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Tragédia Grega:
- Personagens de origem nobre e ligadas por parentesco;
- Ação decorria num só lugar e em 24 horas
- Escrito em verso
- Todos os problemas se centram numa só ação
O Culto do eu
A afirmação da personalidade face ao mundo exterior pode observar-se
nas personagens de Manuel de Sousa Coutinho, D. Madalena e Maria:
Manuel afirma a sua rebeldia no desafio aos opressores, incendiando o
seu próprio palácio; D.Madalena infringe o código moral da sociedade
(casa com Manuel sem ter a certeza de que o primeiro marido está
morto), satisfazendo a sua paixão, buscando a felicidade; Maria põe em
causa as leis da sociedade, da moral instituída, ao afirmar o seu direito à
felicidade.
A crença no Sebastianismo
A crença no regresso do rei D. Sebastião para salvar o país do domínio dos
reis espanhóis e devolver a Portugal a sua grandiosidade passada está
presentificada nas falas de Telmo e de Maria. Telmo pensa que deseja a
vida do seu amo. D. João de Portugal; Maria, idealista, anseia pela vida do
‘salvador’, El-rei D. Sebastião. Madalena rejeita essa crença, assim como
Manuel (o que constitui uma espécie de paradoxo). Mulher e
marido (ela, de modo claro, ele, implicitamente, através do semblante e
de silêncio, não deseja o regresso de D. Sebastião, mostrando, assim, que
temem a concretização dessa crença). Se o rei estivesse vivo, também
poderia estar vivo e voltar a Portugal o primeiro marido de Madalena.
Mulher-Anjo e Mulher-Demónio
Maria é caracterizada várias vezes como ‘anjo’; na verdade, ela é uma
jovem forte psicologicamente e muito frágil fisicamente. O seu fim será a
morte causada pela doença – a tuberculose. Madalena pode ser
considerada a mulher-demónio que causará a perdição de toda a família,
derivada da sua paixão incontrolada por Manuel de Sousa Coutinho.
Ato Segundo
Espaço Físico-Geográfico- Almada, Palácio de D. João de Portugal, salão
Antigo
O Ato dois apresenta um espaço nostálgico, um pouco sombrio, triste,
onde se impõem figuras nobres e religiosas de séculos antigos. Um trio
de retratos ocupa um espaço privilegiado, numa cumplicidade onde se
misturam o idealismo, o patriotismo, a desgraça e a fatalidade. Camões,
grandioso épico que dedica a D. Sebastião Os Lusíadas, pedindo-lhe que
de matéria a outra epopeia, incentivando o jovem monarca a cometer
grandes feitos no Norte de África para concretizar ideais elevados (difusão
do Cristianismo e engrandecimento da Pátria);D. Sebastião não
concretizará o seu ideal, morrendo na mais desastrosa batalha do reino –
Alcácer Quibir. D. João de Portugal, um dos nobres que integrou o trágico
exército, nobre honrado, patriota, fiel e corajoso, também desapareceu
naquele fatídico areal africano. O ambiente fechado parece escassamente
iluminado, evidenciando-se os reposteiros pesados de tecidos espessos de
amplas dimensões, por um lado, indiciando que ocultam algo, por outro
lado remetendo para a ideia de que uma vez descerrados, se passará para
um outro espaço que estará ligado a uma qualquer desgraça ou
fatalidade.
A decoração é, neste ato, sóbria, triste, sombria, luminosa, anunciando já
os acontecimentos funestos que ali ocorrerão.
Ato Terceiro
Espaço Físico-Geográfico – “Parte baixa do palácio de D. João de Portugal,
comunicando pela porta à esquerda com a capela da Senhora da Piedade
na Igreja de S. Paulo dos Domínicos d’Almada” (a porta esquerda dará
acesso à capela da Senhora da Piedade, onde Manuel de Sousa Coutinho e
Madalena deixarão o mundo profano e ingressarão em Ordens Religiosas;
também neste espaço acontecerá a morte de Maria) “casarão vasto”.
Manuel é a pessoa mais sóbria, ou seja, rege-se pela razão e não pelos
sentimentos. Este não é uma personagem romântica pois não aplica o
culto do eu.
Madalena:
Física – bela
Psicológica – emotiva, sentimental, supersticiosa
Social – Aristocracia
D. Manuel:
Física – belo
Psicológica – patriota, corajoso, religioso, racional
Social – Aristocracia
D. Maria:
Física – 13 anos, alta, delgada, formosa
Psicológica – frágil, pura, doente, inteligente
Social – Aristocracia
Telmo:
Física – Idoso
Psicológica – inteligente, teimoso, carinhoso, patriota
Social – Povo Frei Jorge:
Psicológica – racional, preocupado
Social – Clero