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Entrevista com Luis Hu Rivas

Em abril comemora-se o Dia Internacional do


Livro Infantil, e a edição da Revista de Estudos
Ano XIV Espíritas preparou uma entrevista especial com
EDIÇÃO 151 o querido Luis Hu Rivas, colaborador espírita
Março e Abril com lindas obras espíritas infantis.
de 2024
“A educação... é o mais poderoso fator do progresso.” – Léon Denis.  www.celd.org.br

Jesus e o Amor
Finalidade de sua vinda
ao Planeta
Nesta Edição Revista CELD de Estudos Espíritas
Ano 14 | № 151 | Março e Abril de 2024

Editorial
A Lei do Amor e Jesus... 5
Poesia
Acredito na volta 6
Entrevista com Luis Hu Rivas 8
Berenice Lima
Para você, qual é a missão de uma obra social na Casa Espírita? 14
Selma Trigo
A arte na vida 18
Kardec e a REVISTA ESPÍRITA
Grupo Curador de Marmande 22
Mediunidade
Médiuns ostensivos mesmo? 24
Acervo CELD
O que é o Perispírito? – Parte 2 28
Capa
Jesus e o Amor 32
Mensagem dos Benfeitores
Kardec, renovador de ideias e sentimentos 36
Encontro Espírita sobre Ufologia
O Mundo em que o Espírita Vive - A Interconexão Extraterrestre 38
Fala, CELD Jovem
“Amar o próximo como a sí mesmo” 42
37º Encontro sobre a Vida e a Obra de Léon Denis
Trabalho, Sobriedade, Continência 44
Convite: 15º Congresso de Estudos Espíritas 46
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4 Revista CELD de Estudos Espíritas


Arte sobre imagem de domínio público

editorial

A Lei do Amor
e Jesus...

A Revista de Estudos Espíritas do CELD continua cumprindo o seu papel na divulgação da


doutrina espírita.
Revista de circulação bimensal, distribuída no formato digital e totalmente gratuita, apre-
senta nesta edição de março/abril como tema de capa: “Jesus e o Amor – Finalidade de sua vinda ao
Planeta”.
Neste artigo, o leitor terá oportunidade de rever a importância da Lei de Amor trazida por Jesus,
segundo diversas fontes, dando a devida importância ao legado do mestre Jesus para a humanidade.
Muito mais tem para ser lido e estudado nesta edição!
Uma outra atividade que vem tendo crescimento na frequência no pós-pandemia no CELD são os
Encontros Espíritas: para este mês de março, na última sexta-feira do mês, será realizado o 37º Encon-
tro Espírita sobre a Vida e a Obra de Léon Denis, que é o patrono da nossa Casa e, em abril, teremos
o 15º Congresso de Estudos Espíritas.
Fica o convite a todos os leitores.
Muita paz a todos!

Presidente
presidencia@celd.org.br

Revista CELD de Estudos Espíritas 5


poesias

Acredito na volta
Carlos Santos

Não! Não acredito na morte


Nesta que determina a sorte
Do nosso eu eterno.
Nem no Pai vingativo
Que determina para o filho o castigo
De viver para sempre no inferno.

Acredito na mudança de plano


Que transfere todo ser humano
Da matéria para o astral.
Acredito na vida no espaço
Que ao nos desfazermos destes laços
Estaremos livres na vida real.

Acredito num Pai carinhoso


Que ama os filhos, não só o virtuoso
Mas todos os filhos Seus.
Acredito no amor vencendo dificuldades
E que sempre teremos a oportunidade
De retornar aos braços de Deus.

6 Revista CELD de Estudos Espíritas


CELD

Revista CELD de Estudos Espíritas 7


Luis Hu Rivas

Entrevista com
Luis Hu Rivas

E m abril comemora-se o Dia Internacional do Livro Infantil, e a edição da Revista de Estudos


Espíritas preparou uma entrevista especial com o querido Luis Hu Rivas, colaborador espírita
com lindas obras espíritas infantis.

1 - Como o seu trabalho se relaciona com os


princípios e ensinamentos espíritas?
Nosso trabalho, que temos desenvolvido já há
alguns anos relacionado principalmente à cria-
ção de literatura, livros espíritas para crianças,
bebês jovens, alguns com personagens conheci-
dos, como a Turma da Mônica e Scooby Doo,
entre outros, todos são focados em trazer o
tesouro que eu chamaria assim da Doutrina dos
Espíritos Superiores, e têm uma forma didáti-
ca, colorida, bonita e agradável principalmente
para as novas gerações, trazendo esta maravilha
que existe nas revelações do mundo espiritual
para que as crianças de hoje consigam entender
de uma forma fácil, lúdica, com os personagens
que são muito queridos. Principalmente, nós
diríamos que os quinze princípios espíritas que
Emmanuel passou ao Chico Xavier, que, entre
eles, são: Deus, imortalidade da alma, mediuni-
dade, reencarnação, lei de causa e efeito, elemen- progresso, entre outros. Estes princípios espí-
tos do Universo, pluralidade dos mundos habita- ritas nós temos adaptados em livros e em con-
dos, livre arbítrio, Espírito, perispírito, evolução, tos. Inclusive, elaboramos um projeto chamado

8 Revista CELD de Estudos Espíritas


Kit Evangelho, em que apresentamos todos os arte em geral... sempre os Espíritos simpáticos se
ensinamentos espíritas, justamente para que as aproximam. E eles estabelecem um vínculo; às
crianças consigam conhecer melhor. Este mate- vezes alguns vêm e nos inspiram, dando ideias.
rial está em três idiomas: espanhol, português e Com isso, conseguimos plasmar, com a ajuda
inglês. Isso permite que as crianças do Brasil e do computador, e outras técnicas, para deixar o
da América Latina, até dos Estados Unidos, con- trabalho mais belo. O importante é estar sempre
sigam ter acesso a este conteúdo. Então, nosso em boa sintonia para que eles, os amigos espi-
material é muito fiel às obras da codificação e, rituais, consigam se aproximar e a gente possa
principalmente, segue esse roteiro que Emma- captar suas boas inspirações, como em qualquer
nuel passou a Chico Xavier e, no nosso caso, só trabalho.
adaptamos de uma forma que diríamos que esta-
mos “colorindo” o Espiritismo. 3 - De que forma suas obras buscam pro-
mover a compreensão e o desenvolvimen-
to espiritual de acordo com a perspectiva
espírita?
Bom, principalmente despertando consciên-
cias. Tanto trazendo os conteúdos morais do
Evangelho, quanto os conteúdos que iluminam
as nossas mentes, que são os princípios espí-
ritas. Temos um caso muito interessante, por
exemplo, de uma criança que recebeu o livro “O
Meu Pequeno Evangelho”, da Turma da Mônica,
em que estão os ensinamentos de “O Evange-
lho Segundo o Espiritismo”, adaptados em con-
tos. Ao receber o livrinho, nem a criança nem a
mãe eram espíritas, mas lhe deram de presente o
Kit Evangelho, maiores informações no site: www.luishu.com livrinho. Aí me contaram que essa criança, pou-
cos dias depois, em seu quartinho, pegou umas
2 - Qual é a sua visão sobre a espiritualidade sacolinhas e colocou uns brinquedos antigos,
e sua influência em seu trabalho? deixou na porta, colocou uns livros que já não
Nosso trabalho não é feito de forma mediúni- lia mais, ou já tinha lido, deixou também numa
ca ou psicografada, se pode ser dito assim, não é. sacola na porta. Pegou umas roupinhas que já
É um trabalho de pesquisa, de adaptação. Eu sou não usava mais e deixou tudo na porta, e a mãe
designer gráfico e utilizo os elementos visuais perguntou: “Minha filha, o que você está fazendo
para colocar de uma forma didática, na diagra- aí?” E a criança disse para a mãe: “Mãe, eu estou
mação, todo um trabalho elaborado com muito fazendo a caridade”. E perguntou a mãe: “Mas de
carinho e dedicação. Agora, o que a gente pode onde você aprendeu isso?” “Daqui do livrinho
afirmar, e é inegável, é que o mundo espiritual que você me deu.”, que era de “O Pequeno Evan-
sempre está presente. Sabemos que todas as pes- gelho”, em que se falava da caridade, do capítu-
soas que lidam com material artístico, gráfico, lo que fala de as crianças doarem e ajudarem

Revista CELD de Estudos Espíritas 9


a quem precisa. Ela estava separando mate- fofinhos. E trazem os ensinamentos luminosos,
rial para crianças que não tivessem condições. mas de uma forma bem light para os pequeni-
Então, nós vemos aqui uma coisa interessante: ninhos. Temos outros para os de quatro a seis
como as crianças conseguem captar, absorver, a anos; de seis a nove já têm uma compreensão
essência do conteúdo e adaptar para sua vida; de melhor. E acima de nove, dez anos, já temos
uma forma simples, mas que ela consegue cap- material para os mais grandinhos, inclusive há
tar. Às vezes, um adulto tem dificuldade, mas a crianças que são super leitoras, que leem livros
criança, pelo menos na parte moral, é fantástica. muito grossos. Sim, são feitos por faixa de idade
É assim que nós pensamos que estamos contri- e, geralmente, dessa leitura de três a seis, seis a
buindo com um mundo melhor, com grãozinhos nove, nove a doze e os adolescentes.
de areia, mas, isso multiplicado aos milhares, se
tornará uma grande onda para ajudar a mudar
o nosso mundo, que ainda é muito materialista.

5 - Há assuntos que devem ou não devem


ser abordados?
No que se refere aos ensinamentos espíri-
4 - É convencional dividir o fazer literário tas, acho que todos devem ser abordados. Ago-
em faixas etárias, ciclo escolar. Essa divisão ra, na medida certa. Alguns outros assuntos,
acontece na literatura espírita? a gente deve ter, lógico, a prudência suficiente
Olha, naturalmente sim, porque as crianças para saber como tratar e não despertar curiosi-
compreendem segundo o grau da compreen- dade com coisas que não vêm a ser favoráveis
são, tanto que nós lançamos livros para bebês, com o desenvolvimento da criança. Mas, os que
de zero a três anos. Para que as mães leiam para nós temos colocado do Evangelho, por exem-
os seus pequenos na hora de dormir, são muito plo, todos eles podem ser aplicados: o amor, o

10 Revista CELD de Estudos Espíritas


CELD

perdão, a bondade, a caridade, a compaixão, a conteúdo traz informações, tanto para crianças
misericórdia, a paz. Tudo isso traz, desde peque- que estão iniciando na informação, quanto traz
nininho, o Espírito que está encarnado e já con- bibliografia para os livros que precisam de maior
segue compreender, e a gente apresenta de uma estudo aprofundado, indicando as fontes. Com
forma bonita. Mas há conceitos que precisam ter isso, a gente está apostando na construção de um
um pouquinho mais de esclarecimento, como mundo melhor. Como falamos, desde pequenas,
mediunidade, reencarnação, entre outros. Nós com as informações espíritas, à luz do Evange-
vemos hoje nos filmes, nos desenhos leigos, lho, nós teremos crianças que estão já crescendo,
vamos chamar assim, a que as crianças assistem, despertando suas consciências, iluminando seus
isto está sendo falado normalmente, vida em corações, com uma literatura sadia em prol des-
outros mundos, pluralidade de mundos habi- se mundo de regeneração que todos queremos.
tados. Já que o mundo, vamos chamar assim, o Dessa forma, temos nosso trabalho, desenvolvi-
mostra, nós podemos também apresentar, lógico do já há alguns anos, relacionado principalmen-
com a ótica espírita, com esclarecimento melhor te à criação de literatura, livros para crianças,
para a compreensão das novas gerações. Sim, é bebês, jovens, alguns com personagens conheci-
possível mostrar e apresentar, mas sempre com dos como Turma da Mônica. 
os cuidados adequados. Os editores

6 - As crianças são mais críticas sobre o que


leem. A respeito de temas espíritas univer-
sais, são mais exigentes?
Olha, está variando muito, porque nós temos
a primeira geração da história do mundo em que
uma criança pode ter acesso a todo tipo de con-
teúdos só com o celular. E depois da pandemia,
todas as crianças estão com uma facilidade com
os aparelhos, acho que nunca antes vista. Muitas
delas até dominam melhor que os adultos. Tan-
to que vamos ter uma geração de adolescentes
com domínio espetacular desses equipamen-
tos. Muitas delas, sim, vêm com perguntas, com
informações; eu fico chocado. A gente lida com
muita criança, e algumas delas já sabem infor-
mações que, às vezes, eu acho que só os adul-
tos sabem. Porque hoje veem no Youtube, veem
os conteúdos que estão na internet, que ficam à
disposição. Realmente, para aquelas que gostam
mais da pesquisa, de se informarem mais, aca-
bam se tornando mais exigentes, e a gente preci-
sa elaborar material de acordo com elas. Nosso

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Arte sobre imagem de domínio público
Berenice Lima

Para você, qual é a


missão de uma obra
social na Casa Espírita?
Como você se comporta como voluntário numa
tarefa social na Casa Espírita?
Qual o seu propósito ao frequentar a Casa
Espírita?

que a Casa do Caminho foi uma instituição

G
Berenice Lima
atuando também na área da assistência social.
eralmente, grupos religiosos criam tra- Precisamos refletir sobre qual o propósito
balhos sociais, como também há gru- da tarefa de assistência social na Casa Espírita,
pos que não simpatizam com nenhuma e também o que é ser voluntário nestas tarefas.
religião, alguns, às vezes, até se dizem ateus, mas Para refletir, precisamos formular perguntas e
querem fazer algo para a humanidade. Além buscar respostas a partir da observação da nossa
disso, estes grupos criam trabalhos de carida- interação e integração com o trabalho; precisa-
de, trabalhos na área social. E é sempre louvável mos nos aprofundar para não apenas executar
atender aos necessitados. algo mecanicamente, mas saber qual o propósito
No movimento espírita, praticamente todas as da nossa atuação.
casas espíritas têm o seu próprio trabalho social, Refletindo... o que você entende por trabalho
e, lendo o livro “Paulo e Estevão”, constatamos voluntário de um modo geral? Você participa de

14 Revista CELD de Estudos Espíritas


algum? Você identifica diferença entre os diver- muito interessante, porque foi analisada a com-
sos objetivos dos trabalhos de caridade, ou tra- paração entre os diferentes objetivos para o tra-
balho de caridade é tudo igual para você? balho de caridade:
Qual é a sua visão sobre um trabalho de cari- A pessoa foi elencando os vários tipos: traba-
dade na Casa Espírita? Qual é o objetivo da assis- lho de caridade com cunho filantrópico, assis-
tência social? Quais itens você identifica como tencial, religioso, personalista e de cunho espíri-
prioritários como base do trabalho? Como você ta. E qual a diferença entre eles?
se comporta numa tarefa de voluntário na Casa Cunho filantrópico: trabalho de captação e
Espírita ou em outro local? Você é do tipo “tare- de distribuição de recursos, buscando a solução
feiro” que agrega ou desagrega o grupo? Você pela matéria.
é personalista, ou seja, o trabalho tem que ser Cunho assistencial: são realizadas ações palia-
do jeito que você imagina ou você faz reflexões tivas, como a distribuição material de alimentos
sobre o objetivo a alcançar através das tarefas? e outras necessidades, sem ter como prioridade
Então, você acha que todos os trabalhos de buscar a solução.
caridade são iguais? Cunho religioso: envolvimento com a carida-
Toda atividade útil é trabalho, e todo traba- de para se sentir bom diante Deus.
lho no bem é válido, mas cada trabalho tem um Cunho personalista: desejo ardente de ser
objetivo e aí é que entra a diferença entre as fina- considerado um benfeitor, identificando e pro-
lidades dos trabalhos de caridade. movendo inteligências e habilidades.
Um certo dia, eu escutei a seguinte pergun- Estas identificações são superficiais, mas nos
ta: “Qual cunho deve ter como base o trabalho permitem ter uma noção de que existe diferença
social na Casa Espírita? A explicação eu achei entre as características das tarefas.

Revista CELD de Estudos Espíritas 15


CELD

Abordemos agora o trabalho de caridade de carinho e de dedicação. Eram loucos a che-


de Cunho Espírita, cujo objetivo é promover o garem de todas as províncias, anciães abando-
ser em seu progresso moral, tanto o que recebe nados, crianças esquálidas e famintas. Não só
como o que doa. A Irmã Rosália explica na men- isso. À hora habitual das refeições, extensas
sagem do livro “O Evangelho Segundo o Espiri- filas de mendigos comuns imploravam a esmola
tismo”, editora CELD, no capítulo 13 – “Que a da sopa. Acumulando as tarefas como ingente
vossa mão esquerda não saiba o que faz a direi- sacrifício, João e Pedro, com o concurso dos
ta”, no item 9 – A caridade material e a caridade companheiros, haviam construído um pavilhão
moral – “Desejava que compreendêsseis bem o modesto, destinado aos serviços da Igreja, cuja
que deve ser a caridade moral, aquela que cada fundação iniciavam para difundir as mensagens
um de vós pode praticar, aquela que nada custa da Boa Nova. A assistência aos pobres, entre-
de material, mas, no entanto, é a mais difícil de tanto, não dava tréguas ao labor das ideias evan-
ser praticada.” gélicas. Foi quando João considerou irrazoável
Está disponível na internet um estudo do Sr. que os discípulos diretos do Senhor menos-
Altivo Pamphiro, médium fundador do Centro prezassem a sementeira da palavra divina e
Espírita Léon Denis, sobre o livro dos Médiuns, despendessem todas as possibilidades de tem-
intitulado “Contradições e Mistificações”, em que po no serviço do refeitório e das enfermarias,
ele nos ensina: “...Espírito bom quer que a pes- visto que, dia a dia, multiplicava o número de
soa fique na Casa para se educar. Ainda recente- doentes e infelizes que recorriam aos seguidores
mente, um dos nossos amigos espirituais virou- de Jesus como a última esperança para os seus
-se para nós e disse: – Você nunca esqueça que o casos particulares.
nosso objetivo é o homem, porque o homem é Ainda no Livro “Paulo e Estevão”, na segunda
mais importante do que as paredes de pedra de parte, no capítulo 4- Primeiros labores apostólicos,
uma instituição... o objetivo é o homem, é reer- quando se refere à tarefa assistencial da Casa do
guer o homem, e, se um dia qualquer a Casa tiver Caminho, destacamos a segunda tarefa: “Pode-
que cair as paredes, que elas caiam, mas façam o remos atender a muitos doentes, ofertar um leito
homem sobreviver... é uma comunicação volta- de repouso aos mais infelizes, mas sempre houve
da para o reerguimento da criatura humana”. O e haverá corpos enfermos e cansados, na Terra.
Sr. Altivo nos conta casos e explica a diferença Na tarefa cristã, semelhante esforço não poderá
do objetivo do progresso espiritual e a assistência ser esquecido, mas a iluminação do Espírito deve
social na visão da missão da Casa Espírita. estar em primeiro lugar. Se o homem trouxesse
Entre tantas orientações no livro “Paulo e o Cristo no íntimo, o quadro das necessidades
Estevão” sobre as tarefas da Casa do Caminho, seria completamente modificado. A compreen-
destacamos duas: a primeira é a fala de João, são do Evangelho e da exemplificação do Mestre
que orienta oferecer o alimento para a alma, renovaria as noções de dor e de sofrimento...”
que é o estudo do evangelho, no capítulo 3 - Em Como disse o Mestre Jesus em Mateus 4:4:
Jerusalém, na primeira parte, que ele diz: “A “Nem só de pão viverá o homem”. 
casa dos Apóstolos, em Jerusalém, apresenta- Berenice Lima
va um movimento de socorro cada vez maior CELD
aos necessitados, requerendo vasto coeficiente Médium e trabalhadora voluntária.

16 Revista CELD de Estudos Espíritas


SELMA TRIGO

A arte na vida
Refletindo com Léon Denis

Podemos, assim, dizer que a Arte favorece a

I
Selma Trigo
interação entre o mundo espiritual e o material,
niciaremos este tema com uma reflexão de um pois no momento que se está envolvido com
pequeno parágrafo do Livro O Espiritismo na algum tipo de Arte, seja a música, a dança, o
Arte, tendo como autor nosso querido Léon teatro, a pintura, as artes plásticas, a literatura,
Denis, onde ele diz: naturalmente, existe uma interação com o Mun-
“A Arte bem compreendida é um poderoso do Espiritual Superior na mobilização de ener-
meio de elevação e de renovação. É a fonte dos gias que se libera do íntimo da alma e eleva-se a
mais puros prazeres da alma; ela embeleza a vida, patamares superiores. E, consequentemente, os
sustenta e consola na provação e traça para o Espí- Espíritos voltados a esse campo de experiência
rito, antecipadamente, as rotas para o céu. (...) é em outras vidas envolvem de vibrações aquele
uma fonte fecunda de instrução, um meio incom- que está na realização da Arte propriamente dita.
parável de civilização e de aperfeiçoamento.” Através da Arte, a alma renova os sentidos,
Embasados nas palavras de Léon Denis, pelos quais os sentimentos e as emoções pro-
podemos destacar aspectos significativos no movem inspiradora leveza, que se irradiam das
valor da Arte na vida das crianças desde as fases potências da alma, herança Divina, favorecen-
iniciais até a juventude. Vamos aqui citar alguns do a capacidade receptora de realizar a Arte em
pontos colocados por Léon Denis no parágrafo toda sua plenitude vibracional.
acima e refletir: “A Arte é um poderoso meio de “Embeleza a vida, sustenta e consola na pro-
elevação e renovação. É a fonte dos mais puros vação e traça para o Espírito, antecipadamente,
prazeres da alma”. as rotas para o céu”.

18 Revista CELD de Estudos Espíritas


CELD

Mediante as complexidades da vida de mui- contexto em favor do nosso crescimento como


tas crianças e jovens, a Arte é um recurso psi- Espíritos que somos, buscando reorganizar nos-
copedagógico que favorece o enfrentamento sas estruturas mentais no campo espiritual, na
das frustrações e carências de todas as matizes, busca da elevação.
oportunizando aos mesmos mecanismos para Além desse aspecto, a Arte contribui para
melhor gerir as questões materiais e, principal- crianças que reencarnam com bloqueios em
mente, suas próprias questões íntimas mediante suas manifestações referentes à inteligência ou
as duras vivências reencarnatórias. ao aspecto físico. É claro que entendemos que
E, atualmente, a Arte não está mais somen- esses bloqueios são ações pedagógicas de Deus
te entre a classe social abastada, favorecendo às para favorecer o Espírito, que, pela sua rebeldia,
crianças e aos jovens a oportunidade de conhecê- precisa ser orientado através de uma metodolo-
-la e vivenciá-la. Existem grupos ou ONGs com gia especifica, que favorecerá melhor seu apren-
artistas com habilidades nas variadas formas de dizado. E a Arte contribui sobremaneira, através
de técnicas que promovem no Espírito o prazer
Arte, promovendo o encontro dela com crianças
e a leveza que ele registra no inconsciente, favo-
e jovens das periferias de uma forma geral, que
recendo resultados significativos para melhor
talvez não teriam oportunidade de conhecer a
viver a sua experiência reencarnatória.
beleza da Arte em suas vidas.
“Fonte fecunda de inspiração, um meio incom-
A partir desses movimentos, nos quais a fra-
parável de civilização e de aperfeiçoamento”
ternidade leva à esperança e à mudança, muitas
A Arte contribui com o despertar das múl-
almas são tocadas pela grandiosidade que a Arte
tiplas inteligências, aguçando a imaginação e a
oferece. É possível despertar o desejo íntimo
sensibilidade. Além disso, desenvolve a capa-
mediante o caos social em que vivem, revelando
cidade de administrar sentimentos e emoções,
grandes artistas que seguem, muitas vezes, des- favorecendo uma integração coletiva. Isso por-
tinos brilhantes, como estrelas a iluminar a pró- que a Arte tem a função sociocultural por ser
pria alma em gratidão aos que acreditaram neles uma forma de comunicação entre os povos de
e que abriram portas para novos rumos que a todas raças, credos e cultura.
vida oportunizou. E Léon Denis nos alerta, no Livro Depois da
Muitos, após vivenciarem grandiosas expe- Morte: “Todas as chagas morais decorrem da
riências, retornam às suas origens, promovendo má educação. Reformá-la, colocá-la sobre novas
um legado de conhecimento capaz de incentivar bases, teria para a Humanidade consequências
o valor da Arte em muitas mentes e corações incalculáveis”. 
mediante o nevoeiro de dor, buscando, assim,
“salvar” almas que nem sabem que trazem em si Referência bibliográfica:
a beleza da Arte. Denis, Léon. O Espiritismo na Arte. 2.ed., Publicações Lachâtre,
Rio de Janeiro,1994.
É claro que ninguém está no lugar errado.
Depois da Morte. 3 ed., CELD, Rio de Janeiro, RJ.
Conhecemos a Lei de Causa e Efeito. E a reen- Selma Trigo
carnação favorece a oportunidade de ajustes com CELD
a Lei Divina devido ao nosso livre-arbítrio. Até Médium; Coordenadora dos Cursos COMP II e CIAM do
Departamento Mediúnico Altivo Pamphiro.
porque as provas e/ou expiações fazem parte do

Revista CELD de Estudos Espíritas 19


Kardec e a REVISTA ESPÍRITA

Grupo Curador de
Marmande
A mediunidade curadora

(que em outras Casas Espíritas podem ter outros

D
Mário Coelho
nomes).
iletos leitores, trago-vos um artigo da Se não devemos nos descurar dos estudos
Revista Espírita de maio 1867 em que já mencionados, a orientação que os Espíritos
Allan Kardec reproduz a Carta do Sr. deram ocorreram dentro de um trabalho orga-
Dombre, do Grupo Espírita de Marmande, e nizado, de longo tempo neste processo de cura,
relata a mediunidade de cura (já descrita por tanto que Kardec, mostrando que conhecia o
Allan Kardec em “O Livro dos médiuns”), sendo Grupo, relata: “Nada desanimou o Sr. Dombre.
bem empregada no seu Grupo. Ele lutou energicamente contra todos os entra-
Inicialmente, ele relata um processo interes- ves que lhe foram suscitados e deles triunfou;
sante que os Espíritos que ali trabalhavam come- desprezou as injúrias e as ameaças dos nossos
çaram a fazer: chamar algum parente do doente, adversários comuns e os forçou ao silêncio por
para que este parente, um pai, uma mãe, um tio sua firmeza; não poupou seu tempo, nem seu
ou tia, etc, participasse dando os passes, orien- esforço, nem os sacrifícios materiais; jamais pro-
tado pelos Espíritos e, com isso, se propagava a curou prevalecer-se do que faz para pôr-se em
Doutrina Espírita, fazendo, assim, mais adep- evidência ou disso fazer um trampolim qual-
tos, pois estes parentes viam com seus próprios quer; seu desinteresse moral iguala o seu desin-
olhos, muitas vezes, o doente recobrar sua saú- teresse material; se é feliz por triunfar, é porque
de. Notem bem que foram os Espíritos daque- cada sucesso o é para a doutrina. Eis os títulos
le Grupo que divulgaram o método apropriado sérios ao reconhecimento de todos os espíritas
para eles ali, portanto isto não nos autoriza a presentes e futuros, títulos aos quais é preciso
deixarmos de fazer os cursos da “Obras Básicas associar os membros do grupo que o secun-
da Doutrina Espírita” e nem deixarmos de fazer dam com tanto zelo e abnegação, e cujos nomes
o “Curso de Orientação Mediúnica e Passes” lamentamos não poder citar.”

22 Revista CELD de Estudos Espíritas


CELD

No texto acima, vemos Kardec falando sobre quais terão de passar a despeito deste socorro.
o Sr. Dombre, mas as qualidades citadas deste É neste momento que entra o aspecto Con-
devem ser a de todo espírita em um trabalho solador da Doutrina Espírita, que consola,
sério (que eu apenas resumirei e trarei para nos- porque instrui e consola, porque faz com que
sa linha de pensamento e para nossa Casa Espí- aquele que sofre se sinta amparado. Estimulo a
rita): “lutar contra os entraves que lhe chegam, todos a lerem os casos relatados pelo Sr. Dom-
desprezar as injúrias que nos chegam, não usar bre e termino com uma mensagem do Espírito
o trabalho no Bem para se por em evidência, de Verdade, presente no “Evangelho Segun-
saber doar-se ao trabalho, ter desinteresse moral do o Espiritismo”: “Eu sou o grande médico
e material, se tiver sucesso naquilo que faz colo- das almas, e venho trazer o remédio que deve
car sempre os ‘louros da vitória’ para a Doutrina curar-vos; os fracos, os sofredores e os enfer-
Espírita e porque não dizer, aos Espíritos Benfei- mos são meus filhos prediletos e venho salvá-
tores e aos companheiros de tarefa também, pois -los. Vinde, pois, a mim, vós que sofreis e que
nenhum trabalho edificante é solitário, pois há estais sobrecarregados e sereis consolados e
sempre outras mãos para construí-lo”. aliviados; não procureis a força e a consolação
Em seguida, o sr. Dombre faz a descrição em outro lugar, porquanto o mundo é incapaz
de vários casos de Cura ocorrida no Grupo de proporcioná-las.” 
(claro que, quando se fala em Cura, não quer
Referência bibliográfica:
dizer que todos vão sair curados dos passes
curadores ou de tratamento espiritual, mas Revista Espírita 1860 - Allan Kardec - Editora FEB
Evangelho segundo o Espiritismo. Allan Kardec – Editora CELD.
o que temos visto é que médiuns e Espíritos
buscam pelo menos aliviar as lutas dos que Mario Coelho
sofrem de males físicos ou morais ou fazê-los CELD
Médium e trabalhador voluntário.
resignados perante provas e expiações pelas

Revista CELD de Estudos Espíritas 23


Arte sobre imagem de domínio público
Mediunidade

Médiuns ostensivos
mesmo?

reafirmar que tais fenômenos somente podem

Q
Alexandre Lobato
ocorrer a partir da ação dos Espíritos e que, na
uantas vezes o leitor amigo ouviu alguém ausência deles, não há mediunidade.
afirmar “fulano é médium ostensivo” ou Dito isto, nos concentremos no termo osten-
4
“possui mediunidade ostensiva”? São sivo, que, segundo o dicionário , significa, entre
expressões comuns no meio espírita, mas o que outras coisas, “o que se mostra exageradamente;
significa ser médium ou possuir mediunida- feito para chamar atenção; vistoso; cujo objetivo
de ostensiva? Mais precisamente, o que se quer é ser notado; manifesto”.
dizer com a palavra “ostensivo”? Temos aqui uma ideia inicial que nos descreve
A despeito desta ser uma publicação espírita, o médium dito ostensivo como aquele que, sob a
vale ressaltar que reconhecemos como médium ação dos Espíritos, produz fenômenos vistosos,
“qualquer pessoa que sinta, num grau qualquer, capazes de chamar a atenção. Contudo, veja-
1
a influência dos Espíritos” , podendo ser tam- mos a descrição dada por Kardec em “O Livro
bém “os intérpretes dos Espíritos”2. Estas são dos Médiuns”, que já começa com um distinti-
definições dadas por Allan Kardec ou como des- vo: o Codificador deixa claro que, apesar de os
critas por León Denis, pessoas que, “dotadas de médiuns, de um modo geral, serem todos os que
faculdades especiais”, estabelecem relações com sentem mais ou menos a influência dos Espíritos,
3
o mundo invisível . ele prefere usar o termo (médium) para “quem
Aproveitamos a referência a estas tais faculda- a faculdade mediúnica se mostra bem caracte-
des especiais para trazer também a definição de rizada e se traduz por efeitos patentes, de certa
mediunidade, apresentando-a como está no item intensidade” – isso na tradução da Federação
159, de O Livro dos Médiuns, como a faculdade Espírita Brasileira (FEB), produzida pelo enge-
5
ou aptidão que o médium possui para produzir nheiro e poliglota Guillon Ribeiro . Na tradu-
fenômenos “desta ou daquela ordem”. Vale aqui ção da nossa edição (Celd), o texto organizado

24 Revista CELD de Estudos Espíritas


Carmine Mirabelli em levitação achando-se
o médium em estado inconsciente. Como
se vê, a cabeça quase atinge o teto do salão.
Fotografia tomada em pleno dia”, informa o
livro “Prodígios da Biopsychica obtidos com
o Médium Mirabelli”, de 1937.
A Imagem na página 24, está o médium
Carmine Mirabelli (à direita) com suposta
materialização (centro); A suposta corpori-
ficação de Harun al-Rashid (763-809 EC), o
quinto califa abássida do Islã, sob intensa
iluminação. O estranho homem apareceu do
nada numa sala examinada e trancada. Ele
falou e escreveu em árabe.

pela nossa cara Maria Lucia de Carvalho é bem médium ostensivo, que seria aquele que produz
semelhante, no entanto traz um acréscimo que fenômenos que não deixam dúvidas de que sua
considero decisivo, como podemos ver a seguir. autoria não é do médium, e sim de uma inteli-
gência invisível.
[...] esta qualificação só se aplica àqueles nos Nessas condições, o leitor amigo já deve estar
quais a faculdade medianímica está nitidamente pensando (acertadamente) que encontrar um
caracterizada e traduz-se por efeitos patentes de médium ostensivo é bem menos comum do que
uma certa intensidade, o que depende, então, de aparenta, dado o número de vezes que essa expres-
uma organização, mais ou menos, sensitiva. são é utilizada. Afinal, quantas vezes você testemu-
(O Livro dos Médiuns, item 159, 1ª Edição, nhou um fenômeno que, uma vez relatado, não te
CELD, grifo nosso) deixou dúvida alguma de que sua origem não está
no mundo corpóreo? Bem poucas, ousamos dizer.
A expressão “nitidamente caracterizada” fará Por exemplo, quantas vezes você viu um
toda diferença para bem traduzir o que é um médium produzindo mensagens xenoglóssicas

Revista CELD de Estudos Espíritas 25


CELD

como as de Carmine Mirabelli 6, que, simulta- produzem fenômenos que, mesmo ao incrédulo,
neamente, dava mensagens num idioma, por não deixam dúvidas de que o autor do que está
exemplo em italiano, por psicofonia (mensagem sendo observado não poderia ter sido o indiví-
falada) e escrita em alemão gótico com a mão duo encarnado diante de nós. Talvez não se con-
direita enquanto a mão esquerda escrevia em siga ter uma explicação para o que aconteceu, do
grego, sendo as três mensagens de conteúdos ponto de vista da ciência humana, mas não pode
diferentes e assinadas por Espíritos diferentes. ser atribuído ao médium sua autoria.
Como segundo exemplo, cito o médium Chi- Isso invalida a multidão de médiuns que tra-
co Xavier e sua obra “Parnaso de além-túmulo”. balha anonimamente todos os dias no serviço no
Como crer que um indivíduo com estudos equi- Bem em nome de Jesus? Não, claro que não, mas
valentes ao nosso atual Ensino Fundamental os retira, na imensa maioria das vezes, da classi-
(primeiro segmento) possa escrever 56 textos de ficação de médiuns ostensivos. Talvez o anoni-
gêneros literários diversos de autores nacionais e mato do fenômeno “comum”, ainda que console,
estrangeiros? conforte e esclareça, incomode o médium que
Então, se você escreveu um texto sobre um então se deixa conduzir pelo próprio gosto, ou
romance, normalmente a maior parte do texto pela ignorância dos que estão no seu entorno, na
poderia tranquilamente ser atribuída a você, direção do “maravilhoso e do sobrenatural” que
pelo número de vezes que, por exemplo, você o termo ostensivo remete. Ou, quem sabe, e eu
assistiu a uma novela ou leu um livro. Se você prefiro que seja este o motivo, seja apenas o caso
ouve os Espíritos, e só você ouve, salvo uma de usar a palavra certa para descrever o fenôme-
informação extraordinária, além da inteligência no com a precisão consagrada por Kardec, que,
ou percepção comum, o que você relatou pode- nos seus muitos momentos de aprendizado com
ria ter saído da sua própria mente. os Espíritos, um dia também ouviu: “Isso depen-
Noutras ocasiões, ostensivo parece ganhar o de da acepção das palavras. Por que não tendes
7
significado de frequente. Kardec, em “O Livro uma palavra para cada coisa ?” 
dos Médiuns”, associa a existência da mediu-
Notas
nidade à repetição do fenômeno, ou seja, para
1 O Livro dos Médiuns, item 159. Edições Celd.
caracterizar um fenômeno como mediúnico, ele 2 O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XIX, item 10. Edições
precisa se repetir com alguma frequência. Então, Celd.
quando um médium que trabalhe na desobses- 3 No Invisível, cap. 1, A Ciência Espírita, p.34, Edições Celd.
4 Dicionário online de português, disponível em https://www.
são, por exemplo, registra diariamente os Espí-
dicio.com.br/ostensivo/.
ritos, isso o caracteriza como médium com esta 5 No caso utilizamos a 71ªedição da FEB, traduzida a partir da

possibilidade, contudo, nada há de ostensivo 49ª edição original francesa.


6 Ver Mirabelli, um médium extraordinário. Palhano Junior, L.
nisso, já que muitas vezes os sentimentos ou sen-
Edições Celd.
sações que ele registra não são facilmente distin- 7 O Livro dos Espíritos, parte da resposta dos Espíritos à questão

guidos pelas outras pessoas. 139. Edições Celd.

A literatura espírita nos permitiria escrever Alexandre Lobato


páginas e mais páginas trazendo exemplos como Médium do CELD
estes, mas acreditamos estar relativamente claro Coordenador do Encontro de Mediunidade e do Curso de
Orientação Mediúnica e Passes (COMP)
que o termo ostensivo se refere a médiuns que

26 Revista CELD de Estudos Espíritas


Acervo CELD

O que é
o Perispírito? – Parte 2
Camadas Perispirituais
Revista de Estudos Espíritas, Ano II - n° 14, Fevereiro de 1998

Nagae responde às questões que deixou no últi-

N
Roberto Lota
mo artigo:
o primeiro bimestre do ano, conhe- 1. Qual parte do perispírito seria esta, que acom-
cemos um pouco mais sobre o peris- panha o Espírito durante o seu transporte?
pírito, a partir dos estudos de Paulo 2. O perispírito é divisível?
Nagae à luz de O Livro dos Espíritos e de O 3. Que laço é este que liga o perispírito e a alma
Livro dos Médiuns. Na ocasião, relembramos a à matéria?
natureza semimaterial do perispírito e de sua Vamos às reflexões!
relação direta com o fluido material de cada
globo em que o Espírito estagia. Igualmente CAMADAS PERISPIRITUAIS
estudamos a plasticidade do perispírito, afinal  Parte 2
“o perispírito pode mudar e variar infinita-
mente”, como vemos em O Livro dos Médiuns, Para começar a responder às perguntas que dei-
de Allan Kardec. xamos no ar no número anterior, vamos analisar o
Agora, nesta segunda parte, iremos apro- homem, segundo a ótica da Doutrina Espírita. Nes-
fundar mais algumas pontos e, para isso, Paulo ta análise reconheceremos três elementos básicos:

28 Revista CELD de Estudos Espíritas


• Corpo físico - que é matéria, e como tal cons- Analisando a própria matéria, encontraremos
tituída de moléculas, átomos etc.; uma infinidade de estruturas possíveis entre o
• Perispírito - laço que liga o Espírito ao corpo fluido cósmico universal e a matéria na sua for-
físico, também é matéria, porém, numa apre- ma mais densa.
sentação mais etérea, menos densa. Ambos Gabriel Delanne, no seu livro A Reencarna-
são derivados do fluido cósmico universal, ção, no momento em que trata das lembranças
que é a origem de todo elemento material. das vidas passadas, coloca ideias interessantes
• Espírito - princípio inteligente, com uma sobre camadas perispirituais, as quais transcre-
constituição que desconhecemos, porém veremos a seguir:
sabemos que sua origem é diferente da ori- “...As camadas perispirituais(*) das vidas
gem da matéria. anteriores têm um mínimo de movimentos vibra-
tórios, que as tomam inconscientes para os Espíri-
Em uma extremidade desse conjunto temos tos pouco evolvidos, de sorte que estes ignoram se
o corpo físico, que é matéria densa e, na outra, viveram anteriormente, e sustentam, com a maior
o Espírito que nem matéria é. Considerando boa fé, que só existe uma vida terrestre.”
que a natureza não dá saltos, não nos parece “...se magnetizarmos um paciente terrestre, de
lógico que o perispírito seja um corpo uno, forma a exteriorizar seu corpo fluídico, e se con-
com uma constituição homogênea e que tenha tinuarmos, no Espírito desprendido, a ação mag-
afinidade com dois elementos tão distintos. nética, por maneira que atinjamos as camadas

Revista CELD de Estudos Espíritas 29


CELD

profundas do perispírito (*) poderemos renovar Segundo esta visão, nós não teríamos um
a memória das vidas anteriores desse paciente. perispírito que se divide e, sim, um elemento
Em um outro livro, Da Alma Humana, de que possui várias camadas, com diferentes graus
autoria de Antônio J. Freire, observemos como de densidade.
o autor trabalha com o conceito das camadas Vamos voltar à explicação dada por Santo
perispirituais: Afonso de Liguori, sobre o fenômeno de bicor-
“O coronel A. Rochas dAiglun, um dos mais poriedade, ocorrido com Santo Antônio de
notáveis experimentadores e inovadores nos Pádua. Ele diz que o Espírito abandona o corpo,
domínios recônditos do metapsiquismo contem- acompanhado de uma parte do seu perispírito
porâneo, obteve uma comunicação medianímica e que com o corpo ficou o laço que liga o peris-
dum Espírito desencarnado que se subscrevia com pírito e a alma à matéria. Nessa resposta fica
o nome de Vincent, dizendo ser habitante de outro claro que existe um intermediário ligando o cor-
planeta. Este espírito afirmava que o perispírito é po físico ao conjunto que se desligou da maté-
constituído por uma série de invólucros, mais ou ria mais densa. E bastante lógico que essa parte
menos eterizados, de que os habitantes do mundo que ficou com o corpo físico tenha uma estru-
astral se vão desfazendo sucessivamente à medida tura íntima mais etérea que este e mais densa
que se elevam na escala de evolução, não sendo do que a parte que acompanhou o Espírito. Esta
embutidos uns sobre os outros como os tubos dum explicação tem mais sentido, se começarmos a
telescópio, mas interpenetrando-se em todas as desenhar um modelo de perispírito, baseado no
suas partes.” conceito de camadas perispirituais.
Comenta o autor: “Esta concepção só é com- Pelo que nós observamos, estes conceitos
preensível, admitindo-se que as camadas mais não são novos, pois já eram citados por Gabriel
quintessenciadas interpenetrem, sucessiva e gra- Delanne e Antônio J. Freire.
dualmente, as mais substanciais, sem que estas, Será que temos informações mais atuais
pela sua natureza mais densa, possam invadir as e também confiáveis, a respeito das camadas
mais fluídicas, pois só assim se pode compreender perispirituais? 
a lógica contínua na linha de transição do corpo
físico para o espírito, ficando a camada mais tênue Continua no próximo número.
como primeiro invólucro do espírito e interpene-
trando todas as outras até a mais densa que esta- (*) Os grifos são do articulista.
rá em contato direto com o corpo físico. E assim,
fica satisfatoriamente explicado todo o mecanis- Referência bibliográfica:
mo de ligação por ação vibratória, sem confusão, DELANNE, Gabriel. “As Experiências de Renovações da
e com a autonomia das diferentes camadas que Memória” in A Reencarnação, Cap. VII, 10ª. edição, FEB, Rio
de Janeiro.
constituem o perispírito — camadas representa- FREIRE, António J. Da Alma Humana (Metapsicologia
tivas dos diversos veículos da atividade espiritual, Experimental). 2ª. edição, FEB, Rio de Janeiro.
sobrepondo-se as mais grosseiras do corpo físico Roberto Lota
para o corpo vital; reciprocamente, descendo as CELD
mais supereterizadas do espírito para as camadas Revisor da Revista CELD, evangelizador
Trabalhador OSAA e a Casa Lar Condessa Paula.
fluídicas do perispírito.”

30 Revista CELD de Estudos Espíritas


Capa

Jesus e o Amor
Finalidade de sua vinda
ao Planeta
“Qual é, meus amigos, esse bálsamo poderoso (…), que se aplica sobre todas as
chagas do coração e consegue curá-las? É o amor, é a caridade! Se tiverdes esse fogo
Divino, o que podereis temer?

Se tiverdes amor, vereis desaparecer de vossa alma tudo o que possa manchar a sua
pureza; sentireis o peso da matéria diminuir dia a dia”.
( “O Evangelho Segundo o Espiritismo” cap.8:19)

Fomos criados para a evolução e nossa res-

A
Rosângela Borin
ponsabilidade é desenvolver “o gérmen de todas
valiando as dificuldades sociais que hoje as faculdades, de todas as potências que estão
atingem nosso planeta, me pus a pensar depositadas em cada um de nós”, como nos
que somente a compreensão ampla a orienta Léon Denis no livro “O Porquê da Vida”,
respeito da finalidade da vida, da imortalidade no capítulo VI, leitura indispensável a todos os
da alma, da vida futura (tendo como base a Lei que buscam o proveito para a sua reencarnação.
de Deus e a reencarnação) será capaz de trans- Assim, juntos, ou cada um de nós, auxilian-
formar o cenário planetário. do-nos mutuamente, estaremos no rumo da
Então, em minhas considerações, me veio a evolução, verdadeira finalidade de nossas vidas
absoluta certeza de que somente o AMOR, que e assim teremos também o crescimento de nos-
JESUS veio nos demonstrar é capaz de realizar sa luz interior, do nosso progresso espiritual, do
tal mudança na humanidade. AMOR em nós.

32 Revista CELD de Estudos Espíritas


“O que Jesus fez quando reencarnou, só o fez função de nossa imperfeição, precisou ser deta-
para que o homem entendesse a ‘Lei de AMOR’, lhada em muitas outras, que é a Lei de Amor.
só veio trazer a ‘Lei de AMOR’, (…) mas em Jesus Peço licença para trazer aqui as considera-
encontramos a pregação declarada de que ou se ções de cada um desses Espíritos a respeito do
trabalha por AMOR, ou não se chegará lá!” AMOR.
Iniciando o item 8, Lázaro nos traz: “O
É o que nos diz o Espírito Balthazar no livro AMOR resume inteiramente a doutrina de Jesus,
“Instruções dos Espíritos”, volume 2, capítulo 1. porque é o sentimento por excelência”.
Jesus veio para que entendêssemos o AMOR! E Iniciando o item 9, Fénelon nos coloca: “O
isso é muito sério! Amor é de essência Divina e, do primeiro ao
Nosso mestre, Allan Kardec, dedicou o capí- último de vós, todos possuís, no fundo do cora-
tulo XI de “O Evangelho Segundo o Espiritis- ção, a centelha desse fogo sagrado”. Fénelon tam-
mo” (ESE) ao estudo aprofundado da máxima bém, no mesmo item do ESE, nos traz o exemplo
do Cristo: “Amar o próximo como a si mesmo” amoroso de João Evangelista, quando a enfermi-
(Mateus 22:29, ESE cap. XI). Máxima essa que os dade e a velhice o impediram de continuar com
Espíritos Emmanuel e Antonio de Aquino, entre suas pregações, apenas repetia: “Meus filhinhos,
outros, colocam como “amar o próximo como amai-vos uns aos outros”.
Jesus nos amou”, em um reconhecimento da real Iniciando o item 10, Fénelon nos diz: “Jesus,
finalidade da vinda de Jesus entre nós: demons- caros condiscípulos, os espíritos aqui presentes
trar-nos o que é o AMOR! vos dizem por minha voz: Amai muito para ser-
No referido capítulo do ESE, itens 8, 9 e 10, des amados”.
nomeados como Instruções dos Espíritos, Allan Aproveito para registrar – e sei que falo por
Kardec traz-nos as orientações dos Espíritos nós – a gratidão imensa a esse venerável Espí-
Lázaro, Fénelon e Sanson sobre a mais comple- rito Allan Kardec por trazer-nos o abençoa-
ta e, em verdade, a única Lei de Deus que, em do “Consolador Prometido” anunciado por

Revista CELD de Estudos Espíritas 33


CELD

Jesus, estendendo a gratidão a todos os Espíri- “Conhecereis a verdade e ela vos fará livres”
tos que o auxiliaram, e auxiliam até hoje nesse (João 8:32), como nos afirma Jesus.
cometimento. Façamos a nossa parte!
Uma contribuição imensa a cada um de nós Observemos as orientações do Cristo Jesus
na ampliação do conceito de amor ao próximo relativas ao perdão, à caridade, ao AMOR, ainda
nos é, sem dúvida, oferecida pela Lei de Causa que com dores e lutas naturais em nosso estágio
e Efeito e a fé no futuro. Com essa compreen- evolutivo. Estaremos fortalecidos e encorajados
são, que nos acalma, responde e tranquiliza na a nos transformar para o bem, o bem nosso e de
dor que certamente persistirá por nossa condi- todos aqueles que nos acompanham na difícil,
ção evolutiva, ainda precisaremos de tempo, que mas grandiosamente bela, jornada terrena.
não será curto, para que consigamos – enquanto Finalizando, trago a visão do AMOR falada
humanidade terrestre – finalmente vivenciar em por Paulo de Tarso a seu pupilo amado Lucas,
nosso planeta as luzes da era do AMOR. o evangelista, ainda no calabouço da prisão em
Eis que a Doutrina Espírita novamente nos Roma, o AMOR que Jesus demonstrou a cada
traz a resposta, solidificando em nós a fé racioci- um de nós. Diante das atrocidades ao povo da
nada. O que estamos vivenciando é a colheita de época que ambos presenciaram, Paulo pergun-
nossa semeadura em um passado distante. É pre- tou a Lucas: “E você, desistiria do mundo quan-
ciso confiarmos naquele que nos ensinou a amar do o Cristo não desistiu de nós?
ao próximo como Ele nos ensinou e a amar ao Pai O Amor é o único caminho!
criador, com toda nossa confiança e toda nossa fé! O Amor é paciente.
Relembrando: “Jesus veio para nos trazer a O Amor é bondoso, não tem inveja, não se
Lei de Amor” (“Instruções dos Espíritos” p. 34) vangloria.
para que o homem entendesse a Lei de Amor. O Amor não desonra, não é egoísta.
Com suas ações, o Mestre ampliou em nós a O Amor não se irrita.
visão da estrada a ser trilhada no rumo da evo- O Amor se regozija com a verdade.
lução: amar a Deus com toda a tua força e o pró- O Amor não se alegra com a injustiça.
ximo como Jesus fez por nós, tendo em nossos O Amor tudo sofre, tudo crê.
corações a lembrança do que nos diz o Espírito Esse tipo de Amor…” (Paulo, Apóstolo de
Balthazar: “ou se trabalha por amor ou não se Cristo) 
chegará lá” (p. 34).
Referência bibliográfica:
Precisamos criar, os que ainda não têm, o
hábito diário de meditarmos nos ensinos do KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Rio de
Janeiro:CELD, 2021
Cristo Jesus, na sua moral, no seu AMOR que DENIS, Léon. “O Porquê da Vida”. Rio de Janeiro:CELD, 2
hoje está para nós perfeitamente representado COELHO, Mario (org.). “Instruções dos Espíritos”, volume 2.
Rio de Janeiro:CELD, 2016
em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
“PAULO, APÓSTOLO DE CRISTO”. Direção: Andrew Hyatt.
Estudar e meditar sobre Jesus, buscar o auto- Produção: Sony Pictures Releasing Films e Affirm Films, EUA,
conhecimento e, finalmente, compreendermos 2018.

quais escolhas, mudanças de foco, serão capa- Rosângela Borin


zes de nos levarem a ingressar de vez na estra- CELD
Médium e trabalhadora voluntária.
da da evolução, da libertação de nós mesmos:

34 Revista CELD de Estudos Espíritas


Revista CELD de Estudos Espíritas 35
Arte sobre imagem de domínio público
MENSAGEM DOS BENFEITORES

Kardec, renovador de
ideias e sentimentos
“O Espiritismo (...) deve lembrar aos incrédulos que acima deles reina a verdade imutá-
vel: o Deus bom, o Deus grandioso, que faz a planta germinar e as ondas se levantarem.”
(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo,5 ed. Celd, 2010, Cap.VI, item 5, 1º §.)

P ela graça infinita de Deus, paz!


Balthazar, pela graça de Deus.
Há homens na Terra que têm um con-
dão de multiplicar ideias, de renovar concepções
e de fermentar os sentimentos das criaturas.
A Doutrina dos Espíritos, que ele tão bem sou-
be traduzir para os homens da Terra, teve nele um
elemento que impulsionou, certamente, a ideia
que trazia. Não fosse ele um ser dedicado, obsti-
nado, na implantação de uma ideia, talvez a Dou-
Entre muitos que desceram à Terra, está o nos- trina demorasse para ser compreendida por mui-
so homenageado de hoje, Allan Kardec, alma de tos homens. Sua obstinação fez com que a ideia
escol, mas, acima de tudo, Espírito com as qua- varasse as dificuldades daquela época, superasse a
lidades, já citadas, de fazer multiplicar ideias, inércia natural da coletividade, se chocasse com a
valorizar sentimentos e tornar compreensíveis doutrina dominante e trouxesse, enfim, a possibi-
atos e sentimentos dos homens. lidade de penetrar nos corações dos simples, dos
Deve-se olhar para a figura de Kardec também humildes e daqueles que desejavam libertar-se de
sob este aspecto: somente um homem com conhe- ideias ultrapassadas, no campo da religiosidade.
cimento, com estrutura emocional e com profunda Ao homenageá-lo hoje, que todos, do fundo
fé em Deus seria capaz de perceber uma ideia de do coração, orem e observem sua qualidade tão
renovação no campo da espiritualidade das reli- importante desse generoso líder, que soube des-
giões de um modo geral, do próprio homem, que cer à Terra para dar continuidade a um projeto
tanto necessita transformar-se, no dia a dia. divino de emancipação do homem.

36 Revista CELD de Estudos Espíritas


Em suas preces, agradeçam a ele. Agradeçam Que a bondade do Mestre Jesus ajude e aben-
a Jesus por ter permitido que Kardec chegasse çoe a todos, iluminando os seus corações com a
até nós e agradeçam a Deus por aquelas pessoas paz e com o sentimento de gratidão!
que já estão conhecendo a maravilhosa Doutri- Muita Paz!
na Espírita. E que, de posse dessas três orações, Balthazar, pela graça infinita de Deus. 
todos sigam adiante, no santificado propósito
Balthazar (Espírito). Pela graça infinita de Deus – VOL. II –
de caminhar na direção da elevação em busca LIÇÃO 03, Mensagem recebida pelo médium Altivo Caríssimi
de Deus. Pamphiro em 28/09/2005, no Celd.

Revista CELD de Estudos Espíritas 37


Encontro
Encontro Espírita
Espírita sobre
sobre Ufologia
Ufologia

O Mundo em que
o Espírita Vive -
A Interconexão
Extraterrestre
O Espírito Manoel Philomeno de Mirando,

Q
Grupo de Estudos do Encontro
no livro “Transição Planetária”, alerta que a
uem nunca olhou para o céu, em uma destruição é uma necessidade para chegarmos
noite estrelada, e se perguntou: “Será à regeneração moral da humanidade e que em
que existe mesmo vida em outros mun- cada existência subiremos um degrau na escala
dos?” A pergunta em si já retira a dúvida sobre do progresso. Não, não estamos, nunca estive-
a existência, ou não, de outros mundos e agora mos e tão pouco estaremos sós; Jesus, O Gover-
queremos ir além, ter a certeza de que as outras nador planetário, que dirige nossa morada,
moradas planetárias contêm vida. envia seus mensageiros para orientar e minimi-
Até que um dia ouvimos falar de Reencarna- zar aflições.
ção, Mediunidade, Imortalidade, tudo isso sen- As mensagens que chegam do espaço através
do gerido por uma inteligência suprema com dos diversos casos ufológicos relatados sinali-
base no Amor, inseridos em um Universo onde zam, também, a mesma necessidade: “Conside-
todas as moradas são habitadas. (FOTO 2) rando a Terra um hospital de doentes de corpo e
Passamos a nos ver como realmente somos espírito, faltam a esses doentes a prática da ajuda,
conforme a colocação de Léon Denis: “Tu és da misericórdia, da paciência e do Amor.” Ou
para sempre cidadão do universo.”. O olhar ainda: nos encontramos perfeitamente informa-
agora desce e se fixa no solo, a Terra, nos- dos quanto à vossa mentalidade, conhecendo vos-
sa casa planetária, o mundo em que vivemos, so pensamento, vosso ódio, vosso modo de amar,
onde passamos por momentos de decisões, e a vossa técnica e vossos segredos de guerra, somos
crosta se altera pelas manifestações geológicas o olho técnico e observador. Citações de cunho
como se nos sinalizasse a necessidade íntima de ufológico/moral contidas no livro “Veritas Vin-
mudança. cit”, pág. 6.

38 Revista CELD de Estudos Espíritas


CELD
Imagem de Pexels.com

Só para termos uma ideia do grande movi-


mento amoroso e cuidadoso de Jesus, vários
OVNIs foram vistos e filmados pela Força Aérea
Norte-Americana (USAF), realizando manobras
e até em baixa altitude sobre vários locais onde
se encontravam misseis nucleares em Malms-
tron, Montana. (FOTO 3)
FOTO 2 - Fonte: Pexels) A preocupação nuclear é tão evidente que
Emmanuel, no livro “Confia e Segue”, de 1984,
aborda o seguinte:
Observamos que os mensageiros do Mestre
“Deus concedeu aos homens a desintegração
atuam diretamente sobre encarnados e desencar-
atômica, em apoio da indústria e da civilização. Os
nados, em diversos matizes, no intuito de alertar
homens reconheceram o imenso potencial de ener-
e esclarecer sobre a necessidade de mudança na
gias que se lhes confiavam às mãos e estruturaram
psicosfera do planeta, assim facilitando o traba-
novas armas de alto poder destrutivo.
lho de todos.
À vista disso, enquanto muitos diplomatas e
Estamos agora diante de nós mesmos, frente
orientadores da concórdia discutem as possibili-
a frente com a soberba, a vaidade e o orgulho. As
dades de uma nova guerra no Ocidente, qualquer
guerras, os conflitos armados de várias intensi-
irmão desinformado quanto aos problemas inter-
dades, parecem que estão por toda parte impe-
nacionais poderá concluir de quem será a culpa.”
dindo acesso a degraus de ascensão, e o pensa- O olhar direcionado ao céu e que permitiu
mento humano divaga. toda essa reflexão pode agora diante da nossa
• A guerra será um desequilíbrio determinado imperfeição questionar: “Por que Jesus continua
por Deus? ao nosso lado, mesmo quando oferecemos pedra
• Deus poderia ser considerado autor de dese- ao invés do pão da amizade?”
quilíbrios, quando constitui para nós a har- A resposta chega diretamente ao coração do
monia suprema? observador: “Porque ele confia em cada um de nós.”
• Observadores dos céus direcionam seus aten- Sigamos em frente, ao estudo, nós Os Cida-
tos olhos à nossa Terra? dãos do Universo.
• UFOs vigiando instalações nucleares? Paz sobre todas as fronteiras. 
Imagem de Pexels.com

(FOTO 3-Fonte: Revista Ufo)

Revista CELD de Estudos Espíritas 39


Revista CELD de Estudos Espíritas 41
Fala, CELD Jovem!

42 Revista CELD de Estudos Espíritas


Revista CELD de Estudos Espíritas 43
37º
37º Encontro
Encontro sobre
sobre a
a Vida
Vida ee a
a Obra
Obra de
de Léon
Léon Denis
Denis

Trabalho, Sobriedade,
Continência
Um encontro com o propósito e
a alegria de viver.
“O trabalho é a comunhão dos seres.
Através dele aproximamo-nos uns dos outros,
aprendemos a nos ajudar, a nos unir;
daí à fraternidade, é só um passo”
— Leon Denis – Depois da Morte, pág. 388 —

recomendações que vão além da recomendação

N
Luzia Mathias
ética, sendo, hoje em dia, vasto campo de estudo
este ano, o nosso tradicional EEVOLD, e pesquisa.
em sua 37ª edição, estará estudando o Sempre buscamos na biografia de Léon Denis
capítulo 52 do livro “Depois da Morte”. ilustrações para o tema que estamos estudan-
Ao juntar num só capítulo os temas do Traba- do, e essa pesquisa é sempre gratificante, mas,
lho, da Sobriedade e da Continência nos hábitos neste ano, ao buscarmos o Denis trabalhador,
de vida, Denis nos oferece uma tríade perfeita encontramos o jovem de preocupações sociais e
para nossa felicidade e bem-estar. Uma receita de hábitos tão saudáveis quanto possível, numa
de saúde espiritual, mental e física. época sem vacinas, nem antibióticos, num país
Seguindo essa trilha do patrono, percor- assolado por duas guerras, e que lhe garantiram
reremos suas ideias expostas no texto bus- lucidez e produtividade até a idade avançada de
cando dados atualizados que legitimam suas 81 anos, mesmo pelos padrões atuais.

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CELD

De onde lhe vieram tal integridade física e no plano espiritual como nos prometeram nos-
mental? Tal leveza de espírito em meio a situa- so inesquecível dirigente Altivo Panphiro e, ele
ções tão adversas como trabalho infantil, situa- mesmo, o próprio Denis, afirmando que estaria
ção familiar precária, estudos irregulares, guer- ao lado de todos os seus leitores pelos laços do
ras... de onde veio? Amor.
É o que vamos esmiuçar no Encontro, pen- Esperamos que nossos amigos da querida
sando juntos, compartilhando saberes... fazendo Revista de Estudos Espiritas venham conhecer,
o que Denis se propõe a fazer: auxiliar a esclare- ou compartilhar, mais do que conhecimentos
cer uma alma em busca da verdade. sobre nosso amigo Leon Denis, mas também
Hoje em dia, como iremos ver no EEVOLD, propostas de vida saudável e feliz, no próximo
muitos cientistas, pesquisadores de diferentes dia 29 de março, fazendo desse Encontro um
áreas de conhecimento, buscam estudar os com- divisor de águas em suas vidas.
portamentos autodestrutivos, entender-lhe as Vamos nos auxiliar, uns aos outros, a fazer
causas e as motivações, propor práticas e hábitos parte, com alegria, do Trabalho Universal, encon-
propiciadores de paz e alegria de viver isentos de trando a sabedoria de viver em sua forma mais
consequências negativas que acabam por impe- saudável possível: a da harmonia com a Lei. 
dir a conexão do Ser com seu papel na Criação e, Luzia Mathias
consequentemente, da própria bem aventurança. CELD
Como sempre, nós nos esforçamos para ela- Coordenadora do Encontro sobre a Vida e Obra de Léon
Denis e o grupo terapêutico “Viver em Plenitude”.
borar as conversas e os materiais para sensibi-
Palestrante Espirita
lizar os que vierem compartilhar essa manhã Escritora de alguns livros como “A Vontade”, “Cenas da vida de
de Encontro. Buscaremos mais uma vez iniciar, Léon Denis” e “Método de Autocura” da editora CELD e contri-
aprofundar, cultivar essa excepcional amizade bui com artigos para a REE desde a sua criação.

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15º Congresso de Estudos Espíritas

Convite: 15º Congresso

Imagem de Sonoko em pixabay.com


de Estudos Espíritas

A
Sidelia Campos Xavier

migo(a) leitor(a), participar do 15º Congresso de Estudos Espíritas, que será realizado no dia
28 de abril, é não só uma experiência prazerosa, como também muito instrutiva e esclarece-
dora a respeito de determinados aspectos da Doutrina Espírita.
Os assuntos estudados e abordados por dedicados componentes de oito grupos de estudo se afi-
guram como oportunidades inadiáveis de aprofundamento de temas diversificados que se atêm aos
objetivos propostos por cada grupo.
Inspirados pelo tema central, O Mundo em que o Espírita Vive, os estudiosos procuraram conectá-
-lo às ideias pertinentes ao estudo de seus grupos, através de pesquisas na literatura espírita.
O resultado de tal esforço se reflete nos temas selecionados que, com certeza, vão ampliar e aprofun-
dar nossa visão a respeito de saberes e experiências vivenciadas em nossa cultura como seres humanos
e também como dedicados estudantes da Doutrina Espírita.
Nomeamos cada grupo de estudo, seguido de seu tema, para que o leitor possa avaliar com calma
o estudo que mais o atraia.

Grupos de estudos Espíritas Temas


Espiritismo na Arte O envolvimento do Espírita com a Arte, fonte do Bem e do Belo
Meio Ambiente A proteção do planeta: conhecer, escolher e mudar
Ufologia A interconexão extraterrestre
Mulheres Espíritas Complexo Obsessão
Deolindo Amorim A Família, como instrumento de redenção espiritual
Valorização da Vida Berço – Família – Filhos
Espiritismo e Ciência Temos certeza da Imortalidade da Alma?
Casas Espíritas Espiritizar

Amigo(a) leitor(a), sinta-se convidado(a) a estudar conosco o tema de seu interesse, interagindo
através de suas reflexões, agregando seus conhecimentos, debatendo as ideias expostas, enfim, enri-
quecendo o nosso Encontro com sua valiosa participação.
Aguardamos sua presença!
Traga também um (a) amigo(a) que também se interesse por um dos temas!

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CELD

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