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José Pacheco Basílio Monteiro

Alberto Vaquina Luísa Diogo Aires Ali Amélia Muendane Celso Correia

2 Savana 09-02-2024
Tomada de posse de Rasaque Manhique em Maputo
Trono sem honra
Por Argunaldo Nhampossa
O
novo edil da cidade de
Maputo, Rasaque Ma-
nhique, empossado no
cargo na quarta-feira,
como sucessor de Eneas Comiche,
foi “baptizado” com cânticos de
contestação pela Renamo, princi-
pal partido da oposição.
Num claro sinal de não reconheci-
mento da legitimidade de Manhi-
que, como novo autarca da capital,
na sequência das alegações de me-
gafraude havida nas sextas eleições
realizadas em 11 de Outubro, a
Renamo entoou o seu tradicio-
nal cântico “avayive”, ladrões, em
changana.
Em plena sessão extraordinária da
Assembleia Municipal da Cidade
de Maputo, que culminou com a
tomada de posse dos membros do
órgão e a sua respectiva constitui-
ção, a Renamo deu seguimento
à sua acção contestatária dos re-
sultados das últimas eleições, nas
quais o Conselho Constitucional
(CC) atribuiu vitória à Frelimo,
partido no poder.
A Assembleia Municipal de Ma-
puto é composta por 71 membros
dos quais 37 da Frelimo, 30 da
Renamo e quatro do MDM. O
cabeça-de-lista da Renamo nas
eleições autárquicas em Maputo,
Venâncio Mondlane, foi a ausên-
cia mais notável da bancada na
Assembleia Municipal, tendo ocu-
pado os seus lugares 28 membros
do principal partido da oposição.
Antigos edis da Renamo em Naca-
la-Porto e Nampula, Raul Novinte
e Paulo Vahanle, respectivamente,
deram a conhecer a existência da
referida ordem superior nesse sen-
tido, bem como a exortação para
que colaborassem na entrega das
chaves dos municípios.
António Muchanga, que também
reclama vitória eleitoral no muni-
cípio da Matola, marcou presença
e tomou posse em sinal de obe-
diência ao partido, pese embora
venha a suspender o mandato, para
estar focado na Assembleia da Re-
pública, onde é deputado.
O Conselho Constitucional atri-
buiu vitória à Frelimo e seu ca-
beça-de-lista Júlio Parruque na
Matola.
No entanto, foram as 28 “perdi-
zes” presentes em Maputo que
em uníssono cantaram “avayive”,
batendo nas mesas em simultâneo.
O acto deu-se instantes após Ra-
saque Manhique apresentar à pre-
sidente da Assembleia Municipal
a sua carta de renúncia à qualidade
de membro do órgão, para poder
tomar posse como presidente do
município, tal como manda a lei.
Os cânticos e vaias duraram cerca
de um minuto e embaraçaram os
presentes na sala, incluindo o pró-
prio Manhique.
Bento Carlos Mavie, chefe da
bancada da Renamo na Assem-
bleia Municipal de Maputo, consi-
dera que aquela acção marca uma
acção de luta, sublinhando a falta
de legitimidade do novo edil.
Justificou a tomada de posse dos
membros da Renamo na Assem-
bleia Municipal, como forma de
respeitar o voto de confiança dado
pelos munícipes de Maputo para
lhes representar.
Mavie sublinhou que é na Assem-
bleia Municipal onde a Renamo
irá dar continuidade à sua luta
contestatária dos resultados, visto
que os órgãos eleitorais, o Conse-
lho Constitucional e a Procurado-
ria-geral da República negaram a
verdade eleitoral.
Devido a esta contestação, a Re-
namo não participou na cerimónia
pública de tomada de posse de Ra-
saque Manhique, como novo edil
do Município de Maputo, tendo
abandonado o local, logo após o
fim da cerimónia da investidura da
Assembleia Municipal.
O Município de Maputo foi única
excepção nesses actos, sendo que
noutros como Matola, Nampula,
Angoche e Ilha de Moçambique,
onde a Renamo reclama vitória
eleitoral, não há registo de casos
de vaias ou apupos.
)UDFDDÁXrQFLD
A tomada de posse de Rasaque
Manhique como novo edil da ca-
pital, na tarde desta quarta-feira,
na Praça de Independência, foi
marcada por uma fraca participa-
ção popular, facto que adensa as
reivindicações da fraude.
Apesar da mobilização feita, dis-
ponibilizando transporte gratuito,
houve fraca afluência do povo. A
Praça de Independência esteve
quase às moscas e muito longe dos
tempos passados, facto que de-
monstra a baixa popularidade da
Frelimo.
A Frelimo até mobilizou músicos
TEMA DA SEMANA
Rasaque Manhique promete revolucionar sector de transportes públicos
de proa como Safira José, Júlia
Duarte, Humberto Luís, Lourena
Nhate, Matilde Conjo, entre ou-
tros, para abrilhantar a festa, mas
só cantaram para meia dúzia de
frelimistas que estavam presentes,
visto que nem os convidados de
honra ficaram para testemunhar
esse momento.
O estranho de tudo é que até os
habituais curiosos e mirones que
surgem neste tipo de eventos eram
escassos.
“Não existe vez de
ninguém”
No seu discurso inaugural, Rasa-
que Manhique prometeu ser im-
placável na luta contra a corrupção
de modo que o Município possa
desenvolver, o que passa por um
forte compromisso com a boa go-
vernação, que é dos um seis pilares
nos quais deverá assentar a sua ad-
ministração.
A corrupção é um cancro que
desgraça, no geral, o povo mo-
çambicano e, de modo particular,
as populações do Município de
Maputo. Trata-se de um desafio
tremendo para um jovem que à
sua volta tem inúmeros grupos de
interesse partidário que directa e
indirectamente contribuíram para
o seu triunfo. Manhique pediu
compromisso e comprometimento
de todos para que o Município da
capital se desenvolva rapidamente.
“Uma cidade que se pretenda
próspera não se desenvolve com
corrupção e tal menos com ele-
mentos corruptos, pelo que é nossa
responsabilidade lutar contra ela e
suas diversificadas formas de ac-
tuação”, disse.
Acrescentou que “um dirigente
ou funcionário corrupto destrói a
economia da nossa cidade, impe-
de que as nossas crianças estudem
em condições aceitáveis, contribui
para que o nosso sistema de trans-
porte se degrade cada vez mais fa-
zendo com que a nossa população
sofra por insuficiência ou mesmo
falta deste meio que lhe permite
a circulação, impede a melhoria
nos hospitais e centros de saúde e
combate o bem-estar da nossa po-
pulação”.
Reconheceu que é difícil combater
a corrupção, mas disse ter cons-
ciência de que aqueles que se bene-
ficiam dela são poucos em relação
à vontade popular de acabar com
ela. Para o sucesso desse combate,
o novo edil disse que é preciso ti-
rar da cabeça a ideia de que “esta é
a nossa vez”, sublinhando que não
há vez de ninguém, mas sim a vez
de todos munícipes.
Outro desafio que se colocou passa
por nomear dirigentes municipais
íntegros e inculcar nas suas mentes
que o Estado não é um lugar para
o enriquecimento, mas sim para
servir o munícipe que é a razão da
sua indicação. Destacou a necessi-
dade de acabar com a burocracia
“do venha amanhã” sempre que o
munícipe procura por serviços na
edilidade.
Rasaque Manhique assumiu o
compromisso de resolver questões
candentes da cidade capital e com
impacto imediato na vida dos mu-
nícipes.
,QYHVWLGXUDGRQRYRHGLOPDUFDGDSRUIUDFDDÁXrQFLDGHPLOLWDQWHV
Destacou a crónica questão da
mobilidade e transporte na qual
promete criar um sistema de ro-
tas mediante o tipo de transporte,
definir e requalificar os terminais
rodoviários, acabar com encurta-
mentos de rotas e indisciplina nos
transportes públicos de passagei-
ros. Pretende igualmente imple-
mentar sentidos dinâmicos para
flexibilizar o trânsito e melhorar as
vias alternativas que dão acesso ao
centro da cidade.
“Devemos correr rápido para que
aliviemos o sofrimento daqueles
que procuram por um meio de
transporte. Não sejamos esbanja-
dores do erário público gastando
dinheiro com decisões alegando
necessidades de compra de viatu-
ras para os agentes e quadros se a
nossa população sofre todos dias
nas paragens, preocupemos pri-
meiro em garantir transporte para
a população”, disse.
Ironia de destino ou não, no dia
em que Rasaque Manhique foi
empossado como edil de Maputo,
a Frelimo mobilizou uma deze-
na de autocarros dos TPM para
transportar militantes do partido
para o local do evento deixando as
paragens abarrotadas de passagei-
ros que buscavam pelo transporte
público.
A ministra da Administração Es-
tatal e Função Pública, Ana Co-
moana, exortou ao empossado e os
restantes 64 a trabalhar no sentido
de colocarem a satisfação das preo-
cupações colectivas dos munícipes
acima de quaisquer interesses in-
dividuais ou de quaisquer grupos.
Segundo Comoana, o principal
desafio é garantir a melhoria da
qualidade de vida dos munícipes, o
que passa pela aposta no planea-
mento e ordenamento territorial,
saneamento do meio, provisão de
serviços básicos, recolha de resí-
duos sólidos.
Destacou ainda a questão da mo-
bilidade urbana, a qualidade de
serviços prestados, assentamentos
informais e a consolidação das
formas de participação dos muní-
cipes no desenvolvimento das suas
autarquias.
 TEMA DA SEMANA
Savana 09-02-2024 3

Manuel de Araújo:

“Derrotei delinquentes e ladrões

em Quelimane”
Nyusi, presidente da República
e da Frelimo, partido no poder,
durante as eleições autárquicas,
porque o país terá eleições gerais
em 11 de Outubro próximo.
Disse mesmo que a presença
da ministra da Justiça, Assun-
tos Constitucionais e Religiosos
traduz o reconhecimento de que
foi feita a justiça na sua reeleição
para mais um mandato na autar-
quia de Quelimane.
“Somos pacíficos, mas não temos
medo”, reforçou.
Disse ainda à ministra que a
oposição já não quer o actual co-
mandante-geral da PRM, Ber-
nardino Rafael, no posto, porque
é responsável pelos abusos dos
direitos humanos cometidos pe-
los membros da corporação.
Manuel de Araújo também acu-
sou os órgãos judiciais de uma
actuação manifestamente in-
justa, chegando a imputar a um
juiz da província da Zambézia de
“contorcionismo jurídico”.
Os ataques de Araújo a várias
entidades eram acompanhados
pelos populares presentes na sua
tomada de posse, que, em coro,
gritavam “ladrões”, em alusão ao
Governo da Frelimo e aos órgãos
eleitorais.
A Frelimo venceu em 60 das 65
autarquias do país, tendo a Re-
namo ganhado em quatro, meta-
de das oito que venceu em 2018.
O Movimento Democrático de
Moçambique (MDM) manteve
a cidade da Beira, que governa
desde 2003.
Os resultados do escrutínio de
Outubro foram fortemente con-
testados pela oposição e pela so-
ciedade civil.
A Renamo conduziu mais de
50 marchas de contestação, com
registo de alguns episódios que
culminaram em escaramuças en-
tre os simpatizantes do partido e
as forças policiais, tendo algumas
pessoas chegado a ser detidas e
outras feridas.
O principal partido da oposição
reclama vitória nas maiores cida-
des do país, incluindo Maputo,
com base na contagem paralela
através das actas e editais origi-
nais, mas foi declarada vencedora
em apenas quatro municípios,
metade dos que tinha anterior-
mente.

Manuel de Araújo discursando na investidura para o seu quarto mandato em

Quelimane

A
pós tomar posse em
pleno acto público com
a presença massiva da
população, Manuel de
Araújo, o edil reeleito da cidade
de Quelimane, a quarta maior
de Moçambique, usou o seu dis-
curso como uma artilharia pe-
sada de acusações contra órgãos
eleitorais, Governo, tribunais e a
própria polícia.
Perante a presença na tribuna
da ministra da Justiça, Assun-
tos Constitucionais e Religiosos,
Helena Kida, em representação
do chefe de Estado, Manuel de
Araújo acusou os órgãos eleito-
rais de terem actuado como as-
sociação para delinquir, visando
prejudicar a oposição nas elei-
ções autárquicas de 11 de Outu-
bro de 2023.
“Vocês [população de Quelima-
ne], tiveram a coragem de desa-
fiar o sistema. A CNE [Comis-
são Nacional de Eleições] tinha
roubado as eleições”, acusou o
autarca daquela cidade, membro
da Renamo, principal partido da
oposição.
“Se não fosse a coragem das mu-
lheres de Quelimane, a tenaci-
dade dos jovens, não estaríamos
aqui neste mar de festa”, disse
Manuel de Araújo, arrancando
ruidosas salvas de palmas e cân-
ticos dos populares presentes na
praça onde decorreu a tomada de
posse, no Centro de Moçambi-
que.
Contendo as lágrimas face ao
que considera comportamento
ditatorial do “regime”, acusou os
órgãos eleitorais de terem actua-
do como “uma associação para
delinquir”, cometendo alegados
actos fraudulentos, durante o
processo das eleições autárquicas.
Qualificou o presidente da CNE,
Carlos Matsinhe, como “reve-
rendo do diabo” e de ter ajudado
como “Judas Iscariotes”, numa
referência ao facto de aquele di-
rigente ser bispo da Igreja Angli-
cana.
Se não tivesse ganho,
ninguém governaria
O autarca de Quelimane decla-
rou que caso a Renamo não ti-
vesse vencido naquela autarquia
- após um recurso em que o Con-
selho Constitucional inverteu a
derrota inicialmente atribuída ao
partido no apuramento parcial
dos resultados das eleições – a
população de Quelimane teria
inviabilizado a cerimónia de to-
mada de posse.
Sustentou que a determinação
da população da autarquia foi
demonstrada durante 44 dias de
protestos contra os resultados da
contagem parcial.
Manuel de Araújo alertou para
a necessidade da correção dos
“erros” reconhecidos por Filipe

4 Savana 09-02-2024
Presidenciáveis para 2024
Tic-tac eleitoral na Frelimo
- Pacheco é o mais falado nos círculos políticos/económicos
- Apesar dos problemas que lhe são assacados nas autárquicas, CC não desistiu e estará a construir a sua própria estratégia
)RQWHVLQWHUQDVQD)UHOLPRDOHUWDPQRVSDUD´VXUSUHVDVµIRUDGDyUELWDGDVÀJXUDVPHGLiWLFDV
À
medida que vai se apro-
ximando o dia “D” para
a indicação do candida-
to da Frelimo à Ponta
Vermelha, aumenta o nervosis-
mo em vários sectores do partido
governamental, que aguardam
que a Comissão Política (CP), o
poderoso órgão de gestão daque-
la formação política, no intervalo
entre as sessões do Comité Cen-
tral, liberte a short list (lista curta)
dos presidenciáveis para a renhida
disputa em Março próximo. Mas
há quem alerte para surpresas.
Contudo, ao que apurámos, duas
figuras da Frelimo há muito se
movimentam nos bastidores, fa-
zendo uma silenciosa e submarina
campanha para candidatos a can-
didato presidenciável da Frelimo.
Trata-se José Pacheco, um ndau
com cordão umbilical enterrado
no distrito de Búzi, província de
Sofala, e Basílio Monteiro, origi-
nário de Namacurra (Zambézia),
todos do Centro de Moçambique.
Mas entre os dois quem está bem
posicionado, dizem-nos, é José
Pacheco, uma figura que já ocu-
pou importantes cargos governa-
mentais e já dirigiu um território
(governador de Cabo Delgado).
Também numa altura em que vá-
rias vozes defendem que a fórmula
da rotatividade étnico-regional
devia ser seguida, como forma de
fechar o ciclo, alguns sectores da
Frelimo argumentam que José Pa-
checo “encaixa que nem uma luva”,
associando a “vez do Centro” e a
sua experiência governamental.
Pacheco foi ministro da Agricul-
tura, do Interior e dos Negócios
Estrangeiros, ministérios nevrál-
gicos na estrutura de governação
do país. Foi igualmente conotado
como o rosto visível do guebuzis-
mo no primeiro mandato de Filipe
Nyusi, ao ocupar o cargo de mi-
nistro da Agricultura e Segurança
Alimentar e mais tarde titular da
pasta dos Negócios Estrangeiros
de Cooperação. A escolha de José
Pacheco para o Governo terá sido
por respeito a lealdades políticas
demostradas, quando deu apoio
a Filipe Nyusi na disputa interna,
Alberto Vaquina
em Março de 2014, para candida-
to da Frelimo às eleições presiden-
ciais daquele ano.
Porém, em círculos reservados há
um entendimento de que Pache-
co “gera medo” e não há garantias
que não possa transformar Filipe
Nyusi em “Guebuza II”, numa
clara referência ao “caso das dívi-
das ocultas”, onde o antigo chefe
de Estado se sentiu perseguido
e até foi chamado para depor na
tenda da BO, no julgamento do
maior escândalo financeiro em
Moçambique. Caso seja indicado
como um dos presidenciáveis, José
Pacheco, um técnico agrário de
formação, dizem, pode representar
o triunfo dos saudosos do guebu-
zismo. Fontes internas da Freli-
mo afiançaram ao SAVANA que
José Pacheco tem apoio de secto-
res afectos ao “Campo Guebuza”.
Em privado, Pacheco costuma fa-
zer um sorriso matreiro quando o
conotam com o campo Guebuza.
“Sou um militante da Frelimo e
sempre aceitei disciplinadamente
as tarefas que me são atribuídas”,
costuma afirmar quando lhe per-
guntam se tem ambições presiden-
ciais. No seu círculo de amizades
é habitualmente descartada essa
proximidade ao antigo chefe de
Estado.
Mediaticamente, as suas apari-
ções em Manica têm tido grande
projecção televisiva, embora seja o
“número 2” da Brigada Central da
Luísa Diogo
TEMA DA SEMANA
José Pacheco
Frelimo. Esta semana foi dissemi-
nada profusamente a sua imagem
em Chimoio como “candidato
presidenciável rumo à vitória em
2024”.
As ambições de Monteiro
Quem nunca escondeu entre os
seus a ambição de ser o candidato
presidencial da Frelimo às eleições
de 2024 é Basílio Monteiro, antigo
ministro do Interior no primei-
ro Governo de Filipe Nyusi. Foi
igualmente membro da Comissão
Política.
Ao que apurámos, Monteiro,
após sair do Governo, montou
um discreto gabinete de prepa-
ração às eleições internas do seu
partido, onde mantém encontros
com a chamada “ala machuabo”,
que também reclama “a sua vez”.
Também soubemos que Caifadine
Manasse, antigo porta-voz da Fre-
limo, que caiu em desgraça após o
12ª congresso do partido, tem es-
tado activo na Zambézia em apoio
a Basílio Monteiro.
Basílio é actual secretário-geral
do Conselho Nacional de Defesa
e Segurança (CNDS), órgão do
Estado de consulta específica para
assuntos de soberania e integri-
dade territorial. Subsistiu Amade
Miquidade, quando este foi cha-
mado a ocupar a pasta do Interior,
antes de ser despachado como o
primeiro embaixador de Moçam-
bique no Ruanda. Claramente, a
Aires Ali
sua “estrela da sorte” esmoreceu à
entrada do segundo mandato de
Nyusi, quando um relatório de-
vastador, elaborado por uma po-
lícia internacional, questionava a
sua eficácia no combate à onda de
raptos que continuam a dilacerar o
país.
Sabe-se igualmente que Celso
Correia (CC), o putativo candida-
to de Nyusi, não desistiu e estará
construíndo a sua própria estraté-
gia, apesar das responsabilidades
que lhe são assacadas pelas fraudes
eleitorais e as “vitórias retumban-
tes”, que deram vitória à Frelimo
nas 60 das 65 autarquias do país.
Os apoiantes da sua candidatura
acreditam que, se Nyusi o incluir
na “short list”, a máquina do par-
tido saída do Congresso de 2022
votará massivamente no actual mi-
nistro da Agricultura.
Para além do descalabro eleitoral
de 2023, Correia tem sido também
alvo de severas críticas públicas
devido ao alegado fracasso do seu
“programa de bandeira”, o Susten-
ta, concebido para revolucionar o
sector da agricultura em Moçam-
bique.
Nomes como de Aires Ali, anti-
go primeiro-ministro, ministro
da Educação e também com uma
curta passagem como embaixador
na China, está igualmente no cen-
tro das escolhas que são feitas em
ambientes de debate. Luísa Diogo,
antiga primeira-ministra e minis-
Amélia Muendane
Basílio Monteiro
tra das Finanças, que saiu derrota-
da em 2014, na segunda volta das
internas da Frelimo que elegeram
Filipe Nyusi, também é cogitada,
mas “correrá por fora”, o que signi-
fica que continua a não granjear as
simpatias da máquina partidária.
Alberto Vaquina, também antigo
primeiro-ministro e governador
das províncias de Sofala e Tete, é
outro dos nomes vistos como pre-
sidenciáveis, após o desaire que so-
freu nas internas de 2014. Vaquina
continua a alimentar a expectati-
va do voto macua, o maior grupo
étnico de Moçambique. Numa
posição um pouco discreta apare-
ce o nome de Amélia Muendane,
actual presidente da Autoridade
Tributária e membro da Comissão
Política da Frelimo. Este vaticínio
é alimentado pela estratégia de
o “candidato forte” de Nyusi na
“lista curta” ser acompanhado por
dois candidatos aparentemente
“fracos”, que poderiam ser, entre
outros, Nyeleti Mondlane ou Fer-
nando Faustino, todos da CP.
Após falhar a reunião decisiva,
nesta quarta-feira, por causa da ce-
rimónia de investidura dos 65 edis
eleitos nas autárquicas de Outubro
de 2023, espera-se que a reunião
da Comissão Política tenha lugar
na próxima semana. É onde deve-
rá sair a lista curta a ser submetida
à reunião do Comité Central que
poderá ter lugar em Março (ou
Abril) próximo.
Celso Correia
Savana 09-02-2024
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TEMA DA SEMANA
5

Autoridade Reguladora das Comunicações

EXTENSÃO DO PRAZO
Entre os dias 16 e 17 de Maio de 2024 a Autoridade Reguladora
das Comunicações vai realizar a Conferência Nacional das
Comunicações, um evento que congregará entidades singulares,
colectivas nacionais e internacionais para discutir a actualidade
e o futuro do sector das Comunicações, com vista a maximizar os
benefícios da convergência tecnológica e transformação digital.
Neste contexto e numa perspectiva de conjugação de esforços para
o fortalecimento do evento, o INCM extende o prazo de submissão
das propostas de candidaturas das Sartups Moçambicanas até 26
de Fevereiro do corrente ano.
A participação vai permitir, dentre outros, a conexão entre os
principais players da indústria Tecnológica de Telecomunicações
e Postal, assim como exibir e partilhar experiência e soluções
inovadoras das startups.
Requisitos de candidatura
‡ Produtos relacionados com a área tecnológica e/ou outras
iUHDV LQFOXVmR ÀQDQFHLUD GHVHQYROYLPHQWR HVSDFLDO
endereçamento postal, Objectivos de Desenvolvimento do
Milénio).
As Startups devem submeter, em carta fechada, a descrição do
seu produto, em formato físico para o seguinte endereço:
I
NCM - Autoridade Reguladora das Comunicações de
Moçambique, Praça 16 de Junho Nº 340 - Bairro da Malanga, 848
Maputo, Moçambique
Ou através do e-mail: startups@incm.gov.mz
Apenas serão contactadas as Startups seleccionadas para a fase
seguinte.

‡ Produto desenvolvido numa base tecnológica e que seja Maputo, 5 de Fevereiro de 2024
escalável;

Resumo do Destaque Rural N° 262

REASSENTAMENTO PÓS-IDAI E ACESSO À TERRA PELAS
MULHERES
E JOVENS EM BÚZI, SOFALA
Uacitissa Mandamule
6 de Fevereiro de 2024
Para uma leitura do texto veja em:
https://omrmz.org/destaque_rural/dr-262-reassentamento-pos-
-idai-e-acesso-a-terra-pelas-mulheres-e-jovens-em-buzi-sofala/
RESUMO:
Este Destaque Rural decorre de uma série de publicações em ela-
boração, resultante duma pesquisa de campo sobre deslocações
e reassentamentos populacionais no distrito de Búzi, na Provín-
cia de Sofala. O estudo centrou-se no caso do ciclone Idai e das
inundações de Março de 2019. O presente analisa as respostas
dos agregados familiares ao reassentamento, um dos principais
mecanismos adoptados pelo Estado para minimizar os efeitos dos
eventos hidrometeorológicos extremos. O texto pretende contri-
buir para uma melhor compreensão das estratégias de acesso à
terra, em particular pelas mulheres rurais e jovens, em contexto
de alterações climáticas. Esta análise acontece num contexto em
que o número de pessoas deslocadas internamente e reassenta-
das tende a aumentar por ocorrência daqueles eventos, consti-
tuindo esta uma preocupação no actual processo de revisão da
Lei de Terras, cujo draft 1 do anteprojecto está agora em consulta
institucional e para o qual o texto pretende contribuir.

6 Savana 09-02-2024
Dívidas ocultas
Safa terá usado imagem de Hollande
para impressionar bancos
U
ma imagem onde aparece o
antigo presidente Armando
Guebuza, o seu então ho-
mólogo da França, François
Hollande, e o falecido proprietário
da Privinvest, Iskandar Safa, poderá
ter sido deliberadamente coreogra-
fada para enviar um sinal aos Ban-
cos envolvidos nas dívidas ocultas
sobre o prestígio deste último, per-
mitindo, desse modo, que as insti-
tuições bancárias transferissem os
valores para a empresa.
A icónica foto foi tirada durante
uma visita do antigo presidente à
França, em 2013, durante a qual ele
deslocou-se aos estaleiros da Pri-
vinvest em Normandia, no sul de
França, na companhia de Hollande
e Safa.
A sugestão sobre a possibilidade de
tentativa de impressionar os Bancos
é feita por um antigo funcionário de
um dos Bancos envolvidos, Anthony
George Biddulph, num depoimen-
to que submeteu ao Tribunal de
Londres, em nome da Gotshal &
Manges, a firma de advogados que
representa o VTB Capital, o Banco
russo que participou nos créditos
que deram origem às dívidas ocultas.
Sem dizer taxativamente que a ima-
gem pretendia impressionar os Ban-
cos, Biddulph faz uma abordagem
sobre os questionamentos em tor-
no das cláusulas dos contractos de
financiamento que previam que os
valores dos empréstimos fossem ca-
nalizados directamente à Privinvest,
e não para contas bancárias tituladas
pelo Estado moçambicano.
O questionamento é feito no sentido
de que se os Bancos tivessem feito o
seu trabalho de diligências antes de
autorizar os empréstimos, teriam de-
tectado linhas vermelhas que teriam
alertado sobre a possibilidade de
existência de más práticas ou actos
de corrupção envolvendo o fornece-
dor, neste caso a Privinvest, e perso-
nalidades moçambicanas, incluindo
altos funcionários do Governo.
Na queixa que submeteu junto do
Tribunal de Londres, exigindo a
anulação das dívidas, Moçambi-
que defende que deliberadamente
os Bancos não fizeram as devidas
diligências porque estavam em co-
Então Presidente francês, François Hollande, antigo Presidente moçambicano
Armando Guebuza, e o falecido proprietário da Privinvest, Iskandar Safa, nos
estaleiros da construtora naval em Normandia, no sul de França
nivência com a Privinvest e alguns
governantes moçambicanos para de-
fraudar o Estado.
Biddulph diz que não se recorda
de ter sido abordado sobre preocu-
pações relacionadas com corrupção
ou subornos envolvendo a transac-
ção de aumento do empréstimo da
ProÍndicus, na qual o VTB partici-
pou a convite do Credit Suisse.
“Sei que há sugestão de que o fac-
to de que os fundos estavam a ser
transferidos para o fornecedor e não
para o cliente deveria ter sido mo-
tivo de preocupação”, diz Biddulph,
acrescentando, contudo, que no seu
entender, esse processo constituiria
uma garantia estrutural para o cre-
dor.
A componente óptica também con-
tava, diz Biddulph, lembrando-se de
ter visto Safa a apertar a mão do en-
tão presidente francês, pouco antes
da assinatura do contracto.
“A minha interpretação foi de que
a Privinvest parecia um parceiro
credível, e as pessoas (neste caso os
Bancos) sentir-se-iam mais confor-
táveis em financiar o estaleiro do que
enviar o dinheiro para uma conta
bancária em Maputo”, diz Biddulph,
sublinhando que desta forma se dis-
sipava qualquer incerteza quanto ao
mau uso do dinheiro.
Outra questão preocupante que tem
sido apresentada sobre os projectos
SOCIEDADE
das dívidas ocultas é o facto de os fi-
nanciamentos terem sido feitos para
entidades designadas por veículos
especiais (ou SPV) e não directa-
mente para o Estado moçambicano.
Mas Biddulph entende que seria
errado considerar quer a ProÍndicus
quer MAM como SPV, tendo em
conta que elas eram start-ups que
estavam a ser usadas como veículos
para a obtenção de empréstimos
com o objectivo de as tornar empre-
sas, capazes de produzir as suas pró-
prias receitas.
“De qualquer forma, a questão prin-
cipal da estrutura das empresas é a
garantia soberana”, diz Biddulph.
“Se a garantia não existisse e não
fosse válida, os contractos não te-
riam sido celebrados”.
Biddulph trabalhou para o VTB
entre Abril de 2012 e Março de
2023, depois de ter passado durante
cinco anos pelo Credit Suisse, onde
conheceu três importantes figuras
ligadas às dívidas ocultas, nomeada-
mente Andrew Pearse, Surjan Singh
e Detelina Subeva. Os três confes-
saram, junto do Tribunal, em Nova
Iorque, terem recebido subornos da
Privinvest para facilitar o processa-
mento dos empréstimos.
O papel de Isaltina Lucas
No VTB, Biddulph era responsável
pela componente de seguros associa-
dos a empréstimos concedidos pelo
banco. Por isso é que diz que embora
não tenha estado envolvido nas dili-
gências relacionadas com os emprés-
timos moçambicanos, tinha interesse
sobre as opiniões legais produzidas a
seu respeito, dado que fazia parte das
suas atribuições assegurar que quais-
quer garantias eram válidas do ponto
de vista da sua execução.
“Como profissional, eu não permi-
tiria que um Banco avançasse com
uma transacção sem uma opinião
legal”, diz Biddulph. “Não me lem-
bro de quaisquer questões terem
sido levantadas quanto à execução.
De uma maneira geral, recordo-me
que na altura pensei que a transacção
suplementar da ProÍndicus era uma
boa oportunidade. Não era grande
em termos do mercado de seguros
ou das ambições da VTB, mas era
boa do ponto de vista interno e da
relação com Moçambique”.
Biddulph pretende, com esta ob-
servação, sublinhar que as garantias
soberanas que suportaram a con-
tracção das dívidas eram insuspeitas,
contrariando assim o posiciona-
mento de Moçambique de que as
garantias eram inválidas por terem
sido assinadas pelo então ministro
das finanças, Manuel Chang, sem o
devido mandato.
Biddulph testemunha igualmente
ter estado envolvido na componente
de seguros relacionados com o em-
préstimo da MAM, no valor 535
milhões de dólares, e confirma que
tendo obtido as respectivas opiniões
legais, o VTB estava seguro de que
as referidas garantias estavam em
conformidade com a legislação mo-
çambicana, e que não havia proble-
mas quanto à sua execução nos ter-
mos das leis deste país.
Refere-se ainda a uma missão de
diligências que efectuou a Moçam-
bique nos dias 1 e 2 de Dezembro
de 2014, na companhia de Chingiz
Mammadov, pelo VTB, e de Domi-
nic Schulton e Andrew Pearse, este
último já como funcionário da Pa-
lomar.
“A minha impressão geral de Mapu-
to era de que estava completamente
esfarrapada, mas não tinha muito
com que comparar. Nunca tinha fei-
to negócios em África, e nunca tinha
estado numa cidade africana. Foi um
choque cultural, mas o país era su-
posto estar à beira de coisas grandes
e era possível ver grandes constru-
ções. No hotel onde estivemos hos-
pedados, e também nos restaurantes
onde frequentávamos, parecia haver
um número razoável de profissionais
ligados aos sectores de petróleo e
gás”, diz Biddulph.
No Ministério das Finanças, a equi-
pa reuniu-se com Isaltina Lucas,
então directora nacional do Tesou-
ro, que reconheceu a legitimidade
e validade das garantias soberanas,
e assegurou o seu pagamento pelo
Ministério das Finanças, caso o
VTB exigisse que elas fossem pagas,
mas que o Governo não estaria in-
teressado na sua publicitação devido
ao que alegou serem razões ligadas
à segurança do Estado. Terá sido
igualmente nesse encontro que Isal-
tina Lucas confirmara que as dívidas
tinham sido reportadas ao FMI, o
que se veio a apurar mais tarde que
não constituía a verdade.
Na ProÍndicus, a equipa reuniu-se
com António Carlos do Rosário, o
pivot das dívidas ocultas e PCA da
EMATUM, MAM e ProÍndicus.
Esta reunião durou entre duas e três
horas, e Biddulph lembra-se de lhes
ter sido apresentado um vídeo pro-
mocional. “No cômputo geral fiquei
satisfeito que obtivemos toda a in-
formação de que necessitávamos. A
ideia da viagem era obter informação
que de outro modo não seria possível
obter (…) A ProÍndicus demons-
trou que estava no caminho certo, tal
como era nossa expectativa. Era uma
empresa verdadeira com património
próprio, e pareceu ter perspectivas de
conquistar clientes para gerar negó-
cios e produzir receitas”.
Das suas impressões sobre Do Rosá-
rio, Biddulph diz que o deixou com
a ideia de ser um parceiro credível.
“Ele falava de forma clara e percebia
o que pretendíamos e porquê. Não se
mostrava reservado, era muito alegre
e de um carácter afável – Lembro-
-me de partilharmos estórias sobre o
nosso tempo como militares. Embo-
ra ele fosse claramente um indivíduo
poderoso, não tive qualquer preocu-
pação sobre possíveis subornos ou
corrupção”.

Savana 09-02-2024
Salomão Muchanga ao SAVANA
A Frelimo é uma holding de
terrorismo político
Por Raul Senda
N
uma semana em que os ór-
gãos eleitos para dirigir os
65 municípios, nos próxi-
mos cincos anos, tomaram
posse, o presidente do partido Nova
Democracia (ND), Salomão Mu-
changa, abriu-se ao SAVANA para
dizer que não há brilho nem soleni-
dade dos órgãos recém-empossados,
porque os mesmos não resultam da
vontade popular, mas de uma ma-
quinação de um sindicato de crimi-
nosos liderados pela Frelimo.
Muchanga diz que a Frelimo é uma
holding de terrorismo político, que,
apesar de, em 1990, ter transitado
do monopartidarismo para o plu-
ralismo político, continua com os
mesmos modus operandi do par-
tido único. Frisa que é um partido
acampado no Estado, liderado por
gangs de mafiosos cujo ADN é a
violência.
Na mesma entrevista, Salomão
Muchanga destaca que não se pode
falar de democracia num cenário em
que os tribunais, as procuradorias, a
Polícia, a Administração Pública e
os órgãos eleitorais são meras células
da Frelimo. Fala da necessidade
da mobilização popular para tirar
a Frelimo do poder com alguma
urgência, sob o risco de exterminar
completamente os poucos ganhos
que restam na nossa democracia.
Nas linhas abaixo segue a entrevista
onde o político diz que o Bispo Car-
los Matsinhe esvaziou o sentido de
religião e que a comunidade inter-
nacional não está preocupada com o
respeito dos direitos fundamentais
ou com a pobreza dos moçambica-
nos, mas sim com o petróleo e gás.
A ND é um dos mais novos movi-
mentos políticos nacionais, e já par-
ticipou em dois pleitos eleitorais.
Qual é a avaliação que faz sobre
essas duas aventuras?
A ND surgiu em Junho de 2019
quando faltavam quatro meses para
as eleições gerais e concorreu para
as legislativas e para as assembleias
provinciais. Apesar da tenra idade, os
resultados foram encorajadores.
Depois de fraudes, perseguições e
detenções dos nossos membros, o
partido tornou-se, em quatro meses,
na quarta maior força política nacio-
nal num universo de 26 partidos que
entraram na corrida eleitoral.
Após as eleições de 2019, seguiram
dois anos de restrições, devido à pan-
demia da Covid-19, que, de alguma
forma, refrearam a nossa mobilização
política, mas em 2022 conseguimos
realizar o nosso primeiro congresso
na cidade de Nampula, onde parti-
ciparam mais de 500 delegados de
todas as províncias do país.
Foi nessa magna reunião que aferi-
mos o espectro ideológico do parti-
do, a estratégia nacional, construímos
a identidade do partido e definimos
estratégias para as eleições autárqui-
cas de 2023 onde concorremos em 14
municípios.
Infelizmente, não podemos deixar
“A Frelimo não está interessada no desenvolvimento do país, está focada na corrupção e na violência. Temos de dar um
de referir que, em 2023, não tivemos
eleições, tivemos uma fraude tóxica
generalizada conduzida por uma co-
ligação estranha ao processo eleitoral
chamada Frelimo – Polícia – CNE e
STAE com o encobrimento do Con-
selho Constitucional.
Contudo, sob ponto de vista de en-
gajamento eleitoral, achamos que
a nossa prestação foi mobilizadora,
mas que o sistema de fraude não per-
mitiu resultados diferentes.
Ganhámos claramente em Gurué e
elegemos membros das assembleias
municipais em várias autarquias.
Mas, como havia uma ordem expres-
sa deste sistema maldoso de inutili-
zar os votos da Nova Democracia, é
tudo o que o país sabe. Porém, saímos
mais fortalecidos.
A nossa avaliação é positiva na medi-
da em que, num universo de 140 par-
tidos políticos, formalmente regista-
dos em Moçambique, o ND consta
na lista dos primeiros quatros e em
breve chegaremos à primeira posição.
O espectro ideológico do partido só
foi definido no congresso de 2022.
Estará a dizer que a ND foi às elei-
ções gerais de 2019 sem nenhuma
linha de orientação?
Claramente, sob ponto de vista ideo-
lógico somos do centro democrático.
A ND emerge como um movimen-
to de cidadania popular. Isto é, um
movimento de cidadãos indignados
com a governação do país que deci-
diu participar nas eleições com uma
estrutura de direcção provisória,
que trabalhou até à realização do
congresso que elegeu todos órgãos
do partido e definiu a estrutura de
implantação do partido ao nível
nacional e na diáspora. Hoje temos
SOCIEDADE
milhares e milhares de membros e
simpatizantes. Estamos a construir
um partido gigante.
Holding de um terrorismo
político
Num espaço político dominado pe-
los movimentos que estiveram na
guerra, acha que um partido civil,
como o ND, tem espaço para sin-
grar?
A ND compreende a função política
e social de um partido que nasce de
forma genuína, resultante do mapea-
mento da dimensão do ostracismo
político e da exclusão política em
Moçambique. É verdade que temos
um sentimento de que há um partido/
Estado que não consegue se dissociar
da veia monopartidária. Portanto, em
Moçambique há um partido que em
1990 transitou, fisicamente, do mo-
nopartidarismo para o pluralismo
político, mas, mentalmente, este par-
tido vive um regime de partido único.
Este partido ainda se confunde com
o Estado. A Frelimo é um partido
acampado no Estado moçambica-
no. A Frelimo é uma holding de um
terrorismo político sem precedentes.
Por isso, a nossa inserção tem enfren-
tado muitos desafios, porque os par-
tidos estabelecidos têm a tendência
de resistir a entrada de novos actores
políticos. Mas, a força galvanizadora
da sociedade que corporiza as nossas
acções abre espaço efectivo para que
a ND se afirme como actor incontor-
nável no tabuleiro político nacional.
À partida sabíamos que as coisas não
seriam fácies, daí que fizemos emer-
gir um projecto político autónomo
que se estabelece à escala nacional e
que pretende fazer uma agenda para
basta nisto”, Salomão Muchanga
governar Moçambique num esforço
de concerto da nação.
Moçambique vive uma fractura pro-
funda. O desemprego generalizado, a
exclusão, a pobreza, a discriminação,
a corrupção, a promiscuidade e as
desigualdades sociais. Vive-se um ce-
nário em que o povo vê as suas terras
expropriadas, as suas riquezas espo-
liadas e pilhadas. A mistura dos tri-
bunais, procuradoria e da polícia no
mesmo basquete da Frelimo criam
um sentimento de indignação geral.
Uma polícia com postura colonial.
Mas, isso tudo não foi suficiente para
eliminar as esperanças no seio do
povo de que um outro Moçambique
ainda é possível. É daí que surge a
ND. Felizmente, no meio deste beli-
cismo, conseguimos sobreviver.
Na realidade, o único partido beli-
cista que ficou em Moçambique é a
Frelimo. A Renamo entregou as ar-
mas. A Frelimo continua a manter
o seu braço armado que é a Polícia.
Uma espécie de exército privado do
partido no poder. Um partido que
usa os meios do Estado para humi-
lhar os moçambicanos que pensam
fora da caixa. Por isso, nós estamos
claros de que a paz que vivemos pre-
cisa da nossa coragem para fazermos
da juventude a onda de estabilidade
do Estado.
A Frelimo não está interessada no
desenvolvimento do país, está focada
na corrupção e na violência. Temos
de dar um basta nisto. O nosso com-
promisso deve ser com uma paz po-
sitiva para garantir a harmonia social
entre os moçambicanos.
O moçambicano deve sentir o prazer
de viver na sua própria terra. Para tal,
deve-se libertar do novo colono que
7
se instalou em 1975 porque os que
libertaram o país se transformaram
em colonos. É chegado o momento
de os moçambicanos se libertarem
do libertador. A Frelimo não é um
partido normal. É um partido Es-
tado e militarizado. É uma partido
de gângsteres e mafiosos. Portanto, a
persistência da ND em actos eleito-
rais representa um acto de heroísmo.
São 140 partidos políticos registados
em Moçambique, mas poucos têm
coragem de ir à luta, vacilaram e nós
estamos na linha da frente. Isso é um
acto de valentia. Representamos a re-
cusa firme à humilhação.
Qual é a anestesia que utilizam
para se manter firmes no meio de
todas adversidades e desafios que
descreveu?
Para ser culto precisa de ser livre e
para ser livre precisa de compreen-
der a dimensão da institucionali-
zação das liberdades fundamentais,
e a arma que temos para lutar é a
Constituição da República, porque
o Estado funda-se no princípio da
legalidade.
Infelizmente, para alcançar os seus
objectivos inconfessáveis, de pleito
em pleito, o regime rasga ciclicamen-
te a Constituição da República, mas
não vamos desistir, porque confiamos
nos propósitos do nosso projecto
humanista, com uma determinação
inabalável.
Precisamos de recordar que os fun-
dadores da República, quando se
bateram nas guerras dos 10 anos
pela libertação e dos 16 anos pela
democracia, diziam que lutavam
para libertar o povo, para este ter
uma vida plena no país e que todos
seriam iguais perante a lei. Portanto,
é daí onde deriva a nossa coragem e
vontade de lutar pela materialização
dessas promessas.
A ND identifica-se como um movi-
mento ou partido político?
É um movimento de cidadania po-
pular, estimulado pelas experiências
revolucionárias das lutas sociais, que
se constituiu como partido no qua-
dro daquilo que a Constituição da
República prescreve para participar
na vida política do país. Veio para
estabelecer a esperança de que é pos-
sível se ter um país de inclusão, justi-
ça social e que a riqueza possa servir
todos moçambicanos.
É um movimento que se assenta nas
inspirações mais profundas dos mo-
çambicanos e nos mais altos interes-
ses da Nação. A nossa génese é de um
movimento de cidadãos, mas que se
organiza dentro do quadro legal vi-
gente no país para fazer a mudança.
Com que Moçambique a ND so-
nha?
A ND sonha com um país em paz,
seguro, próspero e de justiça so-
cial. Onde haja algo para todos e
não tudo para alguns. Em que os
moçambicanos vivem sem discri-
minação e com uma distribuição
equitativa da riqueza nacional, um
Continua na pág. 8
 SOCIEDADE
8 Savana 09-02-2024

Continuação da pág. 7
país reconciliado e que cada um
dos moçambicanos possa dizer com
orgulho que Moçambique é seu.
Nas condições desumanas em que
hoje se vive no país, não há motivo
de dizer que Moçambique acolhe e
abastece a sua gente. Sonhamos um
Estado amigo do cidadão, onde as
instituições democráticas são pa-
trimónio comum e a liberdade uma
cultura. Os partidos submetem-se
aos interesses nacionais servindo a
uma agenda patriótica.
O percurso de Salomão Muchanga
foi no activismo civil. Por que mo-
tivo abandonou o associativismo cí-
vico para abraçar a política? O que
motivou a viragem?
Como pessoa sempre senti que ti-
nha uma missão pelo meu trabalho
militante. Conheço o país todo sob
ponto de vista geográfico e todos seus
males, que vão desde a miséria, fome,
corrupção, insegurança, desemprego,
intolerância e a falta de perspectivas
das pessoas para com as suas vidas.
Mediante esse cenário de desespero,
senti que podia dar uma contribuição
ao país, e o contributo que sempre
procurei perceber, cristalizou-se com
os anos. Senti que não podíamos
continuar neutros perante tantas in-
justiças. Era preciso destruir criativa-
mente a neutralidade.
Portanto, para tirar este regime cor-
rupto do poder, mesmo que a socie-
dade civil tenha um papel importan-
tíssimo, era preciso partir para uma
acção directa, e eu como moçambica-
no achei que tinha o dever de assumir
este papel patriótico. Os líderes não
recuam perante o dever.
De vários debates e análises chega-
mos à conclusão de que as nossas
causas só podiam avançar tendo um
instrumento político de luta. A ND
é um instrumento político de luta
diante de um sistema que faz de Es-
tado um mecanismo de uma burgue-
sia subalterna e que dia após dia está
a desgraçar uma nação inteira.
Acha normal que um país, que está
independente há 48 anos, não tenha
uma Estrada Nacional número 1;
um complexo industrial completa-
mente falido; uma costa que só serve
aos estrangeiros em conluio com os
corruptos moçambicanos; uma agri-
cultura que nunca está no verde, mas
no amarelo. Custa-nos ver moçam-
bicanos a comer nos contentores de
lixo, partilhando com cães. Ou seja,
o país nunca encontra soluções para
oferecer uma dignidade necessária
aos moçambicanos. Isso deixa claro
que, de forma sucessiva, estamos a
ser dirigidos por governos incompe-
tentes, incapazes de compreender a
Estamos a usufruir da democra-
cia que permite a abertura de várias
fontes de luz que podem se coorde-
nar, desenvolver estratégias, ter uma
teoria de mudança e tomar o poder.
Temos consideração e respeito por
outros partidos, mas pensamos que
um projecto político genuíno tem
mais inserção no país.
Isto também traz uma outra dimen-
são de que pelo túnel podemos partir
no escuro, mas sabendo que no fim
há uma luz. Portanto, precisamos de
eliminar o espírito de medo e tam-
bém perceber que o que existe pode
se fortificar com a nossa presença.
A ND veio para fazer uma oposição
ou para conquistar o poder?
A ND é uma agenda de alcance
ao poder num esforço genuíno do
concerto da nação. O país está num
apagão. Não podemos continuar com
gerações inteiras hipotecadas.
Hoje, Moçambique não tem gover-
no, não tem agenda. A política de go-
vernação é de manutenção dos mo-
çambicanos na pobreza para que os
corruptos continuem se perpetuando
no poder, e ciclicamente vamos sen-
tindo o desfalecimento moral dos
moçambicanos.
A ND tem perspectiva de alcançar o
poder para servir o povo, e, para tal,
precisamos de estabelecer métodos
justos de luta, emergir uma orga-
nização à escala nacional e dar um
contributo para aquilo que seria a
agenda de médio, curto e longo pra-
zo dos moçambicanos. Estamos num
regime em que é fundamental que a
mudança ocorra.
A nossa participação na política
não pode ser para florear o proces-
so democrático nacional, não pode
ser para justificar que em Moçam-
bique há democracia, enquanto na
realidade vivemos num cenário de
minimalismo democrático selvagem,
visto que a verdadeira democracia é
a institucionalização das liberdades
fundamentais do homem.
O que nós vivemos hoje não se pode
tolerar. Uma simples manifestação
pacífica é reprimida policialmente.
Em Moçambique temos uma polícia
com postura colonial. Repito isto.
É momento de dizer basta. Em mo-
çambique não podemos continuar
a permitir que os ministros sejam
donos dos negócios dos seus mi-
nistérios. Façam negócios com eles
próprios. Queremos políticas públi-
cas que respondam as necessidades
e os anseios dos moçambicanos e
não para enriquecer cada vez mais
as elites da Frelimo. Estamos a suge-
rir uma transformação radical, uma
revolução à escala do nosso tempo,
çambicana 30 anos depois?
Temos uma democracia atípica em
que as instituições são dirigidas por
uma tirania da maioria a dimensão
da fraude. Temos uma democracia
que justifica as eleições, mas quando
estas chegam, assistimos todas aque-
las novelas de vergonha.
Temos uma CNE que na sua maioria
é judas com um Bispo que esvazia o
sentido da religião de que ele é che-
fe na anglicana. Temos os órgãos de
soberania distantes daquele que seria
o critério de transparência, temos
tribunais, Parlamento, Procuradoria,
Polícia e órgãos eleitorais que fun-
cionam como células do partido Fre-
limo. São 30 anos de democracia em
que políticos, analistas, académicos e
jornalistas que pensam diferente do
regime são perseguidos, assassinados,
raptados e torturados. Temos uma
comunidade internacional amarrada
ao gás e ao petróleo e que não está em
Moçambique para ajudar os moçam-
bicanos a sair da pobreza. Revigora
agora a diplomacia económica.
A dimensão dos 30 anos da demo-
cracia em Moçambique sujeita-se ci-
clicamente a um problema de manu-
tenção do poder a custos diabólicos.
Todos os índices internacionais de
avaliação democrática mostram uma
tendência de regressão.
A nossa paz é instável, a nossa demo-
cracia é negativa e vai sendo inter-
rompida para acomodar os interesses
das elites políticas e militares.
Quando falamos da liberdade como
fim prioritário da democracia tam-
bém chamamos a nossa análise a
constelação de uma série de direitos.
Mesmo aquelas instituições que têm
a obrigação de servir com transpa-
rência e isenção não o fazem porque
obedecem a um comando partidário.
Hoje, aqueles académicos da terceira
idade, que outrora respeitávamos de-
vido aos altos níveis de isenção das
suas opiniões, já não conseguem ter
uma análise realista dos processos.
Por exemplo, é comum ouvir esses
académicos a dizer que nas últimas
eleições o povo não votou na oposi-
ção, apenas penalizou a Frelimo. Isto
é uma estupidez académica de níveis
gravosos. Esta é mais uma razão para
continuarmos a lutar no sentido de
conquistar igualmente a indepen-
dência dos académicos na real de-
mocracia. Ainda não somos piores,
mas como a tendência é de regredir
ainda mais, as poucas conquistas que
temos, corremos o risco de perdê-las
completamente. A democracia tal
como se conquista também se perde.
Como reverter esse cenário?
Precisamos de uma mobilização ge-
ral. Todas forças vivas da sociedade
precisam de trabalhar de forma con-
certada para que esta luta siga em
frente, porque não há mal que dure
para sempre.
Todas as revoluções que assistimos
em Moçambique foram por via de
insurreição armada. A luta contra
o colonialismo português e pela de-
mocracia são o exemplo. Acha que é
possível fazer a revolução através de
uma mobilização civil?
As revoluções alimentam-se atra-
vés das condições insuportáveis de
um povo e a revolução ganha corpo
quando as condições objectivas estão
amadurecidas. Portanto, não pode-
mos esquecer que tivemos lutas cívi-
cas que triunfaram no mundo.
Estamos a falar de Moçambique...
Aqui também precisamos de uma
revolução cívica para paralisar esta
tirania que dura há mais de 50 anos.
Anos e anos de mentiras, manipula-
ção e promessas. Ninguém mata um
povo. Este sempre vence. Nessa altu-
ra vai-se lembrar aos agentes da Po-
lícia que são nossos irmãos, vizinhos
e que também passam as mesmas di-
ficuldades. A revolução é para salvar
a eles também. As lutas da sociedade
também salvam a própria Polícia. A
Polícia é do povo, então, terá de ser
uma Polícia republicana.
Como olha para os processos elei-
torais em Moçambique?
As eleições em Moçambique são
dirigidas pelos comités provinciais
e distritais da Frelimo. A CNE e o
STAE são apenas moedas de avesso.
As eleições que se fazem em Mo-
çambique são para legitimar a dita-
dura. Mesmo assim, temos de ter a
coragem de que a mudança é possí-
vel. Apenas precisamos de acreditar.
A ND sempre tem sido a vítima pre-
ferencial das brutalidades do regime
em processo eleitorais. Nas eleições
de 2019, o partido viu 18 delegados
seus a recolher à cadeia por mais de
45 dias sem razões conhecidas até
hoje. Nas últimas eleições autárqui-
cas, membros da ND, no município
de Gurué, foram perseguidos, balea-
dos, detidos e torturados pela Polícia
com o beneplácito da Procuradoria.
A agenda do Tribunal de Distrital
de Gurué neste mês de Fevereiro é
de julgar membros da ND. Mesmo
assim, continuaremos firmes.
Por que motivos só os membros da
ND é que são vítimas? Não serão
eles que provocam situações anó-
malas?
Nada ver. A Frelimo tem medo da
ND, porque sabe que, entregando
um único município, a ND vai criar
um laboratório de boa governação,
vai desenvolver o município a uma
escala jámais vista e esse município
será modelo de boa governação em
Moçambique.
O sentido do regime contra a ND
é porque não tem controlo sob este
partido.
A ND está pronta para uma coliga-
ção nas eleições de 2024?
A ND tem um projecto político
autónomo. Contudo, pode-se abrir
a uma plataforma de diálogo séria,
isto porque os interesses do país são
maiores que os interesses individuais.
Aquilo que pode nos unir sempre é
importante. O sentido da pátria ex-
travasa a todos nossos interesses in-
dividuais.
Em 2019 a ND não participou nas
eleições presidenciais. E, para este
ano, avança ou não com um candi-
dato presidencial?
No próximo mês de Março temos a
reunião do Comité Executivo Nacio-
nal onde se vai definir toda a estraté-
gia referente às eleições de Outubro,
e aí o partido vai decidir em que mol-
des avança para as eleições. Portanto,
é prematuro afirmar que teremos ou
não um candidato presidencial.
Caso o partido decida concorrer às
presidenciais, será candidato?
Isso não depende de mim. Depende
do partido.
Está pronto ou não para concorrer
nas presidenciais?
Estou sempre pronto para servir o
meu país e o partido é que vai tomar
a decisão. Eu sou pequeno em relação
à ND e, tal como qualquer membro,
tenho a obrigação de me sujeitar às
directivas do partido.
Como é que a ND sobrevive?
Na base de contribuições dos seus
membros.
Isso é possível num país em que o
associativismo ainda é uma mira-
gem?
É por isso que não é fácil fazer polí-
tica em Moçambique. Ninguém nos
obrigou a criar o partido. Por isso,
temos a obrigação de contribuir para
garantir a sua sustentabilidade, por-
que, na situação em que o país está,
não podemos ficar indiferentes. A di-
nâmica da construção de um partido
depende da justeza da sua luta até à
vitória popular.

Preparados para sacrifícios

Nação profunda. para construir um novo projecto de
Precisamos de tomar atitude perante Estado assente na separação de po-
esta situação dificílima de um povo, deres, transparência, boa governação,
justiça distributiva e direitos huma-

para que possa dizer que, tal como
aqueles heróis que abandonaram o
conforto para lutarem por um país e
correram o risco de morrer para ser-
vir o seu país, não podíamos conti-
nuar indiferentes. A ND entende que
é o momento de se tirar a juventude
da sala de espera, porque este regime
é um leão sem dentes. A Frelimo sem
o Estado não consegue concorrer
em nem um único município. Hoje,
se consegue concorrer, é porque está
ancorado aos recursos do Estado. Se
libertamos a Frelimo da Polícia, da
Administração Pública, das empresas
públicas, dos tribunais este partido
desaparece. Fica igual a tantos outros
partidos que só existem nos registos.
A ND veio despertar a consciência
patriótica da juventude.
Por que razão optou por criar um
partido político e não se juntar a um
grupo mais enraizado?
L
nos com uma visão estratégica para
os próximos 25 anos e que nasça de
um diálogo nacional estruturado e
que envolva todas forças vivas a so-
ciedade.
Mas isso é impossível com este regi-
me. A pobreza em Moçambique tem
nome: é a Frelimo. Se tiramos a Fre-
limo do poder acabamos com a po-
breza, porque, a partir daí, consegui-
remos refundar o Estado, reformar as
instituições e servir o povo. Quanto
mais tempo a Frelimo fica no po-
der, mais roubos perpetua ao povo.
Portanto, temos de ter a coragem de
definir claramente qual é a razão pú-
blica da nossa luta.
Comunidade internacional
está focada no gás e no
petróleo
Como avalia a democracia mo-
ogo após as eleições autárquicas, a candidata
da ND na cidade de Maputo apareceu publi-
camente a se queixar de discriminação, e que
não teve apoio do seu partido. Qual é o seu
comentário?
Não vi essa entrevista, mas penso que o que devia ser
dito é que as pessoas em Moçambique são persegui-
das em função da sua escolha política. Infelizmente,
essa é a injustiça deste regime. Agora, quando as pes-
soas entram nesta luta estão cientes de que não vão
para um jantar de gala, há sacrifícios e temos muitos
casos de pessoas que perderam oportunidade apenas
porque se identificaram como apoiantes da ND ou
até de outros partidos.
O que está a acontecer neste país é que há um partido
que passa o tempo a excluir, discriminar, humilhar e
perseguir moçambicanos em função das suas escolhas
políticas. Aqui, a história é que a Frelimo persegue
pessoas que se filiam a outros partidos. Tenho casos
de professores e outros profissionais que estão a ser
perseguidos apenas porque apoiaram um partido da
oposição.
O caso de Gurué é o exemplo. Muitos jovens foram
detidos, torturados, baleados e muitos vão a julga-
mentos injustos porque apoiaram a ND.
Infelizmente, em Moçambique, quem ganha eleições
é que é humilhado. Quem rouba votos é premiado.
Mas, os nossos magistrados devem saber de uma coi-
sa. Depois de este regime terminar de humilhar os
políticos da oposição e exterminar a democracia, o
passo a seguir será de humilhar os magistrados. De-
pois de acabar com a democracia, as próximas vítimas
deste regime serão os juízes e procuradores. É muito
triste ver os magistrados a vergar perante um sistema
político corrupto e déspota.
Qual é a relação entre o presidente do partido e a
cabeça-de-lista do ND na cidade de Maputo?
Tenho boas relações com todos candidatos que foram
cabeças-de-lista e estes estão em permanente comu-
nicação comigo.
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SOCIEDADE
Savana 09-02-2024
MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
PARA SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE ASAS FIXAS EM MOÇAMBIQUE
Eni Rovuma Basin B.V., Sucursal de Moçambique, convida
as empresas interessadas a submeter a sua Manifestação de
Interesse para os SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE ASAS FI-
XAS EM MOÇAMBIQUE.
ÂMBITO DE TRABALHO
O âmbito do trabalho consiste na prestação de Serviços de Trans-
porte Aéreo, conforme detalhado abaixo:
% Uma aeronave Primária a ser baseada em Maputo que
estará disponível para a Empresa dentro de 24 (vinte e
quatro) horas a partir do aviso, e pronta para decolar
dentro das 6 (seis) horas seguintes para transporte co-
mercial de passageiros e/ou transporte interno carga de/
para a Base Operacional Principal, de/para Pemba, Nacala
e Nampula; os países vizinhos também estão incluídos
nos possíveis destinos;
% Uma aeronave Secundária (On-Call) estará disponível
para a Empresa dentro de 72 (setenta e duas) horas
a partir do aviso, para transporte comercial de passa-
geiros e/ou carga interna de/para Joanesburgo Pemba e
Maputo, os países vizinhos também estão incluídos den-
tro possíveis destinos
As aeronaves poderão ser utilizadas por outros clientes, mas
deverão estar disponíveis para a Empresa dentro do prazo men-
cionado acima.
Os Aviões devem obedecer as seguintes características:
Aeronave Primária
O avião proposto deverá satisfazer os seguintes requisitos míni-
mos:
1) FAR/EASA CS 25 motores duplos
2) 3HUIRUPDQFH&ODVV$FHUWL¿FDGR,)5,/6&DW
3) Tripulação de dois pilotos com comandos de pilotos du-
plos e cockpit
4) Mínimo 18 assentos para passageiros
5) Capaz de realizar a rota Pemba – Joanesburgo sem rea-
bastecimento com carga útil de pelo menos 1800kg.
Aeronave secundária (de plantão)
O avião proposto deverá satisfazer os seguintes requisitos mí-
nimos:
1) FAR/EASA CS 25 motores duplos
2) 3HUIRUPDQFH&ODVV$FHUWL¿FDGR,)5,/6&DW
3) Tripulação de dois pilotos com comandos de pilotos du-
plos e cockpit
4) Mínimo 18 assentos para passageiros
5) Capaz de realizar a rota Pemba – Joanesburgo sem rea-
bastecimento com carga útil de pelo menos 1800kg.
DURAÇÃO DO CONTRATO
A previsão de início do contrato é 01 de janeiro de 2025 com
9
duração de sessenta (60) meses do calendário.
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA
As empresas interessadas poderão enviar a sua Manifestação de
Interesse, fornecendo a seguinte informação e documentação man-
datária:
I. Requisitos Técnicos mínimos:
a) 22SHUDGRUGHYHUiSRVVXLUXP&HUWL¿FDGRGH2SHUDGRU$p-
reo válido, incluindo aprovação de operações para o tipo de serviços
H[LJLGRVQR(VFRSRGH7UDEDOKRUHODWDGRQRGRFXPHQWRGH(VSHFL¿-
cações Técnicas do Concurso.
b) O Operador deverá cumprir os regulamentos e padrões regi-
dos pelas autoridades reguladoras do país em que o a/c está regis-
tado e o AOC é emitido.
c) O Operador deverá documentar e implementar um SMS de
DFRUGRFRPDVGLUHWUL]HVGD,&$2HUHTXLVLWRVQDFLRQDLV
d) O Operador deverá documentar e implementar um programa
de monitoramento de conformidade/garantia de qualidade operacio-
nalmente independente.
e) O Operador documentará e implementará um programa de
VHJXUDQoDGHDFRUGRFRPDVGLUHWUL]HVGD,&$2HRVUHTXLVLWRVQD-
cionais.
f) O Operador deverá ser aprovado pela Autoridade Nacional de
Aviação para a aeronave habilidade contínua das aeronaves listadas
no AOC.
g) O Operador deverá possuir uma aprovação de Organização
de Manutenção pela Autoridade Nacional de Aviação relevante (se
aplicável) ou, se subcontratado, o prestador de manutenção sub-
contratado deverá possuir uma aprovação de Organização de Ma-
nutenção aprovada pela Autoridade Nacional de Aviação relevante.
h) 22SHUDGRURX*UXSRVHR2SHUDGRU$pUHR¿]HUSDUWHGHVWH
deverá ter a seguinte experiência:
onshore: experiência comprovada não inferior a 3 anos em opera-
ções de transporte aéreo comercial (passageiros e carga) com ae-
ronaves multimotores.
i) &HUWL¿FDomRGR6LVWHPDGH*HVWmRGH4XDOLGDGHHRXGRFX-
PHQWRVTXHFRPSURYHPFRQIRUPLGDGHFRPRV3DGU}HV,QWHUQDFLR-
QDLVGH4XDOLGDGH ,62 
j) Documentos do Sistema de Gestão de Segurança (OHSAS
 RX ,62   H GR 6LVWHPD GH *HVWmR $PELHQWDO ,62
14001) que comprovam a conformidade da empresa com as normas
internacionais;
k) Cópia do relatório de desempenho da Empresa em matéria
de Saúde, Segurança e Ambiente incluindo ocorrências e incidentes
GRV ~OWLPRV  DQRV 7D[D 7RWDO GH ,QFLGHQWHV 5HJLVWUiYHLV 75,5 
deve ser providenciado;
II. Documentos administrativos:
a) Cópia autenticada digitalizada do Registro Comercial, nome
da Pessoa Jurídica e pessoa de contato para recebimento do
SDFRWH GH TXDOL¿FDomR H RXWUDV LQIRUPDo}HV UHOHYDQWHV GD
Eni Rovuma Basin B.V.;
b) Demostração Financeira dos Últimos três anos e Relatório
Anual, incluindo Balanço Patrimonial, Demonstração de Re-
sultados e Fluxo de Caixa. Os referidos documentos deverão
ser fornecidos para o Grupo da Empresa (se aplicável) bem
como a entidade registada em Moçambique da Empresa que
¿UPDUiRFRQWUDWRHPTXHVWmR
c) Registro da empresa em Moçambique. Caso sua empresa ain-
GDQmRHVWHMDUHJLVWDGDHP0RoDPELTXHGHYHHVSHFL¿FDUVH
pretende efectuar o seu registo imediato em Moçambique e
HVSHFL¿FDUDUHVSHFWLYDOLQKDGRWHPSR
d) Estrutura da empresa e do grupo com a lista dos principais
 SOCIEDADE
SOCIEDADE
10
DFLRQLVWDVHEHQH¿FLiULRV¿QDLV VHQmROLVWDGRVQDEROVDGH
valores);
e) Caso deseje submeter a sua Manifestação de Interesse
como Consórcio ou Joint Venture (JV), informação referen-
te a cada membro pertencente ao Consórcio ou JV com o
respectivo papel que cada membro irá desempenhar no po-
tencial projeto. A intenção de formar um Consórcio ou uma
JV deve ser fundamentada por um Acordo ou “Memorando
de Entendimento” devidamente assinado por cada membro
do grupo.
As empresas interessadas neste convite devem enviar a sua Ma-
nifestação de Interesse registando a empresa no nosso website
(Solicitação da Eni Rovuma Basin B.V.)
https://enispace.eni.com/en_US/registrazione.page
Uma vez concluído o registo da Empresa, na “Área Privada” será
possível criar o pedido de resposta a esta Manifestação de Inte-
resse:
Para aceder ao procedimento de Candidatura, aceda à secção “My
Applications”.
Ao clicar no item acima você pode acessar as funcionalidades de:
‡([LELomRHHGLomRGRTXHVWLRQiULRGHDXWRDSOLFDomR
‡&ULDQGRXPDQRYDDXWRDSOLFDomR
‡(OLPLQDomRGHXPDSUiWLFDGHDXWRDSOLFDomR
‡(QYLRGDDXWRDSOLFDomR
‡3URFXUHSUiWLFDVGHDXWRDSOLFDomR
Para quaisquer questões e apoio, pode entrar em contato com
nosso serviço de apoio de operações:
EXPRESSION OF INTEREST
FOR FIXED WINGS TRANSPORTATION SERVICES IN MOZAMBIQUE
Eni Rovuma Basin B.V., Mozambique Branch, invites
interested companies to submit their Expression of Interest for
the provision of FIXED WINGS TRANSPORTATION SERVICES
IN MOZAMBIQUE.
SCOPE OF WORK
The scope of work consists of provision of passengers Air
Transportation Services as detailed below:
 One Primary aircraft to be based in Maputo that shall be
available to the Company within 24 (twenty-four) hours from
notice, and ready to take-off within the following 6 (six) hours
for commercial transportation of passengers and/or internal
cargo from/to Main Operating Base, to/from Pemba, Nacala and
Nampula; neighboring Countries are also included within possible
destinations.
 One Secondary (On-Call) aircraft shall be available to the
Company within 72 (seventy-two) hours from notice, for
commercial transportation of passengers and/or internal cargo
from/to Johannesburg Pemba and Maputo, neighboring Countries
are also included within possible destinations.
Aircraft can be used by other clients but must be available for the
Company within above mentioned notice.
Savana 09-02-2024
e-mail: ebusiness.support@eni.com
8PDYH]VXEPHWLGDD0DQLIHVWDomRGH,QWHUHVVHQRIRUPXOiULRGH
inscrição do website R VHX Q~PHUR GH LGHQWL¿FDomR GH LQVFULomo
deve ser enviado para:
e-mail: erb.Public.announcement@eni.com
IMPORTANTE:
O envio deve se referir ao assunto do Anúncio Público e ao seguinte
código de mercadoria:
SS05BC08: AIRCRAFT LOGISTIC SERV FOR DRILLING/PRO-
DUCTION - FIXED WINGS
No aplicativo do site, na secção “Objecto do aplicativo”, a área “Ori-
gem do convite” deve ser preenchida da seguinte forma: “ Trans-
porte de Asas Fixas”.
Sujeito à entrega e conformidade de toda a documentação acima,
DV(PSUHVDVLQWHUHVVDGDVQHVWD0DQLIHVWDomRGH,QWHUHVVHSRGHP
receber da Eni Rovuma Basin B.V.R3DFRWHGH4XDOL¿FDomRSR-
dendo ainda ser incluídas no processo de licitação para as ativida-
des em questão.
Este inquérito não será considerado como um convite à apresenta-
ção de propostas e, portanto, não representa ou constitui qualquer
promessa, obrigação ou compromisso de qualquer tipo por parte da
Eni Rovuma Basin B.V., de celebrar qualquer acordo com qual-
quer empresa que irá participar desta Manifestação de Interesse.
4XDLVTXHUFXVWRVLQFRUULGRVSHODVHPSUHVDVLQWHUHVVDGDVQDSUHSD-
ração da Manifestação de Interesse serão de total responsabilidade
das empresas, as quais não terão direito a qualquer reembolso por
parte da Eni Rovuma Basin B.V..
Todos os dados e informações fornecidos ao abrigo desta Manifes-
tação de InteresseVHUmRWUDWDGRVFRPRHVWULWDPHQWHFRQ¿GHQFLDLV
e não serão divulgados ou comunicados a pessoas ou empresas
não autorizadas.
A data-limite para submissão da documentação referente a Mani-
IHVWDomRGH,QWHUHVVHSDUDRHQGHUHoRGRVLWHDFLPDLQGLFDGRp07
de Março de 2024, 23:59 horário da África Central. A docu-
mentação recebida após a data e hora indicada não será aceite.
Airplanes shall comply with the following characteristics:
Primary Aircraft
The airplane proposed which shall satisfy the following minimum
requirements:
1) FAR/EASA CS 25 dual engines
2) 3HUIRUPDQFH&ODVV$,)5&HUWL¿FDWHG,/6&DW
3) Two pilots crew with dual pilots’ commands and cockpit
4) Minimum 18 passengers’ seats
5) Able to perform the route Pemba – Maputo without refuel
with payload of at least 1800kg.
Secondary (On-Call) Aircraft
The airplane proposed which shall satisfy the following minimum
requirements:
1) FAR/EASA CS 25 dual engines
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Savana 09-02-2024 11

2) 3HUIRUPDQFH&ODVV$,)5&HUWL¿FDWHG,/6&DW d) Company and Group Structure with the list of major

6KDUHKROGHUVDQGXOWLPDWHEHQH¿FLDULHV LIQRWOLVWHGLQWKH
3) Two pilots crew with dual pilots’ commands and cockpit stock exchange);
e) ,QFDVH\RXZLVKWRSDUWLFLSDWHLQWKHExpression of Interest
4) Minimum 18 passengers’ seats as a consortium or as a joint venture, information about
each member of consortium or joint venture and role of
5) Able to perform the route Pemba – Johannesburg without each participant in the potential project. Such intention to
refuel with payload of at least 1800kg. form either a consortium or a JV, must be supported by an
Agreement or “Memorandum of Understanding” duly signed
CONTRACT DURATION by each entity in the group.
The foreseen contract starts on 01st January 2025, with duration Companies interested in this invitation shall submit their
of sixty (60) calendar months. Expression of Interest by registering the company on our website
DOCUMENTATION REQUIRED (Eni Rovuma basin B.V. Application):

Companies interested in this invitation may submit their Expression https://enispace.eni.com/en_US/registrazione.page

of Interest by providing the following mandatory information and Once the Company registry is complete, in “Private Area” it
documentation: will be possible to create the application for responding to this
I. Technical minimum requirements: Expression of Interest:
a) 7KH 2SHUDWRU VKDOO KROG D YDOLG $LU 2SHUDWRU &HUWL¿FDWH ,QRUGHUWRDFFHVVWKH$SSOLFDWLRQSURFHGXUHDFFHVVWKHVHFWLRQ
including operations approval for the type of services required “My Applications”.
in the Scope of Work reported in the Tender Technical
6SHFL¿FDWLRQGRFXPHQW
b) The Operator shall comply with the regulations and standards
governed by the regulatory authorities of the country in
which the a/c is registered and the AOC is issued.
c) The Operator shall document and implement a SMS in
DFFRUGDQFHZLWK,&$2JXLGHOLQHVDQGQDWLRQDOUHTXLUHPHQWV
d) The Operator shall document and implement an operationally By clicking on the above item, you can access the features of:
independent compliance monitoring/quality assurance % Displaying and edit the self-application questionnaire
program.
% Creating a new self-application
e) The Operator shall document and implement a Security
SURJUDP LQ DFFRUGDQFH ZLWK ,&$2 JXLGHOLQHV DQG QDWLRQDO % Elimination of a self-application practice
requirements. % Sending the self-application
f) The Operator shall be approved by the National Aviation % Search for self-application practices
Authority for the continuing airworthiness of the aircraft
listed in the AOC. For any issues and support, you can contact our service operations
support:
g) The Operator shall hold a Maintenance Organization approval
by the relevant National Aviation Authority (if applicable) or, e-mail: ebusiness.support@eni.com
if sub-contracted, the sub-contracted Maintenance provider 2QFH VXEPLWWHG WKH (2, ZLWKLQ WKH ZHEVLWH DSSOLFDWLRQ \RXU
shall hold Maintenance Organization approval be approved DSSOLFDWLRQ,'QXPEHUPXVWEH6KDUHGWR
by relevant National Aviation Authority.
e-mail: erb.procurement@eni.com
h) The Operator, or Group if the Air Operator is part of it, shall
have the following experience: IMPORTANT:

onshore: proven experience of not less than 3 years in The submission must refer to the Public Announcement subject
commercial air transport operations (passenger and cargo) and to the following commodity code:
with multi-engine aircraft. SS05BC08: AIRCRAFT LOGISTIC SERV FOR DRILLING/
PRODUCTION - FIXED WINGS
i) 4XDOLW\0DQDJHPHQW6\VWHPFHUWL¿FDWLRQVDQGRUFHUWL¿FDWHV
SURYLQJ FRPSOLDQFH ZLWK LQWHUQDWLRQDO 4XDOLW\ 6WDQGDUGV Within the website application, under the section “Object of the
,62  Application”, the area “Origin of invitation” shall be completed as
follows: “Fixed Wings Transportation”.
j) 6DIHW\ 0DQDJHPHQW 6\VWHP 2+6$6  RU ,62
  DQG (QYLURQPHQWDO 0DQDJHPHQW 6\VWHP ,62 Subject to the delivery and compliance of all the above requested
documentation, Companies may receive from Eni Rovuma Basin
14001) documents proving the company compliance with
B.V.WKH4XDOL¿FDWLRQ3DFNDJHDQGPD\IXUWKHUEHLQFOXGHGLQWKH
international standards; tender process for the subject activities.
k) Company’s HSE performance including events and incidents This enquiry shall not be considered as an invitation to tender
LQ WKH ODVW WKUHH \HDUV 7RWDO 5HFRUGDEOH ,QFLGHQWV 5DWH and therefore it does not represent or constitute any promise,
75,5 VKDOOEHSURYLGHG obligation or commitment of any kind on the part of Eni Rovuma
II. Administrative documents: Basin B.V., to enter into any agreement or arrangement with you
or with any Company participating in this Expression of Interest.
a) 6FDQQHG FHUWL¿HG FRS\ RI WKH 7UDGH 5HJLVWHU /HJDO (QWLW\
QDPHDQGFRQWDFWSHUVRQIRUUHFHLYLQJTXDOL¿FDWLRQSDFNDJH Any cost incurred by interested Companies in preparing the
and other relevant information from Eni Rovuma Basin B.V.; Expression of Interest shall be fully born by such Companies who
shall have no recourse in this respect to Eni Rovuma Basin B.V.
b) /DVW WKUHH \HDUV )LQDQFLDO 6WDWHPHQWV DQG $QQXDO 5HSRUW .
LQFOXGLQJ %DODQFH 6KHHW 3UR¿W DQG /RVV DQG &DVK )ORZ
Statement. These documents must be provided for the All data and information provided pursuant to this Expression
Company Group (if applicable), and also for the Company’s RI ,QWHUHVW ZLOO EH WUHDWHG DV VWULFWO\ FRQ¿GHQWLDO DQG ZLOO QRW
Mozambican registered entity that will enter into the subject be disclosed or communicated to non-authorized persons or
contract; companies.

c) &RPSDQ\¶VUHJLVWUDWLRQLQ0R]DPELTXH,QFDVH\RXU&RPSDQ\ The deadline for receipt of your documentation relevant to this

is not already registered in Mozambique, please specify if ([SUHVVLRQRI,QWHUHVWLVVHWDW 07th
March 2024, 23:59 Central
you would be willing to promptly register in Mozambique and Africa Time. Documentation received after the set deadline will
specify the respective timeline; not be accepted.
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12 Savana 09-02-2024

MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO EM PEMBA
Eni Rovuma Basin B.V.- Sucursal de Moçambique,
convida as empresas interessadas a submeter a sua Ma-
nifestação de Interesse para a Prestação de Servi-
ços de Manutenção, em Pemba, Moçambique.
ÂMBITO DO TRABALHO
O âmbito do trabalho consiste no fornecimento
por activação, mediante solicitação da COMPA-
NHIA, de Serviços de Manutenção às instalações
da Eni Rovuma Basin B.V. (“EMPRESA”) não
limitados a planta de oxigénio, hangar e escritó-
rios no porto, localizados em Pemba. Prestação
de serviços de acordo com as descrições abaixo:
- Todos os serviços de manutenção e quaisquer tra-
balhos de reparação.
- Serviços de manutenção correctivos e grandes tra-
balhos de manutenção devendo incluir a substitui-
omRGDVSDUWHVGDQL¿FDGDVGRVHTXLSDPHQWRVWUD-
balhos de renovação/reformas e novos projectos.
- Manutenção da planta de oxigénio no Hospital Pro-
vincial de Pemba e fornecimento de consumíveis de
acordo com o plano do fornecedor.
Os serviços solicitados estão divididos em duas catego-
rias principais nomeadamente a Actividade de Rotina e a
Actividade Extra rotineira nas instalações acima mencio-
nadas, conforme detalhado abaixo:
% Manutenção das instalações e todos equipamentos;
% Trabalhos de canalização;
% Serviços eléctricos;
% 0DQXWHQomRGH¿OWURVGHiJXDHERPEDVGHiJXD relevantes da Eni Rovuma Basin B.V.;
% Manutenção dos portões do Hangar;
% Manutenção da planta de oxigênio;
% Fornecimento e Manutenção de Geradores;
% Serviços de Carpintaria;
% Serviços de pintura;
% Serviços de alvenaria;
% Obras de construção civil;
% $EDVWHFLPHQWRGHiJXD XVDQGRFDPLDRFLVWHUQD  0RoDPELTXHHHVSHFL¿FDUDUHVSHFWLYDOLQKDGRWHPSR
D  Localização das lojas e escritórios do contratado;
E  Organograma da empresa do contratado;
F  Evidência de pelo menos 3 anos de experiência no
fornecimento de SERVIÇOS semelhantes e referências de
clientes anteriores;
G  Lista com número de pessoal esperado, categoria e
experiência para executar o SERVIÇO de acordo com os
diferentes serviços a serem realizados;
H  Lista de equipamentos a serem usados para execu-
ção dos SERVIÇOS;
I  1R FDVR GH 6XEFRQWUDWDomR R 3URSRQHQWH GHYHUi
fornecer a Lista de Subcontratantes que serão utilizados
para executar parte do SERVIÇO.
II. Documentos de SSA (Saúde, Segurança e Ambien-
te):
D  Manual do sistema de gestão de SSA ou lista de do-
cumentos que evidenciem alinhamento com os padrões in-
WHUQDFLRQDLV SRU H[HPSOR ,62  2+6$6  RX
,62 HRXHYLGrQFLDGHVLVWHPDGHJHVWmRGH66$
FHUWL¿FDGR
E  Estatísticas de SSA dos últimos 03 Anos.
F  Políticas de SSA.
III. Documentos administrativos:
D  Cópia autenticada digitalizada do Registro de Comér-
cio, nome da Pessoa Jurídica e pessoa de contato para re-
FHELPHQWRGRSDFRWHGHTXDOL¿FDomRHRXWUDVLQIRUPDo}HV
E  Últimos três anos de Demonstrações Financeiras
e Relatório Anual, incluindo Balanço Patrimonial,
Demonstração de Resultados e Fluxo de Caixa. Esses
documentos devem ser fornecidos para o Grupo da Empresa
VHDSOLFiYHO HWDPEpPSDUDDHQWLGDGHregistrada em Mo-
oDPELTXHGD(PSUHVDTXH¿UPDUiRFRQWUDWRHPTXHVWmR
F  Registro da empresa em Moçambique. Caso sua em-
presa ainda não esteja registrada em Moçambique, deve
HVSHFL¿FDUVHSUHWHQGHHIHFWXDURVHXUHJLVWRLPHGLDWRHP


% Fornecimento de combustível para os geradores; G  Estrutura da empresa e do grupo com a lista dos
SULQFLSDLVDFLRQLVWDVHEHQH¿FLiULRV¿QDLV VHQmROLVWDGRV
% Serviços de limpeza de fossas incluindo a colecta e QDEROVDGHYDORUHV 
descarte de esgotos/resíduos;
H  Caso pretende participar da Manifestação de Inte-
% Fornecimento de consumíveis. resse como consórcio ou empreendimento conjunto, infor-
mações sobre cada membro de consórcio ou empreendi-
mento conjunto e papel de cada participante no projeto em
DURAÇÃO DO CONTRATO potencial. Essa intenção de formar um consórcio ou uma
A previsão é que o contrato tenha início em Dezembro de JV deve ser apoiada por um Contrato ou “Memorando de
HDGXUDomRGRFRQWUDWRWHUiSRUXPSHUtRGR¿UPH Entendimento” devidamente assinado por cada entidade
de 60 meses com duas extensões adicionais de 12 meses do grupo;
cada. I  Licenças relevantes exigidas pela lei moçambicana
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA para executar os serviços de gestão de resíduos.
As Empresas interessadas deverão enviar a sua Manifes- As empresas interessadas deverão submeter a sua Mani-
tação de interesse, fornecendo a seguinte informação e festação de Interesse registrando a sua empresa através
documentaçãoDWUDYpVGROLQNHVSHFL¿FDGRDEDL[R GRQRVVRVLWH DSOLFDWLYR(QL5RYXPDEDFLD%9 
I. Documentos técnicos: https://enispace.eni.com/en_US/registrazione.page
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Savana 09-02-2024
Uma vez concluído o registro da Empresa, na “Área Pri-
YDGD´VHUiSRVVtYHOFULDURSHGLGRGHUHVSRVWDDHVWDMa-
nifestação de Interesse:
Para aceder ao procedimento de Candidatura, aceda à
secção “My Applications”.
Ao clicar no item acima você pode acessar as funcionali-
dades de:
‡([LELomRHHGLomRGRTXHVWLRQiULRGHDXWRDSOLFDomR
‡&ULDQGRXPDQRYDDXWRDSOLFDomR
‡(OLPLQDomRGHXPDSUiWLFDGHDXWRDSOLFDomR
‡(QYLRGDDXWRDSOLFDomR
‡3URFXUHSUiWLFDVGHDXWRDSOLFDomR
Para quaisquer questões e apoio, pode entrar em contato
com nosso serviço de apoio de operações:
e-mail: ebusiness.support@eni.com
Uma vez submetida a Manifestação de Interesse no for-
PXOiULRGHLQVFULomRGRwebsite, o seu número de identi-
¿FDomRGHLQVFULomRGHYHVHUHQYLDGRSDUD dos a pessoas ou empresas não autorizadas.
e-mail: erb.procurement@eni.com
IMPORTANTE:
2HPDLOGHVXEPLVVmRGHYHUiID]HUUHIHUrQFLDDR$Q~Q-
cio Público “Serviços de Manutenção em Pemba” e
EXPRESSION OF INTEREST
FOR PROVISION OF MAINTENANCE SERVICES IN PEMBA
Eni Rovuma Basin B.V. – Mozambique Branch in-
vites interested companies to submit Expression of
Interest for the Provision of Maintenance Servic-
es in Pemba, Mozambique, to Eni Rovuma Basin B.V.
premises.
SCOPE OF WORK
The Scope of Work consists on provision on call-out
basis upon COMPANY request of Maintenance Services
WR (QL 5RYXPD %DVLQ %9 ³&203$1<´  SUHPLVHV QRW
OLPLWHGWRR[\JHQSODQWKDQJDUDQGSRUWRI¿FHVORFDWHG
at Pemba. Below listed the main services requested:
- All maintenance services and any repair work
- Corrective services and shall include the replace-
ment of major worn out parts of the appliances,
major corrective maintenance/repair works, reno-
vation/revamping works and new project.
- Maintenance of the oxygen plant at the Pemba
Provincial Hospital and supply of consumables ac-
cording to the supplier’s plan.
The requested services are divided into two main catego-
ries, Routine Activities and Extra Routine Activities for the
company´s premises, as detailed below:
13
também ao seguinte código de mercadoria:
SS06AC01 - MANUTENÇÃO DE OBRAS CIVIS (ONSHO-
RE)
No aplicativo do site, na secção “Objecto do aplicati-
vo”, D iUHD “Origem do convite” deve ser preenchida
da seguinte forma: “SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO DE
OBRAS CIVIS EM PEMBA”.
Sujeito à submissão e conformidade de toda a documenta-
ção acima, as Empresas interessadas nesta Manifestação
de Interesse poderão receber da Eni Rovuma Basin B.V o
3DFRWHGH4XDOL¿FDomR
A presente consulta não deve ser considerada como um
convite à apresentação de propostas e, portanto, não re-
presenta nem constitui qualquer promessa, obrigação ou
compromisso de qualquer tipo por parte da Eni Rovuma
Basin B.V, de celebrar qualquer acordo ou memorando de
entendimento com qualquer Empresa que participe desta
Manifestação de Interesse.
Qualquer custo incorrido na preparação da Manifestação
de InteresseVHUiGDWRWDOUHVSRQVDELOLGDGHGDV(PSUHVDV
as quais não terão direito a qualquer reembolso por parte
da Eni Rovuma Basin B.V.
Todos os dados e informações fornecidos ao abrigo des-
ta Manifestação de Interesse serão tratados como estrita-
PHQWHFRQ¿GHQFLDLVHQmRVHUmRGLYXOJDGRVRXFRPXQLFD-
A data-limite para submissão da documentação referente
a Manifestação de Interesse para o endereço do site acima
indicado é 21 de Fevereiro de 2024, 23:59 horário da
África Central. A documentação recebida após a data e
KRUDLQGLFDGDQmRVHUiDFHLWH
 Maintenance of Company premises, Air Conditioners
and other Equipment;
% Plumbing Works;
% Electrical Service;
% 0DLQWHQDQFHRIZDWHU¿OWHUVDQGZDWHUSXPSV
% Maintenance of Hangar gates;
% Maintenance of the oxygen plant;
% Generators Maintenance;
% Carpentry Service;
% Painting Service;
% Masonry Service;
% Minor Civil Work;
% Waste disposal & Management;
% Provision of Loaders Services;
% :DWHUVXSSO\ XVLQJZDWHUWUXFN 
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% Supply of diesel for company’s Generators;
% Sewage Collection and Disposal Services;
% Consumables supply.
The Provision of Services will begin in December
2024 and
CONTRACT DURATION
The foreseen contract will begin in December 2024, the
FRQWUDFWGXUDWLRQZLOOKDYHD¿UPSHULRGRIPRQWKVDQG
two additional extensions of 12 months each.
DOCUMENTATION REQUIRED
Companies interested in this invitation may submit their Ex-
pression of Interest by providing, through the below speci-
¿HGOLQNWKHIROORZLQJGRFXPHQWDWLRQV
I. Technical documents:
D  /RFDWLRQRI&RQWUDFWRU¶VVWRUHVDQGRI¿FH
E  Contractor’s Company Organigram;
F  Evidence of a minimum of 3 years’ experience in provid-
ing similar SERVICE, and references of previous clients;
G  List with expected number of personnel, category and
experience to perform the SERVICE according with the dif-
ferent services to be carried out;
H  List of equipment to be used to perform the SER-
VICE;
I  In case of Subcontracting, Tenderer shall provide the
List of Sub-Contractors that will be used to perform part of
the SERVICE;
II. SSA (Health, Safety and Environment) docu-
ments:
a) HSE Management System Manual or list of docu-
ments/procedures evidencing alignment with interna-
WLRQDO VWDQGDUGV HJ ,62  2+6$6  RU
,62   DQGRU HYLGHQFH RI D FHUWL¿HG +6( 0DQ-
agement System;
b) SSA statistics for the last three years;
c) SSA Policies.
III. Administrative documents:
a) 6FDQQHGFHUWL¿HGFRS\RIWKH7UDGH5HJLVWHU/HJDO
(QWLW\QDPHDQGFRQWDFWSHUVRQIRUUHFHLYLQJTXDOL¿FDWLRQ
package and other relevant information from Eni Rovuma
Basin B.V.;
b) Last three years of Financial Statements and Annual
5HSRUWLQFOXGLQJ%DODQFH6KHHW3UR¿WDQG/RVVDQG&DVK
Flow Statement. These documents must be provided for the
&RPSDQ\*URXS LIDSSOLFDEOH DQGDOVRIRUWKH&RPSDQ\¶V
Mozambican registered entity that will enter into the subject
contract;
c) Company’s registration in Mozambique. In case your
Company is not already registered in Mozambique, please
specify if you would be willing to promptly register in Mo-
zambique and specify the respective timeline;
d) Company and Group Structure with the list of major
6KDUHKROGHUVDQGXOWLPDWHEHQH¿FLDULHV LIQRWOLVWHGLQWKH
VWRFNH[FKDQJH  All data and information provided pursuant to this Expres-
e) In case, you wish to participate in the Expression of
Interest as a consortium or as a joint venture, information
about each member of consortium or joint venture and role
of each participant in the potential project. Such intention
to form either a consortium or a JV, must be supported by
an Agreement or “Memorandum of Understanding” duly
signed by each entity in the group.
Savana 09-02-2024
f) Relevant licenses required by Mozambican law to
perform the services according to the SoW.
Companies interested in this invitation may submit their
Expression of Interest by registering the company on our
ZHEVLWH (QL5RYXPDEDVLQ%9$SSOLFDWLRQ 
https://enispace.eni.com/en_US/registrazione.page
Once the Company’s registration has been completed, in
the “Private Area” it will be possible to create a request
for a response to this Expression of Interest:
To access the Application procedure, access the “My Ap-
plications” section.
By clicking on the item above you can access the features
of:
‡'LVSOD\DQGHGLWWKHVHOIDGPLQLVWUDWLRQTXHVWLRQQDLUH
‡&UHDWLQJDQHZVHOIDSSOLFDWLRQ
‡(OLPLQDWLRQRIDVHOIDSSOLFDWLRQSUDFWLFH
‡6XEPLVVLRQRIVHOIDSSOLFDWLRQ
‡/RRNIRUVHOIDSSOLFDWLRQSUDFWLFHV
For any questions and support, you can contact our op-
erations support service:
e-mail: ebusiness.support@eni.com
Once submitted the EOI within the website application,
your application I.D. number must be Shared to:
e-mail: erb.procurement@eni.com
IMPORTANT:
The submission must refer to the Public Announcement
and to the following commodity code:
SS06AC01 - CIVIL WORKS MAINTENANCE (ON-
SHORE)
Within the website application, under the section “Object
of the Application”, the area “Origin of invitation” shall be
completed as follows: “PROVISION OF MAINTENANCE
SERVICE”.
Subject to the delivery and compliance of all the above
documentation, Companies interested in this Expression
of Interest may receive from Eni Rovuma Basin BV the
4XDOL¿FDWLRQ3DFNDJHDQGPD\IXUWKHUEHLQFOXGHGLQWKH
tender process for the subject activities.
This enquiry shall not be considered as an invitation to
tender and therefore it does not represent or constitute
any promise, obligation or commitment of any kind on
the part of Eni Rovuma Basin B.V., to enter into any
agreement or arrangement with you or with any Company
participating in this Expression of Interest.
Any cost incurred by interested Companies in prepar-
ing the Expression of Interest shall be fully born by such
Companies who shall have no recourse in this respect to
Eni Rovuma Basin B.V..
sion of InterestZLOOEHWUHDWHGDVVWULFWO\FRQ¿GHQWLDODQG
will not be disclosed or communicated to non-authorized
persons or companies.
The deadline for receipt of Expression of Interest by the
website address indicated above is set at 21st February
2024, 23:59 Central Africa Time. Documentation re-
ceived after the set deadline will not be accepted.
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Savana 09-02-2024 15

MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS GERAIS DE MANUTENÇÃO PARA
ESCRITÓRIOS E CASAS EM MAPUTO
Eni Rovuma Basin B.V.- Sucursal de Moçambique,
convida empresas interessadas a apresentar Manifes-
tação de Interesse para a Prestação de Serviços
Gerais de Manutenção para Escritórios e Casas em
Maputo, Moçambique.
e) Manual do sistema de gerenciamento de SMS ou lista
de documentos que evidenciam alinhamento com os pa-
drões internacionais (por exemplo, ISO 14001; BS 18001
ou ISO 45001) e / ou evidência de sistema de gerencia-
PHQWRGH606FHUWL¿FDGR

ÂMBITO DO TRABALHO f) Desempenho dos KPI de HSE nos últimos 3 anos.

O escopo do trabalho consiste nas atividades de Execu- II Documentos administrativos:

ção de Manutenção Global (preventiva e de rotina) dos a) Cópia autenticada digitalizada do Registro Comercial,
escritórios e residências da empresa, conforme detalha- nome da Pessoa Jurídica e pessoa de contacto para recebi-
do abaixo: PHQWRGRSDFRWHGHTXDOL¿FDomRHRXWUDVLQIRUPDo}HVUHOH-
vantes da Eni Rovuma Basin B.V;
% Manutenção de Ar Condicionado, Sistema de CFTV,
Sistema de Detenção de Incêndio, Sistema Anti-Intru- b) Demonstrações Financeiras e Relatório Anual dos úl-
são, Sistema de Controle de Acesso, Geradores; timos três anos, incluindo Balanço, Lucros e Perdas e De-
monstração de Fluxo de Caixa. Estes documentos devem
% Trabalhos de encanamento;
ser fornecidos para o Grupo da Empresa (se aplicável), e
% Serviços Elétricos; também para a entidade registada em Moçambique da Em-
presa que celebrará o contrato em questão;
% Serviços de Piscina;
c) Registo da empresa em Moçambique. Caso a empre-
% Serviços de Jardinagem;
sa ainda não esteja registada em Moçambique, deve espe-
% Serviços de Carpintaria / Pintura / Alvenaria; FL¿FDUTXHSUHWHQGHUHJLVWDUVHLPHGLDWDPHQWHHP0RoDP-
bique e indicar o prazo estimado para fazê-lo;
% Obras civis menores;
d) Estrutura da Sociedade e do Grupo com a relação dos
% Eliminação de resíduos (excetos resíduos perigo-
SULQFLSDLVDFFLRQLVWDVHEHQH¿FLiULRV¿QDLV FDVRQmRHVWH-
sos);
jam cotados em bolsa).
% Fornecimento de peças de reposição e consumíveis
e) Caso deseje submeter a Manifestação de Interesse
necessários.
como consórcio ou joint venture, deverá apresentar infor-
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA mações referente a cada membro do consórcio ou joint
venture com o respectivo papel de cada participante no
As empresas interessadas neste anúncio poderão sub-
potencial projecto. Tal intenção de formar um consórcio
meter a sua Manifestação de Interesse registando-se no
ou uma JV deverá ser fundamentada por um Acordo ou
site indicado abaixo e submetendo toda informação obri-
“Memorando de Entendimento” devidamente assinado por
gatória assim como apresentando a seguinte documen-
cada membro do grupo.
tação exigida:
Empresas interessadas neste anúncio podem submeter sua
I. Documentos técnicos:
Manifestação de Interesse inscrevendo-se através do se-
a) Localização das lojas e escritórios do contratado; guinte website (Eni Rovuma Basin B.V. Candidaturas):

b) Organograma da empresa do contratado; https://enispace.eni.com/en_US/registrazione.page

c) Número de anos no mercado que presta SERVIÇO Concluído o cadastro da Empresa, na “Área Privada” será
semelhante; possível criar o pedido de resposta a esta manifestação de
Interesse:
d) Evidência de pelo menos 5 anos de experiência no
fornecimento de SERVIÇOS semelhantes e referências Para acessar esta secção, no menu lateral selecione “My
de clientes anteriores; Applications”.
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16 Savana 09-02-2024

te forma: ““SERVIÇOS GERAIS DE MANUTENÇÃO

PARA ESCRITÓRIOS E CASAS EM MAPUTO”.

Sujeito à entrega e conformidade de toda a documenta-

Ao clicar no item acima, poderá acessar o seguinte:
‡([LELomRHHGLomRGRTXHVWLRQiULRGHDXWRDSOLFDomR
ção acima, as Empresas interessadas nesta Manifesta-
ção de Interesse poderão receber da Eni Rovuma Ba-
sin B.V.  R 3DFRWH GH 4XDOL¿FDomR SRGHQGR DLQGD VHU
incluídas no processo do concurso para as actividades
em questão.

‡&ULDomRGHXPDQRYDDXWRDSOLFDomR Este inquérito não será considerado como um convite à

apresentação de propostas e, portanto, não representa
‡(OLPLQDomRGHXPDSUiWLFDGHDXWRDSOLFDomR
ou constitui qualquer promessa, obrigação ou compro-
‡(QYLRGDDXWRFDQGLGDWXUDH misso de

‡ %XVFD SRU SUiWLFDV GH DXWRDSOLFDomR qualquer tipo por parte da Eni Rovuma Basin B.V. de
Para quaisquer problemas e suporte, poderá entrar em celebrar qualquer acordo com qualquer empresa que irá
contacto com o suporte de operações de serviço: participar desta Manifestação de Interesse.

e-mail: ebusiness.support@eni.com Quaisquer custos incorridos pelas Empresas interessa-

Uma vez submetida a Manifestação de Interesse no web-
VLWHRQ~PHURGHLGHQWL¿FDomRGHLQVFULomRJHUDGRGHYHUi
ser enviado para:
e-mail: erb.procurement@eni.com
IMPORTANTE:
A candidatura deverá referir ao seguinte código de serviço:
% SS06AC01 - CIVIL WORKS MAINTENANCE (ON-
SHORE)
No aplicativo do site, na secção “Object of the Application”,
a área “Origin of invitation” deve ser preenchida da seguin-
das na preparação da Manifestação de Interesse serão
de total responsabilidade das Empresas, as quais não
terão direito a qualquer reembolso por parte da Eni Ro-
vuma Basin B.V.
Todos os dados e informações fornecidos ao abrigo des-
ta Manifestação de Interesse serão tratados como estri-
WDPHQWHFRQ¿GHQFLDLVHQmRVHUmRGLYXOJDGRVRXFRPX-
nicados a pessoas ou empresas não autorizadas.
A data-limite para submissão da documentação refe-
rente a Manifestação de Interesse é 21 de Fevereiro
2024, 23:59 CAT. A documentação recebida após a
data e hora indicada não será aceite.

EXPRESSION OF INTEREST
FOR THE PROVISION OF GENERAL MAINTENANCE SERVICES FOR
MAPUTO OFFICES AND HOUSES
Eni Rovuma Basin B.V. – Mozambique Branch invites % Carpentry/Painting/Masonry Services;
interested companies to submit Expression of Interest for
the Provision of General Maintenance Services for Of- % Minor civil works;
¿FHVDQG+RXVHV in Maputo, Mozambique. % Waste Disposal (except for hazardous waste);
SCOPE OF WORK
% Supply of necessary spare parts and consumables.
The scope of work consists of Execution of Global Maintenance
SUHYHQWLYHDQGURXWLQH DFWLYLWLHVRIFRPSDQ\RI¿FHVDQG DOCUMENTS REQUIRED
houses, as detailed below:
Companies interested in this invitation may submit their
% Maintenance of Air Conditioners, CCTV system, Fire
detection system, Anti-Intrusion system, Access Expression of Interest by registering on the website
control system, Generators; indicated below and submitting the following mandatory
% Plumbing works; information and documentation providing evidence of:

% Electrical services; I. Technical documents:

% Swimming pool services; a) /RFDWLRQRI&RQWUDFWRU¶VVWRUHVDQGRI¿FH
% Gardening services; b) Contractor’s Company Organigram;
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Savana 09-02-2024
c) Number of years in the market providing similar
SERVICE;
d) Evidence of a minimum of 5 years’ experience
in providing similar SERVICE, and references of
previous clients;
e) HSE Management System Manual or list of docu-
ments evidencing alignment with international stan-
dards (e.g. ISO 14001; BS 18001 or ISO 45001)
DQGRUHYLGHQFHRIFHUWL¿HG+6(0DQDJHPHQW6\V-
tem;
f) HSE KPI performance for the last 3 Years.
II. Administrative documents:
a) 6FDQQHGFHUWL¿HGFRS\RIWKH&RPPHUFLDO5HJLVWHU
name of the Legal Entity and contact person who
VKDOOUHFHLYHWKHTXDOL¿FDWLRQSDFNDJHDQGRWKHU
relevant information from Eni Rovuma Basin B.V.;
b) Financial Statements for the past three years and
$QQXDO5HSRUWLQFOXGLQJ%DODQFH6KHHW3UR¿WDQG
Loss and Cash Flow statement. These documents
must be provided by the Company’s Group (if
applicable), and also by the Company registered in
Mozambique that will conclude the contract;
c) Registration of the company in Mozambique. If
not duly registered, the participant shall indicate
whether it would be willing to register promptly
and the estimated period for doing so;
d) Financial Statements for the past three years and
$QQXDO5HSRUWLQFOXGLQJ%DODQFH6KHHW3UR¿WDQG
Loss and Cash Flow statement. These documents
must be provided by the Company’s Group (if
applicable), and also by the Company registered in
Mozambique that will conclude the contract;
e) Structure of the Company or Group with the list
RIPDLQVKDUHKROGHUVDQG¿QDOEHQH¿FLDULHV LIQRW
listed on any stock exchange);
f) If the Expression of Interest is to be submitted as
a Consortium or Joint Venture (JV), information
regarding each member belonging to the
Consortium or JV with the respective role/position
that each member will take in the potential
project. The intention to form a Consortium
or JV must be supported by an Agreement or
“Memorandum of Understanding” duly signed by
each member of the group.
Companies interested in this invitation may submit their
Expression of Interest by registering the company on our
website (Eni Rovuma basin B.V. Application):
https://enispace.eni.com/en_US/registrazione.page
Once the Company registry is complete, in “Private Area”
it will be possible to create the
application for responding to this Expression of Interest:
17
To access this section, from the side menu select “My
Applications”.
By clicking on the above item, you can access the features of:
‡'LVSOD\LQJDQGHGLWWKHVHOIDSSOLFDWLRQTXHVWLRQQDLUH
‡&UHDWLQJDQHZVHOIDSSOLFDWLRQ
‡(OLPLQDWLRQRIDVHOIDSSOLFDWLRQSUDFWLFH
‡6HQGLQJWKHVHOIDSSOLFDWLRQ
‡6HDUFKIRUVHOIDSSOLFDWLRQSUDFWLFHV
For any issues and support, you can contact our service
operations support:
e-mail: ebusiness.support@eni.com
Once submitted the EOI within the website application, your
application I.D. number must be
Shared to:
e-mail: erb.procurement@eni.com
IMPORTANT:
The submission must refer to the following commodity
code:
SS06AC01 - CIVIL WORKS MAINTENANCE (ONSHORE)
Within the website application, under the section “Object
of the Application”, the area “Origin of invitation” shall
be completed as follows: “GENERAL MAINTENANCE
SERVICES FOR MAPUTO OFFICES AND HOUSES”.
Subject to the delivery and compliance of all the above
requested documentation, Companies may receive from
Eni Rovuma Basin B.V.WKH4XDOL¿FDWLRQ3DFNDJHDQGPD\
further be included in the tender process for the subject
activities.
This enquiry shall not be considered as an invitation to
tender and therefore it does not represent or constitute any
promise, obligation, or commitment of any kind on the part
of Eni Rovuma Basin B.V., to enter into any agreement or
arrangement with you or with any Company participating in
this Expression of Interest.
Any cost incurred by interested Companies in preparing the
Expression of Interest shall be fully born by such Companies
who shall have no recourse in this respect to Eni Rovuma
Basin B.V..
All data and information provided pursuant to this Expression
of InterestZLOOEHWUHDWHGDVVWULFWO\FRQ¿GHQWLDODQGZLOOQRW
be disclosed or communicated to non-authorized persons or
companies.
The deadline for receipt of your documentation relevant to
this Expression of Interest is set
at 21st February 2024, 23:59 CAT. Documentation
received after the set deadline will not be accepted.
 OPINIÃO
18 Savana 09-02-2024

Cartoon
EDITORIAL
Neste ano eleitoral, qual
dos caminhos Moçambique
pretende seguir

Q
uando, em Outubro, milhões de moçambicanos forem depositar
os seus votos nas urnas estarão, efectivamente, a encerrar um ci-
clo de três décadas de eleições multipartidárias que simbolizam
a transição do país de uma tirania monopartidária para uma de-
mocracia formal.
Trinta anos podem parecer um longo período, mas a democracia mo-
çambicana continua essencialmente imperfeita, precisando ainda de me-
lhoramentos que contribuam para a transformar num sistema efectivo de
uma governação baseada na vontade popular, com os anseios da maioria
a sobreporem-se à vontade da minoria.
A prevalência dos interesses da maioria nunca deve ser interpretada

O guerreiro
como um apelo ao esmagamento das minorias. Estas devem ser ouvidas e
respeitadas, havendo necessidade de se tomar em conta os seus interesses
específicos, mas sem prejudicar a maioria.
É em momentos de preparação de eleições, quando cidadãos, individual Alexandre Chiure
ou colectivamente, se dão ao exercício de reflexão sobre os sistemas de
governação que têm à sua disposição, e questionam se os mesmos servem Email:alexchiure@gmail.com
os seus propósitos.

Homenageando heróis anónimos

Os moçambicanos precisam de usar estes nove meses que têm pela frente
para questionarem muitas das suas próprias certezas, e procurarem per-
ceber como as suas próprias acções podem ser melhoradas no sentido de

H
provocar um movimento transformacional que contribua para a criação
de uma sociedade e instituições políticas e económicas mais inclusivas, oje quero homenagear os he-
vivendo em harmonia e em paz consigo própria. róis. Não me refiro a Eduardo
Desde a sua incepção, com a aprovação da nova constituição em 1990, Mondlane, Filipe Samuel Ma-
que a experiência democrática em Moçambique tem sido confrontada gaia, Samora Machel, nem a
com enormes desafios, uns inerentes ao próprio processo de transição, Josina Machel, apesar de serem alguns
mas outros resultantes de um forte movimento de resistência à mudança deles. Pretendo, isso sim, falar de heróis
por parte daqueles que sempre beneficiaram do status quo. anónimos que não encontram espaço
Na verdade, os desafios mais complexos têm sido colocados por estas no discurso político sobre 3 de Feverei-
forças de resistência à mudança, uma vez que esta significa a perda de ro, Dia dos Heróis moçambicanos.
privilégios entrincheirados há longos anos, incluindo uma certa cultura Daqueles que não medem os sacrifícios.
de apropriação, que determina que uma pequena elite controle, para be- Às vezes passam por humilhações dada
nefício próprio, todos os recursos do país. a natureza da actividade que desenvol-
É importante salientar que a própria constituição de 1990 não foi pro- vem no quotidiano. Não se importam
duto de uma consciente necessidade de mudança para um sistema po- com o que se diz a seu respeito quan-
lítico mais inclusivo, quanto mais terá sido resultado de circunstâncias do o que está em causa é ganhar o pão
conjunturais ligadas a uma prolongada guerra que só podia terminar honestamente e garantir o sustento das
com a consagração, na Constituição da República, do princípio de uma suas famílias.
sociedade política plural, assente num conjunto de direitos e garantias Numa lista aleatória, quero, em primei-
fundamentais. ro lugar, homenagear os camionistas
Nessa perspectiva, a Frelimo não encarava as mudanças daí resultantes que trabalham, dia e noite, estabele-
como parte de um processo de transformação conducente a uma verda- cendo a ligação entre o sul, o centro e
deira reconciliação e inclusão nacional, mas sim um mero cessar-fogo o norte do país. São peças-chave nas
seguido de uma vitória eleitoral que se tornaria no instrumento de legi- trocas comerciais entre as províncias e
timação do seu poder.
no desenvolvimento da indústria, com
A Renamo, por sua vez, tendo sido bem-sucedida em paralisar quase
o manuseamento de matérias-primas.
todo o país, com os seus guerrilheiros a escassos quilómetros das princi-
No exercício das suas actividades he-
pais cidades, acreditava que as eleições de 1994 seriam apenas uma con-
róicas, enfrentam covas e buracos ao
sagração. Teve um extraordinário desempenho, que pareceu consolidar-
longo da Estrada Nacional número 1,
se em 1999, ao aumentar de 112 para 117 os seus lugares no parlamento.
a estrada da vergonha, e noutras vias
Desde então, a Frelimo reorganizou-se e começou a erguer todo o tipo
rodoviárias, com o risco de danificarem
de barreiras para impedir a ascensão da Renamo ou de qualquer outra
as suas viaturas, quebrarem as suas co-
formação política que desafiasse o seu poder. Tendo subvertido todas as
lunas, mas, ainda assim, não desistem.
instituições do Estado, incluindo as de gestão de eleições, de administra-
ção da justiça e de repressão, os processos eleitorais passaram a ser um Sem se aperceberem, eles são os pro-
mero mecanismo formal de legitimação do seu poder de controlo sobre o motores da unidade nacional. É claro
Estado. A sabotagem ao processo de descentralização na governação faz que é uma questão de negócio, mas,
parte desta equação; visa, essencialmente, impedir o surgimento de elites acima de tudo, de patriotismo.
locais capazes de desafiar as actuais relações de poder, onde a hegemonia Apesar das péssimas condições de tran-
de um pequeno grupo seria inevitavelmente o maior perdedor. sitabilidade das estradas, os camionis-
Sair deste marasmo exige uma grande transformação, que implicaria ne- tas fazem das tripas o coração. Garan-
cessariamente que o povo reassuma a sua soberania, tornando-se capaz tem a circulação de mercadorias pelo
de traçar o seu próprio destino. Esse processo pode ser adiado, mas ele é país enquanto a cabotagem marítima,
inevitável. A única incerteza é se será pacífico, ou poderá assumir outras que podia desempenhar esse papel a
formas que neste momento não há conforto em contemplar. Neste ano custos reduzidos para os operadores
eleitoral, oferece-se a oportunidade de reflectir sobre qual dos caminhos comerciais, continuar a morar no dis-
pretendemos seguir. curso político. Por isso, meus senhores,
estes são verdadeiros heróis nacionais.
A outra singela homenagem vai para
as Forças Armadas de Defesa de Mo-
çambique, que são chamadas a com-
bater o terrorismo em Cabo Delgado,
sem logística necessária e equipamento
adequado para o efeito, realidade que
entra em contradição com as priorida-
des dadas ao sector da defesa em ter-
mos orçamentais. Uma pobreza que se
traduz num regime alimentar de xima
com feijão.
Em 2022, a defesa gastou 77.292 mi-
lhões de meticais, o correspondente a
18 por cento do PIB. Este ano, com
a crise financeira que o país atravessa,
o orçamento para este sector vai bai-
xar para 20.165 milhões de meticais,
o equivalente a 3,7 por cento do PIB,
mas mais alto do que o de 2023 que foi
de 13.315 milhões de meticais, segun-
do dados oficiais. Em contrapartida, o
sector da saúde sofrerá um corte de 16
por cento.
O meu reconhecimento vai, igualmen-
te, para os que trabalham na lixeira, a
separar o lixo do que não é lixo. Alguns
dos objectos recolhidos vão para a in-
dústria como matéria-prima, caso de
embalagens plásticas e não só. Outras,
a reaproveitar para fins artísticos.
Infelizmente, os catadores de lixo, en-
tre jovens e adultos, homens e mulhe-
res, são vistos como mendigos. O seu
trabalho não é reconhecido por alguns
sectores da sociedade, apesar de ser
de utilidade pública e de rendimento
como qualquer uma, pois na hora de
pagar as contas, o dinheiro é o mesmo
para todos. Não obstante a humilhação
por que passam, batalham, no dia-a-
dia, para sustentar as suas famílias e pôr
as crianças na escola.
A distinção estende-se aos motoristas
e cobradores de chapa-cem, que não
sabem o que é passear com a família.
Dada a natureza do seu trabalho e a
pressão do público sobre eles em ter-
mos de oferta de serviços de transporte,
não têm fim-de-semana, nem feriado.
Dormem tarde e acordam cedo para
que às 5:00 horas da manhã estejam na
via pública a transportar utentes para
os seus destinos. Não vou discutir, aqui,
o comportamento deles, mas a utilida-
de do serviço que prestam ao público.
Hoje, cerca de um milhão de pessoas
procura o transporte por dia, pelo me-
nos na cidade de Maputo. Oitenta por
cento das necessidades são satisfeitas
pelos serviços semi-colectivos de pas-
sageiros e 20 por cento são atendidas
pela empresa municipal de transporte
EMTPM. Por isso, meus senhores, es-
tes homens são heróis.
O Estado, em tanto que provedor dos
serviços de transporte público urbano,
continua sem soluções para a crise de
transporte que se faz sentir nas grandes
cidades. Está entretido em projectos
que não têm pernas para andar. Fo-
mos mobilizados para usar a bicicleta
de modo a poupar combustível e como
meio de transporte, mas sem estradas
preparadas para o efeito.
Venderam-nos um projecto falhado de
instalação do Metro de superfície. Pri-
meiro, pelo governo central, na pessoa
de ministro dos Transportes e Comu-
nicações, e depois, pelo município de
Maputo. Batemos palmas porque a
solução para a crise de transporte está
na diversificação dos meios e não no
aumento da frota de autocarros dos
EMTPM.
A minha homenagem vai para o pes-
soal da saúde, em particular médicos e
enfermeiros que vezes sem conta fazem
omeletas sem ovos. Tornar o impossível
algo possível. Desprovidos de equipa-
mento para o diagnóstico e tratamento
dos doentes, fazem o seu melhor para
salvar a vida dos pacientes.
A todos vocês vai a minha homenagem
por ocasião da passagem de 3 de Fe-
vereiro, Dia dos Heróis moçambicanos.

KOk NAM Director Editorial: Colaboradores Permanentes: Distribuição:

Fernando Gonçalves Fernando Manuel, Ivone Soares, Luís Miguel Bila
Director Emérito Guevane, e Paulo Mubalo (Desporto) (824576190 / 840135281)
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Savana 09-02-2024
2024, O Apogeu da Democratura
A
ristóteles fez uma ti-
pologia dos sistemas
políticos: teocracia,
aristocracia, democracia.
Com a metade da população
mundial a ir votar em 2024, na
teodiceia de Leibniz - o filósofo
do melhor dos mundos possí-
vel - a democracia estaria hoje
no pedestal das formas de go-
verno, sem o risco (aparente) de
incorrer a sarcasmos de Voltaire
(Candide). Fukuyama celebraria
o fim da história (vitória do li-
beralismo político), sem o perigo
de ser desmentido por presun-
tas guerras de civilizações (P.
Huntington); afinal de contas a
guerra Rússia - Ucrânia é entre
eslavos e a guerra da Palestina
(Israel versus Hamas) é entre se-
mitas, do outro lado da cortina
da modernidade ocidental...
Todavia, por detrás do aparente
triunfo global da democracia se
esconda uma tramóia oligárqui-
ca, que cientistas políticos, so-
ciólogos e filósofos não cessam
de denunciar. No ocidente, o
aparato burocrático adminis-
trativo (governos, parlamentos),
sob a égide do potentado eco-
nómico (Davos, Bancos, multi-
nacionais, G7, G20...) governa
o mundo e os países de uma
maneira autocrata e autoritária
(com a subida em flecha das extre-
ma direitas) e reduz a participa-
ção popular a sufrágios (sempre
menos concorridos), manipula-
dos por Mídias cooptados pela
causa do ultraliberalismo. No
Sul do mundo a democracia é
um simulacro que não precisa
de máscaras. A populaça é cha-
mada a votar, mas ao mesmo
tempo, intimada a votar bem
(a favor das oligarquias locais,
moleques das oligarquias globais)
senão, o seu voto é nulo.
Uma comparação – improvável
- entre Moçambique e os Es-
tados Unidos (toute proportion
gardée) pode parecer insensata
e contra a razão. Porém, nas
suas abismais diferenças, eles
apresentam analogias (seme-
lhanças e diferenças) que podem
servir de revelador químico,
para demonstrar a democratura
e o iliberalismo mundo.
A exaltação da Atenas do sécu-
lo V a.C., como exemplo e ber-
ço da democracia directa é um
mito que omite que mulheres,
escravos e metecos (estrangeiros)
não faziam parte da polis políti-
Severino Ngoenha, Luca Bussotti, Giverage Amaral, Augusto Hunguana
ca da cidade-estado.
Depois da segunda guerra
mundial afirmou-se um novo
modelo de democracia, propul-
sionado e suportado pelo pode-
rio bélico industrial do país que
o incarnava, os Estados Unidos,
vencedores dos regimes nazi-
fascistas ítalo-alemão-japonês.
O “American Dream” se apre-
sentava como um composto de
diferentes elementos, todos eles
apresentados como desejáveis:
os princípios constitucionais da
igualdade entre todos os seres
humanos, os direitos inaliená-
veis a vida, a liberdade, a Ius
solis -diferentemente daqui-
lo que acontecia (e continua a
acontecer) na maioria dos países
europeus, em que o ius sangui-
nis determina a atribuição da
nacionalidade. O crescimento
económico dava (supostamente)
a todos, a oportunidade para
alcançar o almejado sucesso e
bem-estar, que em países eu-
ropeus e, ainda menos nas suas
colónias, era impossível só de
imaginar.
Os Estados Unidos apresenta-
vam-se com jovens e brilhantes
astros políticos a dirigir o país
-exemplo de JFK-, enquanto a
Europa - dos vários De Gaulle,
Churchill, De Gasperi, Adenauer,
para não falar dos ditadores Fran-
cisco Franco e Salazar - exprimia
uma política antiga, anti moderna
e muito pouco inclusiva.
Para além dos seus pecados
originais - a exterminação dos
índios e a segregação de negros-
hoje, o paradoxo axiológico dos
EU, não é só o supremacismo
(branco no interior e americano no
exterior) ou a discrepância social
extrema entre os seus cidadãos,
mas as suas cruzadas sangui-
nárias, a exaltação - urbi et orbi
- da Ius ad bellum, o terrorismo
de Estado, a brutalidade e sel-
vageria como modo de relação
com (contra) as outras nações.
Os valores constitucionais -
americanos (de liberdade, justiça,
igualdade) escritos por Thomas
Jefferson e proclamados por 13
colônias inglesas da América do
Norte em 1776 - e dos quais a
democracia americana se conti-
nua a reclamar- parecem se ter
evaporados no nente.
Quando Roma era o Caput
Mundi, o édito de Caracalla,
212 d.c. estabeleceu o direito a
cidadania a todos os súbditos
OPINIÃO
do império; Quando o impé-
rio britânico (contra o qual os
americanos se levantaram) não
conhecia o pôr do sol, depois
de muitas barbaridades, impôs
ao mundo o fim da escravatura
- que os americanos teimaram
em manter. A paz americana é
o reino do terror. Terror econô-
mico, com imposições insen-
satas impostas com gatilho de
sanções, mercenários econômi-
cos (para destruir a sobrevivên-
cia dos pobres) e do uso e abuso
do poderio militar, que vai de
assassinatos políticos, passan-
do por golpes de estados até a
invasões militares. A denúncia
contra esta contradição aberta
e violenta, entre a proclamação
dos direitos e a prática históri-
ca dos EU, fora já denunciado
pelo filósofo Henry Davi Tho-
reau no século XIX.
A Utopia por detrás da funda-
ção da Frelimo e da proclama-
ção da República Popular de
Moçambique, era a construção
de uma sociedade igualitária,
solidária, sem explorados nem
exploradores; um mundo sem des-
criminações raciais, religiosas, ét-
nicas ou regionais (…). Os mes-
mos ideias de justiça – embora
conjugados mediante diferen-
tes modelos sociais e políticos
– animavam Moçambique e os
Estados Unidos. Quando nos
anos noventa a Realpolitik nos
obrigou a aderir voluntariamente
as instituições de Bretton-Woods
e, portanto, ao liberalismo, a
miragem era de que os ideais
de democracia e justiça social
pudessem se fundir num uni-
cum, que se pareceria com o
melhor dos mundos possível de
Leibniz; Mundos com os olhos
voltados para frente, confiantes
de que a utopia democrática e o
bem-estar colectivo pudessem
triunfar, já que o teatro geopo-
lítico já não sofria a divisão e
luta de blocos contrapostos.
Entretanto, volvidos pouco
mais de trinta anos, o fim da
história revela-se ilusória. A
utopia se evaporou e uma cruel
realidade se vai afirmando: os
Estados Unidos já não repre-
sentam nenhum modelo a ser
emulado. Em Moçambique,
país hoje recolonizado por di-
ferentes poderes hegemónicos
- FMI, BM- a quem tem que
prestar contas (e vassalagem) e
palco de disputas entre velhas e
novas potências devido aos re-
cursos naturais e da sua posição
estratégica; já não se vislum-
bra nenhuma ideia ou projecto
para que as populações locais
possam melhorar as suas con-
dições de vida e existência.
As políticas de inclusão deixa-
ram lugar a formas de exclusão
cada vez mais marcantes. Nos
Estados Unidos elas se tradu-
zem em novas discriminações
contra a população negra, his-
pânica e dos novos emigrantes,
em Moçambique pelo apareci-
mento de uma oligarquia polí-
tico-económica voraz, egoísta e
predadora, o que favorece (e cau-
ciona) a emergência de novos
conflitos, como o de Cabo Del-
gado. A(s) classe(s) dirigente(s)
nos dois países esta(m) cada
vez mais velha(s), sem ideias
e com o objetivo único de se
manter, foucaultianamente, no
poder, pelo poder. Se nos Esta-
dos Unidos o dilema do eleitor
americano nas próximas elei-
ções Novembro será escolher
entre os vovós Biden, o belicis-
ta e Trump, o separatista (quase
160 anos em dois). Em Moçam-
bique também o princípio da
gerontocracia política - num país
entre os mais jovens do mun-
do, vai-se repetir nas próximas
presidenciais de outubro, com
um provável desafio entre Os-
sufo Momade (ou outro Ossufo
qualquer) da Renamo e alguém
da “velha guarda” -etnicamente
escolhido - da Frelimo.
Na conjetura internacional do
triunfo aparente da democra-
cia, as semelhanças entre estes
dois países que, em princípio,
não têm nada em comum: de
um lado, o país mais rico e pode-
roso (EUA) e, do outro, o mais
fraco e pobre (Moçambique), de-
monstra que é o mundo todo
(com excepção de um Lula que
confirma a regra) que está sem
sonhos, nem utopias. O olhar
dos americanos, dos moçam-
bicanos e, com eles do mun-
do, está virado para o passado
(Make América great again e
o retorno ao partido único) e as
classes políticas se demonstram
incapazes de indicar caminhos
aos respectivos povos.
Hoje, no mundo inteiro, fal-
sifica-se a democracia e legi-
tima-se todo e qualquer meio
ilícito para ganhar as eleições
e se manter no poder. Nos Es-
19
tados Unidos a forte tradição
democrática está em regressão,
ninguém sabe, até hoje, se as
eleições de 2000 que levaram
George W. Bush Jr. à Casa Bran-
ca pela primeira vez (e em par-
te também as segundas de 2004,
contra John Kerry) foram regu-
lares ou manipuladas, para não
falar do assalto dos prosélitos
de Trump ao Capitol. Em Mo-
çambique as eleições de 2019 e
sobretudo as últimas autárqui-
cas de 2023 foram as piores de
sempre, em termos de trans-
parência e respeito da vontade
popular, da história do país.
Os EU têm em comum com
Moçambique e o mundo, algo
ainda maior: a falta de ideais, de
sonhos grandes, humanos, num
mundo onde os valores (axiolo-
gia) e utopias (verdades de ama-
nhã) são substituídas por inte-
resses. Hoje somos incapazes de
ter sonhos colectivos - um meta
mundo - até para salvar o mun-
do das mudanças climáticas;
vivemos num regime de inepto-
cracia, governados por lobbies
internacionais anônimos e ad-
ministrados por anás políticos.
O sonho da liberdade e democra-
cia evaporaram-se. A justiça não
era levar as pessoas a cauciona-
rem, com o seu voto, políticas
de usurpação e segregação. O
sonho filosófico de democra-
cia (República de Platão, Política
de Aristóteles, Contracto Social
Rosseau, Russel…) era de uma
sociedade onde todos seriam co
-responsáveis da vida de todos,
onde a eudaimonia estaria na
busca da justiça e da fraternidade
humanas. É este sonho que hoje
é negado pelas democraturas e
iliberalismos impostos pelo im-
pério simithiano de interesses.
Então é melhor pensar que este
não o leibniciano melhor dos
mundos; pensar - contra Fuku-
yama -sem caucionar as preten-
sas guerras de civilizações- que
a história não terminou, para
continuar a dar uma chance de
futuro, a humanidade.
Como outrora as revoluções
América e francesa fizeram
soprar uma nova era de direi-
tos, talvez tenhamos que olhar
com mais seriedade (empatia e
solidariedade) as lutas - contra
o democratismo institucionaliza-
do - pela (re) instauração (políti-
co-económicas) das liberdades, em
curso no Sahel…

20
Lei da bufaria generalizada
Por Rui Verde
A
contecem coisas bizarras na polí-
tica angolana. A mais recente diz
respeito à proposta de Lei da Se-
gurança Nacional. Esta legislação
já foi aprovada na generalidade na Assem-
bleia Nacional, com 112 votos a favor, zero
contra e 85 abstenções. Portanto, ninguém,
nem nenhum partido, votaram contra. No
entanto, depois da votação, levantou-se uma
tempestade, havendo quem afirmasse que
esta lei instaurava uma ditadura, que trans-
formava Angola na Coreia do Norte, e por
aí adiante.
A verdade é que esta discussão deveria ter
ocorrido antes da aprovação na generalida-
de, no contexto dos debates na Assembleia
Nacional. Se é lícito que agora se discuta o
tema, não se entende por que razão a pro-
posta não foi suficientemente escrutinada
anteriormente à votação.
É preciso ler atentamente a letra da lei, de
forma distanciada e o mais objectiva possí-
vel, para compreender aquilo que ela de fac-
to põe ou não põe em perigo. É isso que nos
propomos fazer aqui.
Comecemos por aquilo que não pode cons-
tar na lei. Trata-se do artigo 40.º, que de-
termina que todos os funcionários, agentes
administrativos das empresas públicas e
privadas e outros têm o dever especial de
comunicar aos órgãos do sistema de segu-
rança nacional os factos de que tomem co-
nhecimento no exercício das suas funções,
ou por causa delas, e que constituam riscos
e ameaças à segurança nacional. Acrescenta
o mesmo artigo que a violação desse dever
é susceptível de responsabilidade disciplinar
ou criminal, nos termos da lei.
Esta norma começa por estar mal redigida,
pois nem se percebe quem abrange. Todos
os funcionários de empresas públicas e pri-
vadas? E o patrão de uma empresa privada,
não tem esse dever de denúncia? E um em-
presário em nome individual, também não
SACO AZUL
Interlocutor de ocasião
I
sso de ler jornais não é para todos.
Cidadão exógeno sabia. Ainda que
os tivesse disponíveis em seu telemó-
vel, continuava refém de hábitos que,
como acreditava, um dia abandonaria.
Na inércia de práticas arraigadas estacio-
nou o veículo, transformando este num
verdadeiro íman de ardinas. Comprou
todos os jornais disponibilizados. Leu os
títulos das capas de cada um, amontoan-
do-os seguidamente na cadeira ao lado.
Em jacto, abandonou o veículo. Sentado
na sua mesa preferida, percebeu que o
local estava repleto de clientes. Virou-se
para o servente:
— Isto hoje está cheio. Depois vão dizer
que temos dificuldades em ter três refei-
ções.
— Nada. É final de mês. É sempre assim.
Servir-lhe o de costume, por favor?
Com a cabeça respondeu afirmativa-
mente. Sem esperar, foi interpelado por
um cliente sentado a quatro mesas da-
quele lugar. Assustado, fazendo péssima
gestão da calma, ouviu uma voz vibrante:
— “Três refeições”! Vai vender patos
como o outro! Achas mesmo que Mo-
OPINIÃO
tem? A isto acresce que não se percebe o
significado da expressão “outros” para iden-
tificar quem tem esse dever. Outros funcio-
nários? Outras pessoas? Quais?
Por aqui se vê que a norma seria imprati-
cável. Igualmente, não se conhece a lei que
imputa responsabilidade criminal a quem
violar esse dever. Onde está essa lei?
Portanto, temos aqui uma trapalhice jurídi-
ca, com uma norma redigida de forma vaga,
inoperante, e absolutamente inconstitucio-
nal. Se o objectivo da norma era copiar uma
recente prescrição da lei chinesa de segu-
rança, que torna cada cidadão num poten-
cial espião (Lei de Inteligência Nacional da
República Popular da China, que foi pro-
mulgada em 2017), exigindo que todas as
organizações e cidadãos cooperem e apoiem
as agências de inteligência no seu trabalho
e concedendo-lhes imunidade de responsa-
bilidade legal pelas suas acções, então a lei
é obviamente inconstitucional, porque vio-
la os direitos de liberdade consagrados no
artigo 36.º da Constituição da República
Angolana (CRA), designadamente o direito
a usufruir plenamente de integridade física
e psíquica, bem como a liberdade de cons-
ciência do artigo 41.º, entre outros.
Em resumo, este artigo 40.º da proposta
de Lei da Segurança Nacional parece que-
rer instituir um dever de denúncia geral de
ameaças à segurança nacional, as quais não
são bem especificadas e apenas vagamente
enunciadas. Consequentemente, este artigo
40.º deve ser expurgado da lei. A “bufaria”
generalizada não constrói um Estado de di-
reito democrático.
Na mesma linha, embora já não criando de-
veres legais, mas meramente cívicos – logo,
sem força legal obrigatória –, encontra-se
o artigo 39.º, que prescreve aos cidadãos e
pessoas colectivas o dever patriótico e cívico
de colaborar na persecução dos objectivos de
segurança nacional e de não obstruir o nor-
Por Luís Guevane
çambique se resume a este pequeno espaço
onde comemos e repetimos bifanas atrás
de bifanas, chocolate quente e outras fres-
curas? O senhor devia ter vergonha! Três
refeições?! Olha, viaja pelo país real. Os
camponeses, alguns, produzem. Mas com o
governo que tens não há maneira… as vias
estão, aliás, continuam rebentadas. Ladrões.
Depois, caras sem vergonha vão falar de
promoção da agricultura familiar comercial.
Não estão interessados no progresso social
e económico deste país! Ouve lá, consegues
entender metade ou, no mínimo, dez por-
cento do que estou aqui a dizer? Duvido.
Vocês só estão interessados no poder para
perpetuar o nepotismo, o clientelismo e a
corrupção. Querem manter a porca eter-
namente deitada, corruptos de uma figa!
Como têm a polícia e o exército sob contro-
lo só sabem engendrar fraudes sucessivas. Se
tivéssemos três refeições não teríamos, até
hoje, a vergonhosa cena de crianças sentadas
no chão a receberem aulas…, quarenta e tal
anos depois da independência. Um dia este
e outros abusos vão acabar. Vocês abriram
champanhe quando as manifestações con-
tra as fraudes das autárquicas tomaram um
mal funcionamento dos sectores, institui-
ções, órgãos e serviços do referido sistema.
Aqui temos um mero enunciado moral, e
não qualquer ameaça de procedimento jurí-
dico. Igualmente, esta norma não tem senti-
do, até porque não se trata de uma verdadei-
ra norma jurídica.
Muito discutido tem sido o artigo 36.º, so-
bretudo o seu número 4, que permitiria que
as forças e os serviços do sistema de segu-
rança pudessem propor a interrupção tem-
porária de vias de comunicação terrestre,
aérea, marítima e fluvial, de sistemas de tele-
comunicações, do acesso e circulação de pes-
soas, bem como da evacuação ou abandono
temporário de locais ou meios de transporte.
Esta norma não é injuntiva, isto é, não cria
um direito novo e imediato. Trata-se ape-
nas de uma enumeração de possibilidades
que têm de estar especificamente previstas
ou limitadas por outras leis. Isto quer dizer
que, por exemplo, os serviços de segurança
podem propor cortes de internet, desde que
tal esteja previsto noutra legislação ou den-
tro dos limites de outra legislação. Aqui não
se trata de um direito novo instaurado ilimi-
tadamente por esta norma, nem neste caso,
nem em nenhuma das medidas enunciadas
no artigo 36.º. Talvez a redacção pudesse ser
melhorada.
Se repararmos, este problema (interrupção
da internet) surge noutros países ociden-
tais e com respostas dúbias. Por exemplo,
nos Estados Unidos parece admitir-se que
o governo interrompa a internet por razões
de segurança nacional, embora não se saiba
exactamente quem o pode fazer. O presi-
dente dos Estados Unidos tem autoridade
executiva para declarar uma emergência na-
cional e tomar as medidas necessárias para
proteger a nação de ameaças externas ou
internas. No entanto, o poder do presiden-
te está sujeito a limitações constitucionais e
legais, bem como à supervisão judicial e do
rumo pacífico, civilizado, é isso que queriam.
O quê que o pacifismo resolveu? Agora que
o rubro do ferro esmoreceu, agora sim, ago-
ra se abre calmamente a página da tomada
de posse, empossando os perdedores com a
maior cara de pau possível… com pompa, só
com pompa! Podes fingir que estás nas redes
sociais, mas estou a falar contigo! Olha para
mim, senhor três refeições, cara de pau!
O cidadão exógeno não reagiu. Era uma si-
tuação perfeita de “água em cima de pato”.
O servente poisou um matabicho forte e
farto, com pompa e circunstância. Saiu da
mesa do cidadão exógeno em direcção à
do cliente falador. Deixou uma garrafa de
água. Imediatamente abateu-se sobre a sala
um silêncio incomum. Todos ficaram com a
impressão de que o recheado matabicho do
cidadão exógeno condicionara incisiva e fe-
rozmente a qualidade do silêncio colectivo e,
sobretudo, do “falador”. Este pagou a conta.
Retirou-se, bebendo a água em tragos rápi-
dos na velocidade dos passos de sua retirada.
Cidadão exógeno chamou o servente. Per-
guntou qualquer coisa e ouviu:
— Não sei quem é. Mas, são muitos como
ele. Por vezes, aparecem aqui a falar mal dis-
Savana 09-02-2024
Congresso. O Departamento de Seguran-
ça Interna (DHS), que é a principal agên-
cia federal responsável pela coordenação e
implementação da estratégia de segurança
nacional, incluindo segurança cibernética
e protecção de infra-estruturas essenciais,
tem autoridade para emitir directivas ope-
racionais vinculativas às agências federais e
solicitar a cooperação de entidades do sector
privado para enfrentar ameaças e vulnera-
bilidades cibernéticas. O Departamento de
Justiça (DOJ) tem autoridade para solicitar
ou obter ordens judiciais para obrigar ou au-
torizar a intercepção ou interrupção de co-
municações para fins de aplicação da lei ou
de segurança nacional. A Comissão Federal
de Comunicações (FCC), que é a agência
federal independente que regula o sector das
telecomunicações, incluindo a internet, tem
autoridade para emitir regras e ordens que
afectem a disponibilidade e a qualidade dos
serviços de comunicações, bem como para
fazer cumprir os seus regulamentos e impor
sanções por violações. Trata-se de um en-
quadramento legal confuso.
No essencial, o resto da proposta de lei
angolana não é constituído por normas
preceptivas, ou seja, normas que obriguem
a determinada conduta, mas meramen-
te princípios e normas de enquadramento
que criam orientações globais e são essen-
cialmente organizadoras. Poucos elementos
desta lei têm aplicação imediata e com efei-
tos nos cidadãos.
Na verdade, no que toca às questões relacio-
nadas com os serviços de segurança, as leis
dificilmente podem ser perfeitas. A interro-
gação que sempre se coloca é a de decidir se
deve haver uma lei sobre este tema, mesmo
que seja imperfeita, ou se, pelo contrário,
não deve haver lei nenhuma, deixando-se
que os serviços actuem da melhor maneira
no mundo da mera factualidade.
(makaangola.org)
to. Acontece mais no final de mês, tipo
vingança depois da “travessia no de-
serto”. Compram uma senhora bifana
para imitarem aquela elite usufruidora
do bem público e sentem-se realiza-
dos. Mas, falam mal disto sem nunca
clarificar se primeiro endireitam o bar-
co ou a violência do alto mar… Como
dizia o falecido Mulungo, o culpado
é o colono que deixou isto aos turras.
Não sei o que ele queria dizer com isso.
Ao terminar o matabicho, cidadão
exógeno experimentou abrir, a par-
tir do telemóvel, um dos seus jornais
preferidos. Debatia consigo mesmo
se os jornais de maior circulação eram
necessariamente os de maior tiragem.
Nesse debate mental uma pesada nu-
vem de sono se apossou rapidamente
de si. Sonhava, assim, com um país
maravilhoso onde não se discutia co-
mida, mas sim tecnologias de desen-
volvimento, onde a fraude eleitoral era
temida por todos, onde os governantes
eram muito queridos pelo eleitorado,
onde Moçambique já não era país “faz
de conta”. Zzzzzzz…. Zzzzzz….
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Savana 09-02-2024 21

22
Alberto Simango e os quatro anos à frente da Liga Moçambicana de Futebol
Como a perspicácia suplantou o atrevimento
Por Paulo Mubalo (texto) e Salvador Sigaúque (fotos)
C
ontrariamente às previsões
iniciais que indicavam um
pleito eleitoral bastante
renhido na Liga Moçam-
bicana de Futebol para a escolha
do novo presidente daquele orga-
nismo, depois que Ananias Coua-
ne não pôde concorrer ao terceiro
mandato por força dos estatutos,
a verdade veio demonstrar o con-
trário.
Com efeito, Alberto Simango Jú-
nior, que por sinal iniciou um pouco
mais tarde a sua campanha, diferen-
temente de Víctor Miguel, foi eleito
por números norte-coreanos.
É que dos 12 clubes que tinham di-
reito a votos apenas um é que apos-
tou em Victor Miguel, contra 11 que
votaram no Alberto Simango Júnior.
As eleições tiveram lugar no passado
dia 31, numa das instâncias hotelei-
ras da capital com a presença assina-
lável de pessoas.
Mas antes das eleições propria-
mente ditas, e ainda no decorrer da
assembleia-geral ordinária daquele
organismo, o presidente da Fede-
ração Moçambicana de Futebol,
Feizal Sidat, deu um empurrãozi-
nho ao Alberto Simango Júnior,
seu companheiro de várias batalhas,
ao afirmar que algumas promessas
feitas são simplesmente irrealistas,
como a que foi apregoada por Victor
Miguel.
Este teria dito, na sua campanha,
que não descartava a possibilidade,
caso saísse vencedor, de implemen-
tar, na próxima edição do Moçam-
bola, a tecnologia do sistema VAR
(Vídeo Assistant Referee) ou (Árbi-
tro Assistente de Vídeo), em alguns
campos, ainda que numa fase inicial.
Sidat gelou a plateia ao afirmar, ain-
da, que era contraproducente fazer
promessas deste género, situação que
deixava desconfortável o até então
candidato Victor Miguel.
Seguiram outras questões, como o
estágio de alguns campos, que, na
óptica da Federação Moçambicana
de Futebol, não reúnem condições,
como os de Soalpo, em Chimoio;
Alto Makassa, em Vilankulo e Des-
portivo de Nacala, em Nampula.
Entretanto, ainda que o assunto
principal fossem as eleições, alguns
assuntos mereceram acesos debates,
como a questão das transmissões te-
levisivas em 2023.
É que dos pouco mais de 25 milhões
de meticais disponibilizados, todos
foram canalizados às LAM para o
pagamento das passagens aéreas, in-
cluindo os 60 porcento que deviam
ser entregues aos clubes.
Estes entendem que ao menos de-
viam ter sido consultados, daí que
o presidente da Associação Black
Bulls, Juneid Lalgy, entenda que essa
dívida deveria constar nas demostra-
ções contabilísticas.
Entretanto, em relação ao mesmo
assunto, a LMF esclareceu que a dí-
vida vai constar na acta, situação que
não satisfez aquele dirigente assim
como o do Ferroviário da Beira, Val-
demar de Oliveira.
Outrossim, o valor de prémio, de
600 mil meticais para o vencedor do
campeonato nacional, também não
agrada a alguns clubes, assim como
as multas que são aplicadas aos joga-
dores que cometem alguma infrac-
ção durante o jogo.
A LMF, por sua vez, observou que
as multas foram aprovadas em sessão
de assembleia-geral ordinária da-
quele organismo, pelo que qualquer
alteração que se pretenda fazer terá
de partir dos próprios clubes.
A longa-metragem
Depois desses intensos debates que
tiveram, na verdade, como protago-
nistas, Valdemar de Oliveira e Ju-
neid Lalgy, chegou-se ao esperado
momento da votação do relatório de
actividades e contas referente ao ano
passado. Os dois documentos foram
votados por aclamação.
Seguiu-se um intervalo de 15 minu-
tos antes de começar a votação para
a presidência da Liga Moçambicana
de Futebol.
A comissão eleitoral era composta
por advogados da Ordem de Ad-
vogados de Moçambique (OAM),
os quais começaram por explicar os
procedimentos que seriam seguidos.
Anotaram que iriam votar apenas
12 clubes, concretamente os que
participaram no Moçambola do ano
passado, nomeadamente, Associação
Black Bulls, Ferroviário da Beira,
Ferroviário de Nacala, Matchedje de
Maputo, Costa do Sol, Ferroviário
de Lichinga, Ferroviário de Nam-
pula, União Desportiva do Songo,
Ferroviário de Quelimane, Ferroviá-
rio de Maputo, ENH de Vilankulo e
Baia de Pemba.
Ajuntou que cada representante de
clube deveria apresentar a sua cre-
dencial e que depois iria votar num
dos dois candidatos.
Outro dado importante foi a ex-
plicação dada caso se registasse um
empate, sendo que os dois candida-
tos podiam concertar as posições e
depois voltariam para a assembleia
onde explicariam os consensos, que
provavelmente teriam alcançado.
Na falta de consenso, seguir-se-ia a
marcação de uma nova data para a
realização de outra assembleia-geral,
com único ponto na agenda, a elei-
ção da direcção da Liga Moçambi-
cana de Futebol durante um período
de quatro anos.
Depois destes esclarecimentos, a
comissão eleitoral foi chamando
os representantes dos clubes para a
votação, sendo que o primeiro foi o
presidente Valdemar de Oliveira.
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DESPORTO
Poucos minutos depois começou a
contagem dos votos, sendo que os
quatro primeiros foram para o can-
didato Alberto Simango Júnior.
O ambiente ficou carregado na sala,
sobretudo para o candidato Victor
Miguel, que certamente lhe custava
ouvir o que se anunciava.
Mas quando se chegou ao sétimo
voto para Alberto Simango Júnior,
há quem não se conteve de emoção
e este foi Quinito Júnior. Este gritou
que se avançava para uma goleada à
moda antiga.
Alberto Simango Júnior e parte dos
componentes da sua equipa man-
tinham-se calmos e serenos a con-
templar o cenário.
Pouco depois, ouviu-se o presidente
da mesa da assembleia-geral ces-
sante, Moisés Mabunda, a felicitar
o vencedor, ao mesmo tempo que
pediu a este para que se dirigisse aos
presentes.
Num discurso didáctico, Simango
Júnior agradeceu a confiança que lhe
As contas da LMF
S
egundo os principais
aspectos que pudemos
constatar nos documen-
tos postos à discussão,
a Liga movimentou em 2023,
de patrocínios, um montante
de pouco mais de 124 milhões
de meticais, o que demonstra o
nível de comprometimento do
Governo, empresas públicas e
sector privado com o nosso fu-
tebol.
Quanto às multas, a Liga Mo-
çambicana de Futebol aplicou,
em 2023 um total de 535 mul-
tas aos jogadores, contra 492
em 2022; aplicou em 2023 oito
multas aos treinadores e diri-
gentes, contra cinco em 2022;
não aplicou nenhuma multa
em 2023 contra capitães e/ou
séus representantes na reunião
técnica, contra três em 2022;
aplicou ainda 28 multas em
2023 contra clubes e 27 em
2022.
Outrossim, o mesmo docu-
mento aponta que, apesar de,
em termos de fundos próprios,
foi dada pelos clubes e pelos seus co-
legas do elenco.
Agradeceu, igualmente, à FMF que
disse ser um parceiro estratégico,
assim como ao candidato Victor
Miguel. Observou que não se podia
falar de derrotado, porque não houve
nenhum perdedor, antes pelo con-
trário, todos saíram a ganhar e que
as ideias do outro concorrente assim
como de outras pessoas seriam valo-
rizadas.
Para Simango Júnior, o tempo é
escasso, tendo em conta que o Mo-
çambola vai iniciar em Abril, com o
término em Novembro.
Aliás, os desafios são enormes, como
a criação de condições para que a
própria liga seja mais robusta e ainda
a necessidade de criar formas para
que os clubes não se sintam muito
mais sufocados.
“Um dos problemas que temos de
atacar, logo à partida, é a sustentabi-
lidade da Liga e a criação de condi-
ções para que os clubes participantes
possam ter menos custos possíveis
pela participação no campeonato.
Vamos todos lutar por um Moçam-
bola melhor. Tudo farei para honrar
com os compromissos assumidos no
meu manifesto eleitoral”, ajuntou
De salientar que Alberto Simango
Júnior já dirigiu a Liga Moçambi-
cana de Futebol, em substituição de
Miguel Matabele.
Saiu daquele organismo em 2015,
para dirigir a Federação Moçambi-
cana de Futebol, onde cumpriu um
mandato
Nas retromencionadas eleições, Si-
mango Júnior obteve sete votos,
contra três de Teodoro Waty e um
de Manuel Chang. Já Enoque João
o quadro ser negativo, nada está
comprometido tendo em conta
que os contratos de patrocínios
assegurados em 2023 irão cobrir
parte significativa do orçamento
da própria liga para este ano.
Paralelamente, há negociações em
curso, iniciadas em 2023 com enti-
dades patrocinadoras.
Sabe-se que as grandes empresas
patrocinadoras do Moçambo-
la-2023 são as Linhas Aéreas de
Moçambique, Caminhos de Ferro
de Moçambique, Hidroeléctrica
de Cahora Bassa, Aeroportos de
Moçambique, Petromoc e Starti-
mes.
Em 2023 a LAM apoiou com
mais de 56 milhões de meticais,
contra pouco mais de 32 mi-
lhões em 2022; os CFM apoia-
ram com pouco mais de qua-
tro milhões de meticais contra
dois milhões em 2022; a HCB
apoiou, em 2023, com pouco
mais de sete milhões de meti-
cais, o mesmo valor em 2022; a
ADM apoiou em pouco mais de
25 milhões em 2023, contra 23
Savana 09-02-2024
não teve nenhum voto.
Contudo, este não conseguiu re-
novar o mandato, pois no plei-
to seguinte, em 2019, somou
apenas dois votos, contra seis
de Feizal Sidat e outros dois de
Manuel Bucuane (Tico-Tico).
Alberto Simango Júnior é conside-
rado em muitos círculos como um
dirigente vertical, conhecedor da
realidade do nosso futebol, princi-
palmente do Moçambola, institui-
ção que contribuiu bastante com as
suas ideias e acções proactivas para
a sua credibilização, através de um
relacionamento profícuo com os
parceiros.
Antes de ser presidente da Liga
Moçambicana de Futebol, Alberto
Simango Júnior foi vogal da direc-
ção do Costa do Sol, e da própria
Liga Moçambicana de Futebol, o
que equivale a dizer que seguiu to-
das as etapas até chegar ao cargo de
presidente da Federação Moçambi-
cana de Futebol.
Já Victor Miguel foi, num passado
não muito distante, presidente da
Associação de Futebol da Cidade de
Maputo, sendo que foi substituído
por Filipe Budula e este por Amílcar
Jussub.
Miguel dirigiu aquele organismo
por um período de mais de 10 anos,
sendo que defende no seu manifes-
to o aumento de equipas de 12 para
14, para além de outras melhorias,
especialmente ao vencedor do Mo-
çambola.
A Liga Moçambicana de Futebol foi
fundada em 2002, com a responsa-
bilidade de organizar o campeonato
nacional de futebol, a mais impor-
tante competição deste desporto.
milhões de meticais em 2022;
já a Petromoc apoiou em 2023
com cinco milhões de meti-
cais, igual montante em 2022 e
finalmente a Startimes apoiou
em 2023 com pouco mais de
25 milhões de meticais , sendo
que em 2022 ainda não tinha
celebrado nenhum acordo com
a LMF.
Assim, o patrocínio dessas em-
presas em 2023 foi acima de
124 milhões de meticais, contra
pouco mais de 97 milhões de
meticais em 2022.
Paralelamente, em 2023 o sal-
to da conta credores totalizou,
até 30 de Novembro desse ano,
pouco mais de 13 milhões de
meticais e até Novembro de
2022, aproximadamente 16 mi-
lhões de meticais.
Importa referir que fazem parte
da lista de credores, entre outros
clubes, o Maxaquene, Matched-
je de Mocuba, Incomati, Clube
de Chibuto, e os que vão corpo-
rizar o Moçambola deste ano.
Mas as fotos falam por si.
9-02-2024 (9(1726 23

(9(1726
0DSXWRGH)HYHUHLURGH‡$12;;;‡1o 1570

&HUFDGHFULDQoDVEHQHÀFLDP
da escola construída pela Mozal
P
ouco mais de quatro mil
crianças acabam de be-
neficiar de um estabele-
cimento de ensino cons-
truído e apetrechado pela Mozal,
num investimento de cerca de
117 milhões de meticais.
Trata-se da Escola Básica de
Malhampsene, que beneficiou de
obras de ampliação e requalifica-
ção, no quadro da responsabilidade
social e corporativa da Mozal.
Com um total de 21 salas de aula
devidamente equipadas, esta escola
vai acolher mais de 4000 crianças
em diferentes turnos, colocando
fim aos constrangimentos enfren-
tados pelas crianças e professores
daquela unidade de ensino no pro-
cesso de ensino e aprendizagem.
A cerimónia de inauguração da
Escola Básica de Mahlampsene
(Município da Matola) teve lu-
gar durante a abertura solene do
Ano Lectivo 2024 e foi dirigida
pela ministra do Género, Criança
e Acção Social, Nyeleti Mondlane,
acompanhada do então governa-
dor da província de Maputo, Júlio
Parruque. Na sua intervenção, a
governante exaltou os esforços da
Mozal por sua contínua contribui-
Parte dos alunos da Escola Básica de Malhampsene
ção na melhoria da vida das comu-
nidades.
“A Mozal brinda-nos hoje com
21 salas de aula, numa escola mo-
derna e totalmente apetrechada.
Pelo menos 4200 alunos passam a
ter aulas em melhores condições.
Com este feito, a Escola Básica de
Mahlampsene acabou com as 35
turmas ao ar livre. Como governo,
encorajamos que mais empresas se
juntem a este movimento de me-
lhoria das infra-estruturas de edu-
cação”, afirmou Nyeleti Mondlane.
O presidente da Mozal, Samuel
Samo Gudo, vincou que a entrega
daquela escola é resposta aos ape-
los e preocupações das comunida-
des e do governo locais.
“Quando tomamos conhecimen-
tos da triste situação de crianças
que estudavam debaixo das árvo-
res, expostas ao sol, frio, chuvas
e ventos ficamos sensibilizados e
envidamos esforços para mitigar a
situação. Em Julho de 2023, come-
çamos com as obras de ampliação e
reabilitação geral da escola. Volvi-
dos seis meses, estamos aqui hoje,
reunidos com as crianças, profes-
sores, comunidade e governo para
entregar uma escola totalmente
nova. O nosso pedido especial é
que todos participem na manu-
tenção da escola para garantir que
ela sirva para gerações vindouras”,
assinalou Samo Gudo.

$EVDMiFDSDFLWRXPDLVGHPLOMRYHQV
O
Absa Bank Moçam-
bique capacitou, des-
de 2016, mais de 18
mil jovens, através
do programa Ready to Work,
um projecto que visa capaci-
tar aquela camada juvenil de
ferramentas para enfrentar o
mercado de trabalho.
O objectivo é dotar os jovens de
ferramentas estratégicas para a
transição da vida académica
para o mundo profissional, pro-
movendo, igualmente, o desen-
volvimento de competências
interpessoais, habilidades em
comunicação, aptidões finan-
ceiras, empresariais e profissio-
nais, fundamentais para inicia-
rem a sua carreira.
Na semana passada, teve lugar
a cerimónia de lançamento da
sua 8ª edição. O Absa Bank
Moçambique aproveitou a oca-
sião para reafirmar o seu papel
impulsionador na capacitação
de Jovens para o mercado de
trabalho como parte do seu
compromisso com desenvolvi-
mento sustentável.
“O Ready to Work é muito
mais do que um programa, é um
compromisso que temos com
a juventude moçambicana. Ao
desenvolver iniciativas como esta,
o Absa Bank Moçambique aposta
incessantemente na formação de
jovens moçambicanos e em ideias
capazes de impactar positivamente
a vida desta camada social. Acredi-
tamos que ao dotá-los de compe-
tências profissionais, interpessoais,
financeiras e empresariais garanti-
mos que estes jovens estejam pre-
parados para o exigente mercado
de trabalho actual e tenham bases
Parte dos jovens capacitados pelo programa do Absa
sólidas para responder as questões apresentou a 8ª edição como uma
do mercado de trabalho do futu- oportunidade ímpar que irá pro-
ro”, destacou a directora de Pes- porcionar aos participantes, uma
soas e Cultura, Hanifa Hassangy. jornada ainda mais emocionante,
Desde 2023, que as capacitações funcional e produtiva.
têm decorrido no modelo híbrido, “O Ready to Wok tornou-se um
ano em que foram realizadas ses- programa de referência para a ju-
sões presenciais em Maputo, Gaza ventude moçambicana. Para 2024
e Inhambane, tendo atingido, em queremos ser mais impactantes e
apenas três meses, perto de 3.500 abranger pelo menos 5000 jovens.
jovens. Contamos estar presencialmente
Igualmente presente na ocasião, na zona centro do país, concreta-
a directora de Marketing e Rela- mente na Zambézia, Tete, Mani-
ções Corporativas do Absa Bank ca e Sofala, actuando em colabo-
Moçambique, Tânia Oliveira, ração com diferentes parceiros,
nomeadamente universidades,
institutos médios e politécni-
cos, escolas secundárias onde
encontramos finalistas do 12°
ano, e, porque não, jovens não
formados, mas com vontade de
transformar a sua jornada pro-
fissional”, declarou.
As formações do Ready to
Work são ministradas pela
Flow Group, empresa parceira
do Absa Bank Moçambique no
projecto.
“É uma honra trabalhar com
o Absa nesta valiosa inicia-
tiva. Desde 2016 que temos
este desafio em nossas mãos e
a cada ano procuramos orien-
tar diversos jovens para que
obtenham sucesso na carreira.
Para a Flow Group, programas
como o Ready to Work fazem
valer a pena o nosso trabalho,
pois conseguimos identificar os
resultados antes mesmo do tér-
mino do programa. Sentimos
essa transformação dos jovens,
uma transformação que impac-
ta positivamente na vida pes-
soal e na carreira profissional”,
acresceu o director da Flow
Group, Pedro Mendes.
24 Savana 09-02-2024

(PEDL[DGDGRV(8$H)XQGDomR0RUHLUD
&KRQJXLoDDSRLDPLQG~VWULDVFULDWLYDV
A
Embaixada dos Esta-
dos Unidos da Améri-
ca acaba de estabelecer
uma parceria com a
Fundação Moreira Chongui-
ça para desenvolver o sector das
indústrias criativas em Cabo
Delgado, Norte de Moçambi-
que, através do projecto Êxodo
Cultural.
Em 2023, a Embaixada conce-
deu à Fundação uma subvenção
para orientar pelo menos 30 jo-
vens artistas em Pemba e distri-
tos vizinhos sobre como usar os
seus talentos para elevar as suas
comunidades e gerar rendimen-
tos. Dez dos participantes viaja-
ram para a cidade de Maputo, na
semana passada, para aprender
mais sobre o sector das indús-
trias criativas.
“Ao virem a Maputo estão a ser-
vir como Embaixadores de Cabo
Delgado”, disse o Embaixador
norte-americano em Moçam-
bique, Peter Vrooman, durante
uma recepção aos artistas.
“Não foi fácil chegar aqui. Sei
que enfrentaram barreiras e de-
safios. Mas não desistiram. Este
Agenda Cultural
Cine-Teatro Gilberto Mendes
Sextas, Sábados, Domingos e Feriados 18h30
exemplo de resiliência, de conti-
nuar mesmo perante as dificul-
dades, vai mostrar aos outros que,
mais uma vez, tudo é possível”,
frisou.
A parceria entre a Embaixada
dos Estados Unidos e a Funda-
ção Moreira Chonguiça foca-se
Embaixador dos EUA com os jovens artistas
também na elevação da música
como uma importante ferra-
)1%DSRLDFRQVWUXomRGH&RPSOH[R
'HVSRUWLYR(VFRODUQD.D7HPEH
O
Complexo Desportivo
Multidisciplinar, na
Escola Primária Com-
pleta Saul Filipe Tem-
be, no distrito municipal da
KaTembe, uma infra-estrutura
construída pelo Conselho Mu-
nicipal de Maputo, beneficiou
de um apoio do FNB, uma das
instituições bancárias a operar
em Moçambique.
menta de empreendedorismo,
liderança e autonomia financei-
com a particularidade inovadora
de um espaço dedicado ao parkour,
modalidade desportiva baseada no
movimento eficiente do corpo e
material reaproveitado da comu-
nidade.
Para o engenheiro Sérgio Chitará,
“para além de ser benéfico para o
corpo e para a mente, o desporto
favorece a disciplina, aumenta a
autoconfiança, melhora a concen-
ra em Cabo Delgado, que tem
vindo a combater o extremismo
violento desde 2017.
Esta subvenção para o Êxodo
Cultural faz parte do fundo de
estabilidade dos Estados Uni-
dos, formalmente designado
por “Estratégia dos E.U.A. para
Prevenir Conflitos e Promover a
Estabilidade”.
Esta estratégia de 10 anos atribui
fundos para promover a parceria
necessária para resolver confli-
tos em cinco regiões, incluindo
Moçambique. Os Estados Uni-
dos investiram em programas
como a criação de uma liga de
basquetebol juvenil, a construção
de uma nova escola secundária, a
formação de forças de segurança
e funcionários do governo local,
o apoio à criação de empresas
por jovens e o restabelecimento
de uma estação de rádio comu-
nitária, entre outros programas.
tiva, e que de KaTembe sairão
talentos desportivos de impor-
tância nacional e internacional
para o orgulho do município de
Maputo. Teremos oportunidade
de acolher jogos distritais, pro-
vinciais e até nacionais nas mo-
dalidades de voleibol de salão,
voleibol de praia, basquetebol,
futsal, handebol e parkour.”
Peter Blenkinsop, administra-

Xima Bar O empreendimento foi inau-

gurado semana passada, na
tração, ensina a exercer a liderança
e a lidar com a competitividade de
forma positiva, entre tantos outros
dor-delegado do FNB Mo-
çambique, por sua vez, frisou
que “a nossa expectativa é que

Sexta-20h30 Paulo Lee & Banda Xitende

presença do então presiden- benefícios”. esta escola sirva de exemplo e
te do Conselho Municipal de Já Eneas Comiche destacou a im- inspiração para muitas outras

BANDA REAL
Maputo, Eneas da Conceição
Sábado-20h30 Comiche, o administrador-de-
legado do FNB Moçambique,
Quartas e Domingos-18h Karaoke com Salomao Opera Peter Blenkinsop, o membro do
portância da recém-inaugurada em diferentes partes do país,
infra-estrutura escolar, conside- e que, a partir deste complexo
rando-a como “uma forma de ga- desportivo, surjam não só mais
rantir que os alunos que frequen- iniciativas, mas também atletas

Karamel Bar & Lounge

Conselho de Administração do tam as instituições da escola, hoje de gabarito que possam repre-
FNB, Sérgio Chitará, e ainda e no futuro, terão um ambiente sentar-nos dentro e fora de Mo-
representantes do Ministério apropriado para a prática despor- çambique”.
Todas quintas a partir das 17h da Educação, do distrito muni-
cipal da KaTembe e professores
KARAOKE com Lena Almeida e alunos da Escola Saul Filipe
Tembe.
Sextas-Feira, 18h Acústic com Nylza Malath Este complexo desportivo, cujas
Sábados,19h
Sábados, 19hSunset
Sunset&&DJ DJ Zidane
Zidane obras começaram em Novem-
bro de 2023, tem como principal
Domingos 10h Tira
Domingos ,, 10h Tira Piko & DJ
Piko & Zidane
DJ Zidane objectivo promover a criação de
condições para a prática desporti-
va dos cerca de 960 estudantes da
escola daquele distrito e dos mu-
nícipes dos bairros circunvizinhos
O JORNAL PREPARADO PARA O LEITOR MAIS EXIGENTE. – Chali, Inguide e Guachene.
Trata-se de um espaço multi-
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Savana 09-02-2024 25
38%/,&,'$'(
26 Savana 09-02-2024

*ULQGURGUHFRQKHFLGDSHOD.30*
A
Grindrod acaba de ser
reconhecida como a
Melhor Empresa de
Moçambique na 25ª
Edição do prestigiado inquéri-
to, “As 100 Maiores Empresas
de Moçambique” (2023), rea-
lizado pela KPMG Moçambi-
que.
O terminal de granéis sólidos da
Grindrod no Porto de Maputo
(Grindrod Moçambique Limi-
tada) demonstrou um desempe-
nho excepcional em vários pa-
râmetros, garantindo a primeira
posição com uma impressio-
nante pontuação de 485 pontos,
colocando-a na posição número
um da Melhor empresa de Mo-
çambique para 2022.
Esta conquista é atribuída ao
notável crescimento do volume
de negócios da empresa, de apro-
ximadamente 355%, resultan-
do em 98 pontos. Além disso, a
Grindrod destacou-se em Ren-
tabilidade do Volume de Negó-
cios (84 pontos) e Capitais Pró-
prios (96 pontos), demonstrando
a sua robusta situação financeira
e eficiência operacional.
Pedro Alberto Poh-Quong,
director-geral de Operações da
Grindrod em Moçambique, ex-
pressou a sua gratidão, afirman-
do que este reconhecimento é o
resultado do empenho e dedica-
ção de toda a equipa da Grin-
drod. Estes resultados são um
reconhecimento da eficácia das
nossas estratégias e do confian-
ça contínua em nós, em nossos
clientes e accionistas.
O inquérito anual da KPMG
sobre as 100 Maiores Empresas
de Moçambique é uma referên-
cia de prestígio, destacando o
excelente desempenho, sucesso
e excelência das entidades par-
ticipantes. Esta avaliação abran-
gente sublinha a dedicação ina-
balável da KPMG em promover
a transparência, a credibilidade
e a competitividade no cenário
empresarial. Ao oferecer infor-
mações e análises valiosas à so-
ciedade, o inquérito funciona
como uma ferramenta indispen-
sável para as partes interessadas,
permitindo a tomada de decisões
informadas e impulsionando o
crescimento sustentável.

Assinatura do jornal
A partir
A partirde
de 20 deAgosto
01 de Abrildede2017
2021
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A
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ro 4 (TRAC) iniciou, asfalto.
na passada segunda- Explicou ainda que todos pontos
-feira, obras de reparação do degradados da EN4 serão alvo
asfalto delaminado na rampa de reparações.
“A” do Nó da Brigada Montada, A intervenção iniciada, na pas-
no bairro Luis Cabral, em Ma- sada segunda-feira feira, vai
puto. permitir um maior conforto aos
Fenias Mazive, gestor de manu- utentes da via, incluindo os ca-
tenção da empresa, explicou que mionistas que acedem ao Porto
os trabalhos consistem na fresa- do Maputo.
 INFORMAL
Savana 09-02-2024 27

Pedro Madruga (Texto)

Ilec Vilanculos (Fotos)

2XWUDVÀWDV 
nova gaiola
- Não é para me olhares assim, senhora.
- Senhor cobrador, está zangado com quem?
-Eu, zangar? Zangar, eu?
- Bem mesmo. Tens o quê, afinal?
- Vamos deixar.
- ... Okay. Mas não tenho dinheiro trocado.
- Oraite não há problemas. Agora estou cheio desses meninos
das escolas.
- Dá para ver que tem movimento. É por isso que me desprezas,
senhor cobrador.
- Hum, mamã. Sou senhor eu. Me chama de cobrador, só.
- Paragem na escola, cobrador.
- Qual escola?
- Aquela aí da esquina...
-... Mas, senhora, tem muitas esquinas aqui na cidade...
- Aí na rua dos segredos, não conheces?
- Ali é na privada dona senhora. Aquele outro sítio é escola dos
lutadores...
-Não entendo essa tua explicação, cobrador.
- Mas não estás a ver que ali estão a lutar para estudar, senhora?
- E depois?
- Ahhhh, aqueles outros estão a estudar. Não estás a ver a fita,
afinal?
- Ver, estou a ver. Não é preciso ser doutor para entender.
- A fita municipal viste, cobrador?
- Hi dona Zefa. Povo na gaiola?
- Essas fitas são outras coisas que vão nos matar.
- Aqui na tawen brincamos bem, senhora.
- Estou a ver. Parece que nem calor não é nada...

www.savana.co.mz
IMAGEM DA SEMANA
1º Congresso de Arquitetura arrancou ontem em Maputo
%DVWRQiULRGHVDÀDDFODVVH
O
bastonário da Ordem dos
Arquitetos de Moçambi-
que, Luís Lage, desafiou
a classe a reflectir sobre
formas de ajudar o país a reduzir
a sua exposição ao impacto das
mudanças climáticas nas infra-
-estruturas e património, através
de envolvimento num novo para-
digma, que inclui resiliência.
Lage falava durante o 1º Con-
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QBSB

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Savana 09-02-2024
MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
PARA MONITORAMENTO DE PLANOS DE GESTÃO AMBIENTAL E OUTROS
SERVIÇOS AMBIENTAIS
Eni Rovuma Basin B.V.-Sucursal de Moçambique, convida a
todas empresas interessadas a submeter sua Manifestação de
Interesse para o Monitoramento De Planos De Gestão Am-
biental E Outros Serviços Ambientais para o apoio ás activida-
des da Eni Rovuma Basin B.V. em Moçambique.
ÂMBITO DE TRABALHO
O âmbito do trabalho consiste no Monitoramento De Planos
De Gestão Ambiental (PGA) E Outros Serviços Ambientais,
conforme detalhado abaixo:
% Auditorias Ambientais
% Implementação de PGA & Monitoramento e Controle da im-
plementação
% Atividades de envolvimento das partes interessadas
% Atualizações do EMP
% Relatório de Desempenho Ambiental
Opção A
O âmbito aplica-se a qualquer projeto de agri-feedstok em ter-
ra da ERB a ser instalado na província de Monapo/ Nampula,
Moçambique.
Opção B
O âmbito aplica-se a quaisquer projectos de desenvolvimento do
ERB na Área 4, tanto offshore como onshore, na Província
de Cabo Delgado, Moçambique, e a todas as actividades de
apoio em terra.
DURAÇÃO DO CONTRATO
A previsão é que o contrato tenha uma duração de três (3) anos
com possibilidade de uma (1) renovação de um (1) ano cada.
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA
As Empresas interessadas deverão submeter a sua Manifestação
de Interesse enviando a seguinte informação e documentação
obrigatória:
I. Documentos técnicos:
a) Declaração da política de HSE.
b) Desempenho dos KPI de HSE nos últimos 3 (três) anos;
c) &HUWLGmRGH5HJLVWRGH¿QLWLYR
d) Prova documentada de 7 anos de experiência na condução
de processos de Avaliação de Impacto Ambiental e Audi-
toria Ambiental em Moçambique. Para comprovar que a
Empresa tem pelo menos sete (7) anos de experiência em
processos de AIA e Auditoria Ambiental em Moçambique,
deverá ser apresentada uma cópia da licença de EIA e da
Licença de Auditor Ambiental emitida pela autoridade am-
biental datada até 2016;
e) Cópia autenticada digitalizada de Licença de Auditoria Am-
biental válida;
f) Evidência documentada de pelo menos 5 anos de expe-
riência na condução de atividades semelhantes ao âmbito
de trabalho;
1
g) Cópia autenticada digitalizada de uma Licença de Consultor
AIA válida;
h) Evidência documentada de pelo menos 5 anos de experiên-
cia na implementação de Planos de Gestão Ambiental, Mo-
nitorização Ambiental, Auditoria Ambiental, Atualização de
PGA e Adenda de AIA, para projetos de grande escala;
i) Evidência documentada de experiência em AIA para ativida-
des de petróleo e gás (Offshore e Onshore) e estudos espe-
cializados;
j) Evidência documentada de experiência em AIA para ativida-
des agro-alimentares e estudos especializados;
k) Cartas de referência de outros clientes relativas a atividades
similares;
l) Evidência documentada em atividades de trabalho de campo
em Moçambique (demonstrando experiência no planejamen-
to e realização de atividades de trabalho de campo, com-
SURYDomRGRXVRGHSHVVRDOTXHIDODSRUWXJXrVHpÀXHQWH
nas línguas locais, além disso, todos os especialistas devem
ter bons conhecimentos relacionados à legislação/políticas e
diretrizes nacionais relevantes);
m) Capacidade para exercer a atividade em diferentes locais do
país;
n) Qualquer outra informação que indique que a empresa é
capaz de cumprir o âmbito do trabalho.
II. Documentos administrativos:
a) Cópia autenticada digitalizada do Registro Comercial, nome
da Pessoa Jurídica e pessoa de contacto para recebimento do
SDFRWHGHTXDOL¿FDomRHRXWUDVLQIRUPDo}HVUHOHYDQWHVGD(QL
Rovuma Basin B.V;
b) Demonstrações Financeiras e Relatório Anual dos últimos três
anos, incluindo Balanço, Lucros e Perdas e Demonstração de
Fluxo de Caixa. Estes documentos devem ser fornecidos para
o Grupo da Empresa (se aplicável), e também para a enti-
dade registada em Moçambique da Empresa que celebrará o
contrato em questão;
c) Registo da empresa em Moçambique. Caso a empresa ainda
QmR HVWHMD UHJLVWDGD HP 0RoDPELTXH GHYH HVSHFL¿FDU TXH
pretende registar-se imediatamente em Moçambique e indi-
car o prazo estimado para fazê-lo,
d) Estrutura da Sociedade e do Grupo com a relação dos princi-
SDLVDFFLRQLVWDVHEHQH¿FLiULRV¿QDLV FDVRQmRHVWHMDPFR-
tados em bolsa).
e) Caso deseje submeter a Manifestação de Interesse como
consórcio ou joint venture, deverá apresentar informações
referente a cada membro do consórcio ou joint venture com
o respectivo papel de cada participante no potencial projecto.
Tal intenção de formar um consórcio ou uma JV deverá ser
fundamentada por um Acordo ou “Memorando de Entendi-
mento” devidamente assinado por cada membro do grupo.
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10
MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
PARA FORNECIMENTO DE SERVIÇOS DE GESTÃO DE PROJECTOS
Eni Rovuma Basin B.V., Sucursal de Moçambique, convida a
todas empresas interessadas a submeter sua Manifestação de In-
teresse para o Fornecimento de Serviços de Gestão de Pro-
jectos para o apoio á actividade de desenvolvimento de produção
de gás da Eni Rovuma Basin B.V. em Moçambique.
ÂMBITO DE TRABALHO
O âmbito do trabalho consiste no Fornecimento de Serviços de
Gestão de Projectos (PMS) em Moçambique (Principalmente em
Maputo, Nampula e Cabo Delgado), incluindo, mas não limitado a
apoiar as seguintes actividades: Gestão de Projetos, Engenharia,
Gestão da documentação, Licenças e Consentimentos, Controle e
Garantia de Qualidade, Serviços de SMS e Sustentabilidade, Pronti-
dão Operacional, Testes de Sistemas, Comissionamento e Arranque,
necessários para os Projetos Offshore em Moçambique.
DURAÇÃO DO CONTRATO
Os serviços serão necessários indicativamente a partir do
terceiro trimestre de 2024 por um período de trinta e seis
(36) meses, com possíveis duas (02) prorrogações adi-
cionais de doze (12) meses cada.
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA
As empresas interessadas neste anúncio poderão subme-
ter a sua Manifestação de Interesse registando-se no
site indicado abaixo e submetendo toda informação obri-
gatória assim como apresentando a seguinte documenta-
ção exigida:
I. Documentos Técnicos
a) Ser uma empresa de serviços de engenharia e projetos com
experiência comprovada em gestão de projetos EPC, incluindo en-
genharia (FEED, engenharia detalhada), serviços de projetos, ser-
viços de controle e garantia de qualidade, serviços de Sustentabi-
lidade, Higiene, segurança no Trabalho e Ambiente, gestão eletrô-
nica de dados, gestão e supervisão de construção, Supervisão de
DFWLYLGDGHV FDUDFWHUL]DomR H FDUWRJUD¿D GH ORFDLV (QJHQKDULD GH
Fatores Humanos, Cumprimento de Regulamentações Estatutárias
e Requisitos de Conteúdo Local, Serviços de Comissionamento e
Arranque, desenvolvimento de Licenças e Autorizações necessários
para Projetos Offshore;
b) Estrutura da empresa e do grupo com a lista dos principais
DFLRQLVWDVHEHQH¿FLiULRV¿QDLV FDVRQmRHVWHMDPFRWDGRVHPERO-
sa);
c) Cópia autenticada do registro comercial, nome da pessoa
MXUtGLFD H SHVVRD GH FRQWDWR SDUD UHFHELPHQWR GH TXDOL¿FDomR H
informações comerciais;
d) 5HIHUrQFLDV SUR¿VVLRQDLV GRFXPHQWDGDV GLYXOJDGDV SRU
clientes internacionais para a realização de serviços similares nos
últimos 5 anos;
e) Documentos do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança
(OHSAS 18000 ou ISO 45001) e do Sistema de Gestão Ambiental
(ISO 14001) que comprovem a conformidade da empresa com os
padrões internacionais;
f) Desempenho de Higiene e Segurança no Trabalho da em-
presa, incluindo eventos e incidentes nos últimos três anos. A Taxa
Total de Incidentes Registráveis (TRIR) deverá ser fornecida;
Savana 09-02-2024
g) &HUWL¿FDo}HV HRX FHUWL¿FDGRV GR 6LVWHPD GH *HVWmR GD
Qualidade que atestem a conformidade da empresa com as Nor-
mas de Qualidade nacionais ou internacionais (ISO 9001);
h) Prova documentada de experiência em licenças e autoriza-
ções moçambicanas e conhecimento consolidado do quadro regu-
lamentar moçambicano;
i) 5HJLVWR GH HPSUHVD FHUWL¿FDGD HP 0RoDPELTXH &DVR D
sua Empresa ainda não esteja registada em Moçambique, por fa-
YRUFRQ¿UPHDLQWHQomRGHRID]HUHHVSHFL¿TXHRSUD]R
j) Caso deseje participar da Manifestação de Interesse como
consórcio ou joint venture, informações sobre cada membro do
consórcio ou joint venture e papel de cada participante no po-
tencial projeto. Tal intenção de formar um consórcio ou uma JV
deverá ser respaldada por um Acordo ou “Memorando de Entendi-
mento” devidamente assinado por cada entidade do grupo;
k) Demonstrações Financeiras e Relatórios Anuais dos últi-
mos três anos, incluindo Balanço Patrimonial, Lucros e Perdas e
'HPRQVWUDomRGR)OX[RGH&DL[DFRPSURYDQGRFDSDFLGDGH¿QDQ-
ceira mínima para cumprir o escopo. Estes documentos deverão
ser fornecidos para o Grupo da Empresa (se aplicável), e também
para a entidade da empresa que potencialmente celebrará o con-
trato em questão;
l) Qualquer outra informação que estabeleça que sua empre-
sa é capaz de cumprir o escopo do trabalho.
II. Documentos administrativos:
a) Cópia autenticada digitalizada do Registro Comercial,
nome da Pessoa Jurídica e pessoa de contacto para recebimento
GRSDFRWHGHTXDOL¿FDomRHRXWUDVLQIRUPDo}HVUHOHYDQWHVGD(QL
Rovuma Basin B.V;
b) Demonstrações Financeiras e Relatório Anual dos últimos
três anos, incluindo Balanço, Lucros e Perdas e Demonstração de
Fluxo de Caixa. Estes documentos devem ser fornecidos para o
Grupo da Empresa (se aplicável), e também para a entidade re-
gistada em Moçambique da Empresa que celebrará o contrato em
questão;
c) Registo da empresa em Moçambique. Caso a empresa ain-
GD QmR HVWHMD UHJLVWDGD HP 0RoDPELTXH GHYH HVSHFL¿FDU TXH
pretende registar-se imediatamente em Moçambique e indicar o
prazo estimado para fazê-lo;
d) Estrutura da Sociedade e do Grupo com a relação dos prin-
FLSDLVDFFLRQLVWDVHEHQH¿FLiULRV¿QDLV FDVRQmRHVWHMDPFRWDGRV
em bolsa).
e) Caso deseje submeter a Manifestação de Interesse como
consórcio ou joint venture, deverá apresentar informações refe-
rente a cada membro do consórcio ou joint venture com o respec-
tivo papel de cada participante no potencial projecto. Tal intenção
de formar um consórcio ou uma JV deverá ser fundamentada por
um Acordo ou “Memorando de Entendimento” devidamente assi-
nado por cada membro do grupo.
Empresas interessadas neste anúncio podem submeter sua Mani-
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Savana 09-02-2024
festação de Interesse inscrevendo-se através do seguinte website
(Eni Rovuma Basin B.V. Candidaturas):
https://enispace.eni.com/en_US/registrazione.page
Concluído o cadastro da Empresa, na “Área Privada” será possível
criar o pedido de resposta a esta manifestação de Interesse:
Para acessar esta secção, no menu lateral selecione “My Applica-
tions”.
Ao clicar no item acima, poderá acessar o seguinte:
‡([LELomRHHGLomRGRTXHVWLRQiULRGHDXWRDSOLFDomR
‡&ULDomRGHXPDQRYDDXWRDSOLFDomR
‡(OLPLQDomRGHXPDSUiWLFDGHDXWRDSOLFDomR
‡(QYLRGDDXWRFDQGLGDWXUDH
‡%XVFDSRUSUiWLFDVGHDXWRDSOLFDomR
Para quaisquer problemas e suporte, poderá entrar em contacto
com o suporte de operações de serviço:
e-mail: ebusiness.support@eni.com
Uma vez submetida a Manifestação de Interesse no website, o nú-
PHURGHLGHQWL¿FDomRGHLQVFULomRJHUDGRGHYHUiVHUHQYLDGRSDUD A data-limite para submissão da documentação referente a Ma-
e-mail: erb.procurement@eni.com
IMPORTANTE:
EXPRESSION OF INTEREST
FOR PROVISION OF PROJECT MANAGEMENT SERVICES
Eni Rovuma Basin B.V., Mozambique Branch invites interested
companies to submit their Expression of Interest for the Provision
of Project Management Services to support operations in Mozam-
bique.
SCOPE OF WORK
Scope of the work is to provide Project Management Services (PMS)
within Mozambique (mainly in Maputo, Nampula and Cabo Delgado),
including but not limited to support the following activities: Project
Management, Engineering, Data Management, Permits & Consents,
Quality Control and Assurance, HSE and Sustainability Services, Op-
eration Readiness, System Testing, Commissioning and Start Up, re-
quired for the Offshore Projects in Mozambique. Services will be re-
quired indicatively starting from the third quarter of 2024 for a period
of Thirty-six (36) months, with further possible two (2) extensions of
twelve (12) months each.
CONTRACT DURATION
Services will be required indicatively starting from the third quarter of
2024 for a period of Thirty-six (36) months, with further possible two
(2) extensions of twelve (12) months each.
11
A candidatura deverá referir ao seguinte código de serviço:
% SS04AB28 - TECHNICAL SERVICES: CON-
TROL/APPLICATION OF QUAL PLANS/QUAL
CERTIF./PROJECT
No aplicativo do site, na secção “Object of the Application”, a área
“Origin of invitation” deve ser preenchida da seguinte forma:
“PROJECT MANAGEMENT SERVICES”.
Sujeito à entrega e conformidade de toda a documentação acima,
as Empresas interessadas nesta Manifestação de Interesse pode-
rão receber da Eni Rovuma Basin B.V.R3DFRWHGH4XDOL¿FDomR
podendo ainda ser incluídas no processo do concurso para as ac-
tividades em questão.
Este inquérito não será considerado como um convite à apresen-
tação de propostas e, portanto, não representa ou constitui qual-
quer promessa, obrigação ou compromisso de
qualquer tipo por parte da Eni Rovuma Basin B.V. de celebrar
qualquer acordo com qualquer empresa que irá participar desta
Manifestação de Interesse.
Quaisquer custos incorridos pelas Empresas interessadas na pre-
paração da Manifestação de Interesse serão de total responsabi-
lidade das Empresas, as quais não terão direito a qualquer reem-
bolso por parte da Eni Rovuma Basin B.V.
Todos os dados e informações fornecidos ao abrigo desta Manifes-
WDomRGH,QWHUHVVHVHUmRWUDWDGRVFRPRHVWULWDPHQWHFRQ¿GHQFLDLV
e não serão divulgados ou comunicados a pessoas ou empresas
não autorizadas.
nifestação de Interesse é 21 de Fevereiro 2024, 23:59 CAT.
A documentação recebida após a data e hora indicada não será
aceite.
DOCUMENTS REQUIRED
Companies interested in this invitation may submit their Expres-
sion of Interest by registering on the website indicated below and
submitting the following mandatory information and documentation
providing evidence of:
I. Technical documents:
a) Being an Engineering and Project Services Company with
proven experience in EPC Project Management, including
Engineering (FEED, Detailed Engineering), Project Services,
Quality Control and Quality Assurance Services, HSE and Sus-
tainability Services, Electronic Data Management, Construc-
tion Management, Site Characterization Supervision, Human
Factors Engineering, Compliance with Statutory Regulations
and Local Content Requirements, Commissioning and Start
Up Services, development of Permits & Consents required for
Offshore Projects;
b) Company and group structure with the list of major share-
KROGHUV DQG XOWLPDWH EHQH¿FLDULHV LI QRW OLVWHG LQ WKH VWRFN
exchange);
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12 Savana 09-02-2024

c) 6FDQQHGFHUWL¿HGFRS\RIWKHWUDGHUHJLVWHUOHJDOHQWLW\QDPH ber belonging to the Consortium or JV with the respective role/

DQGFRQWDFWSHUVRQIRUUHFHLYLQJTXDOL¿FDWLRQDQGFRPPHUFLDO position that each member will take in the potential project. The
information. intention to form a Consortium or JV must be supported by an
Agreement or “Memorandum of Understanding” duly signed by
d) Documented professional references released by interna-
each member of the group.
tional customers for performing similar services in the last 5
years; Companies interested in this invitation may submit their Expression of
Interest by registering the company on our website (Eni Rovuma basin
e) Health & Safety Management System (OHSAS 18000 or ISO
B.V. Application):
45001) and Environmental Management System (ISO 14001)
documents proving the company compliance with interna- https://enispace.eni.com/en_US/registrazione.page
tional standards;
Once the Company registry is complete, in “Private Area” it will be pos-
f) Company’s HSE performance including events and incidents sible to create the
in the last three years. Total Recordable Incidents Rate (TRIR)
application for responding to this Expression of Interest:
shall be provided;
To access this section, from the side menu select “My Applications”.
g) 4XDOLW\0DQDJHPHQW6\VWHPFHUWL¿FDWLRQVDQGRUFHUWL¿FDWHV
providing the company compliance with national or interna-
tional Quality Standards (ISO 9001);

h) Documented proof of experience in Mozambican Permits &

Consents, and consolidated knowledge of the Mozambican
regulatory framework;

i) &RPSDQ\¶V UHJLVWUDWLRQ FHUWL¿FDWH LQ 0R]DPELTXH  ,Q FDVH

your Company is not yet registered in Mozambique, please By clicking on the above item, you can access the features of:
FRQ¿UPWKHLQWHQWLRQWRGRVRDQGVSHFLI\WKHWLPHOLQH
‡'LVSOD\LQJDQGHGLWWKHVHOIDSSOLFDWLRQTXHVWLRQQDLUH
j) In case you wish to participate in the Expression of Interest
‡&UHDWLQJDQHZVHOIDSSOLFDWLRQ
as a consortium or as a joint venture, information about each mem-
ber of consortium or joint venture and role of each participant in the ‡(OLPLQDWLRQRIDVHOIDSSOLFDWLRQSUDFWLFH
potential project. Such intention to form either a consortium or a ‡6HQGLQJWKHVHOIDSSOLFDWLRQ
JV, must be supported by an Agreement or “Memorandum of Under-
‡6HDUFKIRUVHOIDSSOLFDWLRQSUDFWLFHV
standing” duly signed by each entity in the group;
For any issues and support, you can contact our service operations sup-
k) Last three years of Financial Statements and Annual Reports
port:
LQFOXGLQJ %DODQFH 6KHHW 3UR¿W DQG /RVV DQG &DVK )ORZ 6WDWHPHQW
SURYLQJPLQLPXP¿QDQFLDOFDSDELOLW\WRFDUU\RXWWKHVFRSH7KHVH e-mail: ebusiness.support@eni.com
documents must be provided for the Company Group (if applicable),
Once submitted the EOI within the website application, your application
and also for the company’s entity that will potentially enter into the
I.D. number must be
subject contract;
Shared to:
l) Any other information that will establish that your company is
FDSDEOHRIIXO¿OOLQJWKHVFRSHRIZRUN e-mail: erb.procurement@eni.com

II. Administrative documents: IMPORTANT:

a) 6FDQQHGFHUWL¿HGFRS\RIWKH&RPPHUFLDO5HJLVWHUQDPHRI The submission must refer to the following commodity code:

the Legal Entity and contact person who shall receive the SS04AB28 - TECHNICAL SERVICES: CONTROL/APPLICATION OF
TXDOL¿FDWLRQSDFNDJHDQGRWKHUUHOHYDQWLQIRUPDWLRQIURP(QL QUAL PLANS/QUAL CERTIF./PROJECT
Rovuma Basin B.V.;
Within the website application, under the section “Object of the Ap-
b) Financial Statements for the past three years and Annual Re- plication”, the area “Origin of invitation” shall be completed as follows:
SRUWLQFOXGLQJ%DODQFH6KHHW3UR¿WDQG/RVVDQG&DVK)ORZ “PROJECT MANAGEMENT SERVICES”.
statement. These documents must be provided by the Com-
Subject to the delivery and compliance of all the above requested docu-
pany’s Group (if applicable), and also by the Company regis- mentation, Companies may receive from Eni Rovuma Basin B.V. the
tered in Mozambique that will conclude the contract; 4XDOL¿FDWLRQ3DFNDJHDQGPD\IXUWKHUEHLQFOXGHGLQWKHWHQGHUSURFHVV
for the subject activities.
c) Registration of the company in Mozambique. If not duly regis- This enquiry shall not be considered as an invitation to tender and
tered, the participant shall indicate whether it would be willing therefore it does not represent or constitute any promise, obligation, or
to register promptly and the estimated period for doing so; commitment of any kind on the part of Eni Rovuma Basin B.V., to en-
ter into any agreement or arrangement with you or with any Company
d) Financial Statements for the past three years and Annual Re- participating in this Expression of Interest.
SRUWLQFOXGLQJ%DODQFH6KHHW3UR¿WDQG/RVVDQG&DVK)ORZ Any cost incurred by interested Companies in preparing the Expression
statement. These documents must be provided by the Com- of Interest shall be fully born by such Companies who shall have no
recourse in this respect to Eni Rovuma Basin B.V. .
pany’s Group (if applicable), and also by the Company regis-
All data and information provided pursuant to this Expression of Inter-
tered in Mozambique that will conclude the contract; est ZLOO EH WUHDWHG DV VWULFWO\ FRQ¿GHQWLDO DQG ZLOO QRW EH GLVFORVHG RU
communicated to non-authorized persons or companies.
e) Structure of the Company or Group with the list of main
VKDUHKROGHUVDQG¿QDOEHQH¿FLDULHV LIQRWOLVWHGRQDQ\VWRFN The deadline for receipt of your documentation relevant to this Expres-
exchange); sion of Interest is set

f) If the Expression of Interest is to be submitted as a Consor- at 21st February 2024, 23:59 CAT. Documentation received after the
tium or Joint Venture (JV), information regarding each mem- set deadline will not be accepted.
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2 Savana 09-02-2024

Empresas interessadas neste anúncio podem submeter sua Mani- A candidatura deverá referir ao anúncio público e ao seguinte códi-
festação de Interesse inscrevendo-se através do seguinte website go de serviço:
(Eni Rovuma Basin B.V. Candidaturas):
SS01AC02- RISK ANALYSIS AND ENVIRONMENTAL IMPACT
https://enispace.eni.com/en_US/registrazione.page ASSESSMENT

Concluído o cadastro da Empresa, na “Área Privada” será possível
criar o pedido de resposta a esta manifestação de Interesse:
Para acessar esta secção, no menu lateral selecione “My Appli-
cations”.
No aplicativo do site, na secção “Objecto do aplicativo”, a área “Ori-
gem do convite” deve ser preenchida da seguinte forma: RISK
ANALYSIS AND ENVIRONMENTAL IMPACT ASSESSMENT.
Sujeito à entrega e conformidade de toda a documentação acima,
as Empresas interessadas nesta Manifestação de Interesse pode-
rão receber da Eni Rovuma Basin B.VR3DFRWHGH4XDOL¿FDomR
podendo ainda ser incluídas no processo do concurso para as acti-
vidades em questão.

Este inquérito não será considerado como um convite à apresenta-

ção de propostas e, portanto, não representa ou constitui qualquer
promessa, obrigação ou compromisso de
Ao clicar no item acima, poderá acessar o seguinte:
qualquer tipo por parte da Eni Rovuma Basin B.V. de celebrar
% Exibição e edição do questionário de autoaplicação.
qualquer acordo com qualquer empresa que irá participar desta
% Criação de uma nova autoaplicação.
Manifestação de Interesse.
% Eliminação de uma prática de autoaplicação.
Quaisquer custos incorridos pelas Empresas interessadas na prepa-
% Envio da autocandidatura. e
ração da Manifestação de Interesse serão de total responsabilidade
% Busca por práticas de autoaplicação. das Empresas, as quais não terão direito a qualquer reembolso por
Para quaisquer problemas e suporte, poderá entrar em parte da Eni Rovuma Basin B.V.
contacto com o suporte de operações de serviço:
Todos os dados e informações fornecidos ao abrigo desta Manifes-
e-mail: ebusiness.support@eni.com WDomRGH,QWHUHVVHVHUmRWUDWDGRVFRPRHVWULWDPHQWHFRQ¿GHQFLDLV
Uma vez submetida a Manifestação de Interesse no website, o e não serão divulgados ou comunicados a pessoas ou empresas não
Q~PHURGHLGHQWL¿FDomRGHLQVFULomRJHUDGRGHYHUiVHUHQYLDGR autorizadas.
para: A data-limite para submissão da documentação referente a Mani-
e-mail: erb.procurement@eni.com festação de Interesse para o endereço do site acima indicado é 21
de Fevereiro de 2024, 23:59 horário da África Central. A do-
IMPORTANTE:
cumentação recebida após a data e hora indicada não será aceite.

EXPRESSION OF INTEREST
FOR PROVISION OF MONITORING OF ENVIRONMENTAL MANAGEMENT
PLANS AND OTHER ENVIRONMENTAL SERVICES
Eni Rovuma Basin B.V. – Mozambique Branch, invites interested installed in Monapo/ Nampula Province, Mozambique.
companies to submit their Expression of Interest for the Moni-
Option B
toring of Environmental Management Plans and Other Envi-
ronmental Services to support Eni Rovuma Basin B.V. activity in The scope applies to any ERB’s development projects in Area 4 both
Mozambique. offshore and onshore in Cabo Delgado Province, Mozambique, and all
supporting activities onshore.
SCOPE OF WORK
CONTRACT DURATION
The scope of work consists of Monitoring of Environmental Manage-
ment Plans (EMP) and Other Environmental Services hereinafter de- The foreseen contract duration will be of period of three (3) years with
scribed: possibility of twelve (12) months extension each.
‡ (QYLURQPHQWDO$XGLWV DOCUMENTATION REQUIRED
‡ (03 LPSOHPHQWDWLRQ  0RQLWRULQJ DQG &RQWURO RI WKH LPSOH- Companies interested in this invitation may submit their Expression of
mentation of EMP´s Interest by providing the following mandatory information and docu-
‡ 6WDNHKROGHU(QJDJHPHQW$FWLYLWLHV mentation:

‡ (03XSGDWH I. Technical documents:

‡ (QYLURQPHQWDO3HUIRUPDQFH5HSRUWLQJ a) HSE Policies;

Option A b) HSE KPI Performance for the last three (3) years;

The scope applies to any ERB’s onshore Agri-feedstock project to be c) Company’s registration in Mozambique;
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Savana 09-02-2024 3

d) Documented proof of 7 years’ experience in conducting Envi- signed by each member of the group.
ronmental Impact Assessment processes, and Environmental
Companies interested in this invitation may submit their Expression of
Audit in Mozambique. In order to proof that Company has at
Interest by registering the company on our website (Eni Rovuma basin
least seven (7) years’ experience in EIA processes and Environ-
B.V. Application):
mental Auditor in Mozambique, a copy of the EIA license and
Environmental Auditor License issued by the environmental au- https://enispace.eni.com/en_US/registrazione.page
thority dated not later than 2016 shall be submitted; Once the Company registry is complete, in “Private Area” it will be pos-
e) 6FDQQHGFHUWL¿HGFRS\RIDYDOLG(QYLURQPHQWDO$XGLW/LFHQVH sible to create the

f) Documented evidence of at least 5 years of experience in con- application for responding to this Expression of Interest:
ducting activities similar to the Scope of work; To access this section, from the side menu select “My Applications”.
g) 6FDQQHGFHUWL¿HGFRS\RIDYDOLG(,$&RQVXOWDQW/LFHQVH

h) Documented evidence of at least 5 years of experience in the

implementation of Environmental Management Plans, Environ-
mental Monitoring, Environmental Audit, EMP Update and EIA
Addendum, for large scale projects;

i) Documented evidence of EIA experience for oil and gas (Off-

shore and Onshore) activities and specialized studies;
By clicking on the above item, you can access the features of:
j) Documented evidence of EIA experience for Agri-feedstock ac-
‡ Displaying and edit the self-application questionnaire
tivities and specialized studies;
‡ Creating a new self-application
k) Reference letters from other clients relative to similar activi-
ties; ‡ Elimination of a self-application practice

l) Documented evidence in Field work activities in Mozambique ‡ Sending the self-application

GHPRQVWUDWLQJ H[SHULHQFH LQ SODQQLQJ DQG XQGHUWDNLQJ ¿HOG ‡ Search for self-application practices
work activities, proof use of portuguese speaking personnel
For any issues and support, you can contact our service operations
ZKRLVÀXHQWLQORFDOODQJXDJHVPRUHRYHUDOOVSHFLDOLVWVVKDOO
support:
have good knowledge related to relevant National legislation/
policies and guidelines); e-mail: ebusiness.support@eni.com

m) Capability to perform the activity in different locations within Once submitted the EOI within the website application, your applica-
the country; tion I.D. number must be

n) Any other information indicating that the company is capable of
IXO¿OOLQJWKHVFRSHRIZRUN
II. Administrative documents:
a) 6FDQQHG FHUWL¿HG FRS\ RI WKH &RPPHUFLDO 5HJLVWHU QDPH RI
the Legal Entity and contact person who shall receive the qual-
L¿FDWLRQSDFNDJHDQGRWKHUUHOHYDQWLQIRUPDWLRQIURP(QL5R-
vuma Basin B.V.;
b) Financial Statements for the past three years and Annual Re-
SRUW LQFOXGLQJ %DODQFH 6KHHW 3UR¿W DQG /RVV DQG &DVK )ORZ Within the website application, under the section “Object of the Ap-
statement. These documents must be provided by the Compa- plication”, the area “Origin of invitation” shall be completed as follows:
ny’s Group (if applicable), and also by the Company registered
in Mozambique that will conclude the contract;
c) Registration of the company in Mozambique. If not duly reg-
istered, the
d) participant shall indicate whether it would be willing to register
promptly and the estimated period for doing so;
e) Financial Statements for the past three years and Annual Re-
SRUW LQFOXGLQJ %DODQFH 6KHHW 3UR¿W DQG /RVV DQG &DVK )ORZ
statement. These documents must be provided by the Compa-
ny’s Group (if applicable), and also by the Company registered
in Mozambique that will conclude the contract;
f) Structure of the Company or Group with the list of main share-
KROGHUV DQG ¿QDO EHQH¿FLDULHV LI QRW OLVWHG RQ DQ\ VWRFN H[-
change);
g) If the Expression of Interest is to be submitted as a Consor-
tium or Joint Venture (JV), information regarding each mem-
ber belonging to the Consortium or JV with the respective role/
position that each member will take in the potential project.
The intention to form a Consortium or JV must be supported
by an Agreement or “Memorandum of Understanding” duly
Shared to:
e-mail: erb.procurement@eni.com
IMPORTANT:
The submission must refer to the Public Announcement and to the fol-
lowing commodity code:
SS01AC02- RISK ANALYSIS AND ENVIRONMENTAL IMPACT AS-
SESSMENT
“RISK ANALYSIS AND ENVIRONMENTAL IMPACT ASSESSMENT”.
Subject to the delivery and compliance of all the above requested docu-
mentation, Companies may receive from Eni Rovuma Basin B.V. the
4XDOL¿FDWLRQ3DFNDJHDQGPD\IXUWKHUEHLQFOXGHGLQWKHWHQGHUSURFHVV
for the subject activities.
This enquiry shall not be considered as an invitation to tender and
therefore it does not represent or constitute any promise, obligation, or
commitment of any kind on the part of Eni Rovuma Basin B.V., to en-
ter into any agreement or arrangement with you or with any Company
participating in this Expression of Interest.
Any cost incurred by interested Companies in preparing the Expression
of Interest shall be fully born by such Companies who shall have no
recourse in this respect to Eni Rovuma Basin B.V..
All data and information provided pursuant to this Expression of Inter-
HVWZLOOEHWUHDWHGDVVWULFWO\FRQ¿GHQWLDODQGZLOOQRWEHGLVFORVHGRU
communicated to non-authorized persons or companies.
The deadline for receipt of your documentation relevant to this Expres-
sion of Interest is set at 21st February 2024, 23:59 Central Africa
Time. Documentation received after the set deadline will not be ac-
cepted.
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4 Savana 09-02-2024

MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
PARA O FORNECIMENTO DO CAIS FLUTUANTE E SERVIÇOS
EM PEMBA
Eni Rovuma Basin B.V., Sucursal de Moçambique – Operadora a) Alvará que ateste o registo de vendedor em Moçambique para
Delegada Upstream, agindo em nome e por conta da Mozambique o fornecimento dos Serviços Logísticos solicitados;
Rovuma Venture, Operador da Área 4, convida as empresas inte-
b) (YLGrQFLDGHSRVVXLUXPFDLVÀXWXDQWHH[LVWHQWHHP3HPEDTXH
ressadas a submeter a sua Manifestação de Interesse para o For-
reúna as características técnicas (comprimento: min. 100m, largura:
necimento do Cais Flutuante e Serviços em Pemba, de forma a
min. 30m, calado: min. 9m @LAT, capacidade de suporte de carga:
apoiar as actividades logísticas das operações de Upstream da Área 4.
min. 10t/m2 e capacidade da ponte de ligação: min. .60t) – fornecer a
ÂMBITO DO TRABALHO descrição dos detalhes técnicos;
O Âmbito do Trabalho consiste no fornecimento na Área de Pemba de c) )RUQHFHU SDUD R FDLV ÀXWXDQWH SURSRVWR FHUWL¿FDGR GH FODVVH
um Cais Flutuante e Serviços em regime de aluguer permanente e YiOLGRHPLWLGRSRUHQWLGDGHFHUWL¿FDGRUDFUHGHQFLDGD
bem ligada à rede rodoviária para apoiar continuamente as activida-
d) Evidência de possuir uma estrada existente de acesso ao cais
des operacionais da EMPRESA em Pemba, província de Cabo Delgado,
ÀXWXDQWH TXH SHUPLWD XP WUkQVLWR H PRYLPHQWR VHJXUR GH FDPL}HV
Moçambique.
pesados (incluindo material pesado fora de padrão) e equipamentos
O Cais Flutuante deverá estar ligado a um acesso rodoviário existente de manuseio de materiais (por exemplo, guindastes móveis, empilha-
adequado que permita o trânsito e movimento seguros de camiões deiras) sob todas as condições climáticas - fornecer a descrição dos
pesados (incluindo material pesado fora do padrão) e equipamentos detalhes técnicos da via de acesso;
de movimentação de materiais (por exemplo, gruas móveis, empi-
e) 3RVVXLU FHUWL¿FDo}HV GR 6LVWHPD GH *HVWmR GD 4XDOLGDGH TXH
lhadeiras). A estrada de acesso ao Cais Flutuante será objeto de ava-
comprovem o cumprimento das Normas de Qualidade internacionais
liação técnica e deverá ser mantida pela CONTRATADA em condições
(ISO 9001:2008 / 2015);
adequadas para fácil entrada e saída em todas as condições climáti-
cas durante toda a vigência do contrato. f) 'RFXPHQWRV H FHUWL¿FDo}HV GR 6LVWHPD GH *HVWmR GH 6D~GH
Segurança e Ambiente que comprovem a conformidade com as nor-
Requisitos do Cais Flutuante
mas internacionais (ISO 45001 e ISO 14001);
O Cais Flutuante deve ser existente e em condições operacionais
g) Políticas do Sistema de Gestão de Saúde, Segurança e Ambien-
DWHQGHQGRjVVHJXLQWHVHVSHFL¿FDo}HVWpFQLFDV
te;
- Comprimento: min. 120m
h) Desempenho do Sistema de Gestão de Saúde, Segurança e
- Largura: min. 30m Ambiente da empresa incluindo eventos e incidentes nos últimos três
- Calado: min. 9 @LAT (maré astronômica mais baixa) anos. A Taxa Total de Incidentes Registráveis (TRIR) deve ser forneci-
da.
- Capacidade de suporte de carga: min. 10t/m2
II. Documentos Administrativos:
- Capacidade da ponte de ligação: min. 60t
a) Cópia autenticada digitalizada do Registro Comercial, nome
A CONTRATADA também fornecerá Serviço com tudo incluído para
da Pessoa Jurídica e pessoa de contacto para recebimento do
operações de carga/descarga de embarcações/camiões dentro do
SDFRWHGHTXDOL¿FDomRHRXWUDVLQIRUPDo}HVUHOHYDQWHVGD(QL
Cais Flutuante usando seu próprio equipamento (guindaste, empilha-
Rovuma Basin B.V;
deira, etc.) e pessoal.
b) Demonstrações Financeiras e Relatório Anual dos últimos três
$GHPDLVDGMDFHQWHDRFDLVÀXWXDQWHD&2175$7$'$GHYHUiIRUQH-
anos, incluindo Balanço, Lucros e Perdas e Demonstração de
cer uma área de armazenamento aberta (~2.800 m2) devidamente
Fluxo de Caixa. Estes documentos devem ser fornecidos para
cercada e iluminada para armazenamento de material em trânsito e
o Grupo da Empresa (se aplicável), e também para a entidade
um pequeno escritório totalmente mobiliado (~45m2) para os repre-
registada em Moçambique da Empresa que celebrará o contra-
sentantes da EMPRESA.
to em questão;
Todas as autorizações, licenças necessárias para executar o Âmbito
c) Registo da empresa em Moçambique. Caso a empresa ainda
de Trabalho acima e quaisquer intervenções rodoviárias (manuten-
QmR HVWHMD UHJLVWDGD HP 0RoDPELTXH GHYH HVSHFL¿FDU TXH
ção) serão organizadas pela CONTRATADA com as autoridades com-
pretende registar-se imediatamente em Moçambique e indicar
petentes e em total conformidade com os requisitos legais.
o prazo estimado para fazê-lo;
Prevê-se que os SERVIÇOS sejam disponibilizados indicativamente
d) Estrutura da Sociedade e do Grupo com a relação dos princi-
DSDUWLUGRWHUFHLURWULPHVWUHGHSRUXPSHUtRGR¿UPHSURYLVy-
SDLVDFFLRQLVWDVHEHQH¿FLiULRV¿QDLV FDVRQmRHVWHMDPFRWD-
rio de 60 meses, mais duas extensões opcionais de 24 meses cada.
dos em bolsa).
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA
e) Caso deseje submeter a Manifestação de Interesse como con-
As empresas interessadas deverão enviar a sua Manifesta-
ção de Interesse, fornecendo a seguinte informação e do- sórcio ou joint venture, deverá apresentar informações refe-
cumentação: rente a cada membro do consórcio ou joint venture com o
respectivo papel de cada participante no potencial projecto. Tal
I. Documentos Técnicos:
intenção de formar um consórcio ou uma JV deverá ser funda-
 PUBLICIDADE
Savana 09-02-2024
mentada por um Acordo ou “Memorando de Entendimento”
devidamente assinado por cada membro do grupo.
Empresas interessadas neste anúncio podem submeter sua Mani-
festação de Interesse inscrevendo-se através do seguinte website
(Eni Rovuma Basin B.V. Candidaturas):
https://enispace.eni.com/en_US/registrazione.page
Concluído o cadastro da Empresa, na “Área Privada” será possível
criar o pedido de resposta a esta manifestação de Interesse:
Para acessar esta secção, no menu lateral selecione “My Applica-
tions”.
Ao clicar no item acima, poderá acessar o seguinte:
‡([LELomRHHGLomRGRTXHVWLRQiULRGHDXWRDSOLFDomR
‡&ULDomRGHXPDQRYDDXWRDSOLFDomR
‡(OLPLQDomRGHXPDSUiWLFDGHDXWRDSOLFDomR
‡(QYLRGDDXWRFDQGLGDWXUDH
‡ %XVFD SRU SUiWLFDV GH DXWRDSOLFDomR
Para quaisquer problemas e suporte, poderá entrar em contacto
com o suporte de operações de serviço:
e-mail: ebusiness.support@eni.com
REQUEST FOR EXPRESSION OF INTEREST
PROVISION OF FLOATING QUAY AND SERVICES
IN PEMBA
Eni Rovuma Basin B.V.- Mozambique Branch – Upstream
Delegated Operator, acting for and on behalf of Mozambique
Rovuma Venture, Area 4 Operator, invites interested compa-
nies to submit Expression of Interest for the provision of Float-
ing Quay and Services in Pemba, to support the logistic activi-
ties for Area 4 upstream operations.
SCOPE OF WORK
The Scope of Work includes the provision in Pemba Area of a Float-
ing Quay and Services on a permanent rental basis and well con-
nected to the road network to continuously support COMPANY op-
erational activities in Pemba, Cabo Delgado province, Mozambique.
The Floating Quay shall be connected to a suitable existing road
access allowing safe transit and movement of heavy trucks (includ-
ing out of gauge material), and material handling equipment (e.g.
mobile cranes, forklifts). The access road to the Floating Quay
shall be object of technical evaluation and shall be maintained by
CONTRACTOR in a condition suitable for easy entry and exit under
all weather conditions during the whole contract duration.
Floating Quay Requirements
The Floating Quay shall be currently existing and in operative con-
5
Uma vez submetida a Manifestação de Interesse no website, o número
GHLGHQWL¿FDomRGHLQVFULomRJHUDGRGHYHUiVHUHQYLDGRSDUD
e-mail: erb.procurement@eni.com
IMPORTANTE:
O envio deve se referir ao assunto do Anúncio Público e ao seguinte
código de mercadoria:
SS05AC08: FSO SERVICE (FLOATING, STORAGE AND OFFLOADING)
No aplicativo do site, na secção “Objecto do aplicativo”, a área “Origem
do convite” deve ser preenchida da seguinte forma: “Fornecimento do
Cais Flutuante e Serviços em Pemba”.
Sujeito à entrega e conformidade de toda a documentação acima, as
Empresas interessadas nesta Manifestação de Interesse podem receber
da Eni Rovuma Basin B.V.R3DFRWHGH4XDOL¿FDomRSRGHQGRDLQGD
ser incluídas no processo de licitação para as atividades em questão.
Este inquérito não será considerado como um convite à apresentação de
propostas e, portanto, não representa ou constitui qualquer promessa,
obrigação ou compromisso de qualquer tipo por parte da Eni Rovuma
Basin B.V., de celebrar qualquer acordo com qualquer empresa que irá
participar desta Manifestação de Interesse.
Quaisquer custos incorridos pelas empresas interessadas na prepara-
ção da Manifestação de Interesse serão de total responsabilidade das
empresas, as quais não terão direito a qualquer reembolso por parte da
Eni Rovuma Basin B.V..
Todos os dados e informações fornecidos ao abrigo desta Manifestação
de InteresseVHUmRWUDWDGRVFRPRHVWULWDPHQWHFRQ¿GHQFLDLVHQmRVH-
rão divulgados ou comunicados a pessoas ou empresas não autorizadas.
A data-limite para submissão da documentação referente à Manifesta-
ção de Interesse para o endereço do site acima indicado é 07 de Março
2024, CAT horário da África Central. A documentação recebida após
a data e hora indicada não será aceite.
GLWLRQVPHHWLQJWKHIROORZLQJWHFKQLFDOVSHFL¿FDWLRQV
- Length: min. 120m
- Width: min. 30m
- Draft: min. 9m @LAT (lowest astronomical tide)
- Bearing capacity: min. 10t/m2
- Connecting bridge capacity: min. 60t
CONTRACTOR shall also provide all-inclusive Service for vessels/
WUXFNVORDGLQJRIÀRDGLQJRSHUDWLRQVZLWKLQWKH)ORDWLQJ4XD\XVLQJ
its own equipment (crane, forklift, etc) and personnel.
$GGLWLRQDOO\DGMDFHQWWRWKHÀRDWLQJTXD\&2175$&725VKDOOSUR-
vide an open storage area (~2800 m2) duly fenced and lighted for
WKHVWRUDJHRIWUDQVLWPDWHULDODQGDVPDOORI¿FHIXOO\IXUQLVKHG a
45m2) for COMPANY representatives.
All permitting, licensing and authorizations required to execute the
above Scope of Work and any road interventions (maintenance)
shall be arranged by the Contractor with the competent authorities
and in full compliance with the legal requirements.
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6 Savana 09-02-2024

The SERVICES are envisaged to be made available indicatively from intention to form a Consortium or JV must be supported by an
4IRUDWHQWDWLYH¿UPSHULRGRIPRQWKVSOXVWZRRSWLRQDO Agreement or “Memorandum of Understanding” duly signed by
extensions of 24 months each. each member of the group.

DOCUMENTATION REQUIRED
Companies interested in this invitation may submit their Expression
of Interest by providing the following mandatory information and
documentation:
Companies interested in this invitation may submit their Expres-
sion of Interest by registering the company on our website (Eni
Rovuma basin B.V. Application):
https://enispace.eni.com/en_US/registrazione.page

I. Technical documents Once the Company registry is complete, in “Private Area” it will be
possible to create the
a) Alvará which attests vendor’s registration in Mozambique for the
provision of Logistics Services herein requested; application for responding to this Expression of Interest:

b) Evidence of having an existing Floating Quay in Pemba meeting To access this section, from the side menu select “My Applica-
the technical characteristics (length: min. 100m, width: min. tions”.
30m, draft: min. 9m @LAT, bearing capacity: min. 10t/m2 and
connecting bridge capacity: min. 60t) – to provide the descrip-
tion of the technical details;

c) 3URYLGHDYDOLGFODVVFHUWL¿FDWHLVVXHGE\DQDFFUHGLWHGFHUWL¿FD-
WLRQDJHQF\IRUWKHSURSRVHGÀRDWLQJTXD\

d) (YLGHQFHRIKDYLQJDQH[LVWLQJDFFHVVURDGWRWKHÀRDWLQJTXD\
that allows a safe transit and movement of heavy trucks (in- By clicking on the above item, you can access the features of:
cluding out of gauge material) and material handling equipment
‡'LVSOD\LQJDQGHGLWWKHVHOIDSSOLFDWLRQTXHVWLRQQDLUH
(e.g. mobile cranes, forklifts) under all-weather condition – to
provide the description of technical details of the access road; ‡&UHDWLQJDQHZVHOIDSSOLFDWLRQ

e) +DYLQJ4XDOLW\0DQDJHPHQW6\VWHPFHUWL¿FDWLRQVSURYLQJFRP- ‡(OLPLQDWLRQRIDVHOIDSSOLFDWLRQSUDFWLFH
pliance with international Quality Standards (e.g. ISO 9001:2008
‡6HQGLQJWKHVHOIDSSOLFDWLRQ
/ 2015);
‡6HDUFKIRUVHOIDSSOLFDWLRQSUDFWLFHV
f) Health, Safety and Environment Management System docu-
PHQWV DQG FHUWL¿FDWLRQV SURYLQJ FRPSOLDQFH ZLWK LQWHUQDWLRQDO For any issues and support, you can contact our service operations
standards (ISO 45001 and ISO 14001); support:

g) HSE Policies; e-mail: ebusiness.support@eni.com

h) Company’s HSE performance including events and incidents Once submitted the EOI within the website application, your ap-
in the last three years. Total Recordable Incidents Rate (TRIR) plication I.D. number must be
shall be provided. Shared to:
II. Administrative documents e-mail: erb.procurement@eni.com
a) 6FDQQHGFHUWL¿HGFRS\RIWKH&RPPHUFLDO5HJLVWHUQDPHRIWKH IMPORTANT:
/HJDO(QWLW\DQGFRQWDFWSHUVRQZKRVKDOOUHFHLYHWKHTXDOL¿FD-
The email submission must refer to the Public Announcement ob-
tion package and other relevant information from Eni Rovuma
ject “Provision of Floating Quay and Services in Pemba”, and
Basin B.V.;
also to the following commodity code:
b) Financial Statements for the past three years and Annual Report
SS05AC08: FSO SERVICE (FLOATING, STORAGE AND
LQFOXGLQJ %DODQFH 6KHHW 3UR¿W DQG /RVV DQG &DVK )ORZ VWDWH-
OFFLOADING)
ment. These documents must be provided by the Company’s
Group (if applicable), and also by the Company registered in Within the website application, under the section “Object of the
Application”, the area “Origin of invitation” shall be completed as
Mozambique that will conclude the contract;
follows: “Provision of Floating Quay and Services in Pemba”.
c) Registration of the company in Mozambique. If not duly regis- Subject to the delivery and compliance of all the above requested
tered, the participant shall indicate whether it would be willing documentation, Companies may receive from Eni Rovuma Basin
B.V.WKH4XDOL¿FDWLRQ3DFNDJHDQGPD\IXUWKHUEHLQFOXGHGLQWKH
to register promptly and the estimated period for doing so; tender process for the subject activities.
d) Financial Statements for the past three years and Annual Report This enquiry shall not be considered as an invitation to tender and
LQFOXGLQJ %DODQFH 6KHHW 3UR¿W DQG /RVV DQG &DVK )ORZ VWDWH- therefore it does not represent or constitute any promise, obliga-
tion or commitment of any kind on the part of Eni Rovuma Basin
ment. These documents must be provided by the Company’s B.V., to enter into any agreement or arrangement with you or with
Group (if applicable), and also by the Company registered in any Company participating in this Expression of Interest.
Mozambique that will conclude the contract; Any cost incurred by interested Companies in preparing the Ex-
pression of Interest shall be fully born by such Companies who
e) Structure of the Company or Group with the list of main share- shall have no recourse in this respect to Eni Rovuma Basin B.V.
KROGHUV DQG ¿QDO EHQH¿FLDULHV LI QRW OLVWHG RQ DQ\ VWRFN H[- All data and information provided pursuant to this Expression of
change); InterestZLOOEHWUHDWHGDVVWULFWO\FRQ¿GHQWLDODQGZLOOQRWEHGLV-
closed or communicated to non-authorized persons or companies.
f) If the Expression of Interest is to be submitted as a Consortium
The deadline for receipt of Expression of Interest by the email ad-
or Joint Venture (JV), information regarding each member be-
dress indicated above is set at 07th March 2024, 23:59 Central
longing to the Consortium or JV with the respective role/posi- Africa Time. Documentation received after the set deadline will
tion that each member will take in the potential project. The not be accepted.
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Savana 09-02-2024
MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
PARA O FORNECIMENTO DA BASE LOGÍSTICA EM PEMBA
Eni Rovuma Basin B.V., Sucursal de Moçambique – Operador
Delegado Upstream, agindo em nome e por conta da Mozambi-
que Rovuma Venture, Operador da Área 4, convida as empre-
sas interessadas a submeter a sua Manifestação de Interesse
para o Fornecimento da Base Logística em Pemba, de forma
a apoiar as actividades logísticas das operações de Upstream da
Área 4.
ÂMBITO DO TRABALHO
O Âmbito do Trabalho consiste no fornecimento na Área de Pemba
de uma Base Logística em regime de aluguer permanente e bem
ligada à rede rodoviária nacional para apoiar continuamente as ac-
tividades operacionais da EMPRESA em Pemba, província de Cabo
Delgado, Moçambique.
Ademais, os SERVIÇOS incluirão tudo, mas não se limitarão à ma-
nutenção e controle de pragas nas instalações base logística e áreas
abertas para apoiar continuamente as atividades da EMPRESA.
A Base Logística deverá estar conectada à rede rodoviária, permi-
tindo o trânsito e movimento seguro de camiões pesados e equipa-
mentos de movimentação de materiais (por exemplo, guindastes
móveis, empilhadeiras).
As estradas de acesso à base logística serão objeto de avaliação
técnica e deverão ser construídas e/ou mantidas pela CONTRATA-
DA em condições adequadas para fácil entrada e saída em todas as
condições climáticas durante toda a vigência do contrato.
Requisitos de área estimada da Base Logística
A CONTRATADA deverá fornecer uma área total inicialmente es-
timada em 30.000m2 (excluindo estradas de acesso) com pos-
sibilidade de extensões (preferencialmente adjacentes), completa
com drenagem adequada e totalmente vedada, incluindo armazém
coberto contendo espaço climatizado e armazenamento de EPI,
área aberta com racks para armazenamento de material tubular,
abrigo/alpendre de produtos químicos perigosos, área de armaze-
namento de resíduos, escritórios da base logística e área de esta-
cionamento.
- Armazém coberto: 1150m2, incluindo 100m2 para ar-
mazém de EPI e 50m2 de espaço climatizado;
- Escritórios: 300m2, totalmente mobilados, vestiário, ar-
quivo, sala de café, sala de ICT, sala de primeiros socorros/local
ambulatório, banheiro e sanitários (masculino e feminino);
- Área aberta aproximadamente 28.550m2, que inclui:
o Área aberta de armazenamento e espaço para material
tubular: 27.650m2;
o Abrigo/alpendre de produtos químicos/perigosos:
400m2;
o Área de armazenamento de resíduos: 200m2;
o Área de estacionamento: 300m2.
A superfície da área aberta deverá ser de material selecionado,
com peneiração adequada e bem compactada, asfaltada ou cimen-
tada. Em qualquer caso, a capacidade mínima de suporte do solo
não deverá ser inferior a 10 ton/m2.
Todas as autorizações e licenças necessárias para executar o Âm-
7
bito de Trabalho acima e quaisquer intervenções rodoviárias (rea-
bilitação e manutenção) serão organizadas pela Contratada com as
autoridades competentes e em total conformidade com os requisi-
tos legais.
Prevê-se que os SERVIÇOS sejam disponibilizados indicativamente
DSDUWLUGHDJRVWRGHSRUXPSHUtRGR¿UPHSURYLVyULRGH
meses, mais duas prorrogações opcionais de 24 meses cada.
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA
As empresas interessadas deverão enviar a
sua Manifestação de Interesse, fornecendo
a seguinte informação e documentação:
I. Documentos Técnicos:
a) Alvará que ateste o registo de vendedor em Moçambique
para o fornecimento dos Serviços Logísticos solicitados;
b) Experiência comprovada (mínimo 3 anos) no fornecimento
de Base Logística de apoio a projectos de petróleo e gás em Mo-
çambique;
c) Descrição das instalações da Base Logística proposta;
d) Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT) para a
Área da Base Logística proposta; caso o DUAT não esteja em nome
GRSURSRQHQWHIRUQHFHURDFRUGRFRPRSURSULHWiULR¿QDOGR'8$7
e) 3RVVXLU FHUWL¿FDo}HV GR 6LVWHPD GH *HVWmR GD 4XDOLGDGH
que comprovem o cumprimento das Normas de Qualidade interna-
cionais (ISO 9001:2008 / 2015);
f) 'RFXPHQWRVHFHUWL¿FDo}HVGR6LVWHPDGH*HVWmRGH6D~-
de, Segurança e Ambiente que comprovem a conformidade com as
normas internacionais (ISO 45001 e ISO 14001);
g) Políticas do Sistema de Gestão de Saúde, Segurança e Am-
biente;
h) Desempenho do Sistema de Gestão de Saúde, Segurança e
Ambiente da empresa incluindo eventos e incidentes nos últimos
três anos. A Taxa Total de Incidentes Registráveis (TRIR) deve ser
fornecida.
II. Documentos Administrativos:
a) Cópia autenticada digitalizada do Registro Comercial, nome
da Pessoa Jurídica e pessoa de contacto para recebimento
GRSDFRWHGHTXDOL¿FDomRHRXWUDVLQIRUPDo}HVUHOHYDQWHV
da Eni Rovuma Basin B.V;
b) Demonstrações Financeiras e Relatório Anual dos últimos
três anos, incluindo Balanço, Lucros e Perdas e Demonstra-
ção de Fluxo de Caixa. Estes documentos devem ser forne-
cidos para o Grupo da Empresa (se aplicável), e também
para a entidade registada em Moçambique da Empresa que
celebrará o contrato em questão;
c) Registo da empresa em Moçambique. Caso a empresa ain-
GDQmRHVWHMDUHJLVWDGDHP0RoDPELTXHGHYHHVSHFL¿FDU
que pretende registar-se imediatamente em Moçambique e
indicar o prazo estimado para fazê-lo;
d) Estrutura da Sociedade e do Grupo com a relação dos prin-
FLSDLVDFFLRQLVWDVHEHQH¿FLiULRV¿QDLV FDVRQmRHVWHMDP
cotados em bolsa).
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8 Savana 09-02-2024
e) Caso deseje submeter a Manifestação de Interesse como
consórcio ou joint venture, deverá apresentar informações
referente a cada membro do consórcio ou joint venture com
o respectivo papel de cada participante no potencial pro-
jecto. Tal intenção de formar um consórcio ou uma JV de-
verá ser fundamentada por um Acordo ou “Memorando de
Entendimento” devidamente assinado por cada membro do
grupo.
Empresas interessadas neste anúncio podem submeter sua Mani-
festação de Interesse inscrevendo-se através do seguinte website
(Eni Rovuma Basin B.V. Candidaturas):
https://enispace.eni.com/en_US/registrazione.page
Concluído o cadastro da Empresa, na “Área Privada” será possível
criar o pedido de resposta a esta manifestação de Interesse:
Para acessar esta secção, no menu lateral selecione “My Applica-
tions”.
Ao clicar no item acima, poderá acessar o seguinte:
‡([LELomRHHGLomRGRTXHVWLRQiULRGHDXWRDSOLFDomR
‡&ULDomRGHXPDQRYDDXWRDSOLFDomR
‡(OLPLQDomRGHXPDSUiWLFDGHDXWRDSOLFDomR
‡(QYLRGDDXWRFDQGLGDWXUDH
‡%XVFDSRUSUiWLFDVGHDXWRDSOLFDomR
Para quaisquer problemas e suporte, poderá entrar em contacto
com o suporte de operações de serviço:
e-mail: ebusiness.support@eni.com
Uma vez submetida a Manifestação de Interesse no website, o nú-
PHURGHLGHQWL¿FDomRGHLQVFULomRJHUDGRGHYHUiVHUHQYLDGRSDUD ção recebida após a data e hora indicada não será aceite.
EXPRESSION OF INTEREST
PROVISION OF LOGISTIC SHORE BASE IN PEMBA
Eni Rovuma Basin B.V., Mozambique Branch – Upstream Dele-
gated Operator, acting for and on behalf of Mozambique Rovuma
Venture, Area 4 Operator, invites interested companies to submit
Expression of Interest for the provision of Logistic Shore Base
in Pemba, to support the logistic activities for Area 4 upstream opera-
tions.
SCOPE OF WORK
The Scope of Work includes the provision in Pemba Area of a Logistic
Shore Base on a permanent rental basis and well connected to the na-
tional road network to continuously support COMPANY operational ac-
tivities in Pemba, Cabo Delgado province, Mozambique.
Moreover, the SERVICES shall be inclusive of all but not limited to the
maintenance, and pest control in the logistic shore base facilities and
open areas to continuously support COMPANY activities.
The Logistic Shore Base shall be connected to road network allowing
e-mail: erb.procurement@eni.com
IMPORTANTE:
O envio deve se referir ao assunto do Anúncio Público e ao seguin-
te código de mercadoria:
SS07AF29: PROVISION OF AREAS AND INTEGRATED LO-
GISTIC SERVICES
No aplicativo do site, na secção “Objecto do aplicativo”, a área
“Origem do convite” deve ser preenchida da seguinte forma: “For-
necimento da Base Logística em Pemba” e ao seguinte código:
Sujeito à entrega e conformidade de toda a documentação acima,
as Empresas interessadas nesta Manifestação de Interesse podem
receber da Eni Rovuma Basin B.V.R3DFRWHGH4XDOL¿FDomRSR-
dendo ainda ser incluídas no processo de licitação para as ativida-
des em questão.
Este inquérito não será considerado como um convite à apresen-
tação de propostas e, portanto, não representa ou constitui qual-
quer promessa, obrigação ou compromisso de qualquer tipo por
parte da Eni Rovuma Basin B.V., de celebrar qualquer acordo
com qualquer empresa que irá participar desta Manifestação de
Interesse.
Quaisquer custos incorridos pelas empresas interessadas na pre-
paração da Manifestação de Interesse serão de total responsabili-
dade das empresas, as quais não terão direito a qualquer reembol-
so por parte da Eni Rovuma Basin B.V..
Todos os dados e informações fornecidos ao abrigo desta Manifes-
tação de InteresseVHUmRWUDWDGRVFRPRHVWULWDPHQWHFRQ¿GHQFLDLV
e não serão divulgados ou comunicados a pessoas ou empresas
não autorizadas.
A data-limite para submissão da documentação referente à Mani-
festação de Interesse para o endereço do site acima indicado é 07
de Março 2024, CAT horário da África Central. A documenta-
safe transit and movement of heavy trucks and material handling equip-
ment (e.g. mobile cranes, forklifts). The access roads to the logistic base
shall be object of technical evaluation and shall be constructed and/or
maintained by CONTRACTOR in a condition suitable for easy entry and
exit under all weather conditions during the whole contract duration.
Logistic Shore Base Estimated Area Requirements
CONTRACTOR shall provide an overall area initially estimated to be in
the range of 30.000 m2 (excluding access roads) with possibility for
extensions (preferably adjacent), complete with adequate drainage and
totally fenced, including covered warehouse with cold room and PPE
store, open storage area with pipe racks, shelter/chemical hazardous
VWRFNZDVWHVWRUDJHDUHDVKRUHEDVHRI¿FHVDQGSDUNLQJDUHD
- Covered warehouse: 1150m2, including 100m2 for PPE store-
room and 50m2 of cold room;
- 2I¿FHV P, fully furnished, Locker-room, archive, coffee
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Savana 09-02-2024
room, ICT room, First aid room/site clinic, washroom and toilets (both
man and woman);
- Open yard approx. 28.550m2 of which:
o Open storage area/pipe rack space: 27.650m2;
o Shelter and chemical/hazardous stock: 400m2;
o Waste storage area: 200m2;
o Parking area: 300m2.
The open area surface should be made of selected material with proper
sieve gradation and well compacted, asphalted or cemented. In any
case the minimum soil bearing capacity shall be no less than 10 ton/m2.
All permitting, licensing and authorizations required to execute the
above Scope of Work and any road interventions (rehabilitation and
maintenance) shall be arranged by the Contractor with the competent
authorities and in full compliance with the legal requirements.
The SERVICES are envisaged to be made available indicatively from
$XJXVWIRUDWHQWDWLYH¿UPSHULRGRIPRQWKVSOXVWZRRSWLRQDO
extensions of 24 months each.
DOCUMENTATION REQUIRED
Companies interested in this invitation may submit their Expression of
Interest by providing the following mandatory information and docu-
mentation:
I. Technical documents
a) Alvará which attests vendor’s registration in Mozambique for the
provision of Logistics Services herein requested;
b) Proven experience (minimum 3 years) in the provision of Logistic
Shore Base supporting oil & gas projects in Mozambique;
c) Description of the proposed logistic shore base facilities;
d) Provide DUAT (Direito do Uso e Aproveitamento de Terra) for the
proposed Logistic Base Area; in case the DUAT is not under vendor’s
name, to provide the agreement with the ultimate owner of the
DUAT;
e) +DYLQJ4XDOLW\0DQDJHPHQW6\VWHPFHUWL¿FDWLRQVSURYLQJFRPSOL-
ance with international Quality Standards (e.g. ISO 9001:2008 /
2015);
f) Health, Safety and Environment Management System documents
DQG FHUWL¿FDWLRQV SURYLQJ FRPSOLDQFH ZLWK LQWHUQDWLRQDO VWDQGDUGV e-mail: erb.procurement@eni.com
(ISO 45001 and ISO 14001);
g) HSE Policies;
h) Company’s HSE performance including events and incidents in the
last three years. Total Recordable Incidents Rate (TRIR) shall be
provided.
II. Administrative documents
a) 6FDQQHG FHUWL¿HG FRS\ RI WKH &RPPHUFLDO 5HJLVWHU QDPH RI WKH
/HJDO(QWLW\DQGFRQWDFWSHUVRQZKRVKDOOUHFHLYHWKHTXDOL¿FDWLRQ
package and other relevant information from Eni Rovuma Basin B.V.; “Provision of Logistic Shore Base in Pemba”.
b) Financial Statements for the past three years and Annual Report
LQFOXGLQJ%DODQFH6KHHW3UR¿WDQG/RVVDQG&DVK)ORZVWDWHPHQW
These documents must be provided by the Company’s Group (if ap-
plicable), and also by the Company registered in Mozambique that
will conclude the contract;
c) Registration of the company in Mozambique. If not duly registered,
the participant shall indicate whether it would be willing to register
promptly and the estimated period for doing so;
d) Financial Statements for the past three years and Annual Report
LQFOXGLQJ%DODQFH6KHHW3UR¿WDQG/RVVDQG&DVK)ORZVWDWHPHQW
These documents must be provided by the Company’s Group (if ap-
plicable), and also by the Company registered in Mozambique that
will conclude the contract;
e) Structure of the Company or Group with the list of main sharehold-
HUVDQG¿QDOEHQH¿FLDULHV LIQRWOLVWHGRQDQ\VWRFNH[FKDQJH  cepted.
9
f) If the Expression of Interest is to be submitted as a Consortium
or Joint Venture (JV), information regarding each member belong-
ing to the Consortium or JV with the respective role/position that
each member will take in the potential project. The intention to
form a Consortium or JV must be supported by an Agreement or
“Memorandum of Understanding” duly signed by each member of
the group.
Companies interested in this invitation may submit their Expression of
Interest by registering the company on our website (Eni Rovuma basin
B.V. Application):
https://enispace.eni.com/en_US/registrazione.page
Once the Company registry is complete, in “Private Area” it will be pos-
sible to create the
application for responding to this Expression of Interest:
To access this section, from the side menu select “My Applications”.
By clicking on the above item, you can access the features of:
‡'LVSOD\LQJDQGHGLWWKHVHOIDSSOLFDWLRQTXHVWLRQQDLUH
‡&UHDWLQJDQHZVHOIDSSOLFDWLRQ
‡(OLPLQDWLRQRIDVHOIDSSOLFDWLRQSUDFWLFH
‡6HQGLQJWKHVHOIDSSOLFDWLRQ
‡6HDUFKIRUVHOIDSSOLFDWLRQSUDFWLFHV
For any issues and support, you can contact our service operations
support:
e-mail: ebusiness.support@eni.com
Once submitted the EOI within the website application, your applica-
tion I.D. number must be
Shared to:
IMPORTANT:
The Email submission must refer to the Public Announcement object
“Provision of Logistic Base & Integrated Logistics Services”, and
to the following commodity code:
SS07AF29: PROVISION OF AREAS AND INTEGRATED LOGISTIC
SERVICES
Within the website application, under the section “Object of the Ap-
plication”, the area “Origin of invitation” shall be completed as follows:
Subject to the delivery and compliance of all the above requested doc-
umentation, Companies may receive from Eni Rovuma Basin B.V.
WKH 4XDOL¿FDWLRQ 3DFNDJH DQG PD\ IXUWKHU EH LQFOXGHG LQ WKH WHQGHU
process for the subject activities.
This enquiry shall not be considered as an invitation to tender and
therefore it does not represent or constitute any promise, obligation or
commitment of any kind on the part of Eni Rovuma Basin B.V., to en-
ter into any agreement or arrangement with you or with any Company
participating in this Expression of Interest.
Any cost incurred by interested Companies in preparing the Expression
of Interest shall be fully born by such Companies who shall have no
recourse in this respect to Eni Rovuma Basin B.V..
All data and information provided pursuant to this Expression of Inter-
estZLOOEHWUHDWHGDVVWULFWO\FRQ¿GHQWLDODQGZLOOQRWEHGLVFORVHGRU
communicated to non-authorized persons or companies.
The deadline for receipt of Expression of Interest by the email address
indicated above is set at 07th March 2024, 23:59 Central Africa
Time. Documentation received after the set deadline will not be ac-