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Frei Luís de sousa- almeida garret

A obra Frei Luís de Sousa foi publicada Casamento, por procuração, de D. Maria
no século XIX e deu ínicio ao romantismo II com o seu tio, o infante D. Miguel
em Portugal.
1827 - Regência do reino de Portugal por

Contextualização historicó-literária D. Miguel

1799 - Nascimento de Almeida Garrett 1828 - Golpe de Estado Absolutista

1807 - Primeira invasão francesa Reinado de D. Miguel (D. Miguel, rei


absoluto)
Deslocação da corte para o Rio de
Janeiro 1832 - Regência de D. Pedro, em nome
de D. Maria II
1809 - Segunda invasão francesa
Desembarque da expedição liberal no
1810 - Terceira invasão francesa
Porto
1811 - Retirada dos franceses
Cerco do Porto
1816 - Morte de D. Maria I / Início do
1834 - Morte de D. Pedro IV / Início do
reinado de D. João VI
reinado de D. Maria II
1820 - Revolução liberal no Porto
1854 - Morte de Almeida Garrett
1821 - Extinção do Tribunal do Santo
Contexto literário e artístico
Ofício
Romantismo: Movimento artístico que
Regresso de D. João VI a Portugal
se manifestou ao longo da primeira
1823 — Vila-Francada (sublevação de D. metade do século XIX e que se
Miguel) caracteriza, entre outros aspetos, pela

1824 - Abrilada / Exílio de D. Miguel para aceitação de uma estética que valoriza a

Viena de Áustria liberdade criadora, a subjetividade e o


sonho, que exprime as tensões
1825 - Publicação de "Camões" por
ideológicas e sociais do artista no seio
Almeida Garrett (início do Romantismo
da sociedade burguesa e que advoga o
em Portugal)
regresso às tradições medievais.
1826 — Morte de D. João VI / Abdicação
• Arte fundada no instinto, no
por D. Pedro IV, da coroa de Portugal em
sentimento.
favor da sua filha D. Maria da Glória
• Afirma a total liberdade de criação, resistência aos governadores de
recusa regras, cria géneros mistos: Lisboa/à ocupação espanhola.
prosa poética, drama, romance;
Dimensão patriótica- expressão
consegue a libertação da linguagem,
que se torna coloquial; mistura níveis simbólica
de língua; digressões; pontuação (situação nacional; sentido de ser português)
expressiva.
• D. João de Portugal: símbolo da
• Apresenta uma natureza triste,
Pátria humilhada e cativa.
escura, dinâmica, tempestuosa,
• Atitude de D. Manuel (incêndio do
outonal, crepuscular("locus
palácio): patriotismo e nacionalismo.
horrendus").
• Maria: ideologias políticas
• Arte de inspiração cristã; introduz
nacionalistas (combate à tirania dos
mitologias nacionais.
governantes).
• Arte que reabilita e celebra a Idade
• Valor simbólico dos retratos.
Média.
• O herói é desequilibrado, impetuoso, Sebastianismo: História e ficção
insatisfeito, melancólico, revoltado;
Dados históricos:
herói que procura evadir-se no
sonho, no tempo e no espaço; herói • Morte de D. Sebastião em Alcácer
fatal que traz a perdição a quem o Quibir.
ama; por vezes, suicida. • Anexação de Portugal pela Espanha
• Apresenta uma nova visão da em 1580 /perda da independência.
mulher: anjo redentor ou demónio
que leva à perdição (mulher fatal);
quase sempre vítima do herói fatal. Sebastianismo em Frei Luís de Sousa
(ficção):
Dimensão patriótica
• Tema decorrente do contexto
• Mito do sebastianismo cujos porta- histórico da ação (ocupação
vozes são Maria e Telmo. espanhola).

Cf. Retratos de D. Sebastião, Camões, D. • Com implicações na intriga (regresso

João de Portugal de D. Sebastião <> regresso de D.


João).
• Incêndio do palácio por D. Manuel de
Sousa Coutinho, como forma de
Recorte das personagens principais • Ligada ao culto de Camões e de D.
Sebastião.
D. Madalena de Vilhena:
Telmo:
• Pertencente à nobreza, casada com
D. João de Portugal (1.° casamento) e • Escudeiro, servidor das famílias de

com D. Manuel (2.° casamento). D. João de Portugal (passado) e de D.

• Sentimental, pecadora (apaixonou- Manuel de Sousa Coutinho

se por D. Manuel quando ainda (presente).

estava casada com D. João de • Confidente de D. Madalena, mas

Portugal), atormentada pelo crítico do seu comportamento, e

passado, com pressentimentos. protetor de Maria.

• Ligada à lenda dos amores infelizes • Dividido/dilacerado entre a afeição

de Inês de Castro. antiga (D. João de Portugal) e a


afeição recente (Maria).
D. Manuel de Sousa Coutinho:
D. João de Portugal:
• Pertencente à nobreza (cavaleiro de
Malta), casado com D. Madalena. • Pertencente à nobreza (cavaleiro),

• Racional, sensível, corajoso, casado com D. Madalena de Vilhena.

decidido, patriota, honrado, • Patriota, austero, mas cavalheiresco,

desapegado de bens materiais e da integro.

própria vida. • Ligado à lenda de D. Sebastião,

• Encarna o amor à pátria e à liberdade símbolo da Pátria humilhada e

e o mito do escritor romântico. cativa.


• Permanentemente em cena através
Maria:
das evocações de D. Madalena e do
• De origem nobre, filha de D. Manuel e sebastianismo de Maria e Telmo.
de D. Madalena, com 13 anos. • Reduzido ao anonimato.
• Bela, frágil (doente de tuberculose),
Dimensão trágica
perspicaz, inteligente, meiga,
bondosa. Apesar de ser classificada como drama
• Contemplativa e propensa ao sonho. romântico, a obra Frei Luís de Sousa
• Com o dom da intuição e da apresenta características da tragédia
profecia. clássica.
• Ativa, com desejo de agir (combater,
• Subordinação ao Destino inexorável.
ter um irmão, ver a tia Joana).
• Protagonista como pessoa justa, • Batalha de Alcácer Quibir (sexta-
sem culpa, que cai num estado de feira, 4 de agosto de 1578);
infelicidade. • Casamento de D. Madalena e D.
• Desenvolvimento da ação com base Manuel (1585- 7 anos após a Batalha
num crescendo de intensidade, que de Alcácer Quibir);
culmina com a catástrofe final. • Regresso de D. João de Portugal (4 de
• Reminiscência do coro na agosto de 1599);
personagem Telmo (que comenta ou • HOJE
anuncia o desenrolar dos
ATO I
acontecimentos).
• Concentração do espaço e do • Palácio de D. Manuel de Sousa

tempo. Coutinho

• D. Madalena apaixona-se por D. • Espaço luxuoso, elegante, luminoso

Manuel quando ainda era casada • Retrato de D. Manuel de Sousa

com D. João de Portugal; D. Manuel Coutinho

incendeia o palácio (desafio/hybris). • Final de tarde

• Conflito (agon) interior de D. ATO II


Madalena, que se intensifica ao
• Palácio de D. João de Portugal
longo da ação.
• Sala dos Retratos: espaço antigo,
• Chegada do Romeiro (peripécia) e
melancólico, sem luz
reconhecimento (anagnórise) da sua
• Retratos de D. João de Portugal,
identidade.
Camões e D. Sebastião
• Morte de Maria e entrada de D.
• Anoitecer
Madalena e
• D. Manuel no convento (catástrofe). ATO III

• Parte baixa do Palácio de D. João de


Portugal
Elementos da tragédia clássica
• Espaço amplo, sem ornato algum
Concentração no tempo • Alta noite

• Casamento de D. Madalena com D. Dimensão trágica


João de Portugal (sexta-feira);
• Coincidências temporais;
• Paixão de D. Madalena por D. Manuel
referências à sexta-feira;
de Sousa Coutinho (sexta-feira);
• Simbologia dos números três e sete • Texto secundário: didascálias (ou
(mistério e fatalidade). indicações cénicas).
• Presságios/agouros e
Género literário: Drama romântico:
pressentimentos.
• Sebastianismo de Telmo e de Maria. • Três atos, em prosa.

• Doença de Maria (tuberculose). • Tema de influência nacional.

• Perda do retrato de D. Manuel vs. • Atribuição de sentimentos violentos

preponderância do retrato de D. às personagens (culto da honra,

João. patriotismo, terror provocado

• Referências à vida conventual sobretudo pela crença no

(exemplo de D. Joana de Castro) e à sobrenatural, efeitos trágicos dos

morte. sentimentos).
• Características românticas: crença
Indícios trágicos (exemplos)
no sebastianismo, patriotismo e

Linguagem, estilo e estrutura nacionalismo, crenças, religiosidade,

Frei Luís de Sousa individualismo, tema da morte, mito


(representado pela primeira do escritor romântico.
vez em 4 de julho de 1843)

Modo literário Género literário

Modo dramático Drama romântico;

Modo em que a ação Drama principalmente


é representada histórico, que reflete o
pelas personagens. culto dos sentimentos
fortes, mesmo violentos,
próprio do Romantismo.

Exposição- Ato I- Cenas I a IV


Modo dramático: Elementos
Antecedentes da ação
construtivos:
• D. Madalena casa com D. João de
• Estrutura externa: três atos,
Portugal.
subdivididos em cenas.
• D. João de Portugal desaparece na
• Texto principal: falas/réplicas das
Batalha de Alcácer Quibir.
personagens diálogos, monólogos,
• D. Madalena procura D. João de
apartes.
Portugal durante sete anos.
• D. Madalena casa com D. Manuel de • Dá-se início à cerimónia da tomada
Sousa Coutinho. de hábito por D. Manuel e D.
• Nasce Maria. Madalena (morte social).
• Telmo, antigo escudeiro de D. João • Maria morre (morte física).
de Portugal, serve a família de D.
Madalena.

Conflito- Ato I e II- Cenas V a VIII

Desenvolvimento da ação

• Os governadores decidem ir para o


palácio de D. Manuel para se
afastarem da peste que há em
Lisboa.
• D. Manuel incendeia o próprio
palácio e muda-se com a família
para o palácio de D. João.
• D. Manuel e Maria vão a Lisboa,
deixando D. Madalena sozinha com
Frei Jorge.
• Chega o Romeiro, que transmite a D.
Madalena o recado de que D. João de
Portugal está vivo - o seu primeiro
marido.
• Conhecendo a verdade, D. Manuel e
D. Madalena decidem professar
votos religiosos.
• Dilacerado por um conflito interior,
Telmo conversa com o Romeiro e
reconhece a sua verdadeira
identidade.

Desenlace- Ato III- Cenas IX A XII

Desfecho da ação

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