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A dimensão patriótica e a sua expressão simbólica (I)

Portugal sob domínio espanhol

● Derrota em Alcácer Quibir, em 1578, em que D.Sebastião morre, Filipe II de Espanha sobe ao
trono português , em 1580, e une os dois reinos.
● A ação em Frei Luís de Sousa, drama histórico, decorre no final do século XVI, quando
Portugal perdeu a independência para Espanha.

Patriotismo em Frei Luís de Sousa

● Frei Luís de Sousa encena o problema político, individual e familiar de um Portugal sob
Espanha.
● A família de Sousa Coutinho revela um forte sentimento patriótico, rejeitando a união com
Espanha. A ação de Manuel de Sousa Coutinho, ao incendiar o palácio, e os sonhos de
independência da sua filha Maria e de Telmo vão no sentido de manter viva a ideia de Portugal.
Todos aspiram a ver o reino recuperar a sua liberdade e reerguer-se.
● Personagens com sentimento patrióta ou negação da pátria:

Patriotas Traidores

Personagens Manuel de Sousa Coutinho, Os governadores portugueses


D.Madalena, Maria e Telmo ao serviço de Espanha

Características Íntegros, dignos, corajosos, Sem carácter,oportunistas,


resistentes, determinados. prepotentes, traiçoeiros e
cobardes.

Lugar onde vivem e o seu A família de Manuel Coutinho Os governadores residem em


simbolismo vive em Almada, no seu Lisboa: lugar assombrado
palácio e no de D.João: pela peste, doença física e
lugares de ares saudáveis, no sugestão de doença moral.
plano literal e simbólico
(político e moral).

O exemplo patriótico de Manuel de Sousa Coutinho

● No final do ato I, Manuel de Sousa Coutinho dá um exemplo de patriotismo e de liberdade aos


seus compatriotas que anseiam a restauração da independência.
- desafia os governadores, que queriam testar a sua fidelidade, ao impedir que se
hospedassem na sua casa.
- incendeia o próprio palácio que mostra o repúdio pelo domínio espanhol e por que
representa esse poder em Portugal.
● Garrett estaria a exortar os seus contemporâneos a contestar o governo autoritário de Costa
Cabral e a lutar pela liberdade.
A dimensão patriótica e a sua expressão simbólica (II)
● Após Alcácer Quibir (1578), Portugal perde a independência (1580), encontra-se sob domínio
espanhol e está moribundo, porque a identidade da nação ameaça desaparecer.
● Frei Luís de Sousa é a tragédia coletiva de um povo, uma reflexão sobre o destino de Portugal
numa época complexa, de profunda crise identitária.
● Inicialmente, Telmo e Maria anseiam pelo regresso do «velho Portugal», que desapareceu
em Alcácer Quibir - representado por D. João de Portugal e D. Sebastião - e que poderia
resgatar o Reino da situação política e social em que se encontra. Contudo, o regresso de D.
João de Portugal acaba por trazer a destruição da família e, simbolicamente, da esperança num
«novo Portugal».

O «velho Portugal» Portugal do passado que desaparece com a perda da independência.


Personagens que representam o «velho Portugal»: D. João de Portugal
(Romeiro) e duas personagens aludidas: D. Sebastião e Luís de Camões.
Espaço que o representa: o palácio de D. João, pesado e antigo.
Elementos que o simbolizam: os retratos da sala do palácio de D. João.

O «novo Portugal» Reino aprisionado, integrado na monarquia espanhola, e que se encontra


moribundo.
Personagens que representam o «novo Portugal»: Manuel de Sousa
Coutinho, D. Madalena e Maria.
A família representa o embrião do que poderia ser um Portugal futuro, uma
nação renascida das cinzas, mas está ensombrada pelo passado e acaba por
ser destruída com o regresso do «velho Portugal».
Espaço que o representa: o palácio de Manuel de Sousa Coutinho, que é
incendiado.
Elementos que o simbolizam: o retrato de Manuel de Sousa Coutinho, que é
destruído.

Telmo: uma personagem dividida

● Fidelidade ao Portugal passado: Telmo saudosista - mantém a fidelidade e a estima por D.


João, guarda recordações do seu amigo Camões e sonha com o regresso de D. Sebastião.
● Dedicação à ideia de um Portugal presente (com possibilidade de futuro) - Telmo estima Maria,
admira Manuel de Sousa Coutinho (pelo seu patriotismo) e receia o efeito que o regresso
de D. João possa ter uma família.
● Para Telmo e para Portugal, trata-se de um conflito de harmonização impossível.
Esta personagem representa a encruzilhada em que Portugal se encontra.

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