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ANTROPOLOGIA CULTURAL – UN1

Etnocentrismo e Imperialismo
Uma das atitudes mais antigas e próprias da cultura humana é afirmar que as formas culturais
distintas da sua são erradas, estranhas ou inferiores. Um hábito alimentar, um ritual religioso,
uma linguagem artística, uma instituição social, por exemplo, são vistos como anormais,
perigosos, demoníacos, insalubres, feios. A prática etnocêntrica sustenta suas afirmações
partindo do menosprezo pelas diferenças culturais. Atribui ao outro, que não é compreendido
e que dá medo, uma suposta inferioridade cognitiva, estética e cultural, com objetivo de
subjugá-lo, inclusive para aproveitar economicamente seus recursos ou mão de obra.
Se, historicamente, o etnocentrismo apresentou sua pior face com o colonialismo-
imperialismo, sem dúvida ele não se encerrou aí. O imperialismo foi uma etapa do
colonialismo, entre 1870 a 1914, que promoveu a conquista de territórios na África e partilhou
o continente em 1884 (Conferência de Berlim). Teve como prática a busca sistemática por
mercados, a (neo)colonização do continente africano e a exportação expansionista de
capital, justificando-se como uma “missão civilizatória”. Mas a visão de que o outro é
uma aberração devido a seus atributos físicos, religiosos e culturais é anterior e
remonta à colonização da América.
O etnocentrismo se transformou ao longo do tempo e continua mudando, mas mantém
intactas as antigas afirmações estereotipadas, preconceituosas e racistas sobre a alteridade. O
reconhecimento antropológico dessa prática tem contribuído para a compreensão das
diferenças culturais e para o entendimento da importância de se ampliar o diálogo
intercultural.

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