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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE TEFÉ – CEST

LICENCIATURA EM HISTÓRIA

REFLEXOS E IMPACTOS DA PANDEMIA COVID-19 NO ENSINO DE HISTÓRIA:


UM OLHAR PARA A ESCOLA ESTADUAL SANTA TEREZA E ESCOLA
MUNICIPAL PROF. LUZIVALDO CASTRO DOS SANTOS NO MUNICÍPIO DE
TEFÉ-AM

TEFÉ-AM

2023
IONARA DE OLIVEIRA LOPES

REFLEXOS E IMPACTOS DA PANDEMIA COVID-19 NO ENSINO DE HISTÓRIA:


UM OLHAR PARA A ESCOLA ESTADUAL SANTA TEREZA E ESCOLA
MUNICIPAL PROF. LUZIVALDO CASTRO DOS SANTOS NO MUNICÍPIO DE
TEFÉ-AM

Monografia apresentada como requisito


parcial para obtenção do grau de Licenciado
em História, no Centro de Estudos Superiores
de Tefé – Universidade do Estado do
Amazonas.

Orientador: Prof. Tenner Inauhiny de Abreu

TEFÉ-AM

2023
AGRADEÇIMENTOS

Aos familiares que sempre me deram conforto quando lhes recorria, e assim
espero corresponder aos seus esforços;

Ao Prof. Tenner Inauhiny de Abreu por ter me orientado e colaborado para


com o desenvolvimento deste trabalho;

A todos os professores do curso de Licenciatura em História que


contribuíram para a minha formação acadêmica;

Aos professores e a comunidade escolar da Escola Estadual Santa Tereza, e


da Escola Municipal Prof. Luzivaldo Castro dos Santos, que contribuíram e
ajudaram direta ou indiretamente na realização deste trabalho.
“A educação é a arma mais poderosa
que você pode usar para mudar o
mundo.”
Nelson Mandela.
RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso de Licenciatura em História pela Universidade do


Estado do Amazonas - UEA tem como objetivo refletir sobre os impactos da pandemia da
COVID-19 para a educação, dando ênfase para o olhar de docentes e discentes da Escola
Estadual Santa Tereza e Escola Municipal Prof. Luzivaldo Castro dos Santos no município de
Tefé-AM. Analisando o difícil acesso às tecnologias e a conexão de internet, a partir das
experiências vivenciadas pelos docentes e discentes, e aos questionamentos que surgiram
quanto aos usos dessas tecnologias no ensino fundamental e médio em Tefé, tais como: quais
foram suas limitações ao ensino à distância, o posicionamento das escolas ao longo desse
processo, como foram as atividades remotas, sobre quais medidas foram tomadas de formação
continuada de professores para enfrentar tal realidade, e quais suas reflexões quanto ao o ensino
remoto e presencial. A produção desta pesquisa fundamenta-se através de entrevistas orais
configuradas em análises das memorias vividas pelos docentes e discentes do ensino
fundamental e médio de História. Além de pesquisas teóricas bibliográficas de autores como:
Ferreira e Amado (2006), Maia (1996), Sousa e Adrião (2020), entre outros. Conclui-se que o
ensino de história em tempos de pandemia ocorreu por meio de aulas remotas e híbridas a partir
das barreiras do distanciamento, em que a educação pública esteve ainda mais desgastada e
complexa.

Palavras-chave: Docentes; Discentes; Ensino de História; Pandemia COVID-19; Tefé/AM.


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Quantitativo de discentes matriculados durante os anos de 2020, 2021 e


2022. ......................................................................................................................................... 27
LISTA DE SIGLAS

CEST- Centro de Estudos Superiores de Tefé


COVID-19- Corona Vírus
EJA- Educação de Jovens e Adultos.
EAD- Ensino à Distância
FIOCRUZ- Fundação Oswaldo Cruz
OMS- Organização Mundial da Saúde
SEDUC- Secretaria de Estado de Educação do Amazonas
SEMED- Secretaria Municipal de Educação e Desporto.
TDIC- Tecnologias digitais de comunicação e informação
UEA- Universidade do Estado do Amazonas
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................. 9

CAPÍTULO 1 .............................................................................................................. 11

O NOVO ENSINO EM TEMPOS DE PANDEMIA.................................................11

1.1 Contexto pandêmico e os impactos da COVID-19 para a educação............ 11

1.2 COVID-19 e a importância de se fazer uso da História Oral diante de uma


pandemia.................16

CAPÍTULO 2 .............................................................................................................. 21

PANDEMIA DO COVID-19 E VIDA ESCOLAR EM TEFÉ-AM........................ 21

2.1 Os desafios das aulas remotas e híbridas, e do ensino de História na E. E.


Santa Tereza e na E. M. Prof. Luzivaldo Castro dos Santos .............................................. 21

2.2 Os impactos da COVID-19 na vida escolar dos discentes da E. E. Santa


Tereza e E. M. Prof. Luzivaldo Castro dos Santos .............................................................. 25

2.3 O papel do docente no ensino de História em tempos de pandemia na E.


E. Santa Tereza e na E. M. Prof. Luzivaldo Castro dos Santos ................................. 30

CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................35

REFERÊNCIAS..........................................................................................................36

ANEXOS......................................................................................................................38
INTRODUÇÃO

A pandemia da COVID-19 expos ainda mais os diversos desafios em que o ensino e a


aprendizagem no Brasil enfrentam desde muito tempo. A situação no cenário da educação no
país sempre foi muito complicada, e se agravou devido o coronavírus especialmente pela falta
de respeito com os problemas de gestão na saúde pública evidenciadas ainda mais precárias em
tempos de pandemia.

A presente monografia elaborada para o curso de Licenciatura em História pela


Universidade do Estado do Amazonas- UEA começou a ser desenvolvido durante o período de
suspensão das aulas presenciais provocado pela COVID-19 em 31 de maio de 2021. No
contexto inicial desta monografia as escolas do município de Tefé estavam começando a
formular uma nova proposta para retomada da educação nas unidades, passando a ser adotado
o ensino remoto e híbrido a partir do dia 19 de maio de 2021, e por conseguinte com a retomada
total das aulas presenciais a partir do dia 14 de fevereiro de 2022. (SEDUC; SEMED, Tefé,
2022).

A realização das observações e análises para este trabalho ocorreram na Escola Estadual
Santa Tereza e Escola Municipal Prof. Luzivaldo Castro dos Santos no município de Tefé-AM,
durante os meses de maio de 2021 a junho de 2022. Este trabalho de conclusão de curso também
é fruto da minha atuação no Programa de Residência Pedagógica UEA/CEST durante o ano de
2021, programa que faculta a inserção de acadêmicos na escola e teve como objetivo pesquisar
as experiências vivenciadas pelos docentes e discentes neste contexto, buscando compreender
suas dificuldades e limitações, com o intuito de analisar a educação a partir da pandemia.

A proposta desse trabalho consiste em uma abordagem metodológica através de


pesquisas bibliográficas, documentais, baseada em pesquisa de campo e utilizando a História
Oral como contribuição na análise de entrevistas para com docentes e discentes, sobre suas
experiências vividas nesse período em que a educação esteve e está inserida.

Esta monografia foi divida por capítulos: o primeiro capítulo tem o propósito de
apresentar as pesquisas e os dados que foram coletados a partir de informações destacadas pela
Fundação Oswaldo Cruz- Fiocruz, e pela Organização Mundial da Saúde- OMS, destacando os
problemas na educação após o surgimento da pandemia e a importância do estudo de História

9
e das metodologias ancoradas em História Oral como fonte de pesquisa para a compreensão da
nova realidade escolar.

No segundo capítulo será abordada pesquisas sobre o período de paralização das aulas
presenciais e a retomada das aulas nas unidades escolares, utilizando como base de análises e
observações das escolas e dados coletados na seduc e na semed do município de Tefé-AM,
ressaltando a quantidade de alunos matriculados durante e após o período de paralisação das
aulas presenciais, com enfoque as principais mudanças ocorridas nas escolas durante o processo
de pesquisa. Neste capítulo foram estruturadas as experiências e levantamentos em paralelo as
entrevistas feitas com os professores e estudantes da Escola Estadual Santa Tereza e Escola
Municipal Prof. Luzivaldo Castro dos Santos no município de Tefé-AM, apresentando os
papeis dos docentes e a realidade dos discentes, destacando suas análises sobre a postura da
escola e do Estado em respeito à educação e o ensino de História em tempos de pandemia.

Sendo assim, este trabalho estende-se para além dos problemas surgidos para o ensino
de História com a paralização das aulas devido a pandemia da COVID-19, dando enfoque a
como as diferentes realidades encararam de formas distintas entre os docentes e discentes o
contexto pandêmico, pois ambos os envolvidos observam somente a sua realidade, e essas
preocupações muitas vezes não são trabalhadas pelo Estado, mas influenciam diretamente o
desempenho dos educandos, e portanto, todas essas questões precisam ser repensadas.

10
CAPÍTULO 1

O NOVO ENSINO EM TEMPOS DE PANDEMIA

1.1 Contexto pandêmico e os impactos da COVID-19 para a educação

“em cenários de incerteza, todos são novatos...”.


Paulo Tomazinho

Na China, no final do ano de 2019, foi descoberta a existência de um vírus respiratório


que se espalha com rapidez. Logo as autoridades e os governos chineses passaram a emitir notas
sobre a gravidade do contágio da doença, buscando encontrar uma forma de frear o avanço,
utilizando o distanciamento e isolamento social como a maneira mais eficaz para combater o
vírus. (Portal uol, 2020).
Quando poderíamos imaginar viver uma mudança tão drástica e abrupta em nossos
paradigmas de vida e educação, pois até então a origem de uma pandemia global era algo que
só se via através de filmes de ficção e livros de cunho apocalíptico ou de História. Desta forma,
assim que o Corona vírus ou o surto de COVID-19 explodiu, o mundo precisou estabelecer uma
nova ordem vigente nos estabelecimentos comerciais, nas instituições de ensino, nas igrejas,
cidades, famílias e no mundo em geral.
Em seu discurso, divulgado na íntegra em 3 de março de 2020, o ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, visou alinhar junto as recomendações da OMS dar destaque a importância
da quarentena e de medidas de distanciamento social. No entanto a aprovação do ministro ao
discurso da OMS acabou criando conflitos com o presidente da República Jair Bolsonaro, que
desde o surgimento do vírus pregava uma narrativa na qual minimizava a gravidade da doença
afirmando que a economia não teria potencial para controlar uma possível epidemia no país.1
(Portal uol, 2020)

1
A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo corona vírus SARS-CoV-2 e tem
como principais sintomas febre, cansaço e tosse seca. Outros sintomas menos comuns e que
podem afetar alguns pacientes são: perda de paladar ou olfato, congestão nasal, conjuntivite,
dor de garganta, dor de cabeça, dores nos músculos ou juntas, diferentes tipos de erupção
cutânea, náusea ou vômito, diarreia, calafrios ou tonturas.
11
Além disso, alguns setores do governo insistiam, e ainda há aqueles que insistem, em
um tratamento precoce para a doença, dando enfoque ao uso da hidroxicloroquina (usada para
tratar malária).
Em torno desse ponto de vista, a sociedade se colocou a frente na busca por soluções
para que a educação se tornasse acessível de alguma forma. “Para isso, é importante buscar
novos métodos de ensino que permita manter as orientações da OMS sobre o isolamento social.
Uma das soluções mais debatidas nesse contexto é a utilização de tecnologias digitais de
comunicação e informação (TDIC).” (MÉDICI et al, 2020, p.40).
Logo toda essa nova realidade trouxe diversas mudanças e outro ritmo de vida para a
humanidade, principalmente devido à necessidade do distanciamento social, do uso de álcool
em gel, da higiene constante nas mãos, do uso de máscaras, do afastamento de aglomerações, e
etc. Por todas as preocupações dos cientistas com as consequências da doença no corpo humano,
e o ataque que o vírus teria aos nossos sistemas, essas foram as únicas soluções imediatas
encontradas para controlar a crise da saúde.
Com base nas informações do Diário Oficial da União, além dessas medidas, houve
também a interrupção das aulas presenciais segundo o pelo Decreto nº 10.282, DE 20 DE
MARÇO DE 2020. D.O.U 20/03/2020 e a adoção das aulas na forma remota e a distância via
internet utilizando material tecnológico diferenciado e diversos aplicativos, plataformas e redes
sociais.
Muitas discussões foram levantadas na comunidade acadêmica para entender o
verdadeiro grau de gravidade na transmissão do vírus nas escolas. A pandemia da COVID-19
pegou todos de surpresa, em um período muito curto de tempo já estava espalhado por todo
mundo. Tendo que se distanciar de todas as atividades que apresentassem algum tipo de
aglomeração, na qual foi extremamente difícil para a população.
Nas escolas, esse susto não foi diferente, no início de 2020 as aulas ainda estavam
funcionando ocorrendo normalmente, no entanto as atividades tiveram que ser paralisadas em
março, com expectativa que o recesso durasse em torno de 15 dias, o que não aconteceu.
Todas as atividades nas unidades de educação foram paralisadas, aulas, administração,
limpeza e manutenção. De uma hora para outra deu início a uma quarentena desordenada,
envolto de fakes news, e de informações imprecisas sobre o vírus e sua disseminação.
Impactando incisivamente, não só na produtividade dos discentes, mas também no foco
e na presença nas aulas. Analisar esse impacto na vida dos estudantes é de extrema importância
para esta monografia não somente para servir de material de estudo para a realização de ações

12
e políticas públicas, e assim também, preparar um plano de elaboração de estratégias e
metodologias que alcancem o máximo possível de alunos, levando em consideração as
diversidades socioeconômicas dos discentes.
Dessa forma, com base em um balanço de seis meses de pandemia feito pelo
Observatório Covid-19 da Fiocruz (Fiocruz, 2020), com participação de pesquisadores da Rede
Zika, destacou que essas desigualdades são demonstradas em diversos domínios, com destaque
para o étnico-racial. Nesse contexto, os povos indígenas, as populações ribeirinhas e até mesmo
aquelas que vivem em territórios vulnerabilizados, tiveram um papel de destaque diante dos
problemas que a COVID-19 trouxe para a educação.
Diante dessa difícil resolução, a sociedade viveu uma verdadeira busca por soluções
para que a educação fosse ofertada de uma outra forma, pois era necessário buscar novos meios
de ensinar, dada a orientação de isolamento social pela OMS.
Um caminho mais usual segundo as diversas lideranças mundiais, foi a busca por
tecnologias digitais de comunicação e informação, a (TDIC), como equilíbrio e meio para
ocorrer educação.
Desde que a pandemia da COVID-19 se iniciou em março de 2020 pelo mundo, as
escolas tiveram que adotar diversificadas metodologias para continuar a realizar o processo de
ensino/aprendizagem, apesar das dificuldades, a adesão ao uso das tecnologias para a educação
escolar, foi uma forma de reparação dos danos causados aos alunos após a paralização das aulas
presenciais.
Diante das condições impostas pela COVID-19, Rosa (2020, p.47), afirma que:

Abriu-se um critério histórico para a educação através da tecnologia, no ensino


remoto, que prosseguiu em nosso país por meio do reconhecimento do Conselho
Nacional de Educação (CNE) e o Ministério da Educação (MEC) atribuindo que a
carga horária disponibilizada nessa modalidade de ensino é absolutamente válida.

No entanto, os novos desafios refletiram o despreparo de toda a comunidade escolar


para um cenário em que a tecnologia deveria servir como uma metodologia favorável para o
processo de aprendizagem. Porém a maioria das escolas não dispõem de estruturas necessárias
para o oferecimento do ensino remoto ou a distância.
Diante dessas dificuldades as escolas precisaram buscar encontrar maneiras de se
adaptar a essas tecnologias. Inclusive, a quantidade de professores com formação adequada para
lecionar a distância eram baixíssimas. Organizar uma aula remota não é nada parecido com a
prática presencial em sala de aula, a comunicação com os discentes é diferente, os diálogos com

13
os familiares mudaram e o conhecimento sobre as novas tecnologias educacionais se fez
fundamental.
Além disso, algumas medidas tomadas pelo MEC impactam negativamente na
qualidade do ensino, por diversos motivos: inabilidade dos professores em lidarem com as
novas tecnologias digitais, desigualdade de apropriação às informações e alto número de
estudantes não terem acesso às aulas por falta de equipamentos e internet (MELO, 2020).
Apesar das iniciativas presentes diante a introdução do ensino remoto, a dificuldade no
acesso à internet foi prejudicial, pois nem todos conseguiram obter essa conexão, o que
evidenciou a questão de diferença de classe, devido à grande falta de responsabilidade do poder
público em buscar prover mais recursos que pudessem auxiliar as redes públicas de ensino nesse
momento tão complexo de pandemia.
Como destaca (FELIZOLA, 2011), apesar do desenvolvimento e expansão das
tecnologias da informação e comunicação percebe-se ainda que poucos tenham acesso à internet
e as suas tecnologias, ocasionando desigualdades na medida em que apenas alguns são
beneficiados e outros ficam distanciados do progresso.
A dinâmica de proteção e prevenção contra a COVID-19 desencadeou outras crises
devido à desigualdade social, como a falta de olhar para os grupos e classes desfavorecidas, a
qual serviu para direcionar a comunidade escolar a adquirir uma capacidade para confrontar a
realidade social do ensino e, a partir daí buscar proporcionar uma visão crítica e politizada sobre
o a educação no contexto atual.
O documento da Lei das Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996 avalia que:

A educação, é dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e


nos ideais de solidariedade humana, e tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
(BRASIL, 1996, p.1).

Desse modo, a educação como dever da família e do Estado, deve ter o propósito para
destacar o engrandecimento dos discentes como cidadãos, como ser humano, como uma forma
de libertação, um meio pelo qual possam chegar a lugares inigualáveis, sendo um direito e que
esse direito seja gozado com qualidade para que sirva como contribuição para o crescimento
dos estudantes.
Freire e Macedo (2021) analisam que através da compreensão dos diversos processos
de formação educacional o processo de alfabetização não deve estar ligado “apenas à
aprendizagem mecânica de habilidade de leitura, mas, adicionalmente, a uma compreensão
critica das metas mais gerais da reconstrução nacional”, e desta forma, é necessário entender
14
que o educador apenas compreenderá o educando, e este o educador, a partir do momento que
ambos os agentes se identifiquem como sujeitos de uma mesma relação, e assim buscar
construir um ambiente onde a educação seja transmitida com êxito, dentro ou fora da escola,
em especial se tratando do período pandêmico com o ensino remoto.
Diante disto, é de fundamental importância que a escola desempenhe o seu papel da
melhor forma possível que é preparar os discentes para a cidadania transformando-os em
cidadãos críticos e participativos.
As aulas de forma virtual para muitos alunos, professores e demais participantes das
unidades de ensino foram uma verdadeira batalha diária, tendo em vista que além dos poucos
recursos tecnológicos, o interesse dos discentes nos estudos passou ter baixa, seja por falta
meios de comunicação, de questões de saúde ou até por questões financeiras. Em virtude desses
fatos, os professores também acabavam ficando sem ânimo para continuarem exercendo seus
trabalhos.
Ao analisarem estas questões as pesquisadoras Sousa e Adrião (2020, p. 8) afirmam que:

Não devemos ignorar as situações as quais se encontram as famílias, pois os estudos


estão aí para comprovar as vulnerabilidades que existiam antes mesmo da pandemia.
[...] se não há condições econômicas favoráveis, haverá exclusão social. Isso se
direciona ao nosso atual quadro. Se não há uma política voltada para amparar as
famílias de renda baixa, que vivem um momento delicado, como o desemprego, então
o “pacto federativo” não está cumprido com seu papel.

Sendo assim, o que deveria ser resolvido pelos sistemas públicos de ensino acabou
sendo deixado de lado, e a educação passou a ser tratada por muitos governantes como algo
com pouca relevância a ser corrigida.
Nessa perspectiva, (RICOEUR, 2007, p. 458) aborda que:

É essencial conhecer as múltiplas realidades, buscar ações que corroborem para a


solução das dificuldades que muitos enfrentam inclusive uns mais que outros, e que
em muitos casos não possuem recursos nem canais de manifestação para exporem
seus lamentos. A crise sanitária, as angústias, o adoecimento, a morte iminente e as
perturbações na rotina de estudantes estão demarcados nesses registros, os quais
compõem importantes evidências de uma consciência histórica em mutação,
carregada de significados que estarão nas memórias e nos esquecimentos desse tempo.

Hoje, atuar e participar da educação escolar significa estar apto para lidar e superar
desafios, onde nos deparamos com muitos discentes de diferentes personalidades, incluindo os
diversos problemas sociais, dificuldades de aprendizagem, modos de vidas, comportamentos
etc. Então, é um desafio que exige muita reflexão e compreensão para com o ensino e

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aprendizagem em nosso país, principalmente no contexto pandêmico da COVID-19 e meio às
escolas públicas do Brasil.

1.2 COVID-19 e a importância de se fazer uso da História Oral diante de uma pandemia

Os desafios metodológicos enfrentados pela pesquisa em história oral a partir da eclosão


da pandemia da COVID-19 e da situação de isolamento físico frisaram novas práticas baseadas
na combinação de propostas metodológicas e proposições teóricas plurais desenvolvidas a partir
do uso do método oral. Utilizando construções de comunidades narrativas e a visibilização de
experiências de sujeitos e grupos em situações de vulnerabilidade como compromissos públicos
que se apresentaram como fundamentais para os pesquisadores do presente, para os quais a
tecnologia apresenta-se como desafiadora aliada.
O isolamento social ocasionado pela pandemia de COVID-19, abriu margem para uma
profunda crise sanitária e política no Brasil, o que agilizou a adesão de novas tecnologias de
registro e comunicação de produção intelectual, principalmente no campo da história oral,
devido a isso abriu-se uma antiga discussão metodológica que parecia adormecida.
São reflexões sobre a produção, a prática, a organização, a difusão, e a curadoria de
fontes orais as quais voltaram a ser vistas como suspeitas, levando em consideração as ameaças
as pesquisas devido ao distanciamento social. Entretendo a fontes orais se tornaram elementos
indispensáveis nas investigações ligadas ao presente pela pesquisa histórica.
O uso da História Oral como referencial teórico-metodológico, significa abranger para
a pesquisa a realização de entrevistas gravadas com pessoas que se dispõem a relatar fatos,
situações, acontecimentos, instituições, estilos de vida ou outros aspetos da história
contemporânea.

Trabalhar com história oral no Brasil em geral ainda consiste em gravar entrevistas e
editar os depoimentos, sem explorá-los suficientemente, tendo em vista um
aprofundamento teórico-metodológico; também é comum a utilização de entrevistas,
em associação com fontes escritas, como fornecedoras de informações para a
elaboração de teses ou trabalhos de pesquisa, sem que isso envolva qualquer discussão
acerca da natureza das fontes ou de seus problemas. (FERREIRA; AMADO, 2006, p.
XI).

Desta forma, trabalhar com a história oral deste muito tempo tem gerado muitas
discussões, principalmente pelas dúvidas diante sua autenticidade e seriedade, a qual muitos
historiadores acreditam que sua função ocorre como ponte entre a teoria e a prática, e assim, ao
lidarmos com um cenário onde as disputas pela memória não ocorrem como no passado,
16
mas agora, em tempo real, na velocidade das redes sociais, o trabalho do/a historiador/a se torna
ainda mais árduo.

Passou a época da marginalização da história oral. Hoje ela integra currículos e


experiências de muitas comunidades e grupos sociais. É o momento de baixarmos as
armas, e, com humildade, olharmos para nós mesmos, reconhecendo que nossos
críticos têm razão em pelo menos um ponto: falta consistência teórica a parte de nossa
produção. (FERREIRA; AMADO, 2006, p. 18).

Estes aspectos nos fazem refletir acerca dos problemas sociais profundos na sociedade em
que vivemos, principalmente a partir do momento em que o mundo passou a ter que lidar com
uma pandemia no século XXI, onde a humanidade passou a conviver com um presente então
incerto, no qual há inúmeras informações saindo de todos os lugares, o que acaba gerando
muitas curiosidades e dúvidas sobre a veracidade desses fatos.
Sobre esse cenário, Hartog argumenta:

Hoje se trata, sobretudo, da perturbação no presentismo. Denuncia-se seu curto prazo


e considera-se a extensão dos danos que ele gerou. Isso não impede que, no mesmo
instante, a extensão do digital, sob suas múltiplas declinações, em que a unidade de
conta é o nanossegundo, incite ou obrigue os indivíduos e as instituições a viverem
cada vez mais sob o regime do imediatismo (2020, p. 52–53).

As reflexões apresentadas nesta monografia foram compostas a partir da exploração de


um conjunto de entrevistas ao longo dos meses de maio de 2021 a junho de 2022, com cerca de
5 docentes e 15 discentes da Escola Estadual Santa Tereza e Escola Municipal Prof. Luzivaldo
Castro dos Santos. A escolha dessas escolas tem como objetivo analisar a situação da educação
pública do município de Tefé a partir dos problemas ocasionadas pela pandemia, buscando além
de levantar discussões sobre o tempo pandêmico da COVID-19, dar enfoque ao centro delas,
analisando o lugar da ciência, do conhecimento histórico e da história oral.
Em sua análise Alessandro Portelli (2016, p. 10) caracteriza a história oral como um
trabalho histórico no qual “questões ligadas à memória, narrativa, subjetividade e diálogo
moldam a própria agenda do historiador”. Seguindo essa ideia o autor define a história oral
como “a arte da escuta, uma arte baseada num conjunto de relações”: entre entrevistados e
entrevistadores, entre o tempo do narrado e o tempo da narrativa.
Ou seja, atualmente vivemos em um contexto em que temos uma redução do espaço
público em prol do privado, no qual pessoas de todo o mundo tem liberdade para compartilhar
experiências. Sentem uma certa necessidade de falar e de registrar diversas informações
cotidianas, e isso acabou quase que se tornando algo inevitável para todos.

17
Diante deste cenário, a partir do surgimento da COVID-19 e da necessidade do
distanciamento social, a história oral pôde ser percebida de formas diferentes, de maneiras
positivas e negativas, dando voz aos que precisavam serem ouvidos, incluindo entrevistas reais
que constituíram um mosaico de vivências pandêmicas, possibilitando elaborar análises sobre
os extremos sociais, distantes em termos de capital econômico, político e social.
Além disso, de certa forma a pandemia normalizou o uso das tecnologias até mesmo
para as pessoas que não tinham tanto conhecimento das suas utilidades. Para a história oral
usada de forma positiva, a utilização das plataformas digitais em respeito aos protocolos de
segurança, possibilitou explorar as histórias de vida das pessoas mesmo a distância através de
entrevistas virtuais, e no caso desta pesquisa por exemplo, viabilizando apresentar os impactos
do ensino remoto na rotina dos discentes e docentes do município de Tefé-AM, além de análises
dos planos de combate à pandemia, no caso dos gestores públicos.

Falar de história de vida é pelo menos pressupor - e isso não é pouco - que a vida é
uma história e que, como no título de Maupassant, Uma vida, uma vida é
inseparavelmente o conjunto dos acontecimentos de uma existência individual
concebida como uma história e o relato dessa história. (FERREIRA; AMADO, 2006,
p. 183).

Dessa forma, a história oral segundo Marieta Ferreira e Janaína Amado também agrega
o senso comum, onde as pessoas descreverem suas vivências e acabam ajudando a construir
documentos importantes. O que ocorreu durante o contexto pandêmico da COVID-19, no qual
muitas informações de histórias de vida influenciaram a criação de vários estudos sobre as
diferentes realidades da sociedade ao lidar com as dificuldades provocadas pelo vírus.

Ora, a história do tempo presente, mais do que todas as outras, mostra que há entre a
ficção e a história uma diferença fundamental, que consiste na ambição da história de
ser um discurso verdadeiro, capaz de dizer o que realmente aconteceu. Essa vocação
da história, que é ao mesmo tempo narrativa e saber, adquire especial importância
quando ela se insurge contra os falsificadores e falsários de toda sorte que,
manipulando o conhecimento do passado, pretendem deformar as memórias.
(FERREIRA; AMADO, 2006, p. 217).

Ou seja, como bem citaram as autoras Marieta Ferreira e Janaína Amado, o uso da
história oral também pode se confundir com ficção, e assim as histórias acabam sendo
divulgadas de forma errônea e imprecisa.

A análise crítica dos processos sociais mal analisados e mal dominados que atuam,
sem o conhecimento do pesquisador e com sua cumplicidade, na construção dessa
espécie de artefato socialmente irrepreensível que é a "história de vida" e, em
particular, no privilégio concedido à sucessão longitudinal dos acontecimentos
constitutivos da vida considerada como história em relação ao espaço social no qual
eles se realizam não é em si mesma um fim. (FERREIRA; AMADO, 2006, p. 189).
18
Desse modo, as histórias antes de serem divulgadas precisam ser comprovadas, tendo
em vista que a história oral é um patrimônio da sociedade que não morre, mas está sujeita a
transformações, e para continuarmos acompanhando os fatos no presente as informações do
passado devem estar corretas.
De forma negativa, vale ressaltar que durante o período pandêmico da COVID-19,
foram apresentadas diversas notícias mentirosas, principalmente devido ao acúmulo de
inúmeras informações que circulavam diariamente sem uma análise correta, as chamadas, fakes
news, fazendo com que as notícias se atrelassem ao medo, a formações de hipóteses e rumores,
os quais eram repassados em um curto espaço de tempo pelas novas tecnologias de
comunicações, e isso acabou afetando o mundo todo, sobretudo a política, a economia e até
mesmo a segurança de muitos países.
Cabe ressaltar que, o ofício dos historiadores ou pesquisadores se fazem de suma
importância, justamente para que não ocorra esse tipo de propagação de entrevistas forjadas, ou
fatos mentirosos serem relatados como verdadeiros. Trabalhar com a história oral, refere-se a
elaborar interpretações daquilo que foi vivenciado e no momento da entrevista revisitado, não
há como acessar a totalidade, mas o ato de fazer uma leitura específica do contexto histórico é
essencial.

Uma vez que o historiador do tempo presente se confronta com a atualidade, seu olhar
tem um raio relativamente curto: assim, ele está mais atento aos detalhes (como o
ponto de vista de quem se eleva nas alturas e vê os relevos se achatarem), e é
compreensível se que o historiador que trabalha com percursos dos quais estamos
separados por vários séculos tenha mais facilidade para distinguir as tendências
importantes, esteja mais inclinado a considerar que as peripécias não têm relevância
e a concentrar seu interesse nos fenômenos estáveis e constantes. (FERREIRA;
AMADO, 2006, p. 208).

Em concordância com Marieta Ferreira e Janaína Amado, lidar com a história oral
enquanto pesquisador/a ou historiador/a requer saber respeitar e tratar a história do tempo
presente com cuidado para não introduzir fatos que não fazem mais sentido estarem sendo
abordados.

Como historiadores orais, nossa arte de ouvir baseia-se na consciência de que


praticamente todas as pessoas com quem conversamos enriquecem nossa experiência.
Cada um de meus entrevistados [...] representou uma surpresa e uma experiência de
aprendizado. Cada entrevista é importante, por ser diferente de todas as outras.
(PORTELLI, 1997, p. 17).

Em suma, a experiência de conviver com uma pandemia que a anos atrás era quase
inimaginável, fez com que a utilização da História Oral rompesse com as barreiras impostas

19
pelo isolamento, dando enfoque a importância do estudo e da análise das informações,
compreendo que o ser humano tem que ser um agente solícito na procura do desenvolvimento
das dúvidas que a sociedade lhe provoca.

20
CAPÍTULO 2

PANDEMIA DO COVID-19 E VIDA ESCOLAR EM TEFÉ-AM.

2.1 Os desafios das aulas remotas e híbridas, e do ensino de História na E. E. Santa


Tereza e na E. M. Prof. Luzivaldo Castro dos Santos

“A educação é um direito universal, sendo


dever do Estado e da família garantir que
todos tenham acesso.”
(BRASIL, 1988).

No decorrer desta pesquisa, ao observar a rotina da Escola Estadual Santa Tereza e


Escola Municipal Prof. Luzivaldo Castro dos Santos no município de Tefé-AM, foi possível
realizar considerações no que diz respeito ao cenário das escolas em meio a paralisação e
retorno as aulas remotas e híbridas, assim como o contexto do ensino de História durante esse
período.
A escola Luzivaldo Castro, foi fundada em 2008, no mandato do Prefeito Sidônio
Trindade Gonçalves, atua com cerca de 66 funcionários sendo 24 docentes que trabalham no
nas modalidades de Educação Infantil, Ensino Fundamental I, EJA e Educação Inclusiva, com
aproximadamente 1086 discentes. (Portal correio da Amazonia, 2014).
A escola Santa Tereza surgiu através das irmãs Franciscanas Missionárias de Maria em
1925 somente para alunas mulheres, e posteriormente em 1980 passou a ser denominada
oficialmente como Escola Santa Tereza com prédio próprio aceitando alunos e alunas.
Atualmente funciona com 33 funcionários, sendo 16 docentes que atuam no ensino fundamental
do 6º ao 9º ano com 567 discentes. (Portal correio da Amazonia, 2014).
Mesmo após a nota sobre a retomada escolar em várias partes do Brasil, muitos
especialistas, pais e professores tiveram opiniões diferentes. As escolas analisadas passaram a
retomar as aulas de forma semipresencial a partir do dia 19 de maio de 2021, seguindo as
demandas impostas pela administração local da cidade e do Estado.
Um aspecto importante a ser destacado no desenvolvimento deste trabalho foi à chance
de vivenciar o processo de inclusão das escolas. O fato é que, enquanto discente na graduação
em Licenciatura em História, tive a oportunidade de interagir tanto de forma remota como
híbrida com a comunidade escolar, acompanhando a realização das atividades, observando as
aplicações metodológicas, e acima de tudo, vivenciando como a escola, os professores e os
alunos estavam tentando compreender as caraterísticas e as necessidades de cada um para se
21
encaixarem se desenvolverem diante dos diferentes processos de aprendizagem após a
pandemia.
Com a pausa das aulas presenciais, devido o distanciamento social provocado pela
pandemia, as escolas precisaram recorrer a utilização da modalidade do ensino remoto e dos
contextos híbridos.

O desenvolvimento do efetivo trabalho escolar por meio de atividades não presenciais


é uma das alternativas para reduzir a reposição de carga horária presencial ao final da
situação de emergência e permitir que os estudantes mantenham uma rotina básica de
atividades escolares mesmo afastados do ambiente físico da escola. (BRASIL, 2020,
p. 07).

Diante da nova realidade imposta pela COVID-19, um dos principais desafios


determinados para as aulas virtuais foi a presença de tecnologias que incluíam: os problemas
com um sinal de internet de qualidade ou, até mesmo, ter um sinal de internet; falta de
equipamentos necessários para a transmissão dessas aulas e conteúdo, como computadores,
smartphones e tablets; as dificuldades em manusear as tecnologias no ensino remoto;
necessidades financeiras; e etc.
Além de outros velhos problemas que vem desafiando o sistema educacional, exigindo
que as escolas repensem a normatização do sistema de ensino, atribuindo novas dimensões em
suas funções e procure novos recursos para que o espaço escolar se torne um local aberto a
dialogar direta e indiretamente com seu tempo.
No que tange o ensino de História durante esse contexto, destaca-se as dificuldades tanto
das escolas como dos docentes em promover o desenvolvimento de pesquisas capazes de
modificar o quadro característico do ensino roteirizado e pouco dinâmico, que acaba gerando
desinteresse aos discentes na hora das aulas.
Neste contexto, o processo educacional remoto foi viabilizado, mostrando que, além da
conexão, a necessidade da presença do mundo tecnológico pode servir como aporte e método
de ensino-aprendizagem, ao qual Fantin (2011, p. 28) destaca sobre a importância das
tecnologias digitais para a sociedade, desenvolvendo novas reflexões sobre o papel que as
mídias têm desempenhado na contemporaneidade e na formação dos sujeitos, em especial, para
os estudantes, e futuros profissionais.

[...] o ensino presencial físico (mesmos cursos, currículo, metodologias e práticas


pedagógicas) é transposto para os meios digitais, em rede. O processo é centrado no
conteúdo, que é ministrado pelo mesmo professor da aula presencial física. Embora
haja um distanciamento geográfico, privilegia-se o compartilhamento de um mesmo
tempo, ou seja, a aula ocorre num tempo síncrono, seguindo princípios do ensino

22
presencial. A comunicação é predominantemente bidirecional, do tipo um para
muitos, no qual o professor protagoniza vídeo-aula ou realiza uma aula expositiva por
meio de sistemas de webconferência. Dessa forma, a presença física do professor e do
aluno no espaço da sala de aula geográfica são substituídas por uma presença digital
numa sala de aula digital. No ensino remoto ou aula remota o foco está nas
informações e nas formas de transmissão dessas informações. Moreira e Schlemmer
(2020, p. 09).

Dessa forma, tanto o ensino, as escolas, os estudantes e os professores precisaram


reinventarem-se frente as novas necessidades, a fim de possibilitar uma ampla participação na
vida escolar, compreendendo que as metodologias de conhecimento não poderiam ficar
paradas, limitando a suas condições de aprendizagem.
Visto isso, é essencial abordar que as realidades foram encaradas de formas distintas
entre os docentes, discentes e a escola. Os professores observam a sua realidade, e quem está
na gestão enxerga outra, com isso, quem está gestão se preocupa com a aplicação do currículo,
se preocupa com os prazos de notas, enquanto os professores que estão de frente com a educação
assumem outras preocupações como o enfretamento com quadro social de seus alunos, que
muitas vezes não é trabalhado pela escola, mas que influencia diretamente do desempenho dos
alunos.

Nesse sentido, observa-se que a modalidade traz o estudante como sujeito central do
processo de aprendizagem, posicionando-o como autodidata ou autônomo, apenas
mediado por recursos didáticos e não volta o olhar para a qualidade do ensino,
destacando a EaD como uma alternativa de reforço na aprendizagem sem a presença
do professor. (MÉDICI et al , 2020, p. 140).

Desse modo, destaca-se que apenas 30% dos professores e estudantes de ambas as
escolas observadas, conseguiram em período pandêmico criar laços e se desenvolverem meio
ao processo de ensino e aprendizagem, apesar de não ter sido tanto quanto o necessário.
As escolas ofereciam raros recursos metodológicos tanto para os professores quanto
para os alunos, como: grupos com conteúdo escolares via WhatsApp e distribuição de apostilas
com assuntos e atividades digitais e/ ou impressos. Baseados no discurso de que as decisões
partiam do Estado e, portanto, não teriam como oferecer suportes para a melhor atender as
necessidades e demandas de muitos discentes e docentes, principalmente das camadas mais
carentes da sociedade.
Diante o contexto da pandemia, ocasionado pelo novo corona vírus, o ensino de História
foi afetado diretamente, e infelizmente nota-se um alto predomínio na organização curricular
da disciplina, influenciada por modelo científico rígido, com aulas roteirizadas que não buscam
proporcionar novas metodologias de ensino para formação de pensamentos críticos, através de

23
propostas para projetos didáticos, ligados aos princípios da interdisciplinaridade, e ensino
dinamizado. Todo esse processo resulta em estudos praticamente indiscutíveis, com os alunos
cada vez mais passivos e desinteressados.
Conforme o acompanhamento remoto e híbrido das atividades nas escolas através de
diálogos e de pesquisas teóricas, é importante destacar, a necessidade do desenvolvimento de
novas pedagogias solidárias, para a formação de pensamentos coletivos nas escolas em prol ao
acolhimento do bem comum, pois a pandemia conseguiu expor um individualismo que não foi
capaz de suprir as necessidades dos indivíduos, o que influenciou diretamente na gestão da
pandemia, ou nas ideologias, em que muitas vezes politizaram o vírus e os tratamentos de saúde.
Dessa forma, com as dificuldades presentes na educação, frente a esse novo modelo de
sociedade passando pelos avanços tecnológicos, é visível as diversas correntes de notícias que
provocaram transformações cada vez maiores e desafiadoras em relação a transmissão de
conhecimentos.
Em relação ao ensino de História, as dificuldades puderam ser nitidamente notadas com
o fato de que os alunos não são orientados a realizarem atividades que dão prioridade ao
desenvolvimento do indivíduo, partindo da sua realidade, a partir de conteúdo do interesse
deles, com isso o empenho e o interesse pela aprendizagem diminuem.
A realidade encontrada nas escolas de ensino fundamental e médio dá um grande
destaque ao trabalho mecanizado por meio de livros didáticos, enfatizando as datas mais
reconhecidas, as atividades xerocadas e uma leitura escassa.
As tarefas transmitidas para que os alunos elaborassem em casa, eram baseadas em
conteúdos roteirizados, que acabavam sendo deixados de lado, e muitos estudantes recorriam à
internet para entregar os trabalhos e retidos ou reprovados, tendo em vista que os mesmos não
conseguiam compreender os assuntos, ou muitas vezes nem acompanhavam pois os meios
tecnológicos eram precários.
Em geral as aulas eram mais metódicas e as atividades não forçavam os alunos a
pensarem e criticarem, visto que, os professores só tinham dois dias presenciais e as aulas
virtuais eram pouco proveitosas devido a vários motivos, seja familiar, por problemas com a
conexão, ou até a carência de alguns alunos que vivem com condições mais precárias, com isso,
nem sempre eles conseguiam relacionar os conceitos e tinham maiores dificuldades de ler,
responder questões, interpretar textos e exercícios.
Se antes da pandemia a educação brasileira já passava por muitas questões
problemáticas, após o surgimento do vírus os problemas se intensificaram, a educação remota

24
apesar de ter sido a melhor saída encontrada para dar continuidade ao ensino e aprendizagem,
ainda assim não supriu a carência educacional que muitos alunos possuíam.
Durante o acompanhamento das aulas do ensino fundamental e médio ficou visível que
a grande maioria dos discentes tiveram muita dificuldade com o ensino remoto, muitos inclusive
nem acompanhavam as aulas.
Como a sociedade vem passando por constantes mudanças na maneira de agir, pensar e
sentir a partir das novas gerações, os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, também
necessitam estar em constante transformação. Além da carência de propostas que priorizem a
educação de forma igualitária para todos em torno do nosso contexto atual, existem também as
demandas no meio de comunicação e das tecnologias, através de novos métodos e suportes para
uma educação que siga o seu tempo.
Diante dessa nova realidade o ensino de História também precisa ser mais didático, pois
no decorrer desses aprendizados as crianças e os adolescentes irão compreendendo o seu papel
dentro da sociedade, para assim assumir a responsabilidade enquanto cidadãos de enfrentar as
desigualdades que os cercam e lutar pela melhoria e acesso à educação que lhes é um direito.
Portanto, em virtude das dificuldades com as conexões, da péssima internet na cidade,
e com todas as dificuldades de cunho social e político, é dever dos responsáveis pela admiração
do país e em especial do Estado e município de Tefé-AM, direcionarem um olhar mais humano
e ético com relação à democratização do acesso da população às tecnologias e acesso à
educação.

2.2 Os impactos da COVID-19 na vida escolar dos discentes da E. E. Santa Tereza e E.


M. Prof. Luzivaldo Castro dos Santos

A partir do isolamento das escolas em busca de evitar o contágio com a COVID-19 entre
crianças e profissionais e posteriormente da transmissão para a comunidade, o retorno precoce
das aulas presenciais acabou sendo seguido com um certo receio em relação a segurança e a
saúde dos profissionais e estudantes da Escola Estadual Santa Tereza e Escola Municipal Prof.
Luzivaldo Castro dos Santos no município de Tefé-AM.
Com o intuito de retomada das aulas presenciais o MEC lançou o protocolo de
Biossegurança, em que através de uma cartilha retratou medidas de prevenção e segurança às
escolas que pretendiam dar continuidade as aulas nas instituições de ensino, o que ocorreu
conforme a definição da prefeitura local e ordem do Estado. (MELO, 2020).

25
As turmas se dividiam em 50%, os professores, alunos e os demais participantes da
comunidade escolar continuaram seguindo as normas com o uso das máscaras e mantendo o
distanciamento social, na medida do possível, as aulas estavam sendo transmitidas duas vezes
na semana e intercalando os horários das disciplinas, mas continuavam sendo acompanhadas
pelos veículos digitais como método para tentar suprir os horários apertados nos dias
presenciais.
Para Silva, Bilessimo e Alves (2018, p. 127):

Os dispositivos móveis são ferramentas de laboratórios remotos de qualidade para


formação prática dos estudantes [...] Smartphones, notebooks e uma infinidade de
dispositivos computacionais são parte integrante da sociedade em que vivemos e têm
impactado no modo de vida das pessoas, alcançando inevitavelmente a educação. A
apropriação dessas tecnologias dinamiza os processos de ensino e de aprendizagem
fazendo com que esses não se encontrem limitados ao tempo e ao espaço da sala de
aula.

No entanto, para realidade das escolas analisadas, esses métodos não corresponderam
com as expectativas, devido à falta de recursos o processo de ensino/aprendizagem não teve
sucesso com a nova dinâmica.
Para Morin (2017), as instituições escolares estão “off-line” em uma sociedade “online”.
Segundo o autor, “a escola parece um museu, um outro mundo, um espaço de confinamento,
quadrado, com tempos marcados para cada área de conhecimento, para cada atividade, para
cada avaliação” (MORIN, 2017, p.66), ou seja, se configuram de forma retrógrada e
ultrapassada, não estavam preparadas para um contexto em que as pessoas precisavam estar
totalmente conectadas umas com as outras.
Com base nos dados coletados na Secretaria de Estado de Educação do Amazonas do
município de Tefé, vale destacar a quantidade de matrículas do ano de 2020 comparado ao de
2021 e 2022. As informações apontam que em 2020 cerca de 860 alunos estavam matriculados
na Escola Municipal Prof. Luzivaldo Castro dos Santos, e 540 na Escola Estadual Santa
Thereza, enquanto em 2021 os números de matrículas saltaram para 1018 e 554
respectivamente.

26
Gráfico 1- Quantitativo de discentes matriculados durante os anos de 2020, 2021 e 2022.

Número de matriculas

2021; 1018 2022; 1086


2020; 820

2020; 540 2021; 554 2022; 567

2020 2021 2022

Escola Santa Tereza Escola Luzivaldo

Fonte: Secretaria de Estado de Educação do Amazonas; Secretaria Municipal de Educação e Desporto, Tefé
(2022). Elaborado pela autora.
Diante dessas informações, ao longo das pesquisas nas escolas alguns professores
afirmaram que essa diferença de números não ocorreu somente nas matrículas, também pôde
ser notada ao longo das aulas.
Durante o ano de 2020 a baixa de alunos nas turmas foi expressiva, principalmente
devido o receio e falta de incentivo do Estado e município e até da família em alguns casos.
Entretanto ao longo de 2021, após uma melhor compreensão do vírus e da distribuição das
primeiras doses de vacinas, o aumento não só de matrículas como também de presença dos
estudantes foi uma realidade satisfatória para as escolas.
No decorrer do ano de 2022 os números de matrículas e presenças de estudantes
seguiram o mesmo percurso, com o aumento de quase 100 matrículas na escola Luzivaldo, e
cerca de 20 na escola Santa Thereza.
As observações levantadas de forma remota e híbrida para este trabalho tiveram início
a partir dos dias 24 de maio de 2021 a 13 de junho de 2022, através do acompanhamento da
rotina nas escolas de professores e estudantes do ensino fundamental e EJA anos finais em
busca de colher informações sobre as perspectivas com a volta das aulas presencias, e sobre as
dificuldades enfrentadas durante o período do ensino remoto.
Para aluna B do 9º ano:

As aulas no ensino remoto não foram muito boas, porque eu tinha que estudar pelo
celular da minha mãe, e as vezes ela não tinha crédito, e a internet era muito ruim. A
minha professora mandava as tarefas pelo celular e a minha mãe me ajudava a

27
responder porque as vezes eu não entendia. Quando a professora está na sala eu acho
mais fácil porque a gente não tem que ficar baixando as coisas pelo celular. (Entrevista
realizada em 11 de abril de 2022).

Diante desse contexto, ficou visível que entre os prejuízos cruciais para a educação
enquanto as aulas estavam sendo transmitidas a distância, foi a diferença de absorção dos graus
de conhecimento e aprendizagem do ensino normal (presencial) para o ensino remoto. As
consequências na aquisição de conhecimento a longo prazo podem provocar retrocesso no
alcance e no aprendizado de um ensino de qualidade no Brasil.
Mesmo com os novos moldes na educação e da definição de quando a tecnologia digital
é utilizada de forma válida torna-se uma importante ferramenta para a educação do século XXI,
muitos docentes e discentes ainda ficam em desvantagem, tendo em vista a falta de preparação
para lidar e para manusear essas ferramentas.
A falta de ações positivas do poder público tanto para os professores como para os
alunos foi um ponto crucial para os desafios encontrados após a volta das aulas presenciais.
Esperava-se a partir dessas medidas conseguir:

[...] reduzir, ao máximo, o risco de ampliação das desigualdades educacionais. Elevar


emergencialmente o acesso das famílias mais pobres aos recursos tecnológicos e
adotar, em caráter adicional, medidas de ensino a distância que não exigem uso da
tecnologia (como o envio de livros e materiais impressos e orientações às famílias
para estímulo das crianças e jovens) devem ser considerados. Os alunos de nível
socioeconômico mais baixo, que já deveriam receber maior foco da política
educacional em situações normais, devem ganhar atenção ainda mais especial neste
momento de crise (NOTA TÉCNICA EDUCAÇÃO PARA TODOS, p. 10).

Nesse sentido, muitos alunos não participaram das atividades, muito menos
conseguiram acompanhar o que se passava. Atualmente com o retorno das aulas presenciais no
ensino público, os alunos tiveram que lidar com o impacto de novos conteúdos que muitos dos
discentes nem sabiam sobre o que se tratavam, tendo em vista que eles perderam boa parte das
aulas ministradas de forma virtual.
A realidade do ensino durante a pandemia mostrou as escolas totalmente despreparadas
para a nova modalidade de ensino, o EaD. As aulas começaram a ser ministrada por meios de
comunicações, como o WhatsApp, os alunos precisavam ter constante acesso à internet, e isso
gerou uma das maiores dificuldades para a maioria dos alunos entrevistados.
Ao analisar essas questões a aluna M do EJA anos finais afirma que:

Muitas vezes eu precisava ir para casa de algum parente porque a internet da minha
casa vivia caindo, para poder baixar as atividades ou os textos que os professores
mandavam. Quando a gente foi voltando para as aulas aqui na escola as aulas eram
28
muito rápidas, e as vezes a gente nem conseguia entender, ficava todo mundo meio
que se ajudando porque a gente só dia tinha alguns dias pra se ver, e depois foi
voltando ao normal. (Entrevista realizada em 11 de abril de 2022).

Segundo alguns alunos outra dificuldade para enfrentar esse período foi a falta de
recursos tecnológicos, a falta de um notebook, por exemplo, para a elaboração dos trabalhos
solicitados, um celular de qualidade que pudesse ter um grande armazenamento para que os
alunos tivessem longo acesso aos textos e atividades que eram repassados para os alunos em
cada disciplina.
Diante o exposto, o aluno C do EJA anos finais abordou que:

Para mim o estudo em casa era muito complicado, porque a minha família é grande e
os meus irmãos ficavam fazendo barulho, e o tempo que eu tirava para fazer meus
exercícios ou ler os assuntos eu ficava desconcentrado com todo mundo falando, o
som alto da televisão, então para mim era difícil acompanhar as aulas de casa.
(Entrevista realizada em 18 de abril de 2022).

Para alguns estudantes as aulas remotas foram prejudicadas pelo fato da própria família
dos discentes muitas das vezes não entendem a disponibilidade ou falta de disponibilidade dos
alunos, as aulas eram acompanhadas pelo celular e isso era motivo de desconfiança para os
familiares, alguns problemas surgiam no meio da aula, no meio de trabalhos que deveriam logo
ser entregues, e isso fazia com que os alunos perdessem o foco na educação.
Diante das pesquisas realizadas, compreende-se que tanto os estudantes do ensino
fundamental como do ensino médio estão com grandes desafios frente à realidade deste novo
contexto educacional, flertando com a evasão. Além disso a ausência da vida escolar pode afetar
a criança e ao adolescente em diversos âmbitos da vida: cognitivo, social, moral e afetivo.

É necessário que o caminho percorrido e as aprendizagens desenvolvidas pelas redes


e profissionais da educação para enfrentamento deste período de pandemia sejam
mantidos como heranças vivas, permitindo-nos melhor configurar a escola pós-
pandemia (VIEIRA; RICCI, 2020).

Uma saída para essa situação é proporcionar a mobilização conjunta entre vários órgãos
gestores competentes e assim dar seguimento ao trabalho no enfrentamento e na superação dos
desafios educacionais já existentes e que foram enfatizados pelo período de suspensão das aulas
presenciais.
Nesta perspectiva, o ensino de história traz reflexão e conhecimento formativo para os
estudantes, cria uma identidade social e endereça para a análise política, a participação
democrática, discute a cidadania, neste sentido, o ensino de história carrega significado de vida
(FONSECA 1993; NIKITIUK 1996; ROCHA 1996; VASCONCELOS 2007;

29
BITTENCOURT; 2009). Aprender e transmitir o conteúdo de história significa acima de tudo
ajudar a desenvolver indivíduos conscientes e responsáveis frente aos acontecimentos do
mundo.
Desse modo, é essencial destacar a importância que a educação escolar precisa dar para
os discursos inovadores, apresentando novas propostas e oferecendo visibilidade em torno da
necessidade da transmissão de conteúdos ministrados através de projetos de ensino
interdisciplinares, que possam contribuir em especial para a compreensão do ensino de História
e da sua importância tanto para o contexto escolar como para o meio social, levando em
consideração os processos de formação desses estudantes em volta de uma sociedade.

2.3 O papel do docente no ensino de História em tempos de pandemia na E. E. Santa


Tereza e na E. M. Prof. Luzivaldo Castro dos Santos

Neste tópico aborda-se pesquisas realizadas com professores e estudantes da Escola


Estadual Santa Tereza e Escola Municipal Prof. Luzivaldo Castro dos Santos no município de
Tefé-AM, voltadas para turmas do 9º do ensino fundamental, e EJA anos finais. Levando em
consideração estudos teóricos realizados por meio de documentos oficiais orientados,
elaborando análises referentes às propostas pedagógicas distribuídas pelos professores e pela
escola.
As entrevistas utilizadas neste Trabalho de conclusão de curso visam a partir da
metodologia de História Oral fazer um levantamento do papel do docente no ensino de História,
e da realidade vivenciada pelos discentes durante o processo de ensino remoto e/ou híbrido em
Tefé-AM.
Diante disso, foram feitos o uso dos relatos de professores e estudantes, proporcionando
dar voz aos profissionais que muitas vezes se encontram excluídos da análise da História
tradicional. Também foram realizadas perguntas diretas para alguns discentes de História,
visando tentar entender como foi lidar com a educação em meio ao contexto da pandemia, e
dessa forma esclarecer de que maneira eles encararam o ensino durante o referido período.
Nelly Aleotti Maia (1996) argumenta que “toda a educação é aprendizagem, mas nem
toda aprendizagem é educação”, ou seja, existem muitos meios para se transmitir educação, a
problematização está em encontrar um método eficaz para sanar as dificuldades de acesso ao
ensino. Esse foi um novo obstáculo que os educadores tiveram que enfrentar.

30
Neste sentido, a utilização de tecnologias como novos recursos metodológicos pelas
escolas, professores, e pelos alunos, se fez muito mais presente nesse momento, entretanto,
conforme afirma Ferreira (1999, p. 09), “o mero uso dos recursos tecnológicos não é garantia
de que ao serem postos em prática vão contribuir para uma nova postura do professor em sala
de aula”.
Ou seja, tratando-se especificamente do ensino de História, a aprendizagem desde muito
tempo tem sido trabalhosa, visto que, muitas pessoas antes de reconhecerem sua importância
inferiorizam a sua importância, como sendo apenas um estudo sobre o passado “e o passado,
visto como algo passado, portanto, superado tem tanto interesse quanto o jornal do dia anterior”
(PINSKY; PINSKY, 2010, p.17).
Entretanto, o ensino de História vai muito além do que estudar sobre fatos anteriores,
ou conhecer apenas o passado, pois possui relação direta com o presente, e quanto mais os
conhecimentos vão sendo adquiridos, surgem mais probabilidades para os estudantes
desenvolverem reflexões críticas sobre o presente. Tornando-se, assim, essencial o estudo da
história na vida do cidadão.
Posto isso, foram levantadas algumas questões para professores de História sobre como
foi a experiencia de lidar com a educação em um cenário de pandemia, as perguntas abordadas
foram:
Quais os anos de experiência docente: O professor Eloym Assunção respondeu ter 10
anos trabalhando com a disciplina; o professor Sebastião Melo um senhor já de idade, disse ter
15 anos exercendo a profissão; e a professora Fatima Braga afirmou ter 17 anos de profissão.
Eles também foram indagados sobre quantas turmas lecionam atualmente: O professor
Eloym disse ter 15 turmas, entre os anos de 6º ao 9º do ensino fundamental; O professor
Sebastião disse ter 9 turmas entre o ensino fundamental e médio, intercalando o turno matutino,
vespertino e noturno dependendo da escola; já a professora Fatima Braga afirmou trabalhar com
10 turmas intercalando o ensino médio, fundamental e o EJA.
Outra questão levantada foi sobre quais metodologias foram utilizadas pelos docentes:
O professor Eloym disse que:

Antes da pandemia costumavam-se trabalhar com aulas expositivas, com materiais


didáticos como livros didáticos, apresentações em PPT, vídeos longos, filmes, uso de
textos, objetos educacionais, entre outros, entretanto, com a pandemia o cenário de
ensino se modificou, assim como as metodologias de aprendizagem, e com a
implantação da educação remota como método principal, outras metodologias foram
introduzidas no meio educacional como, uso de diversas tecnologias, através de vídeo
aulas, aplicativos no celular, áudios, imagens, textos em PDF, textos impressos e

31
deixados nas escolas, entre outras formas que se encaixassem na disponibilidade dos
alunos para conseguirem acompanhar as aulas remotas.

Para o professor Sebastião Melo as dificuldades foram um pouco maiores, devido à


idade, problemas de saúde, além do medo que o vírus estava causando. Seu Sebastião procurava
pela identificação dos alunos para se encontrar com eles, entregando neste tempo apostilas e
atividades impressas, já que o uso das tecnologias dificilmente o favorecia, o que dificultava
mais seu trabalho.
Para a docente Fatima Braga a conexão com a internet precária do município foi o ponto
principal para os desafios em lecionar aulas remotas, a saída encontrada para enviar atividades
ou conteúdos ocorria através de aparelhos tecnológicos, em grupos de WhatsApp via celular.
Os docentes também foram questionados sobre a formação continuada, na qual, por
estarmos tratando de um Trabalho de Conclusão de curso, e com o ensino docente passando por
essa dificuldade em se adaptar no contexto deixado pela pandemia da COVID-19, essa foi uma
pergunta é muito necessária.
Como o ensino de quem se formou a 20 ou 30 anos atrás não é igual ao ensino
transmitido contemporaneamente, a frente de uma era digital, e principalmente em meio a uma
após uma pandemia, buscou-se compreender de que maneira o ensino continuado pode ser
benéfico para os professores.
A resposta do Professor Eloym foi de que:

Ainda estão surgindo timidamente alguns cursos de formação continuada oferecidos


pelo governo do Estado, no entanto, com pouca adesão, devido à falta de tempo para
estudar, e nota-se que a maioria dos professores fazem essa mesma reclamação, dessa
forma, os docentes precisam fazer esforços caso queiram continuar suas próprias
formações, mas não são todos que tem essas iniciativas.

Enquanto o professor Sebastião respondeu da seguinte maneira:

Nós como professores devemos nos esforçar para educar da maneira mais viável a
aluno, procurando novos cursos, especializações e principalmente adaptações com a
atualidade, eu me esforço para ajudar da maneira mais eficiente, dependendo da
realidade dos meus alunos.

Fatima afirma que:

É buscar formas para desenvolver ou aprimorar seus conhecimentos sobre o uso das
tecnologias para auxiliar nas aulas, por esse motivo o Estado deveria considerar as
vivências de aprendizagem ao longo do processo formativo, além de oferecerem mais
suportes didáticos para o professor. Pois, eu acredito que se os professores têm essa
propriedade para lidar com as novas tecnologias eles serão capazes de ensinar seus
alunos a fazerem o bom uso delas.

32
Dando continuidade aos nossos principais questionamentos, indagamos aos docentes
sobre quais as dificuldades mais significativas que a COVID-19 trouxe para o ensino e
aprendizagem.
Os professores abordaram muitas questões, vindas de diversos âmbitos, seja para o
profissional, psicológico e até familiar, mas, entre as principais necessidades enfrentadas, à falta
de uma política nacional de enfrentamento da pandemia na educação foi destacada, frisando o
escasso apoio dado tanto aos professores quanto aos alunos.
O professor Eloym relatou que:

A seduc só se preocupa no complemento da carga horária que os alunos devem ter,


muitas às vezes jogam responsabilidades que os professores ainda não conseguem
lidar, lembrando que também estamos lidando com um vírus letal.

Enquanto o professor Sebastião relatou que:

A maioria das estratégias criadas para levar o ensino de alguma forma para os alunos
nesse cenário, partiu dos professores, apesar do enorme abismo expondo as
desigualdades sociais, nas quais, muitas famílias passaram a enfrentar inúmeros
problemas, com insegurança alimentar, falta de recursos na saúde e até acolhimento
psicológico.

Para a professora Fatima:

A escola necessita da atuação das políticas públicas para o desenvolvimento de suas


atividades, pois somente o Estado pode assegurar a universalização dos direitos à
cultura e à informação para todos, e essa não foi a realidade encontrada pelos
professores e muito menos pelos estudantes. Pois as aulas foram extremante
prejudicas pela falta de incentivo e de recursos do Estado para com a educação.

Os professores destacaram a dura realidade que ainda vivenciam, onde alguns


professores que ganham melhor puderam optar em investir em novos equipamentos
tecnológicos, enquanto outros tinham que lidar com os métodos que tinham a disposição, além
disso, os baixos recursos que muitas famílias apresentaram também foram prejudiciais, uma
vez que, como muitos alunos não conseguiram ter acesso às tecnologias, devido a isso os
professores atingiram um percentual fraco em relação ao alcance da educação repassada aos
alunos com o atual contexto pandêmico.
Conforme analisam as pesquisadoras Sousa e Adrião (2020, p. 1-10), devemos ignorar
as situações as quais se encontram as famílias, pois os estudos estão aí para comprovar as
vulnerabilidades que existiam antes mesmo da pandemia. [...] se não há condições econômicas
33
favoráveis, haverá exclusão social. Isso se direciona ao nosso atual quadro. Se não há uma
política voltada para amparar as famílias de baixa renda, que vivem um momento delicado,
como o desemprego, então o “pacto federativo” não está cumprido com seu papel.
O professor Eloym Barros de Assunção terminou a entrevista dizendo que:

A realidade das escolas mais do que nunca estão sendo levadas para a casa dos
professores, pelo menos as escolas da qual ele faz o acompanhamento estão chegando
a uma quantia avaliada em 20% dos alunos, enquanto eu como educador me preocupo
com esses 80%, e chego a procurar esses alunos, mas muitas das vezes as respostas
são que somente a educação não garante a comida na mesa, muitos alunos tiveram
que optar entre escola e trabalho, muitos alunos não voltou por conta do psicológico,
pois grande parte dos alunos passou por perdas de entes queridos, e não tiveram
condições de voltar ao ambiente escolar. (Entrevista realizada em 24 de maio de
2021).

Outro ponto de suma importância que foi destacado pelos docentes é que, a educação
de início não deveria nem se preocupar com a nota, mas sim com o acolhimento e com o
tratamento da saúde mental dos estudantes, pois há muitos alunos desestimulados, muitos
desenvolveram crises de ansiedade ou depressão. Os indicies de suicídio aumentaram bastante,
e isso precisa ser tratado além do professor passar as avaliações e vencer semestres.
Diante disto, cabe destacar a importância do trabalho do docente ao terem a
oportunidade de estimularem os discentes a se desenvolverem de diversas maneiras, instruindo
a lidarem com as dúvidas, desenvolvendo pesquisas, transformando as metodologias para irem
além de somente levar exercícios prontos, textos marcados ou provas de decorar.
Dessa forma, se faz essencial envolver outros profissionais nas escolas para ajudar a
enfrentar esse problema, pois muitos jovens estão desestimulados, e como essa nova geração
irá contribuir com novas criatividades e inovações? Isso pode impactar até a economia global,
e o principal desafio da educação atual é o enfretamento dos problemas psicológicos
ocasionados por essa pandemia.

34
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos estudos realizados a partir dos vários apontamentos levantados pelas
pesquisas teóricas e pelas vivencias diretas com os docentes e discentes, vários apontamentos
apresentam que o Brasil em si não estava preparado para a pandemia e para as suas repercussões
na educação, o que causou diversos problemas de enfrentamento para a nova realidade.
Diante o exposto, surgiram muitas adversidades para lidar com o ensino, e para tentar
amenizar a situação na educação de Tefé-AM, os docentes e discentes tentaram encontrar as
melhores soluções que projetassem possibilidades para lidar com o ensino e aprendizagem de
história diante de tamanhas adversidades e de tantos dilemas que marcam a historicidade da
educação do Brasil, e que ainda hoje é definido pelo ensino tradicional, pouco reflexivo e
inovado, onde mais fazem o uso de livros didáticos e tem pouquíssima interação de estudante
e professor.
Destaca-se com isso, a necessidade de um novo olhar sobre a realidade que a população
precisa enfrentar daqui pra frente, e é importante preparar uma nova geração para lidar com os
diversos aspectos que a vida necessita atualmente, seja em relação à economia, a saúde, a
educação, ou relação à própria política, é essencial trabalhar na sala de aula uma nova visão, na
qual as pessoas precisam ter mais empatia, onde os indivíduos percebam que as realidades de
cada um são diferentes, visto que, após o surgimento da COVID-19 muitas pessoas perderam
entes queridos, teve outras que não, assim como teve gente que conseguiu manter o psicológico
estável enquanto outros não, e isso precisa ser compreensível.
Portanto, destaca-se que a partir de todos os problemas vivenciados pelo contexto
pandêmico, esses momentos foram propícios para o desenvolvimento de importantes debates
educacionais e para buscar considerar melhorar o papel das políticas públicas na tentativa de
conquistar mais qualidade de ensino público, em especial no município de Tefé.

35
REFERÊNCIAS

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VASCONCELLOS, J. A. Metodologia do Ensino de História. Curitiba: Ibpex, 2007.

37
ANEXOS

38
39
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41
42
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ROTEIRRO DE ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS PARA OS
DOCENTES

DADOS DE IDENTIFIAÇÃO
Nome:
Data de Nascimento: Idade:
Formação Profissional:

ENTREVISTA

1 Há quantos anos leciona história?


2 Você participa ou já participou de cursos de formação continuada?
3 Quais eram as dificuldades de ensinar a disciplina de História antes da pandemia do
COVID-19?
4 Como a pandemia do COVID-19 impactou o ensino de história no município de
Tefé/AM para você um (a) profissional da docência?
5 Quais são os desafios encontrados ao ensinar História no formato remoto e/ou hibrida?
6 Com o cenário da pandemia do COVID-19 quais foram as metodologias de ensino e
aprendizagem desenvolvidas a partir do ensino remoto de história?
7 Aponte os aspectos positivos e/ou negativos sobre o ensino de história de forma remota?
8 No seu ponto de vista como você considera que as aulas remotas suprem as necessidades
de aprendizagem dos educandos?
9 Quais foram as ferramentas tecnológicas utilizadas no processo de ensino e
aprendizagem da disciplina de História?
10 Quais as dificuldades mais significativas que a COVID-19 trouxe para o ensino e
aprendizagem?
11 Como você avalia o aprendizado e participação dos educandos na modalidade remota?

44
ROTEIRRO DE ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS PARA OS
DISCENTES

DADOS DE IDENTIFIAÇÃO
Nome:
Data de Nascimento: Idade:
Formação Profissional:

ENTREVISTA

1 Em sua opinião, quais os principais desafios enfrentados pelos discentes?


2 Como ficou a relação dos discentes com a escola após o surgimento do vírus?
3 Como a pandemia da COVID-19 impactou o ensino de história na sua escola?

4 Aponte os aspectos positivos e/ ou negativos sobre o ensino de história de forma remota


e/ou hibrida?

45

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