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TEXTO BASE

DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS SURDOS

GRACY KELLY AMARAL BARROS

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1. ESTUDOS SURDOS

Os Estudos Surdos são vertentes dos Estudos Culturais. O que são esses Estudos
Culturais?
O primeiro programa de pós-graduação em Estudos Culturais foi no Center of
Contemporary Cultural Studies da Universidade de Birmingham em 1964, as primeiras
publicações sobre essa área de estudo estão nas obras: The Making Of The English Working
Class (1963) de Edward P. Thompson; Culture and Society (1958) de Raymond Williams e
The Uses of Literacy (1957) de Richard Hoggart. Essas três obras foram os primeiros
exemplos de estudos dos fenômenos sociais de forma não tradicional, englobando, por
exemplo, as subculturas chamadas assim na época por não serem parte de um padrão
culturalmente estabelecido, „cultura dominante‟.
O termo nos leva a crer que são estudos voltados às manifestações culturais, e por
cultura entende-se metaforicamente como “cultivo das faculdades mentais e espirituais.”
(CEVASCO, 2008, p.9). No entanto, os Estudos Culturais não são apenas um campo voltado
à questão da Cultura popular, “os Estudos Culturais não são uma única coisa” (HALL, 1990,
p.11), esses Estudos estão voltados a o porquê e como das diferentes relações entre todos os
elementos de uma forma de vida, isso inclui objetos que menos imaginamos. Segundo Nelson,
Treicheler e Grossberg (1995):

“Isso significa dizer que uma disciplina acadêmica, como Literatura, não pode
começar a fazer Estudos Culturais simplesmente ampliando seu domínio para
abarcar formas culturais específicas (romances ocidentais, digamos, ou séries
televisicas, ou rock and roll), grupos sociais (juventude operária, por exemplo, ou
comunidades „à margem‟, ou times de futebol de mulheres), práticas ou períodos
(cultura contemporânea, por exemplo, em oposição a trabalho histórico).” (p.27).
Os Estudos Culturais possuem métodos fragmentados devido às mudanças históricas,
sociopolíticas que marcadamente vivemos todos os dias, por isso não há tentativas de
construir uma teria geral, uma metodologia única de pesquisa, pelo contrário os frutos desses
Estudos podem ser para um curto ou longo período de tempo. Os Estudos Culturais realizam
análises conjunturais, que consistem em análises descritivas, históricas, contextualmente
específicas, com intencionalidade política; porém essas características não impendem
associações entre pesquisas originadas desses Estudos desde que sejam replantadas levando
em consideração a carga contextual.

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Segundo Sá (2002, p.34), os Estudos Culturais tem como objetivos:
a) Investigar a cultura em seu contexto histórico;
b) Utilizar novos métodos etnometodológicos de pesquisa;
c) Empregar uma abordagem hermenêutica às questões de significado.
Nessa zona pós-estruturalista há a quebra da centralidade do sujeito. O sujeito
iluminista que Hall (2004) caracterizou como um sujeito findo em seus movimentos em
busca da perfeição é excluído no contexto pós-moderno/pós-estruturalista no qual os Estudos
Culturais estão inscritos. Dessa forma, o status do sujeito, a identidade dele é reconstruída a
medida da sua imersão nos diferentes práticas textuais que são instáveis. “os principais
objetos de análise dos Estudos Culturais são a subjetividade bem como as identidades
individuais e coletivas.” (SÁ, 2002, p.35).
Entende-se que os Estudos Surdos é o campo de pesquisa que inclui os diferentes
saberes e (re)compõem os sujeitos em suas múltiplas formas de ser, estar e fazer no meio
social, além de buscar problematizar as estruturas políticas e saber o processo pelo qual elas
são originadas. Os Estudos Surdos entra como eixo de teorização sobre o Povo Surdo e
Comunidade Surda.

“Tal movimento [Estudos Surdos] tem surgido nos movimentos surdos organizados
e no meio da intelectualidade influenciada pela perspectiva teórica dos Estudos
Culturais, ou seja: os Estudos Surdos inscrevem-se como uma das ramificações dos
Estudos Culturais, pois enfatizam as questões das culturas, das práticas discursivas,
das diferenças e das lutas por poderes e saberes.” (SÁ, 2002, p.47).
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SUGESTÕES DE LEITURAS:
SOUZA, Aparecida de; SOUZA, Vanilda Aparecida de; SOUZA, Vilma Aparecida de. As
contribuições dos estudos culturais nos estudos surdos e as implicações para se repensar a
educação das pessoas surdas. In: V Seminário Nacional de Educação Especial e IV Encontro
de Pesquisadores em Educação Especial e Inclusão Escolar. Universidade Federal de
Uberlândia, 2012. Disponível em:
http://www.cepae.faced.ufu.br/sites/cepae.faced.ufu.br/VSeminario/trabalhos/290_2_2.pdf.
SKLIAR, Carlos. Um olhar sobre o nosso olhar acerca da surdez e das diferenças. In: ______.
A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Editora Mediação, 1998b. pgs. 7-32.

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Partindo dessas reflexões analise a charge


ao lado e sua ligação com os Estudos Culturais,
aprofunde as reflexões, é possível correlacionar
com questões levantadas a partir dos Estudos
Surdos.

2. SITUANDO OS SURDOS NA TEIA CONCEITUAL


Surdez é um país sem um ‘lugar’ próprio. É uma cidadania sem uma
origem geográfica.”. (WRIGLEY, 1996, p.11)

Os Surdos vivem em um contexto de diglossia, isto é, em uma inter-relação dialógica


entre línguas, principalmente língua de sinais e a língua portuguesa, em diferentes espaços
sociais. Os Surdos vivem em uma dicotomia funcional, isto é, desenvolver tanto a língua de
sinais para o seu natural e pleno desenvolvimento e a língua escrita para o sua interação na
comunidade ouvinte. Nesse contexto, forças políticas atuam na formação intersubjetiva dos
sujeitos discursivos.
Os Estudos Surdos como vertentes dos Estudos Culturais, buscam estudar as formas
históricas da subjetividade (SÁ, 2002), entender a formação das identidades individuais,
coletivas a partir das teias representacionais em que os indivíduos estão vivos. Dessa forma,
torna-se importantíssimo entender a história do povo e da comunidade Surda, pois como antes
já explicado, as narrativas históricas repercutem explicitamente ou implicitamente na
formação cultural individual ou coletiva. “O conceito de surdez, como qualquer outro
conceito, sofre mudanças e se modifica no transcurso da história” (SÁ, 2002, p. 48).
“Não apenas o sujeito enraíza-se na história, mas o próprio conceito de sujeito é uma
invenção historicamente determinada”, citação do autor Veiga-Neto. A partir dessa reflexão,
caros alunos, como forma de organização, antes de refletirmos sobre as visões acerca da
surdez, vão nesse momento estudar um pouco sobre aspectos históricos do Povo e
Comunidade Surda.

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2.1.VIAGEM NA LINHA DO TEMPO
Nessa seção, será apresentado junto com o texto um esquema visual (de minha autoria)
para que você possa associar melhor à linha histórica. Como fundamentos tomamos Lane
(1992), Leitão (2003), Silva e Nembri (2010), Quadros (2017), Strobel (2008; 2009) e Sacks
(2010) e Olizaroski (2013).
De início, é importante entender que a linha do tempo é divida em períodos históricos:
pré-história, antiguidade (4000 a.C – 476 d.C), idade média (476 d.c -1453), idade moderna
(1453 – 1789) e idade contemporânea/pós-moderna (1789 aos dias atuais). Sugiro a vocês,
caros alunos, que pesquisem os marcos históricos de início e fim de cada período, por
exemplo, em 4000 a.C marca o surgimento da escrita.
Na Antiguidade Clássica, os registros apontam para as divergências de ideias devido
às diferenças culturais dos povos. Os egípcios adoravam os surdos como deuses, pois a mudez
era vista como uma característica incomum, e por tanto divina, por isso no esquema acima há
asas no quadro que leva o título do período. Os gregos já sacrificavam os surdos como forma
de não gerar a imperfeição da vida, visto que a surdez era uma falta, essa prática de sacrifício
também é apresentada por Strobel (2008) no contexto romano.
Já os romanos viam os surdos como doentes e tomavam medidas legislativas, como
por exemplos: a proibição de casamentos edogâmicos e exogâmicos; a posse de heranças por
parte dos surdos; porém no século VI já se havia a diferenciação entre surdos pré-linguísticos
e pós-linguísticos, sendo esses últimos sujeitos de mais direitos uma vez que possuíam
experiências de linguagem e memória de percepções auditivas, por tanto, sujeitos com
desenvolvimento cognitivos diferentes dos pré-linguísticos a de a interdependência entre
língua oral e o pensamento, a escrita nesse período era para a camada elitizada.
Na questão filosófica, na antiguidade havia confusões fundamentais sobre a língua oral
ser vista como ferramenta para o desenvolvimento cognitivo do sujeito. A escrita ainda era
limitada e os discursos eram proferidos oralmente através da arte da Retórica e da Oratória,
como mostra a ilustração no esquema acima. Aristóteles afirmava que a língua era expressão
da alma vivente, já Sócrates no Crátilo de Platão afirmou:

“Se não tivéssemos voz nem língua e ainda assim quiséssemos expressar coisas unas
aos outros, não deveríamos, como aqueles que ora são mudos, esforçar-nos para
transmitir o que desejássemos dizer com as mãos, a cabeça.e outras partes do corpo?
Apesar de Platão já abranger outra forma de linguagem, ele não atribui um status ou
complexidade a essa forma de comunicação, no Crátilo de Platão o conhecimento se dá pela

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relação dialógica entre aluno e mestre e para uma dialogia se faz necessário linguagem. A
máxima ideologia desse período é essa relação entre oralidade, conhecimento e por
consequência outras máximas como a alma.
A supervalorização da fala oral ainda perdura na Idade Média. Nesse período a
urgência da fala estava atrelada ao merecimento da salvação, como consequência a cura pela
fé religiosa. Vale relembrar que esse período histórico foi marcado pelo teocentrismo.
Destaco aqui que na tese de Leitão (2003), dois autores citam evidências de que na
Idade Média já se reconheciam formas de comunicação para além da oralidade: Pérello (1972)
informa que no século XII o Papa Inocêncio III autorizou casamentos matrimoniais de surdos
argumentando a capacidade de manifestação da fala; Robert Tyson (2000) em seu estudo
referiu que no período medieval havia monges espanhóis que usavam uma espécie de alfabeto
manual para interagir durante o voto de silêncio que faziam, Strobel (2008) complementa com
os monges beneditos na Itália.
O pedagogo renascentista Rodolfo Agrícola que a sua obra De Inventione Dialectica
cita a realização de um trabalho seu com um surdo (LEITÃO, 2003; CABRAL, 2005).
Apesar do início de orientações, não ainda visto como educação, a concepção central era o
ensino da fala oral e escrita para surdos nobres a fim de que pudessem superar as restrições
legislativas.
Com as influências do Renascimento (renovação literária, artística, científica que
elevou principalmente a essência humanista), novas perspectivas sobre os surdos foram
marcantes na Idade Moderna.
De início destaca-se Jerome Cardano que foi o primeiro a defender o direito dos
surdos à educação, porém a educação nesse primeiro momento não foi um direito de todos,
mas oferecida à classe elitizada, como busca ilustrar o terceiro diagrama no esquema. Nesse
ínterim, surge o primeiro professor oficialmente reconhecido: Frei Ponce de León, que teve
muitos seguidores.

“A proposta de educação desenvolvida por Ponde de Leon tinha início com o ensino
da escrita das palavras, acompanhado da apresentação de objetos ou de figuras
correspondentes. Seu método parece não ter sido formalmente divulgado [...]”
(LEITÃO, 2003, p.54).
O método de ensino do Frei parece muito com o que mais tarde, na década de 70, foi
chamada abordagem “Comunicação Total”. Dentre os seguidores de Ponde de Leon, destaco
Pablo Bonet que em seu método incluiu a manipulação dos órgãos fonoarticulatórios, método

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usado nos treinos de fonoaudiologia. E como linha sucessória, destaco John Wallis que
divulgou o trabalho na Inglaterra e Jacob Pereire que também utilizou o método de sentir as
vibrações vocais pelo tato. Um seguidor de Bonet chamado Conrad Amman persistiu no
ensino da oralização o que levou mais tarde a seu seguidor ser considerado o Pai do Oralismo/
O Pai do Método Alemão que foi a contraposição do Método Francês/Gestualismo.
Nesse cenário, torna-se fortemente evidente o embate metodológico: Abade de L‟Epée
e Samuel Heinicke.
Abade de L‟ Epée, após conhecer duas irmãs gêmeas surdas quando se comunicavam
em uma rudimentar língua de sinais, passou a ter contato com as surdas e a se aprimorar para
o ensino dessa comunicação. Diferente do Frei Ponce de Leon, o abade tinha contato com os
surdos carentes e os ensinava, seu principal objetivo era evangeliza-los. Dentre seus métodos,
destacou-se na história os “sinais metódicos” que consistiam em sinais atrelados a língua
francesa. O abade encarou a língua de sinais como importante ferramenta didática junto a
imagens, a escrita, evoluindo as ideias sensórias à abstratas. Sua metodologia ficou conhecida
como Gestualismo. Em 1755, o abade fundou a primeira escola pública para Surdos que
atualmente é conhecida como o Instituto Nacional de Jovens Surdos de Paris (INJS -
http://www.injs-paris.fr), depois da morte do abade L‟Epeé o instituto ficou sobre direção de
Sicard.
Samuel Heinicke influenciou tantos outros personagens até Alexander Graham Bell (já
na idade contemporânea, em 1976, que recebeu o título de inventor do telefone, representado
no esquema através da última ilustração). O Método Alemão que priorizava o ensino da
leitura labial, a fala oral, a estimulação auditiva. Assim como o INJS foi fundado pela vertente
gestualina, A Clark School for the Deaf (http://www.clarkeschools.org/) foi fundada já na
Idade Contemporânea pela vertente oralista que progrediu pelos seguidores de Heinicke.
Com o passar dos séculos, escolas em diferentes partes do mundo foram sendo
fundadas, algumas embasadas na visão de L‟ Epeé e outras embasadas na visão de Heinicle.
Destaco a atual Universidade de Gallaudet (https://www.gallaudet.edu/), cuja iniciativa partiu
do reverendo americano Thomas Gallaudet. O reverendo após ter visto duas crianças brincar
em seu jardim, percebeu que uma era surda e tentou ensiná-la sem sucesso, depois o
reverendo viajou à Inglaterra e a Paris visitando o atual INJS, nessa última viagem teve
sucesso, encontrou Laurent Clerc com quem mutuamente trocavam conhecimentos sobre a
Língua de Sinais Francesa.
Essas discussões téorica-metodológicas motivaram a realização de congressos o que
levou a mais de meio século de obscurecimento a contra as línguas de sinais. O pleno

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exercício oralista marcou a história devido às votações no II Congresso Internacional sobre
Instrução de Surdos, realizado em Milão em 1880, serem a favor desse método de ensino.
Segundo Sacks (2010), os professores Surdos foram excluídos da votação, os alunos surdos
foram proibidos de usar a própria língua, a língua natural, para usarem uma língua oral que se
configurava para os alunos como uma língua artificial.
Em 1960, William Stokoe estudando a Língua de Sinais Americana (ASL) publicou o
livro Language in Hand, obra na qual revela a essência linguística da língua de sinais,
comparando as estruturas da ASL com as línguas orais, principalmente a língua inglesa. A
partir dessa obra, a visão sobre a língua de sinais tem avanços para além da correção, gerando
novos embates para a educação de Surdos.
“Durante os anos 70 e 80, uma série de pesquisas foi desenvolvidas com o objetivo de
apurar a eficácia da comunicação total, no que concerne à educação de surdos.” (SILVA e
NEMBRI, 2010, p.25). Mas o que seria essa nova abordagem: Comunicação Total? Com o
insucesso do oralismo e as novas pesquisas científicas sobre as línguas de sinais que
contribuíram para o avanço do status de linguagem provedora de desenvolvimento
biopsicossocial, a abordagem da Comunicação Total abre brecha para o uso de sinais
conjuntamente ao uso da língua oral, estimulação auditiva, leitura labial, uso de imagens,
dentre tantos outros recursos.
Nessa nova abordagem, a comunicação utiliza de diferentes recursos o que levaria aos
alunos optarem pelas modalidades de expressão que preferirem. Autores como Stewart (1993)
defendem que a Comunicação Total envolve a seleção consciente, equilibrada das
modalidades a fim de dar conta das necessidades comunicativas, entrando em consonância
com o que Vygotsky sugeriu para a educação de surdos: a poliglossia. No entanto, autores
apresentam problemáticas contra essa abordagem.

Pesquise sobre tais problemáticas e reflita com a turma!


A função da linguagem é limitada na abordagem da Comunicação Total. Autores
como Marchesi (1987), Behares (1993) e Goldfield (1997), explicam que essa estratégia e
abordagem de comunicação é mais útil para a interação emergentes, como por exemplo, entre
familiares que negam-se a aprender a língua de sinais. As pesquisas, manifestações
subsequentes abriram espaços para a proposta bilíngue que se afasta dos pressupostos do
oralismo e da comunicação total; essa abordagem destaca a completude da língua de sinais
como língua de instrução na educação de Surdos.

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O Bilingüismo tem como pressuposto básico que o surdo deve ser Bilíngüe, ou seja
deve adquirir como língua materna a língua de sinais, que é considerada a língua
natural dos surdos e, como Segunda língua, a língua oficial de seu país(...)os autores
ligados ao Bilingüismo percebem o surdo de forma bastante diferente dos autores
oralistas e da Comunicação Total. Para os bilingüistas, o surdo não precisa almejar
uma vida semelhante ao ouvinte, podendo assumir sua surdez. (GOLDFELD, 1997,
p.38)

Para a concretização dessa abordagem no cenário brasileiro marcos históricos foram


realizados pela comunidade Surda.

2.2.CONTANDO AS CONQUISTAS
Na década de 90 pelos trabalhos pioneiros de Ferreira Brito o bilinguismo como
abordagem educativa para os Surdos no Brasil começou a ter reconhecimento. Até então a
educação era embasada na abordagem oralista e o bilinguismo presente na educação brasileira
estava voltado às outras línguas orais.

Visite o site e conheça mais sobre a história do


Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES):
http://www.ines.gov.br/conheca-o-ines.

O Estatuto da Criação e do Adolescente (ECA) e a Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacionais apesar de no corpo textual não terem a palavra Surdo, com
empoderamento cultural, a palavra deficiente auditivo, mesmo esse termo não contemplar a
essência cultural; esses dois documentos foram conquistas da educação de maneira geral e que
promoveram de certa forma a igualdade de direitos aos Surdos na medida em que citam as
crianças, adolescentes, alunos com necessidades educacionais especiais e deficientes.
A problemática desses documentos é que até então não promoviam uma educação
inclusiva, mas uma educação integrativa. Não se vê no transcurso da lei a presença de um
currículo que contemple e promova a diferença cultural de forma curricular e de forma a ser
explícita na cultura escolar, diferentemente da atual Base Nacional Curricular Comum
(BNCC) que já nas competências gerais inclui a Libras como forma de linguagem e não
limita ao público Surdo.

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“Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e
escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das
linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.” (BNCC, 2019, p.9).
Da mesma forma, destacam-se os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997).
Somente no século XXI que as conquistas legislativas passaram a serem mais específicas.
Logo no início do século destaca-se a Lei N 10.098/2000 conhecida como a Lei da
Acessibilidade. A referida Lei nas disposições gerais, no artigo 2º no inciso IX, conceitua
comunicação e nesse conceito abrange as diferentes citando a Libras, no entanto essa
contemplação veio devido a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, Lei Nº
13.146/2015 (mesmo ano em que o decreto nº 5.626 foi sancionado para regulamentar a
conhecida Lei de Libras, nº 10.436/2002).
Com essas conquistas legislativas, a educação estava mudando os seus planos
curriculares, porém a lacuna dos profissionais destinados a ensinar e atuar na tradução e
interpretação era grande. Devido esse contexto surgiu o ProLibras (Programa Nacional para
a Certificação de Proficiência no Uso e Ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras e para a
Certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação da Libras/Língua Portuguesa) em
2005 como ação emergencial para capacitação de profissionais nesses dois eixos: ensino e
tradução/interpretação. Os exames pelo programa eram realizados anualmente sobre
organização do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) e do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE).
O que atualmente não se faz necessário devido os cursos de instrutores em nível
médio, médio profissionalizante e os cursos em nível superior em licenciatura e bacharelado,
pelo Letras Libras; formações essas contempladas no decreto 5.626/2005 e por leis
específicas como a Lei nº 12.319/2010 que regulamenta a profissão do Tradutor Intérprete de
Libras.
As mais recentes conquistas legislativas da comunidade Surda foram: a visibilidade da
Libras e da educação bilíngue no Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014 a 2024; a
iniciativa nas Políticas de Acessibilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para o ENEM em vídeo Libras; a aprovação do Projeto
de Lei nº 1.231/2019 que assegura a acessibilidade para os Surdos em concursos públicos
federais, por exemplo, acesso ao edital em Libras, reconhecimento da Libras, avaliação das
provas discursivas escrita levando em consideração critérios avaliativos para segunda língua.

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SUGESTÕES DE LEITURAS:
ALBRES, Neiva de Aquino; SYLVIA, Lia Grespan (orgs.). Libras em estudo: política
educacional. São Paulo: FENEIS, 2013.
BETAT, Carolina dos Santos. Propostas e políticas educacionais para surdos no Brasil e no
estado do RS. Porto Alegre, 2012. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à comissão
de Graduação do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
NOGUEIRA, Maria Zuleide de Lima. Políticas Públicas Educacionais: Desafios da Inclusão
no Ensino Regular. In: Rev. Psic. v.10, nº. 33. Supl. 2. Janeiro, 2017 - ISSN 1981-1179.

2.3.VOLTANDO ÀS VISÕES
Após estudarmos um pouco da histórica do Povo e Comunidade Surda, percebemos
os embates ideológicos sobre o Ser Surdo e a Educação para Surdos. O autor Carlos Skliar
(1997) no livro “Educação & Exclusão: Abordagens sócioantropológicas em educação
especial” explica duas visões sobre a surdez: visão clínica-terapêutica e a visão
socioantropológica. Essas visões são consequências dos movimentos filosóficos, científicos,
políticos e religiosos; os quais já foram pontuados durante o estudo anterior sobre a linha
histórica.
Segundo Bakhtin (1975), as linguagens não se excluem, mas interagem de diversas
maneiras, no entanto, a língua de sinais por ser de modalidade visuoespacial, como já vimos
ao longo da história, foi menospreza como incapaz de oferecer desenvolvimento cognitivo aos
seus falantes. Dessa forma, a representatividade que o povo Surdo tinha era de sujeitos
incompletos, impossibilitados de vida social e cultural, o que nos reme a uma identidade
definido por Hall (2004) de sociológica. Sugestão de Leitura: HALL, Stuart. A identidade
cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 5ª Edição, 2001.
A visão clínica-terapêutica impôs uma visão exclusiva para a falta da adição e um
ouvinte ao se imaginar neste mundo associa a solidão, triste, inércia e por consequência sem
linguagem, isto porque não teve uma troca cultural por parte dele. A partir dessa perspectiva,
a ação é de medicalizar a surdez, isto é, procurar estratégias para corrigir a falta, dentre essas
estratégias está o uso de tecnologias como o implante coclear a aparelho auditivo e educação
voltada a oralização.
A partir dessa visão patológica do sujeito, Skilar (2008) apresentou o termo
ouvintismo e Lane (1992) o termo audismo, ambos são frutos de tentativas de colonialismo.
“Colonialismo é o padrão ao quais outras formas de opressão podem ser equiparadas

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envolvendo, tal como ele, a subjugação física de um povo enfraquecido, a imposição de uma
língua e de costumes estrangeiros [...]” (LANE, 1992, p.43).
O ouvintismo/audismo são organizações ideológicas que colocam os surdos em um
patamar de dependência do padrão ouvinte, a Cultura Surda é mascara, ignorada, questionada
como forma representacional de valor para o ser humano. Essas visões buscam a tradicional
classificação do normal e anormal. Vale destacar que os diferentes discursos textuais podem
ser provedores de tais visões, sejam proferidos por surdos ou por ouvintes, sejam relacionado
a cultura, identidades externas ou internas de qualquer campo que seja. Atrelado a essas
perspectivas, Harlan Lane ainda menciona o termo paternalismo, que segundo o autor
consiste são formas de controlar as do Povo Surdo a fim de que consigam concretizar um
feito.

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SUGESTÃO DE LEITURA:
MARTINS, Cantarelli Francielle; KLEIN, Madalena. Estudos da contemporaneidade: sobre
ouvintismo/audismo. In: Anais do IX Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul
(ANPEDSUL). 2012. Disponível em:
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/2951/676.
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Para exemplificar, trago minha experiência enquanto professora estagiária em uma
escola bilíngue para Surdos no estado do Ceará. Lecionando uma aula da disciplina de Libras
para os alunos, todos Surdos, do sétimo ano estimulei os alunos a refletirem nas diferenças
sintáticas entre a Libras e o Português, essa reflexão foi fruto das discussões que estávamos
tendo sobre a Libras e o uso da língua portuguesa pelos ouvintes. Para estimulá-los a refletir
na organização visual da frase, escrevi na lousa uma frase em português “O gato correu atrás
do rato” para que os alunos buscassem estruturar a mesma frase em Libras, porém de forma
visual o que não aconteceu cm facilidade. Quando escrevi a frase na estrutura do português
um aluno Surdo exclamou à professora de Libras, efetiva, em tom de ameaça: “Ela [eu, a
professora estagiária] sabe português, cuidado! Vai que você é demitida e ela fica no seu
lugar!”. Destaco essa experiência, pois retrata o jogo de poder, fruto de uma relação histórica,
cultural, cotidiana, relacionado à língua portuguesa, sendo que esse jogo tem por
consequência ou uma visão ouvintista ou uma visão antropológica.
Por visão antropológica, o outro lado da moeda, torna relevante a diferença, o cultural.
Essa visão empenha-se em problematizar questões para além da patologia. Por exemplo, em

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uma afirmação como: ora o Surdo precisa aprender português, se não, ele não conseguirá se
comunicar na comunidade ouvinte; a visão sócio-antropológica encara essa afirmação em
outra perspectiva também: ora o Surdo precisa aprender português, por conta das barreiras
comunicacionais que são frutos da não acessibilidade na comunidade ouvinte. Essas duas
frases carregam visões políticas diferentes, a primeira centra-se na dificuldade do Surdo
enquanto a segunda estende essa dificuldade aos ouvintes também. “Quem é Surdo vê as
coisas de outra maneira.” (LANE, 1992, p. 21), para isso são necessárias referências políticas
que são as pessoas da comunidade Surda e principalmente os próprios Surdos.

E vocês, caros alunos, já vivenciaram situações em que perceberam um confronto


de visões sobre os Surdos?
Compartilhem essa(s) experiência(s) e conheçam outras.

É importantíssimo entender que vocês, enquanto futuros profissionais Tradutores


Intérpretes de Libras/Língua Portuguesa (TILSP), desempenham papéis de referência cultural
para a comunidade Surda e ouvinte. Reflita em sala de aula como as seguintes questões
podem contribuir para a formação de visões sobre a Surdez, sobre a Libras:

1. A postura do TILSP ao sinalizar.


2. As escolhas lexicais em determinados contextos da tradução/interpretação.
3. As relações com Surdos em determinados contextos.
4. O incentivo aos Surdos para autonomia.
5. O comportamento enquanto mediador de conflitos sociais, familiares...

3. DESMISTIFICANDO
Nessa seção vamos refletir e apresentar em alguns mitos sobre a comunidade Surda.
Importante refletir: Por que os mitos são gerados? Como os mitos são formados? Por quem os
mitos são empregados? Para essas perguntas é importante entender sobre representações
sociais.
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SUGESTÕES DE LEITURAS:
GESSER, Audrei. Libras? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em torno da língua de
sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola. 3º ed. 2012.

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GLADIS, Dalcin. Um estranho no ninho. Um estudo psicanalítico sobre a constituição da
subjetividade do sujeito surdo. In: QUADROS, Ronice Müller de (org.). Estudos Surdos I.
Petrópolis, RJ: Arara Azul, 2006.
GLADIS, Perlin; QUADROS, Ronice Müller de. Ouvinte: o outro do ser Surdo. In:
QUADROS, Ronice Müller de (org.). Estudos Surdos I. Petrópolis, RJ: Arara Azul, 2006.
QUADROS, Ronice. Müller. De; KARNOPP, Lodernir. Língua de sinais brasileira: estudos
linguísticos. ArtMed: Porto Alegre, 2004.
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“OS SURDOS NÃO FALAM, PORQUE NÃO OUVEM.”


Segundo Saussure (1995) a fala é um ato individual de proferir uma língua, portanto, o
Surdo fala desde que tenha uma língua. A autora Quadros (2019) distingue a língua falada de
língua oral, sendo a primeira a língua de modalidade auditiva e a segunda a língua proferida,
podendo ser sinalizada. Percebemos que há relatividade entre os autores, porém que os Surdos
são capazes de sinalizar ou oralizar dependendo das instruções que receberem. Falar em
língua de sinais ou falar em língua oral não barrado devido a falar de estímulos auditivos,
nesse processo pode ter dificuldades por conta da descontinuidade entre as línguas.

“DEPENDENDO DO SURDO A LÍNGUA ORAL PODE SER A MELHOR OPÇÃO.”

Existem diferentes graus de surdez: leve, moderada, moderada severa, severa e


profunda; ainda existe a surdez lateral e bilateral; ainda existe a surdez pré-linguística e pós-
linguística. Fatores etiológicos da surdez, fatores psicológicos, familiares, de escolaridade,
dentre tantos outros, influenciam a aquisição de uma língua. Nessa afirmação, não buscamos
uma resposta, pois há uma relatividade. É importante entender que o desenvolvimento neural
é semelhante tanto nas línguas orais, quanto nas línguas de sinais e que o bilinguismo não
interfere negativamente na aquisição de uma segunda, terceira, quarta língua. O bilinguismo é
uma capacidade que ajuda no desenvolvimento cognitivo independente dos falantes.

“A LINGUAGEM DOS SURDOS NÃO POSSIBILITA ENTENDER UMA LÍNGUA ORAL.”

De primeiro, não é linguagem e sim língua, pois é um sistema linguístico. A língua


materna é fundamental para a aquisição de outra língua, pois foi essa primeira língua que foi
ferramenta para categorização, reconhecimento, expressão do mundo. Sendo assim, as ideias
sobre desligar uma língua para usar a outra não são coerentes. Entendendo dessa forma, a
língua de sinais como primeira e natural língua dos Surdos será como fundamento para a

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aquisição de uma segunda língua. Estruturas da língua portuguesa podem ser melhores
compreendidas quando explicadas através da língua de sinais. Esse mito pode gerar outro:
Oralizar e Sinalizar ao mesmo tempo é melhor. O ato de sinalizar e oralizar simultaneamente
é chamado de bimodalismo, diferente da sobreposição que é um ato momentâneo. A prática
do bimodalismo gera o português sinalizado que é a interferência das estruturas diferentes das
línguas, tendo, portanto, aspectos negativos, como por exemplo, a ênfase uma língua sobre a
outra gerando sentenças agramaticais em uma língua.

REFLITA, PESQUISE, COMPARTILHE


1. A língua de sinais deveria ser universal para todos os surdos.
2. A variação linguística na Libras é um fator negativo.
3. A iconicidade da Libras a aproxima da mímica.
4. A Libras é uma língua crioula por causa dos contatos linguísticos.
5. Professor de Libras deve ser obrigatoriamente Surdo.
6. Bilíngue é aquele que é fluente em duas línguas, no caso: Libras e Português.
7. Depois de uma certa idade é impossível aprender uma língua.
8. As línguas de sinais são ágrafas.

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