Unidade 2: “Frei Luís de Sousa” Criação do Conservatório Geral
Contextualização histórico-literária de Arte Dramática
1. Época, vida e obra do autor (Almeida
Garrett) 1.4 Personalidade
1.1 Contexto histórico (época) Grande capacidade de oratória
(com tendência para a 1812-1813: Segunda invasão teatralidade) francesa, em Portugal Poeta egocêntrico e perseguido 1823: Revolta absolutista da “Intensamente comprometido Vilafrancada com a vida em todos os 1834: Vitória liberal em Évora- domínios em que o ser humano Monte pode intervir” - Palmira Nabais 1836: Revolução de Setembro: nova Constituição política 1.2 Obra de Almeida Garrett (exemplos) 1842: Restauração da Carta 1825: Camões Constitucional, por Costa Cabral 1843: Frei Luís de Sousa 1851: Início da Regeneração: 1843: Romanceiro e Cancioneiro instabilidade política Geral 1846: Viagens na Minha Terra 1.2 Biografia de Almeida Garrett 2. Contexto literário (Romantismo) 1799: Nascimento (Porto) 1809: exilia-se na Terceira com 2.1 Ponto chave/Definição a sua família (invasões “Abaixo a razão, viva a francesas) liberdade” – valorização muito Educado pelo tio (Frei expressiva das emoções Alexandre da Sagrada Família) Movimento artístico, intelectual 1816: regresso ao Continente e filosófico para estudar “Leis”, em Coimbra Surgiu no final do século XVIII Vive a vida universitária numa 2.2 Características época de transição e revolução Exilou-se múltiplas vezes Individualismo e subjetivismo (Londres, Paris) (valorização de opiniões e 1836: regressa a Portugal, após o expressão de pensamento). triunfo do Liberalismo Exaltação da natureza- forte tendência para expressar 1852: nomeado par do Reino e sentimentos situados em ministro dos Negócios ambientes naturais Estrangeiros Rebeldia e idealismo- visão ideal 1854: morre em Lisboa a 9 de das coisas, que não são vistas de dezembro forma verdadeira. 1.3 Ideais e feitos Foco na imaginação
Ideais humanistas, clássicos e 2.3 Exemplo de literatura romântica (tipo
liberalistas (era político) de texto) Proposição da edificação do Drama romântico: Teatro Nacional de D. Maria II expressão literária (“verdadeira do estado da sociedade”) em que se faz refletir o homem sobre o seu corpo e o seu espírito. 4. Frei Luís de Sousa (aspetos gerais)
Existência real dos
personagens e os Históricas mistérios que deixaram por resolver Fontes Outros autores já tinham produzido um Literárias romance, biografia, poema, rimance, drama
Escrito em treze dias
Apresentado no Conservatório Real (texto importante – Ao Conservatório Real p. 131/85) 4.1 Classificação da Obra
1. Quanto à forma: Drama Romântico
Características: a. Escrito em prosa; (“repugnava-me também pôr na boca de Frei Luís de Sousa outro ritmo que não fosse o da elegante prosa portuguesa”) b. Dividido em três actos (I, II e III); c. Presença (e exaltação) de sentimentos fortes nas personagens; d. Crença em superstições, mas religião como consolo e. Não respeita unidade de tempo ou espaço 2. Quanto ao conteúdo: Tragédia Clássica Presença de: a. Conflito b. Sofrimento c. Incapacidade de lutar porque não se pode fugir ao destino d. Desenlace trágico
“porque a minha (composição) se na forma desmerecida categoria, pela índole
há-de ficar pertencendo sempre ao antigo género trágico” Almeida Garrett
4.2 Estrutura 4.2.1 Externa: divida em três atos (ato I, II, III) 4.2.2 Interna:
a. Exposição (apresentação das personagens relevantes)
b. Conflito (peripécias e sofrimento) c. Desenlace (trágico)
Ver estrutura interna e externa
no manual (páginas 87 e 88)! 5. Quadro síntese das personagens
Ato I (resumo por cenas e geral)
Ambiente agradável, mas marcado pela instabilidade Telmo ñ aprova o 2º casamento emocional das personagens. (passa-se em Almada numa casa luxuosa no início do século XVII) com Manuel de Sousa Coutinho apesar de saber que este vem de Cenas I a IV boas famílias e que por isso Maria Exposição: apresentação das ñ se terá de preocupar muito com o personagens mais importantes e futuro dos seus antecedentes Madalena emociona-se, diz que ñ quer mais falar sobre isso e pede- Cena I lhe que também ñ fale a Maria desses agouros nem da batalha de Monólogo de D.Madalena de Alcácer- Quibir pq ela pode Vilhena descobrir que pode ser ilegítima Está a ler o episódio dos Lusíadas sobre Inês de Castro e reflete sobre Cena III este Conversa de Telmo Pais com D. Esta pensa que é melhor ser feliz Madalena e Maria mesmo que seja por pouco tempo e que seja uma ilusão (“Viveu-se, Maria quer saber + sobre a batalha pode-se morrer”) Esta sabe que o povo acredita que Semelhanças: D.Sebastião ñ morreu (“Voz do povo. Tanto Madalena como Inês viveram Voz de Deus”) um amor correspondido que o Ñ percebe pq é que ninguém quer falar destino não deixou durar muito. deste rei em casa sem ser o Telmo, nem Diferenças: mesmo o pai que é patriota (“pois ele D. Madalena tem motivos para ser não é por D.Filipe, não é,não?) feliz tal como Inês mas ñ consegue Madalena diz que ñ quer falar sobre pois vive com receios isso, emociona-se e Maria expulsa Telmo e abraça a mãe, mostrando ser carinhosa Cena II
Conversa de Telmo Pais com D. Cena IV
Madalena Entre estas duas personagens existe Conversa de D. Madalena com Maria uma relação íntima de amizade e Maria interroga a mãe sobre o porquê são cultas de estar sempre preocupada com ela É apresentada Maria, de 13 anos, Madalena diz que é por a amarem filha do 2ºcasamento de Madalena, muito e ser a sua única filha que é uma rapariga muito perspicaz Maria acredita que existe algo mais e inteligente, mas muito frágil a (pela sua intuição - “leio nos olhos”) nível físico D.Madalena diz que esta tem é muita Madalena avisa Telmo e repreende- imaginação por ler demais e que devia o dizendo para ele ñ falar a Maria brincar mais como as crianças da sua sobre coisas desapropriadas para a idade sua idade visto que esta apreende Maria pergunta pq é que o pai ñ ficou tudo o que ele lhe conta na ordem religiosa de Malta (vendo o Falam também sobre o passado e o retrato do pai com o hábito) e Madalena facto de que Telmo acredita no diz-lhe que tinha de ser assim Sebastianismo e que D.João de (apaixonou-se) Portugal ñ está morto Cenas V a XII Início do Conflito Cena V Manuel dá ordens a Jorge, a Maria, a Madalena e aos criados para que Frei Jorge entra na cena se apressem a arrumar tudo o que é Este avisa D.Madalena que os para levar e diz a todos para saírem governadores castelhanos de Lisboa de casa estão a querer ficar em casa de D.João de Portugal para fugir à Cena XI peste Manuel diz que como seu pai, pode Maria defende que lhes fechem as morrer desastrosamente mas que será portas num ato de patriotismo (atear a casa) A vida pode ser destruída num instante
Cena VI Cena XII
Madalena fica chocada e ñ deseja fugir Miranda (criada) entra em cena sem o marido (este acaba por sair e para avisar que Manuel de Sousa fogem todos) Coutinho chegou de Lisboa Cena VII
Manuel entra em casa desvairado
com o que está a acontecer Este defende que fujam de casa o mais rápido possível Afirma que dará uma lição aos governadores castelhanos Maria concorda com esta decisão Madalena fica preocupada pois ñ quer que Manuel se magoe nestes conflitos nem que venha a perder o seu 2º marido Cena VIII
D. Manuel defende que estes
voltem para casa onde Madalena viveu com D.João de Portugal Madalena mostra-se obediente ao marido mas queixa-se dizendo que esta lhe trará más memórias e tormentos constantes. Manuel volta a lembrar a lição que irá dar aos governadores Cena IX
Telmo avisa D.Manuel que os
governadores já vêm a caminho. Manuel diz que os governadores não o conseguiram enganar Cena X O que são indícios trágicos? Os indícios trágicos são sinais da fatalidade que se avizinha ou pressente. Os indícios ou presságios podem surgir sob a forma de acontecimentos, comportamentos, comentários, alusões ou informações que nem sempre são entendidos pelas personagens como sinais de tragicidade.