Você está na página 1de 6

FREI LUÍS DE SOUSA

• A concentração de espaço-tempo
→ Na obra vão sendo referidas datas especiais, que revelam
acontecimentos fatais. Sete anos se passam entre a morte do
primeiro marido e do casamento com o segundo (fontes falam
de 17 a 18 anos.
→ A sexta feira é um dia especial para Madalena, ouvimos que o
seu casamento, a batalha e o conhecimento com Manuel caem
no mesmo dia do ano, e é neste dia que também regressa o seu
primeiro marido.
→ Quanto ao espaço, o primeiro ato passa se no palácio de Manuel
mostrando luxo, elegância, luminosidade e aberto. Pega fogo ao
seu palácio e o seu retrato arde, o que simboliza que algo lhe
pode acontecer, mostra drama e desgraça. A queima do retrato
é terror para Madalena pois diz lhe que algo fatal esta para
chegar
→ o segundo no palácio de João de Portugal que mostra um espaço
fechado, antigo e melancólico. O espaço mostra a desgraça que
se aproxima, traz memórias passadas e pressentimentos sobre o
futuro. O retrato de D.João simboliza tragédia que está a se
aproximar.
→ o terceiro passa se então na parte baixa do palácio de romeiro,
um espaço escuro, expressivo e austero e na Igreja de são Paulo.
A dimensão trágica da obra

Chega então um estranho «romeiro», num dia particularmente temido por Madalena [.). Ao
aperceber-se, pelas palavras do Romeiro, de que D. João está vivo, foge, gritando - a peça
atinge então o clímax. É nesse momento que o Romeiro, apontando o retrato de D. João, se
identifica [...]. Feito o «reconhecimento» ou «anagnórise», como na tragédia antiga, segue-
se a «catástrofe», que desaba sobre todos: morte espiritual de Madalena e de seu segundo
marido, que ingressam na vida religiosa; morte física, em cena, de Maria; morte moral para
Telmo, dividido entre a lealdade ao seu primeiro amo, agora regressado, e o amor mais forte
por Maria, o presente desaparecimento do Romeiro.

A dimensão patriótica e a sua expressão simbólica


Na decisão tomada por Manuel de Sousa Coutinho quando incendei-a a sua casa de modo a
que os governadores que apoiavam o rei espanhol, D.filipe, não a pudessem habitar é
evidente

• a defesa da liberdade;
• a defesa da identidade de Portugal
• o seu patriotismo;
"vou dar um exemplo a este povo que os há de alumiar" (Ato I, cena 8)

"alumiar" remete para a luz fogo que ele vai provocar na sua casa, que servirá de clarividência,
purificação, como exemplo para o povo, que deve aprender a agir contra o domínio espanhol.
Manuel de Sousa Coutinho prefere perder todos os seus bens a perder a identidade
portuguesa. A família de Manuel de Sousa Coutinho é obrigada a abandonar a sua residência
e a mudar-se para a casa que fora de D. João de Portugal, o que, simbolicamente, pode ser
visto como um regresso ao passado, a um Portugal velho, impeditivo da construção de um
Portugal novo. Maria apoia o pai entusiasmada, destaca a bravura do pai e acompanha o na
necessidade de defesa da pátria

O Sebastianismo
O Sebastianismo é um movimento mítico que se baseia na crença do regresso de D. Sebastião.
A história e ficção juntam-se pois d.sebastião simboliza d. joão, se um voltar certamente o
outro tambem por isso Madalena rejeita os desejos do povo, telmo e maria. surgiu com o
assumido falecimento deste rei na batalha de Alcácer Quibir, em 1578.
Acreditava-se que o monarca regressaria numa manhã de cerrado nevoeiro e que iria
restaurar a Independência portuguesa. Na obra, esta crença é mais evidenciada por Telmo,
mas também por Maria e Madalena.
Ao longo das cenas é possível reparar em diversas menções a D. Sebastião. Representa a
sobreposição do emocional ao racional, estando o pressentimento e a crença acima da razão.
Representa a incerteza da identidade portuguesa naqueles tempos.
Telmo

• Personagem mais sebástica;


• Nunca deixou de acreditar no regresso do seu amo;
• Mostra-se como a personagem mais sebástica em vários diálogos com Madalena:

Maria

- Acredita no regresso de D. Sebastião;

Madalena

• É a personagem anti-sebastianista;
• Vive com receio e insegurança devido à possibildiade do regresso de D. João;
• Aflige-se com a crença sebástica da sua filha Maria.
Gramática

Você também pode gostar