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Módulo 4: Marcas
Objetivos
Embora de uma forma geral, todos tenham alguma noção do que é uma
marca, quando se faz uma busca na internet buscando uma definição um pouco
mais exata para definir seu significado, certamente serão encontradas diferentes
respostas. Mas, por que isto acontece? Via de regra, isto ocorre porque a marca é
objeto de trabalho e de estudo em distintos campos de conhecimento, o que leva,
consequentemente, a diferentes abordagens e significados.
Aqui veremos a marca sob seu aspecto jurídico, a sua existência como um
direito real, ou seja, um bem, mais especificamente um direito de propriedade
intelectual.
Note-se, porém, que nesses primeiros tempos a marca não tinha exatamente
a mesma função que possui hoje, qual seja, identificar e distinguir. Sua principal
É através das marcas que se torna possível identificar de forma mais precisa
quem são as empresas responsáveis pelos produtos e serviços que você utiliza, a
origem empresarial daquilo que você consome. A marca é um canal valioso para o
empresário transmitir as qualidades e valores de uma empresa e com isso abrir a
possibilidade de fidelizar sua clientela e expandir seu mercado.
De uma forma bem sucinta podemos dizer que a marca é um sinal utilizado
para fazer a distinção entre os produtos ou serviços provenientes de uma
origem empresarial, que pode ser uma pessoa física ou jurídica daqueles
provenientes de outra origem. Esta é uma definição muito simplificada, mas
que permite entender essencialmente o que é uma marca.
Então quando você diz desenho, você quer se referir a objetos como o logotipo
da Shell?
A possibilidade de registro não abrange somente as figuras bidimensionais. As
marcas podem ser também tridimensionais – ou seja, podem consistir da
embalagem dos produtos ou os próprios produtos. As combinações de cores
que possuam caráter distintivo podem igualmente ser protegidas.
a) BANDEIRANTE
b)
c)
Resposta:
III – Marcas – Aspectos legais – O que pode ser registrado como marca
Colocando de forma muito simples, isto significa que a marca tem que possuir
capacidade de distinguir, por exemplo, se alguém deposita uma marca formada de
20 palavras ou por um simples traço, entende-se não ser possível para esta marca
identificar um determinado produto ou serviço.
Dessa forma, uma vez que temos uma marca que preenche os pressupostos
do artigo 122 da LPI, ou seja, tenha capacidade de distinguir e seja visualmente
perceptível, é necessário ainda para o seu registro, que ela cumpra quatro
requisitos: veracidade, liceidade, distintividade e disponibilidade. Esses requisitos
estão na sua grande maioria internalizados no artigo 124 da LPI.
Mas, o que estes requisitos querem dizer? Veremos cada um deles de forma
mais detalhada, abaixo.
Veracidade
Liceidade
Um sinal é considerado lícito para ser registrado como marca quando o mesmo
não atentar contra a ordem pública ou a moral e bons costumes. A proibição do
registro de sinais considerados ilícitos é de caráter absoluto, por razão de interesse
público em sentido estrito, ou do interesse de grupos relativamente homogêneos.
Encaixam-se nesta proibição sinais contendo bandeiras, moedas, selos de cunho
oficial e sinais de cunho ofensivo.
Distintividade
Outro exemplo seria um de comerciante que utiliza como marca de sua loja
“vende mais”, esta marca também não pode ser objeto de registro, uma vez que
designa uma característica atribuível a esta atividade mercadológica.
Esta proibição, porém, não é absoluta, ela pode ser afastada caso a marca
apresente na sua composição um desenho, uma figura que possa dar a este
conjunto marcário (nome + figura) uma configuração distintiva. Mas note, o
depositante será titular do conjunto (nome + figura), e não da palavra isolada.
Disponibilidade
Isto quer dizer que a marca que se deseja registrar não pode violar outros
direitos que terceiros detenham, ou seja, não podem possuir semelhança ou
identidade com a denominação de direitos de terceiros de modo a causar confusão
ou associação.
Estes direitos de terceiros estão elencados na sua grande maioria nos incisos
do artigo 124 da Lei de Propriedade Industrial, por exemplo, não podem ser
registradas marcas já registradas por terceiros (distintividade diferencial), obras
protegidas por direito autoral, nome civil sem autorização do titular, nome comercial
de terceiros, dentre outros.
Ex. (5) registro extinto n.º 820303313, de S.M. JALEEL & COMPANY
LIMITED, cujo registro foi anulado por reproduzir objeto protegido por registro
de desenho industrial de terceiro.
Resposta QAA 3:
Acima vimos alguns aspectos legais para registro de marcas, que tipos de
marcas podem ser objeto de registro. Vamos ver agora, que as marcas podem ser
diferenciadas de acordo com seu uso no mercado, conforme estabelecido no art.
123 da LPI.
Então, se você detém uma marca não registrada que está há muito tempo em
circulação e que é conhecida, ela seria suscetível de proteção, em certos
países?
Depósito do pedido
Publicação do
pedido na RPI
Exame do pedido
Deferimento Indeferimento
Concessão Recurso
Arquivamento
A primeira etapa se inicia com o depósito do pedido de registro, pelo próprio
interessado ou procurador(es) por ele constituído(s), através de formulário eletrônico
ou em papel. Da análise dos aspectos formais do pedido de registro, surge o
primeiro ato do INPI, publicado na RPI. Caso este depósito não esteja de acordo
com os aspectos formais estabelecidos no manual do usuário, será formulada
exigência visando à correção da inconformidade. Esta exigência deve ser cumprida
em até 05 (cinco) dias, sob pena de o pedido ser considerado inexistente.
Algumas empresas têm estabelecido com sucesso por meio de suas marcas
conhecimento e prestígio diferenciados, resultantes de sua tradição, confiança,
qualificação no mercado e muito investimento. Tudo isso transmite a esta marca
uma penetração, um conhecimento que vai além das fronteiras de seu segmento de
mercado.
Toda esta fama, porém, pode atrair terceiros que objetivam auferir vantagens
indevidas tentando se aproveitar da fama e do prestígio destas marcas, em geral,
criando marcas similares ou suscetíveis de causar confusão ou algum tipo de
associação com estas marcas famosas, a fim de desviar clientela.
Agora ouça o próximo segmento de áudio, que explica o modo como o Sistema
de Madri facilita a proteção das marcas em nível internacional.
QAA 4: Suponhamos que você tenha obtido o registro de uma marca em seu
país de origem e depois obtido o registro internacional válido em
outros países, inclusive o Quênia. Um ano depois de ter depositado
seu pedido internacional, você verifica que seu país de origem
cancelou o registro de sua marca. Essa marca continua a ser
protegida no Quênia através do Sistema de Madri?
Resposta QAA 4:
Segmento de áudio 11: Por quanto tempo você pode ter a proteção para
uma marca?
Como foi visto nos itens anteriores, o Protocolo de Madrid facilita o acesso do
depositante brasileiro ao sistema marcário de diversos países. Todavia, é importante
estar atento, pois existem diferenças consideráveis entre os diversos sistemas
nacionais, seja em relação à trâmites administrativos, seja em relação à critérios de
análise de pedidos.
Dentro deste esforço, foi adotado, em 1994, o Tratado sobre Direito de Marcas
-TLT, definindo as informações que os nacionais de um Estado-membro devem
fornecer e os procedimentos a serem seguidos para registrar as marcas no órgão
competente de outro Estado-membro. Atualmente este acordo possui 54 membros,
mas o Brasil ainda não é signatário.
TEXTOS LEGISLATIVOS:
Convenção de Paris
Acordo TRIPS