tomando a composição
de um filme, costuma-se chamar de sequência cada uma de
suas partes formada por um conjunto de cenas que formam
uma unidade identificável por uma função dentro do conjunto.
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filme que ultrapassam os limites da cena. Esta, por seu lado,
tem uma definição bem mais precisa.
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e outros detalhes; tudo para efeito de orientação aos diretores
e, em seguida, aos montadores do filme. Neste sistema de pro-
dução, os diretores via de regra não escolhiam o argumento do
filme; ou seja, a estória a ser dramatizada, a definição de suas
personagens, a descrição sucinta de aspectos temáticos envol-
vidos no drama ou comédia. As sequências eram numeradas e
em cada uma delas, as cenas eram numeradas, e finalmente,
dentro de cada cena, os planos eram numerados. Este tipo de
roteiro, no auge no chamado studio system das grandes pro-
dutoras, era também peça fundamental para a confecção do
orçamento da produção. Uma vez tudo planejado em detalhe,
era possível tal cálculo de custos que orientava uma política
orçamentária das empresas. Conforme o país, o momento da
história do cinema e o tipo de sistema produtivo dentro do qual
o filme estava inserido, o roteiro assumia uma forma diferente
e, num caso de produção chamada “independente”, de filmes
de mais baixo orçamento na esfera do “cinema de autor”, eram
muito variadas as formas do roteiro. Hoje, mesmo nos filmes
feitos no sistema de estúdio de grandes produtoras, o roteiro
também tem variado de formato, sendo bem mais informal,
não chegando à especificação “plano a plano”. Chega em cer-
tos casos a algo similar ao dos filmes independentes que são
muito informais e não especificam tudo, deixando para a fil-
magem as escolhas que vão definir a forma do filme. Este é um
modo do diretor ganhar um maior coeficiente de autoria, uma
situação presente hoje na indústria, conforme o tipo de produ-
ção e o gênero de filme.
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movimentam no espaço ou que, sem se movimentar, têm uma
longa conversa toda filmada em um único plano. O plano-
sequência adquiriu este nome, mas com frequência ele em
verdade corresponde a uma cena – não uma sequência - que
no estilo clássico seria filmada em vários planos. Isto liga o
plano-sequência ao chamado cinema moderno de autor que
emergiu no final dos anos 1950: notadamente a Nouvelle Vague
francesa e os Cinemas Novos - o brasileiro, o latino-americano,
o de alguns países da Europa, o africano e o asiático.
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forma de assinalar a diferença entre o plano mais geral e este
outro que pode ocorrer logo antes ou depois, focalizando um
grupo de pessoas de corpo inteiro, estas podendo estar inseri-
das naquele espaço antes mostrado em plano geral.
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efeito contrário, pois permite captar uma imagem bem focada
de um conjunto de objetos e/ou pessoas que estão a distâncias
bem diferentes face à câmera. Por exemplo, personagens que
se aproximam ou se afastam da câmera, permanecem em foco
por um intervalo significativo de sua caminhada. Ou seja, neste
caso temos maior profundidade de campo: o que se aproxima
ou se afasta da câmera permanece em foco durante parte mais
significativa de seu movimento. O campo visível com nitidez
aumenta, podendo-se mostrar toda uma ampla sala em que
determinada cena vai se desenvolvendo num único plano, sem
cortes, sendo a profundidade de campo um recurso impor-
tante quando o cineasta quer fazer uma longa cena que abarca
um amplo espaço captado por uma câmera que capta toda
a movimentação numa única tomada. Esta tomada a que se
dá o nome de plano-sequência, conforme visto neste glossá-
rio. Cabe concluir este item do glossário com uma referência ao
papel importante do cineasta Orson Welles no uso da profundi-
dade de campo em seus filmes realizados nos anos 1940-1950, a
começar por Cidadão Kane (1941). Ele foi um destacado mestre
no uso original da tomada de cena bem longa (esta chamada
de plano-sequência).
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ou quando temos uma paisagem ou espaço urbano que se ob-
serva, por exemplo, da janela lateral de um veículo.
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nossa atenção aos aparatos que os produzem. Este é o cha-
mado Princípio de Transparência do cinema clássico, às vezes
também referido de forma mais simples como “efeito janela”.
Em outros estilos presentes na história do cinema, notadamen-
te no cinema moderno, há lugar para emoção e mergulho no
mundo ficcional, mas há um deslocamento nas regras do jogo
em direção uma melhor consciência dos aparatos de produção.
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13. Montagem: operação fundamental que estabelece com pre-
cisão a forma final de um filme. É o momento de várias esco-
lhas e ajustes a partir de todo material visual filmado, compos-
to pela banda de imagem, pela trilha musical e pela banda
de som, isto é, e de todo o material de som gravado. O ob-
jetivo é compor a sucessão dos planos na ordem que terão
na cópia final, o que implica na escolha da melhor dentre as
repetições havidas na filmagem e no ajuste de cada plano em
sua duração: conforme a natureza do conteúdo de cada plano
e sua relação com o plano anterior e o posterior, são necessá-
rios os ajustes de tempo, seja em função do ritmo desejado,
seja em função da continuidade de ação de uma cena ou de
outras relações ligadas à forma que se deseja imprimir na pro-
gressão da narrativa. Em conexão com o trabalho feito com as
imagens, há o conjunto de escolhas e ajustes a serem feitos
no exame do material sonoro gravado. E há toda uma série
de decisões sobre qual a melhor alternativa no tratamento da
trilha sonora a cada momento da montagem, notadamente
quando se tratar de compor a relação entre imagem e som
nos vários momentos do filme. Para cada variável da opera-
ção de montagem, é preciso seguir um critério que advém
de opções de estilo na forma de estabelecer as mais variadas
relações dentro do que o material filmado e o som gravado
permitem. O corte, portanto, determina a passagem de um
plano ao outro. No momento da filmagem, ele é o ponto de
interrupção da tomada que está sendo captada pela câmera,
notadamente quando o diretor diz “corta!” e o equipamento
para de gravar. Na montagem, esta operação é a interrupção
do plano para a entrada do seguinte feita com base nessa se-
leção (de melhores tomadas e de melhores trechos) na ilha de
edição - ou na moviola, no caso dos filmes, exemplo dos três
estudados neste curso, gravados e editados em película.
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13.2 Montagem de uma cena no cinema moderno. Há opções
que se afirmaram a partir do cinema moderno, quando não
se opta pela continuidade, mas sim por uma descontinuidade
assumida como estilo. Um caso é o da chamada “falsa conti-
nuidade” (faux-raccord, em francês; jump cut, em inglês), que
corresponde a uma descontinuidade causada pelo corte em
que há um pequeno salto no fluir da ação de uma personagem,
algo rápido e que se insere no clima da cena ou na tonalidade
dada pela forma de interpretação do ator ou atriz – forma que
pode ou não se associar a uma coreografia - de modo a criar
um efeito que se combina com outros aspectos da ação em
pauta na tela. O jump-cut é um traço de estilo associado ao
cinema moderno, quando ele se notabilizou nos filmes de ci-
neastas como Jean-Luc -Godard no início dos anos 1960, e tam-
bém no Cinema Novo brasileiro a partir de 1962. Um aspecto do
jump cut é sua evocação do estilo próprio ao documentário e
à reportagem, quando o operador da câmera assume decisões
rápidas para registrar ao vivo os acontecimentos. A partir dos
anos 1960 notabilizou-se como uma figura de estilo legítima
no cinema de ficção quase sempre acoplada à câmera na mão.
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para encadear os dois planos que vão definir a elipse de tempo.
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13.9. Montagem alternada: esta é semelhante à paralela no vai
e vem que alterna os planos, mas tem um dado particular que
é o fato de as duas ações que se alternam na tela terem uma
conexão forte e caminham para uma convergência que pode
ocorrer ou ser evitada, como no caso clássico de perseguições
em que o suspense é gerado pela alternância entre as imagens
do perseguidor e do perseguido. Outro exemplo: alguém es-
pera uma pessoa com quem marcou um encontro importan-
te num café; a montagem alterna planos da figura que espera
aflita com os planos do atrasado que se dirige ao café, até que
se dê o encontro ou até que o sujeito que espera desista e se
retire contrariado.
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Posições corretas: A B
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13.14. Voz over e voz off: são duas formas de presença da voz
humana que cumprem funções distintas. A voz off correspon-
de a uma fala de personagem presente na cena e que, neste
momento, se encontra fora do campo visível. Isto acontece, por
exemplo, num diálogo em que a câmera põe em foco a per-
sonagem que está ouvindo alguém que está com a palavra e,
estando na cena, ocupa uma porção do espaço fora do nosso
campo de visão, o chamado espaço off. Esta montagem é mui-
to frequente em cenas em que duas ou mais pessoas conver-
sam ou em que alguém fala para uma plateia, pois nem sempre
a atenção da câmera se volta para quem está com a palavra. A
voz over ocorre quando, num flashback, ouvimos a voz da per-
sonagem que está recordando uma situação e a comentando
enquanto na tela desfilam imagens dos fatos relacionados com
sua recordação. Ou também quando uma personagem em
cena permanece em silêncio, mas ouvimos os seus pensamen-
tos na trilha sonora. O caso mais interessante e rico de voz over
em sua forma e significação se dá quando esta voz é o canal de
expressão de um protagonista que narra a sua própria história
ao longo do filme. Temos aí um amplo leque de opções para
que isto se conduza de forma criativa neste jogo de voz narra-
dora e cenas visíveis, com distintas modulações e funções. Esta
forma é de uso frequente em filmes que adaptam romances,
notadamente quando, no livro, a palavra da personagem atua
como voz narradora. Pode também ocorrer o caso no qual a
voz narradora do romance, como também do filme, não seja a
da personagem, mas de um narrador onisciente e ausente das
cenas de começo a fim.
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a um narrador cuja voz se faz presente com total controle da
relação entre som e imagem ao longo do filme.
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