Contextualização do Debate Sobre a Filosofia Africana - Questões Históricas: A Existência ou não da Filosofia Africana
O ponto de partida é se se deve falar de Filosofia Africana ou
de Filosofia em África? Antes da obra de Placide Tempels, Bantu Philosophy, em 1945, o africano era considerado incapaz de entrar na cena política. Isto resulta da visão que os europeus construíram acerca do negro ao longo da história. Este facto deve-se a colonização europeia de que o africano foi vítima durante muito tempo através de viagens apelidadas por descobrimento.
Para Ali Mazrui, a humilhação negra foi marcada pelos seguintes
acontecimentos: O tráfico de escravos, a colonização europeia e a descriminação racial. Por isso houve uma série de filosofias concebidas pelo ocidente que se esforçava em denegrir a personalidade do negro no mundo. OS PRÉCONCEITOS OCIDENTAIS E AS RESPOSTAS AFRICANAS
A África foi vista e definida primordialmente por
pessoas exteriores, por isso ela existe como resultado de um olhar exógeno. Foram os europeus que definiram o espaço histórico- geográfico de África. Antes dos africanos, temos os africanistas, aqueles que definem a África. Por isso, a ciência começa a fazer um trabalho de denegritude – que é uma maneira de denegrir o negro
• A Teologia, vai definir os negros como
descendentes de Cham, aquele que viu a nudez do pai, e, portanto, símbolo de maldição. Portanto, o negro aparece como resultado de uma punição divina. •Voltaire – na sua obra História do Século XIV, diz que o povo mais elevado é o povo francês e o povo mais baixo é o africano.
• Jean Jacques Rousseau – diz que os africanos
são bons selvagens.
• Hegel – diz que os africanos são povos sem
história, por consequência, desprovidos de humanidade. -Kant – chega à conclusão de que os africanos são povos sem interesse. -Levy Brhul – proclama que os africanos têm uma mentalidade pré-lógica e não conceptual. -Placide Tempels – vai dizer que nós temos uma lógica menor. -Montesquieu (sobre o direito) – diz que os africanos são povos sem leis. -Os Antropólogos Morgan e Tylor – sustentam que a África é uma sociedade morta. - Franz Crahay = para ele não existe a Filosofia Bantu.
Por falta de:
▪ Número suficiente de filósofos;
▪ Necessidade de aceitação de troca cultural (intercâmbio);