Planos Cinematográficos

O filme é composto de uma única ou um conjunto de SEQUÊNCIAS que, por sua vez, são compostas por uma ou múltiplas

CENAS. O mesmo raciocínio segue para com o PLANO e o FRAME (fotograma).

O FILME é a obra audiovisual completa, narrativo ou não, de duração variável que é exibido em plataformas de difusão em telas

de diversos formatos, digitais ou analógicos.

Uma SEQUÊNCIA é a parte do filme que é demarcada por uma ação dramática; esta pode ser um agrupamento pelo momento

na narrativa, pode marcar um local para a história, pela fase visual do filme, ou pelo momento de desenvolvimento do

personagem.

Já uma CENA segue necessariamente a relação de espaço/tempo na cronologia do filme. Diferentemente de uma sequência, a
cena obrigatoriamente está atrelada à condição de que todas as ações se passam no mesmo local e momento. Caso um desses
elementos se altere (por exemplo, o local permanece inalterado, mas a cena se passa durante o dia e após um corte já estamos
de madrugada), teremos uma troca de cena.

Um PLANO cinematográfico é todo trecho de filme compreendido entre dois CORTES e/ou TRANSIÇÕES. Um corte ou transição
é quando há uma interrupção na imagem exibida, sendo substituída por outra imagem ou uma tela iluminada de branco ou
qualquer outra cor ou quando está ausente de cor.

O FRAME ou fotograma é a imagem estática que, quando uma sequência de fotogramas é reproduzida na velocidade do cinema ou
em taxas superiores, cria a ilusão de movimento. É o menor elemento fílmico em se tratando de duração.

Podemos afirmar que um frame se trata de uma fotografia e quando várias dessas fotografias com pequenas alterações entre elas
são dispostas em ordem cronológica e reproduzidas em determinada velocidade, temos a sensação de que as fotografias se
fundem e passamos a entender o movimento como algo único e contínuo.

FILME > SEQUÊNCIA > CENA > PLANO > FRAME

MOVIMENTAÇÕES DA CÂMERA

Panorâmica - quando a câmera se desloca lateralmente pelo enquadramento, geralmente,

sobre o tripé).

TILT - quando a câmera se desloca verticalmente geralmente sobre o tripé

ZOOM IN - quando a lente da câmera é configurada para reduzir a abertura do

enquadramento - no entanto o cinegrafista/câmera permanecem no mesmo ponto.

ZOOM OUT - mesma característica da câmera no zoom in, contudo, nesse caso a
abertura do enquadramento está sendo ampliada.

TRAVELLING - aqui a câmera transita e se desloca livremente pelo cenário ou locação passando por
vezes até entre os personagens. É considerado um movimento que dá uma impressão mais natural à
cena, como se o espectador testemunhasse a cena estando presente no recinto.
CASOS ESPECIAIS DE MOVIMENTAÇÃO

DOLLY - consiste em um equipamento, uma espécie de carrinho sobre rodas ou trilhos,

podendo possuir uma grua para atingir locais altos mantendo o ângulo normal ou não. A
dolly permite fazer vários tipos de movimentos e ângulos com suavidade.

PLANO HOLANDÊS - quando o ângulo da câmera está inclinado na diagonal, inclinando

todo o enquadramento. Traz sensação de desequilíbrio.

PLANO FRANCÊS - quando a câmera está em um ângulo baixo mostrando as pernas.

PLANO VERTIGEM - truque da combinação de zoom e dolly para mudar a relação de

profundidade de campo. Traz sensação dramática de desequilíbrio ou de grande provação
para o personagem.

BULLET TIME - combinação de computação gráfica e múltiplas câmeras dispostas lado a

lado com disparo de fotograma sequencial programado. O efeito final é a sensação de
uma câmera lenta com rotação em torno do personagem. Primeira vez visto no filme The
Matrix (1999).

OLHO DE PEIXE - lente de câmera com ângulo de abertura muito grande. Como
resultado as imagens se tornam distorcidas e abauladas. Um bom exemplo é o "olho
mágico" que algumas portas de residências possuem.

CÂMERA SUBJETIVA - câmera posicionada para passar a sensação de que estamos

vendo a cena do ponto de vista do próprio personagem.

CÂMERA NO OMBRO - câmera com pouca ou nenhuma estabilização de imagem,

resultando em planos chacoalhados e com movimentações bruscas. Sequências de ação,
formatos documentais e policiais utilizam muito essa técnica.

CÂMERA ALTA - também conhecida como overhead ou bird's eye. A câmera está
posicionada acima da estatura média de um adulto.

CÂMERA AÉREA - plano em que a câmera está extremamente elevada. Seria um bird's
eye mais exagerado, para mostrar paisagens ou grandes porções de cenário.