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Objetivos
Embora de uma forma geral, todos tenham alguma noção do que é uma marca,
quando se faz uma busca na internet buscando uma definição um pouco mais exata
para definir seu significado, certamente serão encontradas diferentes respostas. Mas,
por que isto acontece? Via de regra, isto ocorre porque a marca é objeto de trabalho
e de estudo em distintos campos de conhecimento, o que leva, consequentemente, a
diferentes abordagens e significados.
Aqui veremos a marca sob seu aspecto jurídico, a sua existência como um direito
real, ou seja, um bem, mais especificamente um direito de propriedade intelectual.
Note-se, porém, que nesses primeiros tempos a marca não tinha exatamente
a mesma função que possui hoje, qual seja, identificar e distinguir. Sua principal
finalidade se relacionava com a identificação de propriedade ou com o controle de
circulação ou controle de recolhimento de impostos.
É através das marcas que se torna possível identificar de forma mais precisa
quem são as empresas responsáveis pelos produtos e serviços que você utiliza, a
origem empresarial daquilo que você consome. A marca é um canal valioso para o
empresário transmitir as qualidades e valores de uma empresa e com isso abrir a
possibilidade de fidelizar sua clientela e expandir seu mercado.
De uma forma bem sucinta podemos dizer que a marca é um sinal utilizado para
fazer a distinção entre os produtos ou serviços provenientes de uma origem
empresarial, que pode ser uma pessoa física ou jurídica daqueles provenientes
de outra origem. Esta é uma definição muito simplificada, mas que permite
entender essencialmente o que é uma marca.
Então quando você diz desenho, você quer se referir a objetos como o logotipo
da Shell?
A possibilidade de registro não abrange somente as figuras bidimensionais. As
marcas podem ser também tridimensionais ou seja, podem consistir da
embalagem dos produtos ou os próprios produtos. As combinações de cores que
possuam caráter distintivo podem igualmente ser protegidas.
a) BANDEIRANTE
b)
c)
Resposta:
III Marcas Aspectos legais O que pode ser registrado como marca
Colocando de forma muito simples, isto significa que a marca tem que possuir
capacidade de distinguir, por exemplo, se alguém deposita uma marca formada de 20
palavras ou por um simples traço, entende-se não ser possível para esta marca
identificar um determinado produto ou serviço.
Dessa forma, uma vez que temos uma marca que preenche os pressupostos do
artigo 122 da LPI, ou seja, tenha capacidade de distinguir e seja visualmente
perceptível, é necessário ainda para o seu registro, que ela cumpra quatro requisitos:
veracidade, liceidade, distintividade e disponibilidade. Esses requisitos estão na sua
grande maioria internalizados no artigo 124 da LPI.
Mas, o que estes requisitos querem dizer? Veremos cada um deles de forma mais
detalhada, abaixo.
Veracidade
Na maioria das vezes, a marca enganosa é aquela que supõe certas qualidades
para os produtos que esses não possuem. Imaginemos, por exemplo, a marca
Liceidade
Um sinal é considerado lícito para ser registrado como marca quando o mesmo
não atentar contra a ordem pública ou a moral e bons costumes. A proibição do
registro de sinais considerados ilícitos é de caráter absoluto, por razão de interesse
público em sentido estrito, ou do interesse de grupos relativamente homogêneos.
Encaixam-se nesta proibição sinais contendo bandeiras, moedas, selos de cunho
oficial e sinais de cunho ofensivo.
Distintividade
Outro exemplo seria um de comerciante que utiliza como marca de sua loja
, uma vez que
designa uma característica atribuível a esta atividade mercadológica.
Esta proibição, porém, não é absoluta, ela pode ser afastada caso a marca
apresente na sua composição um desenho, uma figura que possa dar a este conjunto
apple A
apple
computadores (reg. 790152177), porque não tem absolutamente nada a ver com
computadores, mas não teria caráter distintivo para maçãs verdadeiras. Em
outras palavras, a pessoa que cultiva e vende maçãs não poderia registrar a
-la, porque seus concorrentes devem
poder utilizar essa palavra para descrever seus próprios produtos.
Resposta QAA 2:
Disponibilidade
Isto quer dizer que a marca que se deseja registrar não pode violar outros
direitos que terceiros detenham, ou seja, não podem possuir semelhança ou
identidade com a denominação de direitos de terceiros de modo a causar confusão
ou associação.
Estes direitos de terceiros estão elencados na sua grande maioria nos incisos
do artigo 124 da Lei de Propriedade Industrial, por exemplo, não podem ser
registradas marcas já registradas por terceiros (distintividade diferencial), obras
protegidas por direito autoral, nome civil sem autorização do titular, nome comercial
de terceiros, dentre outros.
Ex. (5) registro extinto n.º 820303313, de S.M. JALEEL & COMPANY LIMITED,
cujo registro foi anulado por reproduzir objeto protegido por registro de desenho
industrial de terceiro.
Resposta QAA 3:
Acima vimos alguns aspectos legais para registro de marcas, que tipos de
marcas podem ser objeto de registro. Vamos ver agora, que as marcas podem ser
diferenciadas de acordo com seu uso no mercado, conforme estabelecido no art. 123
da LPI.
Como você deve ter percebido, as marcas são um valioso ativo, pois para uma
marca ser conhecida e respeitada é necessário um investimento considerável e, em
geral, um longo período de tempo para a construção de uma boa reputação e criação
de uma clientela. Portanto, todo aquele que tenciona utilizar uma marca tem interesse
que a marca seja protegida como um bem de propriedade industrial. Ouvindo o
próximo segmento de áudio, você irá saber como se obtém essa proteção.
As marcas não registradas são também protegidas em alguns países, mas, como
ressaltado, no Brasil, a propriedade sobre a marca se adquire somente com o
registro. Assim, mesmo que a marca notoriamente conhecida seja uma exceção
do princípio da territorialidade, a marca não registrada não estará protegida até
que tenha adquirido suficiente distintividade e reputação no mercado, o que pode
levar um período considerável de tempo depois do lançamento inicial no
mercado, sendo assim uma forma menos confiável de proteção.
Então, se você detém uma marca não registrada que está há muito tempo em
circulação e que é conhecida, ela seria suscetível de proteção, em certos
países?
Publicação do
pedido na RPI
Exame do pedido
Deferimento Indeferimento
Concessão Recurso
Arquivamento
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2023 © OMPI/INPI
A primeira etapa se inicia com o depósito do pedido de registro, pelo próprio
interessado ou procurador(es) por ele constituído(s), através de formulário eletrônico.
Da análise dos aspectos formais do pedido de registro, surge o primeiro ato do INPI,
publicado na RPI. Caso este depósito não esteja de acordo com os aspectos formais
estabelecidos no manual do usuário, será formulada exigência visando à correção da
inconformidade. Esta exigência deve ser cumprida em até 05 (cinco) dias, sob pena
de o pedido ser considerado inexistente.
A LPI, por intermédio dos seus artigos 168 a 172, permite a contestação da
concessão do registro, neste caso não será cabível Recurso, mas sim Processo
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Administrativo de Nulidade (PAN), o qual, caso tenha suas razões acolhidas, anulará
a concessão do registro.
Algumas empresas têm estabelecido com sucesso por meio de suas marcas
conhecimento e prestígio diferenciados, resultantes de sua tradição, confiança,
qualificação no mercado e muito investimento. Tudo isso transmite a esta marca uma
penetração, um conhecimento que vai além das fronteiras de seu segmento de
mercado.
Toda esta fama, porém, pode atrair terceiros que objetivam auferir vantagens
indevidas tentando se aproveitar da fama e do prestígio destas marcas, em geral,
criando marcas similares ou suscetíveis de causar confusão ou algum tipo de
associação com estas marcas famosas, a fim de desviar clientela.
Segmento de áudio 6: Você pode obter a proteção mundial para uma marca
com um único registro, ou você deve registrá-la em
cada país, separadamente?
Todavia, em casos que o depósito do pedido de registro seja para um país não
signatário do Protocolo, será necessário utilizar os serviços do Escritório de registro
de marcas daquele país.
Sim, esta é uma condição fundamental exigida pelo sistema de registro internacional.
Sim, esta é uma condição fundamental exigida pelo sistema de registro internacional.
O objetivo do sistema, proposto há mais de cem anos é o de estender a proteção
conferida por um registro nacional aos outros países da União de Madri. O sistema
tornou-se mais sofisticado e complexo ao longo do tempo, mas esse princípio continua
o mesmo: você deve primeiramente possuir um pedido ou registro dessa marca em
seu país de origem.
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Segmento de áudio 10: Você utiliza o Sistema de Madri para requerer um
registro internacional e, depois de ter depositado seu
pedido internacional, seu pedido nacional é
indeferido. O que acontece então?
QAA 4: Suponhamos que você tenha obtido o registro de uma marca em seu
país de origem e depois obtido o registro internacional válido em
outros países, inclusive o Quênia. Um ano depois de ter depositado
seu pedido internacional, você verifica que seu país de origem
cancelou o registro de sua marca. Essa marca continua a ser
protegida no Quênia através do Sistema de Madri?
Resposta QAA 4:
Então o Sistema de Madri é uma maneira útil que os usuários de marcas podem
utilizar para a proteção em diversos países ao mesmo tempo. Entretanto, a decisão
de se deferir ou não a proteção, para uma determinada marca, em um determinado
país, depende do respectivo sistema nacional. Se a proteção não for recusada e nada
ocorrer na vida desse registro que gere sua extinção, a marca pode ser protegida por
tempo indeterminado.
Como foi visto nos itens anteriores, o Protocolo de Madrid facilita o acesso do
depositante brasileiro ao sistema marcário de diversos países. Todavia, é importante
estar atento, pois existem diferenças consideráveis entre os diversos sistemas
nacionais, seja em relação à trâmites administrativos, seja em relação à critérios de
análise de pedidos.
Dentro deste esforço, foi adotado, em 1994, o Tratado sobre Direito de Marcas -
TLT, definindo as informações que os nacionais de um Estado-membro devem
fornecer e os procedimentos a serem seguidos para registrar as marcas no órgão
competente de outro Estado-membro. Atualmente este acordo possui 54 membros,
mas o Brasil ainda não é signatário.
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RESUMO
TEXTOS LEGISLATIVOS:
Convenção de Paris
Acordo TRIPS