UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - MG

INSTITUTO DE QUÍMICA
CURSO DE FARMÁCIA

STEPHANE DE CASTRO ALVES

TAINÁ DA SILVA DIAS DOS SANTOS

PRÁTICA I

Medidas, erros e gráficos

28/09/2022
Laboratório de Química - Q-208
Farmácia – 3º período – Turma 3

Prof. Dra. Yara Luiza Coelho

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CURSO DE FARMÁCIA

RESUMO

Para a compreensão dos sistemas de medidas, erros, médias, desvio padrão, algarismos
significativos e duvidosos, foi proposto a realização da medição de largura e comprimento de
uma folha A4, cálculo de pressão de gás ideal e confecção de dois gráficos. Para os cálculos
com folha A4 foi utilizada uma régua de 50 cm milimetrada. No cálculo da largura e
comprimento, foi encontrado 21,11 +/- 0,01632 cm e 297,4 +/- 0,1825 mm, respectivamente.
Para calcular a pressão de um gás hipotético, utilizou-se a fórmula PV=nRT, constatando a
pressão de 842,5 . 10^-3. Foi utilizado o Google Planilhas para plotar os gráficos, sendo que
no primeiro, foi calculado o coeficiente angular e linear. A partir dos exercícios realizados, foi
possível observar na prática como funcionam os sistemas de medidas, erros e também a
importância dos algarismos significativos e duvidosos na confiabilidade dos dados.

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1. Introdução
O sistema de medidas é dado por grandezas físicas que contemplam um conjunto de
unidades de base que formam medidas derivadas, utilizados para medir diferentes grandezas,
como o comprimento, tempo, volume, força e massa. Estas medidas são uniformizadas
através do Sistema Internacional de Unidades (SI), com o objetivo de padronizar tais sistemas
para o mundo todo, por exemplo: o padrão de medidas para massa é o quilograma.
Os resultados dessas medidas são compostos por algarismos que têm importância na
exatidão de um número, isto é, algarismos significativos. Por exemplo, o número 1,23 é
formado por 3 algarismos, mas se for referido por 1,2300 passa a ter 5 algarismos
significativos, pois os zeros que estão à direita dão maior rigor ao número, diferente do zero à
esquerda que não expressam importância na contagem dos algarismos significativos. Esses
mesmos resultados nunca serão exatos, isso porque o último algarismo (contando da esquerda
para a direita) dessa medição será duvidoso.
Ao realizar alguma medida deve-se estar atento aos erros de medição, pois trata-se da
diferença entre o valor referência e do padrão e o obtido. Isso pode acontecer por desgaste do
instrumento, má execução, erro humano, entre outros. Estes erros são classificados em
sistemático (pode ser corrigido), acidentais (não podem ser corrigidos) e grosseiros (acontece
por falta de prática). É aliciente que tais erros não ocorram com frequência e que os dados
sejam precisos, afim de serem validados e comparados de acordo com o valor referência.
Para validar os valores de um dado utilizamos o desvio padrão que consegue encontrar
o erro em um conjunto de dados, obtendo o valor confiável em relação à média (soma de
todos os valores de um conjunto de dados, dividido pelo número de elementos deste
conjunto).

2. Material e equipamentos
Os materiais utilizados para a realização deste experimento foram:
 Régua milimetrada de 50 cm;
 Folha A4;
 Calculadora;
 Programa de computador Excel.

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3. Procedimentos
Ao início da aula, houve a explicação da teoria envolvendo a aula prática e também os
exercícios. Foram realizadas coletas de dados para 2 dos 5 exercícios.
No primeiro exercício foi feita a medição da largura de uma folha A4 por 2 pessoas
diferentes, 2 vezes cada. A medida utilizada para a medição foi centímetro (cm) e o milímetro
foi estimado, sendo o algarismo duvidoso. Com os dados coletados, foi possível calcular a
média e desvio padrão para a medida de grandeza.
No segundo exercício foi feita a medição do comprimento de uma folha A4 por 2
pessoas diferentes, 2 vezes cada. A medida utilizada para a medição foi milímetro (mm) e o
décimo de milímetro foi estimado, sendo o algarismo duvidoso. Com os dados coletados, foi
possível calcular a média e desvio para a medida de grandeza, além de fazer observações
acerca de qual foi o algarismo duvidoso, o número de algarismos significativos e sobre a
escala do aparelho utilizado - a régua.
No terceiro exercício foi utilizado o modelo do gás ideal, expresso pela equação
PV=nRT ( P= pressão; V= volume; n= quantidade de matéria; R=constante dos gases;
T=temperatura) para calcular a pressão de um gás hipotético e utilizar corretamente a
quantidade de algarismos significativos.
No quarto exercício foi proposta a construção de um gráfico de tempo x velocidade,
com dados já fornecidos. Além disso, foi calculado o valor do coeficiente angular e
coeficiente linear.
No quinto exercício, foi proposta a construção de outro gráfico que fazia a correlação
entre dados de pressão e volume, com dados já fornecidos.

4. Dados obtidos e calculados

No exercício 1 foram obtidas 4 variáveis que representam o valor da largura da folha
A4 medida (Tabela 1). Após isso, foi possível calcular a média e o desvio padrão da largura
da folha. O valor da média com o desvio padrão encontrado foi de 21,11 +/- 0,01632 cm
(Figura 1).

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Tabela 01 - Medição da largura de uma folha A4 expressa em centímetros (cm).

Variáveis Medida (cm)

x1 21,11

x2 21,13

x3 21,09

x4 21,11

Figura 1: Cálculo de média e desvio padrão referente a largura da folha A4:

Já no exercício 2, houve a medição do comprimento da folha A4 (Tabela 2), a qual

possibilitou a interpretação sobre qual o algarismo duvidoso de cada variável encontrada, o
número de algarismos significativos, qual o algarismo duvidoso, qual a menor divisão da da
escala do aparelho utilizado e a média e desvio padrão da medida. O algarismo duvidoso de
cada variável é: x1=3, x2=5; x3=2 e x4=6. O número de algarismos significativos são 4
números. A menor divisão de escala do aparelho (régua) foi de milímetros. A média com o
desvio padrão encontrado foi de 297,4 +/- 0,1825 mm (Figura 2):

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Tabela 02: Medição do comprimento de folha A4 expressa em milímetros (mm):

Variáveis Medidas (mm)

x1 297,3

x2 297,5

x3 297,2

x4 297,6

Figura 2: Cálculo da média e desvio padrão referente a medição do comprimento da folha A4.

No exercício 3, foi possível calcular a pressão de um gás hipotético utilizando a

fórmula PV=nRT (Figura 3).

Figura 03: Cálculo da pressão de um gás hipotético.

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No exercício 4, foi feito um gráfico com os valores previamente fornecidos em relação

a tempo e velocidade (Figura 4). Além disso, foi possível calcular o coeficiente angular (g =
9,77) e o coeficiente linear (V0 = 1,22) através das funções de fórmulas do Google planilhas.

Figura 04: Correlação entre velocidade (m/s) com tempo (s) e com os valores do coeficiente angular e
linear representados na equação da reta

No exercício 5, foi construído um gráfico correlacionando a pressão e volume, com

dados previamente fornecidos (Figura 5).

Figura 05: Gráfico correlacionando volume (dm-3 mol-1) e pressão (atm).

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5. Discussão
A partir dos resultados obtidos nas medições de comprimento e largura da folha A4,
foi possível calcular a média dos valores e também o desvio padrão. Esses dados são
importantes para compreender que a medida nem sempre é exata e, além disso, ela pode
apresentar valores diferentes devido aos erros de medida e utilização de diferentes
instrumentos de medição. O instrumento utilizado para as medições foi uma régua
milimetrada de 50 cm. Para a obtenção da largura em centímetros, a régua foi mais fácil, pois
havia uma referência para medir os milímetros. Porém para a obtenção de comprimento, o
mesmo não ocorreu, pois a medição foi feita em milímetros, última escada do equipamento,
tornando o algarismo duvidoso o décimo de milímetro. Mesmo com a inexatidão do
equipamento, os valores encontrados apresentam um desvio padrão pequeno, referente a
margem de erro que pode haver na medição da folha e ao algarismo duvidoso, isso mostra que
houve proximidade dos valores obtidos em torno da média.
No cálculo da pressão do gás, foi possível compreender a utilização dos algarismos
significativos, levando em conta a escala do equipamento utilizado. Os algarismos
significativos são todos os obtidos na escala do equipamento, sendo que somente o último
algarismo será duvidoso. Desta forma, quanto mais algarismos significativos o equipamento
medir, mais preciso será o número encontrado. E para utilizar o número correto de algarismos
significativos, deve-se levar em consideração a medida mais pobre em casas decimais e, a
partir dela, contar quantos números há. Com esta contagem, há o número correto de
algarismos significativos a serem utilizados na resposta, sendo que pode-se colocar somente
mais 1 algarismo a mais do que o obtido na contagem. A representação do número com a
quantidade de algarismos corretos permite que haja uma padronização na apresentação dos
resultados coletados e calculados.
Na construção dos gráficos a partir de dados de uma tabela, viu-se que a interpretação
dos dados tornou-se mais fácil visualmente. Trata-se de uma representação diferente dos
dados experimentais que auxilia na comparação de duas grandezas, sendo no primeiro a
relação entre tempo e velocidade e no segundo a pressão e volume. A utilização de gráficos
permite compreender de maneira facilitada a tendência dos dados.
A partir dos dados obtidos e os já fornecidos para esta aula prática, foi possível
observar que é de extrema importância a utilização de padrões de medidas internacionais. Isso
pois desta forma há garantia que o dado coletado poderá ser interpretado igualmente em todo

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o mundo, facilitando a internacionalização dos estudos. Ao mesmo tempo, é necessário

considerar que haver padrões na maneira de calcular a quantidade correta de algarismos
significativos facilita a compreensão dos dados. Também foi observado que é necessário
possuir procedimentos bem estabelecidos na coleta de dados, com a finalidade de diminuir ao
máximo os erros. Desta forma, a confiabilidade dos dados aumentará.
Portanto, conclui-se que é extremamente necessário levar as medidas à risca quando se
refere ao ramo farmacêutico. Pois saber calcular e identificar quaisquer erros ocasionados na
pesagem ou preparo de substâncias é fundamental para produção de medicamentos, a qual um
miligrama a mais pode causar sérios riscos à saúde da população.

6. Bibliografia

ALVES, L. e ROCHA, G. O novo Sistema Internacional de Unidades (SI). Sociedade

Brasileira de Metrologia e da Sociedade Brasileira de Física 2019. Disponível em:
https://metrologia.org.br/wpsite/wpcontent/uploads/2019/07/Cartilha_O_novo_SI_29.06.2029
.pdf . Acesso em 03/10/2022.

IMETRO. Tradução da publicação do BIPM Resumo do Sistema Internacional de

Unidades - SI. BIPM 2006. Disponível em:
http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pdf/resumo_si.pdf . Acesso em 03/10/2022.

FEIJOO, A. M. L. C. Medidas de dispersão. A pesquisa e a estatística na psicologia e na

educação. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, pp. 23-27. 2010.
Disponível em: https://books.scielo.org/id/yvnwq/pdf/feijoo-9788579820489-06.pdf . Acesso
em 03/10/2022.

JÚNIOR, F. Metal que serve de referência mundial para medir 1 kg vai mudar. Jornal da
USP / Atualidades. 2017. Disponível em : https://jornal.usp.br/atualidades/metal-que-serve-
de-referencia-mundial-para-medir-1-kg-vai-mudar/ . Acesso em 03/10/2022.
7. Curiosidades
O peso de 1kg foi estabelecido pela primeira vez em 1889, na França, e é chamado de
Protótipo Internacional do Quilograma - IPK - na sigla em inglês. Ele é dado pela massa de
um cilindro de metal, cuja composição é de platina e irídio. Esses elementos foram escolhidos
porque são bastante resistentes. O protótipo está guardado atualmente na França e possui
algumas réplicas espalhadas pelo mundo (JÚNIOR, 2017).
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