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SÉRIE: DESVENDANDO AS PARÁBOLAS DE JESUS

ESTUDO: O CREDOR INCOMPASSIVO


TEXTO DE REFERÊNCIA - Mateus 18:23-35

INTRODUÇÃO
Ao lermos essa parábola precisamos ter em mente que estamos falando sobre perdão e
misericórdia de um lado e sobre egoísmo e ingratidão do outro. Esses elementos antagônicos
revelam a natureza misericordiosa e justa de Deus e a natureza caída, egoísta e ingrata humana em
um mesmo contexto.

DESENVOLVIMENTO
1. Você tem reconhecido a imensidão do amor, da misericórdia e da graça de Deus
na sua vida e tem manifesto isso ao seu próximo?
O ser humano, via de regra, é regido por sistemas neurológicos de valoração emocional, onde, aquilo
que foi aprendido e desenvolvido como sendo mais importante emocionalmente para ele, seja bom
ou ruim, vai reger seus pensamentos e seus comportamentos.

Essa realidade é muito clara na parábola, pois pelo desenrolar da história vemos um rei que tem como
base valores de justiça (v. 23-25), compaixão (v.27) e assertividade (v.32-35) regendo suas decisões e
modificando drasticamente por três vezes o destino de alguém que lhe devia muito. Em um primeiro
momento vemos a justiça se manifestando, já que de fato o servo devia uma quantia de dinheiro imensa
e era justo que este fosse obrigado a pagar. Porém, ao se deparar com um homem desesperado e incapaz
de pagá-la, esse rei foi comovido com as palavras de seu servo e teve compaixão pela vida dele e por sua
família que seria escravizada. Por fim, ao ver o egoísmo, a ingratidão e a maldade do servo ao qual tinha
perdoado, voltou a exercer justiça com assertividade e condenou o homem.

No outro lado, vemos um homem que tem como base sentimentos mesquinhos, tais como egoísmo (v.
29-30), ingratidão (v. 27-28) e maldade (v. 30) regendo suas decisões e cegando-o para tudo o que lhe
sucedera diante de seu rei e de sua imensa misericórdia. Ao ver a pessoa que lhe devia uma merreca,
seu coração se encheu de ira, revolta e sentimento de vingança, fazendo-o esquecer completamente de
todo o bem que acabara de receber de seu rei e apenas enxergando o que era de seu interesse imediato,
que era receber de volta seu dinheiro. Tomado desses sentimentos, não aceitou os pedidos de
misericórdia e mandou prender àquele que o devia. Sua cegueira espiritual, ingratidão e egoísmo não
passaram desapercebidos e logo chegou ao conhecimento de seu rei que lhe deu a devida paga pela
forma como ele agiu sem misericórdia com alguém que lhe devia infinitamente menos.
SÉRIE: DESVENDANDO AS PARÁBOLAS DE JESUS

Fazer uma varredura interior vai deixar claro do que nosso coração está cheio e quem tem comandado
ele. A Bíblia fala que onde estiver seu tesouro ali estará o seu coração (Mt 6:21). Sendo assim, como
temos enxergado a nossa vida cristã e nossas relações? Temos exercitado o perdão?

2. Benefícios da Gratidão a Deus e do Amor ao Próximo


a) Coração transformado: Reconhecer o perdão e a graça de Deus, encontrar-se com Cristo e ser
cheio do Espírito Santo produzem a transformação necessária para uma nova vida na presença
de Deus e para o efetivo exercício do amor ao próximo . Exemplo: o Ap. João, que começou como
alguém vingativo (Lc 9:54) e foi transformado em um pastor amoroso (1 Jo 2:1-2).
b) Mudanças de valores e prioridades: A gratidão e o amor fazem com que aconteça uma
tremenda mudança na forma como encaramos tudo. O mundo que era visto como algo a ser
conquistado, passa a ser visto como apenas um local de passagem para a verdadeira pátria (Hb
13:14). As pessoas que eram vistas como alguém para satisfazer desejos e necessidades, passam
a ser vistas como almas para serem ganhas para Cristo (Rm 1:16-17). E assim por diante.
c) Proteção contra o mal que habita em nós: Estar vigilante em relação aos nossos sentimentos
e nos revestindo da armadura de Deus podemos resistir contra as astutas ciladas do inimigo. A
nossa luta não se dá mais contra tudo e contra todos, agora se dá no campo espiritual contra
potestades e principados (Ef 6:10-20) e na nossa mente (Gl 5:16-22) que, quando dominada por
sentimentos ruins, fica obstinada em querer nos destruir e destruir nossas relações.
d) Capacidade de exercer o perdão genuíno: Quando somos alcançados pela graça e amor de
Deus e reconhecemos isso sendo gratos e nos tornando discípulos de Cristo (Jo 8:31 -32), somos
capacitados a exercer o verdadeiro perdão ao nosso próximo (Cl 3:12-15), pois entendemos que
não há nada que ele possa fazer contra nós que esteja acima da condenação eterna que
merecíamos (Rm 3:23), e, mesmo assim, Deus nos perdoou e nos resgatou completamente,
devendo eu fazer o mesmo em relação ao meu ofensor (Mt 6:14 -15).

CONCLUSÃO
A lição que Jesus ensina com essa parábola é a importância de refletirmos sobre o que está regendo
nosso coração, o quão grato ou não somos por quem Ele é e fez, o quanto disso estamos refletindo nas
nossas relações com o nosso próximo e que o perdão ao próximo é um princípio e uma ordenança
inegociável para que alcancemos perdão e misericórdia do nosso Pai celestial.

Grupo de Estudos de PG - Ministério de Pequenos Grupos


Igreja Batista El Shadday de Arapiraca

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