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AFRICA E DARWINISMO SOCIAL: O IMPERIALISMO IDEOLÓGICO

E CULTURAL COMO FERRAMENTA DE HEGEMONIA CIENTÍFICA.


Charles Darwin (biologista e naturalista britânico do século XVIII) contribuiu abundantemente ao
campo da biologia evolucionista. O evolucionismo se tornou temático em diversas discussões sociológicas
e antropológicas no século XIX e fora abordado por intelectuais sociais de forma etnocêntrica e
colonialista como forma de justificar uma suposta supremacia intelectual e racial do Ocidente sob o
continente Africano e Asiático.
A Europa, diante de diversos avanços pós Revolução Industrial, materializou o discurso de
progresso e nutrificou o Neocolonialismo Afro-Asiático através da afirmação de que era essencialmente
superior à Africa e Ásia por ter produzido novas tecnologias materiais e conteúdos científicos, dando
suposto aval às potências capitalistas de invadirem territórios Afro-Asiáticos com a justificativa de que
estariam levando cultura e desenvolvimento sócio-tecnológico a esses povos tidos como primitivos.
O Darwinismo Social fugiu abominavelmente do que Charles Darwin desenvolveu ao construir um
idealismo equivocado e etnocentrista sobre a cultura de outrem. Darwin em seus estudos sobre espécies
nunca afirmou a proeminência de uma espécie sob a outra.
O Neocolonialismo do século XIX prejudicou o continente Africano de diversas formas, inclusive
cientificamente ao edificar uma abnegação à ciência produzida por Africa e pessoas pretas em diásporas
africanas. Frantz Omar Fanon (psiquiatra, filósofo, cientista social e revolucionário francês) propõe a
descolonização como forma de posição anti-colonialista e afirma que ‘’A civilização europeia e seus
representantes mais qualificados são responsáveis pelo racismo colonial’’. Há uma naturalização fruto do
colonialismo ocidental do que é ciência e de quem produz ciência, a colonização, que tem seu lado
ideológico, é a representação do Fardo do Homem Branco e sua dominação.
Através da Descolonização do Imaginário como disserta Fanon, compreende-se que o colonizado
que não mais está preso materialmente em trancas e correntes, todavia continua escravo ideológico da
colonização ocidental. Descolonizar-se é desnaturalizar uma ideia etnocentrista do ocidente como único e
legítimo produtor de ciência, é contestar o positivismo do homem branco e se auto reconhecer para além
da reafirmação do eu, poder existir.
Gabriel Oliveira Quadros — Estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Consulte os portais

https://www.geledes.org.br/contribuicao-da-ciencia-na-elaboracao-de-teorias-racistas-no-secxix-e-seus-efeitos-
nas-relacoes-raciais-no-brasil/

https://www.geledes.org.br/racismo-ainda-marca-vida-de-brasileiros/

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