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• . ANO 1 N: 1
ENVIADO DA REDACÇAO
DIRECTOR E EDITOR
Gonçalo d'Mraujo
Caminho traçado
nerosidade puzeram os seus car-
Agradecimentos since-
ros são os nossos para todos os ros ao serviço das damas!.
estimaveis colegas locais que, Emquanto a sociedade conti-
antecipadamente, dispensaram ver corações tão bem formados
ao nosso jornal e seu director para o Bem, ela caminhará para
palavras de gentilêsa e imereci- NICIAMOS hoje a publicação de mais um semanário local. Facto banal, a completa perfectibilidade.
do elogio. Ibanalissimo mesmo, se não fossem alevantados, nobres e patrioticos
os intuitos que nos conduziram ao cometimento de empresa tão melindrosa e
Procuraremos sempre manter tão ardua, mórmente no atravessar febril evertiginoso duma tormentosa crise
atravez de todas as vicissitudes moral epolitica, como ésem duvida aquela que assoberbando os homens pu-
as melhores e mais amistosas blicos mais prestigiosos eeminentes, consequentemente vem entravando aacção A limpesa elas ruas tem
relações jornalisticas, mesmo instante e progressiva da Nação. sido nos ultimos dias presisten-
Mas, não desta feita, pelo menos emquanto com independencia podermos te e eficaz. 0 ilustre vereador a
porque as incompatibilidades em agir, expondo livremente o nosso pensar, ousamos afirmar egarantir que este
tal campo não são nteis ao pro- cargo do qual está alimpesa pu-
pequeno semanário alguma coisa de oportuno, de novo einteressante vêm in-
gresso da terra que só quere- fundir, localmente, no meio literario, politico esocial. blica tem sido incansavel.
mos vêi engrandecida e porque «A Opinião» tem o seu caminho traçado; uni programa que cumprirá Pode-se dizer duma manei-
com altivez c serenidade, marcando uma linha de conducta infiexivel. impar- ra geral que a vila anda limpa,
as julgamos improprias de pes- cial e prudente na defesa das suas aspirações politicas - uma finalidade, em
soas de boa educação. que o seu aspecto é agradavel.
ccuclusão, que constituirá, em sintese, o motivo predominante e justificativo
Claro é que podemos e have- da sua proprizr existencia.
Em todo o caso ha faltas que
mos, por vêses, de discordar nos Evidentemente que sendo « A Opinião», na sua essencia, um jornal de preciso se torna remediar des-
vários assuntos ern discussão,
caracter politico, tomada esta expressão no seu verdadeiro e alto significado, de l á. Na rua Barjona de Frei-
terá de sér um defensor inquebrantavel das instituições vigentes; mas tal cir- tas, muito perto do colegio do
abordando-os . ob diverso crite- cunstancia ❑ ào impedirá jamais que seja o porta-vóz tenaz, decidido e firme
rio, quando mesmo não comba- de todas as reivindicações legitimas, o arauto de todas as causas justas, o Bom Jesus da Cruz, patenteia-
tamos por edeiais completamen- combatente audaz que, á moda anlira, saberá traçar armas em todos os cam- se em toda asua imundice uma
te opostos; mas o que podemos
pos e a todos os instantes pela sua dama— ou seja a terra nata. enorme montureira que é pre-
«A Opinião» não descuidará, ocioso ereppetrl-o, a defesa do regimen vi- ciso remover sem detença.
—e de tanto estamos conven- gente, presenteinente consubstanciado com aedela da Pátria; mas oque nunca
cidos— é manter aquela cordea- prestará é asua solidariedade moral ou politica aqueles que, por paixão doen- No campo de S. José as rou-
lidade que torna os homens tia, sectarismo pernicioso ou por interesses inconfessaveis, pretendam sal- pas, em coradouro, estendem-se
sêres sociaveis e não os trans-
picar, com as suas diatribes de odio que não cansa ou de inveja que desnor- numa ousadia tenaz.
teia, os homens a quem estão ou têm estado confiados os supremos destinos da Cães vadios ou não vadios va-
forma em inimigos ferozes para governação publica, estejam em que campe estiverem, sejam dentro da forma
se agredirem como feras. politica que o paiz aceitou equer, catolicos ou livres pensadores, éstremistar gueiam pelas ruas da vila numa
ou conservardores. ameaça constante de hidrofobia
:t< • 0 partidarismo não perturba a nossa inteligencia, não ofusca o nosso aterradora.
pensar, não nos domina, numa palavra; e, por isso, saberemos fazer justiça a Do mictorio publico do Cam-
A lua electrica s em Bar- todos. po da Feira exala um cheiro pes-
celos, para tortura nossa, é in- Para nós o edeial politico não implica aobrigação de enveredar por ca-
minhos escuros, de malsinar a honra pessoal epolitica do adversário, por mais tilencial.
felizmente uma verdadeira IáRti- inconsequente eatribiliario que seja. Ora do snr. Antonio Correia,
ma, ou melhor, uma vergonha 0 partidarismo, para nos, não significa aprovação incondicional de er- vereador que muito promete pe-
que enerva. ros constatados, não nos impõe deveres de subalternisação que sempre comba-
las suas excelentes qualidades
Mais parece luzerna baça e fu- temos com sobranceria. de administrador, esperamos as
E por assim pensarmos, por serem estes os principios que aceitamos e
nerea para arder aos mortos, do temos como os mf ,ihores emais justos, éque ás campanhas pessoaes votamos devidas providencias.
que aquela luz clara, alegre e uma formal econsciente condenação. De começo é que se põem em
ofuscante para alumiar os vivos. Tal criterio pode ser discutido, mas não rebatido, porque, de facto, aque-
pratica os bons costumes. Assim
E' que se o Cávado victo- les gestos só aviltam edeprimen.
E' possivel que neste logar tenhamos de apontar erros e criticar actos oesperamos.
rioso trasborda do seu leito de politicas ou administrativos dos dirigentes da causa publica, mas isso não quer
gigante, lá se vão as potentosas dizer que desçamos á miserável baixesa de confundir a vida politica dos cida-
turbinas de... sucata barata pe- dãos com a sua vida intima eparticular.
la agua abaixo; mas se pelo con- Tal caminho nunca tilharemos. Os anos, já bastantes, que temos no con-
vivio social eo perfeito conhecimento que possuímos do meio em que vivêmos A burla das notas é o
trario o estio abrasador impede afastam-nos em absoluto de tarefa tão detestavel. assunto palpitante do dia. Não
que ele se estenda sobranceiro «A Opinião» iniciará, pois, uma nova era na vida local; poderá errar, é
se fala em outra coisa, tal é a
e altivo por entre as suas mar- c.•rto, mas o que nunca será, nem violentada pelas mais herculeas forças do magnitude do escandalo.
gens frondosas e pitorescas, lo- mundo,Procurará
éum esfregão nauseabundo de ambiciosos desmedidos.
Todos formulam os seus jui-
conduzir as suas apreciações num sentido de aperfeiçoamento
go o deficiente eesquesito ma- moral ecolectivo, deixando áescumálha sempre avida de eseandalos, embora sos. Uns, mais afoitos, passam
quinismo se aquieta e alaparda estructuralmente covarde nas suas objuigatorias, missão tão ingloria. atestados ds ladrões a pessoas
num pasmo impertinente earre- Pondo absolutamente de parte derrotismos, malquerenças , odio; e des-
que até hoje só tem merecido
liador que cansa calafrios. peitos, pretende apenas organisar edisciplinar, não por meios ostensivos evio-
dos seus concidadãos o melhor
lentos, mas guiada exclusivamente pela ponderação, pelo trabalho metodico e
Ou porque haja agua a mais persistente, unindo forças para conservar econstruir. conceito,; outros há, porem, que
ou porque aagua seja a menos, Eis a rasão porque a dentro das nossas legitimas edesinteressadas aspi-
mais circunspectos, esperam pe-
lá se vai a luz para as profundas rações politicas preferimos um conservantismo réfiectido e moderado a um lo resultado das investigações
trevas, deixando-nos imersos progresso precipitado do qual resulte um jacobinismo feroz eatribiliario. policiais a que • eestá proceden-
Nem tanto para traz que possamos cair num retrocesso que o momento
na mais vasta escuridão. do para que tudo venha a es-
não aceite eaté repele, nem para a frente de mais por forma a que possamos
Permaneceremos nesta deplo- ser precipitados num abismo do qual resulte a desordem social. clarecer-se devidamente.
rável situação por muitos dias Nem tanto ao mar nen: tanto
já que tantos anos estivemos em
Um formoso grupo de lisa com adesgraça alheia, ees- á terra.
trevas permanentes? Nós estamos com os ultimos.
Não pode ser. Vamos tr•at<tr distintas damas da nossa socie- tá sempre pronta a socorrer os Aguardamos o desfecho de to-
do assunto com a circunspeção dade gniz tornar menos agreste que sofrem as durezas da vida, da a tremenda tragedia para
devida, procurando despertar a o Natal das creanças desvalidas mais se encanta eenaltece quan-
efectivarmos as nossas aprecia-
quietude dos consumidores des- internadas do Recolhimento. do a petição é feita com nm sor-
riso de fada, e todos qnerem ser ções.
fraudados e reclamar da Gama- Para isso rio dia 31 de Dezem- Para já, no entanto, sempre
ra as providencias energicas e bro percorreram a vila, Barce- credores de Deus dando para
dirêmos: -- Na penitenciaria ca-
necessarias linhos earredores pedindo, co- isso aos pobres. bem todos os ladrões por mais
E aqui está trma causa que os mo elas sabem pedir, para agne- Honra, pois, aquem tão ale-
vantadamente contribuiu para o cotada que tenha sitio até hoje
nossos presados colegas da lo- Ias creancinhas. a sua situação, se bem que dela
calidade podem defender com A colheita em dinheiro ege- exilo da sirnpatica ealtruista fes- não devem afastar-se todos os
vivo entusiasmn, apesar de nos neros foi boa. ta— as damas, que pediam; as
caluniadores de oficio.
encontrar-mos em campos poli- Elaveria alAaern que negasse a pessoas que esmolavam, e os
chazt feury-s dos antomoveis de pra- Tão criminoso é o que rouba
ticos opostos; porque, afinal, so- sua esmola? Não cremos.
Se a alma humana se sensibi- ça, que num gesto de larga ge- abolsa como a honra alheia.
bre ela estamos de pleno acordo.
1
A OPINI -ÃO
A
0 inieiaa•mos a- nossa dediquem, têem de convencer- Porto não foi aseléçâo de Bra-
abusiva dos que se entregam
croinca desportiva, so- se deste principio que é basi- ga mas... 0 Sporting Club
comodamente ás imprevistas
utos'fo -çïid•s•a, fazer' algumas co efundamental. desta cidade.
soluções do destino, tilas daí
considerações gerais para as \Ta Alemanha, na Belgica e Mas até á semana, porque
a . descer' às profundezas ire-
quais chamamos a atenção de na Inglaterra existem escolas ainda étempo.. .
fastas dum pessimismo este-
giiantos aos despôrtos se dedi- proprias para educação fisica,
rilisante ou ruortifero, para -•a•wtWQ•n•Nw
cam com carinho eentusias- como tambeiu são em numero
sómente gritãr iiiipr•ecaço-es e
ARTE CONTEMPORANEA
mo. ilimitado os seus vastos e ex-
proferir anateinas, que -nada
Para se ser um desportista, plendidos campos de prepa-
remedeiam eunicamente con-
não basta ser uni jogador de ração atletica. Realismo e idealismo
tribuem para estalielecer ► nai-
foot-bali E' preciso mais, mui- Devem, portanto, todos
or è` mais tresvairada confu-
são, vai muito, áiesmo nrui-
tissinio do que é legitimo e
to niais aqueles que se dedicam à pra-
Os exercícios fisicos repre- tica de jogos fisicos preca-
A frequência coar que se
teem sucedido, nestes
sentani,nas suas consequencias, verer- se contra os inconve- ultinios tempos, as exposições
necessario efectivar.
alguma coisa de maior supe- nientes dum despotisnto for- de Arte, (mormente de pintu-
Nas horas ala,rmant(=s da ra e escultura em que os ar-
rioridade. çado, preparando-se conveni-
adversidade . é preciso todo o tistas nacionais se nos veem
'A corrida pedestre, a ginas- entemente para a lacta em
valor. Ora o valor não se in- revelado como vaiores positi-
tica sueca, o lançamento do campo aberto, corno nos tem-
tensifica com,,,a dissimina-
disco, oexercício do tiro con- pos da velha Roma faziam os vos) é a prova consoladora e
ção de magnas e, mormente,
quando estas se pulverisani tribuem fortemente para o luetadores nos celebres e his- a afirmação eloquente duma
aperfeiçoamento edesenvolvi- toricos coliseus aque ocorriam nova directriz que a vida na-
com conclamações mais ou me- cional vai tomando sob o pon-
mento fisico do homem, uma num frenético entusiasmo, de-
nos tonitroanfes, fazendo a to de Vista artistico.
vez que deve ser este o fiai senas de milhares de especta-
obra nëbativa dum derrotis- E quem diz sob o ponto de
primacial do despôrt . dores.
m o, que traduziria a maxima vista artístico, o mesmo quere
Para ternos um bom foto- Claro é que todas estas con-
loucura.dum povo, se'esse po- dizer sob o ponto de vista mo-
bolista torna-se necessario que siderações não foram sugeri-
vo não soubesse reagir, ven- ral, dada a acção decisiva que
a sua preparação seja perfeita das apenas para encher pa-
cendo w proprio pinico, para a
. Arte exerce sobre as almas,
e o mais completa possivel. pel.
inergicaiiiente cooperar na re-
Não basta dar pontapés na Foram propositadamente es- acção sem duvida salutar, con-
dençâo duma Patria, que só
bola. critas para que os nossos jo- duzindo a fins morais mais ou
carece apaziguar ás temero- menos perfeitos. E, como
A ` resistencia, a corrida, ra- gadores sobre eles meditem de-
sas dissensões que , a agitam, exemplo frizante do que afir-
pid ieo tolego metodico e or- vidamente; pois temos de re-
para retornar a:urarcha pro- mo não esqueçamos aquelas
deríado teru'de estar em rela- conhecer infelizmente que
gressiva da sua historica gran- atitudes de beleza moral que
ção constante ehal•niot,ias per- eles, na sua maioria, niïo têm
deza.
feitas -. preparaç,io alguma fisica e, a feiçã ,)estética do génio gre-
Vamos, pois, a conclamar go criou, feição estética que
Uni bom tenista possue con- daí, a ir,disciplína que por ve-
menos eagir melhor; vamos a um perfeito equilibrio entre re-
dições excelentes parti se tor- zes manifestara no nueleo de
reduzir ao m,ninio as diver- alismos 'e idealismos impgz a
que são partes integrantes.
gencias que nos desunem, a nar um niagnifico fotobolista, acção nihilista dos séculos:
porque o ' desenvolvimento de Está demonstrado que over-
maior parte das vezes mais nos Sim; porque é incontesta-
todos os seus inusculos, sendo dadeiro e autentico sportnian
ecos sonoros das palavras do velmente ao equilibrio destas
já equitativo e' eficaz, forne- é um individuo correcto edis-
que tia, éssencia fundamental duas tendencias ar•tisticas
ce-lhe qua li'dades de resis- ciplinado; porque, efectiva-
dos assuntos; vamos a coorde-
arente, o contacto permanente que a Arte deve o seu triunfo.
nar exforços e aamplectivar a f tencia de que "tavão carece. As estatuas de Fidias ede Mi-
A prepara'çâu Ssioa' é, pois, com o adversario, obrigani-
força desta heroicá raça que guel Angelo perderiam a eter-
imprëscerídivél,; r;, r►o a uma lealdade na pugna
tanta tear produzidó; e apuar •.2,,)dos os desportistas, seja que o cot,duzeui ,ídisciplina. na beleza das suas atitudes se
do valor invicto eindestrutl uaI -.fi ro deç oito n ue se iTurca revista hespanhola lhes falhasse a marca pessoal
vel desta grande gente luzíai. a>,q p q
`Rire libre que acabamos de das aspirações elevadas, idea-
da quê, atravez dey todos os -- listas, destes dois génios. Nos
lêr, embora de relance, acha-
tempos, tem sabido níarea . r _ oti€a e necessario resolução; paizes em que o idealismo ruão
mos escrito o que se segue e
nobremente a superioridade : éstiá,`'nova, . folli que hoje frutificou, como na China, afo-
que é, afinal, ajustificação das
etnica da sua acção eminente- enceta a sua publicação
nossas afirmativas e conclu- gado uuur materialismo tôi,pe
mente civilisadorn vamos a nesta formosissinia Barcelos e naui utilitarismo feroz; a
sôes:
reconstruir. o Portugal glorio- Ófide correm candalosos os nie- Arte faltando-lhe a marca
so que, sob a égide fortalece- lhnrês estimulos do unais es- 0 culto do exercicio fisico
é compativel, debaixo de to- pessoal do génio, faliu.
dora da Republica; tem de li- -freme civismo e terá direito, Pelo contrario, no Oriente,
dos os pontos de vista, cone o
gar ti tradição imortal dos seus mais,. que aos, aplausos, fi gra-
desenvolvimento intelectual na Indin, ohomem encontran-
feitos passados, a novas con- tidão de todos,e nrui especial-
que deve presidir a uma edu- do-se em face da natureza nu-
quistas de orderu' moderna, de mente de quem, como nós, até ma atitude de inferioridade re-
que Gago Coutinho eSacadn- pelas afinidades com que rirei cação completa do hou,em
sultante da desproporção enor-
ra Cabral já fiseram a primei- nuspiciosametite, vemos surgir,
me entre o homem e esta, ma-
ra e, porventura, anuais lumi- desde já, confiadamente lhe vo- No passàdo dorníugo, no nifestou muito cêdo uma ten-
nosa e, perexcelsa afirmação, tainos-,artiais ,'sincera ecaloro- Porto, encontrarani-se. era de-
dencia acentuada para a divi-
Contribua; assim ; para tão sa solidariedade. safio amigavel,.as seleções de nizar.
patriotice desideratitin, patri- 1arques Azevedo Braga e Porto. 0 que foi essa A paisageni Mindtí, desco-
A 0P I
fl t•Ã 0
Pelo concelho
Barcelinhos, 8de Janeiro de 1926