Boletim da República, III Série, a partir de 25 de Junho de 1975

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Mais um empresário foi salvo de rapto na cidade de Maputo

Garrafas e pedras de populares

substituem operatividade policial
- Porta-voz da corporação reconhece que o sequestro só não acontece graças à acção popular
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(Maputo) À luz do dia e numa patrulha motorizada que se encontrava O terceiro permaneceu no carro, ao
área bastante movimentada da zona a 200 metros do local da tentativa de volante de uma viatura Toyota Ractis,
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comercial, na baixa da cidade de sequestro não conseguiu neutralizar o aparentemente de cor cinzenta.
Maputo, teve de ser a coragem po- bando, que era composto por três in- De acordo com testemunhas,
pular a posicionar-se e dizer não a divíduos, dos quais dois armados. Um tudo foi feito para alertar a Polícia
mais um rapto que estava prestes a estava munido de uma pistola e outro e, efectivamente esta percebeu o que
consumar-se. E a vítima responde de uma arma de guerra do tipo AK47. estava em causa naquele momento,
exactamente ao perfil preferencial
das vítimas: que seja empresário com
sinais de prosperidade e capacidade
para pagar balúrdios cobrados pelos
raptores para a libertação das vítimas.
Para as testemunhas que estive-
ram no local à hora da tentativa do
Base de dados dos Diplomas Legais publicados no Boletim

sequestro, todo o cenário ontem as-

da República, I Série, a partir de 25 de Junho de 1975

sistido, cerca das 13 horas, não deixa

dúvidas: a Polícia é cúmplice na saga
de raptos e sequestros que abalam as
principais cidades moçambicanas,
particularmente Maputo e Matola.
É que os populares que intervieram
para abortar o rapto não conseguem
entender como foi possível que uma
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Maputo, 17.01.2024 mediaFAX Pág.4 1/4

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mas estranhamente fez tudo no sentido acontece menos de dois meses da Maputo, Leonel Muchina, não teve re-
de evitar neutralizar o grupo. Os dois anterior ocorrência, em que também ceio de reconhecer e assumir que o rapto
minutos que o bando levou a tentar tiveram de ser populares a socorrer um só não aconteceu graças à intervenção
arrastar a vítima e os dois disparos empresário de um rapto que parecia popular. Ou seja, se não tivessem sido
foram feitos perante o olhar impávido certo. Foi em finais de Novembro populares, mais um rapto teria tido lugar
e estranho da patrulha da Polícia. Na do ano passado que o proprietário com sucesso, mesmo com a cidade de
altura, os populares furiosos e munidos de uma loja de têxteis, localizada na Maputo preenchida de agentes policiais
de coragem de ocasião, iam lançando avenida 24 de Julho, escapou do rapto em quase todas as esquinas.
pedras e garrafas contra os raptores, que porque populares pegaram em pedras “Felizmente, a população conse-
se viram na contingência de abandonar e arremessaram contra os sequestra- guiu intervir nesta situação numa pers-
a vítima e sair do local transportados dores que, depois de dispararem um pectiva de socorro e isso foi determinante
pela Ractis para onde tentavam levar tiro, acabaram deixando a vítima e para que este rapto não ocorresse” – disse
a vítima. fugiram. A Polícia, que também es- Muchina, acrescentando que a vítima
Depois de o grupo sair do local, a tava numa esquina a seguir nada fez estava numa das unidades sanitárias da
Polícia, segundo disseram testemunhas, perante gritos de pedido de socorro capital a receber atendimento médico
ainda “simulou” perseguição, mas ins- dos populares. depois dos ferimentos a que foi vítima
tantes depois retornou. no momento em que era arrastado pelo
Uma das coisas que mais intrigou Estamos preocupados, por isso, bando.
as testemunhas que presenciaram a tenta- a trabalhar “Estamos todos ávidos, junta-
tiva de rapto é o facto de, estranhamente, A Policia da República de Mo- mente com o SERNIC e outros órgãos
a Polícia não ter bloqueado a via por çambique na cidade de Maputo veio a de interesse na segurança pública em
onde o grupo passou tranquilamente, público dizer aquilo que, normalmente, esclarecer esta situação porque o crime
no momento da fuga. O que se diz é nestas ocasiões, tem dito. Que está a tra- de rapto preocupa, não só as populações,
que a outra saída já estava bloqueada balhar e que todas as linhas operativas mas, também estas instituições que têm
por uma carrinha de mão, vulgo “txo- tinham sido activadas para identificar e responsabilidade na segurança pública
va”. “É uma jogada essa, essa Polícia deter o grupo que está munido de, pelo e responsabilidade na protecção dos ci-
é cúmplice, essa Polícia não funciona, menos, duas armas de fogo. dadãos” – avançou o porta-voz policial.
esses sabem o que está a acontecer” O porta-voz da PRM na cidade de (Redacção)
– este era o discurso que se ouvia das
testemunhas, com rostos mostrando uma
profunda indignação perante a suposta
Actividade do Mercado - BVM
Estatísticas do final do dia 16 de Janeiro de 2024
inoperância e cumplicidade da Polícia
Ofertas de Venda Preço (MT) HCB - 2,00
da República de Moçambique. EMOSE - 14,00
Obrigações
A tentativa desta terça-feira --- -- 2BUSINESS, S.A 1,00
Fundos Públicos --- -----
Principais Câmbios MZN Acções Preço (MT) ---
Papel Comercial
-----
TROPIGALIA, S.A 120,00
em 14 de Janeiro de 2024 HCB - 2,29 Mercado de acções
Moeda Compra Venda --- -----
Acções Último Preço
--- -----
CDM - 30,00
ZAR/MT 3,40 3,46 Papel Comercial
CMH - 2.700,00
USD/MT 63,25 64,51 Ofertas de Compra EMOSE - 13,00
Valores Mobiliários Preço (MT) ZERO INVESTIMENTOS, S.A 20,00
GBP/MT 80,79 82,40 Obrigações TOUCH-Touch Publicidade, S.A 90,00
EUR/MT 69,42 70,80 Obrigações BAYPORT 2023 - Série II 100,00 ARCO-Arco Investimentos,S.A 100,00
--- ------ HCB - 2,29
Fonte: --- ------ ARKO SEGUROS - 1.200,00
Fundos Públicos
Nota: Cotações válidas apenas para Acções
REVIMO -
2BUSINESS - 2BUSINESS, S.A
12.750,00
1,00
montantes inferiores ao contravalor de CDM - 35,00 PAYTECH, S.A 5,00
5.000 USD (cinco mil dólares americanos) CMH - 2.7.00,00 TROPIGALIA - TROPIGALIA, S.A 120,00

Maputo, 17.01.2024 mediaFAX nº. 7999 - Pág. 2/ 4

 Com recurso aos cartões SIM gisto seja biométrico, obriga que o agente
que vai fazer o registo seja incluído no
INCM tenta apertar cerco processo de registo, e cada subscritor
vai ser atribuído um Número Único de
à identificação de operações Telecomunicações (NUTEL), que será
usado para todo o tipo de operações nas

fraudulentas redes de comunicação., ” explicou Adilson

Gomes, porta-voz do Instituto Nacional
(Maputo) AAutoridade Regula- mente do operador. O novo regulamento das Comunicações de Moçambique.
dora das Comunicações de Moçambi- impõe ainda o registo dos dispositivos de As novas normas estão contidas no
que (INCM) iniciou, nesta terça-feira, comunicação (telemóveis), bem como os decreto 12/2023 de 11 de Abril, que aprova
em regime piloto, a implementação de agentes distribuidores e/ou revendedores. o Regulamento sobre Registo dos Serviços
novas regras de registo de cartões SIM “Este regulamento obriga que o re- de Telecomunicações. (Redacção)
(ou SIM Card) para os subscritores Novo recorde foi alcançado em 2023
dos serviços de telecomunicações em
Moçambique.
Nesta fase, a decorrer até dia 16
Porto de Maputo manuseia 31.2
de Junho de 2024, o registo de cartão
SIM é facultativo, passando a ser milhões de toneladas
obrigatório nos últimos seis meses
do corrente ano. A partir de 2025, os
subscritores que não regularizarem o
registo de cartões SIM correm o risco
de ver os seus cartões bloqueados.
Uma das novidades deste novo
modelo é não permitir fazer registo
de cartões com documento de outra
pessoa. Na hora do registo, o subscritor
passa os seus dados biométricos, no
caso impressões digitais e reconhe-
cimento facial, para além de exibir
documentos de identificação válidos,
como bilhete de identidade, carta de (Maputo) A Sociedade de Desen- em que o Porto de Maputo tem apostado
condução, passaporte, documento de volvimento do Porto de Maputo (MPDC) nos últimos anos”, afirma Osório Lucas,
identificação de estrangeiros, entre anunciou os seus resultados anuais, director-executivo da MPDC.
outros. destacando um crescimento significativo Um ponto a destacar é a distribuição
O administrador do INCM, em várias métricas, consolidando a sua mais equilibrada dos volumes transporta-
Constâncio Trigo, deu a conhecer que posição como um dos principais motores dos. Enquanto 61% foram movimentados
o uso da biometria visa permitir a fácil económicos da região. por via rodoviária, 39% foram transporta-
identificação dos autores de crimes no Dos 31,2 milhões de toneladas dos por via ferroviária, indicando um au-
sector, que nos dias que correm, por movimentadas, cerca de 25 milhões fo- mento significativo de 8,4% na utilização
falta dessa informação, dificilmente ram constituídas por minérios diversos, do caminho de ferro em relação ao ano
são reconhecidos. nomeadamente crómio, ferro crómio, anterior, estabelecendo, assim, também,
“De modo geral, só ao nível magnetite, carvão, minério de fosfato, um novo recorde para o Porto de Maputo.
do sector de telecomunicações em vanádio, titânio, cobre, vermiculite, entre “O crescimento sustentável do cor-
Moçambique são reportadas, men- outros. “O manuseamento destas cargas redor de transporte continua a ser uma
salmente, em média, cinco mil burlas reflecte a estratégia de diversificação preocupação para a MPDC. Embora haja
e fraudes que atentam contra a segu-
rança de rede de telecomunicações. O
uso de biometria visa permitir a fácil
identificação dos criminosos”, disse
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Constâncio Trigo.
Com o novo regulamento, o subs-
critor passa a ter um Número Único
de Telecomunicações (NUTEL), a ser
gerado pelo INCM para a identificação
única do subscritor em todo o ecossis-
tema das comunicações, independente-
Maputo, 17.01.2024 mediaFAX nº. 7999 - Pág. 3/ 4
um crescimento na movimentação ferro-
viária, a procura do Porto tem crescido
exponencialmente e, por isso vamos
continuar a trabalhar com os CFM para
procurar um maior equilíbrio entre a
carga ferroviária e rodoviária”, explicou
o director executivo. Outras das medidas
adoptadas pela MPDC durante 2023 para
mitigar o congestionamento rodoviário
foi a abertura do Parque de Gestão de
Tráfego de Camiões em Pessene, inau-
gurado em Novembro.
O aumento substancial do volume
de carga tem tido um impacto direto no
valor das taxas fixas e variáveis pagas
ao Governo de Moçambique. Neste
Kivu Norte
RDC conta com África Austral
para recuperar zonas ocupadas
(Kinshasa) A República Democrá-
tica do Congo (RDC) conta com a força
da África Austral, actualmente destacada
no leste do país, para ajudar a “recuperar
os territórios” ocupados pelos rebeldes
do M23, declarou nesta terça-feira um
oficial congolês.
“A força da SADC (Comunidade
de Desenvolvimento da África Austral)
chegou de facto, está connosco e a sua
missão é ofensiva”, declarou aos jorna-
listas o tenente-general Fall Sikabwe,
coordenador das operações militares
congolesas no Kivu do Norte, provín-
cia parcialmente ocupada há dois anos
pelo M23 (“Movimento 23 de Março”),
apoiado pelo Rwanda.
“São profissionais, pessoas bem
equipadas, bem treinadas, unidades ca-
pazes de inverter a situação no terreno”,
acrescentou, após uma reunião conjunta
contexto, o Porto de Maputo contribuiu
com mais de 41 milhões de dólares
(excluindo impostos e dividendos aos
accionistas), o que representa um cres-
cimento de 29% face ao ano anterior.
Este aumento financeiro consolida o
contributo económico do Porto para o
desenvolvimento do país.
A componente de investimento
social incluiu o apoio a Kanyaka, com
a participação na reabilitação da embar-
cação de transporte de passageiros e o
investimento no projecto executivo que
permitirá iniciar as obras de reabilitação
da ponte-cais de Kanyaka em 2024.
(Redacção)
A SAMIDRC sucede à operação de
há um ano conduzida pela Comunidade
da África Oriental, cujo mandato termi-
nou a pedido de Kinshasa, que a criticou
por coabitar com os rebeldes do M23 em
vez de os combater.
As populações deslocadas, que
tiveram de fugir das suas casas para
escapar aos combates, “devem ter con-
fiança” nesta nova missão ofensiva, disse
o general Sikabwe.
“Porque uma missão ofensiva con-
siste em recuperar territórios que foram
ilegalmente ocupados pelo inimigo e,
uma vez recuperados esses territórios,
a população poderá regressar a casa”,
acrescentou.
De acordo com a Organização das
Nações Unidas (ONU), existem cerca
de sete milhões de pessoas deslocadas
na RDC, das quais 5,5 milhões no leste
deste país que faz fronteira com Angola.
Apesar da continuação dos com-
bates e de uma situação humanitária
crítica, Kinshasa apelou igualmente
à retirada acelerada da força da ONU
(Monusco), presente no país há 25 anos,
considerando-a ineficaz para proteger os
civis dos grupos armados.
A retirada da Monusco “já come-
çou”, declarou o ministro dos Negócios
Estrangeiros no sábado, esperando que
o processo esteja concluído até ao final
do ano. (angop)
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com oficiais da força da África Austral,

conhecida como SAMIDRC, no Centro
de Coordenação de Operações (CCO)
instalado no aeroporto de Goma, capital
do Kivu do Norte.
No entanto, os militares sul-africa-
nos não se pronunciaram no final da reu-
nião e não foram dados pormenores sobre
a dimensão exacta e o destacamento da
força SAMIDRC, que foi decidido numa
cimeira da SADC em Maio de 2023.
Desde meados de Dezembro, tropas
da África do Sul, Tanzânia e Malawi têm
chegado a Goma com a máxima discrição
no âmbito desta operação.
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