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Personagens
D. Manuel de Sousa Coutinho
Homem culto, racional e cavalheiro
Nobre cavaleiro de Malta, pai terno, bom marido
Corajoso, audaz, patriota e nacionalista
Fidalgo e bom português
Revela-se ingénuo e pouco perspicaz
D. Madalena de Vilhena
Nobre e culta
Sentimental, apaixonada, frágil e romântica
Supersticiosa, pessimista, cautelosa e insegura
Culpada pelos remorsos da vida passada
Ligada aos amores infelizes de Inês de Castro
Telmo Pais
Escudeiro de famílias poderosas
Sebastianista
Aio de D. João de Portugal
Amigo e confidente de D. Madalena
Maria de Noronha
Personagem principal
Muita frágil e instável
Apresenta uma faceta Sebastianista
Curiosa, perspicaz e inteligente
Doente, sofria de tuberculose
D. João de Portugal
Nobre
Cavaleiro, austero e corajoso
Patriota e ligado a D. Sebastião
Frei Jorge
Irmão de Manuel de Sousa Coutinho
Representa a autoridade da Igreja
Confidente de Madalena
Linguagem e estilo
Presença de registos formais e informais
Diálogos vivos: frases curtas, palavras soltas, suspense e presságios
Vocabulário corrente e acessível
Vocábulos em desuso no séc. XIX, conferindo ao discurso um tom epocal do séc. XVI
Vocabulário próprio da expressão de sentimentos e emoções
Uso do diminutivo com caráter afetivo
Interjeições e locuções interjetivas
Repetições frequentes
Pontuação expressiva
Pausas
A dimensão trágica
Apesar de, em termos de género literário, a obra ser um drama romântico, o próprio Garrett reconheceu que
a peça tem uma natureza trágica
A principal razão pela qual a peça é um drama romântico, é o facto desta não se reger por normas rígidas, o
que sucede com a tragédia
Elementos da tragédia
Hybris – desafio à ordem instituída e às leis divinas ou humanas
Ágon – conflito entre personagens ou conflito interior de uma personagem
Peripécia – mudança súbita no rumo dos acontecimentos
Anagnórise – reconhecimento
Ananké – força do destino
Pathos – sofrimento
Clímax – ponto culminante
Catástrofe – desenlace trágico
Catarse – terror e piedade sentidos pelo espectador
O Sebastianismo: história e ficção
O Sebastianismo é uma crença portuguesa que se inicia com o desaparecimento do rei D. Sebastião em
Alcácer Quibir. Como o corpo do rei nunca foi encontrado, alguns acreditavam que D. Sebastião poderia estar
vivo e que um dia regressaria para salvar Portugal, libertando-o do domínio espanhol
Em Frei Luís de Sousa, o Sebastianismo associa-se ao patriotismo
As personagens centrais são patriotas que assumem diferentes atitudes face à esperança no regresso de D.
Sebastião:
o Maria e Telmo anseiam pela chegada do rei, que segundo eles, libertará Portugal
o Manuel de Sousa Coutinho e Madalena, apesar de patriotas, inquietam-se com a ideia de regresso de
D. Sebastião, visto que a associam ao eventual regresso de D. João, 1º marido de Madalena
O Sebastianismo é perspetivado negativamente em Frei Luís de Sousa, visto que esta crença condena o povo
à inação, não permitindo a mudança necessária
A dimensão patriótica e a sua expressão simbólica
O "velho" O "novo"
Portugal Portugal -Reino aprisionado,
- Portugal do passado
integrado na
que desaparece com a
monarquia espanhola,
perda da
e que se encontra
independência
moribundo
Personagens Personagens
representantes: representantes
D. João de Portugal Manuel de Sousa
D. Sebastião Coutinho
Luís de Camões D. Madalena
Maria
Espaço Espaço
representativo: representativo:
Palácio de D. João Palácio de Manuel de
(pesado e antigo) Sousa Coutinho
(incendiado)
ATO 2
O ambiente fechado, sem janelas, com os quadros grandes das figuras de D. João, Camões e D. Sebastião revelam uma
presença indesejada e uma família mais abatida (algo está para vir);
D. Madalena apresenta-se muito fraca; com a chegada de D. Manuel (que teve de fugir devido à afronta aos
governantes) e a indicação de que estes o tinham perdoado, D. Madalena fica mais descansada, mas ao saber por Frei
Jorge, que este terá de partir para Lisboa para se apresentar, fica de novo desassossegada;
D. Manuel parte para Lisboa na companhia de Maria e Telmo, deixando em casa D. Madalena e Frei Jorge;
Aparece um Romeiro que não se quer identificar ao princípio, mas dá indícios de ser D. João de Portugal, que voltaria
exatamente 21 anos depois da batalha de Alcácer-Quibir (7 para procurar o corpo + 14 casamento de D. Madalena e D.
Manuel)
ATO 3
Um ambiente muito fechado, representando a falta de saída da família que, caso o romeiro fosse D. João, estaria
perante um casamento (D. Madalena e D. Manuel) e uma filha (D. Maria) ilegítimos (a morte era a única forma de
“divórcio”);
O Romeiro encontra-se a sós com Telmo e este imediatamente reconhece o antigo amo, mas a sua lealdade não é certa
(entre D. João e Maria, a sua nova ama apesar de ter criado ambos); o Romeiro pede-lhe que minta por ele, que diga
que é um impostor, que salve a família (momento em que a audiência acredita que possa haver salvação);
Telmo vai pedir conselhos a Frei Jorge, que lhe diz que, se tem a certeza ser D. João, a verdade não deve ser escondida
(mostra uma faceta obediente e inflexível desta personagem)
Por fim, não tendo outra salvação, Maria morre de desgosto (de ser filha ilegítima; de tuberculose) e os pais (D.
Madalena e D. Manuel) vão para um convento (a religião como consolação), tornando-se D. Manuel, Frei Luís de Sousa.
Mariana
Jovem (24 anos) pobre com um rosto belo e triste
Nobre de sentimentos, ama silenciosamente Simão
Confidente e moderadora de impulsos passionais
Mensageira, facilita a troca de correspondência entre Simão e Teresa, anulando-se face ao seu próprio amor
Baltasar Coutinho
Opõe-se ao herói pelo conjunto de defeitos que o caracterizam:
o Presunção, vaidade e cinismo
o Covardia e insensibilidade ao próprio amor
João da Cruz
Honrado e bondoso
Homem do povo e corajoso
Oportuno, lúcido e estratégico
Adjuvante – família acolhedora
Linguagem e estilo
Linguagem
Léxico corrente
Recursos ao pretérito perfeito e imperfeito
Anteposição do verbos aos restante constituintes da frase
Escassez de adjetivos
Frases curtas
Metáforas e ironias
Estilo
Cartas (género epistolar)
o Forma de comunicação entre Simão e Teresa (tom confessional; linguagem sentimentalista)
Diálogos
o Conferem verosimilhança à ação (linguagem adequada ao estatuto social, permitindo a sua
caracterização)
Concentração temporal da ação
o Ritmo acelerado (capítulo I – 35 anos) e abrandamento do ritmo (capítulos II-XX – 7 anos e conclusão –
10 dias)
Narrador
o Presença viva na história (dialoga, intervém, opina, comenta e critica)