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Português, 11.

º ano

Págs. 84-85

1. a) ao fim da tarde; b) final do século XVI (1599); c) sala


luxuosamente decorada com vasos, flores, tapeçarias,
cadeiras, tamboretes, com duas janelas viradas para um
terraço e voltadas para o rio Tejo. Duas portas e a
presença de um retrato de um cavaleiro; d) a decoração
sugere um local próprio da alta sociedade (nobreza), que
se revela culta (livros), mas também religiosa (retratos);
e) a decoração da sala configura um espaço confortável e
luminoso, acolhedor e feliz.
2.1. Nos excertos das duas obras, é possível
compreender que D. Inês e D. Madalena amam os seus
companheiros. Contudo, D. Inês amava sem
preocupações, contrariamente a D. Madalena, que vivia
com “contínuos terrores” (ll. 23-24), não usufruindo
plenamente do seu amor.
No primeiro momento (ll. 18-21), D. Madalena revela
3.1.

serenidade, paz e até felicidade. No entanto, a partir da


linha 21, em particular a partir do uso do conector “Mas”,
a personagem feminina demonstra medo e angústia.
“Oh! que amor, que felicidade… que desgraça a minha!”
3.2.

(ll. 25-26).
4.1. As frases inacabadas, os pontos de exclamação, as
interrogações e as interjeições marcam um discurso
tipicamente romântico, em que D. Madalena transmite um
estado emocional angustiado. Neste monólogo, percebe-
se que D. Madalena vive um conflito interior, na medida
em que ama o seu marido, mas o passado atormenta-a.
1
5. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa (“que
ainda me não deixaram […] o seu amor”) e oração
subordinada adjetiva relativa restritiva (“que me dava o
seu amor”).
6. c)
7.1. “o” – “o estado em que eu vivo” (l. 23); “ele” – Manuel de
Sousa Coutinho.
7.2. Coesão gramatical referencial.
7.3.

Pág. 91

1.1. a) Personagem romântica que vive angustiada pela


possibilidade do regresso do seu primeiro marido, D.
João de Portugal. Casada em segundas núpcias com
Manuel de Sousa Coutinho, de quem tem uma filha,
Maria; b) Fidalgo, bom português, casado com D.
Madalena e pai de Maria. É um cavaleiro de Malta; c)
Jovem de treze anos, bastante madura e perspicaz para
a sua idade. Fisicamente frágil; d) Primeiro marido de D.
Madalena, a quem amava profundamente. Honrado
cavaleiro e fidalgo; e) Escudeiro, amigo e confidente de
D. Madalena. Nutre por Maria uma afeição muito
especial; f) Batalha de Alcácer Quibir; g) Tentativas de
encontrar D. João de Portugal; h) Casamento de D.
Madalena com Manuel; i) Nascimento de Maria; j)
Momento em que decorre a ação.
“Às palavras, às formais palavras daquela carta […] ‘vivo
2.

ou morto, Madalena, hei de ver-vos pelo menos ainda


uma vez neste mundo’” (ll. 142-146).
3. Os apartes de Telmo revelam a sua crença no facto de
que D. João de Portugal estará vivo (“Terá…” – l. 43) e
de que Maria terá um destino trágico.
2
4.1. Telmo considera que Maria poderia ter nascido em
“melhor estado” (l. 91), isto é, não correndo o risco de
poder ser considerada filha ilegítima.

A expressão “Muitas letras” explicita a situação de


5.

Manuel de Sousa Coutinho ser um estudioso e


humanista, alguém que é dotado de uma cultura
assinalável. O vocábulo “letras” implica a noção de
pessoa culta.
Ironia, que acentua a desaprovação de Telmo perante o
6.

casamento de D. Madalena.
7. Ato de fala compromissivo.

Págs. 92-93

Verifica
a) faluas; falua; b) Madalena; c) Telmo; Frei Jorge;
1.

Madalena; Frei Jorge.


2. a) antes de véspera (l. 212); quase noite (l. 213); b) aqui
(l. 218); aí (l. 221).
3. a) deítico pessoal; b) deítico temporal; c) deítico
espacial; d) deítico pessoal.

Págs. 94-95

A expressão refere-se às crenças sebastianistas de


1.

Telmo e do povo, que surgem a propósito da conversa


entre D. Madalena, Maria e Telmo sobre a batalha de
Alcácer Quibir e do desaparecimento de D. Sebastião.
Para o povo, el-rei não morreu e voltará para libertar a
3
nação do domínio filipino.
D. Madalena acredita na morte de D. Sebastião em
2.

Alcácer Quibir, invocando como autoridades o cunhado


Frei Jorge e Lopo de Sousa (l. 13). Contudo, fica muito
apreensiva e aflita perante a possibilidade do regresso do
rei, pois, se este voltasse, o primeiro marido, que
desaparecera em circunstâncias idênticas, também
poderia regressar e trazer a tragédia ao seu seio familiar.
Por sua vez, Maria defende que D. Sebastião se encontra
vivo, argumentando que, se o povo tem esta crença, é
porque é verdadeira: “Voz do povo, voz de Deus […]
alguma coisa há de ser” (ll.15-16).
O patriotismo evidencia-se na personagem de Maria e
3.

nas referências que faz a D. Sebastião. Além disso, na


segunda réplica, Maria destaca o patriotismo do pai –
“Meu pai, que é tão bom português, que não pode sofrer
estes castelhanos […]” (ll.19-20).
“Meu pai, […] em ouvindo duvidar da morte do meu
4.

querido rei D. Sebastião… […] Ó minha mãe, pois ele


não é por D. Filipe; não é, não?” (ll. 19-25).

Págs. 96-97

Maria, durante os seus sonhos, tenta compreender as


5.

atitudes e falas de seus pais, pois tem a perceção de que


estes lhe escondem algo de grave. Além disso, tenta
descobrir o significado das suas visões.
6.1. O facto de as flores murcharem nas mãos de Maria
representa a efemeridade da vida, constituindo um
presságio.
Maria é uma menina que gosta de estudar e ler. Além
7.

disso, mostra-se muito preocupada com a sua mãe, uma


4
vez que, mal a vê a chorar, muda de conversa e de
atitude para não a preocupar mais.
“cá” – deítico espacial; “me” – deítico pessoal; “agora” –
8.

deítico temporal.

Pág. 98

1.1. Ambos os intervenientes começam por concordar


que uma sexta-feira, 13, é dia de azar. Porém,
reconhecem que as pessoas têm um lado supersticioso e
uma visão desconfiada da vida. Os azares acontecem e
as pessoas não têm a capacidade de os controlar,
independentemente do dia da semana, e recorrem aos
infortúnios para justificarem
o que de mal lhes acontece, acabando por retirar de si as
responsabilidades.
Resposta livre: os alunos poderão considerar que D.
1.1.1.

Madalena foi procurada pelo azar, uma vez que


esperou o tempo suficiente pelo aparecimento do corpo
do seu marido, não
o encontrou e, mesmo assim, o azar bateu-lhe à porta.
Por outro lado, poderão crer que D. Madalena procurou o
azar, porque se casou com Manuel de Sousa Coutinho
sem ter uma prova da morte do seu primeiro marido.

Págs. 102-103

1. a) assustada, supersticiosa, submissa, …; b) racional,


conselheiro da família; c) débil, curiosa, patriota, …; d)
determinado, patriota, racional, …; e) Frei Jorge avisa D.
Madalena de que os governadores em nome de Filipe
pretendem ir viver para a casa da sua família. D. Manuel
tenciona impedi-lo, referindo que terão de abandonar a
5
casa e partir para a antiga casa de
D. Madalena.
2.1. Manuel de Sousa Coutinho pretende sair do seu
palácio e mudar-se com a sua família para a casa de D.
João de Portugal. Assim, as suas atitudes caracterizam-
se pela determinação, ao defender os seus valores e
princípios morais, bem como pela firmeza e
racionalidade. Por outro lado,
D. Madalena está receosa em relação à mudança.
3. Ao intercalar a segunda pessoa do singular (“nunca te
vi assim”, “Que tens tu na consciência”) com um registo
de maior formalidade (“D. Madalena de Vilhena, lembrai-
vos de quem sois e de quem vindes, senhora”) e voltando
ao tom mais íntimo (“querida mulher”), Manuel de Sousa
Coutinho, por um lado, lembra a
D. Madalena a sua situação de esposa, demonstrando-
lhe o carinho e afeto que nutre por ela. Por outro lado,
não a deixa esquecer a sua condição social, que a obriga
a uma atitude digna, perante as circunstâncias.
4.1. Manuel de Sousa Coutinho utiliza o vocábulo com o
intuito de dar um exemplo de oposição à presença filipina.
A frase não tem coerência, na medida em que não
5.

respeita o princípio da não contradição. Na verdade, não


é plausível que alguém fique aterrorizado por memórias
felizes.
“Há de saber-se no mundo” – oração subordinante; “que
6.

ainda há um português em Portugal” – oração


subordinada substantiva completiva.

Págs. 104-105

O anúncio da chegada dos governadores faz com que os


1.

acontecimentos se precipitem: o incêndio e a mudança


6
para o palácio de D. João, que aproxima a família do
desenlace trágico.
A repetição do advérbio “já” evidencia a ideia de
2.

urgência, de não haver tempo a perder, contribuindo


para um efeito de aceleração da ação.
3. Esta afirmação de Manuel de Sousa Coutinho constitui
um indício trágico, uma antevisão da catástrofe que se
abaterá sobre a sua vida a partir daquele momento.
Manuel de Sousa Coutinho é um patriota, pois recusa
4.

subjugar-se aos que representam o domínio filipino sobre


os portugueses – “Ilumino a minha casa […].Suas
Excelências podem vir, quando quiserem.” (ll. 23-24).
A perda do retrato de Manuel de Sousa Coutinho
5.

assume-se, no final do ato I, como um presságio da


catástrofe que se irá abater sobre a família.

Pág. 107

a) angústia; medo; respeito; b) a humanidade deixou de


1.1.

ser humanista e o humanismo é o que distingue o homem


das outras espécies. O humanismo deixou de existir e a
humanidade substituiu-o por máquinas; c) espera-se que
a humanidade dê certo, que os déspotas e as máquinas
que controlam o mundo não a derrubem.
A espera provoca angústia e medo, exatamente os
1.2.

sentimentos experienciados por D. Madalena, que vivia


dominada pelos “contínuos terrores”, atormentada pela
espera do regresso do seu primeiro marido.

7
ATO SEGUNDO

Págs. 112-113

1.a) Almada, palácio de D. João de Portugal; b) sala


antiga, com uma decoração pesada e escura (grandes
retratos e reposteiros). Existe uma tribuna voltada para a
capela da Senhora da Piedade; c) a decoração remete
para um local próprio da alta nobreza (brasão da família);
d) a decoração da sala sugere um espaço triste,
melancólico, fechado e sem luz.
2.Maria é culta e inteligente (“[…] é o princípio daquele
livro tão bonito que minha mãe diz que não entende;
entendo-o eu.” – ll. 18-19). Acredita em presságios e
agouros (“[…] eu agora é que faço de forte e assisada
[…] tanta fé neles.” – ll. 36-38).
3.“disfarçando o terror de que está tomado”; “cobrando
ânimo e exaltando-se” (ll. 42-44).
4.No início do ato II, Maria demonstra-se comovida e
orgulhosa por ser filha de um pai tão valente e patriota, tal
como os heróis clássicos, que eram dotados de ousadia,
valentia e sentido patriótico.
As interjeições e o uso da enumeração. O uso reiterado
5.

de interjeições (“oh!”, ll. 25, 38 e 39) demonstra o carácter


emotivo de Maria. A enumeração, nas linhas 24-25 (“[…]
Aquele palácio a arder, aquele povo a gritar, o rebate dos
sinos, aquela cena toda… […]”), demonstra a admiração
que Maria tem pelo seu pai.
6.Telmo hesita relativamente às informações que procura
dar a Maria sobre o retrato.
7. a) 3; b) 4.
8
8.1. Existem três quadros no fundo da sala em que se
encontram Telmo e Maria: o quadro de Luís de Camões,
de D. Sebastião e o de D. João de Portugal.
Relativamente ao quadro de Luís de Camões, a
admiração de Maria advém da adoração que a menina
tem pelo poeta e que lhe foi incutida por Telmo. Quanto
ao de D. Sebastião, o fascínio de Maria prende-se com a
história do rei, que ela tanto idolatra, e em cuja morte não
acredita. Por fim, no que se refere a D. João de Portugal,
o seu interesse é proveniente da reação perturbada de
sua mãe ao ver aquele quadro.
9.1. Manuel de Sousa Coutinho encontra-se escondido
até que a fúria dos governadores se acalme. A afronta do
incêndio leva a que tenha de ir a sua casa disfarçado e
de forma oculta.
10.1. Através desta afirmação de Maria, as suas
premonições são confirmadas, uma vez que, sem
ninguém lho afirmar, já sabia que o retrato era de D. João
de Portugal.
11.1. Maria revela ter consciência de que, se D. João
estivesse vivo, ela não teria nascido. A didascália
também sugere que, se D. João regressasse, Maria
sofreria a vergonha de ser filha ilegítima.
12.1. (A).
12.2. (B).

Pág. 114

13. a) Manuel de Sousa Coutinho; b) me – Maria; o – o


terror de D. Madalena; c) no retrato; d) Manuel de Sousa
Coutinho e Maria; e) Alcácer Quibir; f) nos meus braços.

9
Págs. 118-119

a) Frei Jorge informa Manuel de Sousa Coutinho de que


1.

já não terá de se esconder, pois não corre perigo de


retaliações por parte dos governadores;
b) Maria pede ao pai para ir com ele a Lisboa e visitar a
tia Joana de Castro, por quem tem uma grande
admiração; c) D. Madalena surge bem-disposta e
restabelecida, após oito dias de cama; d) D. Madalena
volta a ficar muito apreensiva e preocupada por saber
que ficará sozinha naquele dia (sexta-feira), uma vez que
Manuel de Sousa Coutinho e Maria irão a Lisboa.
D. Madalena revela, inicialmente, alguma alegria, que
2.

dura pouco tempo, principalmente quando se apercebe


de que aquele dia é sexta-feira e de que a família a quer
deixar sozinha para ir a Lisboa. Os apelos à razão vindos
da parte de Manuel de Sousa Coutinho têm algum efeito
positivo. Contudo, na hora da despedida, D. Madalena
volta a revelar um grande desassossego e tristeza,
pressentindo que esta será a última vez que estará perto
da sua família.
Maria revela uma adoração pela condessa de Vimioso e
3.

pela sua história. Por sua vez, Madalena, apesar de


admirar a sua força, ainda se sente mais desesperada,
pois tem receio de que possa ter de se separar do seu
marido, Manuel de Sousa Coutinho, tal como a condessa.
De certa forma, esta história é uma premonição de um
desfecho inesperado para a família.
Frei Jorge, que até ao momento se tinha mantido
4.

afastado de agouros e presságios, deixa-se envolver pelo


clima criado e também ele começa a adivinhar que uma
10
tragédia se aproxima.
Madalena teme muito aquele dia, pois foi numa sexta-
5.

feira, em anos distintos, que tiveram lugar os três


acontecimentos mais importantes da sua vida: casou pela
primeira vez com D. João de Portugal, viu a primeira vez
Manuel de Sousa Coutinho e teve lugar a batalha de
Alcácer Quibir, em que desapareceram o seu marido e o
rei D. Sebastião.

Págs. 124-125

1.“É um pobre velho peregrino” (ll. 11-12), “Nunca vi tão


formosas barbas de velho e tão alvas.” (ll. 21--22).
O Romeiro confirma ser português, tendo vivido vinte
2.

anos nos “Santos-Lugares” e passado por muitas


provações. Refere, ainda, que não tem família, contando,
apenas, com um único amigo.
Com a afirmação “Ninguém!” associada ao facto de
3.

apontar para o quadro de D. João de Portugal, Frei


Jorge compreende que D. João de Portugal está vivo e é
o Romeiro.
Por um lado, Telmo Pais alimenta o Sebastianismo de
4.

Maria, emprestando-lhe livros sobre o rei e a batalha.


Por outro lado, D. Madalena vive atormentada perante a
possibilidade de
D. João não ter morrido na batalha de Alcácer Quibir. Por
isso, as referências a D. Sebastião angustiam-na.
5. a) deítico pessoal;
b) deítico espacial;
c) deítico temporal.

11
Pág. 129

a) Alta noite;
1.

b) Almada, parte baixa do palácio de D. João de Portugal;


c) Espaço vasto, sem ornamentos, presença de objetos
religiosos (esquife, uma cruz, hábito, …) e ligação direta à
igreja de S. Paulo dos Domínicos; d) Isolamento (há
pouca iluminação, sem qualquer saída para o exterior),
abandono (sem quaisquer ornamentos) e morte
(presença de uma cruz).

Pág. 130

2. Manuel de Sousa Coutinho sente-se responsável


perante o que aconteceu – “Fui eu o autor de tudo isto, o
autor da minha desgraça e da sua desonra deles…”, ll.
37-38.
As personagens vivem um momento doloroso, causado
3.

pela tragédia que se abateu sobre a família. Esse


ambiente de dor e tristeza relaciona-se com o próprio
espaço em que decorre a ação. A didascália inicial do
ato III sugere um ambiente fúnebre, com adereços
relativos à religião e à morte.
Esta cena inicial do ato III antecipa o desfecho trágico
4.

dos acontecimentos. Deste modo, antevê-se a morte de


Maria, quando Manuel refere que ela lançou o sangue
todo que tinha no coração. Para além disso, ao dirigir-se
a Deus, Manuel suplica a morte para Maria, antes que
12
“este mundo infame e sem comiseração” (l. 86) a
recrimine e a despreze pela “desgraça do seu
nascimento” (l. 87). Por fim, Manuel, a quem Jorge
incentiva a entregar-se a Deus com resignação, deseja a
morte como fim para o seu sofrimento.
Neste momento de desespero, Frei Jorge desempenha
5.

um papel fundamental em relação ao irmão: é o seu


amparo e, com a serenidade que revela, tranquiliza-o,
fornecendo-lhe informações sobre o estado de saúde de
Maria. Para além disso, assume-se como conselheiro de
Manuel, ao recomendar-lhe que se entregue a Deus
porque “[…]Ele fará o que em sua misericórdia sabe que
é melhor.” (l. 98).
Pág. 134

Telmo questiona-se sobre o desejo que sempre


1.

alimentara de ver regressar D. João, principalmente


porque tem consciência de que o amor que sente por
Maria superou o que sentia pelo seu antigo amo, vivendo,
assim, um conflito interior. Contudo, conclui que teme
perder Maria e, por isso, oferece a sua vida em troca da
dela.
A fala do Romeiro mostra que este ouviu o monólogo de
2.

Telmo e que pensou que o seu pedido era por sua causa,
uma vez que não sabia da existência de Maria, por isso o
Romeiro previne-o de que Deus pode castigá-lo.
As razões que o Romeiro aponta para explicar a sua
3.

aparência são os vinte anos de cativeiro (l. 61), uma noite


dura (ll. 62-63) e, por fim, o sol da Palestina (ll. 63-64).
4.1. O Romeiro percebe que D. Madalena tudo havia feito
para o encontrar e, nesse sentido, sente-se “injusto, duro
e cruel”, pois está a destruir uma família inocente, não
13
tendo pensado nas consequências dos seus atos.
O equívoco surge quando D. João julga que D.
5.

Madalena está a chamar por si e revela o amor que sente


por ele. Contudo, D. Madalena refere-se a Manuel de
Sousa Coutinho. O Romeiro, inicialmente, sente-se
esperançoso. No entanto, ao ouvir o nome de Manuel,
fica furioso e pretende confrontar Madalena, mas acaba
por se acalmar e continua decidido a evitar a separação
do casal.
a) ato de fala diretivo;
6.

ato de fala expressivo;


b)

ato de fala assertivo.


c)

Págs. 136-137

D. Madalena é dominada pela emoção, não aceitando a


1.

evidência de que D. João está vivo, ao questionar a


veracidade das palavras do Romeiro: “[…] não daríamos
nós, com demasiada precipitação, uma fé tão cega, uma
crença tão implícita a essas misteriosas palavras de um
romeiro, um vagabundo… um homem enfim que ninguém
conhece?” – ll. 25-27. Por seu lado, Manuel de Sousa
Coutinho evidencia uma atitude racional, explicando à
esposa que a união entre os dois é já impossível – “Oh!
Madalena, Madalena! não tenho mais nada que te dizer.
Crê-me, que to juro na presença de Deus: a nossa união,
o nosso amor é impossível” – ll. 30-32.
Frei Jorge revela ser possuidor de um elevado estatuto
2.

moral. Recusa a proposta apresentada por Telmo. Deste


modo, o religioso demonstra ser, acima de tudo, fiel aos
seus princípios morais, baseados em valores como a
justiça e a verdade.
14
3. a) 4; b) 3.
D. Madalena, num primeiro momento, suplica a Deus o
4.

amparo de que necessita neste momento de dor. Assim,


entrega a sua filha aos desígnios de Deus. Por fim,
sabendo que Manuel de Sousa Coutinho já se encontra
na igreja para a cerimónia da tomada do hábito, submete-
se, resignadamente, ao destino e à vontade de Deus e
acompanha Jorge – “E eu vou”
– l. 71.
Frei Jorge dirige-se a D. Madalena tratando-a por “minha
5.

irmã”, numa clara alusão à nova vida da sua cunhada,


que está na iminência de entrar na vida religiosa, sendo
deste modo que Frei Jorge já a considera.

Pág. 139
1.1. Maria dirige a sua revolta contra Deus, que permite
que aconteça uma desgraça na sua família. De seguida,
revela estar contra todos os que participam na cerimónia,
considerando-os como membros de uma sociedade
hipócrita, que condena inocentes e nada faz para corrigir
as suas injustiças. Por fim, manifesta-se contra o facto de
os casamentos serem indissolúveis, o que a transforma
numa filha ilegítima.
2. Ao proferir essas palavras, Maria aponta como causa
da sua morte a vergonha a que foi sujeita pela ação dos
seus progenitores. Com efeito, a ilegitimidade do
casamento de Manuel e de D. Madalena, pelo facto de D.
João de Portugal se encontrar vivo, ditou a desonra da
filha e levou a que o casal decidisse enveredar pela vida
religiosa.
3.1. (B).
15
3.2. (C).

Págs. 140-141

Escrita

1.1. Tópicos de resposta:


Nobreza de carácter do soldado Milhões:
soldado português enviado para a Flandres na Primeira

Guerra Mundial;
enfrenta as ofensivas das tropas alemãs para salvar os

seus companheiros, recusando-se a abandoná-los e


colocando a sua vida em risco.
Virtudes de cavaleiro de D. João de Portugal:
amor ao rei e à pátria, tendo acompanhado

D. Sebastião na batalha de Alcácer Quibir;


luta contra os inimigos da fé cristã;

sofrimento em cativeiro (ato II, cena XIV; ato III, cena V).

Em Exame
2. Tópicos de resposta:
–elementos trágicos: o desafio (hybris – “Mas eu!…”, l. 8),
o sofrimento (pathos – “contínuos terrores”, l. 9), o
destino (“[…] a fortuna não deixa durar muito…”, l. 5), …
–dimensão trágica: o estado melancólico e assustado da
personagem faz adivinhar a presença de um destino firme
e inflexível, ao qual não poderá escapar, já que Madalena
teve a ousadia de casar uma segunda vez sem a certeza
16
da morte do primeiro marido, desafiando a ordem
instituída.
Exemplo de resposta:
Esta obra romântica apresenta elementos trágicos.
Assim, através do estado melancólico e assustado da
personagem ao repetir “maquinalmente […] o que acaba
de ler” (l. 3), adivinha-se a presença de um destino firme
e inflexível (“[…] a fortuna não deixa durar muito…”, l. 5).
Este receio surge face à consciência de D. Madalena de
ter desafiado (hybris) o destino ao casar uma segunda
vez sem a certeza da morte do primeiro marido (“Mas
eu!…”, l. 8), vivendo em sofrimento (pathos – em
“contínuos terrores”, l. 9).

Págs. 146-147
Educação Literária
Grupo I – Parte A
O excerto insere-se na exposição do II ato. Manuel de
1.

Sousa Coutinho, que se encontrava escondido, por temer


represálias em virtude do incêndio do seu palácio, visita
Maria. Esta dialoga com o seu pai, que lhe revela a
identidade do cavaleiro, acabando por tecer elogios a D.
João de Portugal.
No final da cena, Maria toma consciência da sua
2.

situação, uma vez que, se


D. João de Portugal não tivesse morrido na batalha de
Alcácer Quibir, ela não teria nascido. Para além disso,
tendo em conta a sua crença no Sebastianismo e
considerando a sua perspicácia e a sua capacidade
intuitiva, constata que o regresso de D. Sebastião poderia
corresponder ao regresso de D. João de Portugal, o que
17
conduziria à sua desgraça. Daí que tente encontrar
proteção junto de seu pai, como se comprova pela
didascália “(escondendo a cabeça no seio do pai)” (l. 29),
bem como pela exclamação final – “Ai, meu pai!” (l. 29).
Maria é uma personagem que se caracteriza pela sua
3.

maturidade, patriotismo e curiosidade intelectual, mas foi


fortemente atingida pela doença. Acreditava no regresso
de D. Sebastião. Esta crença de Maria no
Sebastianismo reveste-se de ironia trágica, uma vez que
o regresso de D. Sebastião poderia significar o regresso
de D. João de Portugal e a destruição da sua família.
4. a) 1; b) 3; c) 2.

Grupo I – Parte B
5. Proposta de textualização:
Almeida Garrett defendia os ideais liberais e, através da
literatura, pretendia mostrar o carácter simbólico de
certas personagens da História, assumindo, assim, uma
atitude de afirmação patriótica.
Em Frei Luís de Sousa, o dramaturgo apresenta
personagens com valor patriótico, como é o caso de
Manuel de Sousa Coutinho e D. João de Portugal. O
primeiro resiste à ocupação de sua casa pelos
governadores em nome do monarca espanhol,
incendiando-a num ato de resistência, exaltando, assim, o
patriotismo e a nobreza de carácter. Para além disso,
simbolicamente, esta atitude revela-se uma crítica à
política vigente. Outra personagem que surge, também,
revestida de forte dimensão patriótica é D. João de
Portugal. Este acompanhara o rei D. Sebastião na
batalha de Alcácer Quibir, mas no seu regresso diz ser
“Ninguém”, representando, por isso, o Portugal do
passado.
18
Para concluir, Garrett põe em cena figuras e
acontecimentos históricos, mas confere-lhes um carácter
simbólico, exaltando sentimentos patrióticos.

Págs. 148-149
Leitura e Gramática
Grupo II
1. (B)
2. (D)
3. (B)
4. (C)
5. (A)
6. (D)
7. Sujeito.

Escrita
Grupo III
Tópicos de resposta:
conceito de patriotismo – atualidade ou anacronismo no

contexto da sociedade atual;


associação do conceito de defesa dos valores patrióticos

a movimentos extremistas;
pertinência de defender a pátria num mundo que, em

termos de cidadania, se quer sem fronteiras;


em defesa da pátria, pode deixar-se para trás o valor da

família;
colocar a pátria acima de tudo pode pôr em risco a

segurança e a paz.

4.1. V
4.2. F
19
4.3. V
4.4. F
4.5. V
4.6. F
4.7. V
4.8. F
4.9. V
4.10. V
4.11. V

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