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Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE

Unidade Acadêmica de Educação a Distância e Tecnologia

Curso: Licenciatura em Artes Visuais com ênfase no digital


Disciplina: História das Artes Visuais no Nordeste Brasileiro
Professor(a) Executor(a): Marluce Carvalho
Mediador(a): Luana Brito
Grupo Embolada: Carlos Eduardo Galon (Gravatá); Jean Brito (Carpina); Juliany Galindo; Ridelma
Minhaqui; Sandra Amalia Santos Januario (Palmares).
Data: 11/03/2024

DIÁRIO DE BORDO - SEMANA 2 - DESENVOLVIMENTO

Nesta segunda semana (04 de março a 10 de março), a equipe "Embolada"


desenvolveu o trabalho proposto pela disciplina de História das Artes Visuais no Nordeste
Brasileiro. Atualizamos a pesquisa sobre a ARTE RUPESTRE e iniciamos as reflexões sobre
ARTE DE MATRIZ AFRICANA e INDÍGENA.Todos os participantes irão contribuir para cada
tema, mas seguindo a organização de materiais no Padlet e no Google Drive, dividimos os
temas da seguinte forma:

1. Arte Rupestre Nordeste: Sandra Amalia Santos Januario….…… (SEMANA 01)


2. Arte Matriz Africana: Jean Brito …………………………….……… (SEMANA 02)
3. Arte Indígena: Ridelma Minhaqui ……………………………..…… (SEMANA 02)
4. Arte Européia Neoclássica: Carlos Eduardo Galon ……………… (SEMANA 03)
5. Arte Européia Barroca: Juliany Galindo………………………….… (SEMANA 03)

1. Atualização ARTE RUPESTRE


O que leram?
Finalizamos a leitura do material compartilhado no fórum sobre arte rupestre e também
dos capítulos I e IV do livro "Pré-história do Nordeste do Brasil", escrito por Gabriela Martins.

O que pesquisaram?
Pesquisamos sobre as tradições arqueológicas no Nordeste, como a tradição Nordeste,
a tradição geométrica, a tradição Agreste, a tradição do Planalto e a tradição São Francisco.
No entanto, focamos especialmente nas tradições Nordeste e Agreste, pois são as duas
maiores da região e possuem uma maior concentração de sítios arqueológicos. Buscamos
sobre o estudo da arte parietal, incluindo técnicas de estudo e tecnologias utilizadas e sobre
o grafismo rupestre, analisando imagens de registros e interpretações arqueológicas.
Encontramos o dado abaixo sobre sítios arqueológicos no Brasil e criamos um quadro com
informações sobre a região nordeste e além disso estamos desenvolvendo e adaptando
imagens e mapas sobre os conteúdos.
O reconhecimento de bens arqueológicos deve seguir uma metodologia e legislação
específica em cada país. No Brasil, segundo as informações apresentadas no site do IPHAN
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), desde 1963 foram reconhecidos
36.950 sítios arqueológicos distribuídos em todas as regiões brasileiras, sendo 9.980 sítios
cadastrados na região nordeste, onde destacamos os seguintes dados no Quadro 1.

Quadro 1- Levantamento de Sítios Arqueológicos

LEVANTAMENTO DE SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS NA REGIÃO NORDESTE / BRASIL

ESTADO QUANTIDADE PRINCIPAIS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Alagoas 382 MATACÕES e REGIÃO RIBEIRINHA do


RIO SÃO FRANCISCO
(Olho da d'água do casado/AL)

Bahia 2945 TOCA DA ESPERANÇA e


GRUTA ALAGADA DO POÇO AZUL
(Chapada Diamantina/BA)

Ceará 1381 GEOPARK DO ARARIPE (Araripe/CE)

Maranhão 310 SAMBAQUI DO PINDAÍ e SÍTIO SANTO


ANTÔNIO DAS ALEGRIAS (São Luís/MA)

Paraíba 458 SÍTIOS DA REGIÃO (Seridó/PB)


PEDRA DO INGÁ (São João do Cariri/PB)

Pernambuco 1105 SÍTIOS PEDRA DO CABOCLO, PEDRA DA


MOÇA E OUTROS (Bom Jardim/PE)

SÍTIOS DO VALE DO CATIMBAU


(Buíque/PE)

Piauí 2195 BOQUEIRÃO DA PEDRA FURADA


(Parque Nacional da Serra da Capivara -
São Raimundo Nonato/PI

Rio Grande do 941 SÍTIO PEDRA DO ALEXANDRE


Norte (Carnaúba dos Dantas/RN -
Lajedo de Soledade - Apodi/RN)

Sergipe 263 Reserva Biológica de Santa Isabel - REBIO


(Pirambu/SE e Pacatuba/SE)

QUANTIDADE 9980
TOTAL REGIÃO
Fonte: Criado por Carlos Galon a partir do IPHAN (2024)
Quais questões estudadas foram importantes sobre a arte rupestre no Nordeste do
Brasil? Qual a importância do assunto para vocês como futuros professores?

Figura 01 - Levantamento dos principais sítios arqueológicos da região nordeste do Brasil.

Fonte: Criação de Carlos Eduardo Galon (2024)

Definir o que seria mais importante sobre arte rupestre Nordeste, pois são várias
camadas de estudos interconectados e relevantes. Mas como estudantes de arte visuais,
acredito que há um consenso sobre a importância da diversidade simbólica do grafismo
rupestre do Nordeste, isso nos permite compreender sobre as técnicas utilizadas, os estilos
empregados, interpretações e construir conexões com a cultura e história local. E como
futuros professores de Artes é importante para valorização do nosso patrimônio cultural,
estímulo à criatividade e a integração interdisciplinar. Na nossa pesquisa, percebemos que
não existia um mapa destacando os principais sítios arqueológicos da região nordeste do
Brasil. Então, a partir de dados do IPHAN, criamos nosso levantamento para ilustrar a
localização destes lugares (Figura 01). Abaixo, segue link Arte Rupestre no Nordeste do
Brasil:
https://padlet.com/sandrajanuario/grupo-embolada-arte-rupestre-no-nordeste-do-brasil-
zjlq4qu2nzu75xod

2. ARTE DE MATRIZ AFRICANA

A respeito desta vertente artística, tomamos como referência os estudos de Santos


(2019), que nos permitiram refletir sobre como as produções em artes visuais realizadas por
artistas negras e negros têm sido apagadas dos registros históricos, como livros, e,
consequentemente, do ensino de artes visuais.

Além disso, tal estudo aborda a Lei 10.639/03, que modifica a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (Lei 9.394/96) para incluir no currículo oficial da rede de ensino a
obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira" na Educação Básica.

A partir dessa discussão, buscamos nomes de artistas visuais afro-brasileiros no


Projeto Afro1. Esse projeto é uma plataforma de mapeamento e difusão de artistas
negros/as/e que visa ampliar e dar visibilidade à produção artística de autoria negra no Brasil,
apresentando sua multiplicidade, seus inter-relacionamentos e sua abrangência. Um espaço
de descoberta e ressignificação. Abaixo, sintetizamos o Quadro 2 com os artistas
encontrados no estado de Pernambuco que fortaleceram a expressão artística negra. A
escolha de Pernambuco se justifica pela nossa inserção nesse contexto e pela necessidade
de apropriação do nosso território, promovendo um sentido mais profundo de pertencimento.

Quadro 2- Artistas visuais negros(as) do estado de Pernambuco

Nome do(a) artista Cidade

Ana Lira Caruaru

Anne Souza Recife

Boaz Recife

Douglas Silva Gravatá

Gabriel Furmiga Recife

1
Fonte: Disponível online em: <https://projetoafro.com/>. Acesso em 11 mar. 2024.
Izidorio Cavalcanti Gameleira

Juliana Uepa Recife

Karolina Kalor Recife

Lia Letícia Recife

Nathália Ferreira Jaboatão dos Guararapes

Manoel de Saboia Recife

Ué Prazeres Recife
Fonte: Elaborado por Jean Brito a partir do Projeto Afro (2024)

A partir do Quadro 3, entendemos que o Projeto Afro desempenhou um papel fundamental


ao possibilitar um conhecimento sobre os artistas visuais negros do estado de Pernambuco, o que

se revelou como uma experiência significativa para todos deste grupo. Ao destacar e promover a

diversidade desses artistas, a iniciativa não apenas enriqueceu nossa compreensão da expressão
artística afro-brasileira, mas também contribuiu para a construção enquanto futuros professores

de Artes Visuais.

3. ARTE ÍNDIGENA

Nossas pesquisas apontaram, segundo o IBGE, que a população indígena da Região


do Nordeste Brasileiro está estipulada em 167.477 pessoas distribuídas entre os nove
estados da região. No quadro 3, elucidamos tal estatística.

Quadro 3- População Indígena da Região do Nordeste Brasileiro

Estado População Indígena

Bahia 229.103

Pernambuco 106.634

Maranhão 57.214

Ceará 56.353

Paraíba 30.140

Alagoas 25.725

Rio Grande do Norte 11.725


Piauí 7.198

Sergipe 4.708
Fonte: IBGE
Com 57 grupos indígenas espalhados pela região, três grupos dominam habitando em
mais de um estado, são eles: os Pataxós (BA e PB), Potiguaras (PB e CE) e os Xucurus (PE:
Ororubá e AL: Cariris).
A arte indígena é conhecida por sua conexão com a ancestralidade, com os elementos
da natureza e a espiritualidade, explorando assim, não só matéria prima de suas
territorialidades, mas como a sua cultura. Descobrimos em nossas pesquisas que a arte de
Kanela (Maranhão) tem sua arte marcada por desenhos geométricos em jóias produzidas
com miçangas e sementes. Os povos Kambiwá, no sertão de Pernambuco, traçam fibra de
caroá e transformando-os em cestos em sua tradição secular, advinda de seus antepassados
que utilizam a palha do coqueiro ouricuri para fazer esteiras. Já em Sergipe, a festa dos
Lambe Sujo e Caboclinho. O folguedo é a representação da batalha de dois grupos: de
um lado os Lambe Sujos, que representam os povos escravizados e do outro os
Caboclinhos, representando os indígenas. Deste modo, em cada estado nordestino, os
povos indígenas apresentam seus artefatos de maneira única e peculiar a suas tradições.
A produção acadêmica também tem permitido a reinvenção desses povos, bem
como a afirmação de suas identidades e sua importância histórica brasileira. Em uma
breve pesquisa no Repositório da UFPE, descobrimos a publicação algumas teses e
dissertações nos últimos 4 anos (2020- 2024) em PE (UFPE) que tratam não só dos povos
originários no nordeste e suas lutas, mas da sua produção cultural e artística na região.

Universidade Ano Teses/Dissertações

UFPE 2024 5

UFPE 2023 292

UFPE 2022 301

UFPE 2021 270

UFPE 2020 348


Fonte: ATTENA

4. ARTE EUROPEIA NEOCLÁSSICA


Nos primeiros levantamentos sobre a influência do neoclássico na arte nordestina,
percebemos o vasto uso deste estilo na arquitetura, principalmente nas construções
institucionais.

5. ARTE EUROPEIA BARROCA

REFERÊNCIAS:

CONDURU, Roberto. Arte afro-brasileira. Belo Horizonte: C/Arte, 2007.

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Patrimônio Arqueológico - Região


Nordeste. IPHAN, 2024. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/875> .
Acesso em 10 mar. 2024.

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Cadastro de sítios arqueológicos.


IPHAN, 2024. Disponível em: <https://www.gov.br/iphan/pt-br/patrimonio-cultural/patrimonio-
arqueologico/cadastro-de-sitios-arqueologicos>. Acesso em 10 mar. 2024.

Instituto Brasileira de Geografia e Estatística. Censo demográfico. IBGE, 2024. Disponível


em:
<https://sidra.ibge.gov.br/tabela/9719#resultado> . Acesso em 11 mar. 2024

Manio. Loja de artesanato indígena, 2024. Disponível em:


<https://www.manio.com.br/pages/arte-indigena-brasileiras>. Acesso em 11 mar. 2024

Repositório digital da UFPE. ATTENA, 2024. Disponível em: <https://repositorio.ufpe.br/>.


Acessado em 11 de mar. 2024.

Santana, R. G. A imagem do negro nas artes visuais no Brasil: virada de paradigma,


desafios e conquistas no ensino de história e cultura afro-brasileira. Sinergia, São Paulo, v.
18, n. 2, p. 123-133, jul./dez. 2017. Disponível em:
<https://drive.google.com/drive/folders/16bKsVEBK75KRuqVWwhPheCXrisMCE1Xm?usp=s
haring> . Acesso em 11 mar. 2024

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