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O que é o Sebastianismo?
O sebastianismo é um movimento mítico que se baseia na crença do regresso de D.
Sebastião. Este movimento foi provocado pela morte deste monarca, em 1578 na
batalha de Alcácer-Quibir. Como D. Sebastião não tinha herdeiros, o trono ficou sob o
poder de D. Filipe II, de Espanha. Acreditava-se que o rei iria voltar numa manha de
nevoeiro e que iria restaurar a independência portuguesa. O sebastianismo era assim
uma esperança para a chegada de um salvador adaptado às condições portuguesas.
Isto mostra a insatisfação com a situação política atual e uma expetativa de mudança
do povo português.
Sebastianismo na obra
Na obra “Frei Luís de Sousa”, esta crença está presente principalmente nas
personagens Telmo e Maria. Em muitas cenas são feitas referências ao próprio D.
Sebastião. Na obra é feita uma crítica, através do Sebastianismo, à sociedade
portuguesa da época, isto é, através das personagens Telmo e Maria, que representam
uma mentalidade de Portugal Antigo, aquele que Almeida Garrett pretendia criticar,
pois estas pessoas acreditam que o que querem que aconteça vai acontecer, mas
ficam à espera que aconteça sem nada fazer para que aconteça. Manuel e Madalena
apresentam-se como patriotas, mas têm receio do regresso D. Sebastião pois também
está associada a volta de D. João de Portugal, o primeiro marido de Madalena, fazendo
assim com o casamento seja ilegal.
O sebastianismo também é interpretado de forma negativa em Frei Luís de Sousa,
visto que a crença leva o povo a não fazer nada, ficando à espera que um salvador
apareça para resolver tudo, fazendo com que não haja a mudança que Portugal
precisa.
3.Questionário
Cena II
12.A que se deve a credulidade de Telmo nas falas 53, 55, 57 e 61?
A credulidade de Telmo deve-se ao facto de ele ser fiel com o seu amo D. João
e também quando ele refere as palavras da última carta que D. João escreveu me que
dizia “Vivo ou morto, Madalena, ei de ver-vos ainda uma vez neste mundo”.
14.Que sentimentos nutre Telmo pelo seu primeiro amo (fala 65)?
Telmo acredita na volta do seu amo e no diálogo com D. Madalena, podemos
verificar que ele tem respeito, devoção, lealdade e solidariedade como se comprova
em “Que o pobre do meu amo… respeito, devoção, lealdade, tudo que lhe tivestes
(…)”.
18.À semelhança do que foi pedido na cena um, volta a fazer um levantamento de
palavras que fundamentam o estado de espírito de D. Madalena (fala 68).
“palavras misteriosas”, “desgraçado povo”, “agouros”, “desgraça que está
iminente”, “doloroso prazer”, “terror”.
19.Explica a utilização por parte de D. Madalena da expressão “dúvida fatal” (fala
68).
É uma dúvida fatal pois se D. João estiver vivo, será uma desgraça para D.
Madalena, o seu marido e a sua filha. Maria seria uma filha ilegítima assim como o
segundo casamento de D. Madalena.
Cena III
20.Na fala 2, D. Madalena tenta dissuadir a filha de determinada ideia. Indica-a, bem
como os motivos por que o faz.
D. Madalena tenta dissuadir Maria de acreditar no regresso de D. Sebastião,
pois implicaria também o retorno do seu primeiro marido.
5.Excerto reescrito
Madalena (ainda de fora) - Jorge, meu irmão, eu sei que estas aí. Abre a porta por
favor e deixa-me falar com o meu… o teu irmão. Anda lá, por favor, nunca mais te
chateio e faço tudo o que tu quiseres.
Jorge (de fora) - Telmo abre a porta.
Telmo (abrindo a porta) – Estou aqui sozinho.
Madalena (entrando em casa olhando para todo o lado) – Para onde é que ele foi?
Telmo – Ele quem, senhora?
Jorge (vindo a frente) – Telmo estava aqui à minha espera e com a ordem de não abrir
a porta a ninguém.
Madalena- Eu bem ouvi duas vozes diferentes.
Telmo – Ouviu?
Madalena – Sim ouvi. Onde está o meu marido, Telmo?
Manuel (que esta no fundo da cena vem agora a frente) – Estou aqui o que quer de
mim?
Madalena – Mas porque estás a falar assim para mim?
Manuel – Madalena… o que queres que te diga? Não já está tudo dito?
Madalena – Acho que não, ouve-me Manuel, com estas novas tecnologias podemos
fazer um teste de ADN e verificar se trata mesmo de D. João.
Telmo (à parte a Jorge) – Tenho de lhe contar algo, ouça-me. (Conversam ambos à
parte).
Manuel – Madalena, Madalena! Não tenho mais nada a dizer. Olha, juro, o nosso
casamento não é legal, o nosso amor não é permitido, enquanto estiveres casada com
outro.
Jorge (continuando a conversa com Telmo e levantando a voz com aspereza) – Poderá
ser possível, se o casamento for anulado.
Madalena (virando-se para Jorge) – Sim, poderá ser uma boa opção.
Jorge (virando-se para ela) – Não Madalena, acho que não será possível. (Para Telmo)
Vai para onde eu te disse que és mais preciso lá (fala-lhe ao ouvido; depois alto) Não a
deixes sozinha até terminar a cerimónia.
(Telmo sai com repugnância, e rodeando para ver se chega ao pé de Madalena, Jorge,
que o percebe, faz-lhe um sinal imperioso, ele recua e finalmente se retira pelo fundo)