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Jesus e o Amor
Finalidade de sua vinda
ao Planeta
Nesta Edição Revista CELD de Estudos Espíritas
Ano 14 | № 151 | Março e Abril de 2024
Editorial
A Lei do Amor e Jesus... 5
Poesia
Acredito na volta 6
Entrevista com Luis Hu Rivas 8
Berenice Lima
Para você, qual é a missão de uma obra social na Casa Espírita? 14
Selma Trigo
A arte na vida 18
Kardec e a REVISTA ESPÍRITA
Grupo Curador de Marmande 22
Mediunidade
Médiuns ostensivos mesmo? 24
Acervo CELD
O que é o Perispírito? – Parte 2 28
Capa
Jesus e o Amor 32
Mensagem dos Benfeitores
Kardec, renovador de ideias e sentimentos 36
Encontro Espírita sobre Ufologia
O Mundo em que o Espírita Vive - A Interconexão Extraterrestre 38
Fala, CELD Jovem
“Amar o próximo como a sí mesmo” 42
37º Encontro sobre a Vida e a Obra de Léon Denis
Trabalho, Sobriedade, Continência 44
Convite: 15º Congresso de Estudos Espíritas 46
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editorial
A Lei do Amor
e Jesus...
Presidente
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Acredito na volta
Carlos Santos
Entrevista com
Luis Hu Rivas
perdão, a bondade, a caridade, a compaixão, a conteúdo traz informações, tanto para crianças
misericórdia, a paz. Tudo isso traz, desde peque- que estão iniciando na informação, quanto traz
nininho, o Espírito que está encarnado e já con- bibliografia para os livros que precisam de maior
segue compreender, e a gente apresenta de uma estudo aprofundado, indicando as fontes. Com
forma bonita. Mas há conceitos que precisam ter isso, a gente está apostando na construção de um
um pouquinho mais de esclarecimento, como mundo melhor. Como falamos, desde pequenas,
mediunidade, reencarnação, entre outros. Nós com as informações espíritas, à luz do Evange-
vemos hoje nos filmes, nos desenhos leigos, lho, nós teremos crianças que estão já crescendo,
vamos chamar assim, a que as crianças assistem, despertando suas consciências, iluminando seus
isto está sendo falado normalmente, vida em corações, com uma literatura sadia em prol des-
outros mundos, pluralidade de mundos habi- se mundo de regeneração que todos queremos.
tados. Já que o mundo, vamos chamar assim, o Dessa forma, temos nosso trabalho, desenvolvi-
mostra, nós podemos também apresentar, lógico do já há alguns anos, relacionado principalmen-
com a ótica espírita, com esclarecimento melhor te à criação de literatura, livros para crianças,
para a compreensão das novas gerações. Sim, é bebês, jovens, alguns com personagens conheci-
possível mostrar e apresentar, mas sempre com dos como Turma da Mônica.
os cuidados adequados. Os editores
G
Berenice Lima
atuando também na área da assistência social.
eralmente, grupos religiosos criam tra- Precisamos refletir sobre qual o propósito
balhos sociais, como também há gru- da tarefa de assistência social na Casa Espírita,
pos que não simpatizam com nenhuma e também o que é ser voluntário nestas tarefas.
religião, alguns, às vezes, até se dizem ateus, mas Para refletir, precisamos formular perguntas e
querem fazer algo para a humanidade. Além buscar respostas a partir da observação da nossa
disso, estes grupos criam trabalhos de carida- interação e integração com o trabalho; precisa-
de, trabalhos na área social. E é sempre louvável mos nos aprofundar para não apenas executar
atender aos necessitados. algo mecanicamente, mas saber qual o propósito
No movimento espírita, praticamente todas as da nossa atuação.
casas espíritas têm o seu próprio trabalho social, Refletindo... o que você entende por trabalho
e, lendo o livro “Paulo e Estevão”, constatamos voluntário de um modo geral? Você participa de
A arte na vida
Refletindo com Léon Denis
I
Selma Trigo
interação entre o mundo espiritual e o material,
niciaremos este tema com uma reflexão de um pois no momento que se está envolvido com
pequeno parágrafo do Livro O Espiritismo na algum tipo de Arte, seja a música, a dança, o
Arte, tendo como autor nosso querido Léon teatro, a pintura, as artes plásticas, a literatura,
Denis, onde ele diz: naturalmente, existe uma interação com o Mun-
“A Arte bem compreendida é um poderoso do Espiritual Superior na mobilização de ener-
meio de elevação e de renovação. É a fonte dos gias que se libera do íntimo da alma e eleva-se a
mais puros prazeres da alma; ela embeleza a vida, patamares superiores. E, consequentemente, os
sustenta e consola na provação e traça para o Espí- Espíritos voltados a esse campo de experiência
rito, antecipadamente, as rotas para o céu. (...) é em outras vidas envolvem de vibrações aquele
uma fonte fecunda de instrução, um meio incom- que está na realização da Arte propriamente dita.
parável de civilização e de aperfeiçoamento.” Através da Arte, a alma renova os sentidos,
Embasados nas palavras de Léon Denis, pelos quais os sentimentos e as emoções pro-
podemos destacar aspectos significativos no movem inspiradora leveza, que se irradiam das
valor da Arte na vida das crianças desde as fases potências da alma, herança Divina, favorecen-
iniciais até a juventude. Vamos aqui citar alguns do a capacidade receptora de realizar a Arte em
pontos colocados por Léon Denis no parágrafo toda sua plenitude vibracional.
acima e refletir: “A Arte é um poderoso meio de “Embeleza a vida, sustenta e consola na pro-
elevação e renovação. É a fonte dos mais puros vação e traça para o Espírito, antecipadamente,
prazeres da alma”. as rotas para o céu”.
Grupo Curador de
Marmande
A mediunidade curadora
D
Mário Coelho
nomes).
iletos leitores, trago-vos um artigo da Se não devemos nos descurar dos estudos
Revista Espírita de maio 1867 em que já mencionados, a orientação que os Espíritos
Allan Kardec reproduz a Carta do Sr. deram ocorreram dentro de um trabalho orga-
Dombre, do Grupo Espírita de Marmande, e nizado, de longo tempo neste processo de cura,
relata a mediunidade de cura (já descrita por tanto que Kardec, mostrando que conhecia o
Allan Kardec em “O Livro dos médiuns”), sendo Grupo, relata: “Nada desanimou o Sr. Dombre.
bem empregada no seu Grupo. Ele lutou energicamente contra todos os entra-
Inicialmente, ele relata um processo interes- ves que lhe foram suscitados e deles triunfou;
sante que os Espíritos que ali trabalhavam come- desprezou as injúrias e as ameaças dos nossos
çaram a fazer: chamar algum parente do doente, adversários comuns e os forçou ao silêncio por
para que este parente, um pai, uma mãe, um tio sua firmeza; não poupou seu tempo, nem seu
ou tia, etc, participasse dando os passes, orien- esforço, nem os sacrifícios materiais; jamais pro-
tado pelos Espíritos e, com isso, se propagava a curou prevalecer-se do que faz para pôr-se em
Doutrina Espírita, fazendo, assim, mais adep- evidência ou disso fazer um trampolim qual-
tos, pois estes parentes viam com seus próprios quer; seu desinteresse moral iguala o seu desin-
olhos, muitas vezes, o doente recobrar sua saú- teresse material; se é feliz por triunfar, é porque
de. Notem bem que foram os Espíritos daque- cada sucesso o é para a doutrina. Eis os títulos
le Grupo que divulgaram o método apropriado sérios ao reconhecimento de todos os espíritas
para eles ali, portanto isto não nos autoriza a presentes e futuros, títulos aos quais é preciso
deixarmos de fazer os cursos da “Obras Básicas associar os membros do grupo que o secun-
da Doutrina Espírita” e nem deixarmos de fazer dam com tanto zelo e abnegação, e cujos nomes
o “Curso de Orientação Mediúnica e Passes” lamentamos não poder citar.”
No texto acima, vemos Kardec falando sobre quais terão de passar a despeito deste socorro.
o Sr. Dombre, mas as qualidades citadas deste É neste momento que entra o aspecto Con-
devem ser a de todo espírita em um trabalho solador da Doutrina Espírita, que consola,
sério (que eu apenas resumirei e trarei para nos- porque instrui e consola, porque faz com que
sa linha de pensamento e para nossa Casa Espí- aquele que sofre se sinta amparado. Estimulo a
rita): “lutar contra os entraves que lhe chegam, todos a lerem os casos relatados pelo Sr. Dom-
desprezar as injúrias que nos chegam, não usar bre e termino com uma mensagem do Espírito
o trabalho no Bem para se por em evidência, de Verdade, presente no “Evangelho Segun-
saber doar-se ao trabalho, ter desinteresse moral do o Espiritismo”: “Eu sou o grande médico
e material, se tiver sucesso naquilo que faz colo- das almas, e venho trazer o remédio que deve
car sempre os ‘louros da vitória’ para a Doutrina curar-vos; os fracos, os sofredores e os enfer-
Espírita e porque não dizer, aos Espíritos Benfei- mos são meus filhos prediletos e venho salvá-
tores e aos companheiros de tarefa também, pois -los. Vinde, pois, a mim, vós que sofreis e que
nenhum trabalho edificante é solitário, pois há estais sobrecarregados e sereis consolados e
sempre outras mãos para construí-lo”. aliviados; não procureis a força e a consolação
Em seguida, o sr. Dombre faz a descrição em outro lugar, porquanto o mundo é incapaz
de vários casos de Cura ocorrida no Grupo de proporcioná-las.”
(claro que, quando se fala em Cura, não quer
Referência bibliográfica:
dizer que todos vão sair curados dos passes
curadores ou de tratamento espiritual, mas Revista Espírita 1860 - Allan Kardec - Editora FEB
Evangelho segundo o Espiritismo. Allan Kardec – Editora CELD.
o que temos visto é que médiuns e Espíritos
buscam pelo menos aliviar as lutas dos que Mario Coelho
sofrem de males físicos ou morais ou fazê-los CELD
Médium e trabalhador voluntário.
resignados perante provas e expiações pelas
Médiuns ostensivos
mesmo?
Q
Alexandre Lobato
ocorrer a partir da ação dos Espíritos e que, na
uantas vezes o leitor amigo ouviu alguém ausência deles, não há mediunidade.
afirmar “fulano é médium ostensivo” ou Dito isto, nos concentremos no termo osten-
4
“possui mediunidade ostensiva”? São sivo, que, segundo o dicionário , significa, entre
expressões comuns no meio espírita, mas o que outras coisas, “o que se mostra exageradamente;
significa ser médium ou possuir mediunida- feito para chamar atenção; vistoso; cujo objetivo
de ostensiva? Mais precisamente, o que se quer é ser notado; manifesto”.
dizer com a palavra “ostensivo”? Temos aqui uma ideia inicial que nos descreve
A despeito desta ser uma publicação espírita, o médium dito ostensivo como aquele que, sob a
vale ressaltar que reconhecemos como médium ação dos Espíritos, produz fenômenos vistosos,
“qualquer pessoa que sinta, num grau qualquer, capazes de chamar a atenção. Contudo, veja-
1
a influência dos Espíritos” , podendo ser tam- mos a descrição dada por Kardec em “O Livro
bém “os intérpretes dos Espíritos”2. Estas são dos Médiuns”, que já começa com um distinti-
definições dadas por Allan Kardec ou como des- vo: o Codificador deixa claro que, apesar de os
critas por León Denis, pessoas que, “dotadas de médiuns, de um modo geral, serem todos os que
faculdades especiais”, estabelecem relações com sentem mais ou menos a influência dos Espíritos,
3
o mundo invisível . ele prefere usar o termo (médium) para “quem
Aproveitamos a referência a estas tais faculda- a faculdade mediúnica se mostra bem caracte-
des especiais para trazer também a definição de rizada e se traduz por efeitos patentes, de certa
mediunidade, apresentando-a como está no item intensidade” – isso na tradução da Federação
159, de O Livro dos Médiuns, como a faculdade Espírita Brasileira (FEB), produzida pelo enge-
5
ou aptidão que o médium possui para produzir nheiro e poliglota Guillon Ribeiro . Na tradu-
fenômenos “desta ou daquela ordem”. Vale aqui ção da nossa edição (Celd), o texto organizado
pela nossa cara Maria Lucia de Carvalho é bem médium ostensivo, que seria aquele que produz
semelhante, no entanto traz um acréscimo que fenômenos que não deixam dúvidas de que sua
considero decisivo, como podemos ver a seguir. autoria não é do médium, e sim de uma inteli-
gência invisível.
[...] esta qualificação só se aplica àqueles nos Nessas condições, o leitor amigo já deve estar
quais a faculdade medianímica está nitidamente pensando (acertadamente) que encontrar um
caracterizada e traduz-se por efeitos patentes de médium ostensivo é bem menos comum do que
uma certa intensidade, o que depende, então, de aparenta, dado o número de vezes que essa expres-
uma organização, mais ou menos, sensitiva. são é utilizada. Afinal, quantas vezes você testemu-
(O Livro dos Médiuns, item 159, 1ª Edição, nhou um fenômeno que, uma vez relatado, não te
CELD, grifo nosso) deixou dúvida alguma de que sua origem não está
no mundo corpóreo? Bem poucas, ousamos dizer.
A expressão “nitidamente caracterizada” fará Por exemplo, quantas vezes você viu um
toda diferença para bem traduzir o que é um médium produzindo mensagens xenoglóssicas
como as de Carmine Mirabelli 6, que, simulta- produzem fenômenos que, mesmo ao incrédulo,
neamente, dava mensagens num idioma, por não deixam dúvidas de que o autor do que está
exemplo em italiano, por psicofonia (mensagem sendo observado não poderia ter sido o indiví-
falada) e escrita em alemão gótico com a mão duo encarnado diante de nós. Talvez não se con-
direita enquanto a mão esquerda escrevia em siga ter uma explicação para o que aconteceu, do
grego, sendo as três mensagens de conteúdos ponto de vista da ciência humana, mas não pode
diferentes e assinadas por Espíritos diferentes. ser atribuído ao médium sua autoria.
Como segundo exemplo, cito o médium Chi- Isso invalida a multidão de médiuns que tra-
co Xavier e sua obra “Parnaso de além-túmulo”. balha anonimamente todos os dias no serviço no
Como crer que um indivíduo com estudos equi- Bem em nome de Jesus? Não, claro que não, mas
valentes ao nosso atual Ensino Fundamental os retira, na imensa maioria das vezes, da classi-
(primeiro segmento) possa escrever 56 textos de ficação de médiuns ostensivos. Talvez o anoni-
gêneros literários diversos de autores nacionais e mato do fenômeno “comum”, ainda que console,
estrangeiros? conforte e esclareça, incomode o médium que
Então, se você escreveu um texto sobre um então se deixa conduzir pelo próprio gosto, ou
romance, normalmente a maior parte do texto pela ignorância dos que estão no seu entorno, na
poderia tranquilamente ser atribuída a você, direção do “maravilhoso e do sobrenatural” que
pelo número de vezes que, por exemplo, você o termo ostensivo remete. Ou, quem sabe, e eu
assistiu a uma novela ou leu um livro. Se você prefiro que seja este o motivo, seja apenas o caso
ouve os Espíritos, e só você ouve, salvo uma de usar a palavra certa para descrever o fenôme-
informação extraordinária, além da inteligência no com a precisão consagrada por Kardec, que,
ou percepção comum, o que você relatou pode- nos seus muitos momentos de aprendizado com
ria ter saído da sua própria mente. os Espíritos, um dia também ouviu: “Isso depen-
Noutras ocasiões, ostensivo parece ganhar o de da acepção das palavras. Por que não tendes
7
significado de frequente. Kardec, em “O Livro uma palavra para cada coisa ?”
dos Médiuns”, associa a existência da mediu-
Notas
nidade à repetição do fenômeno, ou seja, para
1 O Livro dos Médiuns, item 159. Edições Celd.
caracterizar um fenômeno como mediúnico, ele 2 O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XIX, item 10. Edições
precisa se repetir com alguma frequência. Então, Celd.
quando um médium que trabalhe na desobses- 3 No Invisível, cap. 1, A Ciência Espírita, p.34, Edições Celd.
4 Dicionário online de português, disponível em https://www.
são, por exemplo, registra diariamente os Espí-
dicio.com.br/ostensivo/.
ritos, isso o caracteriza como médium com esta 5 No caso utilizamos a 71ªedição da FEB, traduzida a partir da
O que é
o Perispírito? – Parte 2
Camadas Perispirituais
Revista de Estudos Espíritas, Ano II - n° 14, Fevereiro de 1998
N
Roberto Lota
mo artigo:
o primeiro bimestre do ano, conhe- 1. Qual parte do perispírito seria esta, que acom-
cemos um pouco mais sobre o peris- panha o Espírito durante o seu transporte?
pírito, a partir dos estudos de Paulo 2. O perispírito é divisível?
Nagae à luz de O Livro dos Espíritos e de O 3. Que laço é este que liga o perispírito e a alma
Livro dos Médiuns. Na ocasião, relembramos a à matéria?
natureza semimaterial do perispírito e de sua Vamos às reflexões!
relação direta com o fluido material de cada
globo em que o Espírito estagia. Igualmente CAMADAS PERISPIRITUAIS
estudamos a plasticidade do perispírito, afinal Parte 2
“o perispírito pode mudar e variar infinita-
mente”, como vemos em O Livro dos Médiuns, Para começar a responder às perguntas que dei-
de Allan Kardec. xamos no ar no número anterior, vamos analisar o
Agora, nesta segunda parte, iremos apro- homem, segundo a ótica da Doutrina Espírita. Nes-
fundar mais algumas pontos e, para isso, Paulo ta análise reconheceremos três elementos básicos:
profundas do perispírito (*) poderemos renovar Segundo esta visão, nós não teríamos um
a memória das vidas anteriores desse paciente. perispírito que se divide e, sim, um elemento
Em um outro livro, Da Alma Humana, de que possui várias camadas, com diferentes graus
autoria de Antônio J. Freire, observemos como de densidade.
o autor trabalha com o conceito das camadas Vamos voltar à explicação dada por Santo
perispirituais: Afonso de Liguori, sobre o fenômeno de bicor-
“O coronel A. Rochas dAiglun, um dos mais poriedade, ocorrido com Santo Antônio de
notáveis experimentadores e inovadores nos Pádua. Ele diz que o Espírito abandona o corpo,
domínios recônditos do metapsiquismo contem- acompanhado de uma parte do seu perispírito
porâneo, obteve uma comunicação medianímica e que com o corpo ficou o laço que liga o peris-
dum Espírito desencarnado que se subscrevia com pírito e a alma à matéria. Nessa resposta fica
o nome de Vincent, dizendo ser habitante de outro claro que existe um intermediário ligando o cor-
planeta. Este espírito afirmava que o perispírito é po físico ao conjunto que se desligou da maté-
constituído por uma série de invólucros, mais ou ria mais densa. E bastante lógico que essa parte
menos eterizados, de que os habitantes do mundo que ficou com o corpo físico tenha uma estru-
astral se vão desfazendo sucessivamente à medida tura íntima mais etérea que este e mais densa
que se elevam na escala de evolução, não sendo do que a parte que acompanhou o Espírito. Esta
embutidos uns sobre os outros como os tubos dum explicação tem mais sentido, se começarmos a
telescópio, mas interpenetrando-se em todas as desenhar um modelo de perispírito, baseado no
suas partes.” conceito de camadas perispirituais.
Comenta o autor: “Esta concepção só é com- Pelo que nós observamos, estes conceitos
preensível, admitindo-se que as camadas mais não são novos, pois já eram citados por Gabriel
quintessenciadas interpenetrem, sucessiva e gra- Delanne e Antônio J. Freire.
dualmente, as mais substanciais, sem que estas, Será que temos informações mais atuais
pela sua natureza mais densa, possam invadir as e também confiáveis, a respeito das camadas
mais fluídicas, pois só assim se pode compreender perispirituais?
a lógica contínua na linha de transição do corpo
físico para o espírito, ficando a camada mais tênue Continua no próximo número.
como primeiro invólucro do espírito e interpene-
trando todas as outras até a mais densa que esta- (*) Os grifos são do articulista.
rá em contato direto com o corpo físico. E assim,
fica satisfatoriamente explicado todo o mecanis- Referência bibliográfica:
mo de ligação por ação vibratória, sem confusão, DELANNE, Gabriel. “As Experiências de Renovações da
e com a autonomia das diferentes camadas que Memória” in A Reencarnação, Cap. VII, 10ª. edição, FEB, Rio
de Janeiro.
constituem o perispírito — camadas representa- FREIRE, António J. Da Alma Humana (Metapsicologia
tivas dos diversos veículos da atividade espiritual, Experimental). 2ª. edição, FEB, Rio de Janeiro.
sobrepondo-se as mais grosseiras do corpo físico Roberto Lota
para o corpo vital; reciprocamente, descendo as CELD
mais supereterizadas do espírito para as camadas Revisor da Revista CELD, evangelizador
Trabalhador OSAA e a Casa Lar Condessa Paula.
fluídicas do perispírito.”
Jesus e o Amor
Finalidade de sua vinda
ao Planeta
“Qual é, meus amigos, esse bálsamo poderoso (…), que se aplica sobre todas as
chagas do coração e consegue curá-las? É o amor, é a caridade! Se tiverdes esse fogo
Divino, o que podereis temer?
Se tiverdes amor, vereis desaparecer de vossa alma tudo o que possa manchar a sua
pureza; sentireis o peso da matéria diminuir dia a dia”.
( “O Evangelho Segundo o Espiritismo” cap.8:19)
A
Rosângela Borin
ponsabilidade é desenvolver “o gérmen de todas
valiando as dificuldades sociais que hoje as faculdades, de todas as potências que estão
atingem nosso planeta, me pus a pensar depositadas em cada um de nós”, como nos
que somente a compreensão ampla a orienta Léon Denis no livro “O Porquê da Vida”,
respeito da finalidade da vida, da imortalidade no capítulo VI, leitura indispensável a todos os
da alma, da vida futura (tendo como base a Lei que buscam o proveito para a sua reencarnação.
de Deus e a reencarnação) será capaz de trans- Assim, juntos, ou cada um de nós, auxilian-
formar o cenário planetário. do-nos mutuamente, estaremos no rumo da
Então, em minhas considerações, me veio a evolução, verdadeira finalidade de nossas vidas
absoluta certeza de que somente o AMOR, que e assim teremos também o crescimento de nos-
JESUS veio nos demonstrar é capaz de realizar sa luz interior, do nosso progresso espiritual, do
tal mudança na humanidade. AMOR em nós.
Jesus, estendendo a gratidão a todos os Espíri- “Conhecereis a verdade e ela vos fará livres”
tos que o auxiliaram, e auxiliam até hoje nesse (João 8:32), como nos afirma Jesus.
cometimento. Façamos a nossa parte!
Uma contribuição imensa a cada um de nós Observemos as orientações do Cristo Jesus
na ampliação do conceito de amor ao próximo relativas ao perdão, à caridade, ao AMOR, ainda
nos é, sem dúvida, oferecida pela Lei de Causa que com dores e lutas naturais em nosso estágio
e Efeito e a fé no futuro. Com essa compreen- evolutivo. Estaremos fortalecidos e encorajados
são, que nos acalma, responde e tranquiliza na a nos transformar para o bem, o bem nosso e de
dor que certamente persistirá por nossa condi- todos aqueles que nos acompanham na difícil,
ção evolutiva, ainda precisaremos de tempo, que mas grandiosamente bela, jornada terrena.
não será curto, para que consigamos – enquanto Finalizando, trago a visão do AMOR falada
humanidade terrestre – finalmente vivenciar em por Paulo de Tarso a seu pupilo amado Lucas,
nosso planeta as luzes da era do AMOR. o evangelista, ainda no calabouço da prisão em
Eis que a Doutrina Espírita novamente nos Roma, o AMOR que Jesus demonstrou a cada
traz a resposta, solidificando em nós a fé racioci- um de nós. Diante das atrocidades ao povo da
nada. O que estamos vivenciando é a colheita de época que ambos presenciaram, Paulo pergun-
nossa semeadura em um passado distante. É pre- tou a Lucas: “E você, desistiria do mundo quan-
ciso confiarmos naquele que nos ensinou a amar do o Cristo não desistiu de nós?
ao próximo como Ele nos ensinou e a amar ao Pai O Amor é o único caminho!
criador, com toda nossa confiança e toda nossa fé! O Amor é paciente.
Relembrando: “Jesus veio para nos trazer a O Amor é bondoso, não tem inveja, não se
Lei de Amor” (“Instruções dos Espíritos” p. 34) vangloria.
para que o homem entendesse a Lei de Amor. O Amor não desonra, não é egoísta.
Com suas ações, o Mestre ampliou em nós a O Amor não se irrita.
visão da estrada a ser trilhada no rumo da evo- O Amor se regozija com a verdade.
lução: amar a Deus com toda a tua força e o pró- O Amor não se alegra com a injustiça.
ximo como Jesus fez por nós, tendo em nossos O Amor tudo sofre, tudo crê.
corações a lembrança do que nos diz o Espírito Esse tipo de Amor…” (Paulo, Apóstolo de
Balthazar: “ou se trabalha por amor ou não se Cristo)
chegará lá” (p. 34).
Referência bibliográfica:
Precisamos criar, os que ainda não têm, o
hábito diário de meditarmos nos ensinos do KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Rio de
Janeiro:CELD, 2021
Cristo Jesus, na sua moral, no seu AMOR que DENIS, Léon. “O Porquê da Vida”. Rio de Janeiro:CELD, 2
hoje está para nós perfeitamente representado COELHO, Mario (org.). “Instruções dos Espíritos”, volume 2.
Rio de Janeiro:CELD, 2016
em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
“PAULO, APÓSTOLO DE CRISTO”. Direção: Andrew Hyatt.
Estudar e meditar sobre Jesus, buscar o auto- Produção: Sony Pictures Releasing Films e Affirm Films, EUA,
conhecimento e, finalmente, compreendermos 2018.
Kardec, renovador de
ideias e sentimentos
“O Espiritismo (...) deve lembrar aos incrédulos que acima deles reina a verdade imutá-
vel: o Deus bom, o Deus grandioso, que faz a planta germinar e as ondas se levantarem.”
(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo,5 ed. Celd, 2010, Cap.VI, item 5, 1º §.)
O Mundo em que
o Espírita Vive -
A Interconexão
Extraterrestre
O Espírito Manoel Philomeno de Mirando,
Q
Grupo de Estudos do Encontro
no livro “Transição Planetária”, alerta que a
uem nunca olhou para o céu, em uma destruição é uma necessidade para chegarmos
noite estrelada, e se perguntou: “Será à regeneração moral da humanidade e que em
que existe mesmo vida em outros mun- cada existência subiremos um degrau na escala
dos?” A pergunta em si já retira a dúvida sobre do progresso. Não, não estamos, nunca estive-
a existência, ou não, de outros mundos e agora mos e tão pouco estaremos sós; Jesus, O Gover-
queremos ir além, ter a certeza de que as outras nador planetário, que dirige nossa morada,
moradas planetárias contêm vida. envia seus mensageiros para orientar e minimi-
Até que um dia ouvimos falar de Reencarna- zar aflições.
ção, Mediunidade, Imortalidade, tudo isso sen- As mensagens que chegam do espaço através
do gerido por uma inteligência suprema com dos diversos casos ufológicos relatados sinali-
base no Amor, inseridos em um Universo onde zam, também, a mesma necessidade: “Conside-
todas as moradas são habitadas. (FOTO 2) rando a Terra um hospital de doentes de corpo e
Passamos a nos ver como realmente somos espírito, faltam a esses doentes a prática da ajuda,
conforme a colocação de Léon Denis: “Tu és da misericórdia, da paciência e do Amor.” Ou
para sempre cidadão do universo.”. O olhar ainda: nos encontramos perfeitamente informa-
agora desce e se fixa no solo, a Terra, nos- dos quanto à vossa mentalidade, conhecendo vos-
sa casa planetária, o mundo em que vivemos, so pensamento, vosso ódio, vosso modo de amar,
onde passamos por momentos de decisões, e a vossa técnica e vossos segredos de guerra, somos
crosta se altera pelas manifestações geológicas o olho técnico e observador. Citações de cunho
como se nos sinalizasse a necessidade íntima de ufológico/moral contidas no livro “Veritas Vin-
mudança. cit”, pág. 6.
Trabalho, Sobriedade,
Continência
Um encontro com o propósito e
a alegria de viver.
“O trabalho é a comunhão dos seres.
Através dele aproximamo-nos uns dos outros,
aprendemos a nos ajudar, a nos unir;
daí à fraternidade, é só um passo”
— Leon Denis – Depois da Morte, pág. 388 —
N
Luzia Mathias
ética, sendo, hoje em dia, vasto campo de estudo
este ano, o nosso tradicional EEVOLD, e pesquisa.
em sua 37ª edição, estará estudando o Sempre buscamos na biografia de Léon Denis
capítulo 52 do livro “Depois da Morte”. ilustrações para o tema que estamos estudan-
Ao juntar num só capítulo os temas do Traba- do, e essa pesquisa é sempre gratificante, mas,
lho, da Sobriedade e da Continência nos hábitos neste ano, ao buscarmos o Denis trabalhador,
de vida, Denis nos oferece uma tríade perfeita encontramos o jovem de preocupações sociais e
para nossa felicidade e bem-estar. Uma receita de hábitos tão saudáveis quanto possível, numa
de saúde espiritual, mental e física. época sem vacinas, nem antibióticos, num país
Seguindo essa trilha do patrono, percor- assolado por duas guerras, e que lhe garantiram
reremos suas ideias expostas no texto bus- lucidez e produtividade até a idade avançada de
cando dados atualizados que legitimam suas 81 anos, mesmo pelos padrões atuais.
De onde lhe vieram tal integridade física e no plano espiritual como nos prometeram nos-
mental? Tal leveza de espírito em meio a situa- so inesquecível dirigente Altivo Panphiro e, ele
ções tão adversas como trabalho infantil, situa- mesmo, o próprio Denis, afirmando que estaria
ção familiar precária, estudos irregulares, guer- ao lado de todos os seus leitores pelos laços do
ras... de onde veio? Amor.
É o que vamos esmiuçar no Encontro, pen- Esperamos que nossos amigos da querida
sando juntos, compartilhando saberes... fazendo Revista de Estudos Espiritas venham conhecer,
o que Denis se propõe a fazer: auxiliar a esclare- ou compartilhar, mais do que conhecimentos
cer uma alma em busca da verdade. sobre nosso amigo Leon Denis, mas também
Hoje em dia, como iremos ver no EEVOLD, propostas de vida saudável e feliz, no próximo
muitos cientistas, pesquisadores de diferentes dia 29 de março, fazendo desse Encontro um
áreas de conhecimento, buscam estudar os com- divisor de águas em suas vidas.
portamentos autodestrutivos, entender-lhe as Vamos nos auxiliar, uns aos outros, a fazer
causas e as motivações, propor práticas e hábitos parte, com alegria, do Trabalho Universal, encon-
propiciadores de paz e alegria de viver isentos de trando a sabedoria de viver em sua forma mais
consequências negativas que acabam por impe- saudável possível: a da harmonia com a Lei.
dir a conexão do Ser com seu papel na Criação e, Luzia Mathias
consequentemente, da própria bem aventurança. CELD
Como sempre, nós nos esforçamos para ela- Coordenadora do Encontro sobre a Vida e Obra de Léon
Denis e o grupo terapêutico “Viver em Plenitude”.
borar as conversas e os materiais para sensibi-
Palestrante Espirita
lizar os que vierem compartilhar essa manhã Escritora de alguns livros como “A Vontade”, “Cenas da vida de
de Encontro. Buscaremos mais uma vez iniciar, Léon Denis” e “Método de Autocura” da editora CELD e contri-
aprofundar, cultivar essa excepcional amizade bui com artigos para a REE desde a sua criação.
A
Sidelia Campos Xavier
migo(a) leitor(a), participar do 15º Congresso de Estudos Espíritas, que será realizado no dia
28 de abril, é não só uma experiência prazerosa, como também muito instrutiva e esclarece-
dora a respeito de determinados aspectos da Doutrina Espírita.
Os assuntos estudados e abordados por dedicados componentes de oito grupos de estudo se afi-
guram como oportunidades inadiáveis de aprofundamento de temas diversificados que se atêm aos
objetivos propostos por cada grupo.
Inspirados pelo tema central, O Mundo em que o Espírita Vive, os estudiosos procuraram conectá-
-lo às ideias pertinentes ao estudo de seus grupos, através de pesquisas na literatura espírita.
O resultado de tal esforço se reflete nos temas selecionados que, com certeza, vão ampliar e aprofun-
dar nossa visão a respeito de saberes e experiências vivenciadas em nossa cultura como seres humanos
e também como dedicados estudantes da Doutrina Espírita.
Nomeamos cada grupo de estudo, seguido de seu tema, para que o leitor possa avaliar com calma
o estudo que mais o atraia.
Amigo(a) leitor(a), sinta-se convidado(a) a estudar conosco o tema de seu interesse, interagindo
através de suas reflexões, agregando seus conhecimentos, debatendo as ideias expostas, enfim, enri-
quecendo o nosso Encontro com sua valiosa participação.
Aguardamos sua presença!
Traga também um (a) amigo(a) que também se interesse por um dos temas!