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Frei Luís de Sousa

Mito Sebastianista Lendas populares começaram


a impulsionar o mito
sebastianista: D. Sebastião
D. Sebastião desaparece em 1578
apareceria numa manhã de
na Batalha de Alcácer Quibir,
nevoeiro para resgatar o país
dando origem a uma crise
do domínio castelhano.
dinástica que levou à perda da
Semelhança com Jesus e
independência de Portugal.
outros messias que vêm à
terra para salvar a
Almeida Garrett crítica a forma como o humanidade.
"sebastianismo" olha apenas para o passado
e não para o futuro; acreditar que vem
alguém para nos salvar.
Dimensão Patriótica
Maria e Telmo são a expressão do Quadros de Camões e D. Sebastião
patriotismo e encaram com grande são, também símbolos da Pátria.
orgulho o ato heroico de Manuel de Logo na primeira cena Madalena
atear fogo à própria casa para que surge a ler "Os Lusíadas"
os espanhóis não se instalassem lá.
Estrutura
Espaço: há um afunilamento em termos de espaço
A peça começa no Depois passamos para a
Palácio de Manuel casa de D. João de Por fim, passamos
de Sousa Portugal - lugar mais para a parte baixa do
Coutinho, onde há sombrio, antigo e palácio e para a
luxo, luz e decorações pesadas. capela que com ela
ornamentações Quadros gigantes de comunica
Camões, D. Sebastião e D.
João de Portugal

O espaço vai ficando cada vez mais pequeno, cada vez mais sombrio. Tal como a história. O facto do
espaço ir afunilando quer dizer que as personagens vão ficando enclausuradas, sem saída possível.
Simbologia
Retrato queimado de D. Manuel - presságio da catástrofe final que
destrói a família

Retrato de D. João de Portugal - fantasma ameaçador que regressa


do passado para destruir o presente.

Maria vive 13 anos - número do azar

Sexta-feira - dia de azar


Personagens
Madalena
–Personagem que vive numa grande angústia e agitação emocional.

Consciente — desde o monólogo inicial, em que há uma comparação com Inês


de Castro — da sua condenação à infelicidade.

Dominada pelo terror e pelo medo, teme o regresso de D. João e vive com a
ideia de pecado (a traição de ter amado Manuel de Sousa Coutinho ainda casada
com D. João). Contudo quando tinha o ex-marido mesmo à sua frente, não o
reconheceu.

Fraca, influenciável e centrada na felicidade familiar

Personagem romântica pela sua sensibilidade e pela submissão total à paixão


por Manuel.
Maria
Representação da mulher-anjo romântica.

Culta e com um espírito curioso e indagador.

Aceitando a sabedoria do povo, crê na verdade do sebastianismo (como Telmo).


É, também, nacionalista

Detentora de um conhecimento especial quase místico, muito pouco comum


para a sua idade.

A sua condição física de tuberculosa estimula a sua curiosidade e torna-a ainda


mais apta para um conhecimento especial das coisas.

É fruto de um amor proibido.


Manuel de Sousa Coutinho
Aristocrata culto e apreciados das letras

É bastante patriótico, corajoso e determinado. Contudo, no final


da peça, a sua coragem acaba por desaparecer e acaba por aceitar
o destino e a morte, devido aos seus atos e da sua família
Telmo
É o escudeiro que acompanha a família há décadas (também criou D. João);
representa o conselheiro fiel.

Protetor de Maria, sobre quem tem grande influência.

"Sebastianista" e sempre duvidou da morte do seu amo, D. João de Portugal

Simboliza a presença constante do passado

Desempenha, junto de D. Madalena, o papel de voz da consciência (no que se


aproxima do coro da tragédia grega), revelando-se severo e inflexível.

Com o regresso de D. João (Ato II), revela o profundo conflito que


o atormenta: a sua fidelidade morreu. Antes não gostava de Manuel, mas
percebe que agora prefere a "família" que tem e deseja que D. João continuasse
morto.
Frei Jorge
Irmão de Manuel de Sousa Coutinho, é um amigo e confidente (ouve
a confissão de Madalena sobre o seu pecado), desempenhando um papel
apaziguador.

Está presente no momento em que o Romeiro se revela. Os seus comentários


são pressentimentos/indícios trágicos. O seu papel aproxima-o da função do
coro na tragédia grega.

Inflexível nos princípios, procura, no final, ajudar a família a manter


o equilíbrio e a serenidade possíveis
D. João de Portugal
Nobre muito respeitado, foi o amo de Telmo e marido de D. Madalena (Telmo
descreve-o como «espelho de cavalaria e gentileza»).

Regressa do cativeiro que se seguiu à Batalha de Alcácer-Quibir como um


romeiro.

Inicialmente severo e vingativo (por se sentir esquecido e inexistente —


«Ninguém»), revela-se, depois, humano e compassivo. No final pede a Telmo
que negue a sua existência de modo a impedir a «morte para a vida» de D.
Madalena e Manuel de Sousa Coutinho.

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