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"UMBANDA É RELIGIÃO, PORTANTO SÓ PODE FAZER O BEM –

Alexandre Cumino"

Mediunidade
INCORPORAÇÃO
UMBANDA Etiquetas: APARELHO FONÉTICO, APARELHO MOTOR,
AURA, CHACRAS, CONCIÊNCIA PARCIAL, CONSCIÊNCIA MEDIÚNICA,
CORPO ASTRAL, CORPO FÍSICO, DUPLO ETÉREO, ECTOPLASMA,
FANTOCHE, GLÂNDULA PIENAL, INCONSCIÊNCIA TOTAL,
INCORPORAÇÃO, LUVA, MARIONETE, MÉDIUM, MEDIÚNICO,
MEDIUNIDADE, PEROSPÍRITO, PLEXOS, SEMI-CONSCIÊNCIA, SEMI-
INCONSCIÊNCIA, SENTIDOS FÍSICOS, VENTRÍLOGO
1. Objetivo
Este artigo, desenvolvido de forma didática e estruturada, tem como
objetivo apresentar aos médiuns, principalmente aqueles que se
encontram em fase de desenvolvimento, os Mecanismos da
Mediunidade de Incorporação, abordando o tema com a maior
abrangência, detalhamento e simplicidade possíveis.
2. Introdução
A Umbanda tem como principal característica em seus fundamentos,
a capacidade de trazê-los ao mundo carnal, junto à prática gratuita
da caridade, através da manifestação mediúnica mais popularmente
difundida como Incorporação.
Assim, entidades e guias que trabalham para e na Umbanda,
manifestam-se via fenômeno mediúnico, que produz efeitos físicos
(aqueles que as pessoas podem ver).
Tais fenômenos, que serão objeto deste artigo, foram a mola
propulsora para a divulgação da Umbanda, além do fato de que a
maioria dos médiuns umbandistas são médiuns de incorporação, daí
a importância de estudar este tema.
3. Premissas
O caráter despretencioso deste artigo conta com as seguintes
premissas de quem toma ciência de seu conteúdo :
• Toda e qualquer informação contida neste artigo tem caráter
simplesmente elucidativo, sem a intencão de normatizar ou codificar
o tema objeto;
• Alguns sub-temas aqui abordados, deverão ter os seus respectivos
aprofundamentos em outras fontes bibliográficas, bem como em
outros tipos de fontes idôneas (tradição oral, ensinamentos de
mentores e/ou dirigentes)
• Para determinadas definições ou jargões aqui usados, pressupõem-
se que o leitor já tenha um certo tipo de contato e conhecimento
adquiridos, principalmente sobre a espiritualidade.
4. Tópicos Os seguintes grandes tópicos serão abordados, à medida
que o tema incorporação for sendo esmiuçado ao longo deste artigo :
• Incorporação – Definição
• O Médium e seus corpos
• Mediunidade
5. Incorporação

DEFINIÇÕES
1
De modo abrangente temos as seguintes definições sobre
Incorporação :
A. [do latim incorporatione] – 1. Ato ou efeito de incorporar(- se). 2. O
termo incorporação tem sido aplicado inadequadamente à
mediunidade psicofônica, pois não tem como dois espíritos
ocuparem o mesmo corpo. No entanto, alguns teóricos espíritas
afirmam que a incorporação se dá quando o Espírito, ainda que sob
o controle do médium, tem a liberdade de movimentar por completo
o corpo do mesmo, o que seria também chamado de psicopraxia.
(Espiritismo)
B. Ato em que o espírito desencarnado "entra" no corpo do médium
para uma interação com os demais encarnados. O espírito do
médium cede lugar momentaneamente para o espírito animador.
Este sempre permanece no aparelho por algum tempo, sendo
totalmente impossível uma incorporação mais duradoura
(Umbanda)
C. Fenômeno físico-espiritual produzido pela conjunção da (1)
capacidade espiritual receptiva do médium, (2) das energias do
ambiente e a (3) da capacidade de um espírito controlar as variáveis
energéticas, produzindo pela aproximação físico-astral dos corpos
médium-espírito, a manifestação física, por meio de gestos e
palavras, da personalidade e seu modo de expressão do espírito
manifestante. (Autor)
5.1. Incorporação
DEFINIÇÃO
A A definição purista espírita (Espiritismo) segue as diretrizes da
codificação básica deixada por Allan Kardec que determina que um
corpo físico não pode ser ocupado por um espírito que não seja o
próprio proprietário, daí não ser possível que um outro espírito
"habite", mesmo que temporariamente um corpo que não seja seu,
expulsando ou desalojando o seu verdadeiro dono.
Segundo esta definição, há apenas o mecanismo da psicofonia, em
que há uma manifestação pela voz de um espírito, através do
aparelho fonético físico de um médium.
Entretanto, o fenômeno da incorporação não tinha sido estudado por
Allan Kardec, ele apenas deu linhas mais gerais sobre as
manifestações mediúnicas, além disso a incorporação ao ser
estudada apresenta facetas e detalhes que ultrapassam o limite
estabelecido pela definição da psicofonia, daí não poder ser
caracterizada simplesmente como uma categoria de psicofonia.
5.2. Incorporação
DEFINIÇÃO
B A definição mais comum e simplista encontrada nos meios
umbandistas diz que a entidade "entra" no corpo físico do médium,
assim que este último já tenha se afastado.
Mas, tal definição foi criada mais pelo empirismo (experiência
vivenciada e observada, desprovida da teoria) do que propriamente
pelo estudo sistemático do fenômeno.
Os mecanismos envolvidos num fenômeno tão complexo como a
incorporação e a lógica refutam este simplismo, porque entre tal
afastamento do médium e a posterior entrada de um espírito há um
2
intervalo temporal (gap) que, por menor que fosse, criaria o
descontrole motor do corpo físico que ficaria vazio" e se
desequilibraria, podendo chegar, por força gravitacional, ao chão.
Há porém, nesta simplificada definição, os fundamentos básicos que
explicariam a verdadeira faceta fenomênica da incorporação, e que
será objeto deste estudo.
5.3. Incorporação
DEFINIÇÃO
C Através de uma abordagem mais ampla é que foi desenvolvida
esta definição.
Contém pelo menos três agentes influenciadores neste fenômeno:
médium, ambiente e espírito.
Cada um deles será abordado de modo mais detalhado e abrangente.
Destaca-se nesta definição o fato de que a personalidade do espírito
atuante é apresentada de modo explícito enquanto ocorre tal
manifestação e este ponto é muito importante para dar a
credibilidade a todos de que ali não mais está o médium e seus
modos, mas um outro ser manifestado, com características próprias
e diferentes ao do médium.
Será esta a definição utilizada neste artigo.
6.O Médium
Como ponto inicial, após a preliminar definição, será abordado todo
o universo que envolve o médium de incorporação, composto de seus
corpos, centros energéticos, órgãos corpóreos, grau de consciência, a
preparação para a reencarnação, entre outros sub tópicos.
6.1 Corpos
Qualquer espírito encarnado possui corpos astral, físico, espiritual e
mental. Algumas correntes espiritualistas citam vários corpos, o
número mais aceito no mundo são de três ou sete corpos.
Para efeito didático, este artigo assume os três corpos mais
conhecidos e aceitos:
• Corpo astral ou Perispírito
• Duplo etérico – corpo semi-material e semi-espiritual
• Corpo físico
6.1.1 Corpo Astral ou Perispírito
Este corpo é formado pelo material espiritual encontrado no estágio
evolutivo do espírito que o anima e sua forma e consistência são
criadas e mantidas pelo padrão vibracional que a mente de seu dono
é capaz de produzir
Além de servir de molde para a construção do corpo físico, é a sede
das emoções . Recebe e executa o Carma que são os impulsos
programáticos e delineadores, provindos das memórias passadas
visando o reajuste dos propósitos e ações da criatura dentro do que
determinam os princípios evolutivos, atendendo a necessidade
individual de cada ser.
Assim, o perispírito é moldado pela vontade e/ou capacidade que o
espírito tem, mas o ambiente em que se encontra também
influenciará este molde. Este corpo é capaz de manifestar,
energeticamente, o padrão mental do espírito no corpo físico,
somatizando tais estados consciencionais. Razão essa que explica

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que determinadas doenças ou defeitos físicos possam aparecer em
uma pessoa.
6.1.1.1 Corpo Astral ou Perispírito –
OS CHACRAS

Chacra Localização Cor


Coronal (Coroa) No topo da cabeça Dourada, Branca e
lilás
Frontal (terceiro olho) No meio da testa Azul
Laríngeo No meio do pescoço Azul Claro
Cardíaco Na região do coração Verde
Gástrico Na região do Amarela
estômago
Esplênico Na região do umbigo Laranja
Básico ou Sacro Na região do pubis Vermelha

6.1.1.2 Corpo Astral ou Perispírito –


A AURA
A Aura é uma espécie de membrana energética produzida pelo corpo
astral, através dos chacras e que reveste esse corpo. A Aura está a
uma distância de alguns centímetros do perispírito.
Através dos pensamentos, ações e sentimentos, um espírito é
identificado pelo seu nível evolutivo, pois a aura reflete-se através de
padrões das cores. Quanto mais brilhantes e claras as cores, mais
demonstra o equilíbrio espiritual, assim como quanto mais apagado
a cor da aura, mais materializado se está.
A aura é o elemento responsável pela troca energética entre espírito e
o ambiente.
6.1.2 Corpo Etéreo
O Corpo Etéreo ou Duplo Etérico é o corpo constituído de material
semi-físico e semi-espiritual, isto é, é constituído de substâncias
espirituais materializadas e substâncias físicas sutis.
Ele existe como ponte ou elo de ligação entre os corpos material e
espiritual, codificando e decodificando ou materializando e
espiritualizando as energias que se movimentam entre os dois
planos, o físico e o espiritual.
Este corpo é formado no momento exato da fase inicial da
reencarnação de um espírito e é destruído momentos após o
desencarne de um espírito.
Seguindo Leis Universais Espirituais, em que todo elemento físico
tem a sua contrapartida espiritual, o Duplo Etérico é a contrapartida
do corpo físico.
O Duplo Etérico ao redor do corpo física, feito uma nuvem luminosa
(em azul,)
6.1.2.1 Corpo Etéreo
PLEXOS

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O Corpo Etéreo efetua a de ligação através de centros energéticos
denominados Plexos, que nada mais são que cópias semi-
materializadas dos Grandes Chacras. O número de Plexos, portanto,
é idêntico ao dos Grandes Chacras, isto é, sete..
Os Plexos atuam diretamente no corpo físico através dos órgãos
físicos e seus sistemas (digestivo, coronário, cerebral, sexual,
glandular, entre outros).
PlexoChacra EquivalenteRegiã o
PélvicoBásico Púbis
Hipogástrico EsplênicoBaço
SolarGástrico Estômago
CardíacoCardíaco Coração
CarótidaLaríngeo Garga nta
PinealFrontal Testa
CerebralCoronal Alto cabeça
6.1.2.2 Corpo Etéreo
ECTOPLASMA
Este corpo semi-material produz uma substância tambén semi-
materail chamada de Ectoplasma, que muitas vezes pode ser vista
através de fotos.
Ectoplasma Significa: - (do grego ektos – por fora e plasma – da
forma modelar)
O ectoplasma é substância amorfa, vaporosa, com tendência à
solidificação e tomando forma por influência de um campo
organizador específico a mente dos encarnados e desencarnados.
Facilmente fotografado, de cor branca-acinzentada, vai desde a
névoa transparente à forma tangível. O Ectoplasma está situado
entre a matéria densa e a matéria perispirítica (duplo etéreo), pode
ser comparado à genuína massa protoplasmática, sendo
extremamente sensível, animado de princípios criativos, que
funcionam como condutores de eletricidade e magnetismo, mas que
se subordinam, invariavelmente, à vontade do medium, que os
exterioriza ou dos Espíritos desencarnados ou não, que sintonizam
com a mente mediúnica.O ectoplasma seria substância originária no
protoplasma das usinas celulares. O Ectoplasma doado pelo médium
depois da moldagem pelo processo de condensação voltará à sua
fonte por mecanismo inverso.(fonte : Centro Espírita Ismael)
O ectoplasma quando produzido é expelido através dos orifícios
nasais, auditivos e bocal.
Nota-se que o ectoplasma pode ser utilizado nas manifestações
mediúnicas de efeito físico, incluindo curas, cirurgias espirituais,
entre outras.
6.1.2.3 Corpo Etéreo
CAMPO MEDIÚNICO
Outro elemento importante gerado pelo Duplo Etérico é o Campo
Mediúnico, que é uma espécie de Aura mais materializada e com
propriedades magnéticas, contendo fluidos próprios e propícios às
manifestações mediúnicas.
Quando, em sua preparação cármica para uma nova encarnação, o
espírito pré-reencarnante ter escolhido ou sido compelido a
melhorar-se pela mediunidade, seus corpos receberão uma camada
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adicional, o Campo Magnético, que o habilitará à mediunidade. Isto
explica o porquê que todas as pessoas ter certo grau de sensibilidade
mediúnica, mas nem todas pessoas são médiuns
Este campo mediúnico permite que o médium sinta/pressinta
vibrações sutis em um ambiente ou até mesmo a aproximação de
algum espírito.
Este campo tem como propriedades:
- Receptor das energias sutis ambientais ou de espíritos
- Protetor contra investidas de baixas vibrações
- Serve como suporte básico para o desenvolvimento constante da
mediunidade
- Reservar substancialmente energias que são utilizadas nos
processos mediúnicos, evitando que o médium recorra aos seus
estoques comuns de energias.
Ilustração do Campo Magnético, em volta da aura e do duplo etérico
e realizando as funções de proteção e reserva energética.
6.2 Corpo Físico
O corpo físico ou corpo somático é o veículo de expressão de um
espírito com o mundo material. É constituído por energia
condensada, isto é, energia que vibra em baixíssima freqüência. Este
corpo é reflexo direto do corpo espiritual. Assim, qualquer
desequilíbrio no corpo astral, o corpo físico refletiria através de
doenças, desequilíbrios mentais, desequilíbrios orgânicos, gastos
energéticos excessivos, etc.
O corpo físico é constituído de órgãos que compõe vários sistemas,
temos, então, o sistema respiratório, digestivo, ganglionar, etc.
Todo este organismo consome energia e é mantido através de
processos respiratórios e alimentares, pelo lado material. Pelo lado
espiritual este organismo físico é mantido pelo corpo astral, que
envia-lhe energias sutis, através dos chacras ou centros energéticos.
O corpo físico é a manifestação física do espírito, seu padrão
vibratório, seu carma e sua condição evolutiva.
É através do vaso carnal, que o espírito encarnado expressa a sua
personalidade espiritual, limitada pelo impositivo material, ela tem
campo restrito de expansão espiritual. A mediunidade e seus
fenômenos propiciam certa ampliação nas percepções do espírito
encarnado.
6.2.1. Corpo Físico
SENTIDOS FÍSICOS
O corpo físico é regido pelos cinco sentidos físicos básicos: visão,
paladar olfato, audição e tato.
Ele estaria praticamente limitado às sensações materiais se não
existissem ligações com o plano espiritual, através da interação física
do vaso físico com os outros corpos mais sutis.
Esta interação produz um sexto sentido ligado à mediunidade, sendo
que a mais comum é a intuição que é a capacidade de sentir
vibrações, mesmo à distância, sejam elas ligadas a fatos presentes,
passados ou futuros. Esta capacidade pode ser mais bem
desenvolvida quando a pessoa passa a dar a devida atenção e
começar a "ouvir" esta espécie de voz interior que muitas vezes serve
como alerta ou bússola nas escolhas a serem feitas.
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6.2.2. Corpo Físico
APARELHO FONÉTICO Um dos principais sistemas físicos
existente no corpo, ligada à capacidade comunicativa de uma pessoa
é o aparelho fonético. Este é capaz de emitir som a voz, dando ao
espírito encarnado a oportunidade de ser compreendido e interar
com as demais pessoas.
Este aparelho, por essa grande capacidade, é um dos instrumentos
mais utilizados nas manifestações espirituais, pela facilidade com
que os espíritos comunicantes encontram de usá-lo.
Nos mecanismos da incorporação, a comunicação verbal é
demasiadamente explorada pela forma simples e descomplicada de
trazer as mensagens às pessoas.
6.2.3. Corpo Físico
APARELHO MOTOR O aparelho motor, constituído principalmente
pelos membros superiores (mãos e braços) e inferiores (pernas e pés)
possibilita ao espírito encarnado a possibilidade de mover-se, além
da capacidade também de expressar-se por gestos e movimentos.
Através da locomoção e os gestos, o ser humano tem a capacidade de
viver em sociedade e manter relações sociais.
Dentro do fenômeno da incorporação, outro conjunto muito utilizado
em consórcio ao aparelho fonético, é o aparelho motor. Este
possibilita que um espírito utilize-se do corpo físico de um médium e
movimentá-lo, criando condições de expressões e comunicações.
6.2.4. Corpo Físico
GLÂNDULA PINEAL
No corpo somático, existe uma glândula chamada Pineal, localizada
no interior do cérebro, também chamada epífise do encéfalo.
Erroneamente pensa-se que a Pineal possa ser considerada a
glândula material que seja o centro da mediunidade.
Mas, a Pineal é um dos pontos físicos importante para a interação
entre o mundo material e o espiritual, porque ela converte impulsos
eletromagnéticos em estímulos neuroquímicos.
Na mediunidade, esta glândula tem fundamental papel, uma vez que
a mediunidade também é um atributo biológico, isto é, os corpos,
inclusive o físico, têm preparo adequados para o mediunato.
6.2.5. Corpo Físico
RELAÇÃO ENTRE OS TRÊS NÍVEIS
Abaixo segue a relação existente entre os níveis que compõe o
complexo instrumento do ser humano
Nível EspiritualNível SutilNível Físico
PélvicoBásicoGô nadas
HipogástricoEsplê nicoBaço
SolarGástricoPâ ncreas
CardíacoCardíacoTimo
CarótidaLaríngeoTireó ide
PinealFrontalHipó fise
CerebralCoronalPine al
7. Mediunidade
Abaixo, algumas definições mais comuns sobre a Mediunidade:
1. Faculdade que a quase totalidade das pessoas possuem, umas
mais outras menos, de sentirem a influência ou ensejarem a
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comunicação dos Espíritos. Em alguns, essa faculdade é
ostensiva e necessita ser disciplinada, educada; em outros,
permanece latente, podendo manifestar-se episódica e
eventualmente.
2. É a faculdade que toda pessoa que sente, em qualquer grau, a
influência de espíritos. É, portanto a capacidade de uma pessoa
que serve de ponte de comunicação entre o mundo espiritual e
material.
3. Natural aptidão para intermediar os Espíritos. É atributo do
espírito, patrimônio da alma imortal.
4. A faculdade medianímica prende-se ao organismo; ela é
independente das qualidades morais do médium, e é encontrada
nos mais indignos como nos mais dignos. Não ocorre o mesmo
com a preferência dada ao médium pelos bons Espíritos.
5. A mediunidade existe independentemente das condições morais
da pessoa, entretanto, uma boa condição moral, pela lei de
afinidade, facilita atrair Espíritos cada vez mais adiantados.
6. É um compromisso de espíritos muitos endividados; é a última
chance, na expressão popular.. Só se dá remédio melhor ao
doente mais grave; à exceção de alguns poucos médiuns, que eu
chamaria de raros, cuja vida é apostolar e que vêm na Terra em
verdadeiras missões, nós outros, a grande maioria, somos
constituídos de espíritos em reabilitação. Então eu diria aos
companheiros de luta que a mediunidade é uma terapia que a
divindade nos dá para o nosso reequilíbrio. Como somos
criaturas muito frágeis sob muitos aspectos e vivemos numa
cultura de muitas facilidades, tenhamos cuidado. Quando o
médium parece estar ornado de apogeu, de facilidades, está em
perigo. Quando ele está com desafios, está no mesmo trilho de
Jesus. (Divaldo P. Franco)

7.1. Mediunidade
CONCLUSÕES
Pelo que pôde ser verificado, conclui-se que:
• Apesar de qualquer pessoa ter certo grau de mediunidade,
caracteriza- se
como mediunidade aquela que produz de modo ostensivo,
fenômenos de natureza espiritual verdadeiros.
• A mediunidade não é um dom que torna aquele que a detém,
melhor ou mais poderoso que outras pessoas.
• É um compromisso que espíritos endividados, salvo exceções,
assumem para redimir suas faltas, reequilibrando seu ser
perante a vida e harmonizando suas energias através do
trabalho árduo da mediunidade que é colocar em prática a
caridade gratuita.
• Independente do grau de evolução espiritual ou elevação moral, a
mediunidade poderá aparecer em uma pessoa.
A mediunidade está ligada, também, aos aspectos orgânicos de um
indivíduo independente de sua crença, raça, idade, classe social
ou condição moral.

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8. Incorporação
MODELOS SIMBÓLICOS
Este artigo já apresentou a definição da incorporação, os corpos
existentes e suas interações e a definição geral de mediunidade.
Tudo isso para introduzir conceitos que daqui para frente serão
necessários para melhor compreensão dos mecanismos
envolvidos na incorporação.
Serão apresentados quatro modelos que tentam explicar, por
comparação simbólica o fenômeno da incorporação e para efeito
didático, não será abordado neste momento o grau de
consciência que existe no médium.
Estes modelos são meras hipóteses que procuram explorar qual
seria a complexidade existente nos mecanismos da mediunidade
de incorporação.
Em seguida, será discutido qual ou quais dos modelos melhor se
adequariam ao processo de incorporação.
O fantoche
A marionete
A luva
O ventríloco

8.1.1. Incorporação
MODELO O FANTOCHE
Este modelo simboliza a interação entre a (a) entidade
manifestante, (b) o médium, (c) seus corpos e (d) as energias
manipuladas.
(a) A entidade seria representada pelas mãos humanas da figura ao
lado, simbolicamente na parte superior (maior elevação
espiritual). Ela é quem faz o fantoche (o corpo do médium)
movimentar-se de acordo com sua vontade, inteligência e
capacidade.
(b) O médium fica à mercê da vontade da entidade, obedecendo-a
mecanicamente
(c) Os corpos do médium são representados pelo fantoche e sua
sombra. O fantoche é o corpo físico e a sombra seria o
perispírito afastado.
(d) As energias seriam os fios que unem os chacras da entidade e
os corpos do médium. Essas energias fariam contato entre
entidade e os chacras, plexos e órgãos do médium.

8.1.2. Incorporação
MODELO A MARIONETE
Este modelo simboliza a interação bem mais próxima entre (a) a
entidade manifestante, (b) o médium, (c) seus corpos e (d) as
energias manipuladas.
(a) A entidade seria representada pela mão humana da figura ao
lado, ela é quem faz a marionete (o corpo do médium)
movimentar-se de acordo com sua vontade, inteligência e
capacidade, para tanto, ela "entra" com o seu corpo espiritual,
no corpo físico do médium.

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(b) O médium fica à mercê da vontade da entidade, obedecendo-a
mecanicamente
(c) Os corpos do médium são representados pela marionete. A
marionete é o corpo físico e a parte cinza seria o perispírito.
(d) As energias estariam no ponto de contato entre a mão (entidade)
e os corpos do médium.

8.1.3. Incorporação
MODELO A LUVA
Este modelo simboliza a interação bem mais próxima entre a (a)
entidade manifestante, (c) o corpo físico do médium e (d) as
energias manipuladas.
(a) A entidade seria representada pela mão humana da figura ao
lado que ocupa o interior da luva, ela é quem faz a luva (o corpo
do médium) movimentar-se de acordo com sua vontade,
inteligência e capacidade, para tanto, ela "entra" com o seu
corpo espiritual, no corpo físico do médium. A mão seria a
inteligência e a luvas o meio pelo qual a mão se manifesta.
(b) O médium fica à mercê da vontade da entidade, obedecendo-a
mecanicamente
(c) O corpo físico do médium é representado pela luva que se molda
à vontade do espírito manifestante.
(d) As energias seriam manipuladas no espaço existente entre a
mão e a luva, ou seja, haveria uma interação energética muito
próxima entre espírito comunicante e corpo físico do médium.

8.1.4. Incorporação
MODELO O VENTRÍLOCO
Este modelo simboliza a interação próxima entre a (a) entidade
manifestante, (b) o médium, (c) seus corpos e (d) as energias
manipuladas.
(a) A entidade seria representada pelo ventríloco que se coloca logo
atrás ao corpo físico. Ela colocaria uma de suas mãos
(simbolizando certo controle motor) por dentro do corpo físico,
exercendo sobre ele, sua vontade.
(b) O médium fica à mercê da vontade da entidade, obedecendo-a
mecanicamente
(c) O corpo físico do médium é representado pelo boneco que recebe
comandos motores, se movimentando de acordo com a vontade
do espírito atuante.
(d) As energias estariam transitando entre o ventríloco (espírito) e o
boneco (corpo físico).

8.2. Incorporação
ANALISANDO CADA MODELO
A partir dos modelos hipotéticos apresentados, em que cada um
propõe, por meio de simbologia comparativa, explicar o
fenômeno da incorporação, este artigo pretende abordar cada
modelo determinando pontos favoráveis e desfavoráveis de cada
um deles

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8.2.1. Incorporação
ANALISANDO CADA MODELO
O fantoche Este modelo tem como ponto favorável o fato de
explicar tanto o fenômeno mediúnico da incorporação (espírito
desencarnado manifestado num corpo físico) quanto o outro
fenômeno mediúnico denominado de Transe (Orixá
manifestando suas características através do uso de um corpo
físico) – este fenômeno será abordado em outro tópico, como
apêndice, neste artigo para efeito de diferenciação entre
incorporação e transe.
Neste modelo não há a "entrada" do espírito no corpo físico do
médium, há apenas o uso à distância do corpo físico através da
manipulação e ligação energética de duas personalidades
(entidade e médium) por meio dos chacras, plexos e órgãos.
Por outro lado, essa distância existente propicia possíveis
problemas de comunicação e controle por parte da entidade
manifestante, que teria dificuldades em dominar toda a
complexidade do fenômeno. Sendo assim, a participação do
médium seria fundamental, apesar de afastado ligeiramente,
teria ainda certo controle sobre seu corpo físico.
Não havendo a entrada da entidade, não haveria problema para
explicar o fato
que um corpo físico foi feito apenas para um espírito
encarnante. Entretanto
o fenômeno seria equivocadamente chamado de incorporação, já
que de fato
não existe a incorporação física ou entrada no corpo físico pela
entidade.
8..2.2. Incorporação
ANALISANDO CADA MODELO
A marionete
Este modelo tem como ponto principal o fato de mostrar que o
espírito
manifestante "entra" no corpo físico do médium enquanto que
este está
afastado. Também demonstra, neste modelo, que as feições
faciais e os
movimentos motores do corpo físico, passam a ser da entidade.
Como ponto desfavorável, este modelo não consegue explicar
que o que
acontece entre os momentos de afastamento do médium (e sua
posterior perda
de controle motor) e a aproximação da entidade (e seu posterior
domínio
sobre os controles motores do corpo físico "emprestado" ).
Tal instante (ou gap) poderia levar à queda do corpo físico ao
chão. Também,
como fator desfavorável, este modelo contrapõe-se em relação de
que um corpo
físico só pode ser habitado pelo espírito "dono" e mais ninguém.
8.2.3. Incorporação
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ANALISANDO CADA MODELO
A luva
Este modelo tem como característica mostrar que o espírito
manifestante
entra" no corpo físico do médium enquanto que este está
afastado. Também
demonstra, neste modelo, que as feições faciais e os movimentos
motores do
corpo físico, passam a ser da entidade, significando que o
controle é maior
do que no modelo Fantoche.
Como ponto desfavorável, este modelo não consegue explicar
que o que
acontece entre os momentos de afastamento do médium (e sua
posterior perda
de controle motor) e a aproximação da entidade (e seu posterior
domínio
sobre os controles motores do corpo físico "emprestado" ).
Tal instante (ou gap) poderia levar à queda do corpo físico ao
chão. Também,
como fator desfavorável, este modelo contrapõe-se em relação de
que um corpo
físico só pode ser habitado pelo espírito "dono" e mais ninguém.
8.2.4. Incorporação
ANALISANDO CADA MODELO
O ventríloco
Assim como o modelo Fantoche, este modelo tem como
característica demostrar
que o espírito manifestante não "entra" no corpo físico do
médium enquanto
existe a incorporação. Ele atua através da ligação chacra-chacra
(espírito e
médium) dominando de modo imparcial o controle motor do
corpo físico. O
modelo também sugere que a transmissão do pensamento da
entidade através do
aparelho fonético do corpo físico do médium é feita como se a
entidade
estivesse "ditando" as palavras para a mente do médium e este
transmitiria
isso pela fala, caracterizando que mais de uma modalidade
mediúnica estaria
presente durante a incorporação: a irradiação intuitiva.
Como ponto desfavorável, este modelo demonstra que a entidade
teria controle
parcial sobre o corpo físico do médium e nem mesmo as
expressões faciais
estariam fielmente representando a vontade da entidade.
8.3. Incorporação
CONCLUSÕES PARCIAIS
Pôde-se observar que os modelos hipotéticos não explicam
12
totalmente o
fenômeno da incorporação, uma vez que o elemento "grau de
consciência
mediúnica" não foi considerado neste momento, para efeito de
compreensão.
Também, esses modelos servem apenas para uma comparação
simplista de um
processo bem mais complexo que é a incorporação.
Se alguns modelos estiverem mais próximos da realidade que os
outros, isso
vai depender do nível de interação entidade-médium. Se os
modelos Fantoche e
Ventríloco forem os mais realistas, pode-se afirmar que não
existe a
incorporação (entrada do corpo epiritual da entidade no corpo
físico do
médium), entretanto, como se explicaria as mudanças
comportamentais e
físicas no corpo físico do médium?
Para responder a esta pergunta, a partir de agora será abordado
o tema "grau
de consciência mediúnica".
9. Grau de Consciência Mediúnica
Grau de consciência mediúnica, como definição, é a medição da
capacidade do
médium sentir, presenciar e participar, de modo consciente (ter
ciência de
que algo ocorre), de um processo mediúnico e isso depende de
inúmeros
fatores.
Esta medição tem a seguinte macro-escala:
• Consciência Total
• Semi-consciência ou Consciência Parcial ou Semi-inconsciê
ncia
• Inconsciência Total
Nesta macro-escala de consciência, há variantes que
determinam estágios
intermediários entre um e outro grau, isto é, existem processos
de
incorporações situados em um ou outro grau de consciência
dependendo de
diversos fatores influenciadores sobre o fenômeno mediúnico.
Estes fatores
serão abordados adiante.
Pode-se perceber que não existe uma linha divisória exata entre
os três
principais graus de consciência, mas sim há interpolação ou
interação entre
um e outro grau de consciência (zona de interação).

13
O dado sobre o percentual apresentado, na figura, foi colhido
através da
observação do fenômeno sobre o próprio autor e sobre outros
médiuns, através
da pesquisa de campo ao longo dos anos e de informações
colhidas em livros
que se dedicaram, de modo sério e metódico, ao assunto.
Percebe-se, portanto, que a maioria das manifestações
mediúnicas da
incorporação está situada próxima a um grau maior de
consciência. Esta
afirmação não quer dizer o mesmo que há mais médiuns
conscientes do que
inconscientes, quer dizer sim que a maioria dos médiuns tem
mais
incorporações próximas da consciência total do que das
inconscientes.
De 85 a 95% de todas as incorporações que ocorrem há certo
grau de
consciência envolvida, isto é, o médium neste momento está
interagindo nas
incorporações.
Com isso o artigo quer afirmar que não é o médium que detém o
grau de
consciência, mas quem detém ou determina isso é o complexo
conjunto de
fatores envolvidos no fenômeno da incorporação (médium,
energias, ambiente,
entidade).

Retirado do site: TUCT - TEMPLO DE UMBANDA CABOCLO


TUPI .
Angela
A Transcendental Mediunidade de Efeitos Físicos
Carlos de Brito Imbassahy
http://aeradoespiri to.sites. uol.com
br/A_ERA_DO_ ESPIRITO_ -_Portal/ ARTIGOS/ArtigosG
Rs3/A_TRANSC_ MEDN_EFEI_ FIS_CBI
html

Na epígrafe do seu livro “Recherches sur la Médiumnité” Gabriel


Delanne
transcreve um pensamento de Kant que ouso traduzir:

Breve, e o tempo se torna próximo, chegar-se-á a demonstrar que a


alma
humana pode viver desde esta existência terrena, em comunicação
estreita e
indissolúvel com as Entidades imateriais do mundo dos Espíritos;
será obtido
14
e provado que este mundo atua indubitavelmente sobre o nosso e lhe
comunica
as influências profundas das quais o homem atualmente não tem
consciência,
mas que reconhecerá mais tarde.

Immanuel Kant, filósofo alemão de Königsberg destaca-se por três


grandes
temas que abordou: A Crítica da Razão Pura (penso logo existo),
Fundamentos
da Metafísica dos Costumes e, com especial atenção para o lado
crítico
filosófico, o seu trabalho relativo à Imanência e o
Transcendentalismo que
resultou na consideração de que ele teria criado a Escola
Transcendentalista
onde, provavelmente, teria reafirmado sua posição de A Religião nos
limites
da simples razão.

Ora, Kant falecera em 1804, praticamente meio século antes de A.


Kardec
tomar conhecimento das mensagens mediúnicas que redundaram na
sua grandiosa
obra da Codificação Espírita. Como tal, não poderia se anteceder aos
conceitos espíritas.

Por outro lado, o mestre lionês veio a falecer em 1869, exatamente


na época
em que a rainha da Inglaterra convocara um grupo de cientistas
britânicos
para provar que o “fantasma” (ghost) não existia e que tudo não
passava da
criação da mente humana, a fim de que ela pudesse pôr termo às
aparições dos
castelos medievais da sua coroa.

Com isso, quando Kardec escreveu “O Livro dos Médiuns” dedicado à


apreciação
dos aludidos fenômenos considerados transcendentais de
comunicação com os
“mortos” o grupo inglês de pesquisas ainda não tinha tomado pé da
situação,
motivo pelo qual Kardec não pôde tirar suas conclusões a respeito
das
descobertas feitas dentro dos fenômenos hoje conhecidos como
ectoplásmicos e
que Kardec denominou de “fenômenos de efeitos físicos”.

Por isso, talvez, ele não tenha dedicado maiores atenções aos
mesmos,
15
limitando-se a considerar a existência dos médiuns em questão,
apenas, numa
parte do capítulo XIV do referido livro.

Quando as Entidades espirituais nos disseram que poderíamos


constituir um
grupo de trabalhos para pesquisas ectoplásmicas, a primeira coisa
que fiz
foi sair em pesquisa de literatura que me pudesse dar uma base de
estudos a
fim de não entrar como neófito nos trabalhos que deveríamos
realizar.

Assim foi que encontrei uma obra do Monsieur Dussard (1905)


editada em
francês onde ele transcrevia todo o arquivo da Sociedade Dialética de
Londres (London’s Dialectical Society) relativo às pesquisas de Sir
William
Crookes, inclusive com depoimentos dos participantes do grupo de
trabalhos e
dentre eles o de Sir Cromwell Flewetwood Edington Varley, famoso
engenheiro
eletrônico que construiu o primeiro cabo submarino de telefonia
entre
Londres e Nova Iorque, além de ter criado a célula foto-elétrica
primitiva
para controlar a saída e entrada dos “fantasmas” na cabine onde
estava o
médium e demais aparelhagem de controle usada durante as
pesquisas.

Foi em seu depoimento que encontrei a explicação para o emprego


do termo
“ectoplásmico” usado inicialmente por Ch. Richet – sem citar a
origem – para
definir os aludidos fenômenos hoje utilizados por muitos com
impropriedades
atribuindo-o ao fisiologista francês da Sorbone.

O que Varley informa é que uma Entidade materializada a partir da


mediunidade de Dunglas Home teria informado que tirava do
ectoplasma celular
orgânico – com destaque para as células dos vegetais – a energia
para
produzir tais fenômenos.

Evidentemente, não poderia ser o próprio ectoplasma estudado em


Citologia
que entraria em jogo porque, senão a célula da qual ele fosse
retirado
sofreria sérios danos; no caso, dentro da concepção quântica do
16
fenômeno
físico, o que se aduz é que a energia fornecida pela catálise
mediúnica é
produzida pela vibração do ectoplasma celular, assim como um som
pode ser
obtido a partir de uma corda de violão sem que a corda saia do
instrumento.

No entanto, há gente garantindo que o ectoplasma dos fenômenos é


aquela
réstia luminosa que se interpõe entre o médium e a aparição no
momento da
foto, quando, na verdade, o que a câmera fotografa é a própria
atmosfera
mais densa iluminada pelo seu próprio flash.

Torna-se, pois, importantíssimo que se analise tal tipo de fenômeno


sob uma
observação científica rigorosa para que não se emita tolices a seu
respeito.

Quando a energia ectoplásmica cria uma corrente entre o médium e


a
materialização, ocorre um fenômeno idêntico ao sonoro, em que o
ambiente
fica impregnado pelas ondas acústicas emitidas, capazes de quebrar,
até,
copo de cristal, todavia, o som, ali, é apenas representado por uma
onda
quântica de energia que se propaga através do meio ambiente.
Ninguém
fotografaria essa onda sonora: o resultado não mostraria nada
porque sua
intensidade não modifica a camada de ar como ocorre com os
fenômenos de OEM,
com vibrações superiores a 1 megahertz. O próprio campo que
envolve fios
elétricos de alta tensão cria uma aura em seu entorno, por vezes
visível, em
fios expostos ao tempo, durante tempestades.

Nas ditas “sessões de materialização”, para que o fenômeno se torne


possível
é criada uma nova densidade ambiental facilmente percebida pelo
tato, pois
a região atingida pela criação do campo parafísico propício ao
fenômeno se
esfria e torna-se mais denso, motivo pelo qual reflete a luz do flash
da
máquina fotográfica. E o curioso é que esta camada mais fria fica
acima da
17
camada inferior mais quente, contrariando o princípio físico da
gravidade.

Outra coisa que nosso grupo pôde constatar é que o fenômeno se


apresenta de
modo bipolar, como a eletricidade, havendo necessidade da presença
de outro
médium no ambiente, além do que produz o fenômeno, para que a
energia
ectoplásmica funcione, tal como a elétrica através dos aparelhos que
movimenta e atua.

O provável é que nas demais sessões já realizadas, sempre, deveria


haver
outro médium, sem que fosse detectado pelos observadores.

Os espectrômetros são muito importantes nessas pesquisas, pois


eles são
capazes de registrar a presença do aludido “fantasma” que, ao se
materializar, aumenta o campo energético do ambiente na região em
que ele se
forma; no caso da mistificação, não haverá nenhum aumento porque
o
mistificador já é componente do campo ambiental, sem acrescentar
nada a ele.

Geralmente, usados por quem saiba, inicialmente, estes aparelhos


têm que ser
zerados em decorrência dos campos criados pela fiação elétrica do
cômodo
onde vá ser realizado o trabalho, a fim de que possa registrar
qualquer
alteração havida sem necessidade de maiores cálculos, ou seja,
bastando a
leitura direta dos seus valores.

Uma das características essenciais dos trabalhos de materializações,


como
dissemos, é o esfriamento das camadas superiores do ambiente sem
que os
aparelhos registrem nenhuma variação energética de campo, o que
significa
dizer que, apesar de estarem sob ação das radiações ectoplásmicas,
os campos
energéticos não variaram. E o curioso é que um ventilador não influi
na
atmosfera mais fria, o que demonstra que não é o ar, mas algo
estranho que
faz este ambiente ficar com temperatura mais baixa. Dá para sentir
frio,
mesmo no verão.
18
Os aparelhos também não registram nenhuma variação cinética no
movimento
anômalo de objetos, mas, tão logo uma aparição se faz presente,
mesmo que
seja o de uma simples mão com uma folha fosforescente,
imediatamente, o
aparelho registra um aumento de campo como se ali tivesse entrado
uma nova
fonte.

Se uma pessoa presente se move, o aparelho registra a modificação


do campo
produzido pela presença dos participantes, o que evita que qualquer
deles
possa atuar na fenomenologia.

Também nada se registra durante o fenômeno de tiptologia, quando


eles estão
escrevendo por batidas. A conclusão óbvia, portanto, é que os
Espíritos
presentes não podem ser detectados pelo aparelho senão quando se
materializam, ou melhor, se revestem de forma material aparente.

Crookes foi obrigado a usar recursos os mais diversos para não


permitir que
fosse enganado por mistificações, mas, em sua época, não existia a
condição
atual de que se dispõe e ele foi o único que usou de controles
energéticos
para comprovar a verdadeira existência do fenômeno em si, com
ajuda da
aparelhagem montada por Varley.

Pena é que Kardec não pudesse tomar ciência dos resultados de


suas pesquisas
e tirar suas próprias conclusões doutrinárias.

Em 1874, depois de mais de seis anos de pesquisas, coadjuvado


pelos mais
importantes cientistas do reino em sua época, William Crookes inicia
seu
relatório à rainha Victoria dizendo:
“Se Vossa Majestade me convocou para provar que o fantasma
(ghost) não existe, sou obrigado a dizer que ele existe”. E está
encerrada a sessão.
Recebido do próprio articulista via e-mail em 23 de outubro de 2008
- 16h46m

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