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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Curso: Engenharia Mecânica (noturno)


Disciplina: EMA 107 – Trabalho de Graduação I
Professor: Rafael Ferreira

Relatório de Acompanhamento 3
Título do trabalho: AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA TEMPERATURA NO
METAL DE UMA PANELA DE ACIARIA.

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO (preenchido pelo aluno)

Identificação do aluno:

Nome: João Victor Vieira Leite Turno: ( x ) Noturno ( ) Diurno


E-mail: im.joaovieira@gmail.com
Identificação do orientador:

Nome: Paulo César de Matos Rodrigues Departamento: Eng, Mecânica


E-mail: paulocmr@ufmg.br

AVALIAÇÃO DO RELATÓRIO 3 (avaliado pelo orientador e preenchido pelo aluno)

(a) Domínio do tema e qualidade da escrita técnico científica (Máx 05 pontos): 05 pontos
(b) Pertinência da estruturação do texto da Monografia (Máx 05 pontos): 05 pontos
(c) Adequação do texto da Revisão Bibliográfica (Máx 05 pontos): 05 pontos
(d) Pertinência do diagrama esquemático da Metodologia (Máx 05 pontos): 05 pontos
(e) Formatação (Máx 05 pontos): 05 pontos
(f) Entrega em tempo hábil para revisão (Máx 05 pontos): 05 pontos
(g) Alguma consideração adicional? ___________________________________________________
___________________________________________________

DADOS DE ENTREGA DO RELATÓRIO (preenchido pelo professor de TG I)

Data e hora de entrega deste relatório: ____/____/____ às ____:____ horas


Número de semanas de atraso na entrega: _____ semanas
Desconto na nota por atraso na entrega: _____ %
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Relatório de Acompanhamento 3
AVALIAÇÃO DO RELATÓRIO (preenchido pelo professor de TG I)

Adequação do relatório:
O presente relatório obedece às instruções e modelos? ( ) SIM ( ) NÃO
Caso não esteja, as principais observações são:
_________________________________
_________________________________
_________________________________
_________________________________
_________________________________

Controle de notas:
Nota do professor de TG I: (Máx 10 pontos):_____ pontos
Nota do professor orientador: (Máx 30 pontos):_____ pontos
Descontos por atraso: _____ pontos
Nota final do Relatório 3: (Máx 40 pontos):_____ pontos

Data: ___/___/___

(Espaço intencionalmente deixado em branco)


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Curso: Engenharia Mecânica (noturno)
Disciplina: EMA 107 – Trabalho de Graduação I
Professor: Rafael Ferreira

Aluno: João Victor Vieira Leite____________________________________________________

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA TEMPERATURA NO METAL DE UMA PANELA DE


ACIARIA.

PALAVRAS-CHAVE:

Panela de Aciaria; Propriedades mecânicas; Temperatura; Metalografia; Aço;

INTRODUÇÃO

A metalurgia é um ramo fundamental na indústria que se dedica à extração, processamento e


transformação de metais e minerais para uma variedade de aplicações industriais. Esse campo de
estudo desempenha um papel vital na sociedade moderna, fornecendo os materiais necessários para
setores tão diversos quanto a construção civil, a indústria automobilística, a eletrônica e a
aeroespacial. A metalurgia envolve várias etapas, desde a extração de minérios valiosos da crosta
terrestre até a transformação deles em produtos acabados. As técnicas e processos metalúrgicos
evoluíram ao longo dos séculos, tornando possível a produção de ligas metálicas de alta qualidade,
que são fundamentais para a infraestrutura e inovação tecnológica em todo o mundo, assumindo um
papel central na economia global e no progresso tecnológico.
A seleção dos equipamentos que compõem uma indústria metalúrgica deve ser escolhida
criteriosamente devido às condições extremas do ambiente, que conta com elevadas temperaturas
nos processos de fundição dos minérios e alto grau de contaminação por partículas de metais,
aditivos e refratário, sendo assim um ambiente altamente corrosivo, contaminante e deteriorante às
propriedades dos materiais de qualquer equipamento. Esses efeitos exigem avanços notáveis nos
estudos de ciência dos materiais e tecnologias que possam aumentar a durabilidade dos
equipamentos, reduzir custos e melhorar a eficiência dos processos metalúrgicos.
A evolução da aplicação dos metais em equipamentos de metalurgia tem sido determinante no
aprimoramento e eficiência desse setor. Dos primórdios da metalurgia, onde os primeiros fornos de
fundição eram feitos de barro e pedra, até os dias atuais, onde a alta tecnologia e a ciência de
materiais desempenham um papel central, os avanços na seleção e aplicação de metais têm sido
excepcionais. A utilização de ligas de alta resistência permitiu a construção de equipamentos mais
duráveis e capazes de suportar as temperaturas extremas e os ambientes corrosivos encontrados na
metalurgia. Além disso, o desenvolvimento de técnicas de revestimento e isolamento térmico tem
aprimorado a eficiência energética dos equipamentos, reduzindo os custos de operação e o impacto

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ambiental. Essa evolução contínua na aplicação dos metais tem contribuído significativamente para
a melhoria da produtividade e da qualidade dos processos metalúrgicos.
A avaliação dos impactos produzidos nos materiais utilizados nos equipamentos metalúrgicos são
fundamentais para entender os pontos críticos que podem ser explorados a fim de aumentar a
eficiência do setor, fornecendo metais, ligas e revestimentos com tecnologias capazes de absorver e
contornar os efeitos adversos aos quais são submetidos durantes os processos metalúrgicos, além da
possibilidade de conhecer os desdobramentos dos processos utilizados, possibilitando discutir
pontos de melhorias dos próprios processos dentro das indústrias.
Atualmente, com os avanços no desenvolvimento de novas tecnologias na produção de aços, o setor
metalúrgico emprega processos automatizados e equipamentos com aços especiais, altamente
resistentes à corrosão, tratados termicamente para otimização de suas propriedades mecânicas e
resistência aos efeitos do calor, além de revestimentos refratários para retardar e reduzir a
transferência de calor dos minérios fundidos para o material de cada equipamento.
Atualmente, foram desenvolvidas diversas formas de realizar o estudo dos materiais por meio de
técnicas metalográficas tecnológicas, possibilitando o mapeamento da macro e microestruturas
através de macro e micrografias, além de avaliações e medições das propriedades químicas e
mecânicas através de testes destrutivos. Utilizando-se dessas técnicas, é possível avaliar o estado de
uma amostra e categorizar diversos materiais conforme suas propriedades, bem como selecionar o
melhor material conforme a demanda do processo. É por meio dessas técnicas que podem ser
quantificados os efeitos sofridos pelos materiais após serem submetidos a diversos processos e
discutir formas de aprimoramento dessas ligas para otimização em seus respectivos ramos da
indústria.
OBJETIVO GERAL

Discutir os resultados da avaliação do estado de uma amostra metálica retirada de uma panela de
aciaria após sofrer os efeitos do processamento metalúrgico em relação ao seu estado de projeto,
conforme a norma do aço, realizando a comparação entre os dois estados e discutindo os possíveis
fenômenos que foram responsáveis pelas alterações na composição química, macrografia,
micrografia e consequentemente, nas propriedades mecânicas do equipamento.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Comparar a composição química da amostra com a composição química da norma do aço


por meio da avaliação do relatório técnico encaminhado pelo laboratório de metalurgia do
CIT SENAI.
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 Comparar a microestrutura da amostra com a microestrutura da norma (Análise MEV,


micrografia e macrografia) por meio da avaliação do relatório técnico encaminhado pelo
laboratório de metalurgia do CIT SENAI.
 Comparar as propriedades mecânicas da amostra com as propriedades mecânicas da norma
do aço por meio da avaliação do relatório técnico encaminhado pelo laboratório de
metalurgia do CIT SENAI.
 Discutir os efeitos da exposição do material às condições externas (calor, tempo, refratário)
do processo de metalurgia, por meio do estudo das bibliografias relacionadas às áreas de
ciências de materiais, processos de aciaria e metalurgia.

ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO DA MONOGRAFIA

1. Introdução
2. Revisão Bibliográfica
2.1. A Panela no Processo de Produção do Aço
2.1.1. Propriedades da Panela
2.1.2. Ciclo com carregamento de Aço
2.1.3. Ciclo sem carregamento de Aço
2.2.Ensaios mecânicos
2.2.1. Ensaio de Tração
2.2.2. Ensaio de Dureza Vickers
2.2.Análise Metalográfica
2.3.Conclusão
3. Metodologia
4. Resultados e Discussão
5. Conclusões
6. Referências Bibliográficas

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. A panela no processo de produção de aço

2.1.1. Propriedades da Panela


A panela de aciaria desempenha um papel fundamental no processo de produção de aço,
representando uma peça-chave nos sistemas de lingotamento contínuo e em outros métodos de
fabricação. É empregada, no processo considerado no presente trabalho, em uma etapa
intermediária entre a fusão do metal no forno principal (Eletric Arc Furnace, EAF) e o processo de
lingotamento contínuo, chamada de refino secundário, onde ocorre a manutenção da temperatura
adequada e a homogeneização do material por meio da agitação do aço líquido, possibilitando o
correto refino do aço.
Essa peça, muitas vezes feita de aço e revestida com refratário inerte de alta resistência para evitar
contaminação do aço líquido, é projetada para suportar altas temperaturas e condições extremas
durante a fusão do metal. Seu revestimento refratário deve possuir, principalmente, as seguintes
características:
I. Alta resistência erosiva para suportar os efeitos do escoamento do aço líquido,
II. Resistência mecânica suficiente para suportar os ciclos de carregamento e esforços
solicitados nas etapas de movimentação da panela evitando a propagação/surgimento
de trincas ou falhas mais graves que possam comprometer a isolação do aço da
panela, além de ser capaz de absorver os ciclos de expansão e contração devido à
variação de temperatura ao longo dos ciclos da panela,
III. Alta capacidade de isolação térmica, minimizando as perdas de calor do aço líquido
e evitando que o calor seja transferido ao metal da panela, ultrapassando a
temperatura crítica de trabalho do equipamento na qual as propriedades mecânicas
do material não sejam capazes de suportar as condições do processo,
IV. Capacidade de resistir à oxidação e corrosão por escórias e fundentes.
V. Projeto delicado de dilatação térmica reversível, uma vez que reveste o interior de
um recipiente metálico e trabalhará em uma temperatura elevada (+- 1600 °C).

2.1.2. Ciclo com carregamento de aço


O metal fundido dentro da panela admitido pela sua parte superior, pode ser liberado em uma
operação denominada vazamento, na qual ocorre a inclinação do equipamento de fabricação,
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forçando o aço bruto a passar por uma abertura superior da panela, com escoamento por gravidade.
Após seu carregamento, a panela é transportada até uma estação onde é acoplada a um sistema de
aquecimento a arco elétrico realizado por eletrodos de grafite ligados à um circuito de potência
elétrica, formando um conjunto chamado “Forno Panela”. Neste local, é admitida cargas de calor
para compensação das perdas térmicas durante o processo de transporte e vazamento do aço da
panela, realizando a manutenção da temperatura do metal aos níveis desejados. É nessa etapa onde
há o acerto da composição química do aço, realizando as adições de aço liga a temperaturas e níveis
de agitação adequados para a correta homogeneização do material, incluindo os processos de
desoxidação, descarburação, desfosforação, dessulfuração e desgaseificação, que são realizados
adicionando compostos que reagirão com os elementos indesejados na composição do metal,
formando uma escória, normalmente, composta de óxidos.
A formação de escória no processo de refino secundário no Forno Panela é de extrema importância
devido ao permanente equilíbrio químico entre a escória e os compostos presentes no aço líquido e
suas inclusões, podendo ter o sentido de deslocamento de reações a favor da remoção dos elementos
indesejados do aço ou para sua formação, dependendo das condições de controle do processo.
A principal relação de equilíbrio químico que rege a relação do aço e da escória pode ser vista a
seguir:

Fe + O = FeO (2.1)

Se trata da relação entre o oxigênio dissolvido no aço líquido e a presença de óxido de ferro
presente na escória, na qual há o favorecimento da dissolução de oxigênio no material caso haja
grande quantidade de FeO na escória e vice versa. Essa relação dá origem à necessidade de
minimização da presença de óxidos não estáveis, que favorecem o deslocamento da equação para a
esquerda, tais como MnO, SiO2 e Cr3O4, e a utilização de outros elementos formadores de óxidos
estáveis, que promovem reações desoxidantes preferenciais, otimizando e garantindo uma melhor
remoção de oxigênio dissolvido na liga líquida, podendo ser citado alguns exemplos como:

Ca + O = CaO (2.2)
Mg + O = MgO (2.3)
2Al + 3O = Al2O3 (2.4)
C + O = CO (gás) (2.5)

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Devido à eficiência de custo e facilidade de manuseio, é mais comum a utilização da reação de


monóxido de carbono para promover a remoção de oxigênio dissolvido no material.
A remoção do carbono pode ser realizada pela injeção de O 2 gasoso na panela, utilizando a reação
(2.5) vista anteriormente para promover a formação de CO, ou pelo aumento do teor de FeO na
escória, o que altera o equilíbrio da reação 2.1, favorecendo a diluição de Oxigênio do aço líquido,
fator que promove a formação de monóxido de carbono.
Para a desfosforação, a reação que rege o processo pode ser vista a seguir:

2P + 5FeO = P2O5 + 5Fe (2.6)

E para a dessulfuração:

3CaO + 2Al + 3S = 3CaS + Al2O3 (2.7)


CaO + C + S = CaS + CO (gás) (2.8)

A presença de CaO na escória é um fator para a fixação do P 2O5 no processo de desfosforação, bem
como um dos compostos essenciais utilizados nas reações de dessulfuração citadas anteriormente. É
notável a forte interdependência dos compostos químicos presentes nos processos de refino
secundário.
Ao fim do processo, é melhor e mais comum, o aço líquido ser vazado por meio de uma abertura
controlada no fundo da panela, normalmente é utilizado o acionamento de válvulas gavetas, em uma
máquina de lingotamento contínuo, onde acontecerá a solidificação controlada do material no
formato desejado para a comercialização.

2.1.3. Ciclo sem carregamento de aço


Após o esvaziamento da panela ao final do vazamento do aço líquido para a máquina de
lingotamento contínuo, ao realizar o número máximo de ciclos conforme projeto da panela, inicia-
se uma etapa de preparação da panela na oficina de refratamento. O equipamento passa pela
manutenção ou até mesmo, caso identificado a necessidade, a reposição de uma panela nova. O
equipamento passa por um processo de preparação que envolve a reparação do revestimento,
normalmente realizado em camadas de diferentes materiais refratários com características distintas,

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em cada posição da panela, conforme as solicitações de temperatura, materiais em contato e


solicitações mecânicas distintas nas diferentes partes do forno. O material refratário é fabricado
comumente em forma de tijolos ou concreto.
Após a preparação da panela, o equipamento passa por uma etapa de aquecimento, onde atingirá a
temperatura adequada para o trabalho de forma controlada, evitando possíveis danos causados pelo
choque térmico do aquecimento súbito do conjunto com o escoamento do aço líquido em um novo
ciclo de produção de aço.

2.2. Ensaios Mecânicos


Os ensaios mecânicos desempenham um papel fundamental na determinação das propriedades de
uma amostra, se trata de uma metodologia amplamente utilizada para caracterização de materiais.
Esses ensaios oferecem uma abordagem sistemática e quantitativa para avaliar diversas
propriedades, como resistência, elasticidade, dureza e tenacidade, fornecendo informações cruciais
sobre o comportamento mecânico do material em diferentes condições.
A importância desses ensaios está na capacidade de identificar as propriedades fundamentais que
afetam o desempenho e a durabilidade dos materiais em diversas aplicações, além de fornecer
evidências quantitativas do estado atual de um material, podendo indicar não conformidades com os
padrões exigidos para as aplicações do material, ou até desclassificar sua composição química em
caso de propriedades divergentes de forma prática, de acordo com as normas técnicas válidas.

2.2.1. Ensaio de Tração


O ensaio mecânico de tração é uma técnica utilizada para avaliar as propriedades mecânicas de
materiais, possibilitando a avaliação quantitativa sobre a resistência, deformação e comportamento
sob carga. Durante esse ensaio, uma amostra do material, geralmente na forma de um cilindro ou
barra padronizada, é submetida a uma força de tração gradual e crescente até atingir a ruptura. A
máquina de ensaio de tração aplica uma carga uniaxial na amostra, enquanto os sensores medem a
força aplicada e a deformação resultante. O gráfico tensão-deformação gerado a partir do ensaio
fornece uma representação visual do comportamento do material, destacando pontos cruciais como
o limite de elasticidade, a resistência no início de escoamento plástico, a máxima à tração, e no
ponto de ruptura e os alongamentos uniforme e na ruptura, que são dados essenciais na seleção de
materiais adequados para aplicações específicas.

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O ensaio mecânico de tração é geralmente realizado em conformidade com normas específicas,


como ASTM (American Society for Testing and Materials) ou ISO (International Organization for
Standardization), para garantir consistência e comparabilidade dos resultados. A amostra é
preparada de acordo com dimensões e geometria padronizadas, e a máquina de ensaio aplica uma
carga gradual enquanto os dados são continuamente registrados. A análise subsequente do gráfico
tensão-deformação permite a determinação de propriedades importantes do material, como o
módulo de elasticidade, a resistência no início do escoamento plástico, a máxima à tração e na
ruptura, o alongamento uniforme e na ruptura e a área de redução uniforme e da estricção. A
precisão e a repetibilidade desses ensaios fazem deles uma ferramenta indispensável na pesquisa e
no desenvolvimento de materiais, bem como na garantia de qualidade da fabricação do material.

2.2.2. Ensaio de Dureza Vickers


O ensaio de dureza Vickers é uma técnica amplamente utilizada para medir a dureza de materiais,
fornecendo informações sobre sua resistência à penetração. Este método é particularmente aplicável
a materiais metálicos, cerâmicos e poliméricos. Nesse ensaio, uma pequena pirâmide de diamante
com uma ponta e de base quadrada é pressionada na superfície do material com uma carga
específica. As diagonais resultantes da impressão na superfície são medidas e usadas para calcular a
dureza Vickers, que é expressa em unidades de pressão, geralmente em gigapascals (GPa). A dureza
Vickers pode ser determinada em uma ampla gama de escalas, tornando-a adequada para avaliar
materiais com diferentes faixas de dureza.
O procedimento para realizar um ensaio de dureza Vickers segue um conjunto padronizado de
etapas. Primeiro, a amostra é cuidadosamente preparada e polida para garantir uma superfície lisa e
uniforme. Em seguida, a máquina de ensaio de dureza aplica uma carga pré-definida por meio de
um indentador composto de uma pirâmide de diamante com base quadrada em ângulo plano de α =
136°. Ele é aplicado com a força de ensaio (conforme a norma a partir de 10 g) sobre a amostra e
mantido em conformidade com o tempo de espera. Após um período de aplicação de carga
específico, a impressão resultante é medida em ambas as diagonais usando um microscópio óptico
ou um sistema de medição automática. A dureza Vickers é calculada com base na carga aplicada e
nas dimensões da impressão.

2.3. Conclusão

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O emprego da panela de aciaria possibilita uma flexibilização do processo de fabricação de aços ao


permitir que uma série de processos de refinos possam ser realizados em um equipamento móvel e
com parâmetros controlados, melhorando a qualidade do processo e possibilitando a concentração
da função dos fornos para a de fusão de metal, possibilitando a melhoria da sua eficiência e
otimizando o processo da aciaria como um todo.

DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DA METODOLOGIA

Foram removidas amostras da panela de aciaria e encaminhadas para análise laboratorial, onde
foram submetidas a uma série de avaliações, entre elas estão: Inspeção visual com registro
fotográfico, Análise por microscopia ótica para avaliação da microestrutura do componente e grau
de degradação devido à fluência, Ensaio de dureza do componente na superfície externa e interna da
amostra bem como na seção transversal, Análise de composição química, Ensaio de tração das
amostras 1, 2 e 4 e Medição de espessura. Todos os resultados serão consolidados em um relatório
técnico emitido pelo laboratório com todos os certificados das avaliações submetidas.
Utilizando o conhecimento disponível em bibliografias amplamente difundidas no meio acadêmico,
será realizado um apanhado de informações por meio de leituras que serão utilizadas para a
compreensão e discussão no campo da metalografia e ciência dos materiais, com o objetivo de
discutir os efeitos sofrido pela amostra do aço da panela à exposição às condições externas durante
um processo de fabricação de aço.

Figura 1 – Diagrama da metodologia

Fonte: o autor.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] BLUCHER, E. Editora Blucher. Disponível em: <https://www.blucher.com.br/acos-e-ligas-


especiais_9788521205180>. Acesso em: 23 out. 2023.

[2] CALLISTER, William D. Fundamentos da ciência e engenharia de materiais: uma abordagem


integrada. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, 2006.

[3] COELHO, B. Referência bibliográfica nas Normas ABNT: como fazer em seu trabalho.
Disponível em: <https://blog.mettzer.com/referencias-bibliograficas-normas-abnt/>. Acesso em: 23
out. 2023.

[4] DEDAVID, Berenice Anina; GOMES, Carmem Isse; MACHADO, Giovanna. Microscopia
eletrônica de varredura: aplicações e preparação de amostras: materiais poliméricos, metálicos e
semicondutores. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007.

[5] Guia do Aço Aços Longos. [s.l: s.n.]. Disponível


em:<https://brasil.arcelormittal.com/pdf/produtos-solucoes/catalogos/catalogo-guia-aco.pdf?
asCatalogo=pdf>. Acesso em: 23 out. 2023.

[6] LOPES, Hilton Luís Pereira. Modelo para Previsão da Condição Térmica de Panelas de Aciaria.
97p. Dissertação de Mestrado. Curso de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica e de Minas.
Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. 2005.

[7] LTDA, T. E. E C. Target Normas: ABNT NBR 10237 NBR10237 Materiais refratários.
Disponível em: <https://www.normas.com.br/visualizar/abnt-nbr-nm/177/nbr10237-materiais-
refratarios-classificacao>. Acesso em: 23 out. 2023.

[8] MOURÃO, Marcelo (coord.). Introdução a siderurgia. São Paulo: Associação Brasileira de
Metalurgia e Materiais, 2007.

[9] PINTO JUNIOR, Dário Moreira; SHITSUKA, Dorlivete Moreira; SHITSUKA, Ricardo;
COSTA, Welington Leôncio. Tecnologia Siderúrgica. Belo Horizonte: Poisson, 2018.

[10] ROHDE, Regis Almir. Metalografia Preparação de Amostras: Uma abordagem pratica.
Versão-3.0. Apostila de Laboratório de Ensaios Mecânicos e Materiais. 2010.

[11] SILVA, André Luiz; MEI, Paulo Roberto. Aços e ligas especiais.2ª Edição. Blucher.2010.

[12] VALO, Alan Rafael Menezes. Tratamento térmico. Belém: IFPA; Santa Maria: UFSM, 2011.

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