Você está na página 1de 1

Recentemente, as concepções e orientações sobre educação patrimonial adotadas pelo Iphan

e descritas na publicação foram institucionalizadas por meio da Portaria que estabelece as


diretrizes de educação patrimonial no âmbito do Iphan e das Casas do Patrimônio. O teor da
portaria levou em consideração recentes reflexões teóricas sobre o tema, bem como
documentos decorrentes de encontros nacionais onde a educação patrimonial foi objeto de
debate. O objetivo da portaria foi instituir um conjunto de marcos referenciais para a educação
patrimonial enquanto prática transversal aos processos de preservação e valorização do
patrimônio cultual no âmbito do Iphan.

cumpre destacar a importância de o Iphan afirmar que adota o patrimônio cultural como uma
construção social e, portanto, deve ser apropriado socialmente. O ganho está em não
conceber o patrimônio como um produto dado, que existe por si só e antes mesmo do sujeito
social. Por isso, a educação patrimonial é concebida também a partir da noção de referências
culturais, que são conformadas socialmente com a participação efetiva dos detentores e
produtores dessas mesmas referências, por meio de um processo permeado de consensos e
conflitos a ele inerentes. O importante é o processo dialógico e democrático dessa prática
educativa, numa perspectiva freiriana, que preza pela alteridade, pelo respeito à diversidade
cultural e pela participação ativa dos produtores e detentores do patrimônio como sujeitos
sócio-históricos.

Aqui cabe apresentar a noção de referência cultural descrita por Cecília Londres Fonseca: “A
expressão referência cultural tem sido utilizada sobretudo em textos que têm como base uma
concepção antropológica de cultura, e que enfatizam a diversidade não só da produção
material, como também dos sentidos e valores atribuídos pelos diferentes sujeitos a bens e
práticas sociais. (Fonseca, 2001, p. 112-113).

Você também pode gostar