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Bantu
Rigor e Seriedade * Propriedade FAMERS, Lda * DISP.REG: 034/GABINFO-DEC/2009
Director Editorial: Fábio Mondlane Jr* Cell: 828311230 * De 2ª a 6ª * Edição N.º 2896 MAPUTO SEGUNDA 13/11/23

Fraude Eleitoral e a crise democrática

Redacção: Av. Acordos de Lusaka nº 1400\A* Cell.: 879035749 - Cell: 821082889 * E-mail: mozbantu@gmail.com * Maputo-Moçambique
Assinaturas mensais 50 USD * N.ºs das Contas: 1363296310002 MZM, 1363296310004 ZAR e 1363296310003 USD, Banco BCI *

Quissanga deixa de depender de Metuge para aceder Filipe Nyusi está politicamente em maus lençóis
à segurança social

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2 Bantu, 13 de Novembro de 2023
M
APUTO - A Comissão Nacional Eleitoral, CNE, declarou o partido Frelimo, vencedor em 64 dos 65 municípios participantes nas sextas
eleições locais do país, em 11 de outubro. O Conselho Constitucional ainda tem de validar os resultados – e, entretanto, estão a ser con-
testados pela oposição que classifica o resultado como uma megafraude.
Em 15 de outubro, manifes-
tações em massa em várias
cidades foram convocadas
pelo presidente da Rena-
mo, Ossufo Momade, para
repudiar os resultados. Os
protestos foram recebidos
com policiamento pesado,
o que levou à violência pós-
-eleitoral generalizada.
Há evidências claras de
que os órgãos eleitorais al-
teraram os resultados para
beneficiar a Frelimo em
cidades onde a oposição
havia vencido. Os resulta-
dos mostraram uma vitória
surpreendente do partido no
poder em Maputo, Mato-
la, Quelimane, Vilankulo,
Nampula e Chiure – cidades
onde a contagem provisória
nas mesas de voto deu a vi-
tória à Renamo.
O Movimento Democráti-
co de Moçambique, MDM,
foi declarado vencedor na
Beira, enquanto a Renamo
aparentemente não obteve
votos. Tabulações paralelas
feitas por um consórcio in-
dependente de observação
eleitoral mostraram que a
Renamo ganhou cinco mu-
nicípios, incluindo a capital
Maputo e a maior cidade de
Moçambique, a Matola.
Grupos independentes de
observação eleitoral, as
principais confissões reli-
giosas e os principais países
parceiros de Moçambique,
incluindo Noruega, Reino
Unido, União Europeia,
Estados Unidos, Suíça e
Canadá, expressaram preo-
cupação. Eles pediram aos
tribunais que decidam os
recursos apresentados pela
oposição com imparciali-
dade, transparência e sem
medo.
Em tempos de crise insti-
tucional, o Judiciário pode
ajudar a preservar a demo-
cracia e retardar a marcha
do autoritarismo por meio
Fraude Eleitoral e a crise democrática
da manipulação do Execu-
tivo.
Uma dúzia de tribunais dis-
tritais decidiram anular os
resultados eleitorais de al-
guns distritos ou fazer com
que os votos fossem repeti-
dos ou recontados, atenden-
do ao pedido da oposição.
Num dos casos, um tribu-
nal de Maputo declarou
que uma comissão eleitoral
local falsificou as folhas de
resultados, favorecendo a
vitória da Frelimo. A juíza
Cecília José determinou que
os votos fossem recontados
em 64 seções eleitorais que
têm mais de 86 mil eleito-
res inscritos. Isso forçaria
a repetição das eleições,
beneficiando a oposição. A
decisão judicial prova que
os órgãos eleitorais estão a
liderar a fraude para bene-
ficiar o partido no poder,
como sempre alegaram ob-
servadores independentes e
a oposição.
As evidências judiciais de
fraude maciça podem levar
a reformas que deem aos
órgãos eleitorais alguma
independência nas eleições
Bantu - Rigor & Seriedade
gerais de 2024. Sem isso,
o governo corre o risco de
perder o financiamento elei-
toral dos doadores ociden-
tais.
No entanto, todas as deci-
sões dos tribunais distritais
de repetir as eleições e a
contagem de votos foram
anuladas pelo Conselho
Constitucional com o ar-
gumento de que apenas o
conselho pode anular as
eleições ou ordenar uma
contagem repetida.
Isto levou a Renamo a con-
tinuar os seus protestos, mo-
bilizando milhares de pes-
soas, na sua maioria jovens.
Em cidades de Moçambi-
que, a polícia respondeu
violentamente às marchas
pacíficas, disparando grana-
das de gás lacrimogêneo, ja-
tos de água e, às vezes, fuzis
automáticos.
Estado autónomo na Ma-
tola
António Muchanga, cabeça-
-de-lista da Renamo, amea-
ça declarar o município da
Matola um Estado autóno-
DESTAQUE
mo, caso o Conselho Cons-
titucional não valide a sua
vitória naquela autarquia.
Muchanga promete inviabi-
lizar a governação da Freli-
mo, porque defende que não
existe mecanismo que possa
desmentir que tenha venci-
do as eleições, no passado
dia 11 de Outubro.
Muchanga e outros mem-
bros e simpatizantes da Re-
namo, caminharam pelas
ruas da Matola, numa mar-
cha, que iniciou às 10 horas,
tendo partido no mercado de
Malhampsene e terminou no
mercado de Santos.
O ponto mais alto da cami-
nhada que visava pressionar
o Conselho Constitucional
a ser justo, de acordo com
António Muchanga, deu-
-se defronte do edifício do
Conselho Municipal, onde
apesar de posicionados bem
próximos carros blindados e
vários policiais, não houve
incidentes.
O cabeça-de-lista da Re-
namo, para a autarquia da
Matola, disse esperar que
Continua pág.3
DESTAQUE
o Conselho Constitucional
não faça o que a Comissão
Nacional de Eleições fez.
O Conselho Constitucional
disse que vai avaliar a mi-
nha reclamação, em sede
de validação dos resulta-
dos, esse processo de vali-
dação dos resultados ainda
não ocorreu. Espero, sin-
ceramente, que o Conselho
Constitucional não faça o
que a CNE fez, porque se
fizerem isso, Moçambique
acabou. Nós não podemos
ser proibidos de governar,
porque também a Frelimo
não vai governar, aqui,
ameaçou.
António Muchanga, cabeça-
-de-lista da Renamo, amea-
ça declarar o município da
Matola um Estado autóno-
mo, caso o Conselho Cons-
titucional não valide a sua
vitória naquela autarquia.
Eu vou tomar Matola e já
não como município. Vou
transformar a minha As-
sembleia em Assembleia
Republicana da Matola,
vou criar o que eu quiser,
aquilo que acontece na So-
mália, vou fazer aqui. Os
embaixadores que vierem,
vão falar comigo, os outros
vão falar com outros diri-
gentes, explicou Muchanga.
A Renamo garante que as
marchas na Matola são para
continuar, até que se decla-
re que este partido venceu
as eleições de 11 de Ou-
tubro. Estas marchas vão
continuar até o Conselho
Constitucional dizer o que
vai dizer. Depois disso va-
mos tomar outras medidas,
mais radicais, como a de-
claração do Estado da Ma-
tola, do Estado de Maputo,
Estado de Marracuene,
Estado de Nampula, Esta-
do de Matola-Rio, Estado
de Nacala, de Quelimane,
até governarmos em todos
os municípios onde ganha-
mos.
Muchanga avança ainda que
tem todas as provas de que
venceu o escrutínio do mês
passado e que o Conselho
Constitucional tem em sua
posse editais originais e
acrescenta que organizações
da sociedade civil, envolvi-
das na observação das elei-
ções, também dão vitória a
Renamo.
Nós já entregamos editais
à terceira Secção do Tri-
bunal Judicial, entregamos
editais a segunda, Sec-
ção e entregamos também
à Comissão Nacional de
Eleições para remeter ao
Conselho Constitucional.
Estão a aparecer, agora,
Bantu - Rigor & Seriedade
Bantu, 13 de Novembro de 2023 3
nas Nações Unidas e acusa
Filipe Nyusi de ter as mãos
sujas, perante a crise políti-
ca instalada no país.
Nós não podemos ter pes-
soas que se dizem mem-
bros das Nações Unidas,
quando são pessoas pouco
civilizadas. Como é que as
pessoas nas Nações Unidas
se sentam com Nyusi, uma
pessoa que tem mãos sujas,
que não lava a cara, come
com civilizados.
Muchanga lamentou ainda
que mesmo com críticas de
Graça Machel, para dentro
da Frelimo, o discurso do
partido continue optimista
quanto a sua governação.
A avó dos gatunos, avó
organizações que fizeram Graça, já disse, o tio Nihia,
contagem paralela cuja já disse…e tantas outras
contagem é igual a nossa. pessoas. Destaco essas duas
António Muchanga defen- figuras porque são pessoas
de, por isso, que não existe que quando jovens deixa-
mecanismo que possa des- ram de estudar para se jun-
mentir que tenha vencido as tar a frente de libertação de
eleições, no passado dia 11 Nacional para libertar Mo-
de Outubro. A Lei Eleitoral, çambique, libertar a terra
dá o direito de os partidos e os homens e eles tem em
com assento parlamentar mente o discurso do saudo-
indicarem um membro da so Samora Machel, que di-
mesa de voto. O primeiro zia que não libertou o país
escrutinador é da Frelimo, para colocar gatunos no
o segundo é da Renamo e poder, acrescenta.
o terceiro é do MDM. O do O membro da Renamo de-
MDM e o da Renamo en- fende que o actual Presiden-
tregaram os editais, ques- te da República, Filipe Nyu-
tiono por que o da Frelimo si, carrega todos os males do
não entrega os editais, por país. Este actual Presidente
que os delegados da Freli- que a Frelimo tem, carrega
mo têm medo de entregar todos os males sobre ele.
os editais, indagou. Roubam, sequestram, as-
O cabeça-de-lista da Rena- sassinam, traficam drogas,
mo para a Matola questiona fazem tudo de mal.
a presença de Moçambique
Ficha Técnica
Director Editorial: Fábio Mondlane Jr-
828311230/868311230 - Email: fabio67junior@gmail.com
Redacção-(Cell-879035749):Falecio Nambure-
te-828380032/842839048-Email.faleciofnamburete@
gmail.com
Fotografia Revisão e Grafismo: BANTU
Colaboradores: Manuel Mendes , António Manga
Direcção Comercial: FAMERS - Av. Acordos de Lu-
saka, nr 1400-A, Contacto - 848311230
 4 Bantu, 11 de Novembro de 2023
N
AMPULA – Filipe Nyusi enfrenta um “período de menor popularidade de um Presidente as Republica. As vaias mostram que Nyusi
perdeu a legitimidade política aos olhos dos cidadãos indignados com a imagem dele. Nyusi foi vaiado pela população de Nacala num
comício, no contexto da inauguração de uma subestação de energia elétrica. Depois disso, os populares abandonaram o evento, mesmo
antes do seu término, mas Filipe Nyusi escolheu interpretar o recado a seu favor.
Recentemente, o Chefe do
Estado também foi comple-
tamente ignorado pela popu-
lação de Machaze, na provín-
cia de Manica, que o olhava
com indiferença aquando da
sua passagem por uma via.
Tudo isso acontece justamente
numa altura em que o país vive
uma crise pós-eleitoral, causada
pela denúncia da oposição e da
sociedade civil de uma “mega-
fraude” supostamente orques-
trada pelo seu partido, a Frelimo.
Sobre o caso, a ativista e
presidente da Rede de Mu-
lheres Jovens Líderes de
Moçambique, Quitéria Guiren-
gane afirmou que o chefe de
Estado está em maus-lençóis.
Questionado se o facto de o
Presidente ser vaiado, significa
que a população está a enviar
uma mensagem muito forte?
- Sem dúvidas, nós podería-
mos dizer que o Presidente
enfrenta o período de menor
popularidade de um Presi-
dente e, se calhar, nem seria
caso de discutirmos a questão
da popularidade, mas de uma
imagem negativa e nociva. Os
cidadãos encontraram uma
forma de expressar a sua
mensagem de indignação, de
repúdio, mas acima de tudo
de perda de legitimidade po-
lítica perante os cidadãos.
Aquilo que o Presidente da
República disse que é signifi-
cado de que as pessoas estão
muito felizes com a chegada
da corrente elétrica, a pergunta
que se colocaria é: nas outras
ocasiões que o Presidente foi a
outros distritos e não foi vaia-
do, significa que a população
estava sempre muito triste
com ele? Ou o Presidente da
República está a admitir que
nunca houve ninguém feliz
com ele em toda a nação mo-
çambicana e por isso é que
não conseguiu discursar? Ou
está numa situação de ele-
Filipe Nyusi está politicamente em maus lençóis
vada vergonha porque o seu
nível de popularidade mos-
tra uma imagem negativa?
Este discurso de Filipe Nyu-
si de querer tapar o sol com a
peneira e até enganar a popu-
lação, foi uma estratégia que
lhe saiu mal, ou seja, custou-
-lhe uma vergonha maior?
Custou-lhe uma vergonha
maior porque o Presidente da
República tentou de alguma
forma testar a sua popularida-
de e indo diretamente na ideia
de que se for eu a aproximar-
-se da população, vão mudar
de ideia e vão se silenciar, mas
passou vergonha porque não
há episódio na história que
relate algo semelhante. En-
tão, tapar o sol com a peneira
num episódio que foi tão bem
testemunhado pelos cidadãos,
caiu bastante mal e eu creio
que o Presidente da República
nestes dias não apanha sono e
está a tentar estudar alguma
ciência que lhe possa permitir
reconciliar com os moçambi-
canos. A única forma de se
reconciliar com os moçam-
bicanos é justamente repon-
do a verdade, fazendo o que
está correto e, acima de tudo,
começamos a se distanciar
daqueles que estão a afun-
dar a imagem. O Presidente
da República está a confiar
Bantu - Rigor & Seriedade
naqueles que o bajulam, que
dizem que está bem assim,
bater, matar, perseguir e ig-
norar os anseios dos cidadãos,
que por seu lado, encontram
as suas formas de expressar.
Joaquim Chissano, quando era
Presidente da República, foi
vaiado pelos “Madgermanes”,
mas não há relato na história de
Moçambique independente de
um Presidente ter sido vaiado
pela população de uma manei-
ra geral e, neste caso, em par-
ticular, uma população rural.
É preciso reconhecer que
mesmo quando o Presidente
Chissano foi vaiado, levanta-
vam-se os tempos mais difíceis
da sua impopularidade, quer
dizer quando o seu poder já
estava a ser questionado, mas
mesmo assim, como bem refe-
riu, havia segmentos da socie-
dade que começavam a ter al-
gum descontentamento, quer
relação à forma como o dossiê
“Madgermanes” foi gerido,
quer em relação aos assassi-
natos que se seguiram, como
é o caso de Carlos Cardoso e
não só. Mas agora, uma popu-
lação ganhar coragem para
não temer militares e conse-
guiu se levantar. Há um nível
em que a população já não se
simpatiza com o Presidente,
mas tem respeito ou medo o
POLITICA
que já não está a acontecer.
Celso Correia foi o cabeça da
Frelimo em Nampula nestas
eleições, lugar considerado
um dos epicentros da “me-
gafraude”, e justamente aí a
Frelimo e o seu Presidente
receberam a resposta amar-
ga da população. O que se
pode dizer em relação a isso?
Esta é sem dúvida a morte po-
lítica de Celso Correia. Todos
os sonhos que ele poderia ter
traçado neste momento po-
dem começar a enterrar-se. O
seu excesso de ambição criou
todos estes problemas que es-
tamos a viver no país. E o seu
problema grave de matemáti-
ca fez com que o enchimento
de urnas fosse não só vergo-
nhoso, como também proble-
mático, que demonstrava até
déficit de inteligência para
lidar com um processo desta
natureza. E quando se come-
ça a anunciar que Celso Cor-
reia iria encabeçar a delega-
ção de Nampula, de alguma
forma, houve vozes populares
que diziam que Nampula se-
ria um local em que a Fre-
limo iria recuperar alguma
simpatia política por causa
da imagem de marketing que
vendia, no entanto, foi se per-
cebendo no processo que nem
todo o mundo tem um preço.
SOCIEDADE
Quissanga deixa de depender de Metuge para aceder à segurança social
PEMBA - O Secretário
de Estado na província
de Cabo Delgado, Antó-
nio Njanje Taimo Supeia,
inaugurou, na manhã da
última quarta-feira, 08 de
Novembro, o posto de
atendimento do Instituto
Nacional de Segurança So-
cial, INSS, em Quissanga,
em cerimónia que contou
com a presença de mem-
bros do governo provin-
cial e distrital, dos líderes
tradicionais e das confis-
sões religiosas, represen-
tantes da sociedade civil,
entre outros convidados
A infra-estrutura, construí-
da de raiz naquele distrito,
no quadro da estratégia
sectorial de expansão dos
serviços prestados por esta
instituição, vem alargar
a abrangência dos uten-
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tes mais distantes, como
tem sido para os locali-
zados em regiões onde
ainda não se encontram
implantadas infra-estru-
turas nesse sentido, como
era o caso de Quissanga.
Com a entrada em funcio-
namento do referido posto
de atendimento, os utentes
do sistema de segurança
social do distrito de Quis-
sanga viram-se aliviados,
dado que, antes, eram
servidos ou percorriam
cerca de 30 quilómetros
até ao vizinho distrito de
Metuge, para encontrar
os serviços de segurança
social mais próximos da
sua zona de residência.
O novo edifício, projec-
tado numa perspectiva
resiliente e modernismo,
com um conjunto de infra-
Bantu - Rigor & Seriedade
Bantu, 13 de Novembro de 2023
-estruturas e serviços ad-
jacentes, foi erguido num
terreno de 300m2 e uma
área construída de 51m2.
Para o secretário de Es-
tado em Cabo Delgado,
discursando no acto da sua
inauguração, com aquela
infra-estrutura implantada
na vila sede do distrito de
Quissanga espera-se que
haja a massificação no que
concerne à adesão ao Sis-
tema de Segurança Social,
por parte de empresas e os
seus trabalhadores, bem
como os trabalhadores
por conta própria (TCP),
incluindo os funcionários
e agentes do Estado que
também devem ser inscri-
tos e canalizarem as suas
contribuições, como ga-
rantia no acesso às presta-
ções pagas pelo INSS, bem
5
assim garantir a sua pro-
tecção social para o futuro.
Para Supeia, a aproxima-
ção dos serviços públicos
ao cidadão é a materiali-
zação clara do Programa
Quinquenal do Governo
(PQG – 2020/2024), que,
para o caso específico do
INSS, visa, não apenas a
expansão territorial do sis-
tema de segurança social
obrigatório, como também
facilitar a vida dos cida-
dãos no acesso aos servi-
ços da segurança social,
como um dos pressupostos
básicos para o bem-estar e
o futuro dos trabalhado-
res e os seus dependentes.
Para o efeito, o secretário
de Estado na província de
Cabo Delgado sublinhou
que é importante que os
cidadãos se inscrevam
no sistema, pagando re-
gularmente as suas con-
tribuições ao sistema. E,
segundo o secretário de
Estado, há que encontrar
mecanismos de como tra-
zer os diferentes grupos
sócio-económicos ao sis-
tema, a título de exemplo
dos jovens que receberam
quites de emprego, após
a formação profissional
ao nível do distrito de
Quissanga, os quais exer-
cem alguma actividade
rentável, inscrevendo-
-os no regime dos, TCP.
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6 Bantu, 13 de Novembro de 2023
AFRICA NOTÍCIAS

Guiné-Bissau mantém tendência de crescimento BREVES

perto de 5%
Economia da Guiné-Bissau sião da terceira avaliação do
deverá manter tendência de programa de ajustamento
crescimento em cerca de 5% financeiro em curso no país,
neste e no próximo ano, mas o FMI disse que apesar da
continuando a depender dos “derrapagem orçamental” em
doadores internacionais para algumas matérias, como sa-
equilibrar o orçamento. lários, a Guiné-Bissau apre-
“O aumento das receitas in- senta “avanços significativos
ternas e das doações, a con- nas reformas estruturais,
tenção das despesas correntes tendo cumprido dois dos três
e a limitação das transferên- objetivos” definidos e “duas
cias orçamentais serão fun- metas estruturais antes do
damentais para assegurar a prazo”.
sustentabilidade orçamental”, Objetivo do FMI
disse o economista do de- O objetivo do FMI, salientou
partamento africano do Fun- então o chefe da missão do
do Monetário Internacional Fundo no país, José Gijon,
(FMI) Thibault Lamaire. é baixar a dívida pública da
Desde 1980, só por quatro Guiné-Bissau, que é 10 vezes
vezes a Guiné-Bissau con- superior ao acordado, e a me-
seguiu crescer acima de 5%, lhoria da gestão da tesouraria,
sendo este o valor de referên- um objetivo que será ajudado
cia para a expansão anual da pelo programa de gestão da
economia deste pequeno país administração pública que o
lusófono da África Ocidental. FMI e o Banco Mundial têm
Inflação em curso no país.
Entretanto, de acordo com os Um trabalhador a transportar
dados históricos do FMI, a mercadoriasna Guiné-Bissau,
Guiné-Bissau deverá registar país que mantém tendência
este ano uma inflação de 8%, de crescimento perto de 5%,
o valor mais elevado desde a mas que deverá regista infla-
crise financeira mundial de ção de 8%Um trabalhador a
2007-2008, quando o aumen- transportar mercadoriasna
to dos preços ultrapassou os Guiné-Bissau, país que man-
10%, mas a média está abaixo tém tendência de crescimento
de 5% desde o início da déca- perto de 5%, mas que deverá
da passada. regista inflação de 8%
O objetivo do FMI é baixar O ministro das Finanças da
“O país continua a ser nega- Guiné-Bissau, Suleimane
tivamente afetado pelo efei- Seidi, destacou que o pro-
to que a guerra na Ucrânia grama está quase a completar
tem tido sobre os preços dos um ano e que o Governo está
combustíveis e produtos ali- empenhado em cumprir as
mentares importantes, com a recomendações do FMI.
inflação a subir para 8% em O governante concretizou o
2023”, disse o economista do propósito de “garantir a esta-
FMI na entrevista à Lusa em bilidade política e continuar
Marraquexe, no mês passa- com rigor na execução da po-
do, nos Encontros Anuais do lítica orçamental”, no sentido
FMI e do Banco Mundial. de aumentar a capacidade de
Na última avaliação à eco- receita e do rigor nas despe-
nomia guineense, por oca- sas e dívida públicas.
Preencha este cupão de assinatura e devolva através do fax n.º 21 328693, Cell: 821082889 ou e-mail: mozbantu@gmail.com.
Sim, desejo assinar o jornal BANTU e receber por fax ou e-mail por um período de ____ meses.
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São Tomé: Justiça investigará importação de
combustível
Governo são-tomense pede ao Minis-
tério Público que investigue falhas na
importação de combustível que quase
paralisaram o país, em junho. Inqué-
rito do executivo detetou negligência
de vários intervenientes no processo.
“O inquérito já foi entregue à Pro-
curadoria-Geral da República (PGR)
de São Tomé e Príncipe, portanto, há
separação de poderes. Nós fizemos a
nossa parte, agora cabe a outra parte,
que é a justiça, fazer a dela”, disse o
ministro das Infraestruturas, Adelino
Cardoso, quando questionado sobre o
andamento do processo.
O “Governo já entregou a manifesta-
ção daquilo que nós achamos que foi
a falha no abastecimento de combus-
tíveis e estamos a espera que a justiça
faça a sua parte”, precisou.
Questionado sobre se terá apurado
indícios criminais no processo, o mi-
nistro disse que não o pode declarar,
remetendo a conclusão para o Minis-
Angola celebra 48 anos de independência
Angola comemora os 48
anos da Independência
Nacional com críticas à
autocracia no país e aos
problemas socioeconó-
micos. Oposição salien-
ta dificuldades no Zaire.
Província da Lunda Sul
acolherá hoje festividades
centrais.
Angola assinala 48 anos
desde que se tornou in-
dependente de Portugal.
Este ano, as festividades
são celebradas sob lema
“11 de Novembro, Unidos
para o desenvolvimento
do país”.
À meia-noite do dia 11 de
novembro de 1975, em
Luanda, Agostinho Neto,
tério Público.
Gasolineiras deixaram de vender
combustíveis e os reservatórios atin-
giram níveis críticos Gasolineiras
deixaram de vender combustíveis e os
reservatórios atingiram níveis críticos
“Justiça fará seu papel”
“A justiça fará o seu papel, só depois
é que dirá efetivamente se há indícios
criminais ou não. Houve uma situação
clara de alguma negligência da parte
dos setores que devem dar o aval da
vinda do barco a São Tomé”, declarou
Cardoso, assegurando que o Governo
vai “apurar as responsabilidades”,
após a conclusão da investigação.
Em causa está a autorização dada a
um cargueiro de grande dimensão
proveniente do Togo, que não con-
seguiu atracar em São Tomé para a
descarga de combustível, o que ori-
ginou especulação de preços e o país
a ficar quase paralisado durante duas
semanas.
do Movimento Popular
de Libertação de Angola
(MPLA) proclamou a In-
dependência de Angola.
Passados 48 anos, a pro-
víncia da Lunda Sul aco-
lherá este sábado o ato
central das festividades,
que deverá ter como o
ponto mais alto a inaugu-
ração de várias infraestru-
turas sociais.
Mas alguns munícipes
ouvidos pela DW África
ressaltam que o país viveu
48 anos de independência
mergulhado em vários de-
safios, como a falta de vias
de comunicação, infraes-
truturas e políticas ma-
croeconómicas aceitáveis.
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Bantu - Rigor & Seriedade